Condenações
para um grupo de combatentes ilegais italianos que se juntaram aos separatistas
da Donbas na luta contra o governo ucraniano e ao serviço de Moscovo. Parte da
organização, originária dos movimentos neofascistas, ainda não foi rastreada.
por:
MATTEO INDICE, Il
Tirreno
Eles
haviam deixado a Itália para lutar ao lado dos separatistas pró-russos na
Donbas, a região que se proclamava independente da Ucrânia, graças ao apoio de
Vladimir Putin. E por isso eles foram condenados sob acusação de recrutamento
não autorizado ou combate para servir a um estado estrangeiro. Antonio Cataldo
(35 anos, natural de Nola na província de Nápoles), Olsi Krutani (39 anos,
albanês que há muito tempo vivia em Milão) e Vladimir Verbitchii (26 anos,
morador da Moldova, residente há anos em Parma) são os primeiros réus na Itália
a sofrer uma punição por ter se transformado em mercenários de fa(c)to ao serviço
de Moscovo.
Ontem
[1/07/2019] o tribunal / a corte de Génova – as investigações realizaram-se em
Liguria porque a investigação nasceu depois das buscas de um grupo de neofascista
do Spezzino – Cataldo foi condenado aos 2 anos e 8 meses, ratificando o acordo previamente
negociado, Krutani aos 2 anos e 8 meses e Verbitchii à um ano e 4 meses. Os
dois primeiros são considerados principalmente recrutadores, o terceiro “simples”
combatente. Todos os três foram presos entre julho e agosto do ano passado [2018],
uma vez que ainda estavam na Itália, e as medidas cautelares contra eles foram
subsequentemente atenuadas.
As
outras personagens envolvidas
Outras
pessoas pertenciam ao grupo, três em particular cujas posições [de acusados]
foram removidas porque estão de fa(c)to indisponíveis, com toda probabilidade
abrigadas no Donbas, onde gozam de apoio e cobertura económica. Se trata de
Andrea Palmeri, “mente” da organização da fãs/torcida da extrema direita,
originária de Lucca; do Gabriele Carugati conhecido como “Arcangelo”, um
ex-oficial de segurança de um shopping na região de Lombardia e filho de Silvana
Marin, ex-dirigente da Liga [Norte] em Cairate, na província de Varese; e de Massimiliano
Cavalleri conhecido como “Spartaco”, um neofascista de Brescia.
“Na
guerra por dinheiro”
De acordo com a acusação apoiada pelo
procurador/promotor federal Federico Manotti (membro destacado do grupo
antiterrorista do Gabinete do Procurador de Génova) e amplamente aceite pelos
juízes, todos foram pagos para lutar pelos rebeldes pró-russos de Donbas contra
o executivo ucraniano entre 2017 e 2018. No decorrer da investigação foram
registadas interceptações das quais se compreende claramente que em particular
Palmeri, Carugati e Cavalleri (fugitivos) e Castaldo (condenado) participaram nas
importantes ações militares. Todos os personagens principais, no entanto,
estavam familiarizados com armas, a ponto de às vezes se deixarem dizer frases
como “quando eu voltar para a Itália eu mato algum político”. As investigações
de carabinieri do Ros tinham começado
com as buscas de dois jovens próximos dos grupos Forza Nuova e skinheads que escreviam as frases exaltando
o nazismo em La Spezia: através de seus contatos e ramificações, os carabinieri se depararam com uma série
de movimentos neofascistas, identificando os mercenários [condenados e os por
condenar].