2013-04-16
A Tróika está em Portugal...
Estamos a ser bombardeados ao segundo com esta visita pouco respeitada.
Deve ser para que ela se torne menos indigesta que a comunicação social nos matraqueia repetidamente com isso porque sabe quanto mais falar mais a indiferença se acentua.
A comunicação social informa que a Tróika vai ao PS. E a pressão sobre o PS é clara. De todos os lados, do PR, dos partidos do governo e do governo, de Durão Barroso e companhia, das instituições internacionais, enfim de tudo quanto cheira a austeridade. Em suma, dos seus defensores, apesar de cada vez ser maior a corrente que identifica a austeridade pouco inteligente (e é o caso) com mais pobreza e enterro do que ainda resta da economia. E mesmo como um recuo civilizacional.
Os meus votos vão no sentido de que o PS na recepção da Tróika se sintonize com os interesses de Portugal.
Em que consiste isso no mínimo?
Que seja pelo menos coerente com o que ultimamente tem vindo a dizer: renegociação profunda do memorando, implicando revisão das metas orçamentais, maiores maturidades para pagamento da dívida e juros muito mais baixos. Por outro lado, a defesa intransigente de mudanças a nível da estratégia de desenvolvimento da UE, de forma a que os interesses de todos países sejam contemplados e da configuração da própria UE nomeadamente do seu Banco Central e do Orçamento.
Certamente, não será suficiente. Mas seria um bom começo. Há que aliviar o peso dos custos da dívida na economia portuguesa com vista a reiniciar o seu desenvolvimento.
Não me parece que o PS vá ter algum sucesso nesta sua conversa, mas muito menos terá e cheirará a traição face ao País se transigir ou mostrar que apoia medidas de austeridade pouco inteligentes.
Etiquetas: coerência, PS, Tróika