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2013-11-22

 

Demissão, demissão e demissão

Mário Soares, cada dia mais assertivo, na vanguarda do combate à praga que assaltou o poder em Portugal, encheu o grande auditório da Reitoria da Universidade de Lisboa. Cadeiras, cochias, acessos e lá fora no átrio.
A mesa tinha Soares ao centro e à sua direita Helena Roseta, Pacheco Pereira e Ruben de Carvalho, à sua direita estavam Víctor Ramalho que moderou a sessão, Marisa Matias, Pinto Ramalho, Carlos do Carmo e Alfredo Bruto da Costa.
Mário Soares… percebeu-se logo ao que vinha e avisou que este não é o “bom caminho”, como falsamente por aí todos os dias nos massacram os ouvidos. Este - avisou - é o caminho que leva à ditadura. Exigiu a demissão do governo e exigiu, exigiu e exigiu a demissão do Presidente da República. Incendiou o grande auditório e por entre as labaredas ouviam-se ritmados os gritos de demissão, demissão e demissão.
A expectativa era grande e as intervenções dos vários oradores não desiludiram, por isso foram várias vezes interrompidas por aplausos. Sem diminuir o alto nível das outras destaco a intervenção do atual Pacheco Pereira. Quem vê a Quadratura do Círculo conhece-o. Cultura, humor, acutilância, apurada sensibilidade política. A assistência não lhe poupou aplausos. Oiçam-no sff:
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Os exames aos professores

A minha inteligência não abarca tamanha inovação Cratiana!!! Exames nesta altura do campeonato?!

Mas não abarcando entendo que Nuno Crato precise de um alibi para forçar ainda mais a saída de uns quantos (muitos) e toca a corrê-los, via exames.

Mas interrogo-me agora e aqueles 10 000, segundo a comunicação social, que a União Europeia exige vínculo à função pública e aumento salarial; como ficam perante a atoarda do senhor ministro da (des)educação?

Mesmo com uma União Europeia a favor do governo e muito, com um presidente da Comissão chamado de Durão Barroso que está a favor de todas as trapalhadas contra o tribunal Constitucional e a puxar por este governo, apesar de tudo isto é tanta a infracção de princípios e normas que alguns puxões de orelha ao governo não podem deixar de chegar. Este governo tem decisões bárbaras de mais.

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A queda de um tabú

Nunca percebi porque razão as escadarias abaixo do edifício da Assembleia da República eram "um lugar sagrado". Nunca!! Sempre entendi e entendo que o não acesso não passa de uma prepotência do poder político.

Ontem, felizmente e ao contrário de várias tentativas, caiu esse  "sacrossanto lugar" e de uma forma sensata.

Ainda bem. Uma manifestão das forças de segurança e da ordem contra a política de cortes deste governo forçou as forças da ordem que estavam do outro lado a ceder e subiram-se as escadas e desceram-se de forma pacífica.

Uma lição para este governo em que as proibições e os cortes são um paradigma da sua gestão.

Ouvi na rádio que o facto se deu, quando ia a caminho da reitoria, para estar presente no Congresso das "ditas esquerdas", aliás em defesa da constituição, da democracia e do estado social, promovido por Mário Soares.

Dei por ganho o meu tempo de lá ir, pois recolhi um ensinamento que não me era claro. Os portugueses estão muito mais desiludidos com Cavaco Silva do que com o governo.

Existe a noção clara de que quem sustenta o governo e as respectivas políticas de empobrecimento do país é o PR que jurou cumprir a constituição e parece que anda a rredio da sua leitura e interpretação.

Não foi só Mário Soares que gritou a demissão da Cavaco Silva. Foi toda a assembleia presente, certamente sem o apoio entusiasmado de Pacheco Pereira cuja intervenção foi brilhante. Para mim a melhor.

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2013-11-20

 

"Como se «vendeu» Passos ao PSD" e "Como se trabalhou a campanha contra Sócrates"

Cúmplice de Pedro Passos Coelho vangloria-se das campanhas sujas, do condicionamento de opinião, das mentiras espalhadas pelos media e pelas redes sociais, levadas a cabo por uma “task force” para o efeito criada e que assim, primeiro, ludibriando os militantes do PSD ajudou Coelho a derrotar Paulo Rangel e Aguiar Branco na corrida à presidência do partido e depois,  manipulando os eleitores com os mesmos métodos, ajudou Passos Coelho a derrotar Sócrates.
A história desta atividade abjeta que ajudou a fabricar um presidente do PSD e um 1ºM de Portugal vem descrita, com orgulho, pelo consultor de comunicação, Fernando Moreira de Sá, um dos heróis desta saga, na revista Visão de 14 de Novembro de 2013 e que reporta à sua tese de mestrado obtida na universidade de Vigo.   
Eis o que nos relata a VISÃO:
Para ampliar, um clique na imagem.






Este texto da Visão está aqui.
E sobre esta indigna atividade opiniões no site do Clube dos Jornalistas e no DN.

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2013-11-18

 

De Coelho a Rato

Passos Coelho nomeia Vasco Rato para a FLAD em substituição de Maria de Lurdes Rodrigues que tinha a seu favor ter posto ordem na casa que Rui Machette deixara em estado deplorável e em seu desfavor ter sido indicada pelo anterior governo de Sócrates que, como se sabe, suscita compreensivelmente um ódio possesso a alguns portugueses pelos terríveis males infligidos à pátria e ao mundo, desde responsabilidades devidamente apuradas no dilúvio bíblico até, segundo fontes bem informadas de Massamá, na recente tragédia das Filipinas.
Rui Machette que fora distinguido pelos embaixadores norte-americanos por acusações de delapidar em luxos e ostentação pessoal o dinheiro da Fundação foi substituído por Maria de Lurdes Rodrigues ex- ministra da Educação. Teria o embaixador americano má opinião também a seu respeito para levar o lépido Coelho a substituí-la com tanta urgência por Rato?
“Maria de Lurdes Rodrigues ... arrumou a casa e pôs termo a uma certa parasitagem que cirandava pela Fundação. O embaixador norte-americano em Lisboa, Allan J. Katz, viu-se obrigado a sair em sua defesa:
“(…) apoiámos a nova Presidente da FLAD, a Professora Maria de Lurdes Rodrigues, e as suas iniciativas para implementar mudanças significativas na política de investimento e na gestão da organização. Actualmente, a situação financeira da FLAD é sustentável e os objectivos e parâmetros de sucesso da instituição foram refinados. Um estudo recente mostra que a FLAD reduziu os seus custos administrativos em mais de 20% o que faz da instituição um bom modelo para o Governo no seu esforço para encorajar a eficiência administrativa em todas as fundações. Com a hábil liderança da Professora Maria de Lurdes Rodrigues, e com o seu constante apoio e dedicação, a FLAD focou-se com sucesso em quatro áreas importantes: a internacionalização de instituições portuguesas, a língua e a cultura portuguesas nos Estados Unidos, as relações transatlânticas e as políticas públicas e um programa para os Açores.’ “
Mas, convenhamos, Vasco Rato é um rapaz do círculo IN do rapaz de Massamá…

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2013-11-14

 

A austeridade que veio para ficar

Começa a ser difícil aceitar que o termo - austeridade - seja o mais adequado para descrever o que este governo está a fazer a Portugal.

O país está cada vez mais pobre, está a ser destruído, sem que um qualquer super tofão por cá passasse. A morte é lenta, não instantânea, mas certa. Menos espectacular apenas.

O poder do PSD/CDS está a ser mais arrasador que qualquer tofão, pois se os estragos decorressem da natureza, teríamos a ajuda de outros povos e a certeza de algo muito doloroso,.mas passageiro.

Com este governo, não. É algo para ficar. Os cortes nos rendimentos dos portugueses que teimam em não parar, vieram para ficar. É pelo menos a intenção do actual governo. A este respeito, a senhora ministra das finanças foi ontem muito clara. A tróika exige que a redução da despesa pública seja permanente. Como essa redução se traduziu no essencial  em cortes de rendimento das pessoas que significa isto senão que os cortes feitos são definitivos?

Não sou constitucionalista, mas até à data os argumentos do TC foram deixar alguns cortes passar porque provisórios. Mediante esta clarificação do governo o que fará o TC?

Por outro lado, para manter o rácio actual - despesas públicas/PIB - só poderá haver alguma actualização de rendimentos com forte crescimento da riqueza do País, o que não está à vista com a política deste governo, que teima em afundar a procura interna.

Em síntese, o problema é mesmo do governo e dos seus objectivos. Com este governo as perspectivas continuam muito negras. Não é, pois, empobrecendo o País que ele se desenvolve nem se torna mais competitivo. E o Presidente é tão coveiro deste Portugal em queda para o abismo como o governo em funções. Mas as oposições também têm a sua quota parte de culpa, pois falta-lhes alguma coerência de propostas apresentadas.

 


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2013-11-11

 

Que está tró ló ló. Hum... não sei

Dizem que o senhor está meio tró ló ló e que portanto veio cá para fora dizer o que cochicham no conselho de ministros sem se lembrar que um pilar da política do governo a que empresta o respeito da sua idade é a mentira. Não a mentira que todos ou quase todos os governos, em doses já mais ou menos tabeladas, aqui e ali, utilizam, mas a MENTIRA em tudo o que é a essência e o sentido da governação.
Por conseguinte o homem veio, sem mais cerimónias, na santa inocência que a idade lhe oferece, explicar que só se os juros no mercado secundário, nos empréstimos a 10 anos, vierem por aí a baixo, para os 4 e picos por cento é que Portugal pode dispensar um segundo resgate.
É claro que, vir assim sem mais nem menos, dizer a verdade, ainda que muito relativa, cria escândalo e dá prova, segundo os colegas mais treinados na trapaça, de insanidade mental, tendo em conta os padrões de MENTIRA deste governo.
Não censuro o senhor, pelo contrário acho que ao prestar um péssimo serviço ao governo que traiu os portugueses (deixo de fora os banqueiros, os seus grandes acionistas e mais uns poucos) prestou um bom serviço ao país – mesmo que, eventualmente, sem se aperceber.
Por isso e pelas mesmas razões que considerei positiva a anterior presença no governo daquele inenarrável Miguel Relvas considero positiva a escolha deste senhor para ministro de Estado e dos NE. É uma pessoa que, talvez devido à idade, revela incapacidade em se adequar às exigências da grande MENTIRA que é a política deste governo de Passos, de Portas, de Cavaco. Um governo de ministros criados a biberon nos aparelhos partidários e que manejam magistralmente a mentira ao serviço dos senhores, nacionais e estrangeiros, que de momento mandam no país e que com ganas desejam servir, na esperança de jubilosos empregos futuros. O senhor Machette ainda que involuntariamente, suspeito eu, ajuda a minar a sustentabilidade da vergonhosa equipa. E… se isso é mau para uns poucos…  é bom para muitos outros.
Há uma lição da História que é necessário ter sempre presente: o que é ótimo para uns pode ser péssimo para outros.  É bom! É bom!! É bom!!! Na política, no que toca à “governação” isto é, à regulação da vida em sociedade, à distribuição da riqueza, à garantia dos serviços que o Estado presta ou não presta aos cidadãos, quase sempre o que é bom para os cidadãos em geral não é bom para os cidadãos que ambicionam mais e mais riqueza seja a que preço for, com a fome, a doença, a ignorância ou o sangue de quantos for preciso.
É uma liberdade essencial do capitalismo e por ele garantida. Mormente pelo capitalismo no atual apogeu, neoliberal, dirigido pelo sistema financeiro internacional sem rosto e sem pátria.
O desafio é dominar o monstro. E como? Juntando forças. Não há lugar para o desânimo. Esse bicho horrível, o maior predador do planeta, capaz do pior e do melhor já deu provas. Outrora “inventou” o esclavagismo e depois conseguiu acabar com ele e assim por aí fora, até aos dias de hoje. No mundo coexistem restos de quase todas os tipos de sociedade que, umas após outras, foram ganhando a supremacia.  E no plano individual coexistem homens com os saberes e hábitos das sociedades  pré-históricas e homens com saberes e costumes de sociedades posteriores numa gradação paulatina até aos sábios da atualidade que deixam sem fôlego, de espanto, o comum dos seus concidadãos com as explorações que fazem nas margens do infinito. Do infinitamente grande, para lá da galáxia que habitamos até ao infinitamente pequeno que desfaz em nada (ou em energia) a pobre matéria. Tão pouco organizada na maioria das nossas cabeças. Por isso creio que os homens serão capazes de vencer a favor de um futuro melhor a crise sistémica que atravessamos.

2013-11-07

 

Aguiar Branco num momento patético


O ministro da Defesa Nacional (MDN), Aguiar Branco, ontem pela TV, hoje pelos jornais, deu a conhecer o perigo em que Portugal se encontra por estar a caminhar para um Estado totalitário. O alarme foi dado no âmbito de uma lição dada no Instituto de Defesa Nacional (IDN) em que era professor convidado  António Barreto.
Disse Aguiar Branco –  cito o Público que reproduz o que ouvi diretamente ao ministro nos noticiários televisivos – “existe em Portugal «a tentação de um Estado totalitário» provocado por um «Estado social absorvente»”, trata-se de “um Estado social que absorve a sociedade ao ponto de se tornar totalitário.”
Mas de que fala Aguiar Branco quando fala de “Estado totalitário”? Fala do oposto a Estado totalitário, fala de estado social, em sentido estrito. Senão vejamos: o Estado totalitário de que fala o MDN não é algo com a natureza do salazarismo ou de qualquer outra ditadura, não se refere a um Estado sem liberdade ou democracia. Não, para Aguiar Branco o Estado totalitário a que se refere é “totalitário” porque tende a disponibilizar acesso à saúde a “todos”, saúde “totalitária”?, perigosamente igual para todos, ricos ou pobres. E de igual modo para o ensino e educação, escola igual para “todos” e não em função do vencimento do papá. Estado totalitário ao querer abranger “todos” no apoio ao desamparo, no desemprego, no direito à reforma, de acordo naturalmente com os descontos feitos.
Trata-se portanto, no pensamento do ministro, de um Estado social “absorvente”, que “absorve” a sociedade ao ponto de se tornar “totalitário”. Trata-se, mesmo assim de uma exageração ministerial pois que há a liberdade de criar e oferecer medicina privada e de a ela aceder quem quiser , desde que tenha dinheiro para isso. O mesmo se passando com o ensino e até com a constituição de seguros de reforma. 
O que parece que Aguiar Branco pretende é que o Estado reduza senão totalmente pelo menos ao máximo as ofertas de saúde (Serviço Nacional de Saúde), de educação (escolas gratuitas ou quase), segurança social, reforma assegurada e gerida pelo Estado. E o ministro quererá  tudo isso porquê e para quê? Não porque queira o mal de ninguém, seguramente pois julgo-o  ” pessoa de bem”. Talvez seja  porque partilha o pensamento “liberal” (no sentido usado em Economia)de que quanto menos Estado melhor para a máxima liberdade de cada um se desenvencilhar conforme o dinheiro que tiver no bolso. Mas partindo duma “grelha de partida” em que uma pequena minoria de cidadãos ultra-milionários são donos de quase tudo e outros donos de pouco ou mesmo  nada. Partilha o nosso ministro a doutrina neoliberal de Hayek, Friedman, da Escola de Chicago?.
Quer nos convencer que as fortunas ultra – milionárias que conhecemos por aí , foram em geral, obtidas pelo “suor do seu rosto”, pelo mérito?
O Estado social criado na europa e só tardiamente chegado a Portugal a partir de 1974 e com muitas debilidades é uma conquista histórica dos portugueses e representa um Estado que procura compensar as profundas desigualdades e injustiças da sociedade fazendo alguma redistribuição da riqueza usurpada por minorias que detêm o controlo maioritário do Estado exactamente para enriquecerem. Ora aquela conversa de que “existe em Portugal «a tentação de um Estado totalitário» provocado por um «Estado social absorvente»”,um Estado social que absorve a sociedade ao ponto de se tornar totalitário.” Não passa de uma conversa tola que tem o vão objetivo de ludibriar os cidadãos. Para que iludidos aceitem a liquidação ou a redução ao mínimo das funções sociais do Estado e assim as funções redistributivas da riqueza nacional. Para quê? Para que se privatizem os hospitais, as escolas, a segurança social, os fundos de pensões (desde que bem capitalizados). Para quê? Para maior liberdade e oportunidade de os mais poderosos enriquecerem mais à custa do empobrecimento da maioria portugueses e da proletarização da classe média. Não porque Aguiar Branco deseje tão negras consequências para estes, certamente, mas porque o dinheiro não cai do céu e para enriquecer os muito ricos não há outro remédio.
O ministro lembrou-se ou alguém o lembrou de adornar a sua proposta política para se pôr fim ao estado social ou reduzi-lo ao mínimo com aquelas risíveis e despropositadas “palavrotas” de “totalitarismo” ou “ estado social absorvente”.  
Tudo isto para que se mude a Constituição no que ela tem de melhor e consagrado pelas conquistas democráticas e humanistas da Europa após a 2ª Guerra Mundial.
Vá lá Sr. MDN, um pouco de bom senso e de não tomar por tolos aqueles que desejaria assustar e predispor a aceitar o roubo de uma vida digna a que têm direito.
 

 

Para compreender as saídas da dívida soberana

A dívida é sustentável quando não há escrúpulos

No jornal Público de 8/10/2013
Se o Governo português declarasse que a actual dívida pública é insustentável, esse gesto teria de ter como consequência a abertura imediata de um processo de renegociação dessa dívida com os credores que a detêm. Essa renegociação, feita em nome dos interesses do país, teria de se saldar por um perdão de uma parte substancial dessa dívida, por uma descida dos juros a aplicar sobre a dívida restante e por um reescalonamento dos pagamentos, de preferência de forma indexada ao desempenho da economia (balança comercial) e a indicadores sociais (desemprego).
É evidente que se pode perguntar "Por que razão é que os credores aceitariam receber menos dinheiro e mais tarde se podem receber mais dinheiro e mais cedo?".
A resposta é que há uma situação em que os credores aceitam sempre renegociar dívidas: quando essa opção é melhor do que a alternativa. A renegociação é aceite pelos credores sempre que existe um risco de incumprimento do devedor. Perante a possibilidade de deixar de receber pagamentos, é racional que um credor baixe juros e alargue prazos de pagamento. Esta renegociação não é um favor do credor nem é um pecado do devedor. É algo comum no negócio. Segundo a lógica da economia capitalista, é saudável ganhar ou perder com os negócios e, às vezes, perde-se. Quando se empresta dinheiro a quem não pode pagar, fez-se um mau investimento e, por isso, perde-se. E é uma condição essencial à existência de um são mercado concorrencial que se possa ganhar quando se faz um bom negócio e se perca quando se faz um mau negócio. Se houvesse sempre a garantia de ganhar, fazendo bons ou maus negócios, não haveria mercado e não haveria a sobrevivência dos mais capazes, como reza a teoria. Mas - pode argumentar-se - isso não incentiva todos os devedores a exigir renegociações? Isto não desequilibra o mercado em benefício dos incumpridores? Não, por duas razões: por um lado, o credor pode não aceitar a renegociação se considerar que tem boas possibilidades de receber todo o seu dinheiro; por outro lado, o devedor paga um preço em termos de reputação e, da próxima vez que precisar de financiamento, pode não o encontrar no mercado, o que constitui uma forte penalização.
Quando o devedor é uma empresa, é fácil avaliar os seus activos e ver se ela tem ou não condições para pagar. O seu património constitui um conjunto finito, conhecido. No caso de um país, as coisas são mais complicadas. Mesmo que um Estado não tenha reservas no tesouro nacional e não possa imprimir dinheiro, pode sempre aumentar impostos, confiscar bens privados, vender património, vender licenças para a exploração de bens públicos. De facto, um Estado só declara incumprimento quando se atinge uma linha vermelha que ele próprio decide. Mas pode acontecer que um governo ache que o pagamento da dívida nos termos contratados se sobrepõe a todos os deveres e deve ser feita "custe o que custar". Pode acontecer que um governo pense que o pagamento da dívida se sobrepõe à lei do país, aos direitos humanos, à moral. Neste caso, aumentará impostos, cortará na educação e saúde, cortará nas pensões, nos apoios sociais e venderá todos os bens públicos que possa. Quando se decide pagar custe o que custar e não renegociar nunca, o incumprimento pode nunca acontecer, mesmo que as condições dos empréstimos sejam moralmente abjectas e economicamente destrutivas. Pode-se vender a Batalha e a Torre de Belém. Pode-se vender o Algarve e a Madeira. Pode-se vender o voto nas instâncias internacionais a quem pagar mais. Pode-se vender concessões mineiras sem exigir garantias para o ambiente. Pode-se garantir uma exportação de milhares de engenheiros por ano para a Alemanha (a Alemanha gosta de receber Fremdarbeiter). Pode-se oferecer o país para fazer experiências científicas difíceis de aceitar noutros países. Pode-se criar uma rede de bordéis para utilização de altos funcionários de organizações credoras. Pode-se fazer imensas coisas para gerar dinheiro, pagar a dívida e satisfazer os credores. Custe o que custar.
Inversamente, quando existe um mínimo de moralidade e de sentido patriótico, há abjecções a que não se admite descer e que fazem com que a dívida seja insustentável.
A maior parte dos economistas não comprometidos com os partidos do poder acha que a dívida actual é insustentável.
Passos Coelho e Cavaco Silva, pelo contrário, acham que é sustentável. (É verdade que Cavaco diz que é masoquismo dizer o contrário, sendo que antes disse o contrário do que disse agora, mas isso é aquele problema de fios trocados que nós fingimos não ver.)
Há ainda imensas coisas que eles acham que se pode fazer para ir buscar dinheiro. Não existe linha vermelha definida pela lei, pela moral ou pelo interesse nacional que eles não admitam ultrapassar.
Isto significa que, enquanto Passos Coelho estiver no poder, a renegociação não será vista como a melhor opção para os credores. Eles sabem que têm um amigo na presidência e outro em São Bento. Enquanto eles lá estiverem, os credores estão garantidos. A dívida vai ser sustentada. Os portugueses, esses, é que vão ficar sem sustento.


 

Portas em Macau. Grande Gaffe Diplomática



Recebi (ontem) de um amigo esta notícia sobre mais UMA "GAFE de Portas:

O vice-primeiro-ministro Paulo Portas deixou os convidados de uma recepção no consulado português de Macau à espera durante duas horas. Cerca de metade das pessoas desistiram de esperar, noticia o Hoje Macau, acrescentando que o governante português não se dignou a pedir desculpa.
POLÍTICA
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Atraso inenarrável de Portas marca deslocação a Macau
DR
14:09 - 05 de Novembro de 2013 | Por Notícias Ao Minuto
A publicação Hoje Macau noticia que o vice primeiro-ministro português, Paulo Portas, tinha uma recepção marcada para 21h00 no consulado de Portugal em Macau, para a comunidade portuguesa local, mas chegou duas horas atrasado, o que fez com que grande parte dos convidados saíssem antes de ele chegar.
PUB
Paulo Portas não se explicou nem desculpou o atraso e começou a discursar normalmente, como se nada fosse. Na sala restaram apenas alguns portugueses residentes em Macau e os que se deslocaram de Portugal para ouvir o vice-primeiro-ministro no âmbito do Fórum Macau, sendo que praticamente todos os convidados de etnia chinesa já tinham ido embora.
Relativamente ao discurso, o jornal nota que Portas falou sobre as relações económicas recentes entre Portugal e a República Popular da China como se estivesse a falar para empresários chineses e não à comunidade portuguesa como um todo que era, afinal, o destinatário do convite endereçado para a recepção.
Alguns portugueses radicados na região expressaram o seu desagrado pelo comportamento do vice-primeiro-ministro: “Todos sabemos como os chineses consideram este tipo de atraso como uma ofensa e uma falta de consideração. É incompreensível esta atitude que basicamente tirou face à nossa comunidade. Uma vergonha! Inenarrável!”, afirmou um empresário português.


2013-11-03

 

Os Governos deviam controlar os bancos mas os bancos é que controlam os governos

São os juros, os juros, os juros. Stupid!
Empenhado em que eu entenda o verdadeiro papel de controlo, hoje em dia, dos governos e das nossas vidas pelos bancos ou, se preferirem, pelo sistema financeiro totalitário, através da dívida pública enviaram-me este vídeo http://www.youtube.com/watch?v=I6fImpY0jjw Diz o académico que o dinheiro deve ser criado pelo banco central controlado pelos governos e não pelos bancos privados que são responsáveis, nos EUA e no RU, pela criação de 97% do dinheiro circulante. Por lá como por cá.
 


Publicado em 10/10/2013
http://www.youtube.com/watch?v=I6fImpY0jjw :
"O governo não pode ser autorizado a contrair empréstimos - nem um cêntimo - nunca mais, de ninguém! Os bancos são empresas e requer-se ás empresas que maximizem os seus lucros. O que isso significa? Isso significa que os bancos NUNCA terão como objetivo o interesse público! É impossível para eles funcionar para o interesse público! Portanto, não podemos dar-lhe o poder do dinheiro."

Palestra completa aqui: http://www.mddvtm.org/detalhes-medida...

"Palestra de Bill Still na conferência do IFSS (Fórum Internacional sobre Sistemas Financeiros) em Istambul, Turquia (2013.09.12).
Bill Still é um ex editor e redactor de jornal. Escreveu para os jornais USA Today, The Saturday Evening Post, the Los Angeles Times Syndicate, OMNI magazine, etc. Escreveu 22 livros e dois vídeos documentários.
Em 1996 produziu o documentário aclamado "The Money Masters / Os Mestres do Dinheiro" (www.themoneymasters.com) que previu os eventos econômicos que estão apenas começando a acontecer. Coordenado pelo economista vencedor do premio novel Milton Friedman este é considerado o trabalho clássico sobre a reforma monetária."

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