2006-08-25
A desumanização da política (5)
"Agora, telefonamos primeiro!"
Israel bombardeia quotidianamente o território palestiniano da Faixa de Gaza. Os media ocidentais acabaram por banalizar este tipo de ocorrências. Nota-se na forma como tratam as notícias, secundarizando-as ou omitindo-as pura e simplesmente. Porém, nos últimos meses -- sobretudo após a última invasão do Líbano -- emergiu um novo aspecto a que já consagrámos um poste (ver “Uma chamada para Omar”). O Serviço de Relações Públicas do Estado Maior Israelita telefona aos residentes, avisando-os de que vai um míssil a caminho.
A RTP-1, inseriu uma informação semelhante no noticiário da hora do almoço. O teor era mais ou menos o mesmo do desta notícia do DD (ver “Nove feridos em dois ataques israelitas na Faixa de Gaza”), que esta tarde já tinha sido remetida para o “arquivo” quotidiano.
Este é um dos aspectos mais perversos da guerra. Acusados de insensibilidade humanitária, as tropas israelitas prosseguem a destruição sistemática de bairros inteiros, avisando, com uma série de telefonemas tão certeiros quanto os obuses, que os mísseis vão a caminho.
Poder-se-ia imaginar algo mais humanitário?
Talvez o envio, em vectores separados, de um cheque-viagem ou de um convite para um chá em Telavive.
É que, apesar da generosidade judaica, as pessoas ficam sem casa. Às vezes, não terão sequer tempo para retirar o recheio.
Um pouco mais de empenhamento psico-social não ficaria mal ao humanitarismo hebraico…
A RTP-1, inseriu uma informação semelhante no noticiário da hora do almoço. O teor era mais ou menos o mesmo do desta notícia do DD (ver “Nove feridos em dois ataques israelitas na Faixa de Gaza”), que esta tarde já tinha sido remetida para o “arquivo” quotidiano.
Este é um dos aspectos mais perversos da guerra. Acusados de insensibilidade humanitária, as tropas israelitas prosseguem a destruição sistemática de bairros inteiros, avisando, com uma série de telefonemas tão certeiros quanto os obuses, que os mísseis vão a caminho.
Poder-se-ia imaginar algo mais humanitário?
Talvez o envio, em vectores separados, de um cheque-viagem ou de um convite para um chá em Telavive.
É que, apesar da generosidade judaica, as pessoas ficam sem casa. Às vezes, não terão sequer tempo para retirar o recheio.
Um pouco mais de empenhamento psico-social não ficaria mal ao humanitarismo hebraico…