Epd Possessorias
Epd Possessorias
Epd Possessorias
Ações Possessórias
Pelo CC, possuidor é quem “tem de fato o exercício de algum dos poderes inerentes
à propriedade”. Ou seja: gozar, reaver, usar, dispor.
Seria a posse realmente uma situação fática? Ou, em algumas oportunidades, seria
um direito?
•Classificações
(i) ação de imissão na posse: busca dar posse a proprietário que nunca a teve (CC,
art. 1.228). Apesar do nome, o fundamento é a propriedade, não a posse. Utilizada
por aquele que possui documento que lhe outorga o direito de ingressar na posse.
TJSP, Súmula 4: É cabível liminar em ação de imissão de posse, mesmo em se tratando
de imóvel objeto de arrematação com base no Decreto-Lei nº 70/66.
(iii) ação de dano infecto: o proprietário (ou possuidor) de um prédio tem direito de
pleitear imposição de multa ou caução ao vizinho, até que uma situação de uso
nocivo (segurança, barulho, odores etc.), que pode causar prejuízo à propriedade
do autor, cesse (CC, art. 1277 a 1281).
- competência: (CPC, art. 47) a proteção possessória deve ser pleiteada no foro
do local da coisa (posição dominante)
- discussão sobre propriedade enquanto pendente discussão possessória: há
vedação legal (CPC, art. 557). Assim, pelo CPC, não se pode pleitear o domínio
enquanto se discute a posse.
A respeito do tema:
PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE
POSSE. CONTRATO DE COMODATO. VALOR DA CAUSA.
1. Por ausência de expressa disposição do CPC acerca da fixação do valor
da causa nas ações possessórias, a jurisprudência desta Corte tem
entendido que ele deve corresponder ao benefício patrimonial pretendido
pelo autor.
2. Embora o contrato de comodato não tenha conteúdo econômico
imediato, o benefício patrimonial pretendido na ação de reintegração
consubstancia-se no valor do aluguel que a autora estaria deixando de
receber enquanto o réu permanece na posse do bem.
3. É razoável a aplicação analógica do disposto no art. 58, III, da Lei de
Locações, para estabelecer o valor da causa na possessória que busca a
posse por rompimento do contrato de comodato.
4. Recurso especial parcialmente provido.
(REsp 1230839/MG, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA,
julgado em 19/03/2013, DJe 26/03/2013)
•Ações possessórias em espécie:
- possíveis moléstias à posse:
(i) esbulho: violação máxima – perda da posse pelo autor (inclusive
em caso de posse precária – comodatário que deixa de sair do
imóvel, mesmo após notificação, CC, art. 582)
(ii) turbação: violação média – há obstáculo à plenitude do exercício
dos poderes do domínio, mas autor não foi despojado da posse
(iii) ameaça: violação mínima – justo receio de que venha a ocorrer
esbulho ou turbação
1) inicial – autor deve demonstrar que (CPC, arts. 567 e 568 c/c art. 561):
(i) é possuidor;
(ii) que há justo receio de que haja moléstia à sua posse (seja de turbação
ou de esbulho)
(iii) pedido de fixação de pena pecuniária caso o réu transgrida o preceito
- como ainda não houve moléstia à posse, não se fala em posse nova ou
velha
Divergência doutrinária.