Direito Real I

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Aula 01 Direitos Reais

Direito das Coisas


Conceito
Maria Helena Diniz: Conjunto de normas que
regem as relaes jurdicas concernentes aos
bens materiais e imateriais suscetveis de
apropriao pelo homem. apropriao pelo homem.
Carlos Roberto Gonalves: poder jurdico
direto e imediato, do titular sobre a coisa, com
exclusividade e contra todos.
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Limongi Frana: o direito absoluto
(erga omnes), que, tendo por objeto uma
coisa corprea a submete juridicamente
de modo direto ao respectivo sujeito,
para o fim de sua utilizao e disposio, para o fim de sua utilizao e disposio,
de maneira ampla (propriedade),
desmembrada (direitos de uso e gozo da
coisa alheia) ou subordinada a alguma
prestao creditcia (limitaes de
garantia).
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Direitos Reais e Direitos Pessoais
a) Teoria personalssima: direito real uma
obrigao passiva universal. Direito real
absoluto e o pessoal relativo (Windscheid,
Ferrara, Planiol)
b) Teoria clssica ou realista (adotada no Brasil) b) Teoria clssica ou realista (adotada no Brasil)
- Os direitos reais possuem trs elementos:
Sujeito ativo
coisa
Domnio (poder do sujeito sobre a coisa)
(De Page, Mazeaud)
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c)Teoria monista objetivista ou impersonalista:
Procura a despersonalizao do direito,
transformando o direito das obrigaes em
um direito real sobre a respectiva prestao,
com excluso do devedor. No faz distino
entre direito real e obrigacional. entre direito real e obrigacional.
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Distino entre Direitos Reais e Pessoais
- Quanto ao sujeito de direito
- Quanto ao
- Quanto ao objeto
- Em relao ao limite - Em relao ao limite
- Quanto ao abandono
- Quanto seqela
- Quanto usucapio
- Quanto extino
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Caractersticas dos Direitos Reais
1- Oponibilidade erga omnes
2- Taxatividade e tipicidade
3- Seqela
4- Preferncia do titular
5- Publicidade ou visibilidade
6-Perpetuidade*
7- Suscetveis de Posse
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Classificao dos Direitos Reais
- Direito real sobre coisa prpria: Propriedade
Direitos reais sobre coisa alheia: - Direitos reais sobre coisa alheia:
a) fruio ou gozo: superfcie, servido,
usufruto, uso, habitao, concesso de uso
especial para fins de moradia, concesso de
direito real de uso e enfiteuse*;
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b) garantia: penhor, hipoteca, anticrese e
alienao fiduciria;
c) de aquisio: direito do promitente
comprador de imvel
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POSSE
CONCEITO:
Principais teorias sobre a posse: Principais teorias sobre a posse:
A) Teoria de Savigny - Subjetiva
B) Teoria de Ihering - Objetiva
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POSSE
A) Teoria Subjetiva:
Para Savigny o corpus, ou elemento material,
da posse caracteriza-se como a faculdade real
e imediata de dispor fisicamente da coisa e de e imediata de dispor fisicamente da coisa e de
defend-la das agresses. No a coisa em si,
mas o poder fsico da pessoa sobre a coisa.
J o animus, ou elemento psquico, consiste
na inteno de ter a coisa como sua.
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POSSE
B) Teoria Ojetiva:
Para Ihering o corpus, a relao exterior
entre o proprietrio e a coisa, a aparncia de
propriedade. O elemento material da posse a propriedade. O elemento material da posse a
conduta externa da pessoa que se apresenta
numa relao semelhante ao procedimento
normal do proprietrio. No h necessidade
que exera o poder fsico sobre a coisa.
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POSSE
Na teoria objetiva e Ihering, o elemento
psquico, animus, no consiste na inteno de
ser dono, mas na vontade de proceder como
procede habitualmente o proprietrio. procede habitualmente o proprietrio.
Denomina-se objetivo pois dispensa a inteno.
Para Ihering, posse a exteriorizao da
propriedade, a visibilidade do domnio. a
teoria adotada pelo nosso ordenamento.
*Destinao econmica da coisa
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POSSE E DETENO
- Distino:
Detentor (fmulo da posse) aquele que
conserva a posse em nome de outrem ou conserva a posse em nome de outrem ou
em cumprimento de ordens ou
determinaes daquele em cuja
dependncia se encontre (art. 1.198, CC
2002)
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POSSE E DETENO
- Tambm no induzem posse os atos de
mera permisso ou tolerncia (art. 1.208 mera permisso ou tolerncia (art. 1.208
CC 2002)
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POSSE E DETENO
Questes controvertidas acerca da distino
entre posse e deteno:
1) Legitimao passiva para ao 1) Legitimao passiva para ao
reinvindicatria (art. 1.228 CC 2002).
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POSSE E DETENO
2) A segunda parte do art. 1.208:
a) Dualidade de configuraes em face do a) Dualidade de configuraes em face do
precedente possuidor e da comunidade;
b) Violncia contra o verdadeiro possuidor,
quando agia em nome alheio relatividade dos
vcios.
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POSSE E DETENO
Aspectos caractersticos da deteno
A) Hiptese do art. 1.198: deteno A) Hiptese do art. 1.198: deteno
desinteressada
B) Hiptese do art. 1.208: deteno
interessada
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JURISPRUDNCIA DO STJ
Ementa
Bem pblico. Ocupao indevida. Direito de
reteno por benfeitorias. Precedentes da Corte.
1. Configurada a ocupao indevida de bem pblico, 1. Configurada a ocupao indevida de bem pblico,
no h falar em posse, mas em mera deteno, de
natureza precria, o que afasta o direito de reteno
por benfeitorias. 2. Recurso especial conhecido e
provido.(REsp 699374 / DF, 3. T., Rel. Min. Carlos
Alberto Menezes Direito, v.u., j. 22.03.07)
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EMBARGOS DE TERCEIRO - MANDADO DE
REINTEGRAO DE POSSE - OCUPAO IRREGULAR DE
REA PBLICA - INEXISTNCIA DE POSSE - DIREITO DE
RETENO NO CONFIGURADO. 1. Posse o direito
reconhecido a quem se comporta como proprietrio. Posse e
propriedade, portanto, so institutos que caminham juntos, no
havendo de ser reconhecer a posse a quem, por proibio havendo de ser reconhecer a posse a quem, por proibio
legal, no possa ser proprietrio ou no possa gozar de
qualquer dos poderes inerentes propriedade. 2. A ocupao
de rea pblica, quando irregular, no pode ser reconhecida
como posse, mas como mera deteno. 3. Se o direito de
reteno depende da configurao da posse, no se pode, ante
a considerao da inexistncia desta, admitir o surgimento
daquele direito advindo da necessidade de se indenizar as
benfeitorias teis e necessrias, e assim impedir o cumprimento
da medida imposta no interdito proibitrio. 4. Recurso provido.
(REsp 556721/DF, 2. T., Rel. Min. Eliana Calmon, v.u., j.
15.09.2005)
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POSSE
- Razo de proteo: assegurar a paz
social; tutela de uma situao de fato.
- VENOSA: necessidade de o Direito - VENOSA: necessidade de o Direito
Tutelar tutelar estados de aparncia,
porque se busca a adequao social.
Mas devem ser tutelados os estados de
aparncia juridicamente relevantes
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Cdigo Civil Brasileiro: Adota a teoria de Ihering.
Art. 1196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de
fato o exerccio, pleno ou no, de algum dos poderes
inerentes propriedade. inerentes propriedade.
Enunciado Aprovado na III Jornada de Direito Civil do -
CEJ da CJF : Enunciado n 236: - Considera-se possuidor,
para todos os efeitos legais, tambm a coletividade
desprovida de personalidade jurdica.
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Objeto da posse:
- Para a maior parte da doutrina: bens
corpreos.
Arnold Wald: tudo aquilo que puder ser
apropriado e exteriormente demonstrado. apropriado e exteriormente demonstrado.
Maria Helena Diniz: Coisas corpreas (a exceo
dos bens fora do comrcio), coisas acessrias,
coisas coletivas, direitos reais de fruio,
direitos reais de garantia e direitos pessoais
patrimoniais ou de crdito.
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Natureza Jurdica da Posse
- A posse um fato, um direito ou um fato e um
direito? direito?
Para a maior parte de nossos civilistas um
DIREITO. Mas h divergncias quanto a ser
real ou pessoal, entendendo-se, porm, que
um direito real.

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