3 e 4. AÇÕES POSSESSÓRIAS

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3 e 4. AÇÕES POSSESSÓRIAS - Arts.

554 a 568 CPC

Conceito – “É o exercício, de fato, dos poderes constitutivos do


domínio, ou propriedade, ou de algum deles
somente.” (Clóvis Bevilacqua)

Art. 1.210 Código Civil – O possuidor tem direito a


ser mantido na posse, em caso de turbação,
restituído no de esbulho, e segurado de violência
iminente, se tiver justo receio de ser molestado.

Requisitos da Tutela Possessória

Posse justa – Somente posse justa desfruta de proteção das ações


possessórias.

Art. 1200 do Código Civil – É justa a posse que não for violenta,
clandestina ou precária.

A contrario sensu é injusta a posse obtida por meio de violência,


clandestinidade ou precariedade.

Violência – pode ser física ou moral


Clandestina – é a que se adquire às ocultas. O possuidor a obtém
usando de artifícios para iludir o que tem a posse, ou agindo às
escondidas.
Precária – é a que se origina do abuso de confiança (ex. aluguel,
empréstimo). O vício da precariedade macula a posse, não
permitindo que ela gere efeitos jurídicos.
AS AÇÕES POSSESSÓRIAS

O CPC regula as ações possessórias típicas.


São elas: manutenção de posse, reintegração de posse e interdito
proibitório.
A existência de três interditos possessórios diferentes decorre da
necessidade de adequar as providências judiciais de tutela
possessória à diferentes hipóteses de violação da posse.

Manutenção de Posse – destina-se a proteger o possuidor contra


atos de turbação de sua posse. Seu objetivo é fazer cessar o ato do
turbador, que molesta o exercício da posse, sem contudo, eliminar
a sua posse.

Reintegração de Posse – tem o objetivo de restituir o possuidor na


posse, em caso de esbulho.
A perda total da posse pode decorrer de:
 violência sobre a coisa, de modo a tirá-la do poder de
quem a possuía até então;
 Constrangimento suportado pelo possuidor, diante de
fundado temor de violência iminente;
 Ato clandestino ou de abuso de confiança;

Interdito Proibitório – é uma proteção possessória preventiva, em


que o possuidor é conservado na posse que detém e é assegurado
contra moléstia apenas ameaçada;
Esbulho – é a tomada da posse com a exclusão total da posse do
possuidor anterior;

Turbação – é a violação da posse sem que se exclua totalmente a


posse do possuidor anterior;

Como nem sempre se identifica com segurança se a hipótese é de


turbação ou esbulho, o legislador no CPC adotou a fungibilidade
das ações possessórias.

Competência

- se for sobre bens móveis, foro do domicílio do réu (art. 46


CPC);

- se for sobre bem imóvel, foro da situação da coisa litigiosa (art.


47, § 2º);

- se o imóvel se estender por mais de um Estado,


comarca, seção ou subsecção judiciária, aplica-se a
prevenção (art. 60 CPC);

- a competência no caso de bem imóvel é absoluta (art.


47, § 2º).
Legitimação Ativa

Quem tem de fato o exercício de algum dos poderes do domínio é,


juridicamente possuidor e, como tal, tem legitimidade para propor
ação possessória sempre que temer ou sofrer moléstia em sua
posse.
Arts. 1196 e 1210 Código Civil

Art. 1.196 – Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o


exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à
propriedade.

Art. 1.210 - o possuidor tem direito a ser mantido na posse em


caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de
violência iminente, se tiver receio de ser molestado.

Legitimação Passiva

Réu na ação possessória é o agente do ato representativo da


moléstia à posse do Autor.
Há que se distinguir o empregado que eventualmente cumpre
ordens do patrão.
Petição inicial

Além dos requisitos do art. 319 do CPC, comuns a toda e


qualquer petição inicial, a petição inicial da ação possessória
deverá observar o art. 561 do CPC e indicar:

I – a posse do Autor, sua duração e seu objeto;


II – a turbação, esbulho ou ameaça imputados ao Réu; (568 tb)
III –a data da turbação ou esbulho;
IV – a continuação da posse, embora turbada ou ameaçada, nos
casos de manutenção ou interdito proibitório, ou a perda da posse
no caso de reintegração;

Procedimento: ações de força nova e força velha

O rito pode variar nas ações possessórias, conforme sejam


ajuizados dentro de ano e dia da turbação ou esbulho.
Para a ação de força nova o procedimento é especial.
Para a de força velha observa-se o rito comum.

- força nova – dentro de ano e dia


- força velha – após ano e dia
Art. 558 CPC

Invasões coletivas de imóvel

- observa para a citação §§ 1º e 2º, do art. 554, do CPC


- incidente especial art. 565 CPC – prevê distinção para as ações
de força velha.

Medida liminar possessória

O que se apura nas ações possessórias é a posse (iuspossessionis)


e não o direito à posse (iuspossidendi).

Liminar – art. 562 – ou justificação

Na força nova a liminar independe da comprovação do perigo de


dano. Ocorre como na tutela da evidência (art. 311 CPC).

Na força velha terá de observar os requisitos da antecipação da


tutela (art. 300 CPC).
Decisão sobre a liminar

Decisão interlocutória que desafia o recurso de agravo de


instrumento (art. 1015, I).
Não é critério exclusivo do juiz. Deve fundamentar a decisão nos
termos da lei.

Natureza dúplice das ações possessórias

Art. 556 CPC. O Réu pode deduzir pedido na contestação


alegando que a sua posse é que foi ofendida, demandando contra
o Autor a proteção possessória. Não precisa de reconvenção.

Natureza do procedimento

O procedimento das ações possessórias tem natureza


predominantemente executiva.

Cumulação de pedidos

O pedido efetivamente possessório é o do mandado de


reintegração, de manutenção ou de proibição contra o que agride
ou ameaça agredir a posse do Autor.

Haverá, necessariamente, um desses pedidos.


Pode, entretanto, haver cumulação de pedido, nos termos do art.
555 do CPC.

Interdito proibitório

Tem natureza preventiva.


Se ocorrer a consumação do dano temido a ação transforma-se em
reintegração ou manutenção.
A ação é sempre de força nova.

Embargos de terceiro

A doutrina e a jurisprudência dominante admitem os embargos de


terceiro na fase de execução de mandado de reintegração de
posse.

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