Aula Microbiota, Estreptococos e Estafilococos - 2
Aula Microbiota, Estreptococos e Estafilococos - 2
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MICROBIOTA, ESTREPTOCOCOS
E ESTAFILOCOCOS
SERRA TALHADA
Microbiota ou flora normal do corpo humano
Pele.
A microbiota cutânea se distribui por toda extensão da pele.
Predominam na pele bactérias dos gêneros Staphylococcus (90%),
as bactérias do gênero Corynebacterium também são bastante
freqüentes na pele;
A Propionibacterium acnes é encontrada em associação com a
atividade secretora da glândulas sebáceas e, por esta razão, não é
encontrada na pele de crianças com menos de 10 anos de idade;
Uretra anterior.
Contém quantidade variável de bactérias, representadas por
Staphylococcus epidermidis, Streptococcus Faecalis e às vezes
Escherichia coli.
Conjuntiva.
Pode ser estéril ou estar colonizada por Staphylococcus.
Microbiota ou flora normal do corpo humano
Intestino.
Estômago e duodeno: Lactobacillus e Streptococcus;
Jejuno e ílio: Lactobacillus, Enterobacteriaceae,
Streptococcus;
Cólon: Clostridium, Pseudomonas, Streptococcus,
Lactobacillus, Staphylococcus.
Microbiota ou flora normal do corpo humano
Efeitos benéficos dos componentes da flora.
Probióticos.
São microorganismos vivos que, ingeridos em determinadas
quantidades, exercem efeitos benéficos, como o equilíbrio da flora
intestinal e nutritivo.
Prebióticos.
São derivados de carboidratos que ocorrem naturalmente no trigo,
cebola, alho e em outros vegetais. Chegam intactas ao intestino
grosso onde promovem a seleção de espécies bacterianas benéficas
para o homem.
STREPTOCOCCUS
Introdução.
Os Streptococcus compreendem os cocos Gram-positivos de maior
importância na medicina humana. A maioria é inofensivo sendo
integrantes da flora normal (vias aéreas, trato intestinal);
Com a técnica de Gram apresenta coloração roxa (Gram-positivo);
São imoveis já que não possuem órgão de locomoção;
Todos os componentes são anaeróbios facultativos, podendo viver
livremente na ausência de oxigênio;
Seu metabolismo é fermentativo, tendo ácido lático como produto
final.
STREPTOCOCCUS
Classificação.
São classificados de acordo em características hemolíticas e
antigênicas.
De acordo com sua capacidade de provocar lise em eritrócitos são
classificados como beta-hemolíticos (quando causam a lise total das
hemácias) ou não-beta-hemolíticos. Os não-beta-hemolíticos são
subdivididos em alfa-hemolíticos (causam a lise parcial das
hemácias) e gama ou não hemolíticos.
A classificação em grupos sorológicos baseia-se nas características
antigênicas de um polissacarídeo de composição variável, chamado
carboidratos C. tomando por base este polissacarídeo o
Streptococcus são divididos em vinte grupos (A, B, C, D...).
Os Streptococcus de importância médica são divididos em:
streptococcus beta-hemolíticos (Streptococcus pyogenes),
pneumococos, Streptococcus do grupo D e Streptococcus Viridans.
STREPTOCOCCUS PYOGENES
Introdução.
Esta espécie é também conhecida como Streptococcus do grupo A,
sendo o principal representante dos Streptococcus beta-hemolítico.
Atuando como importante agente etiológico de uma série de
manifestações clínicas, entre as quais predomina a orofaringite,
febre reumática e glomerulonefrite.
STREPTOCOCCUS PYOGENES
Fatores de virulência.
Fímbria: possibilita a fixação da bactéria à mucosa
faringoamigdalina;
Cápsula: confere resistência a fagocitose;
Peptidioglicano: é tóxico para células;
Estreptolisina S: é responsável por parte das mortes de hemácias e
leucócitos que fagocita o S. pyogenes;
STREPTOCOCCUS PYOGENES
Patogênese.
A maioria das infecções causadas por S. pyogenes tem início nas
vias aéreas superiores (faringe) ou na pele. Nas infecções da
faringe, o estreptococos é, de modo geral, transmitido por meio de
aerossóis, e a primeira etapa da infecção consiste em sua adesão ao
epitélio da mucosa.
STREPTOCOCCUS PYOGENES
Doenças.
Faringite Estreptocócica.
O S. pyogenes é responsável por mais de 90% das
faringoamigdalites bacterianas. A doença é caracterizada por um
curto período de incubação (2 a 3 dias), febre alta (39 a 40º),
calafrios, dor de cabeça e vômitos. Frequentemente as tonsilas
ficam avermelhadas e os nódulos linfáticos cervicais aumentados.
Duas fases caracterizam o estabelecimento da infecção.
1. A aderência dos microorganismos.
2. Ocorre espalhamento da infecção.
STREPTOCOCCUS PYOGENES
STREPTOCOCCUS PYOGENES
Impetigo.
Inicia como uma vesícula que progride rapidamente para uma lesão
recoberta por crosta espessa. O impetigo ocorre com muita
freqüência em crianças no verão, sendo de localização
preferencialmente fácil, más pode espalhar por varias áreas do
corpo, sem apresentar manifestações gerais.
STREPTOCOCCUS PYOGENES
Erisipela.
É uma infecção aguda de pele envolvendo a mucosa adjacentes
algumas vezes. Os locais mais frequentemente comprometidos são
a perna e a face. A lesão é dolorosa de coloração vermelha intensa,
aparência lisa e brilhante e forma e extensão variáveis. Pode ocorrer
formação de bolhas volumosas com conteúdo não-purulento
podendo evoluir para ulceração superficial. A duração natural do
processo é de alguns dias. Já no paciente idoso a erisipela pode ser
acompanhada de bacteremia.
STREPTOCOCCUS PYOGENES
STREPTOCOCCUS PYOGENES
Febre reumática.
Caracteriza-se por lesões inflamatórias não supurativas envolvendo
coração, articulações, tecidos celular subcutâneo e sistema nervoso
central. Evidências sugerem que a febre reumática é uma doença
imunológica sendo que infecções estreptocócicas não tratadas são
seguidas de febre reumática em até 3% dos casos.
Glomerulonefrite.
Pode aparecer depois da faringoamigdalite. Trata-se também de
uma doença de natureza imunológica.
STREPTOCOCCUS PYOGENES
Tratamento.
O antibiótico de escolha é a penicilina, na dose única de 300.000 a
600.000 U para crianças até 27kg, crianças maiores 900.000 U e
adultos 1200.000 U.
Em caso de alergia à penicilina recomenda-se usar eritromicina,
adultos: 250 mg a cada 6 horas ou 500 mg a cada 12 horas,
durante 7 a 10 dias. Crianças: de 35 a 50 mg/kg de peso corpóreo
diários em doses divididas em intervalos de 6 horas, durante 7 a 10
dias.
Profilaxia.
A profilaxia da erisipela, febre reumática e glomerulonefrite aguda
em pacientes que tiveram erisipela pela primeira vez é o uso da
penicilina benzantina 1.200.000 U mensalmente durante cinco anos.
STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE
Introdução.
É referido frequentemente como pneumococo, sendo um coco
Gram-positivo que se apresenta aos pares ou em pequenas cadeias.
Como as demais da espécie o S. pneumoniae é anaeróbio
facultativo.
Embora encontrado nas vias aéreas superiores de grande número
de indivíduos normais, o pneumococo é um dos patógenos mais
importantes, em particular para crianças e indivíduos idosos.
STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE
Fatores de virulência.
Cápsula: é seu principal fator de virulência pela grande capacidade
antifagocitária;
Adesina: serve para fixar a bactéria a receptores existentes na
células epiteliais dos aparelhos respiratórios e auditivo;
IgA 1 protease: enzima produzida pelos penumococos capaz de
degradar imunoglobulinas que fazem parte de um importante
mecanismo de defesa do hospedeiro.
STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE
Patogênese.
A infecção pneumocócica começa com a colonização da nasofaringe
pelo pneumococo. A partir da região colonizada, o pneumococo
pode alcançar o ouvido médio por meio da tropa de Eustachio e os
pulmões através dos brônquios.
STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE
Doenças.
Pneumonia.
É uma infecção aguda que afeta os lóbulos inferiores dos pulmões,
é mais freqüente na criança e no idoso. A pneumonia ocorre quando
o pneumococo sobrevive à fagocitose dos macrófagos pulmonares,
prolifera nos alvéolos, sofre autólise e libera as substâncias que
provocam inflamação.
Meningite.
O pneumococo é um dos agentes mais comum de meningite
purulenta, tanto na criança como no adulto. Pode resultar de
bacteremias primárias, mas, muitas vezes, se instala em associação
com otites, sinusites e pneumonias.
STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE
Bacteremia.
Ocorre em aproximadamente 25% dos casos de pneumonia e em
80% dos casos de meningites pneumocócica.