Aula Microbiota, Estreptococos e Estafilococos - 2

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ETE – Clovis Nogueira Alves

MICROBIOTA, ESTREPTOCOCOS
E ESTAFILOCOCOS

PROFESSOR RAFAEL QUESADO VIDAL


ENFERMEIRO

Curso Técnico de Enfermagem

SERRA TALHADA
Microbiota ou flora normal do corpo humano
 Pele.
 A microbiota cutânea se distribui por toda extensão da pele.
Predominam na pele bactérias dos gêneros Staphylococcus (90%),
as bactérias do gênero Corynebacterium também são bastante
freqüentes na pele;
 A Propionibacterium acnes é encontrada em associação com a
atividade secretora da glândulas sebáceas e, por esta razão, não é
encontrada na pele de crianças com menos de 10 anos de idade;

 Cavidade oral e vias aéreas superiores.


 A microbiota da cavidade oral é bastante grande e diversificada,
participando o Staphylococcus, Streptococcus, Neisseria,
Mycoplasma e outros;
 Nas fossa nasais predominam o Staphylococcus;
Microbiota ou flora normal do corpo humano
 Vagina.
 A microbiota vaginal varia com pH e secreção hormonal, havendo
predomínio por toda a vida de Lactobacillus. Assim em pH ácido (5)
há predominio dos Lactobacillus e em pH neutro há a superposição
de outras bactérias como Staphylococcus e Escherichia.

 Uretra anterior.
 Contém quantidade variável de bactérias, representadas por
Staphylococcus epidermidis, Streptococcus Faecalis e às vezes
Escherichia coli.

 Conjuntiva.
 Pode ser estéril ou estar colonizada por Staphylococcus.
Microbiota ou flora normal do corpo humano
 Intestino.
 Estômago e duodeno: Lactobacillus e Streptococcus;
 Jejuno e ílio: Lactobacillus, Enterobacteriaceae,
Streptococcus;
 Cólon: Clostridium, Pseudomonas, Streptococcus,
Lactobacillus, Staphylococcus.
Microbiota ou flora normal do corpo humano
 Efeitos benéficos dos componentes da flora.
 Probióticos.
 São microorganismos vivos que, ingeridos em determinadas
quantidades, exercem efeitos benéficos, como o equilíbrio da flora
intestinal e nutritivo.

 Prebióticos.
 São derivados de carboidratos que ocorrem naturalmente no trigo,
cebola, alho e em outros vegetais. Chegam intactas ao intestino
grosso onde promovem a seleção de espécies bacterianas benéficas
para o homem.
STREPTOCOCCUS
 Introdução.
 Os Streptococcus compreendem os cocos Gram-positivos de maior
importância na medicina humana. A maioria é inofensivo sendo
integrantes da flora normal (vias aéreas, trato intestinal);
 Com a técnica de Gram apresenta coloração roxa (Gram-positivo);
 São imoveis já que não possuem órgão de locomoção;
 Todos os componentes são anaeróbios facultativos, podendo viver
livremente na ausência de oxigênio;
 Seu metabolismo é fermentativo, tendo ácido lático como produto
final.
STREPTOCOCCUS
 Classificação.
 São classificados de acordo em características hemolíticas e
antigênicas.
 De acordo com sua capacidade de provocar lise em eritrócitos são
classificados como beta-hemolíticos (quando causam a lise total das
hemácias) ou não-beta-hemolíticos. Os não-beta-hemolíticos são
subdivididos em alfa-hemolíticos (causam a lise parcial das
hemácias) e gama ou não hemolíticos.
 A classificação em grupos sorológicos baseia-se nas características
antigênicas de um polissacarídeo de composição variável, chamado
carboidratos C. tomando por base este polissacarídeo o
Streptococcus são divididos em vinte grupos (A, B, C, D...).
 Os Streptococcus de importância médica são divididos em:
streptococcus beta-hemolíticos (Streptococcus pyogenes),
pneumococos, Streptococcus do grupo D e Streptococcus Viridans.
STREPTOCOCCUS PYOGENES
 Introdução.
 Esta espécie é também conhecida como Streptococcus do grupo A,
sendo o principal representante dos Streptococcus beta-hemolítico.
Atuando como importante agente etiológico de uma série de
manifestações clínicas, entre as quais predomina a orofaringite,
febre reumática e glomerulonefrite.
STREPTOCOCCUS PYOGENES
 Fatores de virulência.
 Fímbria: possibilita a fixação da bactéria à mucosa
faringoamigdalina;
 Cápsula: confere resistência a fagocitose;
 Peptidioglicano: é tóxico para células;
 Estreptolisina S: é responsável por parte das mortes de hemácias e
leucócitos que fagocita o S. pyogenes;
STREPTOCOCCUS PYOGENES
 Patogênese.
 A maioria das infecções causadas por S. pyogenes tem início nas
vias aéreas superiores (faringe) ou na pele. Nas infecções da
faringe, o estreptococos é, de modo geral, transmitido por meio de
aerossóis, e a primeira etapa da infecção consiste em sua adesão ao
epitélio da mucosa.
STREPTOCOCCUS PYOGENES
 Doenças.
 Faringite Estreptocócica.
 O S. pyogenes é responsável por mais de 90% das
faringoamigdalites bacterianas. A doença é caracterizada por um
curto período de incubação (2 a 3 dias), febre alta (39 a 40º),
calafrios, dor de cabeça e vômitos. Frequentemente as tonsilas
ficam avermelhadas e os nódulos linfáticos cervicais aumentados.
 Duas fases caracterizam o estabelecimento da infecção.
1. A aderência dos microorganismos.
2. Ocorre espalhamento da infecção.
STREPTOCOCCUS PYOGENES
STREPTOCOCCUS PYOGENES
 Impetigo.
 Inicia como uma vesícula que progride rapidamente para uma lesão
recoberta por crosta espessa. O impetigo ocorre com muita
freqüência em crianças no verão, sendo de localização
preferencialmente fácil, más pode espalhar por varias áreas do
corpo, sem apresentar manifestações gerais.
STREPTOCOCCUS PYOGENES
 Erisipela.
 É uma infecção aguda de pele envolvendo a mucosa adjacentes
algumas vezes. Os locais mais frequentemente comprometidos são
a perna e a face. A lesão é dolorosa de coloração vermelha intensa,
aparência lisa e brilhante e forma e extensão variáveis. Pode ocorrer
formação de bolhas volumosas com conteúdo não-purulento
podendo evoluir para ulceração superficial. A duração natural do
processo é de alguns dias. Já no paciente idoso a erisipela pode ser
acompanhada de bacteremia.
STREPTOCOCCUS PYOGENES
STREPTOCOCCUS PYOGENES
 Febre reumática.
 Caracteriza-se por lesões inflamatórias não supurativas envolvendo
coração, articulações, tecidos celular subcutâneo e sistema nervoso
central. Evidências sugerem que a febre reumática é uma doença
imunológica sendo que infecções estreptocócicas não tratadas são
seguidas de febre reumática em até 3% dos casos.

 Glomerulonefrite.
 Pode aparecer depois da faringoamigdalite. Trata-se também de
uma doença de natureza imunológica.
STREPTOCOCCUS PYOGENES
 Tratamento.
 O antibiótico de escolha é a penicilina, na dose única de 300.000 a
600.000 U para crianças até 27kg, crianças maiores 900.000 U e
adultos 1200.000 U.
 Em caso de alergia à penicilina recomenda-se usar eritromicina,
adultos: 250 mg a cada 6 horas ou 500 mg a cada 12 horas,
durante 7 a 10 dias. Crianças: de 35 a 50 mg/kg de peso corpóreo
diários em doses divididas em intervalos de 6 horas, durante 7 a 10
dias.

 Profilaxia.
 A profilaxia da erisipela, febre reumática e glomerulonefrite aguda
em pacientes que tiveram erisipela pela primeira vez é o uso da
penicilina benzantina 1.200.000 U mensalmente durante cinco anos.
STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE
 Introdução.
 É referido frequentemente como pneumococo, sendo um coco
Gram-positivo que se apresenta aos pares ou em pequenas cadeias.
Como as demais da espécie o S. pneumoniae é anaeróbio
facultativo.
 Embora encontrado nas vias aéreas superiores de grande número
de indivíduos normais, o pneumococo é um dos patógenos mais
importantes, em particular para crianças e indivíduos idosos.
STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE
 Fatores de virulência.
 Cápsula: é seu principal fator de virulência pela grande capacidade
antifagocitária;
 Adesina: serve para fixar a bactéria a receptores existentes na
células epiteliais dos aparelhos respiratórios e auditivo;
 IgA 1 protease: enzima produzida pelos penumococos capaz de
degradar imunoglobulinas que fazem parte de um importante
mecanismo de defesa do hospedeiro.
STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE
 Patogênese.
 A infecção pneumocócica começa com a colonização da nasofaringe
pelo pneumococo. A partir da região colonizada, o pneumococo
pode alcançar o ouvido médio por meio da tropa de Eustachio e os
pulmões através dos brônquios.
STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE
 Doenças.
 Pneumonia.
 É uma infecção aguda que afeta os lóbulos inferiores dos pulmões,
é mais freqüente na criança e no idoso. A pneumonia ocorre quando
o pneumococo sobrevive à fagocitose dos macrófagos pulmonares,
prolifera nos alvéolos, sofre autólise e libera as substâncias que
provocam inflamação.

 Meningite.
 O pneumococo é um dos agentes mais comum de meningite
purulenta, tanto na criança como no adulto. Pode resultar de
bacteremias primárias, mas, muitas vezes, se instala em associação
com otites, sinusites e pneumonias.
STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE
 Bacteremia.
 Ocorre em aproximadamente 25% dos casos de pneumonia e em
80% dos casos de meningites pneumocócica.

 Otite, sinusite e mastoidite.


 São geralmente infecções secundárias a alterações funcionais no
ouvido médio e seios, sendo causados por pneumococos
normalmente presentes nas vias aéreas superiores.
STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE
 Tratamento.
 O antibiótico de escolha é a penicilina G, na dose única de 300.000
a 600.000 U para crianças até 27kg, crianças maiores 900.000 U e
adultos 1200.000 U.
 Em caso de alergia à penicilina, recomenda-se usar eritromicina,
adultos: 250 mg a cada 6 horas ou 500 mg a cada 12 horas,
durante 7 a 10 dias. Crianças: de 35 a 50 mg/kg de peso corpóreo
diários em doses divididas em intervalos de 6 horas, durante 7 a 10
dias.
STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE
 Vacinação.
 Vacina anti-pneumocócica.
 Quem deve ser prioritariamente vacinado?
1. Pessoas com mais de 60 anos, principalmente se residirem em
asilos ou casas de apoio à idosos.
2. Pessoas com mais de 2 anos que apresentem condições que
predisponham (direta ou indiretamente) às infecções
pneumocócicas recorrentes, particularmente às formas graves,
como: Deficiência de imunoglobulinas, Neoplasias malígnas,
AIDS, Insuficiência cardíaca, renal ou hepática.
 Quantas doses são necessárias para imunização?
1. Uma dose, para a maioria das pessoas. Uma segunda dose está
indicada apenas em pessoas com imunodeficiência, que têm
um risco muito alto de doença grave por S. pneumoniae. Esta
segunda dose deve ser administrada cinco anos após a primeira.
STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE

 Hoje em dia já está disponível no calendário de


vacinação a vacina pneumocócica 10 para ser
administrada em crianças aos 2, 4, 6 mês de vida, com
reforço aos 12 meses de idade.
STREPTOCOCCUS DO GRUPO D
 Os estreptococos possuidores do grupo D eram, antigamente,
divididos em duas categorias: os enterococos e os não enterococos.
Atualmente em termo de importância médica representados pelo
Streptococcus bovis que são encontrados normalmente no trato
gastrointestinal. Existe uma tendência de se encontrar o S. bovis
associado ao câncer de intestino grosso.
STREPTOCOCCUS VIRIDANS
 Entre suas principais características destaca-se: em geral são alfas-
hemolíticos, não possuem antígenos dos grupos B e D.
 Entre as principais espécies temos: Streptococcus mutans,
Streptococcus sanguis, Streptococcus salivarius dentre outros.
 A maioria dessas espécies faz parte da flora normal das vias aéreas
superiores, em particular, dos diferentes nichos ecológicos da
cavidade oral. Como agentes etiológicos são associados à
bacteremia, endocardite, abscessos, infecções do trato
genitourinário e infecções de feridas.
 As espécies Streptococcus sanguis e mutans tem papel na formação
de placa dental devido a sua capacidade de sintetizar glicanas a
partir de carboidratos.
STAPHYLOCOCCUS
 Introdução.
 São chamados assim por apresentar a forma de “cacho de uvas”.
São imóveis, aeróbios ou anaeróbios facultativos.
 Estão presente na pele e nas membranas mucosas dos seres
humanos. Atualmente o gênero apresenta 32 espécies com
potencial para causar infecções cutâneas, de tecidos moles, ossos e
das vias urinárias, e infecções oportunistas.
 Pode ser transmitido de pessoa a pessoa pelas mãos, através de
infecções cutâneas abertas, pela secreção nasal e orofaríngea e
eventualmente por formites (roupas de cama, tolha etc).
STPHYLOCOCCUS
STAPHYLOCOCCUS
 Fatores de virulência.
 Peptidoglicano: dificulta a fagocitose;
 Cápsula: dificulta a fagocitose;
 Adesinas: responsável pela ligação da bactéria a mucosa nasal;
 Diversas enzimas (protease, lipase e hialuronidase): podem
funcionar impedindo a ação dos neutrófilos e inativando a penicilina.
STAPHYLOCOCCUS
 Doenças.
 foliculite: infecção do folículo piloso, formando pústulas e
crostas na face, glúteo e coxas. Tem tendência a cronicidade.
 Furunculose ou antraz: infecção do folículo piloso e sua
glândula sebácea, único ou múltiplos, com nódulo doloroso e
pústula, formando o carbúnculo.
 Terçol: infecção da glândula pilossebácea da pálpebra anexa ao
cílio, com formação de microabscesso, doloroso e endurecido.
STAPHYLOCOCCUS
STAPHYLOCOCCUS
 Intoxicação alimentar por Staphylococcus.
 Doença alimentar mais comum, causada pela toxina bacteriana. O
alimento contaminado não tem aparência estragado. Após a
ingestão, o início da doença é rápido. Dura geralmente menos de 24
horas, causando vômitos intensos, diarréia, dor abdominal ou
náuseas, podendo ocorrer desidratação. Não há febre.
STAPHYLOCOCCUS
 Tratamento.
 Depende do local da infecção. Para as infecções cutâneas e
subcutâneas são importantes medidas higiênicas da pele.
 Infecção cutânea.
1. Cefalexina: 30 a 50 mg/kg/dia, VO, de 6/6 horas, durante 10
dias;
 Infecções subcutâneas.
1. Oxacilina: 50 a 100 mg/kg/dia, VO, de 4/4 horas, durante 2 a 3
semanas;
2. Cefalotina: 50 a 100 mg/kg/dia, IV, de 4/4 horas, durante 2 a 3
semanas.
 Em casos mais graves.
1. Vancomicina: 30 a 40 mg/kg/dia, IV, de 12/12 horas, durante 4 a
6 semanas.
REFERÊNCIA
 MINISTÉRIO DA SAÚDE. PROFAE. Parasitologia e
Microbiologia. Módulo 1. Brasília – DF, 2003.
 MURRAY P. R. Microbiologia Médica. Editora Mosby. Ano
2006.

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