Staphylococcus SP
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Figura 1 – Estrutura da parede celular de Staphylococcus (www.slideshare.net)
Staphylococcus aureus
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Segundo a classificação científica actual (Domínio, Reino, Divisão ou Filo, Classe,
Ordem, Família, Género e Espécie) a S. aureus é classificada como se mostra na Tabela
1.
Classificação científica
Domínio Bacteria
Reino: Monera
Filo: Firmicutes
Classe: Bacilli
Ordem: Bacillales
Família: Staphylococcaceae
Género: Staphylococcus
Espécie: S. aureus
Quanto à cultura, as células de S. aureus crescem bem nos meios de cultura mais
comuns, como o caldo simples ou ágar simples, pH 7, à temperatura óptima de 37ºC.
Em placa de ágar simples, após 24 horas na estufa a 37ºC, produzem colónias de cerca
de 1-3mm de diâmetro, convexas, da superfície livre e bordos circulares, opacas e
brilhantes. Deixando as placas, um ou dois dias à temperatura ambiente, as culturas de
estafilococos patogénicos, recém isoladas, geralmente desenvolvem um pigmento
amarelo, ao passo que os estafilococos saprófitas formam colónias brancas.
A S. aureus pode produzir toxinas tais como as citotoxinas alfa, beta, delta e gamma,
leucocidina de Panton-Valentine, toxinas esfoliativas A e B, enterotoxinas: A-E, G-I e a
famosa toxina do Síndrome de Choque Térmico TSCT-1 (antiga enterotoxina F). As
enzimas mais conhecidas são a coagulase e a catalase entre outras como as lipases,
nucleases, a hialuromidase, a fibrinolisina e a penicilase.
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O furúnculo, ou abcesso, é a infecção dos folículos pilosos e das glândulas sebáceas
obstruídas, com envolvimento do tecido celular subcutâneo. Quando o furúnculo
apresenta vários tipos de drenagem, recebem a designação de carbúnculo
estafilocócico, particularmente quando localizado na nuca e parte superior das costas.
O hordéolo, ou terçol, é a infecção de uma glândula sebácea marginal das pálpebras.
Em indivíduos debilitados por doenças crónicas, traumas físicos, queimaduras ou
imunossupressão, esse microrganismo pode causar infecções de carácter mais grave.
Entre as infecções profundas destacam-se a osteomielite, a bacteremia
(frequentemente associada a abcessos metastáticos), a endocardite, a pneumonia e,
ocasionalmente, a meningite e a artrite bacteriana. A osteomielite pode ser primária,
ou hematogénica, e secundária. No primeiro caso, a doença surge em consequência da
disseminação da Staphylococcus aureus a partir do foco de infecção, geralmente
localizada na pele. A osteomielite secundária é decorrência de traumas penetrantes,
processos cirúrgicos ou da presença de um foco de infecção contíguo. A bacteremia
pode ter origem de qualquer infecção estafilocócica localizada, tais como abcesso,
pneumonia e outros.
Além dessas infecções, o Staphylococcus aureus pode causar vários tipos de
intoxicações, seja na vigência de um processo infeccioso ou não. A primeira
possibilidade pode ser exemplificada pela síndrome da pele escaldada ou doença de
Ritter e é caracterizada pelo deslocamento de extensas áreas de epiderme, sendo
determinado por uma toxina, denominada esfoliatina, é produzida na área da infecção
e levada para áreas distantes pela corrente sanguínea.
As intoxicações que ocorrem na ausência de processos infecciosos são de dois
tipos: intoxicação alimentar e síndrome do choque tóxico. A primeira é provocada pela
ingestão de toxinas previamente formadas no alimento contaminado pelas
Staphylococcus aureus. Essas toxinas são chamadas enterotoxinas, conhecendo-se,
actualmente, cinco, imunologicamente distintas (A, B, C, D, E).
Algumas evidências sugerem que essas enterotoxinas são superantígenos, elas são
termo estáveis e, assim, a intoxicação alimentar pode ser veiculada por alimentos
cozidos. Existe também uma afecção crónica purulenta granulomatosa de origem
bacteriana causada pelo Staphylococcus aureus a que se dá o nome de botriomicose
(medicosdeportugal.saude.sapo.pt CITAÇÃO INCORRECTA).
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Figura 2 – Infecções cutâneas provocadas por Staphylococcus aureus (www.slideshare.net)
Factores de virulência
As células da Staphylococcus aureus apresentam alguns componentes de e
produzem várias substâncias extracelulares, que contribuem para a sua virulência:
Cápsula – algumas amostras de Staphylococcus aureus possuem cápsula, de
natureza polissacarídica, proporcionando maior resistência á fagocitose.
Peptidoglicano – activa a via alternativa do complemento provocando uma reacção
inflamatória do hospedeiro.
Ácidos teicóicos – (ribitol e glicerolfosfato) são componentes da parede celular e
parecem estar envolvidos na activação do complemento e na aderência.
Proteína A – é uma proteína de superfície, sendo encontrada na maioria das
amostras de S. aureus. É composta por uma cadeia polipeptídica com um peso
molecular em torno de 58 mil Daltons, sendo responsáveis pela interacção com a
porção Fc da molécula de IgG. Tem sido demonstrado que esta reacção, directa e
indirectamente, provoca efeitos quimiotáticos, anticomplementar, antifagocitário,
libertação de histamina, reacções de hipersensibilidade e lesão plaquetária.
Adesinas – torna os microrganismos capazes de se ligar às fibronectinas
(glicoproteínas da membrana celular, plasma, saliva) e laminina (glicoproteína da
membrana celular).
Enzimas e toxinas extracelulares – a mais conhecida é a coagulase, característica
da espécie, e provoca a coagulação do plasma. Outras enzimas incluem a catalase,
desoxirribosenucleases, hialuronidase, lipase, proteases, betalactamase e a
estafiloquinase.
Hemolisinas – hemolisina alfa e beta, sendo tóxica para animais e plaquetas
humanas.
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Leucocidina – é uma toxina que possui a capacidade de desgranular os neutrófilos
e macrófagos humanos e de coelhos.
As infecções causadas por esses microrganismos podem determinar o
aparecimento de anticorpos séricos e a imunidade celular contra as enzimas, toxinas e
outros antigénios da bactéria. O papel das reacções imunológicas ainda não está bem
esclarecido. Acredita-se que a detecção de anticorpos circulantes, dirigidos para os
ácidos teicóicos da parede celular, possa ser útil para a monitorização do curso de
infecções estafilocócicas e para diferenciar as infecções profundas e de curso
prolongado.
Epidemiologia
A transmissão do S. aureus ocorre por contacto directo e por contacto indirecto. As
infecções estafilocócicas superficiais podem ser consideradas graves se acometerem
recém-nascidos, pacientes cirúrgicos e portadores de doenças debilitantes como o
cancro e a diabetes. Esta é uma das razões pelas quais as infecções estafilocócicas
severas são mais frequentemente adquiridas em hospitais.
Em várias situações e, particularmente, no caso de surtos epidémicos de infecção
hospitalar, ou de intoxicação alimentar, pode ser necessário subdividir a espécie a fim
de se identificar o foco da infecção, ou outro elo da cadeia epidemiológica.
Com o propósito de evidenciar diferenças ou similaridade entre as linhagens, vários
métodos de tipagem foram desenvolvidos. Entre estes estão a biotipagem, a
sorotipagem (baseada no antigénio polissacarídeo capsular e a resistotipagem
(baseada no perfil de susceptibilidade a antimicrobianos).
Tratamento
Embora o Staphylococcus aureus possa ser susceptível à acção de várias drogas
activas contra bactérias Gram-positivas (tais como penicilinas, cesfalosporinas,
eritromicina, aminoglicosídios, tetraciclina e clorafenicol), é também conhecido pela
sua elevada capacidade de desenvolver resistência a diversas delas. Portanto, a
antibioticoterapia adequada das infecções estafilocócicas deve ser precedida da
escolha da droga com base nos resultados de testes de susceptibilidade (Figura 4).
A penicilina é a droga de escolha se a linhagem for sensível. As linhagens
resistentes são produtoras de beta-lactamase (peniciliniase), uma enzima que inibe a
acção da droga, e são codificadas por genes plasmidiais. O emprego de meticilina e
outras penicilinas semi-sintéticas (tais como a oxacilina, nafcilina e cloxacilina),
resistentes à acção das peniciliniases, iniciada em 1959, representou uma etapa
significativa na terapia antiestafilocócica. Porém a resistência a esses antibióticos foi
detectada dois anos após o início da sua utilização.
A resistência à meticilina é relacionada a alterações das proteínas ligadoras de
penicilinase (penicillin-binding proteins). Essas linhagens resistentes a meticilina
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(MRSA - Staphylococcus aureus meticilina-resistentes), muitas vezes são resistentes a
outros tipos de antibióticos. Para essas linhagens a droga de escolha é a gentamicina e
em caso de tratamento de infecções estafilocócicas de carácter grave é recomendado
o uso da vancomicina.
Bibliografia
http://medicosdeportugal.saude.sapo.pt/action/10/glo_id/1668/menu/2/
WIKIPEDIA, ANO. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/ acedido em?
http://slideshare.net