3º Grupo Mipa
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Microbiologia e Parasitologia II
Alvaro Maria
David Tivane
Jonathan Jequessene
Silvia Picado
Estafilococus (Staphylococcus)
Caracteristicas gerais
Cocos Gram-positivos crescem em um padrão que se assemelha a um cacho de
uvas,
Os Staphylococccus tem 0,5 a 1,5 µm de diâmetro.
é imóvel e capaz de crescer em uma variedade de condições (aeróbia e
anaeróbia),
Cresce na presença de concentração elevada de sal (p. ex., 10% NaCl) .
em temperaturas que podem variar entre 18° e 40 °C.
Essas bactérias estão presentes na pele e nas membranas mucosas dos seres
humanos.
O gênero consiste em 45 espécies e 24 subespécies, muitas das quais são
encontradas associadas aos seres humanos.
Algumas espécies são comumente encontradas em nichos muito específicos,
como:
Staphylococcus aureus coloniza as narinas;
Staphylococcus capitis é encontrado onde as glândulas sebáceas aparecem em
maior número (p. ex., na testa);
Staphylococcus haemolyticus e Staphylococcus hominis são encontrados em
áreas onde as glândulas apócrinas estão presentes (p. ex., na axila).
Os estafilococos são patógenos importantes para os seres humanos, sendo
responsáveis por um amplo espectro de doenças sistêmicas, de gravidade
considerável, incluindo infecções da pele, tecidos moles, ossos e trato urinário;
e infecções oportunistas .
Cont
Quatro toxinas termolábeis imunologicamente distintas (SpeA, SpeB, SpeC, e SpeD) têm sido
descritas em S. pyogenes.
As toxinas agem como superantígenos, interagindo tanto com macrófagos como com células T
auxiliares, aumentando a liberação de citocinas pró-inflamatórias.
Esta família de exotoxinas é responsável por muitas das manifestações clínicas das doenças
estreptocócicas graves, incluindo a fascite necrosante e a síndrome do choque tóxico
estreptocócico.
Estreptolisina S é uma hemolisina ligada à célula, estável ao oxigênio e não imunogênica, que
pode lisar eritrócitos, leucócitos e plaquetas.
A Estreptolisina S é produzida na presença de soro (o S indica estável ao soro, do inglês stable)
e é responsável pela β-hemólise característica observada no meio de ágar-sangue.
Estreptolisina O é uma hemolisina lábil ao oxigênio e capaz de lisar eritrócitos, leucócitos,
plaquetas e células em cultura. Esta hemolisina é antigenicamente relacionada às toxinas lábeis
ao oxigênio produzidas por Streptococcus pneumoniae, Clostridium tetanii, Clostridium
perfringens, Bacillus cereus e Listeria monocytogenes.
Anticorpos são prontamente formados contra a estreptolisina O (anticorpos antiestreptolisina
O [ASO]), uma característica que a diferencia da estreptolisina S e é útil para documentar uma
infecção recente por estreptococos do grupo A (teste anti-ASO).
Patogênese e Imunidade
O polissacarídeo capsular é o mais importante factor de virulência de S. agalactiae, o qual
interfere na fagocitose, até que o paciente desenvolva anticorpos específicos.
Os anticorpos dirigidos para os antígenos capsulares tipo-específicos são protetores, o que
explica parcialmente a predileção do microrganismo por recém-nascidos.
Na ausência de anticorpos maternos, os recém-nascidos apresentam risco de contrair a doença.
Além disso, a colonização genital com estreptococos do grupo B tem sido associada ao risco
aumentado para parto prematuro; crianças prematuras apresentam risco ainda maior para a
doença.
As vias clássicas e alternativas funcionais do sistema complemento são necessárias para matar
os estreptococos do grupo B, particularmente dos tipos Ia, III e V. O ácido siálico pode inibir a
ativação da via alternativa do sistema complemento, interferindo assim com a fagocitose das
cepas de estreptococos do grupo B.
A virulência dos estreptococos do grupo A é determinada pela capacidade do microrganismo
de evitar a opsonização e a fagocitose, aderir e invadir as células hospedeiras e produzir uma
variedade de toxinas e enzimas.
Interações Iniciais Parasita-Hospedeiro
S. pyogenes tem múltiplos mecanismos para evitar a opsonização e a fagocitose. A cápsula de
ácido hialurônico é um imunógeno fraco e dificulta a fagocitose.
As proteínas M também interferem na fagocitose por bloquear a ligação do componente C3b
do sistema complemento, um importante mediador da fagocitose.
Foram demonstrados mais de 10 antígenos bacterianos diferentes capazes de mediar adesão às
células do hospedeiro, sendo os mais importantes o ácido lipoteicoico, proteínas M e proteína
F.
A adesão inicial é uma interação fraca entre o ácido lipoteicoico e sítios de ligação de ácidos
graxos na fibronectina e em células epiteliais.
A adesão subsequente envolve a proteína M, proteína F e outras adesinas que interagem com
receptores específicos nas células do hospedeiro.
Diagnóstico Laboratorial
Microscopia
A coloração de Gram de espécimes do tecido afetado pode ser usada para fazer um diagnóstico
rápido e preliminar das infecções de tecidos moles ou piodermia por S. pyogenes.
Os estreptococos não são observados em preparações coradas pelo Gram de pele não infectada,
a detecção de cocos Gram-positivos aos pares e em cadeias, em associação com leucócitos, é
importante.
As espécies de estreptococos fazem parte da microbiota normal da orofaringe; assim, a
observação de estreptococos em espécimes respiratórios de um paciente com faringite não tem
significado para o diagnóstico.
Detecção de Antígenos
Uma variedade de testes imunológicos usando anticorpos que reagem com o carboidrato grupo-
específico da parede celular bacteriana, pode ser usada para detectar os estreptococos do grupo
A diretamente de swabs da orofaringe.
Esses testes são rápidos, baratos e específicos.
Apresentam sensibilidade baixa (provavelmente não mais do que 80% a 90%).
Todos os resultados negativos devem ser confirmados por um teste alternativo.
Testes Baseados em Ácidos Nucleicos
Ensaios comerciais usando sondas de ácidos nucleicos e ensaios de amplificação de ácidos
nucleicos estão disponíveis para a detecção de S. pyogenes em espécimes de orofaringe.
Os ensaios com sondas são menos sensíveis do que a cultura, mas os testes de amplificação são
tão sensíveis quanto à cultura, não sendo necessário o uso de testes confirmatórios nas reações
negativas.
Cultura
Poucas bactérias estão presentes nas áreas anteriores da boca, e porque a boca
(particularmente a saliva) é colonizada com bactérias que inibem o crescimento de S.
pyogenes,
a contaminação até mesmo de uma espécime coletado corretamente pode obscurecer ou
suprimir o crescimento de S. Pyogenes. A crosta da superfície da lesão é levantada e o material
purulento e a base da lesão são usados para a cultura.
Espécimes para cultura não devem ser obtidos de pústulas de pele que estejam abertas ou
drenando, porque podem estar superinfectadas com estafilococos.
Os microrganismos são facilmente isolados em culturas de tecidos e de sangue obtidas de
pacientes com fascite necrosante; entretanto, relativamente poucos microrganismos podem
estar presentes na pele de pacientes com erisipela ou celulite.
Os estreptococos apresentam exigências de crescimento, e o crecimento de S. pyogenes pode
demorar a ser detectado,
Deve ser realizada incubação prolongada (dois a três dias) antes que a cultura seja considerada
negativa.
Crescem bem em meios nutricionalmente enriquecidos, e ao contrário das colônias de
S.pyogenes, as colônias de S. agalactiae são grandes, com uma estreita zona de β-hemólise.
Cepas de S. agalactiae podem ser caracterizadas com base em três marcadores sorológicos:
1. O antígeno polissacarídico grupo-específico de parede celular ou antígeno de grupo B
(antígeno de grupo de Lancefield, composto de ramnose N-acetilglicosamina e galactose);
2. Nove polissacarídeos capsulares tipo-específicos (Ia,Ia/c e II a VIII);
3. Proteínas de superfície (a mais comum é o antígeno c).
Epidemiologia
Os estreptococos do grupo B colonizam o trato gastrointestinal inferior e o trato
geniturinário.
O estado de portador transitório vaginal tem sido observado em 10% a 30% de
mulheres grávidas, A inscidência depende do período da gestação quando a amostra é
coletada e das técnicas de cultura utilizadas.
Aproximadamente 60% das crianças nascidas de mães colonizadas tornam-se
colonizadas com microrganismos provenientes da mãe. A probabilidade de colonização
ao nascimento é maior quando a mãe está colonizada com o microrganismo em grande
número.
Outros fatores de risco para a colonização neonatal são parto prematuro, ruptura
prolongada de membrana e febre intraparto. A doença em crianças menores de sete dias
de idade é chamada de doença de início precoce; a doença que surge entre a primeira
semana e três meses de idade é considerada doença de início tardio.
Os sorótipos mais comumente associados à doença de início precoce são Ia (35% a 40%), III
(30%) e V (15%).
O sorótipo III é responsável pela maioria dos casos da doença de início tardio. Os sorótipos Ia e
V são os mais comuns nas doenças do adulto.
A colonização com subsequente desenvolvimento de doença no recém-nascido pode ocorrer no
útero, ao nascer ou durante os primeiros meses de vida. S. agalactiae é a causa mais comum de
sepse e meningite em recém-nascidos.
Existem mais infecções por estreptococos do grupo B em adultos (uma estimativa de 17.000
infecções invasivas em 2002) do que em recém-nascidos, mas a incidência total é maior em
recém-nascidos. O risco da doença é maior em mulheres grávidas do que em homens e
mulheres não grávidas.
Nos homens e mulheres não grávidas as infecções de pele e tecido mole, bacteremia, urossepse
(infecção do trato urinário com bacteremia) e pneumonia são as mais comuns.
As condições que predispõem ao desenvolvimento de doença em adultos na ausência de
gravidez incluem diabetes melito, doença crônica renal incubação prolongada (dois a três dias)
antes que a cultura seja considerada negativa.
Tratamento, Prevenção e Controle
S. pyogenes é muito sensível à penicilina.
A penicilina V oral ou amoxicilina podem ser usadas no tratamento da faringite estreptocócica.
Para pacientes alérgicos à penicilina, pode ser usada uma cefalosporina oral ou um macrolídeo.
O uso combinado de penicilina intravenosa com um antimicrobiano inibidor de síntese proteica
(p. ex., clindamicina) é recomendado para o tratamento de infecções sistêmicas graves.
A presença de resistência ou resposta clínica pobre tem limitado a utilização de tetraciclinas e
sulfonamidas.
A resistência à eritromicina e aos macrolídeos mais novos (p. ex., azitromicina, claritromicina)
vem aumentando. Em pacientes com infecções graves em tecidos moles, a drenagem e o
desbridamento cirúrgico agressivo devem ser prontamente iniciados.
O estado de portador persistente de S. pyogenes na orofaringe pode ocorrer após o curso
terapêutico completo. Este estado pode ser o resultado da falta de cumprimento do tratamento
prescrito, reinfecção com uma nova cepa, ou de estado de portador persistente em um foco
infeccioso fixo.
Nos pacientes que mantêm o estado de portador do microrganismo na orofaringe, a prescrição
de penicilina pode ser estendida para um período adicional de tratamento,( ainda não foi
observada resistência à penicilina).
Se o estado de portador persistir, a repetição do tratamento não é indicada, porque o uso
prolongado de antimicrobianos interfere na microbiota normal.
Os pacientes com um histórico de febre reumática necessitam de profilaxia antimicrobiana
prolongada para prevenir a recorrência da doença.
Como o dano às válvulas cardíacas predispõe esses pacientes à endocardite, eles também
necessitam de profilaxia antimicrobiana antes de sofrer procedimentos que possam induzir
bacteremias transitórias (p. ex. procedimentos dentários).
Obrigado Pela Atenção