PPP - BEM ME QUER

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CENTRO INTEGRADO DE EDUCAÇÃO INFANTIL BEM-ME-QUER

MUNICÍPIO: FERNANDO DE NORONHA


DECRETO (AUTORIZAÇÃO DE FUNCIONAMENTO)
ATO n.º: 27.593 PUBLICADO NO D.O. DE 30/01/2005
CNPJ DA ESCOLA: 10.572.071/0045-33
CADASTRO ESCOLAR: E.000140
CÓDIGO MEC/INEP:
ENDEREÇO: Rua Dom Juquinha, s/n, Vila do Trinta, Arquipélago Fernando de
Noronha, PE, CEP 53990-000.
TELEFONE: (81) 3619 0975 / 3619 0977 / (81) 3619 0976.
EMAIL: [email protected]

PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO

FERNANDO DE NORONHA

2022
Quero ensinar às crianças. Elas ainda têm olhos
encantados. Seus olhos são dotados daquela
qualidade que, para os gregos, era o início do
pensamento: a capacidade de se assombrar
diante do banal.

Para as crianças tudo é espantoso: um ovo, uma


minhoca, uma concha de caramujo, o voo dos
urubus, os pulos dos gafanhotos, uma pipa no céu,
um pião na terra. Coisas que os eruditos não
veem.

A Arte de Educar — Rubem Alves


APRESENTAÇÃO

A importância do Projeto Político-Pedagógico (PPP) do Centro Integrado de


Educação Infantil Bem-Me-Quer leva em conta a trajetória e as especificidades,
dada sua posição insular, da sua comunidade escolar, a sua história e cultura, não
só para garantir um percurso formativo de sucesso para as crianças, como também
para cumprir o seu compromisso com a sociedade.

O PPP do CIEI Bem-Me-Quer, além de ser uma exigência legal, expressa na


Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), a Lei n o 9.394, de 20 de
dezembro de 1996 e de outros marcos legais dentre eles, o Parecer do Conselho
Nacional de Educação (CNE) /Câmara de Educação Básica (CEB) n o 17/2010 e a
Resolução no I de 10 de março de 2011, da CEB/CNE, é um importante instrumento
de organização escolar, explicitando as concepções, os processos de identificações
e organização e sonhos da Instituição. Além disso, define a natureza e o papel
socioeducativo, cultural, político e ambiental da instituição educacional, bem como
sua organização e gestão curricular para subsidiar o seu Regimento Escolar e sua
Proposta Pedagógica, documentos que são os balizadores das ações educativas.

A construção deste documento se deu por meio de encontros com os diversos


segmentos da comunidade escolar, profissionais, famílias, parceiros e voluntários,
durante os anos letivos de 2017 e 2018. A elaboração do PPP é uma necessidade,
haja vista que toda escola precisa registrar seus dados, situar-se no contexto social,
renovar-se planejando a curto, médio e longo prazo, sistematizar a sua prática, bem
como, descrever sua dinâmica, e disso dependerá a sua história atual e futura.

O planejamento das atividades escolares é uma necessidade fundamental e,


por esta razão, o objetivo principal do Projeto Político-Pedagógico deve ser o de
propor um encaminhamento para as ações pedagógicas, apresentando a
organização e operacionalização do trabalho pedagógico escolar, de acordo com os
princípios e metas estabelecidos para o desenvolvimento da aprendizagem, da
melhoria da qualidade de ensino, da pesquisa como processo de construção do
conhecimento, do respeito às diferenças e à diversidade, da formação continuada do
professor, da contextualização dos procedimentos avaliativos e da valorização do
aluno com o sujeito do processo ensino aprendizagem.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................6

2 CONTEXTUALIZAÇÃO........................................................................................7

2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA..............................................................7

2.2 CONTEXTUALIZAÇÃO LOCAL.....................................................................8

3 PRINCÍPIOS E FINALIDADES.............................................................................9

3.1 PRINCÍPIOS FILOSÓFICOS DO CENTRO.................................................10

3.2 OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS.......................................................10

4 CONCEPÇÕES..................................................................................................12

4.1 EDUCAÇÃO INFANTIL E SUAS ATRIBUIÇÕES.........................................12

4.2 CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL..........................................................14

4.3 CURRÍCULO................................................................................................ 14

4.4 AVALIAÇÃO................................................................................................. 15

4.5 EDUCAÇÃO INCLUSIVA.............................................................................16

4.6 EDUCAÇÃO ESPECIAL...............................................................................17

4.7 O/A PROFESSOR/A E A CRIANÇA.............................................................18

5 ORGANIZAÇÃO E AÇÃO...................................................................................20

5.1 EDUCAÇÃO BÁSICA...................................................................................20

5.2 GESTÃO.......................................................................................................21

5.3 PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR E CONTROLE SOCIAL...22

5.3.1 Conselho Escolar.................................................................................22

5.3.2 Conselho de Classe.............................................................................22

5.3.3 Parcerias e Voluntariado.....................................................................23

5.4 Constituição das Turmas..............................................................................24

5.5 EIXOS ESTRUTURANTES DA EDUCAÇÃO INFANTIL..............................25

5.6 EIXOS DO CONHECIMENTO......................................................................27

5.7 PARTE DIVERSIFICADA.............................................................................31


5.8 EDUCAÇÃO AMBIENTAL............................................................................32

5.9 EDUCAÇÃO ALIMENTAR............................................................................32

5.10 COMBATE AO BULLYING........................................................................35

5.11 EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E ENSINO DE


HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA, AFRICANA E INDÍGENA..............35

5.12 EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR...............................................................36

5.13 ENSINO DA MÚSICA................................................................................38

5.14 EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA (EDUCAÇÃO EM DIREITOS


HUMANOS, EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO, IDOSO, SÍMBOLOS NACIONAIS:
HINO) 39

6 EIXOS ARTICULADORES DO CURRÍCULO.....................................................42

6.1 RELAÇÃO TEORIA-PRÁTICA.....................................................................42

6.2 INTERDISCIPLINARIDADE.........................................................................43

6.3 CENTRO COMO ESPAÇO DE PESQUISA.................................................43

7 METODOLOGIA DE ENSINO............................................................................43

7.1 PLANEJAMENTO ANUAL............................................................................44

7.2 PLANEJAMENTO SEMESTRAL..................................................................45

7.3 PLANEJAMENTO SEMANAL.......................................................................45

7.4 PROJETOS.................................................................................................. 46

8 AVALIAÇÃO....................................................................................................... 47

8.1 AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL.....................................................................47

8.2 AVALIAÇÃO DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM.........................47

9 ARTICULAÇÃO ENTRE A EDUCAÇÃO INFANTIL E O ENSINO


FUNDAMENTAL........................................................................................................48

10 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................50

11 REFERÊNCIAS..................................................................................................51

12 APÊNDICE........................................................................................................... 55
6

1 INTRODUÇÃO

O Centro Integrado de Educação Infantil Bem-Me-Quer, situado à Rua Dom


Juquinha, s/n, Vila do Trinta, Arquipélago Fernando de Noronha, PE, CEP 53990-
000, telefones: (81) 3619 0975 — 3619 0977, (81) 3619 0976, e e-mail:
[email protected], pertence à Rede Pública de Ensino e tem como
entidade mantenedora a Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco sobre a
jurisprudência da Gerência Regional Recife Norte.

Tendo como lema “Educação para a vida com dignidade e esperança”, o CIEI
Bem-Me-Quer traduz de maneira simples os objetivos da Educação propostos para
as Escolas Públicas Estaduais do Estado de Pernambuco.

Este Projeto Político-Pedagógico (PPP) é um documento com caráter


propositivo, que tem como objetivo apresentar a Proposta Pedagógica do Centro,
definindo concepções e princípios à luz da legislação vigente, do Plano Nacional de
Educação e pensamento freiriano.

De acordo com SAVIANI apud VEIGA, 1995, p.93 “O projeto busca um rumo,
uma direção. E uma ação intencional, com um sentido explícito, com um
compromisso definido coletivamente. Por isso, todo projeto pedagógico da escola é
também, um projeto político por estar intimamente articulado ao compromisso sócio-
político com os interesses reais e coletivos da população majoritária”.

Dessa forma a construção do projeto deve levar em consideração princípios


norteadores das Escolas de Educação Infantil, como excelência, qualidade da
educação, responsabilidade, compromisso, disciplina e ética, e compreender a
educação como um processo de formação do ser humano em todas as suas
múltiplas dimensões: conhecimento, afetividade, sexualidade e cidadania,
redimensionando as funções do Centro, levando-o a assumir um compromisso com
o seu tempo, enquanto agente de formação de seres humanos para a transformação
da sociedade.
7

2 CONTEXTUALIZAÇÃO

2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA

A Educação Infantil no Arquipélago de Fernando de Noronha teve início na


década de cinquenta com o nome de “Paraíso das Crianças” e funcionava numa
das salas do antigo Grupo Escolar, hoje inexistente. Em seguida, tivemos a
“Escolinha Arquipélago” na década de oitenta, funcionando na Colina do Trinta.

Quando o Arquipélago foi reanexado ao Estado de Pernambuco em 1988,


criou-se a “Creche Casulo”, funcionando em uma antiga residência, que aos poucos
foi sendo ampliada e requalificada para atender a toda Educação Infantil (Creche e
Pré-Escola). Durante este processo recebeu mais três nomes: “Creche Bem-Me-
Quer”, “Escolinha Bem-Me-Quer” e “Escola Bem-Me-Quer”.

Em janeiro de 2005, passa a ser o Centro Integrado de Educação Infantil


Bem-Me-Quer, através do decreto no 27.593, 31/01/05, passando a fazer parte, na
época, dos 13 Centros de Educação Infantil mantidos pela Secretaria de Educação
de Pernambuco (SEE/PE), sendo, dentre eles, o único a ter Creche e Pré-Escola,
atendendo a crianças de 0 a 6 anos, matriculado’ nos níveis de Berçário,
Maternalzinho, Maternal, Jardim I, Jardim II, Jardim III e Alfabetização. Tendo como
principais objetivos o desenvolvimento emocional, cognitivo e social, focados na
Socialização, Afetividade, Cidadania e Educação Ambiental. A partir da implantação
do Ensino Fundamental de 09 anos na Rede Estadual de Educação no ano de 2007,
a alfabetização passa a fazer parte do Ensino Fundamental, mudando o atendimento
da Educação Infantil para crianças de 4 meses a 05 anos.

O Centro, mesmo sendo a única escola de educação infantil da localidade,


conseguiu no âmbito do Arquipélago atender a meta proposta pelo Plano Estadual
de Educação que propõe a Universalização da educação infantil na pré-escola e
ampliar a oferta em creches, atualmente todas as crianças de 4 meses a 5 anos
podem ser atendidas na Unidade.
8

A partir do ano de 2018, a oferta de educação em tempo integral na creche (4


meses a 3 anos e 11 meses) foi ampliada com o aumento da jornada das turmas
com estudantes de 3 anos.

2.2 CONTEXTUALIZAÇÃO LOCAL

Apontado como um lugar com uma preservação ambiental incrível, isolado em


meio ao Oceano Atlântico, Fernando de Noronha é um arquipélago formado por 21
ilhas, ilhotas e rochedos de origem vulcânica, ocupa uma área total de 26 krn 2 — dos
quais 17 km2 são da ilha principal distante 545 a nordeste de Recife, capital
pernambucana. Atualmente Fernando de Noronha constitui um distrito estadual de
Pernambuco, e é gerida por um administrador-geral designado pelo governo do
Estado.
Em 1988, a maior parte do arquipélago foi declarada Parque Nacional,’ para a
proteção das espécies endêmicas lá existentes e da área de concentração dos
golfinhos rotadores, que se reúnem diariamente na Baía dos Golfinhos — o lugar de
observação mais regular da espécie em todo o planeta. No ano de 2001, a UNESCO
declarou Fernando de Noronha Patrimônio Natural da Humanidade. A administração
do Parque Nacional está atualmente a cargo do Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
O CIEI Bem-Me-Quer está inserido num contexto sócio-político-econômico-
cultural ímpar, de intensa globalização advinda do turismo internacional e ao mesmo
tempo aonde o crescimento tecnológico das comunicações acontece de maneira um
pouco mais lenta devido à sua posição insular que dificulta o acesso e a implantação
dos mesmos, mas acima de tudo, aonde o conhecimento e a busca por descobertas
científicas fazem parte do cotidiano sendo incentivadas em todo o ambiente
educacional de nossa instituição tendo a consciência ambiental no centro de todas
as ações.
Fernando de Noronha vivencia com menor impacto as de tensões sociais
como a violência e marginalização, necessitando de um olhar mais atencioso para a
crise nos valores familiares e sociais e a carência da promoção de reflexão crítica.
Sua condição de ilha faz com que as diferenças entre classes não sejam tão
9

evidentes no contexto escolar, apesar do seu histórico de processos migratórios,


dada a existência de números reduzidos de escolas, hospitais, locais de lazer, toda
a comunidade frequenta os mesmos locais.
Esta é a realidade que todos compartilham, e que cada um deve ter a
consciência que como cidadão inserido na comunidade participa e, de alguma
forma, é responsável pelo espaço em que vive, tal concepção começa no ambiente
familiar e é aprofundado na escola através do processo de ensino e aprendizagem.
Assim, o CIEI Bem-Me-Quer busca garantir pouco a pouco uma cultura de
reflexão, reformulação e ação consciente, formando, assim agentes transformadores
da sua própria história, resgatando valores e virtudes necessários à transformação
desta realidade.

3 PRINCÍPIOS E FINALIDADES

O Centro Integrado de Educação Infantil, à ótica da Lei de Diretrizes e Bases


da Educação Nacional (LDBEN), a Lei n.º 9.394 (BRASIL, 1996), e da Base Nacional
Comum Curricular (BNCC) , e o Currículo de Pernambuco da Educação Infantil,
oferece à Educação Infantil com base em princípios filosóficos e pedagógicos que
norteiam as ações de todos que compõem o seu quadro de profissionais através de
uma visão globalizada relacionando-se à formação de cidadãos conscientes, críticos
e autônomos, que saibam respeitar os limites dos princípios da convivência coletiva,
agentes de sua própria história, responsáveis por suas atitudes, e que atuam como
elementos transformadores da sociedade buscando entender o mundo em que
vivem.
Assim, busca a construção de uma sociedade mais justa, garantindo o direito
de condições para o acesso e permanência na Escola e a liberdade de aprender,
ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber, tendo em
vista o pluralismo de ideia e de concepções pedagógicas, respeitando a liberdade e
apreço à tolerância e dando a devida valorização ao profissional da educação
escolar.
Cabe aos professores, funcionários e especialistas em educação que atuam
neste Centro garantir o padrão de qualidade de ensino, valorizando a experiência
extraescolar vinculando-a entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais,
10

e desta forma vivenciarem uma gestão democrática onde cada um é parte integrante
e fundamental do processo ensino-aprendizagem.
E é neste ambiente que a avaliação acontece para acompanhar o
desenvolvimento do aluno, sem caráter de promoção e contempla o processo
contínuo e cumulativo, enfatizando o aspecto qualitativo de todos os resultados
alcançados ao longo do processo, frutos do ensino e da aprendizagem que
promovem assim, meios de identificar e incentivar alunos com menor rendimento
escolar.

3.1 PRINCÍPIOS FILOSÓFICOS DO CENTRO

O CIEI Bem-Me-Quer, à ótica da Lei 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da


Educação Nacional — LDB) oferece a Educação Infantil e tem como missão um
ensino de qualidade para as crianças de forma lúdica, através de atividades práticas
que propiciam o aprendizado prazeroso buscando o pleno desenvolvimento do
indivíduo.
Tratando-se do único Centro de Educação Infantil da Secretaria de Educação
do Estado de Pernambuco a ter em sua estrutura os segmentos de Creche e Pré-
Escola, tem-se como visão ser reconhecida pelo trabalho inovador, humanizado,
compromissado com o meio ambiente e com a formação cidadã.
No intuito de cumprir seu papel como agente social, os valores vivenciados
pelo Centro são: respeito à diversidade, responsabilidade social e ambiental e
gestão democrática.

3.2 OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS

Os objetivos gerais do Centro e do nível de ensino estão pautados nos


princípios filosóficos da instituição. Por se tratar de um Centro que trabalha apenas
com as crianças em idade de Creche e Pré-escola, visa garantir a formação plena
do cidadão respeitando as diferenças individuais dos alunos, com a revisão das
ações curriculares e com ênfase na interdisciplinaridade e na avaliação enquanto
11

processo contínuo, sistemático, qualitativo e com progressão continuada, estreitando


a relação com a comunidade.

Objetivo Geral

As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI) Resolução


CNE/CEB n.º 5/2009 em seu Artigo 40, definem a criança como “sujeito histórico e
de direitos, que interage, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa,
experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade,
neste sentido, temos como objetivo:
 Proporcionar condições adequadas para promover o bem estar da
criança, seu desenvolvimento físico, emocional, intelectual, moral e
social, a ampliação de suas experiências e estimular o interesse da
criança pelo processo de conhecimento do ser humano, da natureza e
da sociedade.

Objetivos Específicos

O Centro Educacional, em concordância com o Referencial Curricular


Nacional para Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 63) tem por objetivo desenvolver
as seguintes capacidades dos educandos:
 Desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de forma cada vez
mais independente, com confiança em suas capacidades e percepção
de suas limitações;
 Descobrir e conhecer progressivamente seu próprio corpo, suas
potencialidades e seus limites, desenvolvendo e valorizando hábitos de
cuidado com a própria saúde e bem-estar;
 Estabelecer vínculos afetivos e de troca com adultos e crianças,
fortalecendo sua autoestima e ampliando gradativamente suas
possibilidades de comunicação e interação social;
12

 Estabelecer e ampliar cada mais as relações sociais, aprendendo aos


poucos a articular seus interesses e pontos de vista com os demais,
respeitando a diversidade e desenvolvendo atitudes de ajuda e
colaboração;
 Observar e explorar o ambiente com atitude de curiosidade,
percebendo-se cada vez mais como integrante, dependente e agente
transformador do meio ambiente e valorizando atitudes que contribuam
para sua conservação;
 Brincar, expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e
necessidades;
 Utilizar as diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e
escrita) ajustadas às diferentes intenções e situações de comunicação,
de forma a compreender e ser compreendido, expressar suas ideias,
sentimentos, necessidades e desejos e avançar no seu processo de
construção de significados, enriquecendo cada vez mais sua
capacidade expressiva;
 Conhecer algumas manifestações culturais, demonstrando atitudes de
interesse, respeito e participação frente a elas e valorizando a
diversidade.

4 CONCEPÇÕES

4.1 EDUCAÇÃO INFANTIL E SUAS ATRIBUIÇÕES

O reconhecimento da educação infantil (creches e pré-escolas) como uma


fase do ensino foi consolidado pela Lei 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional — LDB), que a definiu como Primeira Etapa da Educação
Básica. Disseminando-se, assim, a ideia de que cabe a escola garantir o direito da
criança de brincar e receber cuidados. Sendo esta etapa entendida aqui como a
ajuda para desenvolver capacidades e também o direito de ampliar conhecimentos
(SILVA, 2006, p. 11).
13

Nesse sentido, cuidar (a higiene, a alimentação e outros) e educar na


educação infantil, cuja dissociação é impossível, vão proporcionar o cuidado, a
brincadeira e a aprendizagem, que em conjunto contribuirão para o desenvolvimento
infantil (CRAIDY; KAERCHER, 2001, p. 16). Portanto, o conceito sobre o que é
infância vem sendo revisitado e ampliado. Contudo, toda mudança de paradigma
não é fácil, e esse processo ainda está em construção. E necessário o engajamento
de todos os profissionais interessados e, acima de tudo, do próprio sistema de
ensino, refletindo e teorizando sobre a prática educativa tornando-a significativa.
Essa mudança revela uma nova concepção sobre como pensam essas crianças
pequenas, mas que já sabem muito sobre o mundo, pois estão imersas em
informações e estímulos desde que nascem (CRAIDY; KAERCHER, 2001, p. 17).
De fato, a infância tem garantido seu direito de formação plena. O Referencial
Curricular Nacional para Educação Infantil — RCNEI (BRASIL, 1998, v. 1, p. 63),
afirma que essa fase tem importância em si e, entre outros aspectos, de levar a
criança a criar uma imagem positiva de si e a fortalecer a autoestima, desenvolver a
comunicação e a interação social e a se perceber como integrante e agente
transformador do meio em que vive, através das relações que estabelece com o
outro, num espaço privilegiado de inserção nas relações com a sociedade e o
mundo.

Os pesquisadores como Philippe Ariès, Bernard Charlot e Walter Benjamin,


através de estudos, trouxeram muitas contribuições com a inserção
concreta das crianças e suas infâncias perante a forma de organização da
sociedade em geral. Através desses estudos, compreende-se que as
crianças não se resumem a alguém que não é ou que virá a ser; as crianças
são competentes, produzem culturas e são nelas produzidas através das
brincadeiras – que é o que as caracterizam e permitem seu poder de
imaginação, fantasia e criação; são seres indivisíveis e integrais que
apresentam especificidades em todas as suas dimensões; são sujeitos
sociais e históricos, cidadãs e seres humanos detentores de direitos. Esse
modo de ver a criança permite entender essa fase tão importante da vida e
a compreender o mundo da infância centralizado na criança. Esse período
complexo, repleto de desafios, não deve ser considerado apenas como uma
etapa histórica, uma categoria social ou um assunto exclusivo da família que
se estende do nascimento até, aproximadamente, doze anos, mas também
uma pauta prioritária do Estado no sentido de garantir à criança direitos
indivisíveis, complementáveis e inseparáveis que oferecerão a elas
condições para a formação de uma pessoa integral. Portanto, abranger a
infância em toda sua magnitude exige perceber nas crianças a sua
singularidade, o coletivo diverso do qual elas fazem parte e imergir nas
diferentes culturas e saberes que produzem. É necessário respeitar suas
formas de se relacionar com o mundo e entender como se desenvolvem e
aprendem, sem que o adulto determine o nível de desenvolvimento e
aprendizagem das crianças. (CURRÍCULO DE PERNAMBUCO, 2019, p.
57)
14

4.2 CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL

O CIEI Bem-Me-Quer é um espaço socioeducativo onde é ofertada a primeira


etapa da educação básica para a primeira infância, pautamos nossa proposta
pedagógica na formação para o desenvolvimento pleno do indivíduo, visando sua
formação cidadã com o intuito de construir uma sociedade inclusiva e promotora da
dignidade da pessoa humana, que busque a superação de toda forma de
preconceito. A luz da LDBEN (BRASIL, 1996), o Centro Educacional se apresenta
como ambiente privilegiado para acesso à educação, cultura e lazer.
Cotidianamente, constroem-se ações para educar e cuidar desenvolvendo os
indivíduos em suas múltiplas dimensões, e possíveis especificidades, sejam elas
físicas, intelectuais ou afetivas.
Pautado no Estatuto da Criança e do adolescente (BRASIL, 1990) o CIEI
Bem-Me-Quer trabalha na implementação e promoção de espaços lúdicos e
períodos de brincar, os quais não vêm sendo proporcionados mais para as crianças,
por vir sofrendo um processo de desqualificação, do tempo livre e do lazer.
Respeitando as necessidades básicas das crianças e reconhecendo a função do
brincar como linguagem e principal forma de interação, das mesmas, com o mundo.

De acordo com Oliveira (2010) Educação Infantil tem como principal objetivo
a promoção do desenvolvimento integral das crianças de zero a cinco anos
e 11 meses de idade garantindo o acesso aos processos de construção de
conhecimentos e a aprendizagem de diferentes linguagens, bem como o
direito à proteção, à saúde, à liberdade, ao respeito, à dignidade, à
brincadeira, à convivência e interação com outras crianças. Assim, as
experiências pedagógicas vivenciadas pelas crianças devem ser
compreendidas de modo a garantir a totalidade nos conhecimentos que
constrói, nas relações entre razão e emoção, nas expressões corporais e
verbais que desenvolve. (CURRÍCULO DE PERNAMBUCO, 2019, p. 60)

4.3 CURRÍCULO
15

O currículo significando toda ação educativa da escola que envolve o conjunto


de decisões e ações voltadas para a consecução dos objetivos educacionais, se
baseia na LDBEN e nas diretrizes curriculares contidas e na Matriz Curricular para
Educação Infantil da Secretaria de Educação de Pernambuco, que está em processo
de construção e em consonância com o Currículo de Pernambuco Educação
Infantil, de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), com o
Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil e com os Parâmetros
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil . abrange as seguintes áreas do
conhecimento: Linguagem Oral e Escrita; Conhecimento Lógico-Matemático;
Natureza e Sociedade; Linguagens da Arte, Movimento e os Campos de
Experiências denominados na BNCC (2017).
São cinco, os campos de experiências denominados na BNCC (2017):
 O EU, O OUTRO E O NÓS
 CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS
 TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS
 ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO
 ESPAÇOS, TEMPOS, QUANTIDADES, RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES.
Nesse sentido apresentamos, neste documento, o currículo que vimos
trabalhando a partir da implantação do Currículo de Pernambuco da Educação
Infantil.

4.4 AVALIAÇÃO

O CIEI Bem-Me-Quer concebe o processo de avaliação à luz do art.31, I da


LDB (Lei n.º 9394/96) no que tange a continuidade do processo avaliativo. Ocorre de
modo contínuo, formativo, mediado e subjetivo em detrimento do resultado final.
Avaliação através da observação da interação com as atividades propostas, a
socialização com os demais colegas de turma, bem como, a compreensão das
atividades lúdicas sob a realidade e vivência da criança, sempre pautando o
desenvolvimento global da criança.
16

Trata-se de uma avaliação diagnóstica, processual e sistemática, que se


ancora na ação/reflexão/ação sobre a prática pedagógica, com foco nas
experiências dos bebês e das crianças, sem o objetivo de seleção, promoção ou
classificação, conforme a LDBEN (1996) e as DCNEI (2009)
Os procedimentos e instrumentos avaliativos são norteados de acordo com o
disposto nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação infantil (2010), onde
as instituições de Educação Infantil devem criar procedimentos para
acompanhamento do trabalho pedagógico e para avaliação do desenvolvimento das
crianças, sem objetivo de seleção, promoção ou classificação, garantindo:
 A observação crítica e criativa das atividades, das brincadeiras e
interações das crianças no cotidiano;
 Utilização de múltiplos registros realizados por adultos e crianças
(relatórios, fotografias, desenhos, álbuns etc.);
 A continuidade dos processos de aprendizagens meio da criação de
estratégias adequadas aos diferentes momentos de transição vividos
pela criança (transição casa/instituição de Educação Infantil, transições
no interior da instituição, transição creche/pré-escola e transição pré-
escola/Ensino Fundamental);
 Documentação específica que permita às famílias conhecer o trabalho
da instituição junto às crianças e os processos de desenvolvimento de
aprendizagem da criança na Educação Infantil;
 A não retenção das crianças na Educação Infantil.

4.5 EDUCAÇÃO INCLUSIVA

A inclusão é um trabalho efetivo e em grupo, devendo haver um envolvimento


de toda a comunidade escolar. Segundo o ECA (BRASIL, 1990) e a LDBEN
(BRASIL, 1996), a escola trabalhará no sentido de garantir a permanência da
criança no ambiente escolar. A atitude de aceitação do outro em suas diferenças e
particularidades precisa estar presente nos atos e atitudes dos adultos com quem
convivem na instituição, assim poderá ser assimilada pelas crianças. Começando
pelas diferenças de temperamento, de habilidades e de conhecimentos, até as
diferenças de gênero, de etnia e de credo religioso, o respeito a essa diversidade
17

deve permear as relações cotidianas. Não se trata apenas de inserir no sistema


regular de ensino crianças que apresentam impedimentos nos órgãos sensoriais ou
no sistema nervoso central, enquanto aquelas que não apresentam esse
impedimento não serem compreendidos em suas particularidades, podendo gerar
um sentimento de exclusão. Assim constituímos uma educação voltada para a
cidadania global, plena, livre de preconceitos e que reconhece e valoriza as
diferenças.

4.6 EDUCAÇÃO ESPECIAL

No âmbito educacional, a inclusão escolar da pessoa com deficiência é


assegurada por diversas leis, devendo seu acesso e permanência à escola ocorrer
de forma natural, sem rotulações ou discriminações, e ser ofertada na rede regular
de ensino de acordo com o previsto na Lei 12.280 (PERNAMBUCO, 2002). Ainda
observando o art. 23 e 24 da supracitada lei, existem alunos caracterizados como
especiais, e o Centro conta com professor de educação especial habilitado para
realizar o atendimento aos mesmos e, inclusive, promover a integração desses
educandos nas classes comuns, bem como adaptar currículo, métodos, técnicas,
recursos educativos, tecnologia assistiva e organização específicos para atender às
necessidades.
Atendendo as orientações da Resolução n.º 4 (BRASIL, CNE, 2009), as
crianças com deficiência e transtornos globais do desenvolvimento do Centro estão
matriculadas nas classes comuns, e recebem Atendimento Educacional
Especializado (AEE) na sala de recursos multifuncionais, na complementando e
suplementando a formação dos alunos através de elaboração e execução de Plano
de Atendimento. Para atender de forma efetiva a demanda o Centro está
institucionalizando e reorganizando a oferta do AEE observando o disposto no art.
10, conforme indicamos abaixo:
 Sala de recursos multifuncionais: espaço físico, mobiliário, materiais
didáticos, recursos pedagógicos e de acessibilidade e equipamentos
específicos; matrícula no AEE de alunos matriculados no ensino
regular da própria escola ou de outra escola;
18

 Cronograma de atendimento aos alunos; plano do AEE: identificação


das necessidades educacionais específicas dos alunos, definição dos
recursos necessários e das atividades a serem desenvolvidas;
 Professores para o exercício da docência do AEE;
 Outros profissionais da educação: psicopedagogo, psicólogo infantil,
Fonoaudiólogo, Assistente Social, tradutor e intérprete de Língua
Brasileira de Sinais, guia-intérprete e outros que atuem no apoio,
principalmente às atividades de alimentação, higiene e locomoção;
 Redes de apoio no âmbito da atuação profissional, da formação, do
desenvolvimento da pesquisa, do acesso a recursos, serviços e
equipamentos, entre outros que maximizem o AEE.

Segundo a Lei n.º 15.596 (PERNAMBUCO, 2015) “a pessoa com Transtorno


do Espectro Autista (TEA) é considerada pessoa com deficiência, para todos os
efeitos legais” e torna obrigatória sua inclusão no ensino regular, assim o Centro
está apto a receber crianças com TEA e segue as orientações das normas vigentes,
assegurando o direito da pessoa com TEA à educação, em um sistema educacional
inclusivo, garantindo a transversalidade da educação especial na educação infantil
conforme estabelece a “Lei Berenice Piana”, Lei n.º 12.764 (BRASIL, 2012).
No CIEI Bem-Me-Quer o processo educativo é ser entendido como um
processo social, onde todas as crianças com necessidades especiais e de distúrbios
de aprendizagem têm o direito à escolarização o mais próximo possível do padrão.

4.7 O/A PROFESSOR/A E A CRIANÇA

Perfil do/a Professor/a

O professor, segundo o RCNEI, é o profissional que disponibiliza as


condições para que a criança organize de forma pessoal e independente suas
emoções, sentimentos, conhecimentos e regras sociais, brincando de maneira
espontânea e prazerosa:
19

É preciso que o professor tenha consciência que na brincadeira as crianças


recriam e estabilizam aquilo que sabem sobre as mais diversas esferas do
conhecimento, em uma atividade espontânea e imaginativa. (...) Pode-se,
entretanto, utilizar jogos, especialmente aqueles que possuem regras, como
atividades didáticas. (BRASIL, 1998, p. 29, 1 v).

O professor deve propiciar situações e espaços de aprendizagem que


articulem os recursos e capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas aos
conhecimentos prévios e aos conteúdos referentes aos diferentes campos de
conhecimento humano levando em consideração as singularidades existentes entre
os alunos, bem como a diversidade social, étnica, costumes e valores presentes na
sala de aula, trabalhando com o respeito às diferenças e promovendo a
socialização.

Na instituição de educação infantil o professor constitui-se, portanto, no


parceiro mais experiente por excelência, cuja função é propiciar e garantir
um ambiente rico, prazeroso, saudável e não discriminatório de experiências
educativas e sociais variadas. (BRASIL, 1998, p. 30, 1 v).

O referencial constata que muitos dos professores que trabalham no nível de


ensino da educação infantil não possuem formação adequada, recebem baixa
remuneração e trabalham em precárias condições. Atuando no Centro encontramos
alguns profissionais graduados em Pedagogia e a sua maioria, ainda, com formação
em nível médio.

Perfil da Criança

A matrícula na educação infantil ofertada no CIEI Bem-Me-Quer pode ser


realizada a partir dos 04 (quatro) meses de idade na creche, sendo obrigatória a
partir dos 4 (quatro) anos na pré-escola de acordo com a Lei 12.796 (BRASIL, 2013)
que modifica o art. 60 da LDBEN, na seguinte forma:
 Devem ser matriculadas na pré-escola crianças que completam 4 ou 5
anos até o dia 30 de junho do ano em que ocorrer a matrícula,
conforme Lei 15.610 (PERNAMBUCO, 2015);
 As crianças que completam 6 anos do dia 01 de julho adiante devem
ser matriculadas na Educação Infantil;
20

 As vagas em creches e pré-escolas devem ser oferecidas próximas às


residências das crianças.

Por ser a única unidade que oferece o serviço de creche e pré-escola na Ilha,
o Centro recebe crianças oriundas de todas as classes sociais.
O aluno é visto como agente da construção de seu saber, que busca
desenvolver as mais diversas habilidades coerentes à sua faixa etária. Assim, ao
longo das etapas devem:
 ter autonomia;
 ser cooperativo;
 ser capaz de trabalhar em equipe;
 demonstrar preocupação com a preservação do meio ambiente;
 ser conhecedor de aspectos locais e regionais;
 ser questionador;
 conhecer técnicas iniciais de pesquisa;
 respeitar a família, os amigos e os outros através de diversos valores e
sentimentos;
 ter maior sensibilidade relativamente às necessidades e sentimentos
dos outros;
 ter maior consciência do certo e errado, preocupando-se geralmente
em fazer o que está certo;

5 ORGANIZAÇÃO E AÇÃO

5.1 EDUCAÇÃO BÁSICA

A Escola oferta à comunidade a Educação Infantil, conforme legislação


vigente, segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional — LDBEN, em
seu art. 22, “a educação básica tem por finalidades desenvolver o educando,
assegurando-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e
fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores”. Afirmando
ainda que a finalidade da educação infantil é o desenvolvimento integral da criança
21

de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social,


complementando a ação da família e da comunidade.
O acesso à educação básica obrigatória é direito público subjetivo, sendo
organizada e oferecida no CIEI Bem-Me-Quer seguindo os preceitos estabelecidos
na LDBEN:
 Gratuita às crianças de até 5 (cinco) anos de idade;
 Na creche para crianças de até três anos de idade;
 Pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade;
 Avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento
das crianças, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao
ensino fundamental;
 Carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) horas, distribuída por
um mínimo de 200 (duzentos) dias de trabalho educacional;
 Atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas diárias para o
turno parcial e de 7 (sete) horas para a jornada integral;
 Controle de frequência pela instituição de educação pré-escolar,
exigida a frequência mínima de 60% (sessenta por cento) do total de
horas;
 Expedição de documentação que permita atestar os processos de
desenvolvimento e aprendizagem da criança;
 Atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica,
por meio de programas suplementares de material didático-escolar,
transporte, alimentação e assistência à saúde.

5.2 GESTÃO

A operacionalização da gestão e da Educação Infantil está referendada neste


Projeto Político Pedagógico e no Regimento Interno do Centro, conforme descrito
abaixo:
 Ser fundamentada nos princípios da gestão democrática, ouvindo a
comunidade escolar, favorecendo a tomada de decisões de forma
participativa;
22

 Garantir o desenvolvimento integral da criança em seus aspectos


físicos, psicológicos, intelectuais, afetivos e sociais;
 Favorecera melhoria dos aspectos físicos e pedagógicos do Centro, de
acordo com sua realidade;
 Atender as necessidades e características de desenvolvimento e
aprendizagem dos educandos, independentemente de sexo, etnia, cor,
situação socioeconômica, credo religioso e ideologia política, inspirada
nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana e
contrária a qualquer forma de preconceito ou discriminação;
 Elaborar e executar sua proposta pedagógica;
 Velar pelo plano de trabalho de cada docente e investir na formação
permanente, buscando a valorização do profissional da educação
escolar;
 Articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de
integração da sociedade com a escola.

5.3 PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR E CONTROLE SOCIAL

5.3.1 Conselho Escolar

O Conselho Escolar é a instância máxima da escola e um órgão colegiado de


natureza consultiva e deliberativa do CIEI Bem-me-quer, com o objetivo de auxiliar
na gestão escolar a partir da discussão de temas que direcionam as ações do
Centro.
A composição e atribuições do mesmo obedecem à legislação específica,
este colegiado tem reuniões ordinárias de 06 em 06 meses, para deliberação de
demandas, onde há 01 representante de cada segmento, e assim constituído pelos
seguintes membros titulares e seus respectivos suplentes:
 O diretor da escola (membro nato);
 Um professor em efetivo exercício docente, (se é dado a preferência ao
mais antigo);
 Um representante do pessoal técnico-pedagógico da escola;
 Um representante do corpo administrativo;
23

 Um representante dos pais ou responsáveis pelos alunos.

5.3.2 Conselho de Classe

O Conselho de Classe do CIEI Bem-me-quer é um órgão consultivo e


deliberativo em assuntos didático-pedagógicos, fundamentado no Projeto Político
Pedagógico da escola e no Regimento Escolar, com a responsabilidade de analisar
ações educacionais, indicando alternativas que busquem garantir a efetivação do
processo ensino e aprendizagem.
As salas da creche possuem duas professoras por sala, tendo 01 professora
para cada turno, nesta reunião, as duas professoras ficam presentes para
contribuição e colaboração do estudo, onde se é discutido o comportamento do
aluno, a evolução do aluno, a participação dos pais e ou responsáveis dos mesmos;
já as salas da pré-escola possuem 01 professora por turma e realizam a mesma
discussão e estudo.
Assim, no Centro é realizada a cada bimestre uma reunião de colegiado com
as professoras de cada sala de aula, para fazer um estudo de todo o alunado da
escola, no intuito de analisar as informações e dados apresentados, e intervir em
tempo hábil no processo ensino e aprendizagem, oportunizando aos alunos formas
diferenciadas de apropriarem-se dos conteúdos curriculares estabelecidos, sendo da
responsabilidade da equipe pedagógica organizar as informações e dados coletados
neste estudo e elaborar relatórios e mantê-los arquivados junto à coordenação, para
futuras consultas.

5.3.3 Parcerias e Voluntariado

Buscando o desenvolvimento pleno do indivíduo, a escola busca parcerias


que complementem de forma integral a formação plena das crianças. O próprio
Plano Nacional de Educação (PNE), dentro da meta 6, que trata do tema, propõe “a
articulação da escola com os diferentes espaços educativos, culturais e esportivos, e
equipamentos públicos, como centros comunitários, bibliotecas, praças, parques,
museus, teatros, cinemas e planetários”.
24

Nesse sentido, são realizadas parcerias com instituições governamentais e


não-governamentais como estratégia para explorar potencialidades e propiciar uma
formação mais completa dos educandos por meio de ações socioeducativas que
conjugam educação e proteção social e permitem enfrentar as desigualdades
sociais.
Reconhecendo as potencialidades das organizações da localidade, a iniciativa
pode partir da gestão, da coordenação pedagógica e até de algum professor. E por
vezes, a proposta pode partir das entidades.
O trabalho voluntário é uma grande forma de apoio para uma instituição de
educacional pública, esse fenômeno vem crescendo em nossa sociedade. Sendo
inúmeras as carências das escolas, o voluntariado torna-se um grande aliado para o
apoio em muitas dessas necessidades. O CIEI Bem-Me-Quer está de portas abertas
para que as pessoas interessadas possam colocar suas habilidades em prol da
educação infantil.

5.4 Constituição das Turmas

A constituição de turmas leva em conta a proposta pedagógica do Centro


Integrado de Educação Infantil BEM-ME-QUER e sua capacidade instalada de
atendimento, respeitando a idade mínima para ingresso em cada turma, que deve
ser completada até o dia 30 de junho, com exceção do berçário, bem como a
relação adulto/criança conforme legislação vigente.
Portanto, o Centro Integrado de Educação Infantil oferece a Educação Infantil,
para crianças de ambos os sexos, em condições adequadas de idade e maturidade,
organizados nas turmas da forma a seguir:

I - Creche:
Berçário: 20 alunos
Infantil 1: 20 alunos por turma
Infantil 2: 20 alunos por turma
Infantil 3: 20 alunos por turma
II – Pré-Escola:
25

Infantil 4: 25 alunos por turma


Infantil 5: 25 alunos por turma

A jornada diária deve proporcionar que os processos educativos articulem os


diferentes espaços e tempos de aprendizagem disponíveis e garantam a ampliação
e diversificação de interações significativas para todas as pessoas. Por esse motivo,
seguindo as normas estabelecidas na legislação em vigor, a Educação Infantil na
etapa de pré-escola é ofertada em tempo parcial, tendo a jornada de quatro horas
diárias e, na etapa de creche em tempo integral, com duração de dez horas diárias,
compreendendo o tempo total que a criança permanece na instituição.
A Lei nº. 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996, possibilita novos olhares
sobre os princípios de avaliar como parte do processo de ensino e aprendizagem, o
que é confirmado em seu Art. 24 quando estabelece que

a verificação do rendimento escolar observará critérios, dentre eles


podemos destacar: a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do
aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre quantitativos, e dos
resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais.

Para Vasconcelos (2005), deve-se distinguir avaliação de nota. A avaliação é


um processo que precisa de uma reflexão crítica sobre a prática, podendo, dessa
forma, verificar os avanços e as dificuldades, e o que fazer para superar esses
obstáculos. A nota, seja na forma de número ou conceitos, é uma exigência do
sistema educacional. Sendo assim, a avaliação da aprendizagem deve buscar a
obtenção de informações fidedignas sobre o trabalho realizado com os estudantes
nas diferentes áreas do conhecimento e só tem sentido se for encarada pela
comunidade escolar como uma aliada tanto do desenvolvimento de cada estudante,
como do alcance da consecução das metas de eficácia e qualidade fixadas pela
unidade escolar ou pelos sistemas educacionais. Ela deve ser o resultado de uma
análise crítica permanente da prática pedagógica, possibilitando a leitura e a
compreensão do seu desenvolvimento. É nessa perspectiva que a avaliação, no
Currículo de Pernambuco, deve ser vista: como oportunidade de reflexão do fazer
pedagógico, voltada para a garantia dos direitos de aprendizagem dos estudantes.
26

5.5 EIXOS ESTRUTURANTES DA EDUCAÇÃO INFANTIL

A Educação Infantil tem como objetivo desenvolver a criança em seus


aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família
e da comunidade, mediante:

 Construção de identidade e autonomia;


 Interação e socialização da criança no meio social, familiar e escolar;
 Ampliação progressiva dos conhecimentos do mundo.

Nas DCNEI (Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil) as


interações e as brincadeiras são apresentadas como eixos estruturantes das
práticas pedagógicas dessa etapa da Educação Básica pelos quais as crianças
constroem e se apropriam de conhecimentos, propiciando aprendizagens,
desenvolvimento e socialização. Para criar as condições que permitam o
aprendizado e o desenvolvimento a nova BNCC (Base Nacional Comum Curricular)
propõe seis direitos de aprendizagem:

 CONVIVER - Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e


grandes grupos, utilizando diferentes linguagens, ampliando o
conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura a as
diferenças entre as pessoas;
 BRINCAR - Brincar de diversas formas, em diferentes espaços e
tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), de forma a
ampliar e diversificar suas possibilidades de acesso a produções
culturais. A participação e as transformações introduzidas pelas
crianças nas brincadeiras devem ser valorizadas tendo em vista o
estímulo ao desenvolvimento de seus conhecimentos emocionais,
corporais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais;
 PARTICIPAR - Participar ativamente, com adultos e outras crianças,
tanto do planejamento da gestão da escola e das atividades propostas
pelo educador quanto das realizações das atividades da vida cotidiana,
27

tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes,


desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando conhecimentos,
decidindo e se posicionando;
 EXPLORAR - Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas,
cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias,
objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus
saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a
escrita, a ciência e a tecnologia;
 EXPRESSAR - Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível,
suas necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses,
descobertas, opiniões, questionamentos, por meio de diferentes
linguagens;
 CONHECER-SE - Conhecer-se e construir sua identidade pessoal,
social e cultural constituindo uma imagem positiva de si e de seus
grupos de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados,
interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar
e em seu contexto familiar e comunitário.

5.6 EIXOS DO CONHECIMENTO

Considerando os direitos de aprendizagem propostos pela nova BNCC, as


DCNEI e o desenvolvimento das crianças na Educação Infantil, sistematizamos 5
(cinco) Eixos do Conhecimentos para comporem, de caráter transitório, o Currículo
de Educação Infantil para o CIEI Bem-Me-Quer, nos quais serão trabalhados de
forma transversal e interdisciplinar a parte diversificada:

O EU, O OUTRO E O NÓS

É na interação com os pares e com adultos que as crianças vão constituindo


um modo próprio de agir, sentir e pensar e vão descobrindo que existem outros
modos de vida, pessoas diferentes, com outros pontos de vista.

Conforme vivem suas primeiras experiências sociais (na família, na


instituição escolar, na coletividade), constroem percepções e questionamentos sobre
28

si e sobre os outros, diferenciando-se e, simultaneamente, identificando-se como


seres individuais e sociais.

Ao mesmo tempo em que participam de relações sociais e de cuidados


pessoais, as crianças constroem sua autonomia e senso de autocuidado, de
reciprocidade e de interdependência com o meio.

Por sua vez, na Educação Infantil, é preciso criar oportunidades para que as
crianças entrem em contato com outros grupos sociais e culturais, outros modos de
vida, diferentes atitudes, técnicas e rituais de cuidados pessoais e do grupo,
costumes, celebrações e narrativas.

Nessas experiências, elas podem ampliar o modo de perceber a si mesmas e


ao outro, valorizar sua identidade, respeitar os outros e reconhecer as diferenças
que nos constituem como seres humanos. (BNCC,2017)

CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS E OS DIREITOS DE APRENDIZAGEM


E DESENVOLVIMENTO

Com o corpo (por meio dos sentidos, gestos, movimentos impulsivos ou


intencionais, coordenados ou espontâneos), as crianças, desde cedo, exploram o
mundo, o espaço e os objetos do seu entorno, estabelecem relações, expressam-se,
brincam e produzem conhecimentos sobre si, sobre o outro, sobre o universo social
e cultural, tornando-se, progressivamente, conscientes dessa corporeidade.

Por meio das diferentes linguagens, como a música, a dança, o teatro, as


brincadeiras de faz de conta, elas se comunicam e se expressam no entrelaçamento
entre corpo, emoção e linguagem.

As crianças conhecem e reconhecem as sensações e funções de seu corpo


e, com seus gestos e movimentos, identificam suas potencialidades e seus limites,
desenvolvendo, ao mesmo tempo, a consciência sobre o que é seguro e o que pode
ser um risco à sua integridade física.

Na Educação Infantil, o corpo das crianças e dos bebês ganha centralidade,


pois ele é o partícipe privilegiado das práticas pedagógicas de cuidado físico,
orientadas para a emancipação e a liberdade, e não para a submissão.
29

Assim, a instituição escolar precisa promover oportunidades ricas para que as


crianças possam, sempre animadas pelo espírito lúdico e na interação com seus
pares, explorar e vivenciar um amplo repertório de movimentos, gestos, PÁGINA 75
olhares, sons e mímicas com o corpo para descobrir variados modos de ocupação e
uso do espaço com o corpo (tais como sentar com apoio, rastejar, engatinhar,
escorregar, caminhar apoiando-se em berços, mesas e cordas, saltar, escalar,
equilibrar-se, correr, dar cambalhotas, alongar-se etc.). (BNCC,2017)

ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO E OS DIREITOS DE


APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO

Desde o nascimento, as crianças participam de situações comunicativas


cotidianas com as pessoas com as quais interagem.

As primeiras formas de interação do bebê são os movimentos do seu corpo,


o olhar, a postura corporal, o sorriso, o choro e outros recursos vocais, que ganham
sentido com a interpretação do outro.

Progressivamente, as crianças vão ampliando e enriquecendo seu


vocabulário e demais recursos de expressão e de compreensão, apropriando-se da
língua materna – que se torna, pouco a pouco, seu veículo privilegiado de interação.

Na Educação Infantil, é importante promover experiências nas quais as


crianças possam falar e ouvir, potencializando sua participação na cultura oral, pois
é na escuta de histórias, na participação em conversas, nas descrições, nas
narrativas elaboradas individualmente ou em grupo e nas implicações com as
múltiplas linguagens que a criança se constitui ativamente como sujeito singular e
pertencente a um grupo social.

Desde cedo, a criança manifesta curiosidade com relação à cultura escrita:


ao ouvir e acompanhar a leitura de textos, ao observar os muitos textos que circulam
no contexto familiar, comunitário e escolar, ela vai construindo sua concepção de
língua escrita, reconhecendo diferentes usos sociais da escrita, dos gêneros,
suportes e portadores.

A imersão na cultura escrita, na Educação Infantil, deve partir do que as


crianças conhecem e das curiosidades que deixam transparecer. As experiências
com a literatura infantil, propostas pelo educador, mediador entre os textos e as
30

crianças, contribuem para o desenvolvimento do gosto pela leitura, do estímulo à


imaginação e da ampliação do conhecimento de mundo.

Além disso, o contato com histórias, contos, fábulas, poemas, cordéis etc.
propicia a familiaridade com livros, com diferentes gêneros literários, a diferenciação
entre ilustrações e escrita, a aprendizagem da direção da escrita e as formas
corretas de manipulação de livros.

Nesse convívio com textos escritos, as crianças vão construindo hipóteses


sobre a escrita que se revelam, inicialmente, em rabiscos e garatujas e à medida
que vão conhecendo letras, em escritas espontâneas, não convencionais, mas já
indicativas da compreensão da escrita como sistema de representação da língua.

TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS E OS DIREITOS DE


APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO

Conviver com diferentes manifestações artísticas, culturais e científicas,


locais e universais, no cotidiano da instituição escolar, possibilita às crianças, por
meio de experiências diversificadas, vivenciar diversas formas de expressão e
linguagens, como as artes visuais (pintura, modelagem, colagem, fotografia etc.), a
música, o teatro, a dança e o audiovisual, entre outras.

Com base nessas experiências, elas se expressam por várias linguagens,


criando suas próprias produções artísticas ou culturais, exercitando a autoria
(coletiva e individual) com sons, traços, gestos, danças, mímicas, encenações,
canções, desenhos, modelagens, manipulação de diversos materiais e de recursos
tecnológicos.

Essas experiências contribuem para que, desde muito pequenas, as crianças


desenvolvam senso estético e crítico, o conhecimento de si mesmas, dos outros e
da realidade que as cerca. Portanto, a Educação Infantil precisa promover a
participação das crianças em tempos e espaços para a produção, manifestação e
apreciação artística, de modo a favorecer o desenvolvimento da sensibilidade, da
criatividade e da expressão pessoal das crianças, permitindo que se apropriem e
reconfigurem, permanentemente, a cultura e potencializem suas singularidades ao
ampliar repertórios e interpretar suas experiências e vivências artísticas.
(BNCC,2017)
31

ESPAÇOS, TEMPOS, QUANTIDADES, RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES


E OS DIREITOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO

As crianças vivem inseridas em espaços e tempos de diferentes dimensões


em um mundo constituído de fenômenos naturais e socioculturais. Desde muito
pequenas, elas procuram se situar em diversos espaços (rua, bairro, cidade etc.) e
tempos (dia e noite; hoje, ontem e amanhã etc.).

Demonstram também curiosidade sobre o mundo físico (seu próprio corpo,


os fenômenos atmosféricos, os animais, as plantas, as transformações da natureza,
os diferentes tipos de materiais e as possibilidades de sua manipulação etc.) e o
mundo sociocultural (as relações de parentesco e sociais entre as pessoas que
conhece; como vivem e em que trabalham essas pessoas; quais suas tradições e
seus costumes; a diversidade entre elas etc.).

Além disso, nessas experiências e em muitas outras, as crianças também se


deparam, frequentemente, com conhecimentos matemáticos (contagem, ordenação,
relações entre quantidades, dimensões, medidas, comparação de pesos e de
comprimentos, avaliação de distâncias, reconhecimento de formas geométricas,
conhecimento e reconhecimento de numerais cardinais e ordinais etc.) que
igualmente aguçam a curiosidade.

Portanto, a Educação Infantil precisa promover experiências nas quais as


crianças possam fazer observações, manipular objetos, investigar e explorar seu
entorno, levantar hipóteses e consultar fontes de informação para buscar respostas
às suas curiosidades e indagações. Assim, a instituição escolar está criando
oportunidades para que as crianças ampliem seus conhecimentos do mundo físico e
sociocultural e possam utilizá-los em seu cotidiano. (BNCC,2017)

5.7 PARTE DIVERSIFICADA

Em atendimento das normas legais vigentes, a base nacional comum precisa


e deve ser complementada com uma parte diversificada com características
regionais e locais. Devendo esses temas ser trabalhados de forma transversal,
interdisciplinar e contextualizada no currículo escolar.
32

Assim, no Centro além da inclusão nas práticas cotidianas, também são


realizados projetos que mediam a aprendizagem em Identidade e Autonomia;
Educação Ambiental; Educação Alimentar; Combate ao Bullying; Educação das
Relações Étnico-raciais e Ensino de História e Cultura Afro-brasileira, Africana e
Indígena; Educação Física Escolar; Ensino da Música; Educação em Direitos
Humanos; Educação para o Trânsito e Educação para a Cidadania.

5.8 EDUCAÇÃO AMBIENTAL

A educação ambiental é conceituada pela Lei 9.795 (BRASIL, 1999) como

os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem


valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências
voltadas para a conservação do meio bem de uso comum do povo,
essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.

Sendo abordada como um componente fundamental da educação nacional,


devendo estar presente, de forma articulada, e não ser implantada como disciplina
específica no currículo, e sim como uma pratica educativa integrada, continua e
permanente em todos os níveis e modalidades do processo educativo.

Deste modo, a educação ambiental torna-se elemento essencial para a


conscientização das pessoas em relação ao mundo em que vivem e à natureza, de
forma que venham a ter cada vez mais qualidade de vida sem agredir ou
desrespeitar o meio ambiente. No Arquipélago de Fernando de Noronha, por sua
característica de área de preservação e conservação, a dimensão ambiental assume
uma relevante posição na construção de uma proposta pedagógica.

5.9 EDUCAÇÃO ALIMENTAR


33

A educação alimentar e nutricional tem como base orientadora a Lei 9.394


(BRASIL, 1996). A educação alimentar e nutricional será incluída entre os temas
transversais. Tendo por finalidade contribuir para a promoção e a proteção da
saúde, através de uma alimentação adequada e saudável, desempenhando seu
crescimento e desenvolvimento humano conforme as políticas públicas em
alimentação e nutrição, contribuindo de maneira significativa no controle do avanço e
da prevalência das doenças crônico-degenerativas. Assim, o CIEI Bem-Me-Quer tem
como objetivo a inserção de ações e práticas que busquem como foco principal uma
alimentação saudável das crianças para o controle dos índices da obesidade infantil
e desnutrição dentre outras patologias dentro do ambiente escolar, diante dessa
necessidade de intervenções no estado nutricional das nossas crianças desde os
primeiros meses até o início da infância para que não se tornem adultos obesos e
com problemas crônicos de saúde.

O CIEI Bem-Me-Quer, visando garantir plenamente a alimentação saudável


segue a orientação da resolução CD/FNDE n.º 26 de 17/06/2013, que é vedada a
aquisição de bebidas com baixo valor nutricionais, tais como refrigerantes etc.
Sendo restrita a aquisição de alimentos, enlatados, embutidos entre outros que
constam na referida resolução.

A alimentação exerce grande influência no indivíduo, principalmente sobre a


sua saúde, capacidade de trabalhar, estudar e divertir-se, em sua aparência e sua
longevidade (GALISA et al. 2008, p. 3). Para Silva et al. (2007), modificações no
padrão alimentar desde a infância são imprescindíveis para prevenir doenças e
melhorar a qualidade de vida na fase adulta e senil, em consonância com todas as
orientações, este Centro organiza em seu currículo escolar constantes ações que,
de forma didática e lúdica, incentivem as crianças e a comunidade Escolar em
adquirirem hábitos saudáveis em seu cotidiano.

Com a orientação de nutricionistas da Secretaria de Educação do Estado,


realizamos projetos que vem dando muito certo, como a revitalização e manutenção
da Horta Pedagógica Escolar, projeto esse, que foi inscrito na Jornada de Educação
alimentar e Nutricional o qual recebeu premiação em nível Nacional e o nosso relato
de experiência foi publicado no livro “Melhores Relatos da Educação Infantil”,
(BRASÍLIA, 2018).
34

Cuidar da alimentação é uma necessidade básica do ser humano, essencial


para manutenção das funções físicas, biológicas, mentais e para formação,
desenvolvimento e regeneração dos tecidos. Freitas et al. (2012), relata que
compreender o ato de comer significa desvendar esse fenômeno além do campo
biológico, pois o ser humano com o seu crescimento aprende a selecionar
experiências sensoriais e a preparar os alimentos disponibilizado pelas condições
históricas e sociais e, neste acúmulo de vivências, habitua-se a alimentar-se no
cotidiano da cultura que pertence.

Este Centro de Educação segue como base orientadora a Instrução


Normativa n.º 03/2017, publicada no DOEPE de 18 de abril de 2017(SEE/PE), que
estabelece normas para regular os procedimentos relativos ao Programa de
Alimentação Escolar - PAE/PE:

CAPÍTULO I DAS DIRETRIZES E OBJETIVO DO PROGRAMA


art. 20 São diretrizes do Programa de Alimentação Escolar:
I - O emprego da alimentação saudável e adequada, compreendendo o uso
de alimentos variados, seguros, que respeitem a cultura, as tradições e os
hábitos alimentares saudáveis, contribuindo para o crescimento e o
desenvolvimento dos(as) estudantes e para a melhoria do rendimento
escolar, em conformidade com a sua faixa etária e o seu estado de saúde;
II - A inclusão da educação alimentar e nutricional no processo de ensino e
aprendizagem, que perpassa pelo currículo escolar, abordando o tema
alimentação e nutrição e o desenvolvimento de práticas saudáveis de vida
na perspectiva da segurança alimentar e nutricional;
III - A universalidade do atendimento aos(às) estudantes matriculados(as)
na Rede Estadual de Ensino;
IV - A participação da comunidade no controle social, no acompanhamento
das ações realizadas pelo Estado, a fim de garantir a oferta da alimentação
escolar saudável e adequada;
V — o apoio ao desenvolvimento sustentável, com incentivos à aquisição de
gêneros alimentícios diversifica, produzidos em âmbito local e
preferencialmente pela agricultura familiar e pelos empreendedores
familiares rurais, priorizando as comunidades tradicionais indígenas e de
remanescentes de quilombos;
VI — O direito à alimentação escolar, visando garantir a segurança
alimentar e nutricional dos(as) estudantes, com acesso de forma igualitária,
respeitando as diferenças biológicas entre idades e condições de saúde
dos(as) estudantes que necessitem de atenção específica e aqueles que se
encontrem em vulnerabilidade social.
art. 3º O Programa de Alimentação Escolar do Estado de Pernambuco —
PAE/PE tem como objetivo contribuir para o crescimento e o
desenvolvimento biopsicossocial,
35

CAPÍTULO VI DO CARDÁPIO DA ALIMENTAÇÃO ESCOLAR


art. 16. Os Cardápios a serem servidos nas escolas da rede estadual de
ensino serão elaborados pela equipe de nutricionistas da SEE, devidamente
habilitados, seguindo as orientações legais do FNDE, CFN e ANVISA.
art. 19. O planejamento do cardápio deverá ser acompanhado pelo
Conselho de Alimentação Escolar de Pernambuco — CAE/PE e ser
elaborado de modo a promover hábitos alimentares saudáveis, respeitando-
se a cultura de cada localidade, sua vocação agrícola e preferência por
produtos básicos, dando prioridade, dentre esses, aos semielaborados e
aos in natura.

§ 1º Os cardápios deverão oferecer, no mínimo, três porções de frutas e


hortaliças por semana.
art. 21. É dever da escola, divulgar o cardápio alimentar, semanal, quinzenal
ou mensal, a ser consumido pelos alunos no período, deixando-o fixado em
local de fácil acesso e visibilidade para a comunidade escolar, de acordo
com o documento contendo os cardápios balanceados e suas incidências,
encaminhado junto à distribuição centralizada pela equipe de nutricionistas
da GMLD.
(PERNAMBUCO, 2017)

5.10 COMBATE AO BULLYING

O Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying) foi instituído


pela Lei 13.185 (BRASIL, 2015) com o objetivo de que escolas de todo o país
adotem medidas educativas para evitar e combater a prática de Bullying e
Cyberbullying. A Lei define esta prática como

todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre


sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou
mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e
angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes
envolvidas.

Em 2009, Pernambuco, por meio da Lei estadual n.º13.995, foi o primeiro


estado a aprovar uma legislação para coibir esses atos de violência, indicando em
sua definição, ainda, o objetivo de causar constrangimento ou humilhação.

Para combater o bullying, as Leis federal e estadual preveem

a capacitação dos docentes para as ações de prevenção e solução do


problema; campanhas de conscientização; orientação de pais e familiares
36

diante da identificação de vítimas e agressores; assistência psicológica,


social e jurídica às vítimas e aos agressores; integração dos meios de
comunicação com a escola e a sociedade em torno do problema;
priorização de mecanismos de responsabilização e mudança de
comportamento hostil; e, produção de relatórios bimestrais sobre as
ocorrências nos estados e municípios.

As leis obrigam os estabelecimentos de ensino e a assegurar medidas de


prevenção e combate à violência e à intimidação sistemática.

5.11 EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E ENSINO DE HISTÓRIA E


CULTURA AFRO-BRASILEIRA, AFRICANA E INDÍGENA

A história e cultura afro-brasileira e indígena está longe de limitar-se ao


documento legal, a obrigatoriedade da Lei 11.645/2008, diz respeito à inclusão da
História da África e cultura afro-brasileira e indígena no currículo escolar. Apesar de
o currículo nacional ter um componente referente a história e raízes nacionais,
acontece que esse conteúdo se remetia a história tradicional e europeia, levando a
história indígena e afrodescendente, nos materiais tradicionais, a ser pautada pelo
olhar europeu.

Tal abordagem não determina a existência de uma disciplina especifica e


solta. Sua proposta diz respeito à produção de conhecimentos e formação de
atitudes e valores capazes de educar cidadãos conscientes de seu pertencimento
étnico-racial.

Nossa proposta abarca desde a constante reformulação e atualização do


nosso currículo e práticas pedagógicas, formação dos educadores, criação e
acompanhamento de ações pedagógicas. Percebemos a cultura afro-brasileira e
indígena exercitando a diversidade e não estando atentos somente as festas
tradicionais e religiosas (como Carnaval, São João ou Natal) ou até chegar o dia do
folclore ou semana da consciência negra. Estudando, por exemplo, as comunidades
quilombolas e/ou comunidades negras existentes e os povos indígenas, assim como
suas mais diversas manifestações culturais, pois a riqueza das tradições afro-
brasileira e indígena exerceram e exercem papel fundamental para o estudo e
reflexão sobre a rica herança de miscigenação e trocas culturais na história do povo
brasileiro.
37

A escola deve estar atenta ao seu papel social, permitindo ao aluno, vivenciar
o aprendizado da convivência e no respeito às diferenças, desenvolvendo ações
educativas de combate ao racismo e a discriminações, mas acima de tudo com a
compreensão da história e cultura, formada a partir de uma construção vivida e
necessária para a sua formação e ampliação da cidadania do povo brasileiro,
através do conhecimento e valorização da contribuição da pluralidade étnico-racial
na construção do nosso país.

5.12 EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Considerando as especificidades desta instituição de ensino, que por sua


localização, torna-se o único espaço onde a infância pode ser vivenciada e a criança
se desenvolver plenamente conforme assegura a Constituição Brasileira e demais
legislação, bem como as normas que regem a Educação Infantil nos âmbitos
nacional e local e as Diretrizes Curriculares da Educação Básica, CIEI Bem-Me-Quer
tem em seu quadro um Professor de Educação Física.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a Lei n.º 9394/96, em seu


Artigo 26, afirma que:

Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional


comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e
estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas
características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e
da clientela.
A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é
componente curricular obrigatório da educação básica. (BRASIL, 1996).

Nas últimas décadas têm se ampliados os debates que envolvem a Educação


Física na Educação Infantil, Sayão (1996) apresenta alguns aspectos que
caracterizam a entrada do professor de Educação Física na Educação Infantil no
município: o primeiro deles diz respeito à contratação de professores do sexo
masculino, destinada a suprir carências afetivas que as crianças teriam como
38

resultado da ausência da figura do pai na estrutura familiar; o segundo se refere à


expectativa de que o professor de Educação Física poderia ser o responsável por
organizar eventos na instituição; o terceiro remete à contratação de profissionais
excedentes no mercado de trabalho, fruto de ação governamental, cujo caráter seria
clientelista.

As perspectivas teórico-metodológicas que conduziram a inclusão da


Educação Física como ação específica no CIEI Bem-Me-Quer são agrupadas em
torno dos interesses da psicomotricidade, da recreação e da aprendizagem motora,
oferecendo para as práticas caráter compensatório, preparatório e instrumental
(Sayão, 1996).

Na ação docente do profissional destacamos a centralidade do corpo e do


movimento humano como elementos chave da prática pedagógica na Educação
Física. Por eles, as crianças se comunicam, expressam-se e interagem socialmente.

Outrossim, essa iniciativa de trabalho pedagógico em Educação Física na


Educação Infantil ainda sucinta muitos os estudos e debates, através formação
continuada a ser oferecida específica para esse profissional.

5.13 ENSINO DA MÚSICA

Com a obrigatoriedade do ensino de música instituída pela Lei n.º


11.769/2008, buscamos a implementação do ensino de música por Profissional
habilitado em nosso Centro de Educação. Defendemos o uso da música como
ferramenta pedagógica na educação infantil para ajudar a melhorar a sensibilidade
das crianças, a capacidade de concentração e a memória, trazendo benefícios ao
processo de alfabetização e ao raciocínio matemático. A música estimula áreas do
cérebro não desenvolvidas por outras linguagens, como a escrita e a oral e que
beneficiam o desenvolvimento de outras linguagens. Os campos de
desenvolvimentos são os que lidam com a afetividade, na prática com a música, que
se dá pelo aprendizado de um instrumento ou a apreciação dos sons, isso, segundo
o autor, potencializa o aprendizado, tanto no emocional quanto no cognitivo.
39

Em 1998, foi publicado, pelo Ministério da Educação (MEC) o Referencial


Curricular Nacional para Educação Infantil — RCNEI (BRASIL, 1998). Esse
documento torna-se orientação metodológica para a educação infantil, pois nele, o
ensino de música está centrado em visões novas como a experimentação, que tem
como fins musicais a interpretação, improvisação e a composição, e ainda abrange a
percepção tanto do silêncio quanto dos sons, e estruturas da organização musical.

O RCNEI dá ênfase à presença da música na educação infantil, o documento


traz orientações, objetivos e conteúdo a serem trabalhados pelos professores. A
concepção adotada pelo documento compreende a música como linguagem e área
de conhecimento, considerando que está tem estruturas e características próprias,
devendo ser considerada como: produção, apreciação e reflexão (RCNEI, 1998). O
documento apresenta ainda orientações referentes aos conteúdos musicais, estes
se encontram organizados em dois blocos: “O fazer musical” compreendido como
improvisação (RCNEI, 1998, p.57), composição e interpretação e o de “Apreciação
musical”, ambos referentes às questões da reflexão musical.

Com nosso Projeto Político Pedagógico, pretendemos incluir na escola uma


ação pedagógica significativa na educação infantil, que, além de desenvolver a
sensibilidade musical, possa ainda ajudar no desenvolvimento de outras
potencialidades da criança, incluindo objetivos, justificativas, experiências e
condições de ensino-aprendizagem resultantes de uma reflexão profunda, num
diálogo permanente com a realidade sociocultural.

5.14 EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA (EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS,


EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO, IDOSO, SÍMBOLOS NACIONAIS: HINO)

A Constituição Federal Brasileira e a LDBEN (BRASIL, 1996) afirmam o


exercício da cidadania como uma das finalidades da educação, ao estabelecer uma
prática educativa “inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade
humana, com a finalidade do pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para
o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. O Plano Nacional de
Educação em Direitos Humanos — PNEDH (BRASIL,) prevê um conjunto de ações
40

para cinco áreas de atuação, entre as quais a educação básica, com medidas que
vão desde a formação de professores, a elaboração de material didático e a
implementação de programas de inclusão efetiva dos direitos humanos no cotidiano
da vida escolar.

É com base nestas normativas que o ambiente escolar adquire uma função
importante no sentido de levar as crianças na educação infantil a entender a vida e
as formas de conviver com o outro, e comecem a entender seus direitos e deveres e
o que deve fazer para que tenhamos uma sociedade mais justa. Através de
atividades prazerosas para as crianças, é possível fazê-las entender o que é o
respeito pelo outro e a importância dessa atitude na vida das pessoas.

Ao construir e elaborar nosso projeto, dentro de nossa realidade, temos como


viés cotidiano o ouvir e o diálogo com nossas crianças, o tratamento com dignidade,
a construção do autorrespeito (condição para o respeito aos outros), o respeito a
individualidade, a importância de não as deixar esperando durante muito tempo
entre uma e outra atividade, de priorizar espaços em que elas possam se
movimentar com liberdade, de intervir nos conflitos, buscando que as crianças se
percebam e se reconheçam e que, respeitando as características da faixa etária,
elas possam, pouco a pouco, reconhecer o outro e compreender que a agressão
física não é a melhor atitude. Assim, todas as experiências promovidas, pensadas e
organizadas pelos educadores do Centro de Educação precisam ter um olhar
cuidadoso.

O envolvimento e a participação da família neste ambiente escolar nos dias


atuais são considerados um componente importante para o desempenho das
instituições de ensino, e para a aprendizagem da criança em sua vida escolar e no
meio social e por isso é importante que a família e comunidade escolar estejam
atentas e acompanhem o desenvolvimento das crianças em todo o seu processo de
aprendizagem.

A família é a primeira instituição em que a criança encontra um espaço natural


para o seu desenvolvimento. Portanto, cabe salientar que as instituições de um
modo geral acompanham o desenvolvimento social, com a família não tem sido
diferente, tem se modificado a cada período histórico, tanto em sua estrutura,
41

função, modo de conceber a aprendizagem, valores e costumes (APARECIDA, 2016


p. 20).

A participação da família no CIEI Bem-Me-Quer tem sido fundamental no


processo ensino aprendizagem. Família e escola são os principais suportes com que
as crianças podem contar para enfrentar desafios, visto que, integradas e atentas
podem detectar dificuldades de aprendizagem, podendo contribuir de maneira
eficiente. De um modo geral, a família tem se apresentado como parceira, aliada à
escola e aos professores. Portanto, incentivamos e buscamos sempre a integração
com as famílias numa ação cotidiana, e também, através de Plantões Pedagógicos,
celebrações nos Encontros Família-Escola, dias de festividades e datas
comemorativas.

Nesse ponto, salientamos as ações com abordagens pautadas pela


interdisciplinaridade e pela contextualização com os componentes do currículo, com
a finalidade de ressaltar a valorização, o processo de envelhecimento, o respeito e
importância dos idosos na sociedade e na vida conforme indica as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Básica (BRASIL,). A Lei Federal n.º
10.741/2003, dispõe sobre a instituição do Estatuto do Idoso, assegurando os
direitos das pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos, e atribuindo à
família, à comunidade, à sociedade e ao Poder Público, o dever de efetivar, com
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura,
ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e
à convivência familiar e comunitária.

A formação do cidadão passa também pela adoção de posturas que visem o


bem comum, a boa convivência e a paz, assim o assume grande relevância o
aspecto do trânsito, tendo em vista que a educação para o trânsito torna possível a
redução de acidentes, agressões, ferimentos e mortes. Inevitavelmente, as crianças
são companheiras de viagem em veículos, assim, torna-se importante conscientizar
as crianças a partir da educação infantil a respeito das Leis de Trânsito. A escola
tem papel fundamental na ação educativa para o trânsito e é o espaço determinante
de formação de cidadãos conscientes e críticos.

As atividades educativas de trânsito devem ser desenvolvidas através de


situações reais significativas e contextualizadas, que ativam a capacidade do aluno
42

de forma permanente, dando ao professor a oportunidade de perceber o quanto ele


já sabe e o quanto aprendeu sobre o tema.

O Código de Trânsito Brasileiro — CTB (BRASIL, 1997) traz um grande


avanço quando dedica um capítulo exclusivo para a educação, onde determina sua
implementação em todos os níveis de escolarização. O DENATRAN publicou em
2009, as Diretrizes Nacionais da Educação para o trânsito na Pré-escola (BRASIL,
2009) onde estabelece os fundamentos, os princípios e os procedimentos para
orientação na organização nesse nível de ensino.

Os símbolos nacionais são manifestações gráficas e musicais, de importante


valor histórico, criadas para transmitir o sentimento de união nacional e mostrar a
soberania do país. Frequentemente são mobilizados como parte de celebrações de
patriotismo ou de aspirações nacionalistas e projetados para ser inclusivos e
representativos de todas as pessoas da comunidade nacional.

A pretensão é unir pessoas, criando representações visuais, verbais ou


icônicas do povo, dos valores, objetivos ou da história nacional.

Os símbolos nacionais do Brasil foram instituídos através da Lei 5.700 de 1º


de setembro de 1971. Esta lei, além de estabelecer quais são os símbolos
nacionais, também determina o modo como estes devem ser usados, seus padrões,
formatos e significados, entre outros. Estes símbolos representam o país dentro e
fora do território nacional. Sendo assim, devem ser respeitados por todos os
cidadãos brasileiros. Em 18 de setembro, comemora-se o Dia dos Símbolos
Nacionais.

O respeito à nossa Pátria Amada e o patriotismo devem ser estimulados entre


o povo brasileiro desde cedo, pois é através desse amor que as pessoas se sentem
responsáveis e desejosas de ver um país melhor e lutar por uma nação mais justa.
Para estimular esse patriotismo, todas as escolas devem possuir o “Momento
Cívico”.

No CIEI Bem-Me-Quer, esse momento acontece diariamente com as crianças


enfileiradas cantando o Hino Nacional. Na semana da pátria, trabalhamos o
hasteamento da bandeira nacional brasileira, quando é possível fazê-lo em campo
aberto. Em outros momentos, a bandeira é segurada por alunos naquela semana.
43

Assim, os alunos podem também colocar em prática as formas de respeito dirigidas


aos Símbolos Nacionais.

Nossa escola ressalta a necessidade de resgatar o compromisso e a


importância dos valores cívicos que fazem parte da nossa história e da garantia da
cidadania de todos com o propósito de buscar a relevância cultural e o patrimônio da
nação brasileira, nesta visão trabalha todos os anos a semana da pátria de forma a
vivenciar vários projetos que englobem o tema. No intuito de valorizar as tradições e
o respeito de um dos momentos cíveis mais importantes da nossa nação brasileira,
o CIEI Bem-Me-Quer, participa do desfile cívico do dia 07 de setembro pelas ruas do
Arquipélago Fernando de Noronha.

6 EIXOS ARTICULADORES DO CURRÍCULO

6.1 RELAÇÃO TEORIA-PRÁTICA

Tratando-se de um Centro de Educação Infantil, que trabalha com crianças de


4 meses a 05 anos, fase em que o lúdico interage diretamente com a realidade, a
relação teoria-prática aparece através da realização de projetos, favorecendo a
aprendizagem e promovendo a construção do conhecimento. Sendo essa
construção viabilizada pelo aprender fazendo, através de atividades práticas,
motivadoras e significativas em consonância com as Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Infantil, O RCNEI e com a BNCC.

6.2 INTERDISCIPLINARIDADE

Para desenvolver os projetos didático-pedagógicos é necessário inter-


relacionar os conteúdos de diversas disciplinas para promover um ambiente de
aprendizagem onde ocorra a compreensão mais ampla do tema abordado. No CIEI
Bem-Me-Quer a coordenação tem um papel mediador, auxiliando na definição das
temáticas e apoiando nas pesquisas. Com isso, pretende-se criar uma visão
integradora das disciplinas e romper com a divisão rígida e cristalizada das mesmas.
44

Desta forma, projetos e atividades que envolvem várias disciplinas dão sentido ao
aprendizado, operacionalizando conteúdos curriculares de maneira integrada e
sistêmica e proporcionando uma educação interdisciplinar e uma visão de mundo
integrada.

6.3 CENTRO COMO ESPAÇO DE PESQUISA

No Centro de Educação o aluno utiliza a pesquisa como forma de contato


com o não-conhecido, seja através de livros, revistas ou até saídas para campo,
com o intuito de que a partir da relação com os conhecimentos que ele já detém
possa construir os novos. Partindo-se do tema de um projeto, são elaborados os
caminhos para a busca do conhecimento. Assim, pode-se formar pessoas críticas e
questionadoras de sua realidade que possam intervir nela conscientemente. Como
dizia Paulo freire “não se deve dar o peixe e sim, ensinar a pescar”.

7 METODOLOGIA DE ENSINO

O Centro Integrado de Educação Infantil, com base na LDB (BRASIL, 1996),


tem como princípios pedagógicos:

 Viabilizar meios que favoreçam a valorização do profissional da


educação escolar;
 Fazer uso de metodologias modernas que garantam o padrão de
qualidade escolar; dar ênfase a uma visão globalizada, onde possa
formar sujeitos agentes da sua própria história, atuando como
elemento transformador da sociedade buscando entender o mundo em
que vive;
 Avaliar contemplando o processo contínuo e cumulativo dando ênfase
ao aspecto qualitativo sobre o quantitativo, considerando ao longo
desse processo todos os resultados alcançados, frutos do ensino e
aprendizagem; avaliar de forma a acompanhar o desenvolvimento da
criança, sem caráter de promoção;
45

 Prover meios para incentivar os alunos de menor rendimento escolar.

O trabalho no Centro está baseado em princípios piagetianos que respeitam


as etapas de desenvolvimento de cada faixa etária, desenvolvendo uma pedagogia
fundamentada no processo de interação entre o sujeito cognoscente e o objeto
cognoscível, proporcionando condições ao educando de construir seu próprio
conhecimento.

As atividades desenvolvidas objetivam o pensar, o raciocinar, o refletir, o


questionar, o criar, permitindo sempre novos desafios e novas experiências ao
educando na busca da sua competência como cidadão. Citando Piaget (ANO, p.xx)

O principal objetivo da educação é desenvolver homens capazes de criar


coisas, não simplesmente o que outras gerações fizeram — homens que
sejam criadores, inventivos, descobridores. O objetivo da educação é formar
mentes que possam ser analisadoras e não que aceitem tudo que se lhes
dá.

7.1 PLANEJAMENTO ANUAL

O período letivo terá a duração de no mínimo 200 dias letivos e uma carga
horária mínima de 800 horas letivas distribuídas em dois semestres, com início e
término fixados no Calendário Escolar.

O CIEI Bem-Me-Quer elaborará anualmente o seu Calendário Escolar,


integrando-o ao Projeto Pedagógico da Escola, baseado na legislação vigente e
submetido à homologação do órgão competente, devendo conter:

 O cumprimento da quantidade de dias letivos e horas de efetivo


trabalho escolar estabelecidos pela legislação vigente;
 Período de férias e de recesso escolar;
 Reuniões pedagógicas e de pais e mestres;
 Plantões Pedagógicos;
 Encontros Família-Escola;
 Período de elaboração elou reformulação do Projeto da Escola;
 Período de planejamento geral e avaliação institucional.
46

A cada ano a comunidade escolar escolhe um tema gerador central a ser


trabalhado por todos no Centro, onde cada professor desenvolve seu planejamento
a partir dele. E levado em conta o calendário oficial da secretaria de educação, as
datas comemorativas nacionais e locais. Esse planejamento toma forma através do
Calendário Anual. São os norteadores do planejamento anual de curso dos
professores, que nos adaptam para cada etapa de ensino. E levado em conta o perfil
de entrada e saída das crianças, de acordo com a matriz de habilidades de cada
etapa.

7.2 PLANEJAMENTO SEMESTRAL

Também, é feito no início do ano letivo, é elaborado em torno das habilidades


e competências a serem construídas pelos educandos bimestralmente. É onde se
planeja detalhadamente as ações propostas para o ano letivo a serem executadas
em cada bimestre, prevendo-se todos os recursos e metas.

7.3 PLANEJAMENTO SEMANAL

É o instrumento pelo qual é proposta e organizada a atividade pedagógica em


sala de aula, pelo qual se visualiza a relação ensino-aprendizagem. Deve ser
entregue sempre com antecedência.

7.4 PROJETOS

No trabalho com projetos, o educando é o próprio agente de seu


desenvolvimento, o conhecimento é assimilado de maneira própria, mas sempre
com o auxílio da mediação do educador. Aprender deixa de ser um simples ato de
memorização e ensinar não significa mais repassar conteúdos prontos. O aluno
deixa de ser um sujeito passivo, sempre à mercê das ordens do professor, lidando
47

com um conteúdo completamente dissociado de sua realidade e em situações


artificiais de ensino-aprendizagem.

O aluno é visto como sujeito ativo que usa sua experiência e conhecimento
para resolver problemas. Suas concepções e conhecimentos prévios são levantados
e analisados para que o educador possa problematizá-los e oferecer-lhes desafios
que os façam avançar. Aprende-se participando, vivenciando sentimentos, tomando
atitudes diante dos fatos, escolhendo procedimentos para atingir determinados
objetivos. Ensina-se não só pelas respostas dadas, mas principalmente pelas
experiências proporcionadas, pelos problemas criados, pela ação desencadeada.
(LEITE, 2000).

No CIEI Bem-Me-Quer, durante todo o ano letivo são vivenciados projetos


interdisciplinares que contemplam datas comemorativas importantes para a nossa
comunidade: Projeto Carnaval; Projeto Páscoa; Projeto Índio; Projeto Mãe; Projeto
Dia do Brincar; Projeto Festas Juninas; Projeto Dia do Amigo; Projeto Dia dos Avós;
Projeto Pai; Projeto Aniversário da Ilha; Projeto Folclore; Projeto Sete de Setembro;
Projeto Dia das Crianças; Projeto Consciência Negra.

Além dos projetos de datas comemorativas serão vivenciados projetos que


visam o incentivo à consciência ambiental e de alimentação saudável como o projeto
Horta Escolar e o projeto temático anual, que será elaborado sempre no início do
ano, e vivenciado durante os quatro bimestres.

8 AVALIAÇÃO

8.1 AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL

A Avaliação Institucional do CIEI Bem-Me-Quer é uma ferramenta muito


importante para a reflexão do dia a dia, verificando os acertos e os resultados
negativos, e tendo como referência os padrões de qualidade para educação infantil,
para assim garantir a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem. A partir
desse processo contínuo pode-se acompanhar e efetuar mudanças necessárias à
eficácia na execução da missão e para alcançar os objetivos propostos pelo Centro.
48

Para tanto, envolve todos os segmentos do Centro: gestores; funcionários


técnicos e administrativos; docentes; discentes; pais e responsáveis e comunidade
local.

A Avaliação completa é realizada todo ano letivo de forma coletiva, sendo no


curso do ano coletados dados através da escuta, pela gestão, da comunidade
escolar.

8.2 AVALIAÇÃO DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação, na seção II, referente à Educação


Infantil, artigo 31, preconiza que: “(...) a avaliação far-se-á mediante o
acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção,
mesmo para o acesso ao ensino fundamental”.

Segundo as DCNEI, as instituições de Educação Infantil devem criar


procedimentos para acompanhamento do trabalho pedagógico e para avaliação do
desenvolvimento das crianças, sem objetivo de seleção, promoção ou classificação,
garantindo:

 A observação crítica e criativa das atividades, das brincadeiras e


interações das crianças no cotidiano;
 Utilização de múltiplos registros realizados por adultos e crianças
(relatórios, fotografias, desenhos, álbuns etc.);
 A continuidade dos processos de aprendizagens por meio da criação
de estratégias adequadas aos diferentes momentos de transição
vividos pela criança (transição casa/instituição de Educação Infantil,
transições no interior da instituição, transição creche/pré-escola e
transição pré-escola/Ensino Fundamental);
 Documentação específica que permita às famílias conhecer o trabalho
da instituição junto às crianças e os processos de desenvolvimento e
aprendizagem da criança na Educação Infantil;
 A não retenção das crianças na Educação.
49

9 ARTICULAÇÃO ENTRE A EDUCAÇÃO INFANTIL E O ENSINO


FUNDAMENTAL

A nova Base Comum busca reforçar articulação com as etapas da Educação


infantil e do Ensino fundamental ressaltando a importância de garantir “a integração
e a continuidade dos processos de aprendizagens das crianças”.

Na transição para o Ensino Fundamental, a proposta pedagógica deve prever


formas para garantir a continuidade no processo de aprendizagem e
desenvolvimento das crianças, respeitando as especificidades etárias, sem
antecipação de conteúdos que serão trabalhados no Ensino Fundamental,
principalmente no que se refere ao letramento e à alfabetização, a família e a escola
devem acompanhar e ajudar no desenvolvimento das crianças, onde as mudanças
para essa nova etapa se construa com base no que os educandos sabem e são
capazes de fazer, sempre respeitado o tempo de cada um. O brincar é uma
característica muito específica dessa faixa etária e é fundamental como forma de
aprendizagem.

Assim, podemos evidenciar que a continuidade, a regularidade, a transição


sem rupturas bruscas, mediadas pela ludicidade, mantém as crianças mais
concentradas, os pais mais seguros, evitando crises desnecessárias. Para isso, são
disponibilizadas todas as informações e registros sobre os processos educativos
vivenciados pelas crianças, como fichas de desempenho, portfólios, relatórios e
outros. Também, incentivamos conversas entre os docentes e visitas entre as
turmas.

Nessa segunda versão da Base Nacional Comum Curricular é definido um


conjunto de objetivos de aprendizagem estabelecido para cada faixa etária, para
serem trabalhados sequencialmente em três subgrupos de faixa etária — os bebês,
as crianças bem pequenas e as crianças pequenas. Esses conhecimentos devem
ser apresentados na forma de noções introdutórias para serem sistematizados e
consolidados no ensino fundamental. Definem-se, ainda, as aprendizagens
esperadas no final da etapa para que as crianças tenham condições de ingressar no
ensino fundamental de forma satisfatória.
50

10 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A elaboração do Projeto Político Pedagógico deve contar com o envolvimento


de todos, já que define a identidade da escola, traça metas a serem alcançadas e as
estratégias a serem seguidas, portanto, indica os rumos para garantir um ensino
com qualidade, como um documento para ser consultado, visto e revisto sempre que
necessário.

Compartilhar este trabalho de criação do PPP é essencial para uma gestão


democrática. Com a participação e o comprometimento de todos os segmentos da
comunidade escolar, o PPP ganha vida não sendo apenas uma formalidade a ser
cumprida por exigência legal, ou, tornando-se, ainda, “letra morta” sem significado
algum para todos que atuam na escola.
51

De fato, devemos lembrar que todo planejamento é flexível, já que toda


realidade é passível de mudanças. Contudo, garantindo a voz de todos nessa
construção, sempre que necessário, o Centro Integrado de Educação Infantil Bem-
Me-Quer espera cumprir sua função educativa e também sócio-política, no sentido
de formar sujeitos aptos a exercer sua cidadania.

11 REFERÊNCIAS

APARECIDA, Daniela Lopes Bernardino et AL. A Importância da Relação Entre


Escola e Família no Desenvolvimento Intelectual e Afetivo do Aluno. Rev.
Saberes, Rolim de Moura, vol. 4, n. 1 Rondônia, 2016.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Senado:
Brasília, DF, 1998.
_____, Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): Lei n.º 8.069, de 13 de julho
de 1990. Rio de Janeiro: Imprensa Oficial, 2002.
_____, Ministério de Educação e Cultura. Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDBEN): Lei 9.394, de dezembro de 1996. Brasília.
_____, Ministério de Educação. Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Brasília, 2017.
_____, Lei n.º 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de
Educação - PNE e dá outras providências. Brasília: Senado Federal, 2012.
_____, Presidência da República. Lei n.º 11.645, de 10 de março de 2008. Altera a
Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei n.º 10.639, de 9 de
52

janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para


incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e
Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Brasília: Casa Civil, 2008.
_____, Ministério de Educação e Cultura. Lei n.º 11.114, de 16 de maio de 2005.
Toma obrigatório o início do ensino fundamental aos seis anos de idade.
_____, Ministério de Educação e Cultura. Lei n.º 11.274, de 6 de fevereiro de 2006.
Dispõe sobre a duração de 9 (nove) anos para o ensino fundamental, com matrícula
obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de idade.
_____, Estatuto do idoso: Lei federal n.º 10.741, de 01 de outubro de 2003.
Brasília, DF: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2004.
_____, Lei n.º 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da
Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência).
_____, Lei n.º 13.185, de 6 de novembro de 2015. Institui o Programa de Combate
à Intimidação Sistemática (Bullying).
_____, Lei n.º 7.853, de 24 de outubro de 1989. Dispõe sobre o apoio às pessoas
portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional
para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência - Corde, institui a tutela
jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação
do Ministério Público, define crimes, e dá outras providências.
_____, Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Lei n.º 9.503, de 23 de setembro de
1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro.
_____, Ministério das Cidades. DENATRAN, Portaria 147, de 02 de junho 2009.
Aprova as Diretrizes Nacionais da Educação para o trânsito na Pré-escola.
_____, Lei n.º 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental,
institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências.
_____, Lei n.º 11.769, de 18 de agosto de 2008. Dispõe sobre a obrigatoriedade do
ensino da música na educação básica.
_____, Lei n.º 12.472, de 1º de setembro de 2011. Inclui os símbolos nacionais
como tema transversal nos currículos do ensino fundamental.
_____, Lei n.º 12.031, de 21 de setembro de 2009. Determina a obrigatoriedade de
execução semanal do Hino Nacional nos estabelecimentos de ensino fundamental.
_____, Lei n.º 5.700, de 1º de setembro de 1971. Dispõe sobre a forma e a
apresentação dos Símbolos Nacionais, e dá outras providências.
_____, Lei n.º 12.764, de 27 de dezembro de 2012. Institui a Política Nacional de
Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista
_____, Ministério da Educação. Resolução CNE/CEB n.º 6, de 20 de outubro de
2010. Define Diretrizes Operacionais para a matrícula no Ensino Fundamental e na
Educação Infantil. Brasília: CNE/CEB, 2010.
_____, Ministério da Educação. Resolução CNE/CEB n.º 4, de 13 de julho de
2010. Define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica.
53

_____, Ministério da Educação. Resolução CNE/CEB n.º 5, de 17 de dezembro de


2009. Fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil.
_____, Ministério da Educação. Resolução CNE/CEB n.º 2, de 1 1 de setembro de
2001. Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica.
_____, Ministério de Educação e Cultura - Referencial Curricular Nacional para
Educação Infantil. Brasília: 1998.
_____, Conselho Nacional de Educação/Conselho Pleno. Parecer n.º 14, 6 de
junho de 2012. Estabelece Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Ambiental.
_____, Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação; Conselho Pleno.
Resolução n.º 2, de 15 de junho de 2012. Estabelece as Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Ambiental.
_____, Decreto n.º 7.037, de 21 de dezembro de 2009. Aprova o Programa
Nacional de Direitos Humanos — PNDH-3 e dá outras providências.
_____, Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação; Conselho Pleno.
Resolução n.º l, de 30 de maio de 2012. Estabelece Diretrizes Nacionais para a
Educação em Direitos Humanos.
_____, Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação; Conselho Pleno.
Resolução n.º 1, de 17 de junho de 2004. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura
Afro-Brasileira e Africana.
CRAIDY, Carmem Maria; KAERCHER, Gládis Elise P. da Silva. Educação Infantil:
pra que te quero? Porto Alegre: Artmed, 2001.
DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. Campinas, SP: Autores Associados, 2000.
FLORIANOPOLIS. Prefeitura Municipal. Secretaria Municipal de Educação. A
Educação Física na Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino de
Florianópolis. Florianópolis, 2016.
GIRARDI, Giovana. Música para aprender e se divertir. NOVA ESCOLA, 01 de
junho de 2004.
JUSTEL, Talita. O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil e a
Pedagogia da Infância como divulgadores do ideário construtivista: Uma
análise teórica de suas concepções de criança, professor e conhecimento.
Cadernos da Pedagogia ano I Volume 01 janeiro/julho de 2007.
MICHELLI, Cláudia Regina Pinto; FISCHER, Julianne. Infância na Creche. Um
Olhar Inclusivo. Disponível em: http://vvwvv.conteudoescola.com.br, acesso em 19
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MOURA, Dácio Guimarães de; BARBOSA, Eduardo F. Trabalhando com projetos:
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PERNAMBUCO. Constituição do Estado de Pernambuco. Alepe Legis - Portal da
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Municipais de Educação. Currículo de Pernambuco para Educação Infantil.
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_____, Governo do Estado. Lei n.º 12.280, de 11 de novembro de 2002, alterada
pela Lei n.º 12.911, de 31 de outubro de 2005. Dispõe sobre a Proteção Integral aos
Direitos dos Alunos.
_____, Governo do Estado. Lei n.º 13.995, de 22 de dezembro de 2009. Lei de
combate ao bullying escolar.
_____, Governo do Estado. Lei n.º 11.014, de 28 de dezembro de 1993, alterada
pela Lei n.º 11.303, de 26 de dezembro de 1995. Dispõe sobre a criação dos
Conselhos Escolares nas Escolas da Rede Estadual de Ensino.
_____, Governo do Estado. Lei n.º 11.329, de 16 de janeiro de 1996. Estatuto do
Magistério Público de Pré-Escolar, Ensino Fundamental e Ensino Médio do Estado
de Pernambuco.
_____, Governo do Estado. Lei n.º 6.123/1968, de 20 de julho de 1968, e suas
alterações. Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Pernambuco.
_____, Governo do Estado. Lei n.º 15.533, de 23 de junho de 2015. Aprova o Plano
Estadual de Educação [Pernambuco] — PEE — 2015-2025.
_____, Lei n.º 15.487, de 27 de abril de 2015. Dispõe sobre a proteção e os direitos
da pessoa com Transtorno de Espectro Autista no Estado de Pernambuco e dá
outras providências.
_____, Governo do Estado. Lei n.º 13.201, de 16 de janeiro de 2007. Restaura nas
escolas de todos os graus e modalidades do Estado de Pernambuco a tradicional
prática do hasteamento da Bandeira do Brasil ao som do Hino Nacional, como
expressão da cultura e sentimentos brasileiros.
SILVA, Marieta Borges Lins. Fernando de Noronha: Cinco Séculos de História.
Recife: CELPE, 2007.
SAYÃO, Débora. A hora de... A Educação Física na Pré-Escola. In: Colégio
Brasileiro de Ciências do Esporte. Congresso, Anais Vol. I, Goiânia, 1997.
SILVA, Rinalva Cassiano; José Aparecido. História e Cultura Afrodescendente e
Indígena (Lei 11.645/08). Revista de Educação do Cogeime, vol. 25, n.º 49 (2016).
VEIGA, I. P. A. (org.). Projeto político pedagógico da escola: uma construção
possível. Campinas: Papirus, 1995.
55
56

12 APÊNDICE
EDUCAÇÃO INFANTIL – DIREITOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO

Considerando os direitos de aprendizagem e desenvolvimento das crianças e no âmbito de cada campo de experiência, são
definidos objetivos de aprendizagem e desenvolvimento organizados em três grupos de faixas etária:

Zero a 1 ano de seis meses; 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses; 4 anos a 5 anos e 11 meses.

Apêndice

DIREITOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO

CONVIVER BRINCAR PARTICIPAR EXPLORAR EXPRESSAR CONHECER-SE

CAMPOS DE EXPERICÊNCIAS

NATUREZA E SOCIEDADE MOVIMENTO LINGUAGEM DA ARTE LINGUAGEM ORAL E ESCRITA CONHECIMENTO-LÓGICO


MATEMÁTICO
1-7m 4a-5a 1 a 7m 4a-5a 1a7m 4a-5a 1a7m 4a-5a 1a7m- 4a-5a
0- 1A6m 0-1a6m 0-1a6m 0-1a6m 0 - 1 a 6m
3 - 11 m 11 m 3 a 11 m 11 m 3 a 11 m 11 m 3 a 11 m 11 m 3 a 11 m 11 m
57

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS

“LINGUAGEM ORAL E ESCRITA”

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO

BERÇÁRIO
CRIANÇAS DE ZERO A 1 ANO E 6 MESES
EIO1OEO1 EIO1OEO2 EIO1OEO3 EIO1OEO4 EIO1OEO5 EIO1OEO6 EIO1OEO7 EIO1OEO8 EIO1OEO9
Reconhecer Demonstrar Demonstrar interesse Reconhecer Imitar as Comunicar-se Conhecer e Ter contato com Ter contato
quando é interesse ao ao ouvir histórias lidas elementos das variações de com outras manupular diferentes com
chamado por ouvir a leitura ou contadas, ilustrações de entonação e pessoas materiais gêneros textuais diferentes
seu nome e de poemas e a observando ilustrações histórias, gestos usando impressos e (poemas, fábulas, instrumentos
reconhecer os apresentação e os movimentos de apontando-os, realizados movimentos, audiovisuais contos, receitas, de surportes
nomes de de músicas. leitura do adulto-leitor a pedido do pelos adultos, gestos, em diferentes quadrinhos, de escrita.
pessoas com (modo de segurar o adulto-leitor. ao ler histórias balbucios, fala portadores anúncios, etc.)
quem convive. portador e de virar as e ao cantar. e outras (livros,
páginas). formas de revistas, gibi,
expressão. jornal, cartaz,
CD, tablet,
etc.).
58

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS

“LINGUAGEM ORAL E ESCRITA”

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO

MATERNALZINHO, MATERNAL E JARDIM I.


CRIANÇAS DE ZERO A 1 ANO E 7 MESES A 3 ANOS E 11 MESES.
EIO2OEO1 EIO2OEO2 EIO2OEO3 EIO2OEO4 EIO2OEO5 EIO2OEO6 EIO2OEO7 EIO2OEO8 EIO2OEO9
Dialogar com Identificar e Demonstrar interesse Formular e Relatar Criar e contar Manusear Ampliar o Manusear
crianças e criar e atenção ao ouvir a responder experiências e histórias diferentes contato com diferentes
adultos, diferentes leitura de histórias e perguntas sobre fatos oralmente, portadores diferentes instrumentos e
expressando sons e outros textos, fatos da história acontecidos, com base em textuais, gêneros suportes de
seus desejos, reconhecer diferenciando escrita narrada, histórias imagens ou demonstrando textuais escrita para
necessidades, rimas e de ilustrações, e identificando ouvidas, filmes temas reconhecer (parlendas, desenhar, traçar
sentimentos e alterações acompanhando, com cenários, ou peças sugeridos. seus usos histórias de letrar e outros
opiniões. com cantigas orientação do adulto- personagens e teatrais socias e suas aventura, sinais gráficos.
de roda e leitor, a direção da principais assistidos, características tirinhas,
textos leitura (de cima para acontecimentos. etc. gráficas. cartazes de
poéticos. baixo, da esquerda sala, cardápio,
para direita). notícias etc.).
59

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS

“LINGUAGEM ORAL E ESCRITA”

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO

JARDIM II E III
CRIANÇAS DE 4 ANOS A 5 ANOS E 11 MESES.
EIO3OEO1 EIO3OEO2 EIO3OEO3 EIO3OEO4 EIO3OEO5 EIO3OEO6 EIO3OEO7 EIO3OEO8 EIO3OEO9
Expressar ideias, Inventar Escolher e Recontar Recontar histórias Produzir suas Levantar hipóteses Identificar Levantar
desejos e brincadeiras folhear livros, histórias ouvidas para próprias histórias sobre gêneros textuais gêneros textuais hipóteses em
sentimentos sobre cantadas, procurando ouvidas e produção de orais e escritas veiculados em mais frequentes, relação a
suas vivências, por poemas e orientar-se por planejar reconto escrito, (escrita portadores recorrendo a linguagem
meio da linguagem canções, criando temas e coletivamente tendo o professor espontâneas), conhecidos, estratégias de escrita,
oral e escrita (escrita rimas, alterações ilustrações e roteiros de como escriba. em situações recorrendo a configuração realizando
espontânea), de e ritmos. tentando vídeos e de com função estratégia de gráfica do registro de
fotos, desenhos e identificar encenações, social observação gráfica e portador e do palavras e
outras formas de palavras definindo os significativa. de leitura. texto e textos por
expressão. conhecidas. contextos, os ilustrações nas meio de
personagens, a páginas. escrita
estrutura da espontânea.
história.
60

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS

“CONHECIMENTO LÓGICO-MATEMÁTICO”

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO

BERÇÁRIO
CRIANÇAS DE ZERO A 1 ANO E 6 MESES
EIO1OEO1 EIO1OEO2 EIO1OEO3 EIO1OEO4 EIO1OEO5 EIO1OEO6 EIO1OEO7 EIO1OEO8 EIO1OEO9
Reconhecer Demonstrar Demonstrar interesse Reconhecer Imitar as Comunicar-se Conhecer e Ter contato Ter contato
quando é interesse ao ouvir ao ouvir histórias lidas elementos das variações com outras manipular com diferentes com
chamado por a leitura de ou contadas, ilustrações de de pessoas materiais gêneros diferentes
seu nome e poemas e a observando histórias, entonação e usando impressos e textuais instrumentos
reconhecer os apresentação de ilustrações e os apontando-os, gestos movimentos, audiovisuais em (poemas, de surportes
nomes de músicas. movimentos de leitura a pedido do realizados gestos, diferentes fábulas, contos, de escrita.
pessoas com do adulto-leitor (modo adulto-leitor. pelos balbucios, fala portadores (livros, receitas,
quem convive. de segurar o portador adultos, ao e outras revistas, gibi, quadrinhos,
e de virar as páginas). ler histórias formas de jornal, cartaz, CD, anúncios, etc.).
e ao cantar. expressão. tablet, etc.).
61

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS

“CONHECIMENTO LÓGICO-MATEMÁTICO”

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO

MATERNALZINHO, MATERNAL E JARDIM I


CRIANÇAS DE 1 ANO E 7 MESES A 3 ANOS E 11 MESES.

EIO2ETO1 EIO2ETO2 EIO2ETO3 EIO2ETO4 EIO2ETO5 EIO2ETO6 EIO2ETO7 EIO2ETO8 EIO2ETO9


Explorar e descrever Observar, relatar e Compartilhar, com Identificar relações Classificar Analisar Utilizar conceitos básicos Contar oralmente Registrar com
semelhanças e diferenças descrever incidentes do outras crianças, espaciais (dentro e objetos, situações- de tempo (agora, antes, objetos, pessoas, números a
entre as características e cotidiano e fenômenos situações de fora, em cima, considerando problema do durante, depois, ontem, livros etc. em quantidade de
propriedades dos objetos naturais (luz solar, vento, cuidado de plantas embaixo, acima, determinado cotidiano, hoje, amanhã, lento, contextos diversos. crianças (meninas e
(sonoridade, textura, peso, chuva, etc.). e animais nos abaixo, entre e do atributo levantando rapido, depressa, meninos, presentes e
tamanho, posição no espaços da lado) e temporais (tamanho, peso, hipóteses, devagar). ausentes) e a
espaço). instituição e fora (antes, durante e cor, forma etc.). dados e quantidade de
dela. depois). possibilidades objetos da mesma
de solução. natureza (bonecas,
bolas, livros etc.).
62

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS

“CONHECIMENTO LÓGICO-MATEMÁTICO”

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO

JARDIM II E III
CRIANÇAS DE 4 ANOS A 5 ANOS E 11 MESES.

EIO3ETO1 EIO3ETO2 EIO3ETO3 EIO3ETO4 EIO3ETO5 EIO3ETO6 EIO3ETO7 EIO3ETO8 EIO3ETO9


Estabelecer Observar e descrever Identificar e Registrar observações, Classificar Resolver situações- Relatar fatos Relacionar números Expressar
relações de mudanças em diferentes selecionar fontes manipulações e medidas, objetos e figuras, problema, formulando importantes sobre às suas respectivas medidas
comparação entre materiais, resultantes de de informações, usando múltipla linguagem de acordo com questões, levantando seu nascimento e quantidades e (peso, altura
objetos, observando ações sobre ele, em para responder a (desenho, registro por suas hipóteses, organizando desenvolvimento, a identificar o antes, o etc.).
suas propriedades. experimentos envolvendo questões sobre números ou escrita semelhanças e dados testando história dos seus depois e o entre em Construindo
fenômenos naturais e natureza, seus espontânea), em diferenças. possibilidades de familiares e da sua uma sequência. gráficos
artificiais. fenômenos, sua diferentes suportes. solução. comunidade. básicos.
preservação.
63

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS
“NATUREZA E SOCIEDADE”
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO
BERÇÁRIO
CRIANÇAS DE ZERO A 1 ANO E 6 MESES.
EIO1EOO1 EIO1EOO2 EIO1EOO3 EIO1EOO4 EIO1EOO5 EIO1EOO6 EIO1EOO7 EIO1EOO8
Perceber que suas Perceber as Interagir com Comunicar Reconhecer as Construir Demonstrar Desenvolver
ações têm efeitos nas possibilidades e os crianças da mesma necessidades, sensações de formas de sentimentos confiança em
outras crianças e nos limites de seu corpo nas faixa etária e adultos desejos e emoções, seu corpo em interação com de afeição si, em seus
adultos. brincadeiras e interações ao explorar utilizando gestos, momentos de outras crianças pelas pares e nos
das quais participa. materiais, objetos, balbucios, palavras. alimentação, da mesma faixa pessoas com adultos em
brinquedos. higiene, etária e adultos, as quais situações de
brincadeira e adaptando-se interage. interação.
descanso. ao convivio
social.

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS
“NATUREZA E SOCIEDADE”
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO
64

MATERNALZINHO, MATERNAL E JARDIM I


CRIANÇAS DE 1 ANO E 7 MESES A 3 ANOS E 11 MESES.
EIO2EOO1 EIO2EOO2 EIO2EOO3 EIO2EOO4 EIO2EOO5 EIO2EOO6 EIO2EOO7 EIO2EOO8
Demonstrar atituides Demonstrar imagem Compatilhar os Comunicar-se com os Habituar-se a Respeitar Valorizar a Resolver
de cuidado e positiva de si e confiança objetos e espaços colegas e os adultos, práticas de regras básicas diversidade conflitos nas
solidariedade na em sua capacidade para com crianças da buscando cuidado com o de convivio ao participar interações e
interação com enfrentar dificuldades e mesma faixa etária e compreendê-los e corpo, social nas de situações brincadeiras
crianças e adultos. desafios. adultos. fazendo-se desenvolvendo interações e de convívio com a
compreender. noções de brincadeiras. com orientação de
bem-estar. diferenças. um adulto.

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS
“NATUREZA E SOCIEDADE”
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO
JARDIM II E III
CRIANÇAS DE 4 ANOS A 5 ANOS E 11 MESES.
EIO3EOO1 EIO3EOO2 EIO3EOO3 EIO3EOO4 EIO3EOO5 EIO3EOO6 EIO3EOO7 EIO3EOO8
Demonstrar Atuar de maneira Ampliar as Comunicar suas Adotar hábitos Compreender a Manifestar Usar
empatia pelos independente, com relações ideias e de necessidade das oposição a estratégias
outros, confiança em suas interpessoais, sentimentos autocuidado, regras de qualquer forma pautadas no
percebendo que capacidades, desenvolvendo com valorizando convivio social, de respeito
as pessoas têm reconhecendo atitudes de desenvoltura a atitudes nas brincadeiras discriminação. mútuo para
diferentes suas conquistas e participação e pessoas e relacionadas a e nos jogos com lidar com
sentimentos, limitações. cooperação. grupos diversos. higiene, outras crianças. conflitos nas
necessidades e alimentação, interações
maneiras de conforto e com crianças
pensar e agir. cuidados com e adultos.
aparência.
65

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS
“LINGUAGEM DA ARTE”
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO
BERÇÁRIO
CRIANÇAS DE ZERO A 1 ANO E 6 MESES.
EIO1TSO1 EIO1TSO2 EIO1TSO3 EIO1TSO4 EIO1TSO5
Explorar sons produzidos Traçar marcas Utilizar materiais Explorar diferentes fontes Imitar gestos,
com o próprio corpo e com gráficas, em variados com sonoras e materiais para movimentos, sons,
objetos do ambiente. diferentes suportes, possibilidades de acompanhar brincadeiras palavras de outras
usando manipulação (argila, cantadas, canções, crianças e adultos,
instrumentos massa de modelar), músicas e melodias. animais, objetos e
riscantes e tintas. criando objetos fenômenos da
tridimensionais. natureza.
66

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS
“LINGUAGEM DA ARTE”
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO
MATERNALZINHO, MATERNAL E JARDIM I
CRIANÇAS DE 1 ANO E 7 MESES A 3 ANOS E 11 MESES.
EIO2TSO1 EIO2TSO2 EIO2TSO3 EIO2TSO4 EIO2TSO5
Criar sons com materiais, Utilizar diferentes materiais, Expressar-se por Utilizar diferentes Imitar e criar
objetos e instrumentos suportes e procedimentos meio de linguagens fontes sonoras movimentos próprios,
musicais, para acompanhar para grafar, explorando como a do desenho, disponiveis no em danças, cenas de
diversos ritmos de músicas. cores, texturas, superfícies, da música, do ambiente em teatro, narrativas e
planos, formas e volumes. movimento corporal, brincadeiras cantadas, músicas.
do teatro. canções, músicas e
melodias.
67

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS
“LINGUAGEM DA ARTE”
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO
JARDIM II E III
CRIANÇAS DE 4 ANOS A 5 11 MESES.
EIO3TSO1 EIO3TSO2 EIO3TSO3 EIO3TSO4 EIO3TSO5
Utilizar sons produzidos por Expressar-se livremente por Apreciar e participar de Reconhecer as qualidades de Reconhecer e ampliar possiblidades
materiais, objetos e instrumentos meio de desenho, pintura, apresentações de teatro, música, som (intensidade, duração, altura expressivas do seu corpo por meio de
musicais durante brincadeiras de colagem, dobradura e escultura, dança, circo, recitação de e timbre), utilizando-as em suas elementos da dança.
faz de conta, encenações, criações criando produções poemas e outras manifestações produções sonoras e ao ouvir
musicais, festas. bidimensionais e tridimensionais. artisticas. músicas e sons.
68

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS
“MOVIMENTO”
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO
BERÇARIO
CRIANÇAS DE ZERO A 1 ANO E 6 MESES.
EIO1CGO1 EIO1CGO2 EIO1CGO3 EIO1CGO4 EIO1CGO5 EIO1CGO6
Movimentar as partes do Ampliar suas Experimentar as possibilidades Participar do cuidado do seu Imitar gestos, sonoridades e Utilizar os movimentos de preensão,
corpo para exprimir possibilidades de de seu corpo nas brincadeiras e corpo e da promoção do bem- movimentos de outras crianças, encaixe e lançamento, ampliando suas
corporalmente movimentos em espaços interações em ambientes estar. adultos e animais. possibilidades de manuseio de diferentes
emoções, necessidades que possibilitem acolhedores e desafiantes. materiais e objetos.
e desejos. explorações diferenciadas.
69

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS
“MOVIMENTO”
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO
MATERNALZINHO, MATERNAL E JARDIM I
CRIANÇAS DE 1 ANO E 7 MESES A 3 ANOS E 11 MESES.
EIO2CGO1 EIO2CGO2 EIO2CGO3 EIO2CGO4 EIO2CGO5 EIO2CGO6
Apropriar-se de Explorar formas de Fazer uso de suas Demonstrar Deslocar seu corpo no Desenvolver progressivamente as
gestos e deslocamento no possibilidades progessiva espaço, orientando-se habilidades manuais, adquirindo
movimentos de sua espaço (pular, saltar, corporais, ao se independência no por noções como em controle para desenhar, pintar, rasgar,
cultura no cuidado dançar), combinando envolver em cuidado do seu frente, atrás, no alto, folhear, entre outros.
de si e nos jogos e movimentos e seguindo brincadeiras e corpo. embaixo, dentro, fora
brincadeiras. orientações. atividades de diferentes etc.
naturezas.
70

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS
“MOVIMENTO”
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO
JARDIM II E III
CRIANÇAS DE 4 ANOS A 5 ANOS E 11 MESES.
EIO3CGO1 EIO3CGO2 EIO3CGO3 EIO3CGO4 EIO3CGO5 EIO3CGO6
Movimentar-se de forma Criar movimentos, gestos, Demonstrar controle e Demonstrar valorização Criar com o corpo formas diversificadas Coordenar com precisão e
adequada, ao interagir com olhares, mímicas e sons adequação do uso de seu das características de seu de expressão de sentimentos, sensações eficiência suas habilidades motoras
colegas e adultos em com o corpo em corpo em momentos de corpo, nas diversas e emoções, tanto nas situações do no atendimento a seus interesses e
brincadeiras e atividades. brincadeiras, jogos e cuidado, brincadeiras e jogos, atividades das quais cotidiano quanto em brincadeiras, dança, necessidades de representação
atividades artisticas como escuta e reconto de histórias, participa e em momentos teatro, música. gráfica.
dança, teatro e música. atividades artisticas, entre de cuidado de si e do
outras possibilidades. outro.

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