PPP - Final - 2019
PPP - Final - 2019
PPP - Final - 2019
CAMETÁ/PA
2019
2
_________________________________
DIRETOR
_____________________ _____________________
VICE- DIRETORAS
_____________________ _____________________
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
CONSELHO ESCOLAR
_______________________________
PRESIDENTE
_______________________________
SECRETÁRIO
_______________________________
TESOUREIRO
CAMETÁ/PA
2019
3
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................5
2 JUSTIFICATIVA...................................................................................................................6
3 IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA.........................................................................................8
4 ANÁLISE HISTÓRICA CONTEXTUAL DA E.M.E.F. SANTA TEREZINHA............9
4.1 Servidores de Apoio e Profissionais do Magistério............................................................11
4.2 Alunos Matriculados em 2019............................................................................................12
4.3 Dimensão da Escola............................................................................................................13
4.4 Espaços estruturais .............................................................................................................13
5 CONTEXTUALIZAÇÃO DA REALIDADE ESCOLAR...............................................14
5.1 Aspectos Externos a escola.................................................................................................14
5.2 Aspectos Internos a Escola..................................................................................................16
6 CARACTERIZAÇÃO DOS SUJEITOS...........................................................................21
6.1 Gestão e Coordenação Pedagógica....................................................................................21
6.2 Estudantes...........................................................................................................................23
7 RELAÇÃO UNIDADE EDUCATIVA X FAMÍLIAS X SISTEMA...............................24
8 PLANEJAMENTO FINANCEIRO...................................................................................24
9 CONCEPÇÕES PPP: CONCEPÇÃO DE CULTURA AFRO-BRASILEIRA..............27
9.1 Concepção de Cultura.........................................................................................................28
9.2 Concepção de Homem........................................................................................................31
9.3 Concepção de Educação Fiscal...........................................................................................32
9.4 Concepção de Educação......................................................................................................33
9.5 Concepção de Escola...........................................................................................................34
9.6 Concepções de Avaliação...................................................................................................34
9.7 Concepções de Trabalho: a Essência Humana....................................................................34
9.8 Concepções de Inclusão......................................................................................................36
9.9 Concepções de Impacto Ambiental.....................................................................................37
9.10 Concepções de Sociedade.................................................................................................38
9.11 Concepções de Mundo......................................................................................................40
9.12 Concepções de Ciência.....................................................................................................41
9.13 Concepções de Ensino e Aprendizagem...........................................................................42
9.14 Concepções do Conhecimento (Senso Comum)...............................................................42
4
1- INTRODUÇÃO
“Não se constrói um Projeto sem uma direção Política, um
norte, um rumo. Por isso, todo Projeto Pedagógico da Escola é
também Político”.
(Moacir Gadotti)
2- JUSTIFICATIVA
Sabe-se que para garantir a unidade da prática escolar, exige-se além de sala de aula,
que todos conheçam a realidade no qual a escola está inserida, bem como o trabalho que se
desenvolve na escola. Segundo Zanini (2008) o Projeto Político Pedagógico é o instrumento
de identificação “capaz de romper com barreiras causadoras do isolamento entre os segmentos
escolares, conferindo uma postura contextualizada e conciliadora das mais diversas questões
de ordem educativa e social no cotidiano escolar”.
Assim, para que se obtenha a qualidade do ensino não precisa de “modelos” ou
“esquemas”, pois a prática educativa não se restringe apenas a aprendizagem dos estudantes,
ela tem um sentido duplo em que todos aprendam e todos ensinam, na verdade é um processo
de construção do conhecimento.
A escola deve adaptar-se a sua realidade de acordo com o Projeto Político Pedagógico
independente de qualquer decisão política ou exigência legal, como destaca Zanini (2008), a
proposta pedagógica é o “norte” da escola, definindo o caminho que uma determinada
comunidade busca para si e para quem se agrega em seu entorno.
Para que se alcance com mais êxito os objetivos propostos no PPP deve-se adequar os
espaços do laboratório de informática, refeitório, melhorar as salas de aulas (sugestão: instalar
centrais de ar condicionado), fazer melhorias na quadra de esporte (cobertura e arquibancada,
para um melhor aproveitamento das atividades físicas e motoras), auditório para realização de
reuniões, eventos semestrais e festas comemorativas.
Aproveitar os saberes dos educandos nas criações artísticas e culturais, bem como de
pessoas da comunidade, demonstra que é possível produzir e socializar conhecimentos,
também são metas a serem alcançadas pela escola. De acordo com Amorim (2009), produzir
conhecimentos é a contribuição que o ser humano adquire através de experiências e
convivências dos antepassados e o meio social onde vivem. A feira pedagógica, durante anos,
demonstrou o quanto os alunos e seus professores criavam e apresentavam suas produções em
diferentes formas de aprender fazer e mostrar talentos que se ocultavam na “contra capa de
saberes”, pois, a escola deve criar oportunidades para garantir a produção dos conhecimentos
nos educandos.
Assim, aproveitar espaços e saberes é reconhecer e valorizar a cultura dos educandos e
da comunidade onde a escola está inserida. Portanto, a E.M.E.I.F. Santa Terezinha, com a
ressignificação do Projeto Político Pedagógico, pretende traçar metas, organizar as ações
pedagógicas na sala de aula e no restante da escola e assim construir um processo educativo
considerando a igualdade, a qualidade e a gestão democrática, pois estes são instrumentos
essenciais para gerir o cotidiano escolar.
8
3- IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA
TURNO DE QUALIFICAÇÃO
CARGO/FUNÇÃO QUANTIDADE
EXERCÍCIO PROFISSIONAL
Graduação em Pedagogia
Ciências Naturais e pós em
DIRETOR 01
Ciências da Educação e
Mestrado em Andamento.
12
- Graduação em Ciências
Naturais/habilitação em
VICE-DIRETORA 02 Ciências Biológicas,
Mestrado em andamento.
- Graduação em Pedagogia.
SECRETÁRIO (TÉCNICO
Nível Médio e Curso Técnico
EM SECRETARIADO 01
em Gestão Escolar)
ESCOLAR)
AGENTE Todos com Formação de
07
ADMINISTRATIVO Nível Superior.
Nosso quadro de professores
PROFESSORES 38 conta com 90% com nível
superior.
Ambos com graduação em
SUPERVISOR ESCOLAR 02
Pedagogia.
AGENTE DE APOIO
06 Todos possuem Nível Médio.
SEGURANÇA
Nível Superior em
AGENTE DE PORTARIA 02
Andamento.
AGENTE DE SERVIÇOS
05 Nível Médio Completo.
GERAIS
Nível Médio Completo e
MANIPULADOR DE
01 Curso Técnico de
ALIMENTOS
Manipulação de Alimentos.
TÉCNICO EM
Nível Médio e Técnico em
ALIMENTAÇÃO 01
Alimentação escolar
ESCOLAR
Área construída: corresponde um total de 2.061m2, está distribuída em: 10 salas de aula; uma
biblioteca; uma sala dos professores; uma sala da coordenação pedagógica; duas salas
administrativas; uma sala dos professores; uma sala do AEE; copa; refeitório; banheiros
masculinos e femininos com acessibilidade para pessoas com deficientes; sala de informática
inativa; duas passarelas que possibilitam o acesso as suas dependências, atualmente o sistema
de abastecimento de água está inativo, uma vez que a caixa d’água foi furtada da escola, tendo
um Boletim de Ocorrência para comprovar o ato ilícito, e uma quadra poliesportiva com
acessibilidades.
INFRA ESTRUTURA
ACESSO PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
( X ) SIM ( ) NÃO ( ) MAIS OU MENOS ( ) EM ANDAMENTO
BANHEIROS COM ACESSIBILIDADE
( ) SIM ( ) NÃO ( X ) MAIS OU MENOS ( ) EM ANDAMENTO
CALÇADA DE PASSEIO
( ) SIM ( X ) NÃO ( ) MAIS OU MENOS ( ) EM ANDAMENTO
ESTACIONAMENTO
( ) SIM ( X ) NÃO ( ) EM ANDAMENTO ( X ) Sem Previsão
PARA-RAIO
( ) SIM ( X ) NÃO ( ) EM ANDAMENTO ( X ) Sem Previsão
14
CISTERNA
( ) SIM ( X ) NÃO ( ) EM ANDAMENTO ( X ) Sem Previsão
REDE TELEFÔNICA
( ) SIM ( X ) NÃO ( ) EM ANDAMENTO ( ) Sem Previsão
REDE DE ESGOTO
( ) SIM ( X ) NÃO ( ) EM ANDAMENTO ( ) Sem Previsão
TIPO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
( X ) Público ( ) Privado ( ) Próprio ( ) Alugado
REDE DE ENERGIA
( X ) Público ( ) Privado ( ) Próprio ( ) Alugado
VIA DE ACESSO A ESCOLA
( X ) Carro ( X ) Bicicleta ( X ) Moto ( ) Barco, canoa, rabeta ( ) Outros.
Descreva o que é: Ônibus Escolar.
EQUIPAMENTO CONTRA INCÊNDIO
( ) Existe ( X ) Não Existe ( ) Não funciona ( ) Não tem importância
ASPECTOS A SEREM
CONTEXTUALIZAÇÃO
ANALISADOS
O bairro, como já citado, é formado por uma área “baixa”
que conta com várias plantações nativas de Euterpe
MEIO AMBIENTE Oleracea (açaizeiro). A outra área ainda é carente de
arborização, pois com a popularização do bairro, muitas
árvores e plantações se perderam.
EQUIPAMENTOS E
DEPENDÊNCIAS CONDIÇÕES NECESSIDADES
MATERIAIS
40 carteiras Bom Nenhuma.
01 mesa Bom Nenhuma.
01 cadeira Bom Nenhuma.
02 Ventiladores de Regular Substituir os
parede ventiladores
Sala de aula A
por centrais de
ar, de acordo as
dimensões da
sala de aula.
01 quadro branco Bom Nenhuma.
40 carteiras Bom Nenhuma.
01 mesa Bom Nenhuma.
01 cadeira Bom Nenhuma.
03 Ventiladores de Bom Substituir os
parede ventiladores
Sala de aula B
por centrais de
ar, de acordo as
dimensões da
sala de aula.
01 quadro branco Bom Nenhuma.
Sala de aula C 40 carteiras Bom Nenhuma.
01 mesa Bom Nenhuma.
01 cadeira Bom Nenhuma.
02 Ventiladores de Bom Substituir os
parede ventiladores
por centrais de
ar, de acordo as
dimensões da
17
sala de aula.
01 quadro branco Bom Nenhuma.
40 carteiras Bom Nenhuma.
01 mesa Bom Nenhuma.
01 cadeira Bom Nenhuma.
01 Ventiladores de Precário Substituir os
parede ventiladores
Sala de aula D
por centrais de
ar, de acordo as
dimensões da
sala de aula.
01 quadro branco Bom Nenhuma.
40 carteiras Bom Nenhuma.
01 mesa Bom Nenhuma.
01 cadeira Bom Nenhuma.
02 Ventiladores de Bom Substituir os
parede ventiladores
Sala de aula E
01 quadro branco por centrais de
ar, de acordo as
dimensões da
sala de aula.
01 armário Bom Nenhuma.
40 carteiras Bom Nenhuma.
01 mesa Bom Nenhuma.
01 cadeira Bom Nenhuma.
03 Ventiladores de Bom Substituir os
parede ventiladores
Sala de aula F
por centrais de
ar, de acordo as
dimensões da
sala de aula.
01 quadro branco Bom Nenhuma.
Sala de aula G 40 carteiras Bom Nenhuma.
18
Excelente
15 cadeiras Regular. Nenhuma.
01 central de ar. Bom. Manutenção.
08 armários Bom. Manutenção.
01 bancada com 6 Compras de
divisórias para computadores
computadores Bom
01 Bebedouro Nenhuma
01 mesa Bom Nenhuma.
01 cadeiras. Bom Nenhuma.
16 carteiras Bom Nenhuma.
35 cadeiras de Bom Nenhuma.
plástico
Biblioteca 02 central de ar. Bom. Manutenção.
01 armário; Bom. Nenhuma.
05 estantes Bom. Nenhuma.
01 bancada com 06 Bom Nenhuma.
divisórias
01 tatame Regular Aquisição
Laboratório de
Desativado Reativação
informática .
Banheiros para alunos 02 banheiros. Precário. Manutenção.
01 quadra de Precário. Em projeto de
Quadra de esportes
esportes. reconstrução.
02 freezers. Precário. Manutenção
Copa/cozinha 01 geladeira. Precário. Manutenção
01 fogão industrial. Precário. Manutenção
09 mesas com Regular. Aquisição e
Refeitório
bancos acoplados. Manutenção.
03 sanitários Precário. Manutenção.
Masculino 01 banheiro Desativado Reativação.
02 mictório Precário Manutenção.
Feminino 03 sanitários Precário Manutenção
21
6.2 ESTUDANTES
A relação da escola com as famílias dos seus educandos é considerada boa, visto que
nas reuniões que a instituição costuma realizar os pais se referem à mesma como sendo muito
importante na vida de seus filhos. Porém, os envolvidos no espaço escolar, ainda tem o
desafio de tornar estas reuniões mais atrativas para as famílias, visto que ainda não atingimos
percentual de pais que desejamos enquanto escola que atende aproximadamente 783
educandos. Ocorrendo estas mudanças positivas na participação das famílias na educação dos
seus filhos, estreitaremos relações com o sistema no qual ambos estão inseridos, conseguindo
assim, com que a instituição educativa oferta educação com qualidade.
Para a escola, ter uma boa relação com as famílias dos educandos e com o sistema no
qual está inserida, é de fundamental importância para que consiga desenvolver um trabalho de
excelência na oferta da educação, pois quando estas instâncias conseguem manter uma relação
saudável, o processo ensino e aprendizagem dos educandos fluem de maneira positiva.
A escola tem tentado através de iniciativas como palestras, projeto (Família/Escola),
exposições de trabalhos, festas em comemoração ao dia das mães, em comemoração ao dia
dos pais, reuniões mensais, fazer uma aproximação com as famílias dos educandos, que na
medida do possível comparecem nos eventos citados.
8- PLANEJAMENTO FINANCEIRO
De 2015 a 2019 a EMEIF Santa Terezinha não recebeu recursos referentes aos
programas: O PDDE (programa dinheiro direto na escola) e por isso, atualmente a escola é
mantida financeiramente com ajuda voluntaria, de funcionários, de alguns eventos (festival do
chocolate, festa junina, bazar, e saraus literários e parcerias (empresários).
25
Os recursos para serem gastos são discutidos através de reuniões democráticas com a
representação das categorias do Conselho Escolar, direção e comunidade escolar.
GRÊMIO ESTUDANTIL
Grêmio estudantil é uma organização sem fins lucrativos que representa o interesse
dos estudantes e que tem fins cívicos, culturais, educacionais, desportivos e sociais. O grêmio
é o órgão máximo de representação dos estudantes da escola. Atuando nele, você defende
seus direitos e interesses e aprende ética e cidadania na prática. Ele permite que os alunos
discutam, criem e fortaleçam inúmeras possibilidades de ação tanto no próprio ambiente
escolar como na comunidade. O Grêmio é também um importante espaço de aprendizagem,
cidadania, convivência, responsabilidade e de luta por direitos.
27
Essa influência é marcante por distintos aspectos, na economia, por exemplo, não há
como negar o fato dos afrodescendentes terem sido, como escravos, o grupo que alavancou as
impressionantes fortunas agrárias no país e que, por consequência, as habilitou à posição de
lideranças políticas – na colônia, no império e, também, na república. Assim, e não por acaso,
compreende-se por que as situações de rebeldia e levantes da população escrava nos anos que
precederam à abolição da escravidão foram acompanhadas pelas elites agrárias grande temor.
Como problema ou como solução os escravos e os afrodescendentes foram alvo de
preocupações estratégicas da elite dirigente brasileira e não seria incorreto afirmar que as
decisões tomadas, no longo do tempo, em relação à essa parcela da população tiveram forte
impacto sobre as realizações sociais, econômicas e políticas sobre esse grupo e, também, para
o conjunto da sociedade brasileira.
É este espírito de reconhecimento, revisão e inclusão que a Lei 10.639, de 09 de
janeiro de 2003, busca empreender ao tornar “obrigatório o ensino sobre História e Cultura
Afro-brasileira” nas grades curriculares dos ciclos fundamental e médio ministrados nas redes
oficiais e públicas do país. Em detalhes, a legislação prevê que o conteúdo programático
inclua a “história da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra
brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo
negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil” e a inclusão no
calendário escolar, do dia 20 de Novembro, aniversário de morte de Zumbi dos Palmares
(1695), como “Dia Nacional da Consciência Negra”. Obviamente, uma tarefa como essa não
constitui um desafio fácil de ser superado, mas indica, ao menos, um caminho de promoção
de uma parcela significativa da população brasileira, mais precisamente 45% da população –
76 milhões de pessoas (2001) – e, depois da Nigéria, o país com maior população de origem
africana no mundo.
Traduzir esse interesse no âmbito de um projeto político-pedagógico escolar, com
caráter informativo e educativo, também não constitui uma tarefa fácil, como se sabe que as
abordagens selecionadas nesse marco conceitual constituem, apenas, algumas considerações
que deveriam ser levadas em conta na sua condução e que refletem, em grande medida, o
esforço de organizações do movimento negro, ativistas e pesquisadores de várias áreas e
diversas gerações empenhadas em melhor abordar a diversidade étnica e racial que caracteriza
a sociedade brasileira.
Ruth Benedict definiu certa vez em uma de suas obras que a Cultura é “como uma
lente através do qual o homem vê o mundo”. Ao que parece, somos hoje vítimas de uma
severa e perigosa miopia.
De acordo com Geertz (1973), em sua própria definição, cultura é um padrão,
historicamente transmitido, de significados incorporados em símbolos, um sistema de
concepções herdadas, expressas em formas simbólicas, por meio das quais os homens se
comunicam, perpetuam e desenvolvem seus conhecimentos e suas atitudes acerca da vida.
Reforça-se para nós o entendimento de que a cultura é matéria fundamental e
imprescindível ao desenvolvimento humano no sentido em que ela realiza e reproduz o modo
de agir e pensar dos indivíduos e das sociedades.
Assim, a cultura popular local, por ser oriunda das relações profundas entre a
comunidade do lugar e o seu meio (natural e social), retrataria uma espécie de simbiose entre
o homem e seu entorno, implicando num tipo de consciência e de materialidade social que
evidencia o grau de afeição ou apego dos indivíduos em relação ao lugar onde habitam. A
cultura erudita de um lugar – tida como de caráter mais global - ao incorporar elementos da
cultura popular define o grau de autoestima de um povo na medida em que este reduz sua
necessidade de importação de cultura “estrangeira” em benefício do estabelecimento, também
por parte da classe dominante, de uma relação de afetividade com seu lugar de origem e com
a multiplicidade de suas gentes e manifestações.
A nosso ver, definir uma fronteira entre cultura popular e erudita seria algo sem
propósito em relação à temática trabalhada na medida em que queremos crer que é justamente
na supressão ou, ao menos, na redução de tais diferenças que repousam os primeiros passos
para o tão almejado caminho do desenvolvimento de nosso município.
No caso da cidade de Cametá, o reconhecimento e valorização de nossa cultura e
identidade própria – de natureza popular/erudita - são vitais para nossa própria sobrevivência
enquanto sociedade. Não se quer aqui postular uma política educativa/cultural de caráter
etnocêntrica que anule – como se isso fosse possível e (ou) viável – elementos externos em
benefício somente daquilo que nos é mais peculiar, sob o risco de propalarmos em nosso meio
o germe do racismo e da intolerância. No entanto, não podemos continuar a assistir passivos
ao desenrolar de uma situação que caminha para nos afastar de nós mesmos, subvertendo
aquilo que outrora diferenciava o “nós” dos “outros”.
Este momento de “estranhamento” que há poucas décadas atrás permeava nosso
contato com povos de culturas diferentes, hoje faz parte do cotidiano de nossas escolas, em
especial na zona urbana de Cametá e dos demais municípios da Amazônia Tocantina. No
30
entanto, longe de ter sido invadida por levas de migrantes como facilmente se observa em
outras regiões do Pará, a Amazônia Tocantina teve em suas malhas urbanas um processo de
inchaço ou favelização resultante das levas de ribeirinhos expulsos pelos impactos ambientais
resultantes da implantação da Usina Hidrelétrica de Tucuruí - UHE. Escassez de peixes,
contaminação das águas, progressivo açoriamento dos rios, doenças e males alimentados
também por décadas de (des)governos oligárquicos que pouco se preocuparam – ou se
preocupam - em gerar e gerir políticas públicas em quantidade e qualidade suficientes para
atender minimamente estas populações.
Surge e se enraíza de forma progressiva e acentuada na Amazônia Tocantina uma
clara dicotomia Campo X Cidade. Embora sejam “parentes” ou filhos da mesma aldeia,
nossos jovens são um reflexo triste de uma supervalorização dos saberes e fazeres urbanos em
detrimento da cultura ribeirinha, rural, rotulada como defasada e inútil para a tarefa de nos
encaminhar para o “futuro” como se este fosse um ente já posto, alheio as nossas ações e
anseios.
Nessa lógica, as culturas ribeirinhas, caboclas, campesinas e urbanas deixam de se
amalgamar gerando o que outrora entendíamos como sendo nossa identidade local. Ao
contrário, nos espaços sociais – e as escolas são lócus privilegiados para tais observações – os
indivíduos e suas práticas culturais são cotidianamente avaliados, incorporados ou apartados
do meio que os cerca num clima de tensão constante. Longe de serem estudadas, debatidas e
entendidas como práxis resultantes de realidades diferentes, as práticas culturais dos
indivíduos são classificadas como mais ou menos adequadas, isto na melhor das hipóteses. Na
maioria dos casos o que se observa são atitudes xenófobas frente ao “outro”.
O que nos causa grande estranhamento e nos oprime sobremaneira é perceber que,
para grande maioria de nossos jovens, em especial, a figura do “outro”, longe de obedecer a
quesitos de distanciamento geográfico, não é a do “estrangeiro”, do que vem de longe, mas,
incrivelmente, o “outro” é aquele que simplesmente ousou atravessar os nossos rios ou sair do
seio da floresta para se inserir na malha urbana na busca de melhores condições de
(sobre)vivência. Tal fato se assenta firmemente na nova lógica capitalista que postula o
“ponto” de referência do indivíduo moderno como não sendo mais o “grupo” e sim a
humanidade. Mas, será que todos os indivíduos recebem de maneira justa e igualitária os
mecanismos que lhes possibilitem transitar nesta aldeia global? Não é preciso buscar longe tal
resposta para se afirmar que as coisas estão muito distantes desta realidade igualitária e se faz
oportuno ainda questionar e refletir: Que ideia de humanidade é esta defendida pela égide do
capital?
31
De certo que num mundo marcado de exploração do homem pelo homem, onde
milhões padecem de fome, sede e de inúmeras outras mazelas sociais, é fácil perceber que no
seio do neoliberalismo o conceito de humanidade não alcança a todos. O que fazer diante de
tal realidade?
Já que o processo de globalização se apresenta como fenômeno irrefreável, é preciso
que dele façamos parte assumindo nosso papel enquanto promotores do nosso próprio
desenvolvimento. A grande diferença, para municípios que tomaram as rédeas do próprio
desenvolvimento, é que em vez de serem objetos passivos do processo de globalização,
passaram a direcionar a sua inserção segundo os seus interesses. Queremos crer que a
promoção do desenvolvimento local não significa o estabelecimento de uma oposição frente
aos processos mais amplos, inclusive planetários: significa, no entanto, utilizar nossas
diversas dimensões territoriais segundo os interesses da comunidade, do coletivo.
O trabalho é uma ação educacional, que tem uma finalidade, um objetivo a atingir,
ou seja o trabalho não é qualquer tipo de atividade, mas para Saviani (2008, p. 11):
que se estabelecem com seu meio social e ambiental vislumbrando uma vivência mais
responsável e solidária na comunidade onde vivem.
sempre que possa proporcionar às classes subalternas os meios para uma conscientização e
luta, para que se organizem e tornem-se capazes de governar aqueles que os governam.
Compreender o papel que a escola assume numa sociedade capitalista implica
compreender o sentido Gramsciano de sociedade civil.
Gramsci parte do conceito civil para demonstrar que a classe dominante não mantém
o poder apenas mediante coesão, mas também, por intermédio do consentimento (hegemonia).
Nesse sentido, difunde-se e conservar-se uma concepção de mundo que atende aos interesses
das classes proprietárias, da classe econômica.
Nesse sentido, vale perguntar. Que tipo de sociedade nós queremos? Buscamos uma
sociedade cujos critérios centrais de decisão sejam a dignidade humana e o respeito à
natureza, e não mais o lucro e o enriquecimento pessoal. Não podemos mais aceitar um
sistema suicida que está em confronto permanente com a mãe natureza e com o ser humano,
provocando poluição e miséria pelo mundo todo.
Queremos uma sociedade onde a justiça prevaleça, onde todos tenham seus direitos e
especificidades respeitados.
HUMANISTICA JURÍDICA
Desenvolver a consciência crítica dos Exigir do Estado e dos Órgãos Municipais
educandos (seminários, palestras, jogos, atendimento, estrutura e profissionais
etc.); qualificados para atender alunos com
Implantar valores humanísticos, assim necessidades especiais.
como a convivência harmoniosa, o Exigir da comunidade escolar o
respeito à individualidade, a troca de comprometimento com os avanços
experiências e a valorização da vida de educacionais, assim como é dever e
todos os indivíduos participantes do responsabilidade dos pais, o
processo educacional, sejam eles alunos, acompanhamento educacional de seus
professores, pais, gestores, etc. filhos.
Gestão vem do latim ‘gestio-õnis’ que significa ato de gerir, gerência, administração,
assim, gestão é o ato de gerir e está diretamente ligada à atividade de organização a fim de
atingir seus objetivos, cumprir sua função que é a formação humana do cidadão.
47
públicas educacionais, não uma participação limitada, apenas, na execução, mas também na
tomada de decisões:
A esse respeito, quando uso esse termo, estou preocupado, no limite, com a
participação nas das decisões. Isto não elimina, obviamente, a participação na
execução; mas também não a tem como fim e sim como meio, quando necessário,
para a participação propriamente dita, que é a partilha do poder, a partilha na tomada
de decisões. É importante ter sempre presente este aspecto para que não se tome a
participação na execução como um fim em si mesmo, quer como sucedâneo da
participação nas decisões quer como maneira de escamotear a ausência desta última
no processo (PARO, 2008, p.16).
13.1 MISSÃO
13.2 PERSPECTIVA
49
13.3 VALORES
Responsabilidade.
Autonomia Coletiva.
Respeito às diferenças.
Discernimento.
Solidariedade.
Cooperação.
Humanidade.
13.4 CURRÍCULO
Educação Infantil para que? E para quem? A educação infantil tem a função de
preparar a criança para o ingresso, com sucesso, na primeira série do ensino fundamental. Por
isto é preciso desenvolver habilidades cognitivas, físico-motor, habilidades de hábitos de
higiene e artísticas.
Entretanto, a Educação Infantil não se restringe ao aspecto social e afetivo, embora
estejam para ampliar os seus conhecimentos, relacionando-se com os educadores e com outras
crianças, de diversas idades, com valores culturais e familiares diferentes dos seus, garantindo
52
Sentir-se segura e acolhida no ambiente escolar, utilizando este novo para ampliar suas
relações sociais e afetivas, estabelecendo vínculos com as crianças e adultos ali
presentes a fim de construir imagens positivas sobre si mesmas e sobre os outros,
respeitando a diversidade e valorizando sua riqueza;
Tornar-se, cada vez mais, capaz de desenvolver as atividades nas quis se engajam de
maneira autônoma e em cooperação com outras pessoas, crianças e adultos. Desta
forma, desenvolver a capacidade de começar a coordenar pontos de vistas e
necessidades diferentes dos seus socializando-se;
Interagir-se, com seu meio ambiente (social, cultural, natural, histórico e geográfico)
de maneira independente, alerta e curiosa. Isto é, estabelecendo relações e
questionamentos sobre o meio ambiente, os conhecimentos prévios de que dispõe suas
ideias originais e as informações que recebem;
Apropriar-se dos mais diferentes tipos de linguagem, construídas pela humanidade
(oral, escrita, matemática, corporal, plástica e musical), de acordo com suas
capacidades e necessidades, utilizando-as para expressar os seus pensamentos e as
suas emoções a fim de compreender a comunicar-se com outras crianças e adultos.
orientar-se pelo princípio democrático da participação: da comunidade, dos alunos, dos pais,
dos professores e demais trabalhadores da educação.
Fundamentos Legais:
A educação de jovens e adultos é objeto específico do art. 37 inciso 1º da LDB.
“Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e adultos que não
puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais
apropriadas consideradas as características dos alunados, seus interesses, condições
de vida e de trabalho, mediante cursos e exames”.
professor deve coletar uma série de dados que não se limitem apenas a prova escrita e pode
usar todos os recursos de uma boa avaliação.
Segundo Amorim “a falta, por exemplo, de bons resultados ou insucesso escolar dos
alunos deve ser uma ação dialogada debatida com todos os professores de modo que
verifiquem as metodologias, formas de avaliação, forma de apreciação do conhecimento, vida
escolar do aluno, à realidade social, verificar o currículo e os planos de ensino”. Nesse sentido
o plano deve ser revisto e avaliado sob uma proposta pedagógica que dê suporte para a
melhoria educacional, a exemplo do que a escola vem realizando com a aula de reforços onde
um professor auxilia na alfabetização das crianças com dificuldades de leitura e escrita.
Portanto, a escola tem recursos para superar as dificuldades, basta definir metas para
reverter os baixos indicadores educacionais e estabelecer planos a serem alcançados sempre
focalizando a aprendizagem do aluno. Essas metas devem constar no Projeto Político
Pedagógico para definir os rumos da educação da escola Santa Terezinha.
14.6 METAS
14.7 AÇÕES
O calendário escolar regula o tempo, prevê os dias letivos e não letivos, os períodos
escolares em que o ano se divide os feriados cívicos, religiosos, os períodos para reuniões
pedagógicas, cursos, projetos, palestras, eventos e avaliações a serem realizadas pela
Instituição de Ensino.
O calendário escolar deve estar embasado na LDBEN nº 9394/96 a qual determina o
mínimo de 800 horas anuais, distribuídas por um mínimo de (200) dias de efetivo trabalho
escolar.
A todo ano letivo, quando da elaboração do Calendário Escolar, segundo as normas e
leis estabelecidas para esse fim, o mesmo consta de arquivo na escola, ficando disponível a
consulta quando assim o exigir.
Horário Escolar da EMEIF Santa Terezinha: Educação Infantil, Ensino Fundamental e
Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Horário de Entrada e Saída:
METAS
através da evasão e repetência deve ser debatido com todos os envolvidos no processo ensino-
aprendizagem, onde se possa verificar as metodologias, forma de avaliação, apreciação do
conhecimento da vida escolar do aluno, a realidade social, verificação do currículo e os planos
de ensino.
Diante do espaço, evidenciamos que para mudar é preciso priorizar metas, fazer
parcerias, buscar recursos junto à secretaria de educação municipal e outras fontes oferecidas
pelo governo federal através do Ministério da Educação. O ensino fundamental é de
responsabilidade do município segundo a LDB/96. Portanto, se o desafio do PPP como um
instrumento de participação coletiva for encarar a escola como mecanismo de uma nova
realidade social, a EMEIF Santa Terezinha deve orientar as ações a partir do final de 2015 da
seguinte maneira:
a) Com relação à estrutura:
A cobertura da quadra;
Construção de espaço para a sala de leitura e escrita;
Construção de espaço para o laboratório multidisciplinar;
Construção de espaços para as turmas de Educação Infantil;
Iluminação adequada nas salas de aulas e demais dependências;
Cadeiras confortáveis;
b) Com relação aos materiais tecnológicos e de informática.
Datashow;
Antena digital (internet de qualidade);
educação de crianças e jovens, organizar suas ações, visando atingir os objetivos a que se
propõem.
REFERÊNCIAS
AMORIM, Maria Joana Pompeu. Relatório Analítico Vivencial. Trabalho apresentado como
requisito do Curdo de Especialização em Gestão Escolar (EAD). 2005.
FERNANDES, José Guilherme dos Santos. O baú de máscaras: festa, trabalho e memória na
cultura do Boi Tinga de são Caetano de Odivelas. Belém/Pará: EDUFPA, 2007.
HAIDI, Regina Célia Cazaux. Curso de Didática Geral. 7ª Ed. Ática, SP, 2003.
LÜCK, Heloisa. Gestão Educacional - uma questão paradigmática. Petrópolis: Vozes, 2006.
MATTOS, Regiane Augusto de. História afro-brasileira. 1ª Ed. 3ª reimpressão. São Paulo:
Contexto, 2009.
PARO, Victor Henrique. Gestão Democrática da Escola Pública. 3ªed. São Paulo:
Ática,2008.
___________. Escritos Sobre Educação – São Paulo. Xamã, 2001.
SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de identidade: Uma introdução à teoria do currículo.
2ª edição, Belo Horizonte: 2002.
THOMPSON, E.P. Costumes em Comum: Estudos sobre cultura popular tradicional. São
Paulo: Companhia das Letras, 1998.