Exames sorológicos
Exames sorológicos
Exames sorológicos
Quando solicitamos um exame sorológico, solicitamos também um exame hematológico. Pois já que vai ser retirado
sangue para avaliar o plasma, já devemos avaliar os elementos figurados.
Na vacinação, a IgG é avaliada, em casos de infecção recente, primeiro aumenta a IgM, depois a IgG que estará
presente no local
Como saber se uma vacina foi efetiva? Através da avaliação da presença de IgG no plasma pelo exame sorológico
contra o vírus da hepatite.
A dosagem deve ser especificada, não adianta pedir dosagem de IgG ou IgM sem especificar o antígeno.
Sangue
Parte sólida: elementos figurados
o Hemácias – responsáveis pelo transporte de oxigênio
o Leucócitos – defesa
o Plaquetas – coagulação, juntamente com os fatores de coagulação, fabricados pelo fígado
Problemas no fígado estão relacionados a problemas de coagulação, mesmo que as
plaquetas estejam funcionando de forma correta
Problemas na plaqueta e funcionamento normal do fígado também estão relacionados a
problemas na coagulação
Parte líquida: plasma ou soro
Parte em que serão solicitados os exames sorológicos
Dentre os sorológicos, solicitamos os imunológicos – serie de dosagens de anticorpos e antígenos, para
diagnóstico e acompanhamento da evolução do caso.
Detecção
Exames imunológicos
Anticorpos aumentados no soro => IgE, IgG, IgM
Infecções => testes com Ag ou Ac
Doenças autoimune => auto Ac
Outras:
o Testes glicêmicos, metabólitos, doenças reumáticas, função renal
Infecções
1. HIV/AIDS
Testes sorológicos => verificação de anticorpos
Anti-HIV => primeiras 12 semanas após infecção
Antes => janela imunológica
Contagem da carga viral (antígeno => HIV)
O vírus HIV, que se desenvolve dentro de uma célula, principalmente do LTCD4, se reproduz dentro desta, e
quando quer infectar mais células, sai do linfócito. Desta forma ficam partículas de RNA do vírus (retrovírus)
fora da célula
Vírus citolítico – se reproduz dentro da célula, no caso o linfócito, destrói o mesmo, para infectar outro
linfócito
Uma dosagem de carga viral alta é ruim => a contagem de LTCD4 estará baixa => pois houve destruição de
linfócito para liberar o vírus para fora da célula.
Quanto maior a carga viral => mais fácil o paciente pegar uma infecção oportunista, pois este terá pouco
LTCD4
No acompanhamento do paciente HIV+, deve ser solicitado dosagem de carga viral e avaliar a contagem de
LTCD4. Se a contagem de LTCD4 estiver baixa, significa que a pessoa está propensa a infecções, mesmo
tomando o coquetel.
Da mesma forma que o individuo está mais imunocomprometido, este terá mais chance de contaminar
outra pessoa com o vírus
No começo da infecção, pode ser que o exame sorológico dê negativo, isso devido a janela imunológica –
quando ainda não houve tempo de produzir anticorpos detectáveis contra aquele antígeno
o Janela imunológica: tempo entre a infecção e a detecção de anticorpos contra determinado
antígeno
O termo HIV + => se refere ao ANTICORPO – significa que existem anticorpos contra o HIV
O termo anti-HIV => se refere aos ANTICORPOS CONTRA O HIV
Para saber sobre o próprio vírus, ou seja, o antígeno, o exame solicitado é o PCR – nesse exame é
amplificada a cadeia do vírus. Este é feito em casos de infecção, em que o paciente ainda se encontra no
período da janela imunológica, e os anticorpos ainda não foram formados.
Dentista pode solicitar exame de HIV, mas não é tão indicado, pois para o diagnóstico dessa condição, o
paciente necessita de todo o amparo psicológico, que não será oferecido pelo dentista.
Dosagem sérica
Subtende-se que está sendo solicitado um exame hematológico (exame sorológico está dentro do hematológico)
Possíveis resultados:
o Reagente ou reativo => resultado positivo => o antígeno está presente
o Não reagente ou não reativo => resultado negativo => ausência do antígeno ou antígeno em pequena
quantidade
Resposta imune – necessita do estimulo antigênico
o IgM => aumentada na fase aguda ou infecção recente
Se quisermos saber se uma criança tem sífilis congênita, iremos solicitar dosagem de IgM, que será a criança que
estará fabricando. A igG será da mãe, que irá passar para a criança.
Então, ao solicitar dosagem de IgG esta irá corresponder aos anticorpos da mãe até os seis meses de vida da criança,
depois desse período, a criança já começará a fabricar seu próprio IgG.
Testes sorológicos
Os testes sorológicos são dados pelo governo para a verificação de anticorpos, ou seja, se a pessoa estiver na
janela imunológica, esse teste irá dar negativo. Essa janela imunológica corresponde ao tempo de 3 meses.
Teste direto => relacionado a ANTÍGENO => indica replicação viral completa
Teste indireto => relacionado a ANTICORPO
São feitos três testes:
o ELISA (indireto) => Ensaio Imunoadsorvente Ligado à Enzima => Como é ligado à enzima, quando ocorre
a reação com essa enzima, a mesma muda de cor
Mais barato, teste de triagem. Se forem feitos 2 testes com o ELISA e os dois derem negativo,
não é necessário realizar os testes subsequentes. Se um der positivo e o outro negativo, será
necessária a confirmação com o próximo teste de imunofluorescência indireta (IFI) ou Western
Blot (WB)
Os testes rápidos, como por exemplo, o teste de gravidez, também é feito com o ELISA. No teste
de gravidez está presente o anti-HCG, se a pessoa tiver o HCG, irá ocorrer a reação e a enzima irá
mudar de cor
o Imunofluorescência indireta – confirma o ELISA, se ainda assim o exame der discordante é feito o WB
o Western Blot – além de ser um teste caro é subjetivo
Deve ser positivo para duas de três proteínas do vírus (HIV) - p24, gp21, gp 120 a 160
OBS: sobre o HIV, o ministério da saúde fornece testes sorológicos, nos quais são avaliados ANTICORPOS. Se o
paciente estiver na janela imunológica, ou seja, sem anticorpos suficientes para reagir com o teste, o resultado será
negativo. Depois da janela imunológica pode ou não haver soroconversão.
Reação de aglutinação
Serão utilizados:
o Antígenos particulados, que são células com moléculas antigênicas
o Soro do paciente (IgM ou IgG)
São usadas células com moléculas antigênicas, que possuem marcadores “X”
É utilizado o soro do paciente que achamos que está infectado com esse X, para ver se o mesmo tem anticorpos
contra o X. Esse soro é utilizado, sendo diluído de forma gradativa
1°posto=>10 ml/2° posto=>5 ml/3° posto => 2,5 ml – essas concentrações estão relacionadas ao plasma, que contem
os anticorpos
X X X
Então quanto maior o título, melhor => isso significa que a pessoa tem uma maior quantidade de anticorpos
reagindo com o antígeno e, portanto, está mais imunizada.
Quanto mais diluições forem feitas, significa uma maior quantidade de anticorpos.
No exemplo, foi colocado 10 ml de soro, se fosse colocado 100 ml, o título iria “andar” bem mais, o que significa um
titulo maior e consequentemente maior quantidade de anticorpos e maior imunização.
Quanto mais anticorpos => maior a quantidade de diluição => até o ponto que não exista mais anticorpo para
reagir.
Soroconversão =>
Ex: foi feito o teste ELISA (indireto), e mesmo a pessoa sendo infectada, ao fazer o teste da primeira vez o resultado
deu negativo. Na segunda vez, o teste deu positivo, o que significa que uma quantidade suficiente de anticorpos
estava presente e reagiu com o antígeno.
Ou seja, no primeiro teste o paciente se encontrava na janela imunológica, já no segundo ocorreu a soroconversão.
2. Hepatites virais
Acomete mais homens
HB – vírus DNA (tem vacina)
o São avaliados os anticorpos – IgG (devido a vacina)
HC – vírus RNA (não tem vacina)
o Evolução: cirrose, insuficiência do fígado, carcinoma
o Detecção da hepatite C: é feita por PCR – avaliação do ANTÍGENO
4. Hepatite B
Através do ANTÍGENO (direto)
Podemos solicitar o antígeno ou anticorpo para a hepatite B no soro
HBsAg => Ag de superfície => infecção aguda - Se o antígeno for positivo => infecção aguda
Se o exame continuar dando positivo em um período de seis meses => hepatite crônica => significa que o
antígeno de superfície da hepatite B está no sangue => a hepatite pode ser transmitida para outras pessoas
HBeAg => soro do paciente HBsAg positivo em fase ativa de replicação viral no fígado => alto risco de
transmissão
o O exame de HBeAg só vai dar positivo se houver o HBsAg
o Se o exame HBeAg der positivo, significa que está acontecendo muita replicação no fígado e o vírus está
sendo mandado para o sangue => alto risco de transmissão
Quem é mais transmissor, um paciente HBsAg + ou HBsAg + e HBeAg+? O paciente HBsAg + e HBeAg+ pois este
ultimo indica que está ocorrendo muita replicação viral no fígado
Conclusão: existem dois antígenos no sangue: HBs e HBe. O HBe só está presente quando está ocorrendo no fígado
muita multiplicação do vírus da hepatite B.
5. Detecção de hepatite B
Através de ANTICORPO (indireto)
Elisa => detecta anticorpo
Anti => se refere a anticorpo
Anti-HBs => anticorpos contra o antígeno HBs – imunidade ao vírus
o Para avaliar se a vacina deu certo é solicitado um Anti-HBs IgG
Anti-HBe => da positivo após o desaparecimento do antígeno => é o primeiro sinal de recuperação =>
diminuição da replicação viral => melhor evolução do quadro
Na duvida se a pessoa está com hepatite C aguda, devem ser solicitados os exames HBsAg e Anti-HBe IGM
6. Acompanhamento de infectado:
Repetir mensalmente se HBsAg +, HBeAg+, Anti-HBs-
o ou seja, existem dois antígenos no sangue, porém nenhuma resposta, por isso, é preciso ficar
monitorando até que o Anti-HBs e o anti-HBe dê positivo
Imunidade ao vírus: Anti-HBs e Anti-HBc IgG +
3. Sífilis
Tipos
o Adquirida – DST
o Congênita
A sífilis pode ser diagnosticada diretamente através de uma citologia esfoliativa em que é visualizado
diretamente o microrganismo, para isso é necessário um microscópio de campo escuro
O microrganismo causador da sífilis é uma bacteria espiroqueta => treponema palidum
Na sífilis adquirida é feita uma citologia esfoliativa (raspagem) no local onde o microrganismo se encontra, esse
raspado é espalhado em uma lamina e a espiroqueta é visualizada, como esta é móvel, ao ser vista no
microscópio de campo escuro, é possível visualizar a mesma se movendo => exame DIRETO
Tratamento: antibiótico benzetacil – penicilina
Transmissão: como se trata de uma DST, para ser transmitida, o microrganismo deve passar de uma pessoa para
outra, geralmente ocorre nos órgãos genitais, sendo que se o individuo efetuar o sexo oral, o microrganismo
pode passar para a boda, dessa forma, dentista pode diagnosticar a fase primária da sífilis.
Na sífilis congênita a mãe que tem a sífilis adquirida passa para o filho, quando a criança crescer, apresentará
anomalias dentárias.
A sífilis congênita está relacionada a tríade de Hutchinson, que apresenta como características: queratite
intersticial, anomalias dentárias (incisivos em chave de fenda e molares em amora – afeta dentes permanentes)
e surdez
A tríade de Hutchinson é patognomonica da sífilis congênita
Detecção da sífilis congênita: através de exame treponemico, no qual são encontrados IgM contra o treponema
na criança. OBS: a IgG está presente na mãe, que passa para o filho
Fases da sífilis
Fase primária: cancro => a bactéria espiroqueta penetra no tecido / fase em que é feita a citologia esfoliativa.
o Faz D.D com o câncer, lesão indolor, que demora para cicatrizar, sendo que o câncer não cura, já a sílis
desaparece em cerca de um mês.
Fase secundária: roséolas sifilíticas - Após a espiroqueta penetrar no tecido, esta caminha pelo sangue,
promovendo uma bacteremia, o que caracteriza a segunda fase da sífilis, que são as roséolas sifilíticas- na
maioria das vezes é confundida pelo paciente como uma alergia, que desaparece de repente. Após esse quadro,
o paciente se encontra em fase de latência, sem apresentar sintomas, mas podendo transmitir a doença.
Fase terciária: goma => após anos de latência, o quadro pode evoluir para lesões destrutivas em boca, palato,
coração, o treponema pode chegar ao cérebro ocasionando demência.
4. Doenças auto-imune
Ocorrem quando o organismo não reconhece o próprio
Líquen plano
Não serão detectados anticorpos no sangue, nem reação antígeno-anticorpo, pois se trata de uma imunidade
relacionada a célula.
Ocorre citólise => uma célula destrói outra célula
Doença crônica
Afeta mais mulheres
Tem períodos de melhora e piora
Existem vários tipos de líquen plano:
o Reticular:
tem aparência de teia de aranha (estrias de Wickham) – patognomonicas do líquen plano
reticular
Acomete geralmente mucosa jugal
Bilateral e simétrico
Assintomático
Tratamento: acompanhamento
o Erosivo
Caracterizado pela erosão no epitélio
Sintomático
Pode estar relacionado ao poder de formar câncer
Tratamento: imunossupressor ou corticoide => para evitar que os linfócitos ataquem a camada
basal
Os linfócitos atuam contra a camada basal do epitélio, tentando destruí-la, ou seja, não estão presentes anticorpos,
e sim as próprias células que estão tentando destruir a camada basal do epitélio. Na coloração de HE é possível
visualizar o infiltrado linfocitário contra a camada basal do epitélio.
Penfigo vulgar
Condição autoimune caracterizada pela presença de anticorpos contra os desmossomos, responsável pela união
das células na camada espinhosa, formando bolhas dentro do epitélio, acima da camada basal (bolha suprabasal
e intraepitelial).
No HE a camada basal estará unida ao TC, mas o resto do epitélio estará espaçado, devido a destruição dos
desmossomos
Para fazer o exame de imunofluorescencia direta é necessário a biópsia da lesão, através deste exame será
visualizada a presença de anticorpos, através da reação antígeno-anticorpo
Lúpus eritematoso