Aula 6. Vacinas e Testes Sorológicos

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Vacinas e testes sorológicos

Agravos e Imunidade

Profª. Dra. Maria da Conceição Aquino de Sá


VACINAS
“Com exceção da água potável, nenhuma
outra modalidade, nem mesmo antibióticos,
teve tanto efeito na redução da mortalidade
e crescimento da população como as vacinas.”

Plotkin & Plotkin


VACINAS
 A imunização em qualquer indivíduo tem o objetivo de prevenir;

 A descoberta da imunização melhorou a qualidade da saúde em nível mundial;

 Em 1796 Edward Jenner usou um vírus vivo atenuado;

 Marco da imunização moderna;


Vacinas
 Mais de 200 Anos de pesquisas;

 Edward Jenner e Louis Pasteur;

 Desde as primeiras vacinas baseadas em


patógenos, sejam eles bactérias ou vírus,
atenuados ou inativados, muito reativos;

 Objetivo sempre é empregar frações cada


vez menores desses patógenos na busca
de aumentar a segurança sem
comprometimento da eficácia.
VACINAS
O que faz uma vacina?

 Estimula respostas imunológicas protetoras do hospedeiro para combater o


patógeno invasor;
 O que precisa saber para produzir uma vacina?

1. Entender o ciclo de vida do patógeno


 Encontrar o melhor estágio para servir de alvo

2. Entender os mecanismos imunológicos estimulados pelo


patógeno.
 Resposta imune celular/humoral?
Tipos de Imunização
Soro antiofídico Doença natural

Forma artificial
Tipos de Imunização
• 1ª Geração – Agente patogênico na sua constituição completa de forma atenuada ou inativada
ou patógenos assemelhados;

• Ex: BGC originalmente do Mycobacterium bovis

• 2ª Geração: vacinas contendo toxóides, de subunidades, voltados para um único alvo;

• Ex. Difteria, HPV A diferença entre 1 e 2 geração é a tecnologia

• 3ª Geração : Emprega-se informações genéticas do patógeno que codifica proteínas.

• Ex. vacinas de DNA ou gênicas.


Tipos de Imunização
Tipos de Imunização
 Organismos inteiros

 Atenuados e inativadas.

 Macromoléculas purificadas

 Toxóides
 Polissacarídeos capsulares
 Antígenos recombinantes
Organismos Atenuados

Vacinas de vírus inativados ou atenuados, usam uma


forma do vírus que foi inativada ou atenuada, de forma
que não causa doenças, mas ainda gera uma resposta
imune.
Vacinas de Vetores Virais
Usam um vírus seguro que não pode causar doenças,
mas serve como uma plataforma para produzir proteínas
Vacinas de vetores virais
do coronavírus para gerar uma resposta imune.

 Vacinas de vetores virais


Baseados em Proteínas

Vacinas de vetores virais


 Usam fragmentos inofensivos de proteínas ou
cascatas de proteínas que imitam o patógeno para
gerar com segurança uma resposta imune.

 Vacinas de vetores virais


DNA e RNA
 Uma abordagem de ponta que usa RNA ou DNA
geneticamente modificado para gerar uma proteína
Vacinas de vetores virais
que, por si só, promete uma resposta imunológica
com segurança.

 Vacinas de vetores virais


Tipos de Imunização
E. Coli
Vacinas de RNA

1- Clone do cDNA da E. coli –


amplificação e purificação
2- Construção do DNA e transcrição
para mRNA;
3- pós transcrição após limite de
transcrição
4- purificação por cromatografia.
Fases de desenvolvimento das vacinas
Estudos pré-clínicos
 Laboratório: propriedades químicas, físicas e biológicas e processo
de produção;

 Modelos animais: indicativos de eficácia potencial e de limites de


segurança para uso em humanos.
Estudos Clínicos
Fase I:

Primeiros estudos em seres humanos (ênfase na segurança);


Número de pessoas: 20-100 voluntários sadios;
Orientação farmacológica: absorção, distribuição, metabolismo e excreção.
Estudos Clínicos
Fase II:

 Avaliação de eficácia e segurança;

 Viabilidade da intervenção (tolerância, logística e custo);

 Estudos para determinação de dose e administração;

 100 voluntários da população alvo para intervenção.


Estudos Clínicos
Fase III:

 Avaliação de eficácia comparada entre as intervenções;

 Indicações para comercialização;

 Centenas/milhares de participante;

 Acompanhamento prolongado, randomizados.


Estudos pós-comercialização
Fase IV:
 Eventos adversos;
 Duração da proteção;
 Seguir as condições para licenciamento.
Novas tecnologias para o desenvolvimento de
vacinas
A vacina ideal
 Única dose
 100% efetiva
 100% segura
 Proteção de longo prazo
 Baixo custo

A realidade...
 Múltiplas doses
 Efetividade variável
 Segurança variável
 Geralmente proteção de curto prazo
Testes sorológicos
 Buscam detectar a presença de anticorpos existentes no soro com presença de
antígenos específicos;

 Ex. Indivíduo infectado com o Trypanossoma cruzi, vai apresentar sorologia


específica para Doenças de Chagas;
Objetivos
Definição da suspeita clínica e Diferenciação de fases da doença
Diagnóstico de doença congênita e Triagem sorológica em banco de sangue
Seleção de doadores e receptores de órgãos para transplante
Prognóstico da doença e Critérios de cura
Avaliação / monitoramento da terapêutica
Diferenciação da imunidade naturalmente adquirida ou artificialmente
induzida
Estabelecimento da prevalência da doença
Verificação de erradicação da doença
Verificação de reintrodução de novos casos em áreas consolidadas
Tipos de Testes
Qualitativo, se os seus resultados informam apenas se Reagente ou não reagente
houve ou não reação / detecção (positivo ou negativo).
Teste – detecção por ELISA de anticorpos IgM contra rubéola
Resultado: positivo

Semiquantitativo, se a amostra testada foi diluída –


a maior diluição a apresentar reação é o seu título.
Teste – detecção por imunofluorescência de anticorpos IgG contra o T. cruzi
Resultado: positivo até a diluição de 1:320

Quantitativo, se é capaz de informar a quantidade absoluta do material detectado.


Teste – detecção por ELISA de anticorpos IgM contra o T. gondii
Resultado: 63 UI/ml
Qualitativo

Note que as cores são nitidamente diferentes. Esta placa será


lida por um fotocolorímetro, que informará os valores de
densidade ótica. Todos os outros poços contem soros que estão
sendo testados.
Todos aqueles que apresentarem resultados abaixo do “cut-off”
serão considerados negativos, enquanto que os que mostrarem
valores maiores, serão positivos.
Semiquantitativo
Reprodutibilidade
Confiabilidade, fidedignidade ou precisão;
Capacidade de obter resultados com valores muito próximos entre si, quando analisadas uma mesma amostra
em um mesmo ou em diferentes ensaios.

Reprodutibilidade – termo usado para testes qualitativos.


Precisão - testes quantitativos (determina-se o coeficiente de variação).

Reprodutibilidade (%) = Número de resultados concordantes X 100


Número total de resultados

Testes quantitativos: cv = s
X
cv- coeficiente de variação s= desvio padrão X = média dos resultados
Validade
Acuidade, acurácia ou exatidão

Grau em que o exame é apropriado para medir o verdadeiro valor daquilo que é medido, observado ou
interpretado. Capacidade de produzir valores muito próximos aos obtidos num ensaio de referência (padrão
ouro).

O cálculo é feito pela expressão:

Número de resultados corretos X 100


Número total de resultados
Sensibilidade e Especificidade
SENSIBILIDADE – é a capacidade de detectar amostras verdadeiramente positivas. É, portanto, a relação entre:

S= AP X 100
AP + FN

ESPECIFICIDADE – é a capacidade em detectar amostras verdadeiramente negativas. O seu valor é obtido pela expressão:

E= AN X 100
AN + FP
________________________
AP = amostras verdadeiramente positivas
AN = amostras verdadeiramente negativas Um teste será mais sensível quando apresentar
FP = amostras falso-positivas
menos resultados falso-negativos, e mais específico
FN = amostras falso-negativas
quando apresentar menos resultados falso-positivos
Valores preditivos
Valor preditivo positivo (VPP) - probabilidade de que um resultado positivo ser verdadeiramente positivo.
Valor preditivo negativo (VPN) - probabilidade de que um resultado negativo ser verdadeiramente negativo . VP variam de acordo com a
prevalência da doença.
Veja as expressões para VPP e VPN

VPP = AP X 100
AP + FP

VPN = AN X 100
FN + AN
AP = amostras verdadeiramente positivas
AN = amostras verdadeiramente negativas
FP = amostras falso-positivas
FN = amostras falso-negativas
PREVALÊNCIA – corresponde ao número total de casos de uma doença ou infecção numa determinada população, num
período de tempo.
Imunoensaios
São técnicas para a detecção ou quantificação de antígenos ou anticorpos,
podendo utilizar reagentes marcados ou não marcados;

Técnicas com reagentes não marcados: aglutinação, precipitação e


imunodifusão;

Técnicas com reagentes marcados: radioativo, enzimático, fluorescente e


quimioluminescente.
BIBLIOGRAFIA

ABBAS, ABBUL K, A H Lichtman, Shiv Pillai. Imunologia Celular e Molecular. 8.ed.. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2015.

Quinn P.J., Markey B.K., Carter M.E., Donnely W.J. & Leonar F.C. 2005. Microbiologia
Veterinária e Doenças Infecciosas. Artmed, Rio de Janeiro. 512p.

TORTORA, G.J., FUNKE, B.R., CASE, C.L. Microbiologia. 10. ed. Porto Alegre: ARTMED,
2012. 934p

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