BRUINSMA, 2013

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 60

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E EXATAS


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGROBIOLOGIA

AVALIAÇÃO DE MÉTODOS PARA O ESTUDO DA


RESISTÊNCIA DE GENÓTIPOS DE SOJA A
Meloidogyne javanica (Treub) Chitwood

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Juliana Silva Bruinsma

Santa Maria, RS, Brasil.


2013
AVALIAÇÃO DE MÉTODOS PARA O ESTUDO DA
RESISTÊNCIA DE GENÓTIPOS DE SOJA A Meloidogyne
javanica (Treub) Chitwood

Juliana S. da Silva Bruinsma

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado do Programa de Pós-


Graduação em Agrobiologia, área de concentração em Agrobiologia, da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM,RS), como
requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Agrobiologia.

Orientador: Profª. Drª. Zaida Inês Antoniolli

Santa Maria, RS, Brasil


2013
59
Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Ciências Naturais e Exatas
Programa de Pós-Graduação em Agrobiologia

A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova a


Dissertação de Mestrado

AVALIAÇÃO DE MÉTODOS PARA O ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE


GENÓTIPOS DE SOJA A Meloidogyne javanica (Treub) Chitwood

Elaborada por
Juliana S. da Silva Bruinsma

como requisito parcial para obtenção do grau de


Mestre em Agrobiologia

COMISSÃO EXAMINADORA:

Zaida Inês Antoniolli, Dra.


(Presidente/Orientadora)

Cesar Bauer Gomes, Dr. (EMBRAPA)

Teresinha Roversi, Dra. (CCGL TEC)

Santa Maria, 08 de janeiro de 2013.


Dedico este trabalho a todas as pessoas que me
apoiaram e incentivaram para que este sonho
fosse concretizado, em especial ao meu marido
Cassiano Bruinsma e ao filho que estamos
esperando, fruto do nosso amor e união...
AGRADECIMENTO

À Deus pelo bem mais precioso que me concedeu que é a vida, e por
sempre me iluminar e guiar para que meus sonhos fossem alcançados.

Ao meu esposo Cassiano, por toda sua dedicação e companheirismo em


todos os momentos ao longo da jornada.

Aos meus pais Carlos e Zara, pelos ensinamentos que me passaram desde
criança e pelo exemplo de vida, além do apoio que sempre me proporcionaram.

Aos meus irmãos Ana Paula e João Carlos, pelo carinho e por sempre me
incentivarem a seguir em frente, também ao João pelas estadias no apartamento em
Santa Maria além da ótima companhia.

À orientadora Zaida Inês Antoniolli, pelos ensinamentos, o auxílio, seu


exemplo de profissionalismo, entusiasmo pelo que faz e sua simplicidade. Foi muito
gratificante tê-la conhecido e ter convivido com você nestes passageiros dois anos.
Agradeço por tudo!

À empresa CCGL TEC Fundacep, pela liberação para realização do


mestrado, em especial a pessoa do diretor José Ruedell, por todo o apoio.

Aos colegas de empresa pelo auxílio, em especial a colega e amiga Caroline


Wesp, por todos auxílios nas correções, trocas de ideias e ensinamentos passados.
Também aos melhoristas de soja Cleiton Steckling e Teresinha Roversi pelo apoio
prestado.

Ao ex-colega Lucas Navarini, o qual me incentivou para que eu participasse


da seleção do mestrado e me apresentou a professora Zaida.

Aos colegas do setor de fitopatologia, por todo auxílio nos experimentos de


campo e casa de vegetação.

Ao programa de pós-graduação em Agrobiologia da Universidade Federal de


Santa Maria, pela oportunidade de realização do mestrado.

Ao professor Rodrigo Jacques e demais colegas do Laboratório de Biologia


e Microbiologia do Solo da UFSM, por todo auxílio prestado.

Aos colegas da Agrobiologia pela convivência e aprendizado, em especial a


Lia pelas conversas e amizade e a Roseana pelos altos papos e companhia no
trajeto Cruz Alta – Santa Maria.

Aos componentes da banca examinadora Cesar Bauer Gomes e Teresinha


Roversi, agradeço pelo aceite e disponibilidade para participarem da banca.

Enfim agradeço a todas as pessoas que tiveram sua participação, até


mesmo em pensamentos positivos, para que eu pudesse realizar este grande sonho.
“Quem fala semeia.
Quem escuta colhe.”

(Pitágoras)
RESUMO
Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-Graduação em Agrobiologia
Universidade Federal de Santa Maria

AVALIAÇÃO DE MÉTODOS PARA O ESTUDO DA RESISTÊNCIA DE


GENÓTIPOS DE SOJA A Meloidogyne javanica (Treub) Chitwood
AUTOR: Juliana S. da Silva Bruinsma
ORIENTADOR: Drª. Zaida Inês Antoniolli
Local e Data da Defesa: Santa Maria, 08 de janeiro de 2013.

A soja é a mais importante oleaginosa cultivada no mundo, entretanto sua produção


pode ser limitada por vários patógenos, dentre eles destaca-se o nematoide das
galhas (Meloidogyne spp.). Neste trabalho objetivou-se avaliar métodos para o
estudo da resistência de genótipos de soja a M. javanica, em condições de campo e
em casa de vegetação e selecionar, dentre esses, genótipos de soja com resistência
e/ou tolerância ao nematoide. Para realização do trabalho foram utilizados doze
genótipos de soja (CEPsRR 07224, CEPsRR 08414, CEPsBt 09018, CEPsBt 09021,
CEPsBt 09030, CEPsBt 09033, CEPsBt 09036, CEPsBt 09049, CEPsRR 09086,
CEPsBt 10129, FUNDACEP 58RR e FUNDACEP 64RR), além da testemunha
suscetível (BRS 243RR) e a testemunha resistente (BRS 256RR). O trabalho
realizado no campo foi conduzido em área com ocorrência natural do nematoide no
município de Júlio de Castilhos, RS, em duas épocas de semeadura, onde foi
avaliada a intensidade de galhas nas raízes das plantas de soja. Em casa de
vegetação, o estudo foi realizado em Cruz Alta, RS, onde as plantas foram
inoculadas com inoculo proveniente de raízes infectadas do campo, as quais
permaneceram por 55 dias na casa de vegetação até a avaliação, onde foi avaliado:
número e índice de galhas, número de massa de ovos, número de ovos e fator de
reprodução. No campo os genótipos CEPsRR 07224, CEPsBt 09036 e CEPsBt
10129 apresentaram os menores valores de intensidade de galhas. Apenas o
genótipo CEPsRR 07224 foi classificado como resistente, sendo os demais
classificados como moderadamente resistentes. Em casa de vegetação, os
genótipos CEPsBt 09036 e CEPsBt 10129 apresentaram os menores valores de
número de galhas e índice de galhas. Apesar de todos os genótipos apresentarem
FR>1, apresentaram valores baixos de número de ovos e fator de reprodução, os
genótipos CEPsBt 09033, CEPsBt 09036 e CEPsBt 10129. No entanto, utilizando-se
como critério o índice de galhas e o FR, verificou-se que CEPsBt 09036 e CEPsBt
10129 comportaram-se como tolerantes em condição de campo e casa de
vegetação.

Palavras-chave: Soja. Nematoide de galha. Meloidogyne javanica.


ABSTRACT
Dissertation
Graduate Program in Agrobiology
Federal University of Santa Maria

EVALUATION OF METHODS FOR THE STUDY OF RESISTANCE


OF SOYBEAN GENOTYPES THE Meloidogyne javanica (Treub)
Chitwood

AUTHOR: Juliana S. da Silva Bruinsma


ADVISOR: Dr. Zaida Inês Antoniolli
Location and Date of Defense: Santa Maria, the 08th January 2013.

Soybean is the most important oilseed crop grown in the world, though its production
may be limited by various pathogens, among them stands out the gall nematode
(Meloidogyne spp.). This study aimed to evaluate methods for the study of resistance
of soybean genotypes to M. javanica in the field and in the greenhouse and select
from among these, soybean genotypes with resistance and / or tolerance to
nematode. To conduct the study, we employ twelve cultivars of soybean (CEPsRR
07224, CEPsRR 08414, CEPsBt 09018, CEPsBt 09021, CEPsBt 09030, CEPsBt
09033, CEPsBt 09036, CEPsBt 09049, CEPsRR 09086, CEPsBt 10129,
FUNDACEP 58RR and FUNDACEP 64RR), beyond susceptible control (BRS
243RR) and control resistant (BRS 256RR). The field work was conducted in the
area of natural occurrence of the nematode in the municipality of Julio de Castilhos,
RS, in two sowing dates, where we evaluated the intensity of galls on the roots of
soybean plants. In the greenhouse, the study was conducted in Cruz Alta, RS, where
the plants were inoculated with inoculum from infected roots of the field, which
remained for 55 days in a greenhouse until the evaluation, which assessed: number
and index galls, number of egg mass, egg number and reproductive factor. In the
field genotypes CEPsRR 07224, CEPsBt 09036 and CEPsBt 10129 had the lowest
intensity of galls. Only genotype CEPsRR 07224 was classified as resistant, and the
others classified as moderately resistant. In the greenhouse, the genotypes CEPsBt
09036 and CEPsBt 10129 had the lowest number of galls and gall index. Although all
genotypes present FR> 1, had low values of number of eggs and reproduction factor,
genotypes CEPsBt 09033, CEPsBt 09036 and CEPsBt 10129. However, using as
criterion the gall index and FR, it was found that CEPsBt 09036 and CEPsBt 10129
behaved as tolerance under field conditions and greenhouse conditions.

Keywords: Soybean. Root-knot. Meloidogyne javanica.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Esquema do trabalho realizado em campo e em casa de vegetação


para avaliação de resistência de genótipos de soja a Meloidogyne
javanica. ................................................................................................. 14
Figura 2 – Representação do ciclo de vida de Meloidogyne spp. (Adaptado de
Jung & Wyss, 1999). .............................................................................. 21
Figura 3 – Representação diagramática do crescimento das plantas e
reprodução do nematoide nas plantas, conforme a reação do
hospedeiro ao nematoide. (Adaptado de Roberts, 2002). ...................... 28
Figura 4 – Imagem de satélite do local onde foi realizado o experimento de
campo, para avaliação de reação de genótipos de soja a M. javanica.
Júlio de Castilhos, RS. ........................................................................... 32
Figura 5 – Avaliação a campo de reação de genótipos de soja a Meloidogyne
javanica. (A) vista do ensaio 1ª época; (B) vista do ensaio 2ª época.
Júlio de Castilhos, RS, safra 2011/12. ................................................... 34
Figura 6 – Plantas de soja com nota de intensidade de galhas de 1 a 5. Júlio de
Castilhos, RS, safra 2011/12. ................................................................. 35
Figura 7 – Genótipos de soja inoculados com Meloidogyne javanica, em casa de
vegetação. (A) quatro dias após a inoculação; (B) 37 dias após a
inoculação. Cruz Alta, RS. ..................................................................... 36
Figura 8 – Genótipos de soja em área com infestação natural de Meloidogyne
javanica. (A) BRS 256RR – testemunha resistente e BRS 243RR -
testemunha sucetível; (B) FUNDACEP 64RR e FUNDACEP 58RR.
Júlio de Castilhos, RS, safra 2011/2012. ............................................... 40
Figura 9 – Raízes de soja da testemunha suscetível BRS 243RR com nota
máxima para intensidade de galhas (A) Avaliação da 1ª época; (B)
Avaliação da 2ª época. Júlio de Castilhos, RS, safra 2011/2012. .......... 40
Figura 10 – Raízes de soja para contagem do número de galhas. (A) genótipo
CEPsBt 09021; (B) genótipo CEPsBt 10129. ......................................... 43
Figura 11 – Raízes coradas com fucsina ácida para contagem de massa de ovos.
(A e B) genótipo CepsRR 08414; (C) genótipo CepsBt 09049. .............. 43
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Escala para avaliação de Índice de Galhas e Índice de Massa de


Ovos (Taylor & Sasser, 1978). ............................................................... 36
Tabela 2 – Esquema proposto por Canto-Sáenz (1985) para classificação de
genótipos de soja quanto reação a Meloidogyne javanica, baseado no
índice de galhas (IG) e fator de reprodução (FR). .................................. 37
Tabela 3 – Intensidade de galhas ocasionadas por Meloidogyne javanica em
genótipos de soja avaliados em duas épocas de plantio, média das
duas avaliações de intensidade de galhas e reação dos genótipos ao
nematoide, sob condições de campo. Júlio de Castilhos, RS, safra
2011/2012. ............................................................................................. 39
Tabela 4 – Variáveis utilizadas para classificação da reação de genótipos de soja
quanto à infecção por Meloidogyne javanica e resultados médios das
avaliações em casa de vegetação. Cruz Alta, RS, 2012. ....................... 42
Tabela 5 – Reação dos genótipos de soja a M. javanica conforme critérios de
Canto-Saénz (1985) em casa de vegetação. Cruz Alta, RS, 2012......... 47
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 15
2.1 A cultura da soja e importância ....................................................................... 15
2.2 Fatores limitantes para a produção de soja .................................................... 16
2.3 Nematoides ........................................................................................................ 17
2.4 Nematoide de galhas: Meloidogyne javanica ................................................. 19
2.5 Ciclo de vida dos nematoides de galhas......................................................... 20
2.6 Sintomas e danos .............................................................................................. 22
2.7 Medidas de controle .......................................................................................... 24
2.8 Conceitos na interação: plantas e fitonematoides ......................................... 26
2.9 Fontes de resistência a Meloidogyne sp. ........................................................ 29
2.10 Reação de genotipos de soja a Meloidogyne javanica ................................ 30
3 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 32
3.1 Local ................................................................................................................... 32
3.2 Escolha dos genótipos de soja ........................................................................ 33
3.3 Avaliação da resistência de genótipos de soja a M. javanica ....................... 33
3.3.1 Experimento em condições de campo.............................................................. 33
3.3.2 Experimento conduzido em casa de vegetação ............................................... 35
3.4 Análise ................................................................................................................ 37
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 38
4.1 Avaliação de resistência de genótipos de soja à M. javanica a campo ........ 38
4.2 Avaliação de resistência de genótipos de soja a M. javanica em casa de
vegetação ................................................................................................................. 42
5 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 51
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 52
1 INTRODUÇÃO

Atualmente, a soja é a mais importante oleaginosa cultivada no mundo, tanto


pelos valores econômicos como nutricionais. Essa cultura tem apresentado, nas
últimas décadas, uma taxa de produção superior à taxa de crescimento
populacional, ocupando lugar de destaque na alimentação humana e animal, nos
cinco continentes (BLACK, 2000). No Brasil o aumento da produção e de área
plantada vem sendo crescente nos últimos anos, onde na safra 2000/01 plantou-se
13.969 milhões de hectares no país e na última safra 2011/12 25.042 milhões de
hectares foram plantadas com a cultura, um aumento de 79% (CONAB, 2012).
Diversos são os fatores que limitam a produção de soja, dentre esses fatores
os ocorrentes pela ação de patógenos, dentre os quais se destacam os fungos,
bactérias, vírus e nematoides. A maioria dos nematoides presentes no ambiente é
de vida livre, porém, há também, nematoides que parasitam apenas plantas
superiores, de onde retiram seus alimentos, chamados, de fitonematoides, os quais
se alimentam de plantas de intensa exploração econômica e que podem causar
reduções na produtividade destas culturas.
No Brasil, as espécies que causam os maiores danos às grandes culturas
como soja, algodão, cana-de-açúcar e milho são Meloidogyne javanica (Treub)
Chitwood, Meloidogyne incognita (Kofoid e White) Chitwood, Heterodera glycines
Ichinohe, Pratylenchus brachyurus Filipjev e Rotylenchulus reniformis Lindolf e
Oliveira (DIAS et al, 2010b).
Os fitonematoides prejudicam as plantas pela sua ação nociva sobre o
sistema radicular, afetando a absorção e a translocação de nutrientes, alterando a
fisiologia, podendo também predispor as plantas a doenças e estresses ambientais
ou atuando como transmissores de outros patógenos (GOMES & CAMPOS, 2003).
Os nematoides do gênero Meloidogyne têm grande disseminação nas áreas
de plantio do nosso país, além de causarem grandes prejuízos aos produtores
nacionais através da redução do volume de produção ou mesmo da qualidade dos
produtos oriundos de áreas infestadas. Em países de clima tropical e subtropical os
nematoides encontram condições como umidade e temperatura ideais para sua
reprodução e alimentação. Tais fatores são agravantes no controle destes
13

patógenos, os quais após terem se estabelecido em uma área, são de erradicação


muito difícil. A polifagia das espécies de Meloidogyne, a variabilidade fisiológica e
sua ampla disseminação nas diversas regiões produtoras constituem também, uma
séria limitação à adoção de medidas de controle, particularmente a rotação de
culturas (SILVA, 2001).
A disseminação dos nematoides no ambiente ocorre, principalmente, pelo
transporte de solo infestado. Isso pode ocorrer através dos equipamentos agrícolas,
das sementes mal beneficiadas que contenham partículas de solo, pelo vento, pela
água e até pelo homem (TIHOHOD, 2000). E devido à intensa exploração de
grandes culturas, aliada à falta de um correto manejo, a população dos
fitonematoides tem aumentado cada vez mais no ambiente, se tornando um
problema cada vez mais crescente.
A baixa eficiência da rotação de culturas na redução populacional desses parasitos,
que em geral podem se reproduzir em grande número de espécies vegetais, e a
evidente deficiência de variedades resistentes, especialmente para M. javanica,
adaptadas às diferentes regiões de cultivo no País são as principais razões para os
crescentes danos ocasionados nas regiões produtoras de soja no Brasil (SILVA,
1998).
O controle de nematoides, principalmente no cultivo de culturas extensivas,
como a soja [Glycine max (L.) Merrill], para tornar viável o seu cultivo, deve ser
planejado e sistematizado de modo a integrar vários métodos e apresentar baixo
custo. Um dos métodos de controle mais eficiente e mais adequado para o agricultor
é a utilização de cultivares de soja resistentes (SILVA, 2001).
O desenvolvimento de programas específicos de melhoramento de soja já
resultou na obtenção de muitos cultivares resistentes às diferentes espécies de
Meloidogyne e cada vez mais trabalhos são realizados com o intuito de selecionar
cultivares de soja resistentes para as diferentes regiões do país. Algumas vezes,
entretanto, os resultados obtidos revelam-se divergentes, o que é atribuído em
grande parte a falta de padronização nos métodos empregados na avaliação da
resistência (SILVA, 2001). Entre as explicações para a obtenção de alguns
resultados conflitantes com os dados de literatura está também a utilização de
diferentes critérios de avaliação (SOARES & SANTOS, 2009).
Portanto, teve-se por objetivo no presente trabalho visou avaliar a reação de
genótipos de soja ao nematoide, no intuito de selecionar genótipos resistentes e/ou
14

tolerantes e com vistas a diminuir a multiplicação deste nematoide no ambiente,


diminuindo, consequentemente, sua população e os danos causados à cultura. O
trabalho foi executado conforme o esquema da Figura 1.

SELEÇÃO DE GENÓTIPOS DE SOJA RESISTENTES A Meloidogyne


javanica (Treub) Chitwood

CAMPO CASA DE
(2 épocas de VEGETAÇÃO
avaliação)

Obtenção e extração
de inoculo de plantas
Avaliação de de soja e inoculação
intensidade de (inóculo proveniente de
galhas nas raízes raízes do experimento
dos genótipos de no campo)
soja

Avaliações:
- Número de galhas;
- Índice de galhas;
- Número de massa de
ovos;
- Número de ovos;
- Fator de reprodução

Classificação dos genótipos de


soja quanto à reação a
Meloidogyne javanica

Identificação de genótipo(s) de
soja da Empresa CCGL TEC
resistente(s) e/ou tolerante(s)

Figura 1 – Esquema do trabalho realizado em campo e em casa de vegetação para


avaliação de resistência de genótipos de soja a Meloidogyne javanica.
2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 A cultura da soja e importância

A soja pertence à classe Magnoliopsida, ordem Fabales, família Fabaceae,


gênero Glycine. É uma planta anual com caule ereto, com grande diversidade
quanto ao ciclo de vida, variando de 70 dias para as mais precoces até 200 dias
para as mais tardias. O ciclo da planta pode ser dividido em duas fases: vegetativa e
reprodutiva. A fase vegetativa (VE, VC, V1, V2, V3, Vn) é o período da emergência
da plântula até a abertura das primeiras flores, e a fase reprodutiva (R1, R2, R3, R4,
R5, R6, R7, R8) compreende o período do início da floração até a maturação. A
temperatura ótima para a germinação é em torno de 30º C, podendo variar segundo
a cultivar. A emergência é caracterizada pelo aparecimento dos cotilédones acima
da superfície do solo, tendo início 5 a 7 dias após a semeadura. Para satisfazer as
exigências de temperatura do solo para uma emergência uniforme, a temperatura
deve estar em torno de 18º C (COSTA, 1996).
A soja é considerada uma planta de dia curto, necessitando de uma duração
da noite maior que o dia para iniciar o processo de floração e frutificação no
momento certo, isto é, após ter atingido o crescimento vegetativo adequado. A
grande produção de soja no Brasil se deve ao desenvolvimento de novas cultivares
com fotoperíodo mais longos ficando aptas a diversas regiões (MORALES, 2007).
É das principais commodities mundiais, movimentando, aproximadamente,
US$ 215 bilhões/ano na agroindústria (USDA, 2011). No Brasil, a cadeia
agroindustrial da soja participa com, aproximadamente 16% do que é produzido pelo
sistema agroalimentar total, um montante em torno de US$ 43 bilhões ao ano
(AGRIANUAL, 2009).
No contexto das grandes culturas produtoras de grãos, a soja foi a que mais
cresceu em termos percentuais nas últimas décadas, tanto no Brasil, quanto em
nível mundial. De 1976 a 2010, o crescimento da produção brasileira foi da ordem de
620% (CONAB, 2012). Enquanto as produções de culturas como trigo, arroz, milho,
feijão, cevada e girassol cresceram, no máximo, uma terceira parte desse montante
16

(DALL’AGNOL & HIRAKURI, 2012). O Brasil com uma área de 25,04 milhões de
hectares cultivadas é o segundo maior produtor mundial do grão, com produção de
66,38 milhões de toneladas produzidos em 2011/12, 26,5% da safra mundial
(CONAB, 2012).
Importante função no progresso da soja no Brasil deve ser creditada aos
diversos programas de melhoramento genético e experimentação agrícola, em que
os técnicos brasileiros vêm desenvolvendo cultivares melhoradas, de alto
rendimento, resistentes a doenças e adaptadas as condições agroclimáticas
brasileira (BONETTI, 1981). Com o cultivo sucessivo, no entanto, aquelas doenças
que aparentemente não eram importantes podem causar em pouco tempo danos
econômicos consideráveis. Uma das maiores contribuições do melhoramento da
soja tem sido o desenvolvimento de cultivares resistentes a doenças (SEDIYAMA et
al, 2005). Contudo, ainda são vários os fatores que podem limitar esta produção.

2.2 Fatores limitantes para a produção de soja

Desde a introdução da cultura da soja até o momento, o Brasil, houve um


grande incremento de produtividade, passando de 1748 kg/ha na safra 1976/77 para
3115 kg/ha na safra 2010/11 (CONAB, 2012). Isto se deve ao aumento do uso de
novas tecnologias, cultivares mais adaptadas, mais pesquisa e conhecimento para
os produtores, e a expectativa é de que esta elevada produtividade continue a
aumentar. Porém, com a exposição da cultura a diversos ambientes, várias fatores
podem interferir neste ganho de produção.
Há diversos fatores que afetam a cultura da soja, destacando-se os edafo-
climáticos e os fitossanitários. Como toda cultura exótica no país, a soja iniciou sua
expansão com excelente sanidade. Porém, com poucos anos de cultivo comercial,
as doenças começaram a aparecer, passando a representar um dos principais
fatores limitantes ao aumento e à estabilidade do rendimento (FERRAZ, 2001). Além
das doenças trazidas com as primeiras sementes, com o tempo e a expansão da
cultura, diversos patógenos nativos foram se associando à cultura soja (YORINORI,
2000), sendo a monocultura realizada em grandes áreas, também, uma grande
facilitadora desse processo (EMBRAPA, 2010).
17

No mundo, foram determinados aproximadamente 125 organismos


patogênicos à cultura da soja, dos quais cerca de 40 foram considerados de
importância econômica. No Brasil, foram relatados 25 patógenos capazes de
provocar danos econômicos. Estes podem ser classificados em quatro grupos:
fungos, bactérias, nematóides e vírus, e podem ocorrer em diferentes níveis, que
oscilam de safra a safra. As doenças na cultura da soja provocam reduções anuais
estimadas em, aproximadamente, 15% a 20% da produção, ao passo que, algumas
podem ocasionar até 100% (EMBRAPA, 2010).
A incidência e a severidade de doenças em soja dependem do grau de
compatibilidade entre plantas e os agentes causadores de doenças, sob influencia
do ambiente. Os patógenos podem ter origem no solo, nos restos culturais
contaminados, nas sementes ou no ar. Outros fatores que contribuem para
ocorrência de doenças são monocultura, excesso ou deficiência de água,
compactação de solos, fertilidade inadequada e suscetibilidade de cultivares
(COSTAMILAN, 2000). Dentre as pragas que causam danos e afetam a
produtividade da cultura da soja estão os fitonematoides, especialmente pela
dificuldade de seu controle.
Os nematoides parasitas de plantas provocam danos econômicos de bilhões
de dólares à agricultura internacional, por exemplo, as perdas anuais causadas por
Meloidogyne sp., à cultura da soja é da ordem de U$ 2,7 bilhões (TIHOHOD, 2000).

2.3 Nematoides

Nematoides compreendem um grande filo de animais que incluem parasitas de


plantas e de animais, assim como muitas espécies de vida livre (CAMPOS, 2000).
Os nematoides parasitas de plantas, ou fitonematoides, são parasitas obrigatórios,
onde sua nutrição é obtida somente a partir de células vegetais vivas (WILLIAMSON
& HUSSEY, 1996).
Alguns fitonematoides são ectoparasitas, vivendo fora do seu hospedeiro,
outras espécies permanecem parte de suas vidas dentro das raízes como
endoparasitas migratórios ou sedentários. Os endoparasitas sedentários da família
Heteroderidae causam a maior parte dos prejuízos econômicos em todo o mundo.
18

Esta família pode ser dividida em dois grupos: os nematoides de cisto, que incluem
os gêneros Heterodera e Globodera, e os nematoides de galhas, gênero
Meloidogyne (WILLIAMSON & HUSSEY, 1996).
No Brasil, os nematoides que apresentam maior potencial de dano para soja,
são o nematóide de cisto (Heterodera glycines Ichinohe), os nematoides de galha
(Meloidogyne spp. Goelgi), o nematóide reniforme (Rotylenchulus reniformis Lindolf
e Oliveira) e o nematoide das lesões radiculares (Pratylenchus brachyurus Filipjev)
(DIAS et al., 2010b). A importância dessas espécies no país se deve a aspectos
relevantes, como presença endêmica em diversas regiões produtoras (M. javanica e
M. incognita), elevada variabilidade genética (H. glycines) e risco potencial de dano
com o incremento da área cultivada com espécies suscetíveis a estes nematoides.
Em algumas regiões do Brasil, como na região sul e centro-oeste, a
ocorrência destes organismos é generalizada, crescente a cada safra. A
monocultura, principalmente em solos exauridos com deficiência nutricional, e a
suscetibilidade de cultivares contribuem para o agravamento da doença. Uma vez
que os nematoides penetram, se desenvolvem no interior das raízes de soja,
impedindo, desta forma, o fluxo regular de água e nutrientes por toda a extensão da
planta (WENDLAND, 2005).
Os fitonematoides não podem ser erradicados, pois possuem mecanismos
como a criptobiose, que permitem que os ovos permaneçam viáveis por longos
períodos no solo. Assim, várias medidas de controle devem ser utilizadas de modo
integrado, visando manter as populações em nível mínimo. Além da rotação de
culturas, a utilização de cultivares resistentes ou tolerantes é uma ferramenta muito
importante no controle (FERRAZ, 2001).
Logo, verificamos a relevância dos fitonematóides e a importância de estudos
que possam auxiliar nas medidas de controle em particular dos nematoides de
galhas. Dentre os nematoides que parasitam a soja no Brasil, M. javanica vem
sendo encontrado na maioria das áreas cultivadas, causando perdas elevadas a
produção (YORINORI, 2000). Em levantamento de populações de Meloidogyne spp.
realizado em nove Estados brasileiros e no Distrito Federal por Cunha E Castro et al,
2003; 64,1% das populações foram identificadas como Meloidogyne javanica; 23,1%
M. incognita e 7,7% M. arenaria.
19

2.4 Nematoide de galhas: Meloidogyne javanica

Os nematoides do gênero Meloidogyne Goeldi 1887, constituem o principal


grupo de fitonematoides afetando a produção de plantas no mundo. A ampla
distribuição geográfica, extensa gama de hospedeiros e envolvimento em complexos
de doenças com bactérias e fungos fitopatogênicos colocam estes fitonematoides
entre os cinco principais patógenos (SASSER, 1979).
Os nematoides do gênero Meloidogyne têm grande disseminação e causam
grandes prejuízos aos produtores nacionais através da redução do volume de
produção ou mesmo da qualidade dos produtos oriundos de áreas infestadas.
Diversas são as culturas de importância econômica atacadas pelos nematoides das
galhas, como: algodão, cana-de-açúcar, café, feijão, soja, além de várias espécies
de hortaliças e frutíferas. Estes patógenos, após terem se estabelecido em uma
área, são de erradicação muito difícil. A polifagia das espécies de Meloidogyne spp.,
a variabilidade fisiológica e sua ampla disseminação nas diversas regiões produtoras
constituem, uma séria limitação à adoção de medidas de controle, particularmente a
rotação de culturas (SILVA, 2001).
No Brasil, as espécies M. javanica e M. incognita de nematoides formadores
de galhas destacam-se pelos danos que causam à soja. Essas espécies são
constatadas com maior freqüência no norte do Rio Grande do Sul, sudoeste e norte
do Paraná, sul e norte de São Paulo e sul do Triângulo Mineiro. Na região Central do
Brasil, o problema é crescente, com severos danos em lavouras do Mato Grosso do
Sul e Goiás (EMBRAPA, 2010). E dentre estas a espécie mais comum em soja no
Brasil é M. javanica (ASMUS, 2001; CUNHA E CASTRO et al, 2003).
Em soja, as plantas infectadas por M. arenaria, M. incognita ou M. javanica
caracterizam-se pela presença de grande número de galhas nas raízes, tanto nas
secundárias, como na raiz principal. Deve-se destacar que o ataque da raiz principal
não é comum nas meloidoginoses, porém é bastante freqüente no caso da soja e,
em razão disso, nas infecções mais severas, o sistema radicular pode ficar muito
atrofiado, reduzido apenas a um aglomerado ou massa de galhas coalescentes nela
incitadas. As galhas formadas nas raízes de plantas de soja pelas três espécies
referidas podem atingir grandes dimensões e no interior delas é possível encontrar-
20

se tanto juvenis em desenvolvimento como fêmeas com massas de ovos em


números muito elevados (FERRAZ, 2001).
Normalmente, o nematoide de galha é mais frequente em solos arenosos e
leves. Os sintomas e danos são mais severos com déficit hídrico, porém anos muitos
chuvosos favorecem sua disseminação (COSTAMILAN, 2000).
Os nematoides de galhas (Meloidogyne spp.) são classificados como
endoparasitas sedentários, o grupo mais importante do ponto de vista econômico,
estes têm sido considerados biotróficos obrigatórios, seus juvenis infectantes incitam
células nutridoras, e para se alimentar sobre essas células o nematoide forma um
“tubo de alimentação”. Dessa íntima forma de associação entre o parasita e a planta
hospedeira, resultam fêmeas em forma aberrante de saco, que perdem a mobilidade
e tornam-se verdadeiras máquinas de produzir ovos (TRUDGILL, 1991). As espécies
M. javanica e M. incognita, originam ao redor de 400 ovos, em média, ao longo de
período variável de quatro a seis semanas, sob condições favoráveis de temperatura
(FERRAZ, 2001).
O conhecimento do ciclo de vida dos nematoides de galhas faz-se necessário
para a compreensão da importância da adoção de medidas que auxiliem na
diminuição da multiplicação deste nematoide no ambiente para que o cultivo da
cultura da soja não seja prejudicado no decorrer dos anos em áreas infestadas pelo
nematoide.

2.5 Ciclo de vida dos nematoides de galhas

O ciclo de vida dos nematoides do gênero Meloidogyne depende de alguns


fatores, entre os quais a temperatura é um dos mais importantes. A temperatura
ótima para a maioria das espécies oscila entre 15 ºC e 30 ºC. De modo geral o ciclo
se completa em 25 dias sob temperatura de 27 ºC, mas pode se tornar mais longo
em temperaturas mais elevadas ou inferiores (AGRIOS, 1988). No caso de M.
javanica, ciclo de vida completa-se em torno de 22 a 30 dias, sendo diretamente
influenciado pela temperatura do solo (FERRAZ, 2001).
Nematoides de galhas passam a maior parte de sua vida ativa dentro das
raízes das plantas hospedeiras, alimentando-se de células modificadas
21

drasticamente e seu ciclo envolve a passagem por quatro fases juvenis


(WILLIAMSON & HUSSEY, 1996).
Fêmeas adultas têm formato de pêra e cor branco-pérola e são localizadas
com facilidade no interior de raízes de plantas de soja parasitadas. Cada uma delas
produz, em média, por partenogênese mitótica, cerca de 500 ovos (FERRAZ &
MENDES, 1992). E este número é variável em função do estado nutricional da
planta e da densidade populacional do fitoparasita. Todos os ovos são depositados
numa substância gelatinosa (massa de ovos), secretada por glândulas localizadas
no reto da fêmea. Sua eliminação pelo ânus inicia-se antes da oviposição e continua
à medida que os ovos vão sendo produzidos (Figura 2). Esses, em diferentes
estádios de desenvolvimento, ficam envoltos e protegidos pela matriz gelatinosa
(FERRAZ, 2001).

Figura 2 – Representação do ciclo de vida de Meloidogyne spp. (Adaptado de Jung


& Wyss, 1999).

O juvenil (J1) sofre ecdise dentro do ovo, tornando-se juvenil de segundo


estádio (J2). Após a eclosão o J2 move-se no solo até encontrar a raiz da soja e
penetrá-la (FERRAZ, 2001). A penetração de J2 de Meloidogyne sp. ocorre nas
raízes novas, especificamente nas regiões de crescimento e de alongamento
(WALLACE, 1973; WILLIAMSON & HUSSEY, 1996).
Dentro da raiz da soja, o J2 migra para a região dos vasos e, se a soja é
suscetível, torna-se sedentário, começando a alimentar-se das células em volta da
sua região labial. Nelas, o nematoide insere o estilete e injeta substâncias
esofagianas no citoplasma de um pequeno grupo de células localizadas no cilindro
22

vascular ou nas suas adjacências, que estimulam o aparecimento das células de


alimentação. Estabelecidos os sítios de alimentação, o nematoide continua seu
desenvolvimento, sofrendo mais três ecdises até atingir a fase adulta de macho ou
fêmea (FERRAZ, 2001).
A secreção oriunda da glândula dorsal possui compostos químicos que
induzem a transformação das células vegetais em células multinucleadas,
denominada de nutridoras ou gigantes (SASSER & CARTER, 1985). Cada
nematoide provoca o desenvolvimento de 5-7 células gigantes (WILLIAMSON &
HUSSEY, 1996). Tratando-se de hospedeiro favorável, tais células passam por
mudanças morfológicas (hipertrofia) e fisiológicas (hiperplasia) e, em plantas não
hospedeiras, a injeção da secreção não incitará a formação de células nutridoras e
os juvenis tentarão migrar de volta para o solo, buscando outra fonte de alimento. Já
em plantas resistentes, o juvenil provoca formação inicial de células nutridoras, mas
estas degeneram prematuramente e levam o nematoide a morte, antes de completar
seu desenvolvimento (SASSER & CARTER, 1985; FERRAZ, 2001).
O macho, que é vermiforme, não se alimenta e, normalmente, não é
necessário para a reprodução de M. incognita ou M. javanica. Entretanto, a
participação do mesmo assegura a variabilidade genética, através da recombinação,
além de ser um mecanismo de sobrevivência (EISENBACK, 1985).
Em condições favoráveis é notável a capacidade de multiplicação dos
nematoides de galhas, acarretando diversos sintomas e danos nas plantas
hospedeiras.

2.6 Sintomas e danos

Nas áreas onde há presença do nematoide das galhas, observam-se


manchas em reboleiras nas lavouras, onde as plantas de soja ficam pequenas e
amareladas. As folhas das plantas afetadas normalmente apresentam manchas
cloróticas ou necrose entre as nervuras, caracterizando o sintoma de folha “carijó”.
Às vezes pode não ocorrer redução no tamanho das plantas, mas por ocasião do
florescimento, nota-se intenso abortamento de vagens e amadurecimento prematuro
das plantas atacadas. Nas raízes das plantas atacadas observam-se galhas,
23

resultantes do aumento da divisão celular no córtex da raiz, em números e tamanhos


variados, dependendo da suscetibilidade, da cultivar de soja e da densidade
populacional do nematoide (EMBRAPA, 2010).
Na grande maioria das plantas hospedeiras favoráveis, as secreções
esofagianas injetadas pelos nematoides de galhas induzem não apenas a formação
do tecido nutridor (conjunto de células gigantes) no cilindro vascular e áreas
adjacentes como também podem incitar certo grau de hiperplasia local e,
principalmente, causar hipertrofia de células do parênquima cortical, em especial
daquelas que circundam o corpo do nematoide em desenvolvimento. Como
resultado as raízes tornam-se engrossadas na região em que o parasitismo ocorre,
podendo atingir diâmetros ao dobro ou triplo do normal, tais áreas diferenciadas
constituem as chamadas galhas. As células gigantes e as galhas são respostas
distintas a um mesmo evento, qual seja a injeção de secreções produzidas pelas
glândulas esofagianas do nematoide em células das raízes da planta hospedeira. As
células gigantes são essenciais ao desenvolvimento e a reprodução do parasito,
porém as galhas não são. As galhas constituem apenas bons indicadores da
extensão das reações hiperplástica e hipertrófica dos tecidos afetados pelas
secreções, podendo ser formadas bem antes que as células gigantes e mesmo na
ausência destas (FERRAZ, 2001).
Com a indução de formação de sítios de alimentação (células nutridoras), nos
elementos vasculares ocorrem modificações celulares e perdas das raízes,
resultando em redução do tamanho e eficiência do sistema radicular (ZAMBIASI,
2010). Estas modificações ocasionam ainda sintomas reflexos, como diminuição na
área foliar, deficiências minerais e até murchamento temporário durante o período
mais quente do dia.
As perdas provocadas variam em função da espécie do nematoide, de sua
densidade no solo, da suscetibilidade da cultivar e da intensidade dos estresses
sofridos pelas plantas, sendo que os danos maiores geralmente ocorrem em solos
arenosos. Ainda, altas incidências de nematoides de galhas aumentam a
suscetibilidade das plantas a doenças vasculares (SINCLAIR & BACKMANN, 1993).
A literatura internacional, considerando apenas os nematoides de galhas,
relata perdas de produtividade em cultivares suscetíveis de soja variáveis de 30 a
90% (SINCLAIR & SHURTLEFF, 1975). Comparando a produtividade e o peso de
100 sementes de soja na cultivar BR-4 em área naturalmente infestada por
24

Meloidogyne incognita raça 4, Antonio (1988), constatou que, dentro das reboleiras
com ataque do nematoide, as perdas na produção foram de 55,6% e a redução do
peso médio de 100 sementes foi de 33,6%.
Os níveis de danos provocados por nematoides de galhas em soja
usualmente aumentam ano após ano quando se planta continuamente na mesma
área, cultivares suscetível ou outras culturas hospedeiras dos nematoides
(SINCLAIR & BACKMANN, 1993).

2.7 Medidas de controle

Para o controle dos nematoides de galhas podem ser utilizadas, de modo


integrado, várias estratégias. Entretanto, as mais eficientes são a rotação/sucessão
de culturas não hospedeiras ou hospedeiras desfavoráveis e a utilização de
cultivares de soja resistentes (DIAS et. al., 2010a).
Para um controle planejado e sistematizado de nematoides, visa-se um
manejo integrado, considerando-se os princípios fitopatológicos de Whetzel: a)
Exclusão: evitar a infestação de áreas indenes por espécies ou novas raças, na
propriedade ou numa região geográfica maior, ou seja, evitar a introdução e a
disseminação; b) Erradicação: rotação de culturas com espécies de verão e de
inverno não hospedeiras e/ou antagonistas, objetivando a redução da densidade
populacional do nematoide; c) Regulação: modificação do ambiente e nutrição das
plantas; d) Imunização: utilização de cultivares resistentes a determinadas espécies
ou raças e) Terapia: visa restabelecer a sanidade de uma planta com a qual o
patógeno já estabelecera uma íntima relação parasítica. (TORRES et al, 2009;
KIMATI et al, 1995).
A rotação de culturas deve ser bem planejada, uma vez que a maioria das
espécies cultivadas multiplica os nematoides de galhas. O cultivo prévio de espécies
hospedeiras aumenta os danos na soja semeada na sequencia. Da mesma forma, a
presença de plantas daninhas na área também possibilita a reprodução e a
sobrevivência do parasita. A escolha da rotação deve se basear também na
viabilidade técnica e econômica da cultura na região, sendo bastante variável de um
local para outro. Para recuperação da matéria orgânica e da atividade microbiana do
25

solo e possibilitar o crescimento da população de inimigos naturais do nematoide,


também é importante incluir, na rotação/sucessão, adubos verdes resistentes (DIAS
et al, 2010b).
O método de controle mais eficiente, barato e de fácil assimilação pelos
produtores é o uso de cultivares resistentes. Um sistema radicular mais agressivo e
saudável é característico dos genótipos de soja resistentes a nematoides
formadores de galhas (DIAS et. al., 2010a). O uso de cultivares resistentes pode ter
efeitos em cultivos subsequentes de outras espécies vegetais suscetíveis, que são
beneficiadas pela redução populacional do nematoide na área (SILVA, 2001).
De acordo com Boerma & Hussey (1992), algumas vantagens específicas
podem ser proporcionadas pelo uso desses cultivares resistente: a) suprimir a
reprodução da espécie de nematoide em questão; b) reduzir a duração do período
de rotação com culturas não hospedeiras para baixar o nível populacional do
nematoide; c) reduzir o risco de contaminação do ambiente; d) não requerer
equipamentos especiais para a utilização; e) possibilitar, no geral, a aquisição das
sementes a um custo similar ao das cultivares suscetíveis. Para várias espécies de
plantas cultivadas, como a soja, cultivares resistentes à Meloidogyne spp. de
importância no Brasil estão disponíveis. Entretanto, alguns fatores que afetam a
expressão fenotípica da resistência devem ser considerados, especialmente em
regiões tropicais, como a sensibilidade ao calor, a presença de comunidades
poliespecíficas de nematoides e variabilidade ao nível de raça ou de patótipo.
O melhoramento genético de plantas tem sido ferramenta importante, não
apenas para o desenvolvimento de cultivares com bom desempenho agronômico e
obtenção de ganhos genéticos, como também na eliminação de fatores restritivos à
produtividade, principalmente pela incorporação de resistência a doenças. O
desenvolvimento de cultivares resistentes está entre as alternativas mais eficazes e
econômicas para solucionar esses problemas, além de reduzir o impacto ambiental
pela redução na utilização de insumos (FERREIRA, 2007).
Para um bom desempenho das plantas em solos infestados por nematoides,
tolerância e resistência são qualidades importantes. A tolerância tem papel
destacado principalmente quando nematicidas e cultivares resistentes não estão
disponíveis (MITTAL et al., 2000). A resistência aos nematoides de galhas é a
principal forma de controle (HUSSEY et al, 1991).
26

2.8 Conceitos na interação: plantas e fitonematoides

A resistência descreve os efeitos de genes de uma dada planta hospedeira


capazes de restringir ou mesmo prevenir a multiplicação de um determinado
nematoide em seus tecidos. A tolerância ao dano é independente da resistência e
diz respeito à habilidade de uma dada planta hospedeira em compensar ou
recuperar-se dos efeitos adversos de ataque por determinado nematoide e produzir
bem (TRUDGILL, 1991).
Autores usam o termo tolerância para descrever a resposta geral da planta
para a infecção por nematoides. Tolerância continua também a ser usada para
descrever a capacidade de um hospedeiro para suportar a infecção e a reprodução
do nematoide rápida, sem danos significativos (BARKER, 1993). A tolerância não é
um tipo de resistência. Segundo Cook e Evans (1987), este termo deve ser utilizado
exclusivamente para descrever a quantidade de lesões do hospedeiro ou supressão
de rendimento.
A resistência e a suscetibilidade de plantas referem-se à habilidade
evidenciada na supressão do desenvolvimento e da reprodução de determinadas
espécies de nematoides. Plantas altamente resistente possibilitam taxas de
reprodução muito restritas dos parasitos, ao passo que as suscetíveis (não
resistentes, hospedeiras) permitem abundante reprodução. Em soja, existe um
gradiente em relação a essas duas características, com genótipos apresentando
reações intermediárias (moderadas) entre os extremos. Plantas tolerantes a certas
espécies de nematoides sofrem pouca ou nenhuma injúria, mesmo sob alta
infecção. Plantas intolerantes por sua vez sofrem danos severos (SILVA, 2001).
Cultivares resistentes no geral são atacadas por número semelhante de
nematoides que as não resistentes, ou seja, a resistência, salvo casos excepcionais,
não protege a planta da invasão pelo nematoide e dos danos decorrentes desse
processo (TRUDGILL, 1991). Segundo Jung & Wyss (1999), a invasão dos
nematoides também ocorre em plantas resistentes, contudo dentro da raiz a indução
do sítio de alimentação é inibida, ou mesmo inicialmente estabelecidas as estruturas
de alimentação, estas são desintegradas nos estágios iniciais de desenvolvimento
do nematoide.
27

Sendo assim, em raízes de plantas resistentes, poucos nematoides chegam


até a fase adulta. Normalmente há formação de número maior de machos e quando
eventuais fêmeas reproduzem, o fazem com taxas mais baixas de fecundidade
(MORALES, 2007).
A resistência pode ser dividida em vertical e horizontal. A resistência vertical,
também chamada de qualitativa, está usualmente relacionada a poucos genes
dominantes, frente aos quais grandes diferenças na virulência do patógeno são
identificadas, uma interação tipo gene-a-gene. A resistência horizontal, quantitativa,
está relacionada à ação de vários genes, de efeitos menores. Nas associações
envolvendo resistência, geralmente ocorre uma resposta do hospedeiro ao patógeno
conhecida como resistência ativa, que costuma envolver reação do tipo
hipersensibilidade (TRUDGILL, 1991).
O termo suscetibilidade é comumente usado de modo impreciso, seja com o
propósito de indicar falta de resistência ou falta de tolerância, ou ambos. Na
verdade, refere-se ao estado ou situação da planta hospedeira e é definido como “a
soma dos atributos que tornam a planta um hospedeiro adequado ao
patógeno/nematoide”. Contudo, mesmo em plantas tidas como completamente
suscetíveis podem-se detectar genes de resistência, quando estas são expostas a
populações avirulentas do patógeno. O oposto de uma planta completamente
suscetível é uma “não hospedeira” ou “imune” ao nematoide, isto é, que não é
reconhecida, penetrada ou parasitada por ele (TRUDGILL, 1991).
Tolerância e resistência podem ocorrer simultaneamente, mas Trudgill (1991)
conclui que são independentes. Esta independência, no entanto, não pode ser
claramente utilizada, muitos cultivares resistentes também são moderadamente
tolerantes a galhas. Devido à infecção das raízes das plantas resistentes por juvenis
de Meloidogyne spp. ocorrem respostas associadas a hipersensibilidade que podem
resultar na diminuição do crescimento das plantas num curto prazo. No entanto,
estas, logo se recuperam (BARKER, 1993).
As cultivares resistentes necessitam ser também tolerantes, já que as que são
intolerantes sofrerão sérios danos se plantadas em áreas altamente infestadas. Do
mesmo modo, cultivares tolerantes, que não tenham certo grau de resistência
oferecerão condições ideais a muitas das populações de nematoides a níveis de
risco após algum tempo (TRUDGILL, 1991).
28

O conceito de tolerância aos nematoides, segundo Barker (1993) é


frequentemente utilizado para descrever dois diferentes fenômenos biológicos:
capacidade das plantas para suportar a reprodução dos nematoides sem serem
danificadas de forma significativa; e, a resposta geral da planta a infecções.
Sugere-se também que a tolerância do hospedeiro a nematoides é um
fenômeno geral inespecífico, evoluindo a longo prazo para estresses abióticos
(WALLACE, 1987). O autor sugere ainda que as plantas tolerantes a estresses
causados por determinados fatores abióticos podem também ser tolerantes aos
nematoides que induzem estresses semelhantes.
Outro tipo de tolerância (a que envolve a resposta de resistência controlada
geneticamente, por hipersensibilidade) reflete melhor a capacidade do hospedeiro
para suprimir a reprodução do nematoide e gerar tecidos ou compensar a morte de
células de raiz. Esta capacidade é geralmente influenciada pela densidade de
inoculo e/ou nível de resistência (BARKER, 1993).
Os principais termos utilizados na classificação de reação de plantas ao
desenvolvimento de nematoides são representados no diagrama (Figura 3).

Figura 3 – Representação diagramática do crescimento das plantas e reprodução do


nematoide nas plantas, conforme a reação do hospedeiro ao nematoide. (Adaptado
de Roberts, 2002).
29

Três possíveis interações básicas podem ocorrer entre nematoides e plantas:


-neutra (imune); - compatível (hospedeiro adequado), com uma reação de
suscetibilidade ou tolerante; - incompatível (hospedeiro inadequado) com uma
hipersensibilidade (resistente) ou reação intolerante (BARKER, 1993).
De acordo com Barker (1993) e Clarke (1986), o conceito de tolerância pode
ser definido dividindo-se em três partes:
- Tolerância ao parasita: capacidade de uma planta em suportar os efeitos da
infecção parasitária (incluindo reprodução do nematoide), que se ocorressem em
outras plantas da mesma espécie ou similar, poderiam causar maiores danos;
- Tolerância à doença: capacidade de uma planta em suportar os efeitos da doença
(danos fisiológicos) que poderiam causar maior prejuízo de crescimento e/ou
rendimento se desenvolvesse em outras plantas da mesma espécie ou similar;
- Tolerância geral: capacidade de uma planta em suportar os níveis de infecção
parasitária e da doença.
Barker (1993), diz que a divisão de conceito de resistência é semelhante,
porém focando principalmente na reprodução do nematoide, como descrito a seguir:
- Resistência ao parasita: qualquer característica ou propriedade do hospedeiro que
previne, reduz ou atrasa o desenvolvimento do parasita;
- Resistência à doença: qualquer característica ou propriedade do hospedeiro que
previne, reduz ou atrasa o aparecimento da doença e/ou danos;
- Resistência geral: qualquer característica ou propriedade de um hospedeiro que
previne, reduz ou atrasa o desenvolvimento de um parasita e das doenças
associadas.
Tanto a resistência geral quanto a tolerância geral, envolveriam a resistência
ao parasita e à doença e/ou danos. A maioria das plantas resistentes a um parasita
também são resistentes a doenças, e essa resistência geral que geralmente é o
objetivo para o manejo eficaz de nematoides (BARKER, 1993).

2.9 Fontes de resistência a Meloidogyne sp.

Quase todas as cultivares de soja resistentes a nematoides do gênero


Meloidogyne em uso no Brasil descendem de uma única fonte de resistência: a
30

cultivar norte-americana Bragg. Essa cultivar é originária do cruzamento Jackson x


D49-2491, onde Jackson contribuiu com os genes de resistência. Jackson, por sua
vez, descende de Palmetto x Volstate, ambos com resistência a M. javanica, M.
arenaria, e M. incognita. Bragg foi semeada nos estado do Paraná, Mato Grosso do
Sul, Rio Grande do Sul e do sudoeste do Paraná, locais onde a soja já vinha sendo
cultivada desde a década de 60 e onde nematoides do gênero Meloidogyne eram de
ocorrência frequente (SILVA, 2001).

2.10 Reação de genotipos de soja a Meloidogyne javanica

Devido ao baixo custo, segurança e facilidade de controle por meio do uso de


cultivares resistentes e tolerantes à fitonematoides, os investimentos nesses
trabalhos são de grande importância (MAI, 1985).
Nesse sentido, as pesquisas tem sido direcionadas à avaliação da reação de
genótipos de soja aos nematoides de galhas, e essas avaliações têm sido realizadas
tanto em casa de vegetação como em campo, em áreas naturalmente infestadas
com esses patógenos (ROESE, 2003).
Metodologias para a avaliação da resistência de plantas frente a importantes
espécies de nematoides estão disponíveis (STARR, 1990) e podem ser praticadas
tanto em casa-de-vegetação como no campo, com distintas limitações. Seleções
realizadas no campo permitem a avaliação de um grande número de genótipos, mas
também requerem um grande número de controles (cultivares de reação conhecida)
em diversos pontos da área, pois a distribuição dos nematoides é aleatória formando
agregados (SILVA, 2001).
Os estudos feitos em casa de vegetação apresentam as vantagens de
poderem ser realizados em qualquer época do ano, com populações puras de
nematoides, na concentração de inoculo desejada e uniformemente distribuída entre
os tratamentos (HUSSEY & BOERMA, 1981).
A avaliação da resistência é frequentemente realizada com base na
capacidade ou taxa de reprodução (fator de reprodução) dos nematoides nas
plantas testadas, apesar de ser este um método indireto de avaliação da doença
(MORALES, 2007).
31

A reprodução é medida procedendo à contagem dos nematoides (ovos,


juvenis e/ou adultos, conforme o gênero envolvido) extraídos do sistema radicular
e/ou da rizosfera. A seleção de plantas de soja através do fator de reprodução,
buscando-se plantas resistentes, também permite a seleção de plantas intolerantes.
Nesses genótipos, o ataque dos nematoides afeta o desenvolvimento do sistema
radicular, tornando-o pequeno e suportando uma população pequena na raiz. Assim,
quantificando-se somente a taxa de reprodução do nematoide em genótipos de soja,
é impossível separar a resistência da intolerância, pois em ambos os casos há
pequena taxa de reprodução (SILVA, 2001).
Alguns sintomas também podem ser utilizados para avaliar a resistência das
plantas, como é o caso da contagem das galhas radiculares incitadas por
Meloidogyne spp. Nesse caso é fundamental que haja correlação entre a ausência
dos sintomas e a resistência da planta (SILVA, 2001). Para a soja, há correlação
positiva entre o número de galhas e a suscetibilidade de plantas (KINLOCH, 1990).
3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Local

Os ensaios experimentais foram realizados na Cooperativa Central Gaúcha


Ltda – Unidade Tecnologia (CCGL TEC-FUNDACEP), em Cruz Alta, RS e em área
de produtor no município de Julio de Castilhos, RS (20º04´S, 53º39´W), em local
naturalmente infestado com o nematoide das galha, M. javanica, durante a safra
agrícola 2011/12.

Figura 4 – Imagem de satélite do local onde foi realizado o experimento de campo,


para avaliação de reação de genótipos de soja a M. javanica. Júlio de Castilhos, RS.
33

3.2 Escolha dos genótipos de soja

Para realização do estudo, foram utilizados doze genótipos de soja [Glycine


Max (L.) Merrill] provenientes do programa de melhoramento de soja da Empresa
CCGL TEC-FUNDACEP (CEPsRR 07224, CEPsRR 08414, CEPsBt 09018, CEPsBt
09021, CEPsBt 09030, CEPsBt 09033, CEPsBt 09036, CEPsBt 09049, CEPsRR
09086, CEPsBt 10129, FUNDACEP 58RR, FUNDACEP 64RR), e com genealogia
de genitores com resistência a M. javanica. Em todas as etapas do experimento
foram utilizados padrões de resistência e suscetibilidade de soja como controle.
Utilizaram-se os genótipos BRS 256RR (EMBRAPA, 2010) como padrão resistente e
BRS 243RR (EMBRAPA, 2010) como padrão suscetível.

3.3 Avaliação da resistência de genótipos de soja a M. javanica

3.3.1 Experimento em condições de campo

O experimento a campo já realizado em área naturalmente infestada com a


espécie do nematoide das galhas M. javanica (Anexo 1), foi conduzido em Júlio de
Castilhos, RS, em propriedade de produtor associado à CCGL. A semeadura
ocorreu em duas épocas: 27/10/11 e 29/11/11, sob a forma de plantio direto, em
sistema de covas espaçadas de 1,00 m x 0,50 m, conduzido em delineamento
experimental inteiramente casualizado, com dez repetições, onde cada planta foi
considerada uma repetição.
34

A B

Figura 5 – Avaliação a campo de reação de genótipos de soja a Meloidogyne


javanica. (A) vista do ensaio 1ª época; (B) vista do ensaio 2ª época. Júlio de
Castilhos, RS, safra 2011/12.

As avaliações foram realizadas quando as plantas estavam no estádio R7, o


que ocorreu em 23/02/12 para a 1ª época de semeadura, 118 dias após o plantio, e
em 28/03/12 para a 2ª época de semeadura, 126 dias após o plantio. Nestas
avaliações, as plantas foram retiradas do solo com auxílio de pá de corte, e o
sistema radicular de cada planta avaliado quanto à intensidade de galhas, utilizando-
se a escala de notas de 0 a 5 (Figura 6), sugerida pelo Serviço Nacional de Proteção
de Cultivares, MAPA (2012), onde 0 = imune; 1 = uma ou duas galhas e sistema
radicular normal; 2 = poucas galhas pequenas e sistema radicular bem
desenvolvido; 3 = galhas pequenas e sistema radicular pouco prejudicado; 4 =
muitas galhas e sistema radicular prejudicado; e 5 = sistema radicular totalmente
tomado por galhas. A classificação da reação de genótipos foi baseada na nota
média das dez repetições. Foram considerados resistentes (R), os genótipos que
receberam nota até 2,0, moderadamente resistentes (MR), os genótipos com notas
de 2,1 até 3,0, e suscetíveis (S) os que receberam nota superior a 3,0 (MAPA,
2012).
35

Figura 6 – Plantas de soja com nota de intensidade de galhas de 1 a 5. Júlio de


Castilhos, RS, safra 2011/12.

3.3.2 Experimento conduzido em casa de vegetação

Os 12 genótipos de soja avaliados a campos e os padrões de resistência e


suscetibilidade (item 3.2), foram primeiramente semeados em copos plásticos (de 500
mL) com solo e areia estéreis, na proporção de 1:2, em casa de vegetação. A
semeadura ocorreu em 20/03/12. O delineamento utilizado foi inteiramente
casualizado, com dez repetições por genótipo, onde cada copo, contendo uma planta,
representou uma repetição.
Para obtenção do inoculo, foram utilizadas plantas de soja proveniente da área
de campo de Julio de Castilhos, RS, infestada com M. javanica. A extração dos ovos
e juvenis de segundo estádio do nematoide foi realizada de acordo com a
metodologia proposta por Hussey e Barker (1973), modificada por Bonetti & Ferraz
(1981). A contagem dos ovos foi feita em Lâmina de Peters e a suspensão calibrada
para 1000 ovos/mL.

Dez dias após a germinação das sementes, cada plântula foi inoculada com 4 mL
da suspensão de ovos, com o auxilio de uma pipeta. Os copos plásticos contendo as
36

plântulas foram mantidos em casa de vegetação, durante o período de duração do


experimento, com médias de temperaturas mínimas de 12,1 ºC e máximas de 30,3 ºC.

A B

Figura 7 – Genótipos de soja inoculados com Meloidogyne javanica, em casa de


vegetação. (A) quatro dias após a inoculação; (B) 37 dias após a inoculação. Cruz
Alta, RS.

Decorridos 55 dias da inoculação, as plantas foram levadas ao laboratório de


fitopatologia da CCGL TEC, onde cada uma foi cuidadosamente retirada do copo
plástico e teve suas raízes lavadas. Para contagem e estimativa do índice de galhas
(IG) utilizou-se escala sugerida por Taylor & Sasser (1978) (Tabela 1) e contagem das
massas de ovos, pelo método de coloração de massas de ovos de Meloidogyne spp.
com fucsina ácida (SILVA et al., 1988).

Tabela 1 – Escala para avaliação de Índice de Galhas e Índice de Massa de Ovos


(Taylor & Sasser, 1978).
ÍNDICE Nº DE GALHAS E/OU MASSA DE OVOS
0 0
1 1-2
2 3-10
3 11-30
4 31-100
5 >100
Fonte: TIHOHOD, 1993.
37

A seguir, procedeu-se a extração de ovos + J2 do nematoide das galhas


através da metodologia proposta por Hussey e Barker (1973), modificada por Bonetti
& Ferraz (1981). A contagem dos ovos foi feita, em Lâmina de Peters com o auxílio
de microscópio óptico, modelo Meiji. O número de ovos foi utilizado para cálculo do
fator de reprodução (FR), obtido através da divisão da população final pela população
inicial (inoculada) do nematoide em cada planta, conforme Oostenbrink (1966).
A resistência dos genótipos de soja ao nematoide foi avaliada de acordo com a
classificação proposta por Canto-Sáenz (1985) (Tabela 2).

Tabela 2 – Esquema proposto por Canto-Sáenz (1985) para classificação de


genótipos de soja quanto reação a Meloidogyne javanica, baseado no índice de
galhas (IG) e fator de reprodução (FR).
REAÇÃO IG e FR
Hipersuscetíveis IG > 2 e FR ≤ 1
Suscetíveis IG > 2 e FR >1
Tolerantes IG ≤ 2 e FR > 1
Resistentes IG ≤ 2 e FR ≤ 1
Imunes IG = 0 e FR = 0
Fonte: SASSER et al., 1985.

3.4 Análise

Para análise dos dados de campo e casa de vegetação, procedeu-se a


análise de variância (ANOVA). A discriminação entre as médias dos tratamentos
(genótipos) para as variáveis: intensidade de galhas, número de galhas, índice de
galhas, número de massa de ovos, número de ovos e fator de reprodução, foi
realizada pelo teste de Scott-Knott com 5% de probabilidade, utilizando-se o
programa computacional SASM-Agri (CANTERI et al., 2001).
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Avaliação de resistência de genótipos de soja à M. javanica a campo

As avaliações a campo dos sistemas radiculares dos genótipos de soja,


infectados por Meloidogyne javanica, resultaram em valores de intensidade de
galhas que variaram de 1,8 a 3,6 na 1ª época de plantio, e de 0,8 a 3,3 na 2ª época
de plantio (Tabela 3).
A intensidade de galhas na 2ª época de plantio apresentou valores mais
baixos quando comparados com a 1° época. Isto pode ter ocorrido em razão das
condições climáticas ocorrentes durante a 2ª época, que contou com um período
maior de estiagem do que na 1ª época [nos primeiros 30 dias após a semeadura da
1ª época choveu 47,25 mm, e com um acumulo de umidade no solo de 121,5mm
ocorridos no mês de outubro, enquanto que nos primeiros 30 dias após a semeadura
da 2ª época choveu apenas 16,25 mm (SINDA, 2012)], o que pode ter influenciado
negativamente o processo infeccioso por M. javanica. O decréscimo da umidade do
solo de 30% para 5% causou redução significativa na infectividade de juvenis de
segundo estádio de M. incognita em tomateiro, ainda a 28 ºC a infectividade chegou
a quase nula a partir do quarto dia de armazenamento do nematoide, com 5% de
umidade de umidade do solo (FREIRE et al., 2007).
Para classificação da reação a campo dos genótipos de soja (MAPA, 2012)
quanto à infecção por M. javanica, fez-se o cálculo dos valores médios de
intensidade de galhas, obtidos entre as duas épocas de plantio (Tabela 3).
Analisando separadamente cada época de plantio, destacaram-se na 1ª
época os genótipos CEPsRR 07224, CEPsBt 09030, CEPsBt 09036 e CEPsBt
10129, que apresentaram intensidade de galhas semelhantes a testemunha
resistente (Tabela 3). Na 2ª época foi possível separar os genótipos em três grupos
distintos; os genótipos CepsRR 07224, CepsBt 09018, CepsBt 09030, CepsBt
09036, CepsBt 09049, CepsRR 09086, CepsBt 10129 e FUNDACEP 64RR por
apresentaram intensidade de galhas intermediária entre a testemunha resistente e
suscetível; os genótipos CEPsRR 08414, CEPsBt 09021 e CEPsBt 09033
39

comportaram-se como a testemunha suscetível BRS 243RR e o genótipo


FUNDACEP 58RR comportou-se como a testemunha resistente BRS 256RR,
compondo o outro grupo (Tabela 3).

Tabela 3 – Intensidade de galhas ocasionadas por Meloidogyne javanica em


genótipos de soja avaliados em duas épocas de plantio, média das duas avaliações
de intensidade de galhas e reação dos genótipos ao nematoide, sob condições de
campo. Júlio de Castilhos, RS, safra 2011/2012.

Genótipos Intensidade de Galhas (1) Média IG (2) Reação (3)


1ª época 2ª época
(4)
CEPsRR 07224 2,1 b 1,5 b(4) 1,8 R
CEPsRR 08414 2,8 a 2,6 a 2,7 MR
CEPsBt 09018 2,8 a 2,2 b 2,5 MR
CEPsBt 09021 3,3 a 2,6 a 3,0 MR
CEPsBt 09030 2,1 b 2,0 b 2,1 MR
CEPsBt 09033 3,0 a 2,8 a 2,9 MR
CEPsBt 09036 2,4 b 1,8 b 2,1 MR
CEPsBt 09049 2,7 a 1,7 b 2,2 MR
CEPsRR 09086 3,3 a 1,7 b 2,5 MR
CEPsBt 10129 2,3 b 1,7 b 2,0 MR
FUNDACEP 58RR 1,9 b 0,9 c 1,4 R
FUNDACEP 64RR 2,6 a 1,7 b 2,2 MR
BRS 243RR 3,6 a 3,3 a 3,5 S
BRS 256RR 1,8 b 0,8 c 1,3 R
CV (%) 20,8 28,9
(1)
Intensidade de galhas: 0 (zero) = ausência de galhas, 1 = com uma ou duas galhas e sistema
radicular normal; 2 = com poucas galhas pequenas e sistema radicular bem desenvolvido; 3 =
com galhas pequenas e sistema radicular pouco prejudicado; 4 = com muitas galhas e sistema
radicular prejudicado; e 5 = raízes totalmente tomadas por galhas, máxima intensidade de galhas
(MAPA, 2012);
(2)
Nota média das duas avaliações de intensidade de galhas;
(3)
R = resistente, MR = moderadamente resistente, S = suscetível (MAPA, 2012);
(4)
Médias seguidas de mesma letra, nas colunas, não diferem significativamente entre si pelo teste
de Scott-Knott, a 5% de significância.

Alguns genótipos obtiveram valores médios de intensidade de galhas bem


distintos entre as épocas de avaliação. Um exemplo é o genótipo CEPsRR 09086,
com intensidade de galhas igual a 3,3 na 1ª época de avaliação e 1,7 na 2ª época de
avaliação. De acordo com escala para classificação fornecida pelo MAPA (2012), em
40

um momento este genótipo seria classificado como suscetível e em um segundo


momento como resistente. Os genótipos que apresentaram intensidade de galhas
consistente e inferior em ambas as avaliações (1° e 2° épocas) foram CEPsRR
07224, CEPsBt 09030, CEPsBt 09036, CEPsBt 10129 e FUNDACEP 58RR, além da
testemunha resistente BRS 256RR.
Além da diferença na intensidade de galhas, foi possível observar diferenças
visuais com relação ao porte de plantas, especialmente entre as testemunhas
resistentes e suscetíveis (Figura 7). Na testemunha suscetível as raízes
apresentavam-se tomadas por galhas de M. javanica, apresentando nota igual a 5
(Figura 8).

A B

BRS 256 RR BRS 243 RR Fcep 64 RR Fcep 58 RR


RRRRRRRR
R
Figura 8 – Genótipos de soja em área com infestação natural de Meloidogyne
javanica. (A) BRS 256RR – testemunha resistente e BRS 243RR - testemunha
sucetível; (B) FUNDACEP 64RR e FUNDACEP 58RR. Júlio de Castilhos, RS, safra
2011/2012.

A B

Figura 9 – Raízes de soja da testemunha suscetível BRS 243RR com nota máxima
para intensidade de galhas (A) Avaliação da 1ª época; (B) Avaliação da 2ª época.
Júlio de Castilhos, RS, safra 2011/2012.
41

Considerando-se as médias de intensidade de galhas nas duas épocas de


plantio para classificação de intensidade de galhas em condições naturais, apenas o
genótipo CEPsRR 07224 e FUNDACEP 58RR foram classificados como resistente
(R), juntamente com a testemunha resistente BRS 256RR. Apenas a testemunha
BRS 243RR foi classificada como suscetível (S).
Em diversos trabalhos são utilizados apenas o índice ou intensidade de
galhas para seleção de genótipos de soja com resistência aos principais nematoides
de galha. Dall´Agnol & Antônio (1983) ao avaliar a reação de 1144 genótipos de
soja em área naturalmente infestada por M. javanica e M. incognita, pelo critério de
índice de galhas, selecionaram apenas 37 linhagens com resistência a M. javanica e
M. incognita. Da mesma forma, Bertagnolli et al. (2000) avaliaram 206 genótipos de
soja em área naturalmente infestada com nematoides de galhas, no município de
Cândido Godói, RS. Destes, 15 foram classificados como tolerantes e os demais
como moderadamente tolerantes e suscetíveis. Neste trabalho a escala utilizada
para classificação da reação utilizou os mesmos valores de intensidade de galhas,
porém os genótipos foram considerados tolerantes ao invés de resistentes e
moderadamente tolerantes ao invés de moderadamente resistentes.
Os resultados obtidos para intensidade de galhas neste experimento indicam
que os genótipos avaliados possuem resistência a M. javanica, já que todos foram
classificados como resistentes ou moderadamente resistentes.
Embora a avaliação de genótipos de soja em condições naturais de infestação
com M. javanica apresente uma caracterização mais próxima da realidade, alguns
fatores podem interferir nos resultados. Dentre estes, pode-se citar a heterogeneidade
de inóculo na área e também, as condições climáticas adversas, como ocorrido na
safra 2011/2012, com forte estiagem. Estas interferências ambientais e também, a
variação de intensidade de galhas observadas nas duas épocas de avaliação faz com
que haja a necessidade de avaliações mais detalhadas, em condições controladas.
Visando esclarecer este comportamento realizou-se experimento em casa de
vegetação.
42

4.2 Avaliação de resistência de genótipos de soja a M. javanica em casa de


vegetação

Considerando as variáveis: número de galhas e índice de galhas, fornecido


pela contagem de galhas nas raízes (Figura 10), os genótipos foram separados
estatisticamente em cinco grupos distintos (Tabela 4). Para estas variáveis,
destacam-se os genótipos CEPsBt 09036 e CEPsBt 10129, juntamente com a
testemunha BRS 256RR, seguidos dos genótipos CEPsRR 07224, CEPsRR 08414,
CEPsBt 09018, CEPsBt 09049 e FUNDACEP 58RR.

Tabela 4 – Variáveis utilizadas para classificação da reação de genótipos de soja


quanto à infecção por Meloidogyne javanica e resultados médios das avaliações em
casa de vegetação. Cruz Alta, RS, 2012.

Número de Número de Reação


Genótipos IG (2) NMO (3) FR (5) (6)
galhas (1) ovos (4)
CEPsRR 07224 13 d(7) 3 d(7) 83 a(7) 11674 b(7) 2,92 b(7) S(8)
CEPsRR 08414 13 d 3 d 83 a 13371 b 3,34 b S
CEPsBt 09018 12 d 3 d 69 b 7741 c 1,94 c S
CEPsBt 09021 22 c 3 c 65 b 8102 c 2,03 c S
CEPsBt 09030 30 b 3 b 59 b 8807 c 2,20 c S
CEPsBt 09033 23 c 3 c 48 c 5258 d 1,32 d S
CEPsBt 09036 10 e 2 d 62 b 5335 d 1,33 d S
CEPsBt 09049 12 d 3 d 63 b 8819 c 2,21 c S
CEPsRR 09086 26 b 3 b 83 a 8561 c 2,14 c S
CEPsBt 10129 9 e 2 e 39 c 4444 d 1,11 d S
FUNDACEP 58RR 16 d 3 d 48 c 9507 c 2,38 c S
FUNDACEP 64RR 30 b 3 b 94 a 15077 a 3,77 a S
BRS 243RR 48 a 4 a 92 a 17598 a 4,40 a S
BRS 256RR 8 e 2 e 67 b 5148 d 1,29 d S
CV (%) 17,5 16,1 29,0 18,2 18,2
(1)
Número de galhas por raiz;
(2)
Índice de Galhas, proposto por Taylor & Sasser (1978);
(3)
Número de massas de ovos;
(4)
Número de ovos;
(5)
Fator de reprodução = população final/população inicial (Pi=4000) (Oostenbrink, 1966);
(6)
Reação de acordo com o FR, onde FR<1,00 = resistente e FR>1,00 = suscetível (Oostenbrink,
1966);
(7)
Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott, a 5% de
significância;
(8)
S=suscetível (Oostenbrink, 1966).
43

A B
) )

Figura 10 – Raízes de soja para contagem do número de galhas. (A) genótipo


CEPsBt 09021; (B) genótipo CEPsBt 10129.

Na contagem do número de massa de ovos (NMO) nas raízes (Figura 11), os


genótipos CEPsBt 09033, CEPsBt 10129 e FUNDACEP 58RR, apresentaram valor
estatisticamente inferior, seguidos pelos genótipos CEPsBt 09018, CEPsBt 09021,
CEPsBt 09030, CEPsBt 09036, CEPsBt 09049 e BRS 256RR. Neste experimento os
resultados de número de massa de ovos (NMO) não apresentaram uma relação com
os resultados obtidos para as variáveis IG e FR. De acordo com Lordello (1982), o
número e o índice de massa de ovos expressam de forma estimada a reprodução do
nematoide, não sendo totalmente precisa, já que uma massa de ovos pode conter
desde poucos até mais de dois mil ovos.

A B C
) )

Figura 11 – Raízes coradas com fucsina ácida para contagem de massa de ovos. (A
e B) genótipo CepsRR 08414; (C) genótipo CepsBt 09049.

Para as variáveis, número de ovos e FR, todos os genótipos testados


apresentaram valores inferiores aos observados nas testemunhas suscetíveis,
44

destacando-se os genótipos CepsBt 09033, CepsBt 09036 e CepsBt 10129. Nestes,


os valores de reprodução foram inferiores aos demais e muito próximos de um,
indicando que estes genótipos multiplicam muito pouco o nematoide.
A testemunha suscetível BRS 243RR e o genótipo FUNDACEP 64RR
apresentaram os maiores valores de número de ovos e fator de reprodução.
Diferentes estatisticamente das testemunhas, mas também com valores superiores
aos demais, estão os genótipos CepsRR 07224 e CepsRR 08414.
Os genótipos CepsRR 07224, CepsRR 08414 e FUNDACEP 58RR,
apresentaram número de galhas relativamente baixo (13, 13 e 16, respectivamente),
porém mostraram serem bons multiplicadores do nematoide com FR > 2. Em termos
práticos, em uma safra agrícola, no mínimo, dobrará a população de nematoides em
uma área que seja plantada com algum destes genótipos. Resultado semelhante
também foi verificado por Dias et al. (2010c), que testando reação de genótipos de
soja a M. enterolobii e M. ethiopica, observou, em geral, correlação positiva entre IG
e FR para ambos os nematoides; mas, no caso de M. enterolobii, houve exceções. A
cultivar MG/BR-46 apresentou índice de galhas baixo e fator de reprodução
relativamente alto, enquanto que as cultivares BRS 213, BRS Corisco e Ocepar 4
Iguaçu, apresentaram comportamento oposto com IG altos e FR relativamente
baixos.
Considerando somente os resultados das avaliações de índice de galhas
(TAYLOR & SASSER, 1978), os genótipos CepsBt 09036 e CepsBt 10129 seriam
classificados como resistentes (R), assim como a testemunha BRS 256RR, com
valor de IG igual a 2. Os demais genótipos de soja seriam classificados como
suscetíveis (S), com notas de IG entre 3 e 4. Resultado semelhante foi apresentado
por Pipolo et al. (1991), onde, avaliando a reação de 30 genótipos de soja precoce a
M. javanica, classificaram com base apenas no IG três genótipos como resistentes a
esta espécie, e o restante dos genótipos como suscetíveis.
Apesar de existirem genótipos em que o IG não se correlaciona com o FR, os
programas de melhoramento genético de soja, em função do grande número de
linhagens a serem testadas (milhares), geralmente selecionam os materiais
resistentes a Meloidogyne spp. com base apenas no IG. Isso se justifica pelo fato de
o IG ser o parâmetro de mais fácil determinação e que permite avaliar rapidamente
um grande número de linhagens (DIAS et al. 2010c). O IG também é o parâmetro
que consta nos protocolos dos testes de avaliação da reação de genótipos de soja
45

aos nematoides de galhas elaborados pelo Serviço Nacional de Proteção de


Cultivares (MAPA, 2012), e que serve de parâmetro para os melhoramentos
genéticos.
O valor do IG é uma informação importante, a qual permite ao produtor
plantar uma cultivar de soja com IG baixo (≤2) em um área com infestação de
nematoides de galha, ter uma produção próxima do normal, sem maiores reduções
no rendimento. Porém, cabe salientar que a escolha de cultivares de soja para
cultivo baseada apenas no IG não leva em consideração a multiplicação do
nematoide. Com o passar dos anos e, dependendo do fator de reprodução das
cultivares utilizadas, a área cultivada pode tornar-se totalmente inviável para
produção em razão da multiplicação e aumento da população do nematoide. Tendo
em vista que nematoides são de difícil erradicação, é necessário que se mantenha
sua população em baixos níveis no campo. Logo, o conhecimento a respeito do fator
de reprodução também é importante na escolha das cultivares de soja a serem
cultivadas.
Neste experimento, todas as cultivares apresentaram FR>1, e seriam, então,
classificadas como suscetíveis (OOSTENBRINK, 1996), pois reproduzem o
nematoide. Resultados similares foram obtidos por Asmus & Andrade (1997) em
experimento realizado com cultivares de soja recomendadas para o Mato Grosso,
onde todos os genótipos avaliados apresentaram um expressivo número de ovos de
M. javanica por grama de raiz e um fator de reprodução superior a 1,0, que, embora
significativamente inferiores ao obtido com o tomateiro, utilizado como testemunha,
caracterizaram suscetibilidade ao nematoide.
O mesmo foi verificado por Sologuren & Santos (1998), que em experimento
realizado em telado avaliaram a reprodução de M. javanica em dez genótipos de
soja, incluindo “MG/BR 48”, considerado resistente (EMBRAPA, 2002), e
observaram que em todos os tratamentos o fator de reprodução do nematoide foi
superior a 1,0, de modo que todos os genótipos comportaram-se como bons
hospedeiros para o nematoide.
Outros resultados semelhantes também foram encontrados tanto para soja
em relação a nematoides de galhas como outras culturas. Como em trabalho
realizado com 29 variedades de cana-de-açúcar onde os resultados obtidos para M.
javanica mostraram a suscetibilidade de todas as variedades, quando se utilizou o
método de classificação baseado no fator de reprodução (DIAS-ARIEIRA et al.,
46

2010). Em trabalho com doze clones ou cultivares de batata avaliada a reação à M.


incognita, M. javanica e M. mayanguensis em casa de vegetação, de acordo com o
FR, todos os clones e cultivares avaliados, se comportaram como suscetíveis às
espécies de nematoides estudadas, ainda, especificamente para M. javanica o FR
entre os clones e cultivares variou de 4,7 a 24,5 (SILVA et al., 2010). Na avaliação
de cinco linhagens de feijão-vagem para a reação ao nematoide M. javanica em
casa de vegetação, baseado no FR, quatro linhagens foram consideradas
resistentes, apresentando FR<1 e apenas uma linhagem, HAB403, foi considerada
suscetível (BAIDA et al., 2011). Genótipos com resistência (FR<1) e imunes (FR=0)
a nematoides de galhas também são relatados, como em trabalho de Gomes et al
(2011), onde avaliou-se a reação de 18 genótipos de milho a M. graminicola, com
base no FR, quatro genótipos comportaram-se como resistentes e o restante como
imunes ao nematoide.
Apesar da importância dos resultados obtidos, e da importância de se saber o
FR do nematoide para reação da cultivar a ser utilizada pelo produtor, avaliações
realizadas somente com o valor do fator de reprodução podem classificar genótipos
como resistentes, sendo estes na realidade intolerantes. De acordo com Silva
(2001), quando se quantifica somente a taxa de reprodução do nematoide em
genótipos de soja, é impossível separar a resistência da intolerância, pois em ambos
os casos há pequena taxa de reprodução. No entanto, nas plantas resistentes o
desenvolvimento é normal e nas intolerantes o desenvolvimento é afetado.
Classificações de reação de genótipos a nematoides de galhas realizadas
utilizando-se mais de uma variável, demonstram maior exatidão na classificação do
comportamento do genótipo frente ao nematoide, pois é possível considerar-se não
somente os danos causados ao hospedeiro pelo nematoide, com também a
reprodução do nematoide no hospedeiro.
Considerando-se a resistência dos genótipos a M. javanica na escala de
Canto-Saénz (1985), pode-se verificar que os genótipos avaliados neste estudo
CEPsBt 09036 e CEPsBt 10129 se destacaram por serem classificados como
tolerantes assim como a testemunha BRS 256RR. Os demais genótipos e
testemunhas foram classificados como suscetíveis, pois apresentaram IG > 2 e FR >
1 (Tabela 6). A classificação da reação dos genótipos a M. javanica baseada na
escala de Canto-Saénz (1985), contempla o índice de galhas e o fator de
reprodução para a classificação, apresentando um resultado coerente da reação do
47

genótipo ao nematoide, visto que leva em consideração dois parâmetros diferentes


de avaliação. A mesma escala foi utilizada em estudo realizado por Dias et al.
(2010c), com número relativamente pequeno de genótipos em avaliação, foi possível
determinar dois parâmetros (IG e FR) e utilizar-se o esquema de Canto-Sáenz para
caracterizar as reações. De acordo com Canto-Saénz (1985), o fator de reprodução
e o grau de danos no hospedeiro são os critérios mais reais para avaliar a reação de
plantas aos nematoides de galhas.

Tabela 5 – Reação dos genótipos de soja a M. javanica conforme critérios de Canto-


Saénz (1985) em casa de vegetação. Cruz Alta, RS, 2012.

Genótipos IG(1) FR(2) Reação(3)


CEPsRR 07224 3 2,92 S
CEPsRR 08414 3 3,34 S
CEPsBt 09018 3 1,94 S
CEPsBt 09021 3 2,03 S
CEPsBt 09030 3 2,20 S
CEPsBt 09033 3 1,32 S
CEPsBt 09036 2 1,33 T
CEPsBt 09049 3 2,21 S
CEPsRR 09086 3 2,14 S
CEPsBt 10129 2 1,11 T
BRS 243RR 4 4,40 S
BRS 256RR 2 1,29 T
FUNDACEP 58RR 3 2,38 S
FUNDACEP 64RR 3 3,77 S
(1)
Índice de galhas;
(2)
Fator de reprodução = população final/população inicial;
(3)
HS = hipersuscetíveis (IG > 2 e FR ≤ 1), S = suscetível (IG > 2 e FR > 1), T = tolerante (IG ≤ 2 e
FR > 1) e R = resistente (IG ≤ 2 e FR ≤ 1).

Resultados semelhantes com base nesses mesmos critérios, também foram


encontrados por Mendes & Rodrigues (2000), onde ao avaliar a reação de 13
cultivares de soja a M. javanica, em casa de vegetação, verificaram que nenhuma
cultivar comportou-se como resistente; porém, sete desses genótipos foram
classificados como tolerantes. Já em trabalho realizado por Soares & Santos (2009),
testando a reação de 11 cultivares de soja a uma população de M. javanica,
48

observaram que apenas uma cultivar (BRSMG Garantia) comportou-se como


tolerante de acordo com a classificação de Canto-Sáenz (1985); as demais, embora
tenham sido consideradas suscetíveis, de acordo com o critério adotado, exibiram
valores de FR maiores e próximos de 1, evidenciando, segundo os autores, menor
suscetibilidade. Informação importante, pois como sugerem Asmus & Andrade
(1997) na falta de cultivares resistentes a M. javanica para áreas infestadas pelo
nematoide deve-se dar preferência às cultivares que não permitam uma alta
reprodução do mesmo.
A respeito de suas limitações, a utilização do IG já possibilitou o
desenvolvimento de muitas cultivares de soja resistentes ou moderadamente
resistentes a M. incognita e/ou M. javanica no Brasil. Sobretudo, no caso de M.
javanica, quase todas essas cultivares apresentam FR>1, embora baixos (DIAS et
al. 2010c). Sabe-se ainda, que existe maior disponibilidade de cultivares com
diferentes graus de resistência a M. incognita do que para M. javanica (SILVA,
2001). Estas afirmações foram verificadas em estudo realizado em telado por Asmus
& Andrade (1996). Avaliando a reação de 48 cultivares de soja recomendadas para
o Estado do Mato Grosso do Sul a M. javanica, os autores concluíram que todas as
cultivares foram altamente suscetíveis ao nematoide, inclusive as cultivares BR 6
(Nova Bragg) e IAC 8, que são consideradas resistentes, e a cultivar UFV/ITM 1,
considerada moderadamente tolerante a este nematoide (EMBRAPA, 2002).
Muitos resultados de pesquisa, como já citados neste trabalho, mostram
divergências. Entre as explicações para a obtenção de alguns resultados conflitantes
com os dados da literatura está a utilização de diferentes critérios de avaliação
(SOARES & SANTOS, 2009). Alguns autores realizam a classificação dos genótipos
de soja, assim como de outras culturas conforme resultado obtido pelo valor índice
de galhas, outros autores classificam conforme valor do fator de reprodução e outros
ainda, conforme valores dos dois (índice de galhas e fator de reprodução). Outro
exemplo de diferentes critérios de avaliação é a utilização de diferentes escalas,
como no trabalho realizado por Hussey & Boerma (1991) que avaliaram cento e
trinta e nove cultivares de soja do Sul dos Estados Unidos, para à resistência a
Heterodera glycines, M. incognita, M. arenaria e M. javanica em casa de vegetação,
e nos resultados apresentados para reação a M. javanica, 6% das cultivares foram
classificadas como resistentes e 40% como moderadamente resistentes. Contudo, a
classificação realizada conforme o índice de galhas (cultivares com notas até 1,5,
49

resistentes; de 1,6 à 2,5, moderadamente resistentes; e acima de 2,6 suscetíveis)


difere da escala utilizada no Brasil e fornecida pelo MAPA. Além disto, outro fator
que pode interferir e gerar inconsistência em resultados apresentados por diferentes
trabalhos é a diferença na agressividade de populações de nematoides utilizadas,
variável de local para local (TIHOHOD & FERRAZ, 1986).
A seleção de genótipos de soja visando resistência aos nematoides de galhas
também tem sido problemática, em avaliações realizadas em campos naturalmente
infestados (DALL´AGNOL et al., 1984). Falta de uniformidade do inoculo no solo,
flutuações sazonais e a avaliação apenas visual do índice de galhas (HUSSEY &
BOERMA, 1981) são fatores que tem contribuem para a obtenção de resultados
divergentes (MENDES & RODRIGUES, 2000). Trabalhos realizados em campo
indicam que, embora suscetíveis em casa de vegetação, algumas cultivares, tais
como BR 6 (Nova Bragg), Bragg, Bossier, Santa Rosa e IAC 8 podem apresentar
tolerância ao ataque de M. javanica, resultando num menor índice de galhas
(ASMUS & ANDRADE, 1997). Portanto, muito ainda deve ser feito a respeito da
avaliação de genótipos seja de soja ou outras culturas a reação ao nematoide de
galhas. Contudo, utilizando-se os resultados obtidos através da avaliação de
diferentes variáveis, é possível uma classificação coerente da reação dos genótipos
aos nematoides.
Analisando os resultados obtidos neste trabalho (tanto no campo como em
casa de vegetação) é possível verificar que os genótipos CepsBt 09036 e CepsBt
10129 se destacaram em todas as avaliações, apresentando resultados similares à
testemunha resistente BRS 256RR. Através desses resultados, o programa de
melhoramento poderá dentro dos dez genótipos testados, fazer o uso de dois destes
como cultivares de soja com real potencial para ser utilizado por produtores com
áreas comprometidas pela infestação com M. javanica.
Ainda, é possível verificar que algumas informações e resultados são
contrastantes, como exemplo, os encontrados para o genótipo CepsBt 09033, o qual
foi bem em casa de vegetação, mas não obteve o mesmo resultado nas avaliações
de campo. Isso se deve ás diversas considerações citadas anteriormente,
principalmente às relacionadas ao ambiente. A avaliação em campo naturalmente
infestado com nematoides é importante, pois retrata as condições naturais, mais
próximas ao que o produtor encontrará em seu cultivo. Porém, não deve ser a única
avaliação levada em consideração para a classificação de linhagens de soja quanto
50

à reação ao nematoide de galhas. Desta forma, as avaliações realizadas em casa de


vegetação são imprescindíveis e pode-se destacar a importância das variáveis
índice de galhas e fator de reprodução para uma melhor caracterização. Além disso,
os resultados advindos da avaliação de número de massa de ovos, obtidos nesse
estudo, não trouxeram uma aplicação prática, relacionado a resistência ao
nematoide das galhas.
Os estudos feitos em casa de vegetação apresentam as vantagens de
poderem ser realizados em qualquer época do ano, com populações puras de
nematoides, na concentração de inoculo desejada e uniformemente distribuída entre
os tratamentos. Devido a essas vantagens, ensaios em casa de vegetação devem
sempre preceder os trabalhos realizados em campo (HUSSEY & BOERMA, 1981).
Através dos resultados obtidos neste trabalho e levando em conta
observações de outros autores, indica-se como metodologia para classificação de
linhagens de soja quanto à reação a M.javanica, principalmente em programas de
melhoramento, que sejam feitas avaliações em condições controladas (casa de
vegetação), quantificando índice de galhas e fator de reprodução e posteriormente,
experimentos no campo (em área com infestação natural), somente com as
linhagens mais promissoras avaliadas em casa de vegetação, para uma confirmação
e/ou verificação dos resultados.
5 CONCLUSÕES

Através dos resultados obtidos em campo e casa de vegetação, conclui-se


que os genótipos CEPsBt 09036 e CEPsBt 10129 comportaram-se como tolerantes
a M. javanica. Indicando que os genitores utilizados no programa de melhoramento
de soja da CCGL TEC têm boas bases genéticas de tolerância ao nematoide.
Na classificação de linhagens de soja quanto à reação a M.javanica, sugere-
se a realização de avaliações no campo, em área com infestação natural, e em casa
de vegetação quantificando-se índice de galhas e fator de reprodução para uma
confirmação e verificação dos resultados.
A utilização de cultivares resistentes e/ou tolerantes proporciona resultados
vantajosos, tanto do ponto de vista econômico quanto ecológico, minimizando a
utilização de produtos químicos e possibilitando um manejo sustentável da área.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGRIOS, J. N. Plant Pathology. New York: Academic Press, 1988. 803 p.

AGRIANUAL, Anuário da Agricultura Brasileira. IFNP: São Paulo, 2009.

ANTÔNIO, H. Avaliação das perdas causadas por Meloidogyne incognita raça 4 no


cultivar BR-4 de soja. Nematologia Brasileira, v.12, p.29-34, 1988.

ASMUS, G. L. Danos causados à cultura da soja por nematoides do gênero


Meloidogyne. In: FERRAZ, L. C. C. B.; ASMUS, G. L.; CARNEIRO, R. G.;
MAZAFFERA, P.; SILVA, J. F. V. Relações parasito-hospedeiro nas
meloidogynoses da soja. Londrina: Embrapa Soja, 2001. p. 39-62.

ASMUS, G. L. & ANDRADE, P. J. M. Reação a Meloidogyne javanica de algumas


cultivares de soja recomendadas para o Estado de Mato Grosso. Dourados:
Embrapa Agropeciaria Oeste, 1997. Boletim de Pesquisa, 2. 20p.

ASMUS, G. L. & ANDRADE, P. J. M. Reação de cultivares de soja recomendadas


para o Estado do Mato Grosso do Sul a Meloidogyne javanica. Nematologia
Brasileira, v. 20, n. 2, p. 74-79, 1996.

BAIDA, F. C.; SANTIAGO, D. C.; TAKAHASHI, L. S. A.; ATHANÁZIO, J. C.;


STROZE, C. T.; ARIEIRA, G. de O. Hospedabilidade de linhagens de feijão-vagem
(Phaseolus vulgaris) a Meloidogyne incognita e M. javanica, sob cultivo protegido.
Nematropica, v. 41, n. 1, p. 62-67, 2011.

BARKER, K. R. Resistance/Tolerance and Related Concepts/Terminology in plant


nematology. Plant Disease, v. 77, n. 2, 1993.

BERTAGNOLLI, P. F.; BONATO, E. R.; SCHNEIDER, S.; VELLOSO, J. F.


Avaliação de genótipos de soja, da Embrapa ao nematoide de galha
Meloidogyne javanica, no Rio Grande do Sul. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2002.
Doc.12.

BERTAGNOLLI, P. F.; BONATO, E. R. ; SCHNEIDER, S. Reação de genótipos de


soja a nematoides de galhas, em condições de campo. In: XXII Congresso Brasileiro
de Nematologia, 24 (1), 2000, Uberlandia. Resumos... Uberlandia: Nematologia
Brasileira, 2000.

BLACK, J. R. Complexo Soja: fundamentos, situação atual e perspectiva. In:


CÂMARA, G. M. S. (Ed). Soja: tecnologia de produção II. Piracicaba: ESALQ/LPV,
2000. p.1-19.

BOERMA, H. R.; HUSSEY, R. S. Breeding plants for resistance to nematodes.


Journal of Nematology, v. 24, p. 242-252, 1992.
53

BONETTI, L. P. Distribuição da soja no mundo. In: MIYASAKA, S.; MEDINA, J.C.


(Ed.). A soja no Brasil. Campinas: Instituto de Tecnologia de Alimentos, 1981. p. 1-
16.

BONETTI, J. I. & S. FERRAZ. Modificações no método Hussey & Barker para


extração de ovos de Meloidogyne exigua, em raízes de cafeeiro. Fitopatologia
Brasileira, v. 6, p. 533, 1981.

CAMPOS, V. P. Manejo de doenças causadas por fitonematoides. Lavras:


UFLA/FAEPE, 2000. 124p. Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” (Especialização)
a Distância: Manejo de Doenças de Plantas.

CANTERI, M. G.; ALTHAUS, R. A.; VIRGENS FILHO, J. S.; GIGLIOTI, E. A.;


GODOY, C. V. SASM - Agri: Sistema para análise e separação de médias em
experimentos agrícolas pelos métodos Scott - Knott, Tukey e Duncan. Revista
Brasileira de Agrocomputação, v. 1, n. 2, p. 18-24. 2001.

CANTO-SÁENZ, M. The nature of resistence to Meloidogyne incognita. In: SASSER,


J. N.; CARTER, C. C. An advanced treatise on Meloidogyne. Vol 1: biology and
control. Raleigh, NC, USA: North Carolina State University Graphics, 1985. p. 225-
231.

CLARKE, D. D. Tolerance of parasites and disease in plants and its significance in


host-parasite interactions. In: INGRAM, D.S.; WILLIAMS (Eds.). Advances in plant
pathology. v. 5. London: Academic Press, 1986.

CONAB Companhia Nacional de Abastecimento. Disponível em:


<http://www.conab.gov.br>. Acesso em 13 julho 2012.

COSTAMILAN, L. M. Estresses ocasionados por doenças e por nematoides. In:


BONATO, E.R. Estresses em soja. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2000. p. 145-200.

COSTA, J. A. Cultura da soja. Porto Alegre: Ivo Manica e José Antônio Costa (Ed.),
1996. 233p.

COOK, R.; EVANS, K. Resistance and tolerance. In: BROWN, R. H.; KERRY, B. R.
(Ed.) Principles and practice of nematode control in crops. New York: Academic
Press. 1987. p. 179-231.

CUNHA E CASTRO, J. M. da; LIMA, R. D.de; CARNEIRO, R. M. D. G. Variabilidade


isoenzimática de populações de Meloidogyne spp. provenientes de regiões
brasileiras produtoras de soja. Nematologia Brasileira, v.27(1), p.1-12, 2003.

DALL’AGNOL, A.; HIRAKURI, M. H. Realidade e perspectivas do Brasil na


produção de alimentos e agroenergia, com ênfase na soja. Disponível em: <
http://www.grupocultivar.com.br/arquivos/agronegocio_soja.pdf >. Acesso em: 20
julho. 2012.
54

DALL’AGNOL, A.; ANTONIO, H.; BARRETO, J. N.; Reação de 850 genótipos de


soja aos nematoides de galhas Meloidogyne javanica e M. incognita. Nematologia
Brasileira, v. 8, p. 67-112, 1984.

DALL´AGNOL, A. & ANTÔNIO, H. Grau de suscetibilidade de genótipos de soja aos


nematoides Meloidogyne incognita e Meloidogyne javanica. Nematologia
Brasileira, v. 7, p. 15-89, 1983.

DIAS, W. P.; ASMUS, G. L.; SILVA, J. F. V.; GARCIA, A.; CARNEIRO, G. E. de S.


Nematoides. In: ALMEIDA, A. M. R.; SEIXAS, C. D. S. (Eds.). Soja: doenças
radiculares e de hastes e inter-relações com o manejo do solo e da cultura.
Londrina: Embrapa Soja, 2010a. p. 173-206.

DIAS, W. P.; GARCIA, A.; SILVA, J. F. V.; CARNEIRO, G. E. de S. Nematoides em


Soja: Identificação e Controle. Londrina: Embrapa, 2010b. Circular Técnica 76. 8
p.

DIAS, W. P; FREITAS, V. M.; RIBEIRO, N. R.; MOITA, A. W.; HOMECHIN, M.;


PARPINELLI, M. B.; CARNEIRO, R. M. D. G. Reação de Genótipos de Soja a
Meloidogyne enterolobii e M. ethiopica. Nematologia Brasileira. Piracicaba, v. 34
(4), p. 220-225, 2010c.

DIAS-ARIEIRA, C. R.; SANTOS, D. A.; SOUTO, E. R.; BIELA, F.; CHIAMOLERA, F.


M.; CUNHA, T. P. L. da; SANTANA, S. de M.; PUERARI, H. H. Reação de
variedades de cana-de-açúcar aos nematoides de galhas. Nematologia Brasileira,
v. 34(4), p. 198-203, 2010.

EISENBACK, J. D. Detailed morphology and anatomy of second-stage juveniles,


males and females of the genus Meloidogyne: root-knot nematodes. In: SASSER,
J.N.; CARTER, C.C. (Ed.). An advanced treatise on Meloidogyne. Vol 1: biology
and control. Raleigh, NC, USA: North Carolina State University Graphics, 1985. p.
47-77.

EMBRAPA. Tecnologias de produção de soja região central do Brasil 2011.


Londrina: Embrapa soja: Embrapa Cerrados: Embrapa Agropecuaria Oeste, 2010.
255p.

EMBRAPA. Tecnologias de produção de soja – Paraná - 2003. Londrina:


Embrapa soja, 2002. 265p.

FERRAZ, L. C. C. B. As meloidogynoses da soja: passado, presente e futuro. In:


FERRAZ, L. C. C. B.; ASMUS, G. L.; CARNEIRO, R. G.; MAZAFFERA, P.; SILVA, J.
F. V. Relações parasito-hospedeiro nas meloidogynoses da soja. Londrina:
Embrapa Soja, 2001.

FERRAZ, S.; MENDES, M. L. O nematoide das galhas. Informe Agropecuario, v.


172, p. 37-42, 1992.
55

FERREIRA, N. P. Reação de genótipos de soja do programa de melhoramento


da Universidade Federal de Uberlândia ao fitonematóide Heterodera glycines
Raça 3. 2007. 33 f. Dissertação (Mestrado em Fitopatologia)-Universidade Federal
de Uberlândia, Uberlândia, 2007.

FREIRE, E. S.; CAMPOS, V. P.; DUTRA, M. R.; ROCHA, F. da S.; SILVA, J. R.


C.da; POZZA, E. A. Infectividade de juvenis do segundo estádio de Meloidogyne
incognita em tomateiro após privação alimentar em solo e água em diferentes
condições. Summa phytopatology. Botucatu, v. 33, n. 3, p. 270-274, 2007.

GOMES, C. B.; EMYGDIO, B. M.; SIGNORINI, A. T. T.; SOMAVILLA, L. Avaliação


da resistência de genótipos de milho a Meloidogyne graminicola. Pesquisa
Agropecuaria Gaúcha. Porto Alegre, v. 17, n. 1, p. 85-88, 2011.

GOMES, C. B.; CAMPOS, A. D. Nematoides. In: RASEIRA, M. C. B.; QUEZADA, A.


C. (Ed.) Pêssego: produção. Brasília: Serviço de Produção de Informações, 2003.
p. 115-122 (Frutas do Brasil, 49).

GOULART, R. dos R.; NASCIMENTO, R. R. S.do; NASCIMENTO, R. J.do;


SANTOS, C. L. R.dos; SILVA, P. C. P.da; GAVAZZA, M. I. A.; PIMENTEL, J. P.
Avaliação de linhagens e cultivares de caupi à infecção por Meloidogyne incognita e
M. javanica. Agronomia, v. 38, n. 2, p. 51-54, 2004.

HUSSEY, R.S.; BOERMA, H.R.; RAYMER, P.L.; LUZZI, B.M. Resistance in soybean
cultivars from Maturity Groups V-VIII to soybean cyst and root-knot nematodes.
Journal of Nematology, v.23, n.45, p. 576-583, 1991.

HUSSEY, R. S.; BOERMA, H. R. A greenhouse screening procedure for root-knot


nematode resistance in soybeans. Crop Science, v. 21, p. 794-796, 1981.

HUSSEY, R. & BARKER, K. R. A Comparations of methods of collecting inocula of


Meloidogyne spp. Including a new technique. Plant Disease Reporter, v. 57, p.
1025-1028, 1973.

JUNG, C.; WYSS, U. New approaches to control plant parasitic nematodes. Appl
Microbial Biotechnol, v. 51, p. 439-446, 1999.

KIMATI, H.; BERGAMIN FILHO, A. Princípios gerais de controle. In: BERGAMIN


FILHO, A.; KIMATI, H.; AMORIM, L. (Ed.). Manual de fitopatologia. v. 1: Princípios
e conceitos. 3ed. São Paulo: Agronômica Ceres, 1995. p.692-709.

KINLOCH, R. A. Screening for resistance to root-knot nematodes. In: STARR, J. L.


Methods for evaluating plant species for resistance to plant-parasitic
nematodes. Maryland: Society of Nematologists, 1990. p. 16-23.

LORDELLO, L. G. E. Nematoides das plantas cultivadas. 7ed. São Paulo: Nobel,


1982. 314p.
56

MAI, W. F. Plant-parasitic nematodes: their threat to agriculture. In: SASSER, J. N. &


CARTER, C. C. An advanced treatise on Meloidogyne. v. 1: Biology and control.
Raleigh: North Carolina State University, 1985, p. 11-17.

MAPA. Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Protocolos para


avaliação de reação às doenças em soja. Serviço Nacional de Proteção de
Cultivares – SNPC. Disponível em: < http://www.agricultura.gov.br/vegetal/registros-
autorizacoes/protecao-cultivares/formularios-protecao-cultivares >. Acesso em: 15
janeiro. 2012.

MENDES, M. de L.; RODRIGUEZ, P. B. N. Reação de Cultivares de Soja [Glycine


max (L.) Merril] aos Nematoides de Galhas Meloidogyne javanica e M. incognita
R.1,2,3 e 4. Nematologia Brasileira, v. 24, n. 2, p. 211-217, 2000.

MITTAL, A.; KUMA, V.; AHMAD, I. Status and prospects of nematode resistance in
crop plants a review. Agricultural Reviews, v. 12, n. 1, p. 16-25, 2000.

MORALES, A. M. R. Análise da expressão de genes relacionados à resistência a


Meloidogyne javanica em soja, através da técnica de PCR em tempo real. 2007.
102 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Universidade Estadual Paulista “Júlio
de Mesquita Filho”UNESP, Jaboticabal, 2007.

OOSTENBRINK, M. Major characteristic of the relation between nematodes and


plants. Mededelingen Landbouwhogeschool, Wageningen – Nederlands, 1966. 46 p.

PIPOLO, V. C.; TIHOHOD, D; ATHAYDE, M. L. F.; PIPOLO, A. E. Avaliação da


resistência de genótipos de soja precoce a Meloidogyne javanica visando plantio em
áreas de reforma canavieira. Nematologia Brasileira, v.15, n.1, p.17-23, 1991.

ROBERTS, P. A. Concepts and consequences of resistance. In: STARR, J. L.;


COOK, R. J.; BRIDGE, J. Plant resistance to parasitic nematodes. New York:
CABI, 2002.

ROESE, A. D. Reação de cultivares de soja (Glycine max L. Merril) e de


espécies de plantas daninhas a Meloidogyne paranaensis. 2003. 69 f.
Dissertação (Mestrado em Fitopatologia)-Universidade Federal de Viçosa, Viçosa,
2003.

SANTOS, A. V. & GOMES, C. B. Reação de cultivares de mamona a Meloidogyne


spp. e efeito dos exsudatos radiculares sobre Meloidogyne enterolobii e M.
graminicola. Nematologia Brasileira, v. 35, n. 1/2, p. 1-9, 2011.

SASSER, J. N. & CARTER, C. C. Overview of the international Meloidogyne project


1975-1984. In: SASSER, J. N.; CARTER,C. C. (Ed). An advanced treatise on
Meloidogyne. Vol 1: biology and control. Raleigh, NC, USA: North Carolina State
University Graphics, 1985.
57

SASSER, J. N. Pathogenicity, host and variability in Meloidogyne species. In:


LAMBERTI, F. & TAYLOR, C. E. (ed.). Root-knot nematodes (Meloidogyne
species) – Systematics, biology and control. New York: Academic Press, 1979,
p.257-268.

SEDIYAMA, T.; TEIXEIRA, R. de C.; REIS, M. S. Melhoramento de soja. In: BORÉM,


A. (Ed). Melhoramento de espécies cultivadas. Viçosa: UFV, 2005. p. 553-603.

SILVA, A.R.; SANTOS, J. M.; HAYASHI, P. C. R.; HAYASHI, E. Reação de clones e


cultivares de batata avaliados em casa de vegetação a Meloidogyne incognita, M.
javanica, M. mayanguensis e in vitro a M. javanica. Nematologia Brasileira, v. 34, n.
1, p. 48-55, 2010.

SILVA, J. F. V. Resistência genética da soja a nematóides do gênero Meloidogyne.


In: SILVA, J. F. V.; MAZAFFERA, P.; CARNEIRO, R. G.; ASMUS, G. L.; FERRAZ, L.
C. C. B. Relações parasito-hospedeiro nas meloidoginoses da soja. Londrina:
Embrapa Soja, Sociedade de Nematologia, 2001. 127p.

SILVA, G. S., J. M. SANTOS & S. FERRAZ. 1988. Novo método de coloração de


ootecas de Meloidogyne sp. Nematologia Brasileira, 12: 6-7. 1988.

SINCLAIR, J. B. & BACKMANN, P. A. (ed.). Compendium of soybean diseases.


3ed. St. Paul, Minessota: APS Press, 1993. 106p.

SINCLAIR, J. B. & SHURTLEFF, M. C. Compendium of soybean diseases. St


Paul: APS Press, 1975. 69p.

SINDA. SISTEMA NACIONAL DE DADOS AMBIENTAIS. Disponível em: <


http://sinda.crn2.inpe.br/PCD/historico/consulta_pcda.jsp >. Acesso em: 04 abril.
2012.

SOARES, P. L. M. & SANTOS, J. M. dos. Reação de cultivares de soja a uma


população de Meloidogyne javanica. Bioscience journal. Uberlândia, v. 25, n. 2, p.
33-36, 2009.

SOLOGUREN, F. J. & SANTOS, M. A. Reprodução de Meloidogyne javanica em


genótipos de soja. In: XXI Congresso Brasileiro de Nematologia, 1998. p. 2.
(Resumos).

STARR, J. L. Methods for evaluating plant species for resistance to plant-


parasitic nematodes. Maryland: Society of Nematologists, 1990. 85p.

TAYLOR, A. L.; SASSER, J. N. Biology, identification and control of root-knot


nematodes. Raleigh: NCSU Graphics. 1978. 111p.

TIHOHOD. Nematologia agrícola aplicada. 2ed. Jaboticabal: FUNEP, 2000. 473p.

TIHOHOD, D.; FERRAZ, S. Variabilidade de três populações de Meloidogyne


javanica em plantas de soja. Nematologia Brasileira, v. 10, p. 163-171, 1986.
58

TORRES, R. G.; RIBEIRO, N. R.; BOER, C. A.; FERNANDES, O.; FIGUEIREDO, A.


G.; NETO, A. F. Manejo integrado de nematoides em sistema de plantio direto
no cerrado. Disponível em:
<http://www.monsoy.com.br/pdf/MANEJO%20DE%20NEMATOIDES%20EM%20SP
D%20NO%20CERRADO_CT_21_11_2009.pdf > Acesso em 20 dezembro. 2009.

TRUDGILL, D. L. Resistance to and tolerance of plant parasitic nematodes in plants.


Annual Review of Phytopatology, v. 29, n. 1, p. 167-192, 1991.

USDA – United States Department of Agriculture. Disponível


em:<http://www.usda.gov)>. Acesso em 13 abril 2011.

WALLACE, H. R. A perception of tolerance. Nematologica, v.33, p. 419-432, 1987.

WALLACE, H. R. Nematode Ecology and Plant Disease. New York EUA: Crane,
Russak & Company, 1973. 228p.

WENDLAND, A. Expressão gênica da interação soja – Meloidogyne javanica via


microarranjos de DNA. 2005. 127 f. Tese (Doutorado em Agronomia)-Escola
Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba,
2005.

WILLIANSON, V. M.; HUSSEY, R. S. Nematode pathogenesis and resistance in


plants. The Plant Cell, v. 8, p. 1735-1745, 1996.

YORINORI, J. T. Riscos de surgimento de novas doenças na cultura da soja. In:


Congresso de tecnologia e competividade da soja no mercado global, 1., 2000,
Cuiabá. Anais... Cuiabá: Fundação MT, 2000. p. 165-169.

ZAMBIASI, T.; BELOT, J. L. Proteção integrada. Cultivar (Grandes Culturas) -


Caderno Técnico: Pragas. 2010.
59

ANEXO I

Você também pode gostar