Raelly Da Silva Lima Tese 2018
Raelly Da Silva Lima Tese 2018
Raelly Da Silva Lima Tese 2018
2018
1
RAELLY DA SILVA LIMA
VITÓRIA DA CONQUISTA – BA
BAHIA - BRASIL
2018
2
L696s Lima, Raelly da Silva.
Subdoses do glyphosate em Brachiaria e sua eficácia com adição
de ureia no controle de plantas daninhas. / Raelly da Silva Lima, 2018.
135f.
Orientador (a): D.Sc. Alcebíades Rebouças São José.
Tese (doutorado) – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia,
Programa de Pós-Graduação em Agronomia – Área de concentração
Fitotecnia, Vitória da Conquista, 2018.
Inclui referência F. 127 – 135.
1. Capim braquiária – Importância. 2. Glyphosate
3. Controle químico. 4. Controle de plantas daninhas.
I. São José, Alcebíades Rebouças. II. Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia, Área de concentração Fitotecnia. III. T.
CDD 633.2
CDD: 469
4
A Deus, pelo dom da vida;
À minha Família: José Rodrigues (meu
grande amor), Raimunda (Mãe), Aldilene
e Antonia (irmãs), à Eloene (tia), Maria
(avó) e Emanuel ((avô) in memoriam) e a
todos os meus amigos, pelo apoio,
carinho e compreensão em todos os
momentos desta e de tantas outras
caminhadas.
DEDICO
5
AGRADECIMENTOS
6
À pesquisadora da Unesp/Botucatu, Drª Ivana Paula Ferraz Santos de
Brito, por ter aceitado participar de minha banca de defesa, pela amizade e
pelas valiosas contribuições a este trabalho. Muitíssimo obrigada!
A professora Drª Carmem Larcerda Lemos, pela amizade, apoio e
contribuições dadas para a finalização desta etapa de minha vida e por aceitar
prontamente a participar da banca de defesa;
Ao professor Dr. Ramon Correia de Vasconcelos, pelo apoio e
incentivo na realização desta etapa. Obrigada de todo o meu coração pela
amizade, ensinamentos, paciência, confiança e profissionalismo. Sem seu
apoio e confiança não teria concluído o mestrado e doutorado;
Ao professor Dr. Quelmo, Silva de Novaes, à professora Drª. Maria
Aparecida Castellani e ao professor Otoniel Magalhães Morais (in memoriam)
e à professora Drª.Aldenise Alves Moreira pela amizade, ensinamento e
compreensão e apoio todas as vezes que precisei. Todos vocês foram muito
importantes em todas as etapas de minha formação na Pós-Graduação de
Agronomia.
Aos meus amigos Antonia Francilene, Dedson, Olivia, Erlani, Talitta,
Juliana e tantos outros que me ajudaram e acreditaram em mim. Meus mais
sinceros agradecimentos;
Aos meus amigos da Residência Universitária, Marta, Fabio, Vandik,
Luana, Joselito, Miro, Tila, Neto (Minero), Leandro, Claudia e Tiago (Gandú).
Vocês são mais que amigos, vocês são a família que Deus me deu em Vitória
da Conquista. Muito obrigada pela amizade, apoio, dedicação e respeito;
A minhas amigas querida Isabel, Arlete, Gabriela e Marta que me
acolheu como uma irmã todos às vezes em que precisei, que ofereceu sua casa
quando eu não tinha onde ficar, e acima de tudo me deu sua família para ser
minha família para não me sentir sozinha. Obrigada minhas amigas por tanto
carinho e respeito. Tenho sua família como como parte de minha família.
Obrigado a todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para
realização deste trabalho (Mestrado e Doutorado).
Obrigada!
7
RESUMO
Orientador: Alcebíades Rebouças São José, D.Sc., UESB
8
ABSTRACT
Adviser: Alcebíades Rebouças São José, D.Sc., UESB
9
LISTA DE TABELAS
10
Tabela 2.8. Índice de clorofila de cinco cultivares de braquiária submetidas a
diferentes subdoses de glyphosate, aos 35 dias após a aplicação (DAA).
Vitória da Conquista – BA, UESB, 2018. .................................................... 51
Tabela 2.10. Massa fresca e seca da parte aérea e massa seca de raiz de cinco
cultivares de braquiária submetidas a diferentes subdoses de glyphosate, aos
35 dias após a aplicação (DAA). Vitória da Conquista – BA, UESB, 2018. 58
11
comum, códigos internacionais e sua classificação botânica. Vitória da
Conquista- BA. 2018. ................................................................................... 93
Tabela 3.9. Percentual de controle de planta daninha aos 07, 14, 21 e 28 dias
após a aplicação (DAA) do glyphosate isolado e associado a ureia, em
condições de campo. Vitória da Conquista, 2018. ........................................ 97
12
LISTA DE FIGURAS
13
CAPITULO 3: ADIÇÃO DE UREIA A CALDA DE GLIFOSATO NO
CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS
Figura 3.1. Médias mensais de temperatura média do ar (ºC) e precipitação
total (mm), nos meses de condução do experimento em campo, no município
de Vitória da Conquista- BA, UESB, 2018. ................................................. 85
14
Figura 3.7. Estimativa da massa seca residual (MSR) de plantas daninhas, aos
28 dias após a aplicação (DAA), da concentração de ureia em função de doses
de glyphosate (A) e do desdobramento doses de glyphosate em função da
concentração de ureia (B), do experimento conduzido em campo. Vitória da
Conquista-BA, UESB, 2018. ...................................................................... 109
15
concentração de ureia em função de doses de glyphosate (A e B) e do
desdobramento de doses de glyphosate em função da concentração de ureia
(C e D), do experimento conduzido em estufa. Vitória da Conquista, UESB,
2018. ........................................................................................................... 122
Figura 3.13. Estimativa da massa seca residual (MSR) aos 28 dias após a
aplicação (DAA), das espécies Panicum maximum e da Brachiaria
decumbens, da concentração de ureia em função de doses de glyphosate (A e
B) e do desdobramento de doses de glyphosate em função da concentração de
ureia (C e D), do experimento conduzido em estufa. Vitória da Conquista,
UESB, 2018. ............................................................................................... 125
16
SUMÁRIO
1.0 INTRODUÇÃO GERAL .................................................................... 20
REFERÊNCIAS .......................................................................................... 23
CAPÍTULO 2: SUBDOSES DE GLIFOSATO EM PLANTAS DE
BRACHIARIA ............................................................................................. 24
1.0 INTRODUÇÃO ................................................................................... 25
2.0 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................. 27
2.1 Aspectos gerais da Brachiaria ................................................................ 27
2.2 Importância econômica da Brachiaria como forrageira ......................... 28
2.3 Importância da Brachiaria como planta daninha.................................... 30
2.4 Glyphosate e seu modo de ação .............................................................. 32
2.5 Efeito hormesis de glyphosate nas culturas ............................................ 33
3.0 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................ 36
3.1 Localização do experimento e dados climáticos ..................................... 36
3.3 Delineamento experimental .................................................................... 37
3.4 Características avaliadas ......................................................................... 38
3.5 Análise estatística ................................................................................... 40
4.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................ 40
5.0 CONCLUSÕES ................................................................................... 60
REFERÊNCIAS .......................................................................................... 61
CAPÍTULO 3: ADIÇÃO DE UREIA A CALDA DE GLIFOSATO NO
CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS ............................................... 71
1.0 INTRODUÇÃO ................................................................................... 72
1.0 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................. 74
1.1 Importância das plantas daninhas.......................................................... 74
1.2 Importância do levantamento fitossociológico ..................................... 75
1.3 Herbicida Glyphosate ............................................................................ 77
1.4 Ureia ...................................................................................................... 79
1.5 Importância do fertilizante nitrogenado na calda de glyphosate ........... 80
3.0 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................. 82
17
3.1 Localização dos experimentos .............................................................. 82
3.2 Instalação dos experimentos ................................................................. 83
3.2.1 Experimento 1 – Campo ............................................................... 83
3.2.1.1 Preparo e aplicação do produto na área experimental....................... 84
3.2.2 Experimento 2 e 3 – Estufa ........................................................... 86
3.3 Delineamento experimental e tratamentos dos três experimentos ........ 88
3.4 Análises ................................................................................................. 90
4.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................... 91
4.1 Experimeto 1 – Campo ........................................................................... 91
4.2 - Experimento 2 e 3 – estufa - Panicum maximum e Brachiaria
decumbens................................................................................................... 110
5.0 CONCLUSÕES ................................................................................. 126
REFERÊNCIAS ........................................................................................ 127
18
CAPITULO 1
19
1.0 INTRODUÇÃO GERAL
20
e elevação de compostos tóxicos, o que estimula a produção de etileno e leva
a planta à degeneração celular (SILVA e outros, 2009).
Em razão da importância do glifosato para a agricultura, têm-se
conduzido muitos estudos sobre o produto, e um deles é sobre o efeito
benéfico de baixas doses, que auxiliam no desenvolvimento de plantas. Esse
efeito estimulatório é denominado hormesis. Segundo Calabrese e Baldwin
(2002), o termo hormesis é dado quando há uso de substâncias consideradas
tóxicas, mas, se utilizadas em pequenas doses ou subdoses, podem estimular
o desenvolvimento vegetal.
Vale ressaltar que alguns herbicidas, inicialmente, foram
desenvolvidos como reguladores de crescimento, e, assim, constatou-se a
hipótese de hormesis. Um exemplo é o produto 2,4-D, originalmente
desenvolvido como auxina, mas que, em doses elevadas, tem efeito herbicida
(MOUSDALE e COGGINS, 1991). Na agricultura, o efeito hormesis, em
muitos casos, é causado involuntariamente, por causa de erros de aplicações e
de deriva, dentre outros fatores.
Além das pesquisas que envolvem o uso de baixas doses de glifosato
no meio agrícola, também têm sido conduzidas pesquisas com outras
vertentes, tais como a que o associa a algumas substâncias para potencializar
(facilitar a penetração foliar do herbicida) o efeito do produto no controle de
algumas plantas daninhas. Uma dessas substâncias que têm sido estudadas é
o uso de adubo nitrogenado, como o sulfato de amônio e a ureia.
A adição de fontes nitrogenadas como adjuvantes à calda do herbicida
tem sido relacionada à redução de doses, visto que esse pode contribuir na
penetração cuticular, melhorar a absorção e translocação da molécula do
glifosato. Segundo Carvalho e outros (2009), a adição de fontes nitrogenadas
com baixas doses de glifosato acelera a morte das plantas, elevando os níveis
de controle nas primeiras avaliações de eficiência. No entanto, os efeitos não
são observados nas avaliações em estágio de controle mais avançado.
No entanto, ainda são escassas as pesquisas sobre o uso dos
fertilizantes nitrogenados, principalmente a ureia, associada à calda de
21
glifosato, no controle de plantas daninhas. Devido a essa escassez de
informações, devem ser considerados prioritários trabalhos que visem a
estudar os efeitos do glifosato associado a produtos nitrogenados no controle
dessas plantas. Vale ressaltar que, neste trabalho, foi utilizada somente a fonte
nitrogenada ureia.
Diante do exposto, objetivou-se com este trabalho avaliar o efeito de
baixas doses de glifosato no crescimento de Brachiaria, como também os
efeitos causados às plantas daninhas pelo produto quando associado a um
adubo nitrogenado.
A tese foi dividida em três capítulos: o primeiro é correspondente a
uma introdução geral de todo o trabalho, que mostra a importância do efeito
de glifosato quando aplicado, em baixas doses, nas plantas e os possíveis
benefícios (controle eficiente da planta daninha com redução da dose por
hectare) que pode trazer ao agricultor quando utilizado em associação a um
adubo nitrogenado ureia; o segundo capítulo é um estudo sobre o efeito de
subdoses de glifosato em plantas de Brachiaria; e o terceiro, um estudo sobre
adição de ureia à calda de glifosato no controle de plantas daninhas.
22
REFERÊNCIAS
23
CAPÍTULO 2:
SUBDOSES DE GLIFOSATO EM PLANTAS DE BRACHIARIA
24
1.0 INTRODUÇÃO
25
No entanto, apesar de sua eficiência como herbicida, dependendo da
forma de manejo (baixas doses) de aplicação do ingrediente ativo, pode
ocorrer o efeito denominado “hormesis”. Segundo Calabrese e Baldwin
(2002), hormese é o uso de substâncias consideradas tóxicas, mas, se
utilizadas em pequenas doses ou subdoses, podem estimular o
desenvolvimento vegetal. Para Nascentes e outros (2015), a hormese pode
provocar diferentes respostas estimulatórias, pois depende do produto químico
aplicado, da planta que está recebendo esse composto e de como ele age na
morfologia e na fisiologia dessa planta.
Vale ressaltar que o efeito estimulatório pode aparecer
involuntariamente, causado por deriva, erros durante a aplicação, absorção de
baixas doses pelas raízes no solo, principalmente após os processos de
degradação ou imobilização do herbicida, contato foliar entre plantas tratadas
e não tratadas e proteção por meio de plantas mais altas, e, assim, reduzir o
número de gotas que atingem o alvo (VELINI e outros, 2010).
Em algumas pesquisas realizadas no setor agrícola, autores
constataram o efeito de hormesis, quando aplicadas doses baixas de
glyphosate, que promoveu crescimento do vegetal. VELINI e outros (2008)
observaram em suas pesquisas quando usaram baixas doses de glyphosate, em
simulação de deriva, estímulos de crescimento da parte aérea, com milho (Zea
mays), soja convencional (Glycine max), trapoeraba (Commelina
benghalensis), eucalipto (Eucalyptus grandis) e pinus (Pinus caribea). Assim
como NASCENTES e outros (2015) observaram que a aplicação de subdoses
glyphosate aumentou a produção de massa seca, altura de plantas e taxa de
crescimento da cultura de Brachiaria brizantha cv. Marandu. NEVES e outros
(2009) também verificaram em seu trabalho com a cultura do algodão que o
glyphosate, em pequenas doses, pode ser utilizado como regulador de
crescimento, e LEITE e CRUSCIOL (2008) também observaram o mesmo
efeito em cana-de-açúcar.
26
Diante do exposto, o objetivo desse trabalho foi verificar o efeito de
subdoses do herbicida glyphosate no crescimento de cinco cultivares de
Brachiaria.
27
primeira gluma voltada em direção à ráquis (RENVOIZE e outros, 1998),
colmo herbáceo; flor hermafrodita ou masculina com 1 a 3 estames
(SEIFFERT, 1980).
As Brachiaria reproduzem-se por meio de sementes e,
vegetativamente, por meio de rizomas e estolões (MARQUES, 2009), pois,
normalmente, apresentam enraizamento nos nós (raízes adventícias), quando
entram em contato com o solo (ALVIN e outros, 2002). São plantas perenes
ou anuais, cespitosas ou decumbentes (SEIFFERT, 1980), herbáceas, eretas
ou prostradas, rizomatosas ou não. A bainha foliar é branca ou pilosa e,
normalmente, excede as dimensões dos internódios. A lígula é branca e
hialina, formada por um curto anel membranáceo; lâmina foliar em geral
desenvolvida, lanceolada, de ápice acuminado, glabra ou pilosa (LEITÃO
FILHO, 1977).
Outra característica desse gênero é o seu alto vigor de rebrota, com
persistência sob condições de intensa ou frequente desfolhação. Apresentam
também excelente cobertura vegetal do solo (ALVIN e outros, 2002). No
entanto, a taxonomia desse gênero não é satisfatória, tanto em relação à
composição de suas espécies como à inter-relação com outros gêneros
(RENVOIZE e outros, 1998).
28
maneira, as pastagens desempenham papel fundamental na pecuária brasileira,
garantindo baixos custos de produção (DIAS FILHO, 2016).
Apesar de o Brasil ser destaque na produção mundial de carne bovina,
a produtividade do rebanho nacional ainda é baixa (taxa de 1,3 animais ha-1),
pois o país possui, aproximadamente, 20% (174 milhões de hectares) da sua
área ocupada por pastagens, porém a maior parte delas está degradada
(ABIEC, 2015).
Entre as forrageiras mais cultivadas no Brasil, para a formação de
pastagens, destacam-se os gêneros Brachiaria, Panicum, Paspalum,
Pennisetum e Andropogon. O gênero Brachiaria é o que ocupa a maior área
cultivada (DUSI, 2001), o que representa aproximadamente 85% das
pastagens no país em função de sua maior tolerância às condições de solos
ácidos e de baixa fertilidade dos trópicos, aliada ao seu bom valor forrageiro.
Entre as espécies de maior importância forrageira desse gênero, estão as B.
decumbens cv. Basilisk, B. brizantha cv. Marandu, e B. humidicola (VALLE
e outros, 2009).
O Brasil tem um dos menores custos de produção de carne do mundo,
visto que a pecuária brasileira tem a maior parte de seu rebanho criado a pasto.
Praticamente, toda a produção brasileira tem como base de alimentação a
pastagem, que se constitui a forma mais econômica e prática de produzir e
oferecer alimentos para os animais, além do mais, as características climáticas
e de extensão territorial do país permitem a criação desses animais em
pastagem (FERRAZ e FELÍCIO, 2010; DEBLITZ, 2012).
O Brasil é um dos mais importantes produtores de carne bovina no
mundo, sendo considerado em 2015 o país com o maior rebanho (209 milhões
de cabeças), o segundo maior consumidor (38,6 kg habitante-1 ano-1) e o
segundo maior exportador (1,9 milhões toneladas) de carne bovina do mundo
(MAPA, 2017).
Apesar de sua importância nacional como forrageira, as plantas de
capim braquiária também são utilizadas com outras finalidades nos sistemas
conservacionistas, tais como cobertura de solo e formação de palhada, no
29
sistema de plantio direto. Entretanto, segundo Souza e outros (2006), essas
são consideradas importantes plantas daninhas em algumas culturas perenes.
Atualmente, essa planta é encontrada em, praticamente, todos os
sistemas agropecuários e, por isso, tem sido motivo de muitas pesquisas no
país, devido à sua importância na pecuária e na agricultura.
30
agrícolas, devido à sua alta capacidade de disseminação, e, por isso, passou a
ser considerada uma planta daninha de difícil controle.
Pesquisas têm mostrado que as espécies de braquiária têm causado
prejuízos na agricultura. Kuva e outros (2001) constataram que, a cada 3,70 g
m-2 de massa seca acumulada pelo capim-braquiária, havia uma estimativa de
redução na produtividade da cana-de-açúcar da ordem de 1 t ha-1. Kuva e
outros (2003) também observaram que o acúmulo de 3,26 g m.s. m-2 de capim-
braquiária convivendo com a cana-de-açúcar no início do ciclo (0 - 147 DAP)
resultou em reduções de rendimento na ordem de 1 t ha-1.
SILVA e outros (2015) verificaram em sua pesquisa envolvendo o
consórcio milho e braquiária que a braquiária reduziu linearmente o teor de
fósforo (P), cálcio (Ca) e o teor de magnésio (Mg) nas folhas em função da
densidade de braquiária e a produtividade de grãos reduziu em torno de 10%,
mas, segundo os autores, essa redução de produtividade é compensada pela
maior produção da forrageira.
Vale ressaltar que, na implantação do consórcio milho e braquiária,
em que a semeadura da braquiária é realizada simultaneamente à do milho, a
interferência da forrageira sobre a cultura pode reduzir a produção de grãos e,
consequentemente, comprometer a receita utilizada pelo produtor para
amortizar o custo da implantação da pastagem (GARCIA e outros, 2012).
Segundo Lorenzi (2000), o capim Brachiaria é uma das espécies mais
frequentes e agressivas, nos cultivos anuais e perenes, e, por se tratar de uma
planta C4, possui uma série de características anatômicas e fisiológicas que o
torna mais resistente a estresses ambientais e, assim, causa sérios problemas
às culturas, tais como competição.
Dessa maneira, a presença de plantas daninhas nas lavouras pode
encarecer as práticas culturais, inclusive, dificultar ou mesmo inviabilizar a
colheita, gerar contaminação dos grãos e diminuir a qualidade e/ou causar
alergia e intoxicação, o que inviabilizaria o seu uso na alimentação humana e
animal (STOLLER e outros, 1987), causar danos a implementos agrícolas,
infestar áreas não agrícolas e canais de irrigação (BLANCO, 2003).
31
2.4 Glyphosate e seu modo de ação
32
carbono fixado pela fotossíntese derivada dessa rota (GAZZIERO e PRETE,
2004).
Sua absorção é um processo bifásico que envolve rápida penetração
pela cutícula, seguida de absorção simplástica lenta, que é influenciada por
fatores como a idade da planta, condições ambientais, surfactantes e
concentração do herbicida na calda (MONQUERO e outros, 2004).
O glyphosate é absorvido basicamente pelas regiões clorofiladas das
plantas (folhas e tecidos verdes) e translocado, preferencialmente, pelo floema
para os tecidos meristemáticos (GALLI; MONTEZUMA, 2005). A aplicação
desse herbicida tem efeito rápido, paralisando o crescimento da planta, sendo
os principais sintomas, clorose de pontos de crescimento e de folhas jovens;
leva-se de duas a três semanas para as plantas tornarem-se totalmente
necrosadas (FONTES e outros, 2003).
Uma característica importante do glyphosate é sua capacidade de ser
adsorvido pelas partículas de solo e permanecer inativo até sua completa
degradação. O glyphosate é rapidamente degradado por microrganismos do
solo, sendo que sua meia-vida (tempo médio necessário para que metade da
quantidade aplicada do produto seja degradada) é de 32 dias (GIESY e outros,
2000).
33
da deriva é considerada um sério problema em muitas áreas, pois, além de
reduzir a eficiência da aplicação, coloca em risco culturas vizinhas suscetíveis
(GIESY, 2000). Para Hornsby (1995), a deriva de herbicidas ocorre sob
situações desfavoráveis, como aplicação realizada sob ventos ou em
condições ambientais que favoreçam a volatilização e posterior redeposição
dos herbicidas usados.
O glyphosate, quando usado em baixas doses, pode aumentar a
biomassa, estimular o crescimento (CEDERGREEN, 2008) e inibir ou alterar
processos bioquímicos e fisiológicos nas diferentes estruturas celulares das
plantas (SILVA e outros, 2009).
Partindo dessa premissa, algumas pesquisas realizadas com o
glyphosate demostraram efeito hormesis, quando utilizado em baixas doses,
como o aumento no teor de fósforo nas folhas de eucalipto (CARBONARI e
outros, 2007), crescimento da parte aérea e radicular de Commelina
Bengalensis (trapoeraba) (MESCHEDE e outros 2007), crescimento inicial
em cana-de-açúcar (SILVA e outros, 2009), aumento de massa verde em
milho (WAGNER e outros, 2003).
Velini e outros (2008), ao trabalharem com Pinus caribea e
Commelina benghalensis, relataram estímulo no crescimento de plantas
tratadas com baixas doses de glyphosate (1,8 a 36 g e.a ha-1). Vale ressaltar
que a trapoeraba é considerada uma planta daninha de difícil controle. Do
mesmo modo, Duke e outros (2006) observaram estímulo no crescimento em
plantas de eucalipto quando submetidas a doses inferiores a 36 g e.a ha-1 de
glyphosate, e Franca e outros (2010), em plantas de café arábica, com doses
de glyphosate menores que 172, 8 g e.a ha-1.
Nascentes e outros (2015) também observaram que a aplicação de
subdoses glyphosate aumentou a produção de massa seca, altura de plantas e
taxa de crescimento da cultura de Brachiaria brizantha cv. Marandu. Neves e
outros (2009) observaram, em plantas de algodão, estímulo de 15% na altura
de plantas em relação à testemunha, nas doses de 18 a 33,5 g ha-1 e.a. Silva e
outros (2009) obtiveram estímulos de crescimento inicial em cana-de-açúcar,
34
com a subdose de 1,8 g e.a ha-1. Silva e outros (2015) também encontraram
aumento da taxa fotossintética e condutância estomática no intervalo de 0,45
a 2,7 g e.a ha-1.
O efeito hormesis é um fenômeno distinguido por estimulação à baixa
dosagem e inibição em alta dosagem. Assim, o efeito de subdose de diversos
produtos que, inicialmente, eram considerados tóxicos, vem sendo
amplamente discutido e pesquisado, com o objetivo de compreender o
mecanismo de ação estimulante e benéfico (SILVA e outros, 2009).
Hormesis não é necessariamente benéfico ou prejudicial na
agricultura. A resposta depende da planta que recebe a subdose, do resultado
que é desejado e de como a hormesis reforça isso. O tratamento de uma cultura
com uma subdose de um herbicida para uma mudança fenotípica desejável
poderia ser valioso na agropecuária (DUKE e outros, 2006). Um exemplo
notório de benefício é o uso do glyphosate (utilizado de forma comercial), que
é usado em todo o mundo na produção de cana-de-açúcar, pois é aplicado para
estimular o acúmulo de sacarose e evitar o florescimento em cana-de-açúcar
(MESCHEDE e outros, 2009; VELINI e outros, 2009; ARALDI e outros,
2010). Esse efeito hormético é altamente benéfico para os agricultores.
Outro exemplo são herbicidas auxínicos, ou mimetizadores de
auxinas, que têm importância em todo o mundo. São, extensivamente,
utilizados nas culturas de arroz, milho, trigo, cana-de-açúcar e pastagens
(SILVA e outros, 2014). Esses herbicidas foram os primeiros compostos
orgânicos com atividade herbicida seletiva sintetizados pela indústria (VIDAL
e outros, 2001). São conhecidos como herbicidas hormonais ou reguladores
de crescimento, pois provocam mudanças metabólicas e bioquímicas nas
plantas em virtude de sua ação sobre o crescimento dessas (SENSEMAN,
2007).
Vale ressaltar que, com exceção do glyphosate como maturador de
cana-de-açúcar e herbicidas auxínicos, o uso dos efeitos benéficos da hormese
não é aplicado comercialmente (DIAS, 2015), ou seja, não tem uma aplicação
35
prática na agricultura, por isso são necessárias mais pesquisas sobre seus
efeitos na agricultura.
36
O solo utilizado para o preenchimento dos vasos foi retirado da
camada arável (camada de 0-20 cm) da área de experimental da UESB, sendo
que, antes do preenchimento dos vasos, foi retirada uma amostra composta de
solo e encaminhada ao Laboratório de solos da UESB para análise química e
física (Tabela 2.1).
-------------------- g kg ------------------
Franco Argilo
100 585 155 50 210
Arenosa
37
Tabela 2.2. Equivalência de doses do herbicida glyphosate em relação ao
produto comercial Crucial.
Tratamento Doses (g ha-1 e.a.) Crucial (L ha-1)
1 Testemunha 00,00 0,000
2 03,78 0,007
3 08,10 0,015
4 16,64 0,031
5 Glyphosate 33,48 0,062
6 67,70 0,125
7 135 0,250
8 270 0,500
38
c) Sintomas visuais de fitointoxicação – foram identificados por
meio de uma escala de observações visuais, utilizando-se a metodologia
proposta por Frans e outros (1986), por meio da qual se compararam os
tratamentos com a testemunha, atribuindo valores de 0 a 100% em função da
intensidade dos sintomas, sendo 0 a ausência de sintomas visuais e 100% a
morte da parte aérea da planta (Tabela 2.2).
39
e, em seguida, verificou-se a massa em balança de precisão de 0,001 g, cujos
resultados foram expressos em gramas por planta.
f) Massa seca de parte aérea e Massa seca de raiz – a parte aérea e as raízes
das três plantas de cada vaso foram acondicionadas separadamente em sacos
de papel e, em seguida, mantidas em estufa com circulação forçada de ar para
secagem a 65 ºC ± 2 até atingir massa constante; verificou-se, posteriormente,
sua massa em balança de precisão de 0,001 g, cujos resultados foram
expressos em gramas por planta.
40
Tabela 2.4. Resumo da análise de variância e coeficientes de variação da característica altura de plantas (AP), número de
folhas (NF), número de perfilhos (NP), índice de clorofila Falker (ICF), fitointoxicação (FITO), massa fresca da parte aérea
(MFPA), massa seca da parte aérea (MSPA) e massa seca de raiz (MSR) aos 35 dias após aplicação (DAA). Vitória da
Conquista – BA. UESB, 2018.
Quadrados Médios
FV GL
AP NF NP ICF FITO MFPA MSPA MSR
Doses de Glyphosate (G) 7 46,70** 16,50** 2,87** 108,26** 5878,94** 65,51** 6,17** 12,84**
Cultivares (C) 4 40,19** 28,55** 8,18** 482,17** 386,31** 45,92** 4,39** 30,30**
G*C 28 2,77** 2,88** 0,91** 60,44** 259,70** 16,30** 1,56** 1,86**
Bloco 3 0,49 1,35 0,03 6,14 0,65 3,23 0,34 0,61
Resíduo 117 0,60 0,89 0,19 12,10 0,79 3,40 0,42 0,42
CV (%) 9,32 9,14 13,59 9,63 10,94 18,93 24,49 18,78
**Significativo pelo teste F a 1% de probabilidade.
41
Verificou-se que a cultivar MG 04 ajustou-se ao modelo quadrático
crescente, com ponto máximo de 10,14 cm na dose 0,0 g e.a. ha-1, e que todas
as subdoses promoveram redução na altura da planta, sendo essa redução de
54,72 % até a subdose 270 g e.a. ha-1. Esse resultado mostra que, para essa
cultivar, não houve efeito hormese, visto que seu melhor desempenho foi na
testemunha.
As cultivares MG 05, Piatã, Basilisk e Marandu foram ajustadas ao
modelo linear decrescente, com decréscimo de 0,2 cm, para cada grama de
produto acrescida por hectares. Esse decréscimo representou uma redução na
altura das plantas de 40,54% para a cultivar MG 05, 48,96 % para a cultivar
Piatã, 46,02 % para a cultivar Basilisk e 26,38 % para a cultivar Marandu, até
a dose de 270 g e.a. ha-1 (Figura 2.1).
Esses resultados mostram que a cultivar Marandu apresentou menor
redução na altura de plantas, quando submetida a diferentes doses de
glyphosate, o que indica uma possível tolerância às doses utilizadas.
12,0
9,0
Altura (cm)
6,0
3,0
0,0
0 45 90 135 180 225 270
Doses de glifosato (g e.a. ha-1)
42
Observou se ainda que doses acima de 16,64 g e.a. ha-1 de glyphosate
promoveram uma redução na altura de plantas das cultivares, possivelmente,
porque houve efeito fitotóxico dessas subdoses sobre as plantas de braquiária
(Figura 2.1).
Nascentes e outros (2015) encontraram resultados semelhantes com
relação à altura de plantas de B. brizantha cv. Marandu. Esses autores
verificaram que doses acima de 15,7 g e.a ha-1 aos 15 DAA e 16,2 g e.a ha-1
aos 30 DAA reduziram a altura de plantas. Gitti e outros (2011) constataram
que o aumento das subdoses de glyphosate, aplicadas na época da
diferenciação floral na cultura do arroz cv. Primavera, reduziu a altura de
plantas.
Segundo Gitti e outros (2011), a redução do crescimento ocorre
porque o glyphosate é um inibidor da enzima EPSPs (enolpiruvilshiquimato-
3-fosfato sintase), presente na rota do ácido chiquímico e responsável pela
biossíntese de compostos fenólicos nas plantas, dentre eles, o triptofano,
precursor da síntese do ácido indolacético (AIA), um dos hormônios
responsáveis pelo crescimento.
As médias da característica altura aos 35 DAA para cada espécie
encontram-se na Tabela 2.5. Verificou-se, na dose 0,0 g e.a ha-1 de glyphosate
(testemunha), que a cultivar MG 04 obteve maior altura em relação às demais
cultivares. Enquanto que, na dose 3,78 g e.a ha-1 de glyphosate, somente a
cultivar Basilisk destacou-se quanto à altura de plantas, obtendo desempenho
superior às demais cultivares. Nas doses 8,10; 33,48; 67,70; e 270 g e.a ha -1
de glyphosate, observou-se que as cultivares MG 04, MG 05 e Basilisk
apresentaram desempenho superiores ao das cultivares Piatã e Marandu. Esses
resultados mostram que as doses de glyphosate promoveram efeitos
diferenciados nas cultivares de braquiária.
Velini e outros (2008), ao trabalharem com Pinus caribea e
Commelina benghalensis, relataram estímulo no crescimento de plantas
tratadas com subdoses do glyphosate (1,8 a 36 g e.a ha-1). Do mesmo modo,
43
Duke e outros (2006) observaram estímulo no crescimento em plantas de
eucalipto quando submetidas a doses inferiores a 36 g e.a ha-1 de glyphosate.
Para a dose 16,64 g e.a ha-1 de glyphosate, foi possível observar que a
cultivar Marandu teve desempenho inferior ao das demais cultivares.
Entretanto, na dose 135 g e.a ha-1 de glyphosate, a cultivar obteve o mesmo
desempenho que as cultivares MG 05, Piatã e Marandu. Provavelmente, esse
desempenho inferior está relacionado com a paralisação do crescimento da
planta, visto que o produto atua na inibição de elementos essenciais para
crescimento e desenvolvimento da planta.
Em relação ao número de folhas por planta, a resposta às doses de
glyphosate para a cultivar MG 04 foi ajustada ao modelo quadrático
decrescente, com ponto mínimo de 8,93 na dose 135 g e.a. ha-1. Esse
decréscimo no número de folhas até o ponto mínimo representou uma redução
de 39,11 %. Para as cultivares MG 05, Basilisk e Marandu, o modelo que
melhor se ajustou foi o linear decrescente, com redução de 20,67 %, 16,36 %
e 12,99 %, respectivamente. Para a cultivar Piatã, não foi possível ajustar
modelos de regressão (Figura 2.2). A redução no número de folhas com
aumento das doses pode ser atribuída à paralisação de crescimento da planta
44
causada pela ação do herbicida, uma vez que, sem o crescimento das plantas,
não há emissão de novas folhas.
20,0
N° de Folha
15,0
10,0
5,0
0,0
0 45 90 135 180 225 270
Doses de glifosato (g e.a. ha-1)
45
Observou se na dose 0,0 g e.a. ha-1 (testemunha) que a cultivar MG 04
apresentou maior número de folhas que as demais cultivares. Entretanto, na
dose 3,48 e 8,10 g e.a. ha-1, essa apresentou o mesmo desempenho que a
cultivar Basilisk e Marandu, não diferindo estatisticamente entre si. Ainda foi
possível observar que a cultivar Piatã apresentou a menor média de folhas por
planta na dose 8,10 g e.a. ha-1, diferindo estatisticamente de todas as outras
cultivares.
Na dose 16,64 g e.a. ha-1, as cultivares MG 04, Piatã e Marandu não
diferiram entre si, apresentaram resultados superiores às cultivares MG 05 e
Basilisk. Para as doses 33,48 e 67,70 g e.a. ha-1, a cultivar Marandu obteve
resultados estatisticamente iguais às cultivares MG 04, MG 05 e Basilisk.
Entretanto, nas doses 135 e 270 g e.a. há-1, não se verificou diferença entre as
cultivares. Provavelmente, a resposta diferenciada das cultivares, com relação
às doses de glyphosate, pode ser atribuída às características morfofisiológicas
das cultivares.
Para o número de perfilho por planta, verificou-se efeito de dose de
glyphosate somente para a cultivar Basilisk. A equação que melhor expressou
esse efeito foi o modelo quadrático decrescente, com ponto mínimo de 2,01
perfilho por planta, na dose 135 g e.a. ha-1 (Figura 2.3). Esse decréscimo em
relação à dose zero representou uma redução de 41, 05%. A partir dessa dose,
o aumento na dose de glyphosate provocou um incremento de 3,17% no
número de perfilhos. Provavelmente, esse aumento de perfilho ocorreu devido
à fitointoxicação causada pelo glyphosate, visto que este provocou na planta
um desequilíbrio fisiológico, que resultou em um superbrotamento (vários
perfilhos) na planta. Os resultados indicam que a cultivar Basilisk respondeu
de forma negativa às subdoses de glyphosate.
46
6,0
Nº Perfilhos
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
0 45 90 135 180 225 270
MG 04: ns
MG 05: ns
Piatã: ns
Basilisk: Ŷ* = 3,30140 - 0,01221x + 0,00003x2 R² = 58,64
Marandu: ns
47
e.a. ha-1, todas as cultivares não diferiram entre si com relação ao número
médio de perfilhos. Assim sendo, a dose não propiciou estímulos na emissão
de novos perfilhos na planta.
48
redução na intensidade da cor verde nas folhas das plantas de braquiária com
o aumento da dose do glyphosate.
Há redução no índice de clorofila Falker, porque, quando a planta
absorve o glyphosate, este é transportado para as zonas de crescimento e atua
na inibição da síntese da enzima EPSPs (VELINI e outros, 2008) situada na
rota do ácido chiquimico, e sua inibição resulta em redução na produção de
aminoácidos, o que prejudica a síntese de proteínas e o processo fotossintético
(EKER e outros, 2006) e, consequentemente, evidencia o sintoma de
fitointoxicação nas folhas e possíveis danos no processo fotossintético por
causa da degradação da clorofila (MESCHEDE e outros, 2007).
A cor verde das folhas ocorre pela presença de pigmentos de clorofilas
responsáveis pela absorção de energia radiante para a realização da
fotossíntese (SILVA e outros, 2009).
Na Figura 2.4, a cultivares MG 05 e Marandu apresentaram resposta
quadrática. É possível observar que a cultivar MG 05 não evidenciou nenhum
estímulo na intensidade da cor verde mediante as subdoses utilizadas, visto
que sua resposta máxima de 44,78 com relação ao índice de clorofila Falker
foi observada na dose 0,0 g e.a ha-1 (testemunha). Essa redução após a resposta
máxima foi de 37,74 % até a dose 270 g e.a ha-1. Entretanto, para a cultivar
Marandu, houve efeito estimulatório na dose 135 g e.a ha-1, quando se
evidenciou valor máximo de 39,08 de índice de clorofila Falker, ou seja, 44,19
% a mais na intensidade da cor, se comparado com o das plantas com a dose
zero A partir da dose ótima das duas cultivares, houve decréscimo no índice
de clorofila Falker à medida que se aumentou as doses de glyphosate.
Para a cultivar Basilisk, o desempenho das plantas ocorreu de forma
linear decrescente até a dose máxima (270 g e.a ha-1), cuja redução na
intensidade da cor verde foi de 32,73 %, o que representa um decréscimo de
0,05 para cada grama de produto acrescido por hectare. Esse decréscimo
representou uma redução na altura no índice de clorofila. Para as cultivares
MG 04 e Piatã, não foi encontrado nenhum modelo de regressão.
49
45,0
30,0
ICF
15,0
0,0
0 45 90 135 180 225 270
Doses de glifosato (g e.a. ha-1)
MG 04: ns
MG 05: Ŷ* = 44,78530 - 0,00468x - 0,00021x2 R² = 91,78
Piatã: ns
Basilisk: Ŷ** = 37,61942 - 0,04540x r² = 81,68
Marandu: Ŷ* = 27,49350 + 0,16755x - 0,00061x2 R² = 77,24
50
Tabela 2.8. Índice de clorofila de cinco cultivares de braquiária submetidas a
diferentes subdoses de glyphosate, aos 35 dias após a aplicação (DAA).
Vitória da Conquista – BA, UESB, 2018.
51
ha-1, pode ser observado que as cultivares MG 04 e Piatã obtiveram maiores
médias de índice de clorofila Falker em relação às demais cultivares.
De maneira geral, a cultivar MG 05 apresentou as melhores médias de
índice de clorofila Falker, no intervalo de 3,78 a 135 g e.a ha-1 de glyphosate,
principalmente na subdose 8,10 g e.a ha-1 de glyphosate, na qual obteve seu
melhor desempenho. A cultivar Piatã obteve melhor desempenho na subdose
33,48 g e.a ha-1 de glyphosate. Para a cultivar Basilisk, a subdose que
proporcionou a maior média foi 3,78 g e.a ha-1 de glyphosate, e, para a cultivar
Piatã, foram as subdoses 33,48 até 135 g e.a ha-1 de glyphosate. Esse resultado
mostra que, mesmo dentro de um mesmo gênero e família, as cultivares
respondem de forma diferenciada à aplicação de glifosato.
Com relação à variável fitointoxicação, todas as cultivares de
braquiária foram ajustadas ao modelo quadrático; foi observado o mínimo de
fitointoxicação até a dose 33,5 g e.a ha-1 para as cultivares MG 04, Basilisk,
Piatã e Marandu. E, a partir dessa subdose, houve aumento progressivo de
fitointoxicação nas cultivares. Entretanto, para a cultivar Mg 05, o máximo de
fitointoxicação (52,22%) foi encontrado na dose 270g e.a ha-1 (Figura 2.5).
Essa característica é muito importante quando considerada no intuito de
observar os efeitos provocados nas plantas expostas a alguma dose de
glyphosate.
Esses resultados indicam que, independente da cultivar, todas
apresentaram algum tipo de sintoma de fitointoxicação, tal como clorose,
principalmente, nas regiões meristemáticas, sendo esses sintomas mais
pronunciados nas subdoses superiores a 135 g e. a. ha-1. Provavelmente, a
clorose ocorre devido ao fato de o glyphosate inibir a eficiência fotossintética
e resultar em baixos teores de nitrogênio foliar na folha.
52
100,0
Fitotoxidade (%)
80,0
60,0
40,0
20,0
0,0
0 45 90 135 180 225 270
Doses de glifosato (g e.a. ha-1)
53
Tabela 2.9. Fitointoxicação de cinco cultivares de braquiária submetidas a
diferentes subdoses de glyphosate, aos 35 dias após a aplicação (DAA).
Vitória da Conquista – BA, UESB, 2018.
Doses de glyphosate (g e.a ha-1)
Cultivares 135 270
MG 04 0,00d 48,75bc
MG 05 42,75a 50,00b
Piatã 32,08b 65,08a
Basilisk 0,00d 47,50c
Marandu 10,00c 28,25d
Médias seguidas por uma mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5 % de probabilidade.
54
pois essa tolerância pode vir a ser no futuro uma resistência e a cultivar
Marandu tornar-se uma planta resistente ao glyphosate.
Para Vargas e Roman (2006), as plantas daninhas resistentes a
herbicidas vêm assumindo grande importância na agricultura ao longo dos
anos, devido ao número limitado de herbicidas alternativos para serem usados
no controle dos biótipos resistentes.
Para a característica massa fresca e massa seca da parte aérea,
observou-se que houve redução linear decrescente com o aumento das
subdoses de glyphosate. Para massa fresca, essa redução representou um
decréscimo de 34,79% para a cultivar MG 05, 69,12 % para a Piatã e 23,74 %
para a cultivar Basilisk na dose 270 g e.a. ha-1 de glyphosate. Enquanto que,
para massa seca, essa redução foi muita mais expressiva, sendo de 51,94%
para a cultivar MG 05 e de 71,98 % para a cultivar Basilisk na dose 270 g e.a.
ha-1 de glyphosate. Para as demais cultivares, não foi encontrado modelo de
regressão (Figura 2.6). Entre os fatores responsáveis pelas diferenças no
acúmulo de massa seca obtidas nesses trabalhos, destacam-se as condições
ambientais, espécie e idade planta e tolerância às subdoses utilizadas.
Ferreira e outros (2006) também observaram redução (74%) na
produção de massa seca da parte aérea do arroz irrigado, quando utilizada a
subdose 432 g e.a. ha-1 de glyphosate. Entretanto, esses resultados não
corroboraram Sousa e outros (2014) com relação à característica de massa
seca de plantas de milho, quando submetidas a diferentes doses de glyphosate.
55
(A) 20,0
de parte aérea
Massa fresca
15,0
10,0
5,0
0,0
0,0 45,0 90,0 135,0 180,0 225,0 270,0
Doses de glifosato (g e.a. ha-1)
MG 04: ns
MG 05: Ŷ** = 9,96783 - 0,01585x r² = 80,37
Piatã: Ŷ** = 13,07117 - 0,03134x r² = 60,18
Basilisk: Ŷ** = 12,27886 - 0,01783x r² = 50,48
Marandu: ns
Massa seca de
(B) 7,5
parte aérea
5,0
2,5
0,0
0 45 90 135 180 225 270
Doses de glifosato (g e.a. ha-1)
MG 04: ns
MG 05: Ŷ** = 2,87908 - 0,00638x r² = 73,45
Piatã: ns
Basilisk: Ŷ** = 3,64727 - 0,00945x r² = 62,13
Marandu: ns
56
Para a cultivar Basilisk, o modelo que mais se ajustou foi o modelo
quadrático, apresentando máximo de 3,86 g de massa seca de raiz, na subdose
3,8 g e.a. ha-1, com posterior redução de 64% até a dose 270 e.a. ha-1 (Figura
2.7). Essa redução ocorreu, provavelmente, devido ao comprometimento no
crescimento e desenvolvimento das plantas com o aumento das doses do
herbicida.
Massa seca da raiz
6,0
4,5
3,0
1,5
0,0
0,0 45,0 90,0 135,0 180,0 225,0 270,0
57
Tabela 2.10. Massa fresca e seca da parte aérea e massa seca de raiz de cinco
cultivares de braquiária submetidas a diferentes subdoses de glyphosate, aos
35 dias após a aplicação (DAA). Vitória da Conquista – BA, UESB, 2018.
Doses de glyphosate (g e.a ha-1)
0 3,8 8,1 16,6 33,5 67,7 135 270
Cultivares
Massa fresca aos 35 DAA
MG 04 15,02a 10,31bc 8,93b 7,81b 9,24a 9,10b 8,42a 4,86a
MG 05 9,34b 9,89c 11,00ab 9,08ab 9,87a 9,26b 6,76a 6,09a
Piatã 7,60b 7,95c 7,75b 11,42ab 9,02a 9,10b 8,79a 6,75a
Basilisk 15,87a 16,58a 10,31ab 9,39ab 11,77a 9,50b 9,49a 4,90a
Marandu 9,56b 13,67ab 12,77a 12,25a 10,34a 13,68a 9,14a 7,29a
Cultivares Massa seca aos 35 DAA
MG 04 4,24a 2,59b 2,30b 1,62b 2,19b 2,75ab 2,59a 1,13b
MG 05 2,83b 2,81b 3,61a 2,46ab 2,49ab 2,39b 1,69a 1,36ab
Piatã 1,95b 2,37b 2,11b 3,07a 2,41ab 2,56b 2,09a 1,43ab
Basilisk 4,14a 4,77a 2,95ab 2,38ab 3,53a 2,72ab 2,48a 1,16b
Marandu 2,75b 3,42b 3,64a 3,14a 2,71ab 3,84a 2,50a 2,46a
Cultivares Massa seca de raiz aos 35 DAA
MG 04 3,39bc 3,66b 2,69c 1,99c 2,49c 3,00b 2,22b 1,47ab
MG 05 4,12ab 3,83b 4,35b 3,41b 3,95b 3,33b 2,79ab 1,35ab
Piatã 2,13c 2,91b 2,39c 4,09ab 3,22bc 2,95b 2,94ab 1,68ab
Basilisk 3,78ab 3,03b 5,47ab 3,15b 3,71bc 4,02b 3,16ab 1,38b
Marandu 4,67a 5,95a 6,1a 5,18a 6,27a 6,05a 3,77ª 2,63a
Médias seguidas por uma mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5 % de
probabilidade.
58
apresentou desempenho superior às demais cultivares. Entretanto, para as
doses 33,48, 135 e 270 g e.a. ha-1 de glyphosate, não houve diferença entre as
cultivares (Tabela 2.10).
Com relação à massa seca, é possível observar que, na dose 0,0 g e.a.
ha-1 de glyphosate, as cultivares MG 04 e Basilisk tiveram melhor
desempenho que as demais cultivares. Na dose 3,78 g e.a. ha-1 de glyphosate,
a cultivar Basilisk obteve desempenho superior que as demais. Na dose 8,10
g e.a. ha-1 de glyphosate, a cultivar Piatã teve média inferior à cultivar MG 05
(Tabela 2.10).
Nas doses 16,64 e 33,48 g e.a. ha-1 de glyphosate, a cultivar MG 04
apresentou desempenho inferior às demais cultivares, indicando assim que as
subdoses prejudicaram o crescimento e desenvolvimento dessa cultivar e,
assim, diminuíram a massa seca de parte aérea. Nas doses 67,48 e 270 g e.a.
ha-1 de glyphosate, a cultivar Marandu apresentou o melhor desempenho. Já
na dose 135 g e.a. ha-1 de glyphosate, não foi encontrada diferença entre as
cultivares, com relação à massa seca de parte aérea (Tabela 2.10).
Segundo MESCHEDE e outros (2008), as cultivares apresentaram
respostas diferenciadas porque o intervalo de doses que promovem o estímulo
e a amplitude de respostas varia entre espécies e estádios de desenvolvimento
dentro da mesma espécie.
Para Velini e outros (2010) e Belz e Duke (2014), mesmo em
condições controladas, as respostas das plantas ao efeito hormesis apresentam
variação ou afetam significativamente a qualidade e quantidade das
características das respostas ao efeito, devido ao estádio de crescimento e
estado fisiológico da planta à exposição às baixas doses, variedades das
plantas, formulação do produto, fatores climáticos.
Nascentes e outros (2015) também observaram que subdoses de 10,5
g e.a ha-1 proporcionaram incremento de 31,8 % na produção de massa seca
de B. brizantha em relação à testemunha. Silva e outros (2015) também
constataram que subdoses compreendidas entre 1,8 e 17 g e.a ha-1
proporcionaram aumento de massa seca em plantas de eucalipto, cana-de-
59
açúcar e soja. Velini e outros (2008) obtiveram acréscimos na massa seca da
parte aérea das culturas de soja e milho, nas doses de 14,2 g ha-1 e 22,6 g ha-1
de glyphosate, respectivamente.
Na dose 0,0 g e.a. ha-1 de glyphosate, a Piatã apresentou massa seca
de raiz inferior à das demais. Entretanto, quando submetida às subdoses,
apresentou melhor resultado na subdose 16,64 g e.a. ha-1 de glyphosate. No
geral, em todas as subdoses, a cultivar Marandu apresentou médias superiores,
indicando que houve resposta positiva quando exposta ao glyphosate. A
cultivar MG 05 apresentou a melhor média de massa seca de raiz na
testemunha (0,0 g e.a. ha-1 de glyphosate), enquanto que a cultivar Basilisk
respondeu melhor na subdose 3,78 g e.a. ha-1 de glyphosate.
5.0 CONCLUSÕES
60
REFERÊNCIAS
61
CARBONARI, C.; MESCHEDE, D. K.; VELINI, E. D. Efeitos da aplicação
de glyphosate no crescimento inicial de mudas de eucalipto submetidas a
dois níveis de adubação fosfatada. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL
SOBRE GLYPHOSATE, 1., 2007, Botucatu. Anais... Botucatu: Fepaf, p.
68-70, 2007.
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63
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&sort=&paginacao=t&paginaAtual=1>. Acessado em: 20 de marco de 2018.
66
MESCHEDE, D. K.; VELINI, E. D.; CARBONARI, C. A. Baixas doses de
glyphosate e seus efeitos no crescimento de Commelina benghalensis.
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J.W.; MAASS, B.L.; VALLE, C.B. (Eds.) Brachiaria: biología, agronomía
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Tropical; Campo Grande: Brasil: Embrapa Gado de Corte, 1998. p. 1-17.
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cana-de-açúcar. Bragantia, Campinas, v.68, n.4, p.973-978, 2009.
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VASCONCELOS, M. C. C.; SILVA, A. F. A.; LIMA, R. S. Interferência de
Plantas Daninhas sobre Plantas Cultivadas. Agropecuária Científica no
Semi-Árido, Patos - PB, v. 8, n. 1, p. 01-06, 2012.
70
CAPÍTULO 3:
ADIÇÃO DE UREIA A CALDA DE GLIFOSATO NO
CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS
71
1.0 INTRODUÇÃO
72
disponibilidade do produto, aliada às baixas doses por área e ao preço
considerado baixo dentre os herbicidas (GITTI e outros, 2011).
O glyphosate é um herbicida não seletivo e de ação sistêmica, aplicado
em pós-emergência; atua na inibição da enzima EPSPs (5-
enolpiruvilshikimate-3-fosfoto sintase) (SILVA e outros, 2012), participa da
rota de síntese dos aminoácidos fenilalanina, tirosina e triptofano
(MONQUERO e outros, 2004), inibe síntese de clorofila, estimula a produção
de etileno, reduz a síntese de proteínas e eleva a concentração do ácido 3-indol
acético (IAA) (KRUSE e outros, 2000; GALLI e MONTEZUMA, 2005).
Em razão da importância do glyphosate para a agricultura, têm-se
conduzido muitos estudos sobre o produto, dentre eles, o que investiga o uso
de fertilizante nitrogenado (adjuvantes) associado à calda de pulverização.
Segundo Carvalho e outros (2010), essa associação facilita a penetração foliar
do herbicida, bem como a absorção celular. Nesse sentido, a ureia tem sido
utilizada em aplicações foliares como fonte de nitrogênio e, principalmente,
como agente facilitador da penetração de nutrientes catiônicos, aniônicos e
herbicidas (DURIGAN, 1992).
No entanto, embora se conheça o efeito da interação
nitrogênio/superfície foliar na absorção de herbicidas, não existem
informações sobre o nível de fitointoxicação desse produto como adjuvante
associado à calda de glyphosate. Dessa maneira, são necessários estudos que
visem a estudar os efeitos e/ou interação do glyphosate associado com a ureia,
potencializando a ação do herbicida, assim como a sua eficiência no controle
de plantas daninhas.
Diante do exposto, objetivou-se no presente trabalho avaliar a
eficiência do glyphosate combinado com diferentes concentrações de ureia no
controle de plantas daninhas.
73
1.0 REFERENCIAL TEÓRICO
74
(VASCONCELOS e outros, 2012) e também interferir na operação de colheita
e depreciar a qualidade final do produto colhido.
No entanto, o grau de interferência de plantas daninhas nas culturas
depende das características da comunidade infestante (distribuição, densidade
e composição específica), da própria cultura (cultivar, espaçamento, estádio
de crescimento), das condições edafoclimáticas (clima, relevo, temperatura,
umidade do ar, tipo de solo, precipitação pluvial etc.), da época e duração do
período de convivência entre elas, do ambiente e dos tratos culturais realizados
(PITELLI, 1985; FONTES, 2003).
O custo do controle das plantas daninhas, em termos médios, é de 20-
30% do custo de produção de uma lavoura (VIVIAN, 2011). Em algumas
culturas, como soja e cana-de-açúcar, esse percentual é ainda maior. E, com a
dificuldade de se encontrar mão de obra no campo, o uso de herbicidas tornou-
se uma prática indispensável na agricultura, entretanto são necessários
cuidados técnicos para atingir a máxima eficiência, sem poluir o solo, a água
e os alimentos (SILVA e outros, 2007).
75
No entanto, para se estabelecerem técnicas de controle adequado, é
necessário que sejam feitos levantamentos populacionais das plantas daninhas
presentes nas áreas de interesse, uma vez que um mesmo herbicida não
apresenta espectro de ação eficiente para controlar todas as espécies existentes
na área a ser cultivada (BRIGHENTI, e outros, 2003). Segundo Lima e outros,
(2016), o manejo inadequado de produtos químicos pode causar problemas de
poluição ambiental, elevar os custos da lavoura, contribuir para o
desequilíbrio populacional de plantas daninhas e selecionar plantas
resistentes.
Assim, uma das ferramentas utilizadas para conhecer as plantas
daninhas, seu grau de infestação em áreas agrícolas e também diagnosticar a
interferência de manejo e as práticas agrícolas que atuam em relação à
dinâmica de crescimento e à ocupação da comunidade daninha e compará-las
num determinado tempo e espaço é o levantamento fitossociológico ou estudo
florístico (SALOMÃO e outros, 2012).
A fitossociologia é um dos métodos mais utilizados no
reconhecimento florístico de plantas. Essa metodologia de pesquisa foi
proposta por Mueller-Dombois e Ellemberg (1974). Segundo Pitelli e Neves
(1978), esse estudo florístico é uma ferramenta importante para obter
parâmetros confiáveis da composição da comunidade de plantas de um
determinado nicho, além de adquirir informações botânicas importantes para
adoção correta de estratégias de manejos agrícolas, levando-se em
consideração os ecológicos, econômicos e sociais.
Os estudos fitossociológicos permitem a avaliação da composição da
vegetação e a identificação das espécies mais relevantes que ocorrem em uma
determinada área agrícola e se dão por meio de dados quantitativos, como:
frequência, frequência relativa, densidade, densidade relativa, abundância,
abundância relativa e índice de importância relativa (PITELLI, 2000;
ERASMO e outros, 2004; CARVALHO e outros, 2011).
Segundo Post (1988), existem duas causas para essa distribuição
desuniforme das plantas daninhas nas áreas agrícolas: a primeira refere-se ao
76
processo de dispersão em si; e a segunda, à variabilidade espacial das
condições que regulam a germinação, o que pode causar variações nas
densidades populacionais, mesmo quando as sementes são uniformemente
distribuídas na área. Segundo Albuquerque e outros (2012), a identificação
botânica das plantas daninhas é importante para conhecer como elas se
desenvolvem e se estabelecem em meio à cultura.
Portanto, o conhecimento dessas plantas por meio do estudo florístico
em áreas agrícolas é de fundamental importância para os produtores, visto que
possibilita a utilização de um manejo adequado e eficiente dessas plantas,
mediante os métodos de controles (cultural, mecânico, físico, biológico,
químico ou de manejo integrado), além de permitir o monitoramento constante
de qualquer tipo de mudança da composição daninha, tanto ao nível de
espécies predominantes quanto de biótipos dentro de cada espécie (KUVA e
outros, 2007; OLIVEIRA e FREITAS, 2008).
77
Segundo Vidal (1997), Kruse e outros (2000) e Galli e Montezuma
(2005), o glyphosate, além de paralisar a produção de aminoácidos, atua
também inibindo a síntese de clorofila, estimulando a produção de etileno,
reduzindo a síntese de proteínas e elevando a concentração do IAA (3-ácido
indol acético). Em plantas suscetíveis tratadas com glyphosate, a molécula do
herbicida forma o complexo inativo EPSPs-SHKP-glyphosate, impedindo a
ligação do fosfoenolpiruvato (PEP).
O glyphosate é considerado como móvel no floema e também pode
ser absorvido nas raízes por meio das vias simplástica e apoplástica
(YAMADA e CASTRO, 2007). Sua rápida translocação das folhas para as
raízes, rizomas e meristemas apicais provoca a morte do sistema radicular e
de estruturas reprodutivas de plantas perenes, tais como rizomas, bulbos e
tubérculos, o que resulta no controle eficiente de plantas daninhas anuais e
perenes, de difícil controle (KRUSE e outros, 2000; GALLI e
MONTEZUMA, 2005; YAMADA e CASTRO, 2007).
Entretanto, o glyphosate, quando aplicado, é moderadamente
absorvido pela cutícula e necessita, em média, de seis horas sem chuvas após
a aplicação para haver controle adequado de plantas sensíveis (MONQUERO
e SILVA, 2007). Em geral, esse herbicida atua promovendo sintomas de
fitointoxicação em plantas como cloroses foliares, as quais evoluem para
necroses, murchas e enrolamento das folhas, superbrotação e morte das
plantas em alguns dias ou semanas (VIDAL, 1997; RODRIGUES e
ALMEIDA, 2005; MARCIEL e outros, 2009).
Segundo Martins e outros (2003), o glyphosate possui características
hidrofílicas em sua molécula, sua absorção é lenta devido à presença de uma
cutícula que recobre a superfície dos vegetais. Essa cutícula possui
propriedades apolares e se torna uma barreira à penetração do herbicida; dessa
forma, necessita de maiores períodos a fim de que quantidades letais possam
penetrar, translocar e agir na planta.
A aplicação desse herbicida permite a semeadura de culturas
imediatamente após a aplicação, em função de sua rápida e forte adsorção ao
78
solo. Vale ressaltar que a decomposição microbiana é rápida e as perdas por
volatilização são insignificantes (KRUSE e outros, 2000).
1.4 Ureia
79
amônia (NH3) (ROCHETTE e outros 2013), pois, quando aplicada ao solo,
sofre hidrólise enzimática e libera amônia.
80
sejam prejudiciais em razão da formação de estruturas 2:1 (duas moléculas de
glyphosate para cada cátion) ou 1:1, com significativa alteração estrutural da
molécula (CARVALHO e outros 2009b).
Carvalho e outros (2009b) avaliaram a eficácia e o pH de caldas de
glyphosate após a adição de fertilizantes nitrogenados e constataram maior
eficiência no controle da planta daninha. Segundo Mueller e outros (2006),
isso ocorreu porque a mistura de fontes nitrogenadas, como adjuvantes, à
calda do glyphosate resulta em melhor absorção e translocação das moléculas
do herbicida na fisiologia da planta, além de promover redução nas doses do
produto.
Witte e outros (2002) relataram que a ureia contribui na penetração
cuticular, devido à difusão facilitada dessa molécula e ao rompimento de
ligações éster, éter e di-éter da cutina. Nesse sentido, a ureia tem sido utilizada
em aplicações foliares, como fonte de nitrogênio e, principalmente, como
agente facilitador da penetração de nutrientes catiônicos, aniônicos e
herbicidas (CARVALHO e outros, 2010).
Entretanto, há relatos na literatura de que a penetração da ureia ocorre
com a molécula intacta (YAMADA e outros, 1965). No citoplasma das
células, em presença de uréase, a ureia é rapidamente submetida à conversão
por hidrólise, a qual origina duas moléculas de amônio e consome íons
hidrogênio (CHEN e CHING, 1988); a partir disso, ocorre a hidrólise da ureia,
a qual contribui para a elevação do pH citoplasmático, o que resulta, inclusive,
na possibilidade da perda de nitrogênio na forma de amônia (WITTE e outros,
2002).
Na literatura, há diversos trabalhos que comprovam maior eficácia do
glyphosate quando aplicado com sulfato de amônio. Donald (1988) verificou
que a adição de sulfato de amônio (2,8 kg ha-1) elevou a eficácia e a
consistência do glyphosate no controle de Hordeum jubatum; Jordan e outros
(1997) observaram maior controle de Sida spinosa e Ipomoea hederacea var.
intergriuscula, contudo não houve efeito sobre Senna obtusifolia, Sesbania
exaltata e Echinochloa crus-galli.; e Pratt e outros (2003) avaliaram diversos
81
adjuvantes para controle de Abutilon theophrasti e constataram que nenhum
foi superior ao sulfato de amônio (20 g L-1); Nurse e outros (2008) também
observaram maior controle de Abutilon theophrasti após adição de sulfato de
amônio (20 g L-1) à calda do glyphosate, contudo mínima resposta foi
observada para Amaranthus retroflexus e Chenopodium album.
Segundo Gauvrit (2003), a maior eficácia do herbicida glyphosate em
presença do sulfato de amônio é atribuída à atividade do sulfato (SO42-) como
antagonista de cátions presentes na água, sobretudo Ca2+ e Mg2+. Para
Macisaac e outros (1991), a adição de sulfato de amônio à calda promove
alteração na morfologia das gotas, atrasando ou prevenindo a cristalização do
glyphosate na superfície foliar.
Embora existam diversos trabalhos que avaliaram a eficácia de
glyphosate aplicado com sulfato de amônio e com a mistura de sulfato de
amônio + ureia, com a ureia, foram encontrados poucos trabalhos mostrando
sua eficiência. Diante disso, avaliar a eficácia do glyphosate aliado ao uso de
fertilizante nitrogenado ureia no controle de plantas daninhas é importante
porque pode ser uma alternativa para os produtores para melhorar a eficiência
do herbicida e diminuir custos na produção agrícola.
82
3.2Instalação dos experimentos
83
marcação das parcelas. Cada parcela foi composta por uma área de 10 m2 (2,5
m x 4,0 m), totalizando 100 parcelas.
Antes da aplicação dos tratamentos (setembro de 2018), realizou-se
um levantamento fitossociológico para identificar as principais plantas
daninhas presentes na área e a densidade dessas plantas. O levantamento
consistiu no lançamento aleatório de um quadrado vasado de ferro de 0,5 m x
0,5 m (0,25 m-2) em cada parcela, totalizando assim 100 amostragens.
A cada amostragem, a parte aérea das plantas daninhas foi seccionada
rente ao solo, coletada e separada por espécie em sacos de papel e, em seguida,
levada ao Laboratório de Biotecnologia da UESB, para identificação,
quantificação dos indivíduos e determinação dos parâmetros populacionais
fitossociológicos.
84
As condições climáticas, no momento da aplicação, foram:
temperatura de 24ºC; umidade relativa de 54%; e céu sem nebulosidade e
ventos de 7,1 km h-1. Por ocasião das aplicações, o solo encontrava-se úmido
após irrigação realizada um dia antes da aplicação dos tratamentos.
Na Figura 3.1 encontram-se os dados de temperaturas médias mensais
e precipitação pluviométrica total, referentes ao período de condução do
experimento em campo.
22,6
Precipitação (mm)
25,0 25,0
18,5 19,1
20,0 17,0 20,0
15,0 15,0
11,9
10,0 10,0
5,0 5,2 4,3 5,0
0,0 0,0
Julho Agosto Setembro Outubro
85
Tabela 3.3. Escala de classificação visual usada para avaliar o controle de
plantas daninhas (fitointoxicação). Vitória da Conquista, BA, 2018.
Escala (%) Controle de planta daninha
0 Nenhum sintoma de fitointoxicação
10 Leve descoloração na planta
20 Alguma descoloração na planta
30 Pronunciada, porém não permanente descoloração
40 Geralmente a planta recupera-se
50 Recuperação lenta da planta
60 Não recuperável
70 Grandes perdas na densidade de plantas
80 Planta quase destruída
90 Sobrevivem algumas plantas
100 Morte total da planta
Fonte: Frans e outros (1986)
Além disso, foi avaliada também a massa seca residual aos 28 DAA,
utilizando o mesmo quadrado do levantamento fitossociológico. Para
obtenção da massa seca (aos 28 DAA), foram coletadas plantas daninhas nas
parcelas mediante o lançamento aleatório de uma moldura de ferro de 0,5 m x
0,5 m (0,25 m2). Em cada amostragem, as plantas foram seccionadas (rente ao
solo) e colocadas em sacos de papel devidamente identificadas e, em seguida,
encaminhadas ao Laboratório de Biotecnologia e colocadas em estufa com
circulação forçada de ar para secagem, a 65ºC ± 2, até atingirem a massa
constante. Após a secagem, as amostras foram pesadas em balança de precisão
de 0,001 g.
86
As bandejas foram acondicionadas em ambiente protegido e irrigadas
conforme a necessidade da planta (2 a 3 vezes ao dia). A emergência das
plântulas ocorreu cinco dias após a semeadura (DAS).
O solo utilizado para o preenchimento dos vasos foi proveniente da
camada arável (camada de 0-20 cm) do campo experimental da UESB e
classificado como Latossolo Amarelo Distrófico Típico, com textura franco-
arenosa. Os resultados das análises dos atributos químicos e físicos do solo
encontram-se na Tabela 3.4.
87
estufa, quando as plantas apresentavam de 4 a 8 folhas completamente
expandidas e de 2 a 4 perfilhamentos, utilizando-se um pulverizador costal
pressurizado por CO2, com pressão constante de 2,5 kgf cm-2, equipado com
barra de ponta tipo jato leque XR 110.02, a uma altura de 0,5 m do alvo, e
pulverizando o equivalente a 200 L ha-1 de calda.
Os parâmetros meteorológicos médios no momento da aplicação fora
da estufa foram: umidade relativa de 50,3 %; temperatura de 26ºC; céu sem
nebulosidade e velocidade do vento de 4,1 km h-1. A aplicação foi realizada
simultaneamente nos dois experimentos.
As características avaliadas foram: percentual de controle das plantas
daninhas aos 7, 14, 21 e 28 dias após a aplicação (DAA) e massa seca residual
aos 28 DAA, considerando todas as plantas dos vasos. O controle foi avaliado
seguindo a mesma escala e a mesma metodologia para massa seca, descrita
anteriormente no experimento em campo.
88
Para todos os experimentos, o delineamento adotado foi o em blocos
casualizados (DBC), com 4 repetições. Os tratamentos foram arranjados em
esquema fatorial 4 x 6, sendo quatro doses de glyphosate (360, 720, 1080 e
1440 e. a. ha-1 de produto comercial Roundup Original®), seis concentrações
de ureia (0,0; 1,5; 3,5; 4,5; 6,0; 7,5 g L-1 de calda), totalizando 24 tratamentos.
Na Tabela 3.6 estão apresentados os tratamentos utilizados na preparação das
caldas.
89
Para ambos os experimentos, a calda foi preparada no mesmo dia, e
medido o pH da calda.
3.4 Análises
Levantamento fitossociológico
90
g) Índice de Valor de Importância (IVI): é o somatório das três
variáveis anteriores, frequência relativa + densidade relativa + abundância
relativa, expresso em porcentagem (%). A variável IVI atribui-se
numericamente à importância de uma determinada espécie dentre as plantas
de uma comunidade daninha a que pertencem.
Analise estatística
91
família botânica, com, aproximadamente, 700 gêneros e 10.000 a 11.000
espécies.
A relação de espécies daninhas identificadas na área experimental
antes da aplicação dos tratamentos está apresentada na Tabela 3.7.
92
Tabela 3.7. Relação de espécies identificadas no levantamento fitossociológico na área experimental, com nome científico, família,
nome comum, códigos internacionais e sua classificação botânica. Vitória da Conquista- BA. 2018.
Espécie Família Nome Científico Nome comum Classificação
1 Amaranthaceae Amaranthus hybridus var. patulus Thell Caruru-branco Dicotiledônea
2 Astraea lobata (L.) Klotzsch Café-bravo
Euphorbiaceae Dicotiledônea
3 Euphorbia heterophylla L. Amendoim-bravo
4 Chenopodium giganteum L. Fedegoso
Chenopodiaceae Dicotiledônea
5 Chenopodium album L. Fedegoso
6 Diodia teres Walt Mata-pasto
Rubiaceae Dicotiledônea
7 Richardia brasiliensis Gomes Poaia-branca
8 Acanthospermum hispidum DC. Carrapicho de carneiro
9 Emilia sonchifolia (L.) DC. Falsa-serralha
Asteraceae Dicotiledônea
10 Galinsoga parviflora Botão-de-ouro
11 Parthenium hysterophorus L. Losna-branca
12 Convolvulaceae Ipomoea triloba L. Corda-de-viola Dicotiledônea
13 Brassicaceae Lepidium virginicum L. Mastruz Dicotiledônea
14 Portulacaceae Portulaca oleracea L. Beldroega Dicotiledônea
15 Solanaceae Solanum americanum Mill. Maria-pretinha Dicotiledônea
16 Rhynchelytrum repens (Willd.) Capim-favorito
17 Panicum maximum Jacq. Capim-colonião
18 Eleusine indica (L.) Gaertn Capim-pé-de-galinha
19 Poaceae Digitaria horizantalis Willd. Capim-colchão Monocotiledônea
20 Cynodon dactylon (L.) Pers. Grama-seda
21 Cenchrus echinatus L. Capim-carrapicho
22 Brachiaria plantaginea (Link) Hitchc Capim-marmelada
23 Commelinaceae Commelina benghalensis L. Trapoeraba Monocotiledônea
24 Cyperaceae Cyperus rotundus L. Tiririca Monocotiledônea
93
O levantamento florístico é importante porque permite o
conhecimento sobre as populações e a biologia das plantas daninhas
ocorrentes na área em estudo (MASCARENHAS e outros, 2009), além de
subsidiar na escolha do manejo (controle mais adequado) em determinada
área, recuperação ou conservação dos ecossistemas.
Foram catalogados no total 10.431 indivíduos na área experimental,
sendo 4.658 (44,66 %) de Panicum maximum (colonião), 1.747 (16,75 %) de
Cyperus rotundus (tiririca), 1.156 (11,08 %) de Portulaca oleracea, 831 (7,97
%) de Digitaria horizantalis, 440 (4,22 %) de Lepidium virginicum em
florescimento, 307 (2,94 %) de Commelina benghalensis, 209 (2%) Eleusine
indica, 196 (1,88%) de Parthenium hysterophorus, 191 (1,83 %) de
Chenopodium giganteum, 178 (1,71 %) de Galinsoga parviflora e 169 (1,62
%) Amaranthus hybridus var. Patulus. Vale ressaltar que, para todos os
paramentos calculados, a espécies Panicum maximum obteve os maiores
índices (Tabela 3.8).
A densidade total de plantas daninhas foi estimada em 104,31 plantas
m-2, sendo que o Panicum maximum apresentou 46,58 plantas m-2, Cyperus
rotundus, 17,47 plantas m-2, Portulaca oleracea, 11,56 plantas m-2, Digitaria
horizantalis, 8,31 plantas m-2, Lepidium virginicum, 4,40 plantas m-2,
Commelina benghalensis, 3,07 plantas m-2 e Eleusine indica 2,09 plantas m-2,
Parthenium hysterophorus, 1,96 plantas m-2, Chenopodium giganteum
1,91plantas m-2, Galinsoga parviflora 1,78 plantas m-2 e Amaranthus hybridus
var., 1,69 plantas m-2 (Tabela 3.8).
À medida que se aumentam a densidade m-2 e o desenvolvimento das
plantas daninhas, principalmente as que germinam e emergem no início do
ciclo da cultura, intensifica-se a competição interespecífica e intraespecífica,
de modo que as plantas daninhas mais desenvolvidas tornam-se dominantes e
as demais são suprimidas ou morrem (RADOSEVICH e outros, 1996).
94
Tabela 3.8. Quantidade total de espécies (QTE), % Quantidade total de espécies (%QTE) frequência (F), densidade (D), abundância
(A), Frequência relativa (FR), densidade relativa (DR), abundância relativa (AR) e índice de valor de importância (IVI) das espécies
de plantas daninhas coletadas antes da aplicação dos tratamentos. Vitória da Conquista - BA, UESB, 2018.
Nome científico QTE % QTE F D (plantas m-2) A FR (%) DR (%) AR (%) IVI (%)
Panicum maximum 4.658 44,66 0,99 46,58 47,05 16,36 44,66 20,58 81,60
Cyperus rotundus 1.747 16,75 0,50 17,47 34,94 8,26 16,75 15,28 40,29
Portulaca oleracea 1.156 11,08 0,91 11,56 12,70 15,04 11,08 5,56 31,68
Digitaria horizantalis 831 7,97 0,37 8,31 22,46 6,12 7,97 9,82 23,91
Lepidium virginicum 440 4,22 0,40 4,40 11,00 10,91 2,94 2,03 15,89
Commelina benghalensis 307 2,94 0,66 3,07 4,65 6,61 4,22 4,81 15,64
Eleusine indica 209 2,00 0,22 2,09 9,50 0,66 0,81 9,19 10,65
Parthenium hysterophorus 196 1,88 0,27 1,96 7,26 6,78 1,62 1,80 10,20
Chenopodium giganteum 191 1,83 0,26 1,91 7,35 3,64 2,00 4,16 9,80
Galinsoga parviflora 178 1,71 0,28 1,78 6,36 4,46 1,88 3,18 9,52
Amaranthus hybridus var. Patulus 169 1,62 0,41 1,69 4,12 4,30 1,83 3,21 9,34
Cynodon dactylon 84 0,81 0,04 0,84 21,00 4,63 1,71 2,78 9,12
Solanum americanum 70 0,67 0,14 0,70 5,00 0,50 0,40 6,12 7,02
Richardia brasiliensis 53 0,51 0,10 0,53 5,30 2,31 0,67 2,19 5,17
Cenchrus echinatus 42 0,40 0,03 0,42 14,00 1,65 0,51 2,32 4,48
Emilia sonchifolia 38 0,36 0,12 0,38 3,17 1,98 0,36 1,39 3,73
Chenopodium album 21 0,20 0,08 0,21 2,63 1,32 0,20 1,15 2,67
Acanthospermum hispidum 14 0,13 0,08 0,14 1,75 1,32 0,13 0,77 2,22
Brachiaria plantaginea 12 0,12 0,05 0,12 2,40 0,83 0,12 1,05 1,99
Ipomoea triloba 8 0,08 0,08 0,08 1,00 1,32 0,08 0,44 1,84
Astraea lobata 3 0,03 0,03 0,03 1,00 0,17 0,02 0,87 1,06
Rhynchelytrum repens 2 0,02 0,01 0,02 2,00 0,50 0,03 0,44 0,96
Euphorbia heterophylla 1 0,01 0,01 0,01 1,00 0,17 0,01 0,44 0,61
Diodia teres 1 0,01 0,01 0,01 1,00 0,17 0,01 0,44 0,61
Total Geral 10.431 100 6,05 104,31 228,63 100 100 100 300
95
As espécies que obtiveram menores densidades foram Ipomoea
triloba, com 0,08 plantas m-2, Astraea lobata, com 0,03 plantas m-2, e
Rhynchelytrum repens, Euphorbia heterophylla e Diodia teres, com 0,01
plantas m-2 (Tabela 3.8). Carvalho e Christoffoleti (2008) relataram em seu
trabalho que, mesmo em densidade baixa, a planta pode apresentar elevado
vigor de crescimento inicial, sistema radicular eficiente, dormência das
sementes e ser hospedeira de fitopatógenos, o que causa, assim, prejuízos à
cultura. Entretanto, para Silva e Silva (2007), a baixa densidade é devida ao
fato de algumas espécies apresentarem mecanismos de dormência, visto que
produzem sementes com tegumentos normal e duro.
A espécie Commelina benghalensis, apesar de apresentar índice de
valor de importância baixo (15,89 %) em relação às espécies Panicum
maximum (81,60 %), Cyperus rotundus (40,29 %), Portulaca oleracea (31,68
%) Digitaria horizantalis (23,91%), apresenta grande importância na
agricultura, devido ao fato de provocar perdas significativas de produtividade
em culturas agrícolas.
Segundo Voll e outros (2002), a espécie Commelina benghalensis L.
é a mais importante planta daninha desse gênero no Brasil e na África, uma
vez que provoca perdas significativas de produtividade em culturas agrícolas
e dificulta as operações de colheita.
96
Tabela 3.9. Percentual de controle de planta daninha aos 07, 14, 21 e 28 dias
após a aplicação (DAA) do glyphosate isolado e associado a ureia, em
condições de campo. Vitória da Conquista, 2018.
97
Observou-se que os tratamentos T1 (360 g e.a ha-1 associado a 4,5 g L-
1
) e T10 (720 g e.a ha-1 associado a 4,5 g L-1) obtiveram maiores percentuais
de controle quando comparados com os demais tratamentos utilizando a
mesma dose com outras concentrações de ureia Tabela 3.9).
O resumo da análise de variância para as características pH da calda,
percentual de controle de plantas daninhas, aos 07, 14, 21, 28 dias após
aplicação (DAA), e massa seca residual aos 28 DAA de planta daninha e os
coeficientes de variação está apresentado na Tabela 3.10. Verificou-se efeito
significativo para doses do glyphosate, para concentração de ureia e para a
interação doses de glyphosate x concentração de ureia.
Para Carvalho e outros (2009b), a adição de fontes nitrogenadas à calda
de glyphosate interfere na atividade do herbicida e na facilidade de penetração
cuticular e solubilidade das moléculas, pois herbicidas ácidos fracos, como o
glyphosate, sofrem redução do pH, o que resulta em maior eficiência, devido
às moléculas menos ionizadas atravessarem a cutícula e a membrana
plasmática facilmente. Os autores ainda relatam que também há possibilidade
de que a pulverização com pressurização por CO2 possa alterar a eficácia do
glyphosate, porque a reação CO2 + H2O acidifica a solução.
O coeficiente de variação (C.V) apresentou alteração entre as
características estudadas; foi abaixo de 20 %, o que indica um bom nível de
precisão experimental (Tabela 3.10).
98
Tabela 3.10. Resumo da análise de variância e coeficientes de variação do pH da calda, porcentagem de controle das plantas daninhas
aos 07, 14, 21, 28 dias após aplicação (DAA) e massa seca residual (MSR) aos 28 DAA, utilizando doses de glyphosate isolado e
associado à ureia, no experimento conduzido em campo. Vitória da Conquista-BA. UESB. 2018.
Quadrados Médios
FV GL
pH 07 DAA 14 DAA 21 DAA 28 DAA MSR 28 DAA
Doses de glyphosate (U) 3 2,76** 2920,78** 3205,22** 516,32** 547,00** 211,40**
Concentração de ureia (U) 5 0,24** 83,90** 108,94** 31,11** 18,06** 37,70
G*D 15 0,20** 154,43** 174,42** 48,17** 24,22** 132,70**
Bloco 3 0,01** 1,87 2,30** 3,93 8,32 88,54
Resíduo 69 0,01 15,62 8,67 6,43 3,81 41,32
CV (%) 1,71 9,18 3,73 2,67 2,01 11,35
* = Significativo pelo teste F a 1% de probabilidade;
99
pH da calda de glyphosate isolado e associado à ureia
100
7,5
pH da calda
(A)
5,0
2,5
0,0
360,0 720,0 1080,0 1440,0
Doses de glifosato (g e.a. ha-1)
0,0: Ŷ** = 4,49438 + 0,00366x - 0,000002x2 R² = 78,70
1,5: Ŷ** = 4,48438 + 0,00401x - 0,000002x2 R² = 94,46
3,0: Ŷ** = 4,30500 + 0,00436x - 0,000002x2 R² = 93,29
4,5: Ŷ** = 4,62375 + 0,00367x - 0,000002x2 R² = 91,39
6,0: Ŷ** = 5,73875 + 0,00154x - 0,000001x2 R² = 96,74
7,5: ns
(B) 7,5
pH da calda
5,0
2,5
0,0
0,0 1,5 3,0 4,5 6,0 7,5
Concentração de ureia (g L-1)
101
Percentual de controle aos 7 dias após aplicação (DAA)
102
60,0
Controle de
40,0
20,0
0,0
360,0 720,0 1080,0 1440,0
Doses de glifosato (g e.a. ha-1)
0,0: Ŷ** = 50,41313 - 0,05647x + 0,00004x2 R² = 98,57
1,5: Ŷ** = 20,41750 + 0,026619x2 r² = 72,24
3,0: Ŷ** = ns
Ŷ** = 28,58125 + 0,015535x r² = 89,69
4,5: Ŷ** = -10,93813 + 0,09780x - 0,00004x2 R² = 99,26
6,0: Ŷ** = 21,67000 + 0,024244x r² = 89,95
7,5: ns
60,0
plantas daninhas (%)
(B)
40,0
Controle de
20,0
0,0
0,0 1,5 3,0 4,5 6,0 7,5
Concentração de ureia (g L-1)
360,0: ns
720,0: ns
1080,0: Ŷ* = 41,63777 + 7,47585x - 0,872996x2 R² = 84,3
1440,0: Ŷ* = 56,99893 - 2,95852x + 0,36857x2 R² = 84,5
103
1
de glyphosate, e de 89,48 % e 93,58 % de controle, nas concentrações 4,5 e
7,0 g L-1 de ureia à calda, na dose 1440 g e. a. ha-1 de glyphosate (Figura 3.4A).
Entretanto, esses resultados não corroboraram Concenço e Machado
(2011), que, trabalhando com eficiência de compostos nitrogenados como
adjuvantes ao glyphosate no controle de capim-Mombaça, verificaram que,
aos 14 DAA, a semelhança entre tratamentos ainda se manteve na menor dose
de glyphosate (2 L ha-1), com média absoluta de controle de 13,32 %. Na maior
dose de glyphosate (4 L ha-1) com ureia, obteve-se maior resultado, 31,90 %.
plantas daninhas (%)
100,0
(A) 80,0
Controle de
60,0
40,0
20,0
0,0
360,0 720,0 1080,0 1440,0
Doses de glifosato (g e.a. ha-1)
0,0: Ŷ** = - 2,70813 + 0,16771x - 0,00008x2 R² = 89,55
1,5: Ŷ** = 51,18688 + 0,05172x - 0,00002x2 R² = 85,78
3,0: Ŷ** = 65,04250 + 0,01938x r² = 97,62
4,5: Ŷ** = 47,02688 + 0,05828x - 0,00002x2 R² = 77,33
6,0: Ŷ** = 41,58563 + 0,07037x - 0,00003x2 R² = 82,86
7,5: Ŷ* = 63,00063 + 0,00252x + 0,00001x2 R2 = 95,87
100,0
plantas daninhas (%)
(B) 80,0
Controle de
60,0
40,0
20,0
0,0
0,0 1,5 3,0 4,5 6,0 7,5
Concentração de ureia (g L-1)
104
Para o desdobramento da interação dose glyphosate em função de
concentração de ureia, verificou-se que somente a dose 720 g e. a. ha-1 de
glyphosate não apresentou modelo de regressão. Enquanto que, a 360 g e. a.
ha-1 de glyphosate sem adição de ureia e a 1080 g e. a. ha-1 de glyphosate com
adição de 1,5 g L-1 de ureia, apresentaram-se modelos quadráticos, com pontos
máximos de controle de 69,75 % e de 85,69 %, respectivamente. A dose 1440
g e. a. ha-1 apresentou efeito linear crescente, com aumento de 21,70 % no
controle de plantas daninhas (Figura 3.4B).
105
foi o controle de percentagem de plantas daninhas. Segundo Green e Cahill
(2003), esse resultado ocorreu porque a adição de fontes nitrogenadas à calda
de glyphosate pode causar acidificação do meio e o pH da calda interfere na
atividade do herbicida e na facilidade de penetração cuticular e solubilidade
das moléculas. Para as doses 360, 1080 e 1440 g e. a. ha-1 de glyphosate, não
foram encontrados modelos de regressão.
plantas daninhas (%)
100,0
(A)
Controle de
90,0
80,0
360,0 720,0 1080,0 1440,0
Doses de glifosato (g e.a. ha-1)
0,0: Ŷ** = 68,49813 + 0,054193x - 0,00002x2 R² = 97,78
1,5: Ŷ** = 76,7050 + 0,041885x - 0,00002x2 R² = 92,87
3,0: Ŷ** = 89,79375 + 0,00685x r² = 95,20
4,5: Ŷ** = 65,85438 + 0,05941x - 0,00003x2 R² = 90,83
6,0: Ŷ** = 73,02125 + 0,04811x - 0,00002x2 R² = 94,56
7,5: Ŷ** = 101,04000 - 0,03023x + 0,00002x2 R² = 76,82
plantas daninhas (%)
100,0
(B)
Controle de
90,0
80,0
0,0 1,5 3,0 4,5 6,0 7,5
Concentração de ureia (g L-1)
360,0: ns
720,0: Ŷ** = 95,55973 + 2,78717x - 0,48677x2 R2 = 92,26
1080,0: ns
1440,0: ns
106
Resultados diferentes foram encontrados por Carvalho e outros (2012),
em estudo com pulverização de glyphosate utilizando solução de ureia
associado a sulfato de amônio, no qual observaram que, aos 21 DAA, não
houve incremento de controle para aplicação de glyphosate com solução de
ureia (U) e a eficácia foi igual à menor dose de glyphosate (540 g e.a ha -1)
aplicada com água.
107
plantas daninhas (%)
100,0
(A)
Controle de
90,0
80,0
360,0 720,0 1080,0 1440,0
Doses de glifosato (g e.a. ha-1)
0,0: Ŷ** = 61,49813 + 0,07077x - 0,00003x2 R² = 93,39
1,5: Ŷ** = 76,08500 + 0,04446x - 0,00002x2 R² = 92,99
3,0: Ŷ** = 84,68563 + 0,02409x - 0,000009 R² = 95,59
4,5: Ŷ** = 78,27313 + 0,04121x - 0,00002x2 R² = 91,46
6,0: Ŷ** = 77,81313 + 0,04172x - 0,00002x2 R² = 94,76
7,5: Ŷ** = 94,16625 + 0,00414x r² = 80,65
(B)
plantas daninhas (%)
100,0
Controle de
90,0
80,0
0,0 1,5 3,0 4,5 6,0 7,5
Concentração de ureia (g L-1)
360,0: Ŷ** = 84,79738 + 1,34281x r2 = 89,68
720,0: ns
1080,0: ns
1440,0: ns
108
ureia. Para as demais concentrações, não foi encontrado modelo de regressão
(Figura 3.7A).
No desdobramento da interação dose de glyphosate em função das
concentrações de ureia, foi possível verificar que houve efeito apenas para a
dose 1440 g e.a. ha-1. Ainda foi possível observar que a dose apresentou efeito
quadrático com ponto máximo de massa seca residual de 58,20 %, quando
associada à concentração 3,0 g L de ureia a calda. Posteriormente, houve uma
redução de 17,42 % de massa seca de residual até a concentração de ureia 7,5
g L-1 de calda. Para as doses 360, 720 e 1440 g e.a. ha-1, não foi encontrado
modelo de regressão (Figura 3.7B).
70,0
plantas daninha (g)
60,0
(A)
MSR de
50,0
40,0
360,0 720,0 1080,0 1440,0
Doses de glifosato (g e.a. ha-1)
0,0: Ŷ** = ns
1,5: Ŷ** = ns
3,0: Ŷ** = ns
4,5: Ŷ** = 48,57500 + 0,01033x r² = 90,75
6,0: Ŷ** = ns
7,5: Ŷ** = 4,91313 + 0,13472x - 0,00007x2 R² = 98,17
(B)
70,0
plantas daninhas (g)
60,0
MSR de
50,0
40,0
0,0 1,5 3,0 4,5 6,0 7,5
Figura 3.7. Estimativa da massa seca residual (MSR) de plantas daninhas, aos
28 dias após a aplicação (DAA), da concentração de ureia em função de doses
de glyphosate (A) e do desdobramento doses de glyphosate em função da
109
concentração de ureia (B), do experimento conduzido em campo. Vitória da
Conquista-BA, UESB, 2018.
110
Tabela 3.11. Resumo da análise de variância e coeficientes de variação do pH da calda, porcentagem de controle do capim Panicum
maximum e Brachiaria decumbens aos 07, 14, 21, 28 dias após aplicação (DAA) e massa seca residual (MSR) aos 28 DAA, utilizando
doses de glyphosate isolado e associado à ureia, no experimento conduzido em estufa. Vitória da Conquista-BA. UESB, 2018.
Quadrados Médios
FV GL Panicum maximum
pH1 07 DAA 14 DAA 21 DAA 28 DAA MSR 28 DAA
Doses de glyphosate (U) 3 0,75** 1568,92** 1408,10** 21,52** 6,06** 3,35**
Concentração de ureia (U) 5 0,06** 309,83** 32,04 3,48 1,21 0,24**
G*U 15 0,02** 98,15** 72,13* 3,65 1,19 0,11**
Bloco 3 0,00 20,05* 141,95** 3,13 0,62 0,03
Resíduo 69 0,00 7,12 32,68 2,12 0,76 0,04
CV (%) 0,63 7,47 6,32 1,46 0,87 13,39
Brachiaria decumbens
1
FV GL pH 07 DAA 14 DAA 21 DAA 28 DAA MSR 28 DAA
Doses de glyphosate (U) 3 - 918,27** 14054,85** 3076,96** 166,59** 7,26**
Concentração de ureia (U) 5 - 22,41** 385,04** 225,35** 25,68** 1,04**
G*U 15 - 62,60** 180,91** 155,35** 23,52** 0,34**
Bloco 3 - 2,82 30,22 12,92 1,81 0,10
Resíduo 69 - 1,59 12,92 9,87 0,80 0,09
CV (%) - 8,78 5,23 3,36 0,91 20,98
1 – O pH é igual para os dois experimentos, devido à aplicação ter sido realizada no mesmo dia e hora.
** = Significativo pelo teste F, a 1 % de probabilidade; * = Significativo pelo teste F, a 5 % de probabilidade.
111
pH da calda de glyphosate isolado e associado à ureia
112
7,5
pH da calda
(A) 5,0
2,5
0,0
360,0 720,0 1080,0 1440,0
Doses de glifosato (g e.a. ha-1 )
0,0: Ŷ** = 5,16000 + 0,00146x - 0,000001x2 R² = 96,58
1,5: Ŷ* = 5,68188 + 0,00056x - 0,000001x2 R² = 77,55
3,0: Ŷ** = 5,51750 + 0,00085x - 0,000001x2 R² = 82,52
4,5: Ŷ** = 5,50938 + 0,00079x - 0,000001x2 R² = 89,93
6,0: Ŷ** = 5,63875 + 0,00071x - 0,000001x2 R² = 1,00
7,5: Ŷ* = 5,89938 + 0,00009x + 0,000001x2 R² = 99,96
ns
7,5
(B)
pH da calda
5,0
2,5
0,0
0,0 1,5 3,0 4,5 6,0 7,5
Concentração de ureia (g L-1)
Ŷ** = 5,66048 + 0,03510x r2 = 64,98
360,0: Ŷ** = 6,00071 + 0,03417x - 0,00421x2 R2 = 60,18
720,0: Ŷ** = 6,04277 - 0,02086x + 0,00542x2 R2 = 92,44
1080,0: Ŷ** = 6,13917 + 0,02067x r2 = 69,43
113
de ureia (1,5, 3,0; 4,5; e 6,0 g L-1 de calda), ao modelo quadrático. O ponto
mínimo de controle (6,19 %) foi obtido na concentração de ureia 3,0 g L-1 de
calda, na dose 360 g e.a. ha-1 de glyphosate, e os máximos (21,62 %, 21,10%
e 17,67 %), obtidos nas concentrações 3,0, 4,5 e 6,0 g L-1 de ureia, na dose
1080 g e.a. ha-1 de glyphosate (Figura 3.9B).
No desdobramento da interação dose de glyphosate em função das
concentrações de ureia aos 7 DAA (Figura 3.9B), observou-se que, para a
espécie Panicum maximum, as doses 360 e 1080 g e.a. ha-1 de glyphosate
apresentaram efeito quadrático, sendo o máximo de controle de 36,31 %
(concentração de ureia 4,5 g L-1 de calda) e o mínimo de 30,54 %
(concentração de ureia 1,5 g L-1 de calda), respectivamente. Para a dose 720 g
e.a. ha-1 de glyphosate, não foi encontrado modelo de regressão, e, para a dose
1440 g e.a. ha-1 de glyphosate, o modelo foi linear crescente, com um aumento
de 17,52 % no controle de plantas daninhas quando comparado à mesma dose
sem adição de ureia (Figura 3.9C).
Para a espécie Brachiaria decumbens, observou-se que as doses 360,
720 e 1080 g e.a. ha-1 de glyphosate ajustaram-se ao modelo quadrático, com
ponto mínimo de 4,95% (concentração de ureia 0,0 g L-1 de calda) e máximo
de 12,73 % (concentração de ureia 3,0 g L-1 de calda) e 24,31 % (concentração
de ureia 7,5 g L-1 de calda), respetivamente. Para a dose 1440 g e.a. ha-1 de
glyphosate, ajustou-se ao modelo linear decrescente, com redução de 1,1 %
para cada grama de produto acrescido por hectare. Esse decréscimo
representou uma redução total no controle de plantas daninhas de 31,47 % até
a concentração de ureia 7,5 g L-1 de calda. (Figura 3.9D)
Provavelmente, essa diferença de controle aos 7 DAA pode ser
atribuída à característica morfofisiológica das duas espécies, que faz com que
uma seja mais suscetível que a outra ao glyphosate e/ou ao pouco tempo de
exposição da planta ao glyphosate, pois, segundo o fabricante do produto
Roundup original, a eficiência do produto começa a ser visualizada entre o
quarto dia e o décimo dia após a aplicação.
114
Brachiaria (%)
(A) (B) 60,0
Controle de
Panicum (%)
60,0
Controle de
40,0 40,0
20,0 20,0
0,0 0,0
360,0 720,0 1080,0 1440,0 360,0 720,0 1080,0 1440,0
Doses de glifosato (g e.a. ha-1 ) Doses de glifosato (g e.a. ha-1 )
0,0: Ŷ* = - 3,02250 + 0,04721x - 0,00001x2 R² = 95,11 0,0: Ŷ** = - 0,49875 + 0,01567x r² = 99,61
1,5: Ŷ* = 18,12500 + 0,016598x r² = 85,18 1,5: Ŷ** = 8,47688 - 0,01169x + 0,00002x R² = 90,05
3,0: Ŷ** = 48,44063 - 0,053655x + 0,00004x2 R² = 91,52 3,0: Ŷ** = - 15,53875 + 0,06566x - 0,00003x2 R² = 92,63
4,5: Ŷ** = 52,56063 - 0,05878x + 0,00004x2 R² = 96,27 4,5: Ŷ** = - 9,70655 + 0,04574x - 0,00002x2 R² = 95,94
6,0: Ŷ* = 34,85813 - 0,00865x + 0,00001x2 R² = 87,02 6,0: Ŷ** = 1,14438 + 0,02571x - 0,00001x2 R² = 54,95
7,5: Ŷ* = 31,41438 - 0,00377x + 0,00001x2 R² = 91,07 7,5: ns
Brachiaria (%)
60,0
Panicum (%)
Controle de
Controle de
40,0 40,0
20,0 20,0
0,0
0,0
0,0 1,5 3,0 4,5 6,0 7,5
0,0 1,5 3,0 4,5 6,0 7,5
Concentração de ureia (g L-1) Concentração de ureia (g L-1)
Ŷ** = 11,47188 + 9,33905x - 0,87780x2
360,0: Ŷ** = 5,43795 - 0,60176x + 0,18585x 2
360,0: R² = 98,84 2 R² = 83,46
720,0: ns Ŷ** = 10,38777 + 1,32935x - 0,18911x R² = 53,81
1080,0: Ŷ* = 32,08196 - 1,77063x + 0,50782x2 R² = 91,42 720,0: Ŷ* = 13,74250 + 2,04881x - 0,08524x2 R² = 50,95
1440,0: Ŷ* = 42,75845 + 1,11252x r² = 82,87 1080,0: Ŷ** = 23,42845 - 1,10314x r² = 85,61
Figura 3.9. Estimativa do percentual de controle aos 7 dias após a aplicação (DAA), das espécies Panicum maximum e da Brachiaria
decumbens, da concentração de ureia em função de doses de glyphosate (A e B) e do desdobramento de doses de glyphosate em função
da concentração de ureia (C e D), do experimento conduzido em estufa. Vitória da Conquista, UESB, 2018.
115
Percentual de controle aos 14 dias após aplicação (DAA)
116
éter e di-éter da cutina, o que contribui para a maior absorção do glyphosate,
devido ao aumento dos espaços de entrada.
Avaliando as doses de glyphosate em função das concentrações de
ureia no percentual de controle do Panicum maximum aos 14 DAA, verificou-
se que houve efeito quadrático na dose 360 g e. a. ha-1, com ponto máximo de
83,47 %, na concentração de ureia 1,5 g L-1. Esse acréscimo até o ponto
máximo foi de 9,46 %, com posterior redução de 9,64 % até a concentração
de ureia 7,5 g L-1. Para as demais doses (720, 1080 e 1440 g e. a. ha-1), não foi
encontrado modelo de regressão. Esse resultado mostra que a menor dose teve
um controle satisfatório, visto que atingiu mais de 80 % de controle de planta
daninha (Figura 3.10C).
Para o percentual de controle da Brachiaria decumbens, observou-se
que todas as doses (360, 720 e 1080 g e. a. ha-1) ajustaram-se ao modelo
quadrático, exceto a dose 1440 g e. a. ha-1, que ajustou-se ao modelo linear
decrescente. Os pontos mínimos de percentual de controle nas doses 360 e 720
g e. a. ha-1 foram de 32,69 % e 49,81 %, enquanto que, na dose 1080 g e. a.
ha-1, o ponto máximo de controle foi de 89,04 % (Figura 3.10D).
De modo geral, independente da dose de glyphosate, as concentrações
de ureia elevaram o percentual de controle das duas espécies, principalmente
na dose 360 g e.a. ha-1 de glyphosate. Resultados semelhantes foram
encontrados por Durigan (1992), que constatou que a adição de ureia (0,2 %
em 500,0 L ha-1 de calda) proporcionou redução na dose 360,0 g e.a. ha-1 de
glyphosate, para controle de P. maximum. Carvalho e outros (2008) também
constataram que a adição de ureia (6,0 g L-1 de calda) melhorou o controle de
trapoeraba, na dose de 360,0 g e.a. ha-1 de glyphosate.
117
(B)
Panicum (%)
Controle de
Brachiaria (%)
(A) 100,0 100,0
Controle de
80,0 80,0
60,0 60,0
40,0
20,0 40,0
360,0 720,0 1080,0 1440,0 20,0
Doses de glifosato (g e.a. ha-1) 360,0 720,0 1080,0 1440,0
Doses de glifosato (g e.a. ha-1)
0,0: Ŷ** = 60,55625 + 0,05875x - 0,00002x2 R² = 63,97 0,0:
Ŷ** = 9,24875 + 0,05857x r² = 99,49
1,5: Ŷ* = 83,95750 + 0,00857x r² = 70,33 1,5:
Ŷ** = 18,41625 + 0,05486x r² = 95,86
3,0: Ŷ** = 82,12500 + 0,011087x r² = 84,70 3,0:
Ŷ** = -3,41938 + 0,11654x - 0,00004 R² = 99,06
4,5: Ŷ** = 74,74875 + 0,01782x r² = 95,82 4,5:
Ŷ** = -12,32813 + 0,13892x - 0,00005x2 R² = 98,69
6,0: Ŷ* = 53,10000 + 0,06882x - 0,00003x2 R² = 87,98 6,0:
Ŷ** = -26,54000 + 0,20240x - 0,00009x2 R² = 99,97
7,5: Ŷ* = 57,25125 + 0,05778x - 0,00002x2 R² = 99,90 7,5:
Ŷ** = 7,06188 + 0,14170x - 0,00006x2 R² = 98,9 5
Brachiaria (%)
100,0
(D)
Controle de
(B) 100,0
Panicum (%)
Controle de
80,0 80,0
60,0 60,0
40,0 40,0
20,0 20,0
0,0 1,5 3,0 4,5 6,0 7,5 0,0 1,5 3,0 4,5 6,0 7,5
Concentração de ureia (g L-1) Concentração de ureia (g L-1)
360,0: Ŷ** = 78,98911 + 3,09663x - 0,53496x2 R² = 56,91 360,0: Ŷ** = 34,67768 - 1,90485x + 0,45758x2 R² = 58,09
720,0: ns 720,0: Ŷ** = 49,80473 +1,611958x+0,33998x2 R² = 95,34
1080,0: ns 1080,0:Ŷ* = 76,33107 + 7,16669x - 0,34135x2 R² = 84,41
1440,0: ns 1440,0:Ŷ** = 93,69571 - 0,98886x r² = 78,92
**Significativo, a 1% de probabilidade, pela análise de variância da Regressão; *Significativo, a 5% de probabilidade, pela análise de variância da Regressão; ns = não significativo.
Figura 3.10. Estimativa do percentual de controle aos 14 dias após a aplicação (DAA), das espécies Panicum maximum e da Brachiaria
decumbens, da concentração de ureia em função de doses de glyphosate (A e B) e do desdobramento de doses de glyphosate em função
da concentração de ureia (C e D), do experimento conduzido em estufa. Vitória da Conquista, UESB, 2018.
118
Percentual de controle aos 21 dias após aplicação (DAA)
119
(A) (B)
Brachiaria (%)
100,0
Controle de
100,0 80,0
Panicum (%)
Controle de
80,0 60,0
60,0 40,0
360,0 720,0 1080,0 1440,0
40,0 Doses de glifosato (g e.a. ha-1)
360,0 720,0 1080,0 1440,0 Ŷ** = 13,37563 + 0,153220x - 0,00007x2 R² = 96,94
0,0:
Doses de glifosato (g e.a. ha-1) 1,5: Ŷ** = 15,85188 + 0,156960x - 0,00007x2 R² = 93,92
3,0: Ŷ** = 64,06188 + 0,061140x - 0,00003x2 R² = 99,52
4,5: Ŷ** = 60,75250 + 0,070410x - 0,00003x2 R² = 97,71
Ŷ** = 95,73938 + 0,00810x - 0,000004x2 R² = 93,85
6,0: Ŷ** = 69,75063 + 0,057590x - 0,00003x2 R² = 93,77
7,5: Ŷ** = 72,99438 + 0,051677x - 0,00003x2 R² = 93,33
(C) (D)
100,0
Brachiaria (%)
Controle de
Panicum (%)
100,0
Controle de
80,0
80,0
60,0
60,0
40,0
40,0 0,0
1,5 3,0 4,5 6,0 7,5
0,0 1,5 3,0 4,5 6,0 7,5 Concentração de ureia (g L-1)
360,0:
Concentração de ureia (g L-1) Ŷ** = 56,54696 + 8,43863x - 0,56623x2 R2 = 90,28
720,0: Ŷ** = 94,85595 + 0,70486x r2 = 66,93
1080,0: ns
1440,0: ns
Figura 3.11. Estimativa do percentual de controle aos 21 dias após a aplicação (DAA), das espécies Panicum maximum e da Brachiaria
decumbens, da concentração de ureia em função de doses de glyphosate (A e B) e do desdobramento de doses de glyphosate em função
da concentração de ureia (C e D), do experimento conduzido em estufa. Vitória da Conquista, UESB, 2018.
120
Percentual de controle aos 28 dias após aplicação (DAA)
121
(A) (B)
Brachiaria (%)
100,0 100,0
Controle de
Panicum (%)
Controle de
90,0 90,0
80,0 80,0
360,0 720,0 1080,0 1440,0 360,0 720,0 1080,0 1440,0
Doses de glifosato (g e.a. ha-1)
Doses de glifosato (g e.a. ha-1) 0,0: Ŷ** = 75,27188 + 0,04621x - 0,00002x2 R² = 94,25
1,5: Ŷ** = 74,49625 + 0,04880x - 0,00002x2 R² = 93,33
3,0: Ŷ** = 88,18750 + 0,02260x - 0,00001x2 R² = 93,33
4,5: Ŷ** = 96,06250 + 0,00754x - 0,000003x2 R² = 93,33
Ŷ** = 97,69719 + 0,00444x - 0,000002x2 R² = 93,58 6,0: Ŷ** = 96,06250 + 0,00754x - 0,000003x2 R² = 93,33
7,5: Ŷ** = ns
(C)
Brachiaria (%)
(D) 100,0
Controle de
100,0
Panicum (%)
Controle de
90,0
90,0
80,0
80,0 0,0 1,5 3,0 4,5 6,0 7,5
0,0 1,5 3,0 4,5 6,0 7,5
Concentração de ureia (g L-1)
Concentração de ureia (g L-1) Ŷ** = 87,49946 + 2,68968x - 0,140498x2 R2 = 91,10
360,0: ns
720,0: ns
1080,0: ns
Figura 3.12. Estimativa do percentual de controle aos 28 dias após a aplicação (DAA), das espécies Panicum maximum e da Brachiaria
decumbens, da concentração de ureia em função de doses de glyphosate (A e B) e do desdobramento de doses de glyphosate em função
da concentração de ureia (C e D), do experimento conduzido em estufa. Vitória da Conquista, UESB, 2018.
122
Massa Seca residual aos 28 dias após aplicação (DAA)
123
acrescido por hectare, ou seja, uma redução de massa seca de 30,28 g até a
concentração de ureia 7,5 g L-1. Para as demais, não foi encontrado modelo de
regressão (Figura 3.13D).
124
3,0 3,0
(A) (B)
Panicum (g)
Brachiaria (g)
MSR de
2,0 2,0
MSR de
1,0 1,0
0,0 0,0
360,0 720,0 1080,0 1440,0 360,0 720,0 1080,0 1440,0
Doses de glifosato (g ha-1 e.a) Doses de glifosato (g ha-1 e.a)
0,0: Ŷ** = 3,07125 - 0,00287 + 0,000001x2
R² = 97,99 0,0: Ŷ** = 4,755000 - 0,00552x + 0,000002x2 R² = 99,23
1,5: Ŷ** = 3,810625 - 0,004055x + 0,000002x2 R² = 94,96 1,5: Ŷ** = 4,57313 - 0,00525x + 0,000002x2 R² = 99,40
3,0: Ŷ** = 2,04125 - 0,00065x r² = 97,55 3,0: Ŷ** = 3,3500 - 0,003296x + 3,35000x2 R² = 99,92
4,5: Ŷ** = 1,82875 - 0,00052x r² = 75,49 4,5: Ŷ** = 1,9300 - 0,00067x r² = 91,60
6,0: Ŷ** = 1,92625 - 0,00059x r² = 95,01 6,0: Ŷ** = 1,71000 - 0,000570x r² = 90,41
7,5: Ŷ** = 2,01750 - 0,00071x r² = 96,56 7,5: Ŷ** = 1,95875 - 0,00081x r² = 89,5
(C)
Brachiaria (g)
3,0 3,0
MSR de
(D)
Panicum (g)
2,0 2,0
MSR de
1,0 1,0
0,0
0,0 0,0 1,5 3,0 4,5 6,0 7,5
0,0 1,5 3,0 4,5 6,0 7,5
Concentração de ureia (g L-1) Concentração de ureia (g L-1)
360,0: Ŷ** = 2,33031 - 0,08863x r² = 52,99 360,0: Ŷ** = 3,25911 - 0,43675x + 0,02901x2 R2 = 89,37
720,0: ns 720,0: Ŷ** = 1,78536 - 0,070095x r2 = 95,54
1080,0: ns 1080,0: ns
1440,0: ns 1440,0: ns
Figura 3.13. Estimativa da massa seca residual (MSR) aos 28 dias após a aplicação (DAA), das espécies Panicum maximum e da
Brachiaria decumbens, da concentração de ureia em função de doses de glyphosate (A e B) e do desdobramento de doses de glyphosate
em função da concentração de ureia (C e D), do experimento conduzido em estufa. Vitória da Conquista, UESB, 2018.
125
5.0 CONCLUSÕES
126
REFERÊNCIAS
127
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1988.
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135