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MANEJO ALIMENTAR DE PEIXES EM VIVEIROS
Para se obter sucesso na piscicultura é fundamental a administração de uma
alimentação adequada aos peixes. A alimentação tem efeito direto na sobrevivência, no crescimento e na produção. Existem dois tipos de alimentos: Natural e Artificial. Os alimentos naturais são aqueles produzidos no viveiro e que são consumidos pelos peixes. Exemplos de alimentos naturais:
Todos os organismos que vivem em um viveiro, direta ou indiretamente,
participam da produção de carne de peixe. Os alimentos artificiais são as rações balanceadas para peixes ou similares, extrusadas, peletizadas ou em pó e todos os subprodutos agropecuários locais que o piscicultor possa oferecer aos peixes, a exemplo de raízes, grãos e farelos, verduras, legumes e frutas. Os peixes crescem mais rapidamente quando há disponibilidade de alimentos. O crescimento pode paralisar quando há escassez de alimentos, sejam eles naturais ou artificiais. O alimento artificial deve ser administrado diariamente numa quantidade de acordo com a biomassa do animal, dividido em no mínimo duas refeições, durante pelo menos 5 dias na semana, de preferência no mesmo local e nas mesmas horas do dia (pela manhã e final da tarde). A quantidade de alimento a ser administrado é calculada através da biometria mensal de uma amostra da população de peixes de um viveiro, que são capturados através da utilização de rede ou tarrafa. Quando da utilização de subprodutos na alimentação, o piscicultor deve observar a quantidade ofertada e a quantidade consumida, de modo que não haja excesso de alimento artificial no viveiro de um dia para o outro, pois o acúmulo de matéria orgânica traz mais desvantagens do que vantagens. A forma de preparo dos alimentos e a sua distribuição são fatores importantes. Para pós-larvas e alevinos a ração, em forma de farinha, deve ser distribuída ao longo das margens dos viveiros. Para peixes de 10 a 50 gramas, as raízes, grãos, verduras, frutas e sementes devem ser oferecidas em pequenos pedaços de modo que o peixe possa abocanhar. Uma boa prática é deixar as sementes, raízes e grãos de molho pelo menos 24 horas antes da distribuição. Alimentação do animal é bem semelhante a dos humanos, uma vez que, deve conter proteínas; carboidratos, lipídios e vitaminas. Quando eles são pequenos, há uma necessidade de maior teor de proteínas para que um bom desenvolvimento e crescimento. Se ela for insuficiente ou não tiver boa estabilidade, a produção e o desenvolvimento dos peixes serão prejudicados. A ração pode variar, como também, seus componentes e quantidade. Não há quantidade estabelecida por animal, mas ela dependerá da quantidade de biomassa, que é o número de massa dos peixes contida no tanque ou nas gaiolas. Os componentes mais utilizados nas rações são: farinha de peixe; de carne; de sangue; de ossos; de penas hidrolisadas; de arroz; óleo vegetal; cloreto de sódio; farelo de soja; de trigo e milho integral moído. Dentre os diversos aspectos relacionados à piscicultura, aqueles envolvidos com a alimentação vêm sendo amplamente discutidos, principalmente por representarem cerca de 70% dos custos de produção em sistema de cultivo intensivo. Em relação à criação de peixes, este problema é geralmente mais grave. Isto porque suas exigências proteicas são maiores quando comparadas às demais espécies. Torna-se necessário, então, uma ração rica em proteína, o que aumenta ainda mais os custos de produção. Portanto, o fornecimento de alimento adequado em quantidade e qualidade é importante para o sucesso econômico da piscicultura. É importante o conhecimento dos hábitos alimentares dos peixes para a adequação da ração a ser fornecida. O hábito alimentar nos fornece uma ideia das necessidades nutricionais de cada espécie. Por exemplo: peixes carnívoros aproveitam melhor os alimentos de origem animal, necessitando de maior conteúdo proteico na ração quando criados em cativeiro. Além disso, normalmente costumam não aproveitar bem alimentos de origem vegetal; peixes onívoros e herbívoros são menos exigentes em conteúdo proteico e aproveitam bem uma variedade maior de alimentos. O manejo alimentar, portanto, deve levar em consideração os hábitos do animal, o sistema de cultivo, a produtividade natural, as condições climáticas, o manuseio do alimento, entre outros aspectos.
TABELA 1: Arraçoamento de peixe em sistema intensivo de criação de acordo
com a fase de crescimento.
*PV = Peso vivo / *PB = Proteína bruta
TABELA 2: Arraçoamento de peixe em sistema intensivo de criação de acordo