Aula 4 - Manejo Alimentar de Peixes

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MANEJO ALIMENTAR DE PEIXES EM VIVEIROS

Para se obter sucesso na piscicultura é fundamental a administração de uma


alimentação adequada aos peixes. A alimentação tem efeito direto na sobrevivência, no
crescimento e na produção. Existem dois tipos de alimentos: Natural e Artificial.
Os alimentos naturais são aqueles produzidos no viveiro e que são consumidos
pelos peixes. Exemplos de alimentos naturais:

- Fitoplâncton - algas
- Zooplâncton - microrganismos animais
- Matéria orgânica

Todos os organismos que vivem em um viveiro, direta ou indiretamente,


participam da produção de carne de peixe.
Os alimentos artificiais são as rações balanceadas para peixes ou similares,
extrusadas, peletizadas ou em pó e todos os subprodutos agropecuários locais que o
piscicultor possa oferecer aos peixes, a exemplo de raízes, grãos e farelos, verduras,
legumes e frutas. Os peixes crescem mais rapidamente quando há disponibilidade de
alimentos. O crescimento pode paralisar quando há escassez de alimentos, sejam eles
naturais ou artificiais.
O alimento artificial deve ser administrado diariamente numa quantidade de
acordo com a biomassa do animal, dividido em no mínimo duas refeições, durante pelo
menos 5 dias na semana, de preferência no mesmo local e nas mesmas horas do dia
(pela manhã e final da tarde). A quantidade de alimento a ser administrado é calculada
através da biometria mensal de uma amostra da população de peixes de um viveiro,
que são capturados através da utilização de rede ou tarrafa.
Quando da utilização de subprodutos na alimentação, o piscicultor deve observar
a quantidade ofertada e a quantidade consumida, de modo que não haja excesso de
alimento artificial no viveiro de um dia para o outro, pois o acúmulo de matéria orgânica
traz mais desvantagens do que vantagens.
A forma de preparo dos alimentos e a sua distribuição são fatores importantes.
Para pós-larvas e alevinos a ração, em forma de farinha, deve ser distribuída ao longo
das margens dos viveiros. Para peixes de 10 a 50 gramas, as raízes, grãos, verduras,
frutas e sementes devem ser oferecidas em pequenos pedaços de modo que o peixe
possa abocanhar. Uma boa prática é deixar as sementes, raízes e grãos de molho pelo
menos 24 horas antes da distribuição.
Alimentação do animal é bem semelhante a dos humanos, uma vez que, deve
conter proteínas; carboidratos, lipídios e vitaminas. Quando eles são pequenos, há uma
necessidade de maior teor de proteínas para que um bom desenvolvimento e
crescimento. Se ela for insuficiente ou não tiver boa estabilidade, a produção e o
desenvolvimento dos peixes serão prejudicados.
A ração pode variar, como também, seus componentes e quantidade. Não há
quantidade estabelecida por animal, mas ela dependerá da quantidade de biomassa,
que é o número de massa dos peixes contida no tanque ou nas gaiolas. Os
componentes mais utilizados nas rações são: farinha de peixe; de carne; de sangue; de
ossos; de penas hidrolisadas; de arroz; óleo vegetal; cloreto de sódio; farelo de soja; de
trigo e milho integral moído.
Dentre os diversos aspectos relacionados à piscicultura, aqueles envolvidos com
a alimentação vêm sendo amplamente discutidos, principalmente por representarem
cerca de 70% dos custos de produção em sistema de cultivo intensivo. Em relação à
criação de peixes, este problema é geralmente mais grave. Isto porque suas exigências
proteicas são maiores quando comparadas às demais espécies. Torna-se necessário,
então, uma ração rica em proteína, o que aumenta ainda mais os custos de produção.
Portanto, o fornecimento de alimento adequado em quantidade e qualidade é
importante para o sucesso econômico da piscicultura. É importante o conhecimento dos
hábitos alimentares dos peixes para a adequação da ração a ser fornecida. O hábito
alimentar nos fornece uma ideia das necessidades nutricionais de cada espécie. Por
exemplo: peixes carnívoros aproveitam melhor os alimentos de origem animal,
necessitando de maior conteúdo proteico na ração quando criados em cativeiro. Além
disso, normalmente costumam não aproveitar bem alimentos de origem vegetal; peixes
onívoros e herbívoros são menos exigentes em conteúdo proteico e aproveitam bem
uma variedade maior de alimentos.
O manejo alimentar, portanto, deve levar em consideração os hábitos do animal,
o sistema de cultivo, a produtividade natural, as condições climáticas, o manuseio do
alimento, entre outros aspectos.

TABELA 1: Arraçoamento de peixe em sistema intensivo de criação de acordo


com a fase de crescimento.

*PV = Peso vivo / *PB = Proteína bruta

TABELA 2: Arraçoamento de peixe em sistema intensivo de criação de acordo


com a T°C da água.

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