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INFECÇÃO HOSPITALAR POR CONTATO: ATITUDES

REALIZADAS POR ACOMPANHANTES QUE FAVORECEM A


TRANSMISSÃO

HOSPITAL INFECTION BY CONTACT: ATTITUDES HELD BY


COMPANIONS WHO BENEFIT THE TRANSMISSION

HELOÍSA ORTEGA GONZAGA. Acadêmica do Curso de Graduação em


Enfermagem da Faculdade INGÁ.
LEDA MARIA BELENTANI. Enfermeira, Mestre em enfermagem pela Universidade
Estadual de Maringá-PR, docente do Curso de Graduação em Enfermagem da
Faculdade INGÁ.

Endereço para correspondência: Rua Xavier da silva, nº367, Centro. Cep


87155-000, Doutor Camargo-Pr, Brasil; e-mail:[email protected]

RESUMO
Nos últimos tempos é comum vermos pacientes internados com acompanhantes, tanto
em hospitais públicos ou particulares, fazendo-se necessário cuidados com a
transmissão de infecção hospitalar. Estudo de natureza quantitativa, realizado com 50
acompanhantes de pacientes internados há mais de três dias de um hospital de médio
porte de Maringá-Pr. O objetivo é: identificar quais são as principais atitudes que os
acompanhantes de pacientes hospitalizados em um hospital público de médio porte
realizam que podem favorecer a transmissão de infecção hospitalar por contato.
Constatou-se que os acompanhantes não sabem o exato significado do termo infecção
hospitalar e quais os cuidados que devem ser realizados para sua prevenção, sendo
necessária uma educação contínua para os acompanhantes e mais estudos a cerca da
prevenção de infecção cruzada por pessoas aos profissionais da saúde (acompanhantes e
visitas).
Palavras-chave: Infecção Hospitalar; Atitudes; Acompanhantes; Cuidados.

ABSTRACT
Lately is very common to see hospitalized patients with companions in public and
private hospitals, making necessary to be more careful with hospital infections
transmission. Quantitative study, conducted with 50 companions of patients hospitalized
for more than three days in a midsize hospital in Maringá-Pr. The objective is to
identify what are the key attitudes that the companions of hospitalized patients in a
public midsize hospital realize that may favor the transmission of hospital infection by
contact. It was found that the companions don’t know the exact meaning of hospital
infection and what are the proper cares to its prevention, making it necessary a
continuous education with the companions and more studies that surround the
prevention of a cross – infection between health professionals and ordinary people
(Patients and visitors).
Key-words: Hospital Infection, Actions, Companions, Care.
INTRODUÇÃO

Nos últimos tempos é comum vermos pacientes internados com


acompanhantes, tanto em hospitais públicos como particulares. O acompanhante pode
ser definido como representante da rede social do paciente, que o acompanha durante
toda a permanência no ambiente hospitalar, podendo ser da família ou não. A sua
participação na hospitalização dos pacientes tem como finalidade aprimorar e buscar
melhorias no que se diz à hospitalização humanizada (BRASIL, 2007). É direito dos
pacientes maiores de sessenta anos serem acompanhados durante o período da
internação, de acordo com o que dispõe o Estatuto dos Idosos (BRASIL, 2003). E se for
menor de idade, ser acompanhado nas consultas, exames e durante a internação, de
acordo com o preconizado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990).
Segundo o artigo 26, dos Direitos do Paciente, é assegurado o “direito a
acompanhante, se desejar, tanto nas consultas, como nas internações. As visitas de
parentes e amigos devem ser disciplinadas em horários compatíveis, desde que não
comprometam as atividades médico/sanitárias” (BRASIL 1993; 1994), porém, tendo
que ser adaptado a cada instituição.
É importante incluir a família como aliada nos cuidados aos doentes
hospitalizados, para propiciar o bem estar, a satisfação do paciente, a qualidade do
cuidado prestado e influenciar a evolução do processo saúde-doença (LAUTERT,
ECHER e UNICOVSKY, 1998; SILVA, 2007). No entanto, é fundamental que os
enfermeiros realizem orientações aos pacientes e acompanhantes (LAUTERT, ECHER
e UNICOVSKY, 1998).
Segundo o Ministério da Saúde (Portaria nº 2616, de 12 de maio de 1998),
infecção hospitalar (IH) é a infecção adquirida após a admissão do paciente e cuja
manifestação ocorreu durante a internação ou após a alta podendo ser relacionada com a
internação ou procedimentos hospitalares (TURRINI, 2000). Estima-se que 5% a 15%
dos pacientes internados, no Brasil, adquirem algum tipo de IH, a qual aumenta em
média de 5 a 10 dias o tempo da internação (MACHADO et al., 2001).
No entanto, a transmissão da IH em indivíduos suscetíveis, ocorre basicamente
por contato direto ou indireto, gotículas, aerossóis, veículo comum e vetores, sendo
resultante da interação do microrganismo, do mecanismo de transmissão e do
hospedeiro (CORREA, 2005). A infecção cruzada é uma das principais causas da
infecção hospitalar, causada pela transmissão de um microrganismo de um paciente para
outro, causada principalmente pelas mãos dos acompanhantes, visitantes e profissionais
de saúde (FREIBERGER et al., 2011).
O conhecimento sobre IH surgiu no período medieval, mas até os dias de hoje
percebemos a falta do conhecimento das pessoas a respeito, principalmente dos
acompanhantes. Consta-se que eles não são orientados de maneira adequada e nota-se
que eles têm necessidade de informações (FREIBERGER et al., 2011). O cuidado com
o paciente deve ser desenvolvido pela equipe de enfermagem, entretanto, passou a ser
desenvolvido e auxiliado pelo familiar/acompanhante. Mas cumpre lembrar que os seus
cuidados devem assumir novas características, diferenciando-se dos cuidados
domiciliares, por ser o domicílio um local menos propício a microrganismos patógenos
(SOUZA e OLIVEIRA, 2010).
Devido ao conhecimento da importância de prevenção e controle de infecção
cruzada no ambiente hospitalar, o objetivo dessa pesquisa é identificar o conhecimento
de acompanhantes de pacientes internados sobre o que é IH e possíveis complicações
que possam surgir, e quais as principais atitudes realizadas por acompanhantes que
favorecem a transmissão de infecção por contato.
PRESSUPOSTOS METODOLÓGICOS

Trata-se de um estudo de natureza quantitativa, realizado com acompanhantes


de pacientes (adultos e crianças) internados há mais de três dias em um hospital
municipal de Maringá-Pr.
Participaram da pesquisa 50 acompanhantes, com idade superior a 18 anos que
permaneceram durante a internação hospitalar de pacientes nos meses de abril e maio de
2012, no período vespertino, de segunda e quarta-feira, pois eram os dias que a
pesquisadora tinha acesso ao hospital.
Foi aplicado um questionário semi-estruturado e pré-elaborado, que abordava
características sócio-demográficas, questões sobre prevenção e controle de infecção
hospitalar por contato.
O questionário foi aplicado no ambiente hospitalar por meio de uma entrevista,
dentro da enfermaria do paciente, e individualmente. O acompanhante foi abordado em
um momento em que não estava sendo executado cuidados ao paciente e o qual foi
liberado pelo(a) enfermeiro(a) do setor.
Após a liberação da Secretaria Municipal de Saúde, o projeto de pesquisa foi
encaminhado ao Comitê de Ética de Pesquisas com Seres Humanos da Faculdade Ingá.
Todos os participantes foram comunicados sobre a pesquisa, sigilo e objetivos e, após o
consentimento, assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dos 50 acompanhantes que participaram da pesquisa, 30% (15) tinham idade


entre 30-39 anos, 20% (10) entre 20-29 anos e 18% (9) entre 40-49 anos. Eram do sexo
feminino 92% (46). Eram da raça branca 56% (28), tinham o ensino médio completo
24% (12) e 18% (9) o fundamental completo. Apenas 4% (2) possuíam ensino superior
completo. 62% (31) eram casados.
Com relação a ligação com o paciente, 94% (47) tinham grau de parentesco,
sendo 30% (15) mãe do paciente, 28% (14) filho (a) e 14% (7) cônjuge.
Com relação à experiência em ser acompanhante, 80% (40) já haviam ficado
com essa função em outra ocasião.
Os acompanhantes que permanecem longo período junto ao paciente no
hospital muitas vezes possuem idade avançada, nem sempre mora junto, a relação com
este nem sempre é das melhores, não recebe orientações adequadas da equipe, tem
problemas econômicos, sobrecarga de atividades e mesmo assim quer dar apoio
emocional ao paciente e tem os melhores sentimentos em relação à equipe (LAUTERT,
ECHER, UNICOVSKY, 1998).
Conforme aponta a Tabela 1, ao serem indagados sobre o conhecimento que
tinham sobre IH, nota-se na tabela 1 que 26% (13) não sabiam o que era e 26% (13)
associavam a IH como sendo a presença de algum microrganismo no organismo. Sendo
assim, é de extrema importância que o acompanhante saiba o que é infecção/infecção
hospitalar e quais os danos que podem causar, para despertar a sua responsabilidade na
prevenção (MORORÓ et al., 2010). Apesar de infecção ser definida pelo Ministério da
Saúde como penetração e desenvolvimento ou multiplicação de um agente infeccioso no
organismo humano (BRASIL, 1977), a IH não é qualquer doença infecciosa, mas sim
aquela adquirida a partir da evolução das práticas assistenciais dentro de uma instituição
de saúde, não se tratando apenas de um fenômeno biológico, da aquisição de uma
simples bactéria e sim holístico e social (PEREIRA et al., 2005).
Tabela 1 – Conhecimento dos acompanhantes de pacientes internados no Hospital
Municipal de Maringá sobre infecção hospitalar. Maringá-PR, abril e maio/2012.
Conhecimento Nº %

Definição de infecção hospitalar


É uma bactéria/vírus 13 26
Infecção por contato com o paciente 6 12
Falta de cuidado dos profissionais 10 20
Não sabe 13 26
Outros 8 16

Complicações ou problemas gerados por uma


infecção hospitalar na visão do pesquisado
Morte 14 28
Agravar o quadro 8 16
Várias 2 4
Afetar outros órgãos 2 4
Parada Cardíaca 1 2
Não ter cura 1 2
Não sabe 17 34
Outros 6 12

Dos acompanhantes, 20% (10) referem que a IH é a falta de cuidado dos


profissionais. Na realidade, as infecções relacionadas à assistência à saúde representam
um risco à segurança do paciente em serviços de saúde, sendo imprescindível não
ocorrer falhas nos processos de limpeza e desinfecção de superfícies que podem levar à
disseminação e transferência de microrganismos nos ambientes, colocando em risco a
segurança dos pacientes e demais pessoas (ROTINAS, 2012), além de usar técnicas
assépticas em todos os procedimentos realizados com o paciente, principalmente nos
invasivos. Pois algumas IH são evitáveis, ou seja, são aquelas em que se pode interferir
na cadeia de transmissão dos microrganismos, por meio de medidas reconhecidamente
eficazes como a lavagem das mãos, o processamento dos artigos e superfícies, a
utilização dos equipamentos de proteção individual, no caso do risco laboral e a
observação das medidas de assepsia (PEREIRA et al., 2005), para tal o profissional
deve estar consciente ao realizar procedimentos.
Segundo Pereira et al. (2005), o fato de existir infecções evitáveis
(aproximadamente 30%) há a necessidade da equipe de saúde e das instituições
assumirem responsabilidade ética, técnica e social no sentido de prover os serviços e os
profissionais de condições de prevenção, revelando-se em um dos pontos fundamentais
em todo o processo. O controle das infecções hospitalares está ligado ao processo de
cuidar, ficando o enfermeiro capacitado para prestar um cuidado mais livre de riscos de
infecções.
Percebe-se na Tabela 1 que quando se fala de complicações da IH, o temor é
que evolua para a morte (28%). Isto se justifica por a maioria das IH se manifestar como
complicações de pacientes gravemente enfermos e mesmo com os grandes avanços na
ciência e na tecnologia que ocorreram, a IH continua a ser uma séria ameaça aos
pacientes hospitalizados, contribuindo para elevar as taxas de morbimortalidade
(PEREIRA et al., 2005). Sendo necessário o desenvolvimento de ações visando à
prevenção e o controle de IH, pois influenciará na redução dos indicies de
morbimortalidade dos pacientes (AZAMBUJA, PIRES e VAZ, 2004).
De acordo com Turrini (2002), a IH é uma iatrogenia frequentemente
observada em pacientes críticos e/ou terminais e reconhecidamente relacionada ao
óbito. No entanto, não só eleva as taxas de mortalidade como, também, ampliam o
tempo de internação, e consequentemente aumenta o custo do tratamento.
De acordo com as respostas dos acompanhantes percebe-se a necessidade que o
acompanhante tem de obter informações sobre a situação. Portanto, a educação dos
acompanhantes é importante para trazer benefícios e ela deveria ser feita sem que eles
precisassem perguntar. Essa educação é uma estratégia para diminuir os índices de IH,
os custos da atenção de saúde e o tempo de hospitalização (RABELO e SOUZA, 2009)
que são outras consequências advindas pela infecção nosocomial e que foram poucos
citados pelos sujeitos.
Conforme ilustra a Tabela 2 que 74% auxiliam ou realizam a higiene do
paciente, 62% auxiliam na alimentação e 58% dos acompanhantes manuseiam o soro.
Apesar de serem atitudes que podem favorecer a transmissão cruzada de patógenos, o
acompanhante pode contribuir não só afetivamente, mas também na prestação de alguns
cuidados que veem em benefício do paciente, contribuindo assim para a melhora e para
o retorno ao seu meio, por isso, é fundamental não somente as orientações ao
autocuidado aos pacientes, bem como o treinamento de acompanhantes/cuidadores
sobre os cuidados necessários ao longo do período de internação (LAUTERT; ECHER;
UNICOVSKY; 1998).

Tabela 2 – Frequência simples das respostas sobre as atitudes dos acompanhantes que
podem contribuir à infecção hospitalar por transmissão cruzada, Maringá-PR, abril e
maio/2012.
Cuidados/Atitudes Sim
Nº %
Frequenta outro ambiente do hospital 28 56
Compartilha objetos com outros acompanhantes/pacientes 10 20
Senta na cama do paciente 7 14
Auxilia outros pacientes 27 54
Manuseia equipos/soros 29 58
Auxiliar alimentação 31 62
Traz alimentos de fora do hospital 26 52
Sai para fumar 5 10
Auxilia higiene do paciente 37 74

Para compreender melhor o comportamento das IH e elaborar as medidas de


controle e prevenção pertinentes, é preciso conhecer quais fatores de risco são
envolvidos no desenvolvimento das IH (TURRINI, 2000). Sendo de extrema
importância conhecer quais as atitudes realizadas pelos acompanhantes, que possam
influenciar a IH, e assim poder criar medidas de controle e prevenção.
Silva (2007) aprofunda a necessidade da educação aos acompanhantes dizendo
que a internação é um período para o cuidado, portanto deve desenvolver a capacidade
de cuidar. Mas para que os acompanhantes desempenhem o cuidar de forma adequada é
necessário que desde cedo sejam orientados, sendo incluídos os cuidados com a
prevenção e controle de IH.
Disseram frequentar outros ambientes do hospital 56% dos acompanhantes,
sendo que esses ambientes foram corredor (75%), brinquedoteca (28,5%), sala de estar
(7,1%) e a enfermaria de outro paciente (3,5%). Apesar da importância da presença do
cuidador somente na enfermaria, para evitar transmissão de patógenos ao paciente
imunodeprimido, susceptível e com porta de entradas, o ambiente hospitalar deve estar
totalmente higienizado, confortável, seguro, sem riscos e mesmo com superlotação
atenda as necessidades humanas básicas da sua clientela, pois todos os seus ambientes,
desde quarto dos pacientes, corredores e sala de estar, devem fazer parte do cuidar
(COELHO, 2006).
Portanto, novamente é essencial a realização de medidas que busquem
informar e orientar os pacientes, acompanhantes e visitantes durante o tempo de
internação, tais como prevenção e infecção cruzada, importância da lavagem das mãos,
a diminuição da circulação dos acompanhantes pelas enfermarias, uma vez que estão
vulneráveis a contrair uma IH causada por infecção cruzada (FREIBERG et al., 2011).
Além do mais, estão envolvidos na assistência ao paciente durante sua participação
direta no processo de cuidar e sua presença próxima ao doente é fundamental
(MORORÓ et al., 2010).
De acordo com o questionário, 74% dos acompanhantes referem auxiliar na
higiene do paciente, sendo o banho um dos cuidados mais realizados pelos
acompanhantes (81%). Mas, vale ressaltar que os cuidados dos
familiares/acompanhantes são os mesmos que os desenvolvidos no domicilio e os
cuidados prestados pela equipe de enfermagem são aqueles que demandam
conhecimento técnico científico especializado (SOUZA e OLIVEIRA, 2010). No
entanto, para realizarem no ambiente hospitalar, precisam tomar alguns cuidados para a
prevenção de IH, já que nesse ambiente temos maior facilidade de adquirir a IH por
bactérias multirresistentes. A IH por bactéria multirresistente é uma realidade em quase
todos os hospitais, cabendo ao serviço de controle de infecção estabelecer normas e
rotinas para conter sua disseminação, uma vez que este tipo de ocorrência pode acarretar
em quadros clínicos mais graves (GUIA, 2011).
Após serem indagados em quais situações os acompanhantes lavam as mãos,
94% disseram que o faz antes e após ir ao banheiro, 62% quando sai e volta do hospital,
48% quando irão manipular o paciente, conforme indica a Figura 1. Martinez, Campos e
Nogueira (2009) relatam que vários estudos na literatura mundial provam que a melhor
forma de prevenir infecções em ambiente hospitalar é a correta lavagem das mãos antes
e após a manipulação dos pacientes. Vale resaltar que uma das principais causas da IH é
a infecção cruzada, ou seja, aquela que é ocasionada pela transmissão de
microrganismos de um paciente para o outro, ou pelas mãos dos profissionais,
acompanhantes e visitantes (FREIBERG et al., 2011).
A higienização das mãos é a medida individual mais simples e menos
trabalhoso para prevenir a propagação das infecções relacionadas à assistência à saúde,
e muitas vezes não é realizada. Sendo que a segurança dos pacientes depende da
higienização cuidadosa e frequente das mãos desses profissionais, acompanhantes e
visitantes (ROTINAS, 2012).
Figura 1 – Frequência simples da realização da lavagem das mãos dos acompanhantes entrevistados.
Maringá-Pr, 2012.

Mas, apesar de todas as evidências, ainda há pouca adesão dessa prática pela
equipe de saúde (MORORÓ et al., 2010). Se a equipe não realiza a lavagem das mãos,
os acompanhantes provavelmente não serão orientados e não terão exemplos a serem
cumpridos. Portanto, faz-se necessário a realização de atividades educativas que tenham
como foco, especialmente, os acompanhantes, a fim de torna-los multiplicadores e
parceiros das equipes de saúde e da Comissão de Controle de IH, oferecendo
informações que conscientizem-os para o alcance de um desempenho adequado nas
ações preventivas (MORORÓ et al., 2010).
E mesmo a lavagem cuidadosa das mãos nem sempre é eficaz na remoção de
microrganismos, propiciando assim o risco de transmissão desses germes pelo contato
direto com sucessivos pacientes, o que dirá quando ela é reconhecidamente feita de
maneira incorreta (TURRINI, 2000).

CONCLUSÃO

O estudo nos possibilita visualizar, por meio do conhecimento do senso


comum, que a grande maioria dos acompanhantes não compreende o significado de
infecção hospitalar e que realizam os cuidados no hospital da mesma forma que
realizam no domicilio, o que aumenta o risco da transmissão da IH cruzada, que é a de
maior incidência. Constata-se então, a necessidade dos acompanhantes em adquirir
conhecimento sobre essa temática tão importante que vem sendo constante nos dias de
hoje.
Conclui-se que a IH nos hospitais poderia ser reduzida se houvesse mais
informações e capacitações dos acompanhantes/familiares e visitas. A enfermagem está
presente nessas unidades onde poderá fornecer orientações durante a internação
hospitalar sobre a importância de simples medidas de prevenção de infecção cruzada,
como a lavagem correta das mãos, a diminuição da circulação dos acompanhantes pelas
dependências do hospital, o que eles podem e não podem realizar durante o cuidado do
paciente, e como devem realizar. Pois o caminho para a prevenção é a educação.
Lembrando sempre que o acompanhante deve ter importância como
colaborador da equipe de saúde, alem do seu papel fundamental na recuperação do
paciente.
Se faz necessário novas pesquisas sobre o controle de infecção hospitalar com
pessoas que não façam parte da equipe profissional, como os acompanhantes e
visitantes.

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Enviado em: outubro de 2012.


Revisado e Aceito: dezembro de 2012.

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