Aula 7
Aula 7
Aula 7
Princípio Federativo: até que ponto está livre o constituinte estadual e o legislador
orgânico dos municípios para organizar ou estruturas as ordens jurídicas locais?
1.1 – Poder de Iniciativa das Emendas à Constituição Estadual e as Leis Orgânicas dos
Municípios
II - do Presidente da República;
O professor José Afonso da Silva diz que é possível haver uma emenda constitucional
com base em iniciativa popular, segundo o art. 61, §2°, da CF/88. Essa não é a posição
majoritária.
O STF tem medo de dar muito poder ao legislador local, seja o legislador constituinte,
seja o legislador derivado estadual, seja as câmaras municipais, porque os poderes
legislativos locais nem sempre são tão republicanos como eles deveriam, existem
interesses oligárquicos em jogo e, assim, dar muita liberdade seria um problema.
Isso acontece na Lei Orgânica do RJ, SP, BH e vários outros municípios. O STF não se
pronunciou ainda sobre isso, mas se o STF admite esse poder de iniciativa popular para
emendar a constituição estadual, seria razoável admitir também para a lei orgânica do
município.
Como saber quais são as normas de reprodução obrigatória no âmbito dos estados?
Somente a leitura da jurisprudência do STF pode responder isso. É na base casuística.
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou
Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao
Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao
Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta
Constituição.
Obs.: a clausula “na forma e nos casos previstos nesta constituição” indica que entre
todas as autoridades ou órgãos mencionados no caput do art. 61 haverá diferença de
extensão no poder de iniciativa.
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou
Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao
Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao
Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta
Constituição.
§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de
projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo
menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento (0,3%) dos eleitores de
cada um deles.
Obs.: quando se fala de iniciativa popular o §2°, art. 61, da CF/88 especifica que se trata
de eleitor, um por cento do eleitorado. O número de eleitores em situação regular deve
ser determinado pelo cadastro geral de eleitores feito pelo TSE.
Tanto na iniciativa popular quanto em relação a entes como STF, Tribunais Superiores,
Procurador Geral da República. Sempre que se tratar de um ente ou autoridade que não
seja ente ou autoridade a apresentação do projeto de lei será na Câmara dos Deputados.
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro
ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional,
ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao
Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta
Constituição.
II - disponham sobre:
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções,
estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva. (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 18, de 1998)
Obs.: o §1° do art. 61 da CF/88 traz uma série de normas que dizem respeito a
organização do poder executivo, o que está em jogo em última análise é a preservação
ainda que parcial da autonomia dos poderes. Por opção do constituinte originário essas
matérias listadas no §1° cabem ao presidente da república e cabem também, por serem
de reprodução obrigatória, uma vez que representam uma expressão da independência
entre os poderes, aos chefes do executivo estadual, municipal do distrito federal. Logo,
tudo aquilo que diz respeito a organização da administração pública, o regime jurídico
do seu pessoal, o poder de iniciativa para projeto de lei versando sobre isso, é sempre do
chefe do executivo. Essa competência é privativa, ou seja, em matéria de regime do
servidor público do executivo, um deputado ou um senador não pode propor projeto de
lei. Também não pode propor projeto de lei o deputado estadual sobre o regime jurídico
do servidor público estadual. O mesmo acontece no plano municipal.
Como forma de garantir dessa autonomia e independência do executivo, foi fixado o rol
de matérias do §1° do art. 61, como sendo de iniciativa privativa da chefia executiva e
essa norma é de reprodução obrigatória nos estados, municípios e do distrito federal.
Muitas normas, sobretudo estaduais, já foram declaradas inconstitucionais pelo STF por
violarem o art. 61, §1°, CF/88.
As normas de reprodução obrigatória não precisam nem estar previstas nas constituições
estaduais ou na lei orgânica dos municípios, como se fosse um direito não escrito,
porque fazem parte do que é chamado pelo texto de Constituição total, isto é, elas se
impõem ao poder local de maneira que se eventualmente a constituição do estado não
fizer referência a essa reserva de iniciativa para o governo do estado ou a lei orgânica
não fizer referência a essa reserva de iniciativa para o prefeito, ainda assim ela existe.