Aula 04 de Direito Aplicado I

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AULA 04 - DIREITO APLICADO I

TEMA: DIREITO CONSTITUCIONAL

1 - CONCEITO

Direito Constitucional é o ramo do direito público que estuda os


princípios, as regras estruturadoras do Estado e garantidoras dos direitos
e liberdades individuais.

Não pode haver Estado sem Constituição.

Na visão de Carl Schmitt, a Constituição reflete a decisão política


fundamental de um Estado, ou seja, é ela que define os seus
elementos constitutivos essenciais. É a Constituição, afinal, responsável
por organizar o Estado e os Poderes e estabelecer os direitos
fundamentais.

Nessa linha, o Direito Constitucional é o ramo do Direito Público que


estuda a Constituição política de um Estado, sistematizando e
interpretando as normas gerais de organização dos poderes, de
organização do Estado e os direitos fundamentais.

2. CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO

A Constituição Federal é a norma superior de todo o ordenamento


normativo brasileiro que determina como devem ser produzidas as
demais normas e que limita o conteúdo das mesmas, condicionando-o ao
seu texto, às suas determinações.

3 - CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES

3.1 - Quanto ao conteúdo


1 - Material: materialmente, identifica-se como as normas que regulam a
estrutura do Estado, a sua organização e os direitos fundamentais. Só os
temas atinentes a esse escopo são constitucionais. Desta forma, as regras
que fossem materialmente constitucionais, codificadas ou não em um
mesmo documento, seriam essencialmente constitucionais. Tudo o mais
que constar da Constituição e que a isso não se refira não será matéria
constitucional. A Constituição brasileira de 1824 dispunha, no seu artigo
178, que só a matéria constitucional seria objeto, em caso de modificação
do processo específico para tal requerido. Aquilo que não atinasse
materialmente com tema constitucional poderia ser reformado pela
legislatura ordinária.

2 - Formal: formalmente, constituição é o modo de ser do Estado,


estabelecido em documento escrito. Não se há de pesquisar qual o
conteúdo da matéria. Tudo o que estiver na constituição é matéria
constitucional. Essa distinção hoje perde o sentido, carreando toda a
doutrina no sentido de considerar materialmente constitucional tudo o
que formalmente nela se contiver. Isso porquanto com o alargamento das
responsabilidades, funções e atuação do Estado, as constituições
passaram a tratar de vários outros assuntos que ortodoxamente não
seriam objeto dela.

3.2 - Quanto à forma

1 - Escrita: é constituição consistente num código, num documento único


sistematizado. É o sistema usual no continente europeu e,
consequentemente, em toda a América Latina.

2 - Costumeira\não escrita\consuetudinária: é a constituição consistente


em normas esparsas, não aglutinadas em um texto solene, centrada nos
usos e costumes, na prática política e judicial. Seu grande exemplo é a
constituição inglesa que não tem um documento escrito, um código. Ao
contrário o seu direito constitucional decorre da identificação dos
chamados direitos imemoriais do povo inglês. O sistema parlamentarista,
que é o grande modelo para todo o mundo civilizado, não está
estruturado em qualquer norma escrita.

3.3 - Quanto ao modo de elaboração

1 - Dogmáticas: são as constituições escritas, elaboradas por um órgão


especialmente designado para esse fim, normalmente designado
Assembleia Nacional Constituinte. Adota expressamente a ideia de direito
prevalente num momento dado.

2 - Históricas: são as constituições consuetudinárias, fruto de uma lenta e


contínua síntese da história e da tradição de um povo.

3.4 - Quanto à origem

1 - Democráticas\populares\promulgadas: são as constituições elaboradas


por um órgão constituinte previamente escolhido pelo povo para o fim de
elaborar a constituição. No Brasil, foram democráticas as constituições de
1.891, 1934, 1946 e 1988, porquanto resultaram do trabalho de
assembleias constituintes originárias.

2 - Outorgadas: são impostas unilateralmente por quem detenha, no


momento da imposição, o poder político, a força suficiente para tanto,
sem participação popular. As constituições de 1.824, 1.937 , 1967 e a
emenda nº 01, de 1.969 foram outorgadas. Em 1824, D. Pedro I dissolveu
a assembleia constituinte e outorgou a constituição constante do projeto
a ele enviado; em 1937, com o golpe que instaurou o Estado Novo, Getúlio
Vargas impôs a constituição que ficou conhecida como "POLACA", por que
inspirada na constituição polonesa.

3.5 - Quanto à extensão

1 - Sintéticas: preveem somente princípios e normas gerais, organizando e


limitando o poder do Estado apenas com diretrizes gerais, mínimas,
firmando princípios, não detalhes. É concisa, breve, sucinta, também
chamada de Constituição Federal negativa.

2 - Analíticas: abrangem todos assuntos que entende relevantes. São


amplas, extensas, prolixas, detalhas, como a nossa Constituição de 1988,
por exemplo.

3.6 - Quanto à estabilidade

I - Imutáveis: Constituições nas quais é vedada qualquer alteração. Essa


imutabilidade pode ser relativa, como nos casos em que há uma limitação
temporal em que não podem ocorrer mudanças.

II - Rígidas: dá-se quando a própria constituição estabelece um processo


mais oneroso e solene, diferente da legislação ordinária, para a sua
reforma. Toda constituição tem pretensão de permanência, porquanto
documento fundamental do sistema jurídico de um Estado, não pode
estar sujeita a mutações ao sabor das dificuldades passageiras. Essa
permanência, entretanto, não quer dizer imutabilidade. Os próprios
conceitos da ciência política estão sujeitos a um processo evolutivo.
Tome-se o conceito de Democracia.

A Constituição brasileira é do modelo rígido, porquanto para a sua


alteração demanda-se um processo bem diferente do adotado para a
edição das leis. Esse processo de rigidez se apresenta quanto à iniciativa,
ao procedimento e ao quorum. O art. 60, da CF, traz os requisitos para a
alteração constitucional. A iniciativa da proposta precisa ser subscrita por
um terço, pelo menos, de deputados ou senadores, pelo Presidente da
República ou mais da metade das assembleias legislativas estaduais.

Só esses órgãos, assim, podem ter a iniciativa de alteração constitucional.


Compare-se com a capacidade de iniciativa para a edição de leis ordinárias
ou complementares, no art. 61. As leis são de iniciativa do Presidente da
República, de qualquer membro ou comissão da Câmara dos Deputados,
do Senado Federal ou do Congresso Nacional, dos tribunais superiores e
do Supremo Tribunal Federal, do Ministério Público e do cidadão,
preenchendo-se os requisitos do § 2º (iniciativa popular). Veja-se o grande
número de órgãos capazes de iniciar o processo legislativo e quão restrito
é esse número quanto à emenda constitucional.

Para a emenda constitucional é necessário que a proposta seja votada em


cada uma das casas duas vezes, em dois turnos. Na aprovação da lei é
necessária a maioria simples, exigindo-se maioria absoluta para as leis
complementares. O quorum de votação, entretanto, da emenda
constitucional é de 3/5 dos membros da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal. Vê-se que a emenda constitucional é muito mais difícil de
ser aprovada do que a lei ordinária e mesmo a complementar.

A par da rigidez referente à iniciativa, ao processo e ao quorum, há outras


limitações, como a do art. 60, § 1º, segundo o qual não poderá ser votada
emenda durante estado de defesa, estado de sítio ou intervenção federal
em algum Estado, pela União. São limitações circunstanciais à emenda
constitucional.

Nesse tema, sobreleva ainda o que se refere às cláusulas pétreas que são
núcleos das constituições insusceptíveis de modificação. Elas estão no § 4º
do art. 60. Não pode ser objeto de deliberação a proposta de emenda que
tendente a abolir:
I – a forma federativa de Estado;
II – o voto direto, secreto, universal e periódico;
III – a separação dos Poderes;
IV – os direitos e garantias individuais.

Assim:

• são limitações quanto ao processo de emenda a votação em dois


turnos em cada uma das casas do Congresso;
• são limitações quanto ao quórum de aprovação, a exigência de 3/5
dos membros de cada uma das casas do Congresso em cada um dos
turnos de votação;
• são limitações circunstanciais as referidas no art. 60, § 1º;
• são cláusulas pétreas as referidas no art. 60, § 4º.

III - Flexíveis: são as constituições que não exigem, para sua atualização
ou modificação, processo distinto daquele referente à elaboração das leis.
Podem ser alteradas por procedimento legislativo ordinário, razão pela
qual também são chamadas de plásticas.

IV - Semi-rígida ou semi-flexível: algumas regras previstas na Constituição


podem ser alteradas por procedimento legislativo ordinário ao passo que
outras exigem o procedimento especial, que é mais dificultoso. Como
exemplo, podemos citar a CF de 1824.

4 – CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS

A constituição é o texto fundamental que organiza a estrutura política de


um país, descreve os poderes do estado e aponta suas limitações. Desde a
independência, o Brasil já teve sete constituições. Podem ser outorgadas
(impostas) ou promulgadas (participação do povo).
5 - PRINCÍPIOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Os princípios fundamentais da República Federativa do Brasil são


valores que orientaram a elaboração da Constituição. Servem
como elementos de interpretação e integração do texto
constitucional, contribuindo para a unidade da Constituição.

Por sua importância, os princípios fundamentais são enumerados logo


no início do texto constitucional, após o preâmbulo. Estão previstos
no Título I da Constituição, em quatro artigos. Cada um desses
dispositivos apresenta um tipo de princípio fundamental. O art. 1º trata
dos fundamentos da República Federativa do Brasil (RFB); o art. 2º, do
princípio da separação de Poderes; o art. 3º, dos objetivos
fundamentais; e o art. 4º, dos princípios da RFB nas relações
internacionais.

A) Fundamentos da República Federativa do Brasil

Os fundamentos da República Federativa do Brasil (RFB) estão


arrolados no art. 1º da Constituição Federal. São os pilares do nosso
ordenamento jurídico.
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se
em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

I – a soberania;

II – a cidadania;

III – a dignidade da pessoa humana;

IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V – o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio
de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
Constituição.

A soberania é um atributo do Estado brasileiro, que significa que ele


não se subordina a nenhum outro, tanto na ordem internacional
quanto na ordem interna.

A cidadania, por sua vez, demonstra o compromisso do legislador


constituinte com o povo. Por meio desse fundamento, busca-se que a
participação popular nas decisões políticas do Estado seja crescente, o
que é garantido ao longo do texto constitucional por meio do voto, da
iniciativa popular das leis e de outros instrumentos.

O terceiro fundamento da República Federativa do Brasil é a dignidade


da pessoa humana, base de todos os direitos fundamentais. Por meio
desse fundamento, o constituinte assegura ao ser humano um lugar
central para o Estado brasileiro. A proteção às pessoas passa a ser um
fim para o Estado.
Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa ocupam a quarta
posição no rol de fundamentos da República Federativa do Brasil. Por
meio desses fundamentos, o constituinte reforça que o Estado é
capitalista e que o trabalho é um valor de nossa sociedade, merecendo
até mesmo a posição de direito social (art. 6º, CF). A título de
curiosidade, a palavra trabalho aparece 139 (cento e trinta e nove)
vezes no texto constitucional.

Por fim, é fundamento da nossa República o pluralismo político. Esse


princípio garante a inclusão dos diferentes grupos sociais no processo
político nacional, outorgando aos cidadãos liberdade de convicção
filosófica e política. É uma proteção contra o autoritarismo de qualquer
grupo que tente se valer da posição dominante para reprimir aqueles
que com ele discordarem.

Princípios Fundamentais – Fundamentos da República Federativa do


Brasil

B) Harmonia e Independência entre os Poderes

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 2º, trata da separação de


poderes, dispondo que “são poderes da União, independentes e
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.”

Chama-nos a atenção o fato de que a Constituição explicita que os três


Poderes são “independentes e harmônicos”. Independência é a
ausência de subordinação, de hierarquia entre os Poderes; cada um
deles é livre para se organizar e não pode intervir indevidamente (fora
dos limites constitucionais) na atuação do outro. Harmonia, por sua
vez, significa colaboração, cooperação; visa garantir que os Poderes
expressem uniformemente a vontade da União.

A independência entre os Poderes não é absoluta. Ela é limitada


pelo sistema de freios e contrapesos, de origem norte-americana. Esse
sistema prevê a interferência legítima de um Poder sobre o outro, nos
limites estabelecidos constitucionalmente. É o que acontece, por
exemplo, quando o Congresso Nacional (Poder Legislativo) fiscaliza os
atos do Poder Executivo (art. 49, X, CF/88). Ou, então, quando o Poder
Judiciário controla a constitucionalidade de leis elaboradas pelo Poder
Legislativo.

C) Objetivos Fundamentais da República Federativa do Brasil:

Os objetivos fundamentais traduzem fins a serem perseguidos pelo


Estado brasileiro. Estão previstos no art. 3º da Carta Magna:

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do


Brasil:

I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II – garantir o desenvolvimento nacional;

III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades


sociais e regionais;

IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça,


sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Perceba que todos os objetivos começam com um verbo no infinitivo:
construir, garantir, erradicar e promover.

Princípios
Fundamentais – Objetivos Fundamentais da República Federativa do
Brasil

D) Princípios que Regem a República Federativa do Brasil em suas


Relações Internacionais

Os princípios que regem a República Federativa do Brasil em suas


relações internacionais estão relacionados no art. 4º, da Constituição
Federal:

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações


internacionais pelos seguintes princípios:

I – independência nacional;

II – prevalência dos direitos humanos;

III – autodeterminação dos povos;

IV – não-intervenção;

V – igualdade entre os Estados;

VI – defesa da paz;

VII – solução pacífica dos conflitos;


VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;

IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

X – concessão de asilo político.

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração


econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina,
visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

6 ) PODER CONSTITUINTE

O Poder Constituinte é aquele capaz de editar uma Constituição,


estabelecendo uma organização jurídica fundamental, dando forma ao
Estado, constituindo poderes e criando normas de exercício de governo,
tal qual o estabelecimento de seus órgãos fundamentais, os limites da sua
ação e as bases do ordenamento econômico e social.

O titular desse poder é o Povo, representados por um órgão colegiado


(Assembleia Constituinte). A legitimação destes é a representação da
democracia de um Estado soberano, onde a premissa do ubi societas e ibi
ius encontram-se límpidas na forma de criação de um Estado.

O Poder Constituinte causa um rompimento com a ordem jurídica


anterior, fazendo com que o Estado precedente à que o povo estava
sendo submetido seja substituído por uma nova legitimação maior,
através de sua Carta Magna.

4.1 PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO

O Poder constituinte originário é aquele responsável pela criação


integral de uma nova Constituição, inaugurando uma nova ordem jurídica.
Este tem várias características, sendo ele: a) Inicial, porque inicia uma
nova ordem jurídica, posto que também é chamado de Poder Constituinte
Genuíno ou de Primeiro Grau; b) Ilimitado, porque não sofre qualquer
limite anterior, ao passo que pode desconsiderar de maneira absoluta o
ordenamento vigente anterior; c) Autônomo, da forma que só cabe a ele
estruturar os termos da nova Constituição; d) Incondicionado e
Permanente, por conta de não se submeter a nenhum processo
predeterminado para sua elaboração, bem como que não se esgota com a
realização da nova Constituição, podendo o legislador deliberar a qualquer
momento pela criação de uma nova.

4.2. PODER CONSTITUINTE DERIVADO

O Poder Constituinte Derivado é o poder já estabelecido na


própria Constituição pelo poder Originário, que está inserido com o
objetivo de legitimar a sua alteração quando necessária.

Conforme ensina Manoel Gonçalves Ferreira Filho:

Embora grupo constituinte algum cuide de preparar a substituição da


ideia de direito que incita a agir, a experiência faz prever a necessidade
futura de alterações ou complementações no texto que edita. Por isso é
que dispõe sobre a revisão da Constituição, atribuindo a um poder
constituído o direito de emendá-la. Esse poder instituído goza de um
Poder Constituinte Derivado do originário. Sua Modalidade principal é o
poder de modificar formalmente a Constituição.
O Poder Constituinte Derivado tem várias formas, podendo ser
reformador, revisor ou decorrente.

• PODER CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR

É poder responsável pela alteração e ampliação do texto


constitucional, que se manifesta através das emendas constitucionais,
bem como os tratados de Direitos Humanos com força de emenda
constitucional.

A titularidade desse poder emana do povo, que, por sua vez, será
representado pelo Congresso Nacional (Art. 60, CF/88). Tem por principais
características ser: a) Subordinado, porque retira a sua força do poder
originário, previamente estabelecido; b) Limitado, porque tem os seus
limites definidos pelo poder originário, que estabeleceu o texto base
constitucional; c) Condicionado, sendo que o seu exercício deve seguir as
regras previamente estabelecidas na Constituição.
Esta forma de reforma está subordinada a diversas limitações
materiais quando ao seu procedimento, devendo seguir diversos
requisitos para a sua legitimidade, sendo estes a:

a) Iniciativa: são titulares para apresentarem o projeto de emenda


constitucional (Art. 60, I a III, CF/88): o Presidente da República; 1/3 dos
membros da Câmara dos Deputados ou 1/3 dos membros do Senado
Federal; mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades dos
Estados, cada uma delas, manifestando-se pela maioria relativa dos seus
membros.

b) Deliberação: a proposta deve ser discutida e votada em cada


casa do Congresso Nacional em 2 (dois) turnos, sendo aprovada se
obtiver, em ambas, 3/5 dos votos dos respectivos membros, ou seja, a
maioria qualificada (Art. 60, §2, CF/88).

c) Promulgação: as emendas são promulgadas pelas Mesas da


Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de
ordem.

O Poder constituinte derivado reformador está sujeito a limites,


estes que tratam tanto da matéria do conteúdo da emenda, até os
procedimentos formais da promulgação, são estes os limites: a) Material,
ao passo que é proibido ser matéria de emenda constitucional a abolição
das chamadas "cláusulas pétreas" (forma federativa do Estado; voto
direto, secreto, universal e periódico; separação dos Poderes e direitos e
garantias individuais - Art. 60, §4, CF/88); b) Circunstancial, é defeso que a
Constituição Federal seja alterada durante diversas situações em que o
Estado esteja vivendo, como a vigência do estado de sítio, estado de
defesa ou intervenção federal (Art. 60, §1, CF/88); c) Temporal, ao passo
que uma proposta de emenda constitucional é rejeitada ou prejudicada, a
mesma matéria não pode ser tratada através de nova proposta até nova
sessão legislativa (Art. 60, §5, CF/88).

• PODER CONSTITUINTE DERIVADO REVISOR OU REVISIONAL

Encontra normatividade no Art. 3˚ da ADCT (Atos das Disposições


Constitucionais Transitórias), que dispõe sobre a necessidade do
Congresso Nacional realizar uma "revisão constitucional" após 5 (cinco)
anos da promulgação da Constituição Federal.
• PODER CONSTITUINTE DERIVADO DECORRENTE

Trata-se do poder de cada Estado-Membro (unidade federativa)


em criar a sua própria Constituição estadual, sendo, todavia, respeitada a
supremacia da Constituição Federal.

Cada Assembleia Legislativa, com os poderes constituintes


definidos, deveriam elaborar a sua Constituição do Estado dentro do prazo
de 1 (um) ano, à partir da promulgação da Constituição Federal.

Difere o Distrito Federal, que, de acordo com o art. 32 da CF/88, se


auto-organiza através de leis orgânicas, votadas em 2 (dois) turnos com
intervalo mínimo de 10 (dez) dias, aprovada por 2/3 da Câmara
Legislativa.

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