05+foco+07-12+doi+027 2022
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05+foco+07-12+doi+027 2022
Rocha, Fernanda Cristina Silva de Moura, Nayara Aparecida Gonçalves Ferreira, Myriam
Angélica Dornelas
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DOI: 10.54751/revistafoco.v15n5-027
Recebido em: 04 de Novembro de 2022
Aceito em: 07 de Dezembro 2022
RESUMO
O café representa uma das principais atividades econômicas no Brasil. Os produtores
rurais tem investido cada vez mais nas suas lavouras, buscando cada vez mais
qualidade e cuidados no manejo do café. Com isso, um processo tem ganhado força
para agregar ainda mais valor ao produto, a verticalização da produção, onde o produtor
rural controla toda a produção desde a plantação até o produto final. Neste sentido, o
presente estudo buscou descrever o processo produtivo do café na lavoura, moído e
embalado por um produtor rural que verticaliza sua produção, com vistas a detectar
possíveis gargalos ao longo do processo e propor recomendações de melhoria. Desta
forma, este artigo tem o objetivo geral de analisar o processo produtivo de uma empresa
1
Graduando do Curso de Bacharelado em Administração do Instituto Federal Minas Gerais - Campus Bambuí. Faz.
Varginha, Rodovia Bambuí, Medeiros, Km 05, Caixa Postal 05, Bambuí - MG - CEP: 38900-000.
E-mail: [email protected]
2
Graduanda do Curso de Bacharelado em Administração do Instituto Federal Minas Gerais - Campus Bambuí. Faz.
Varginha, Rodovia Bambuí, Medeiros, Km 05, Caixa Postal 05, Bambuí - MG - CEP: 38.00-000.
E-mail: [email protected]
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Graduando do Curso de Bacharelado em Administração do Instituto Federal Minas Gerais - Campus Bambuí. Faz.
Varginha - Rodovia Bambuí, Medeiros , Km 05 , Caixa Postal 05, Bambuí - MG - CEP: 38900-000.
E-mail: [email protected]
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Graduanda do Curso de Bacharelado em Administração do Instituto Federal Minas Gerais - Campus Bambuí. Faz.
Varginha, Rodovia Bambuí, Medeiros, Km 05, Caixa Postal 05, Bambuí - MG - CEP: 38900-000.
E-mail: [email protected]
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Graduanda do Curso de Bacharelado em Administração do Instituto Federal Minas Gerais - Campus Bambuí. Faz.
Varginha - Rodovia Bambuí, Medeiros, Km 05, Caixa Postal 05 - Bambuí - MG - CEP: 38900-000.
E-mail: [email protected]
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Doutora em Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Lavras. Instituto Federal Minas Gerais, Campus Bambuí.
Faz.Varginha, Rodovia Bambuí, Medeiros, Km 05, Caixa Postal 05, Bambuí - MG - CEP: 38900-000.
E-mail: [email protected]
de café do centro-oeste de Minas Gerais. Para tal, utilizou-se a metodologia por meio
de estudo de caso, de caráter descritivo para melhor entendimento. Os dados foram
analisados por meio da técnica análise de conteúdo. Verificou-se que a empresa realiza
tratos culturais sempre que preciso, o processo de produção e transformação do café
começa pelo plantio do café, colheita, beneficiamentos, lavagem (varrição), secagem,
torrefação e moagem. Portanto, foi sugerido melhorias para a empresa otimizar seus
processos.
ABSTRACT
Coffee represents one of the main economic activities in Brazil. Rural producers have
invested more and more in their crops, seeking more and more quality and care in coffee
management. With this, a process has gained strength to add even more value to the
product, the verticalization of production, where the rural producer controls the entire
production from the plantation to the final product. In this sense, the present study sought
to describe the production process of coffee in the field, ground and packaged by a rural
producer who verticalizes his production, with a view to detecting possible bottlenecks
throughout the process and proposing recommendations for improvement. In this way,
this article has the general objective of analyzing the productive process of a coffee
company in the center-west of Minas Gerais. For such, the methodology was used
through case study, of descriptive character for better understanding. Data were
analyzed using the content analysis technique. It was found that the company performs
cultural practices whenever necessary, the coffee production and transformation process
begins with coffee planting, harvesting, processing, washing (sweeping), drying, roasting
and grinding. Therefore, improvements were suggested for the company to optimize its
processes.
RESUMEN
El café representa una de las principales actividades económicas de Brasil. Los
productores rurales han invertido cada vez más en sus cultivos, buscando cada vez más
calidad y cuidado en el manejo del café. Con esto ha cobrado fuerza un proceso para
agregar aún más valor al producto, la verticalización de la producción, donde el
productor rural controla toda la producción desde la plantación hasta el producto final.
En ese sentido, el presente estudio buscó describir el proceso de producción de café en
campo, molido y empacado por un productor rural que verticaliza su producción, con
miras a detectar posibles cuellos de botella a lo largo del proceso y proponer
recomendaciones de mejora. De esta forma, este artículo tiene como objetivo general
analizar el proceso productivo de una empresa cafetalera del centro-oeste de Minas
Gerais. Para ello, se utilizó la metodología a través de estudio de caso, de carácter
descriptivo para una mejor comprensión. Los datos fueron analizados mediante la
técnica de análisis de contenido. Se encontró que la empresa realiza prácticas culturales
siempre que es necesario, el proceso de producción y transformación del café inicia con
la siembra, cosecha, procesamiento, lavado (barrido), secado, tostado y molido del café.
Por ello, se sugirieron mejoras para que la empresa optimice sus procesos.
1. Introdução
O Brasil, com seu vasto território continental, possui uma considerável
variedade climática. Em vista disso, é inegável que o brasileiro saiba usufruir de
tais vantagens, principalmente no quesito da utilização do solo para cultivo,
sendo o café uma das principais lavouras do país. A indústria cafeeira é
representante de uma importante fonte de renda no país, responsável pela
geração de milhões de empregos em sua cadeia produtiva. Segundo a
Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC, 2020), o país é o maior
produtor de café no mundo, e se encontra em segunda posição, entre os países
consumidores da bebida, sendo Minas Gerais o maior estado produtor,
representando cerca de 50% da produção nacional, o segundo maior o Espírito
Santo, em seguida vem São Paulo, Bahia, Paraná e Rondônia.
De acordo com o IBGE (2019), o Brasil produziu 3.009.402 toneladas de
café, com o valor de produção de aproximadamente 17.641.885 bilhões de reais.
A área destinada a colheita foi de 1.825.035 hectares, e a área colhida de
1.823.035 hectares, totalizando um rendimento médio de 1650 kg por hectare.
Além disso, o consumo per capita se manteve em alta, de acordo com a ABIC
(2020), foi de 5,99 kg por ano de café cru e 4,79 kg por ano de café torrado, um
crescimento de 2,19% no período.
É inegável que para um resultado satisfatório do produto para o produtor,
seja necessário um manejo adequado, ou seja, uma sequência de cuidados a
ser seguida. A importância do manejo no resultado é significante, pois um
manejo inadequado pode prejudicar o sabor, a saúde e a qualidade do produto.
No processo do manejo do café, a atenção deve ser crucial nas técnicas corretas
de poda, desbrota, adubação, colheita, separação, secagem e repouso do café.
Um processo que tem ganhado força na produção de café é a verticalização da
produção. Tal verticalização do processo de produção do café visa fazer com
que os produtores possam participar de toda a produção, começando pelas
mudas de café, logo após a plantação e o processo de colheita estruturada e
selecionada, torrefação e moagem do café e, finalmente, levar o produto ao
mercado. De acordo com Araújo (2007), ao criar caminhos para mercados
Planejar o arranjo físico de uma certa instalação significa tomar decisões sobre
a forma de como serão dispostos, nessa instalação, os centros de trabalho que
devem permanecer (MOREIRA, 2004). O layout de acordo com Moreira (2008),
apud Santos e Reis (2019) é a maneira na qual os recursos que ocupam espaço
são distribuídos fisicamente dentro de uma instalação, uma vez que podem ser
recursos transformados ou transformadores. Os recursos transformados são
matéria-prima, informações e clientes, e os recursos transformadores são as
máquinas, equipamentos e operadores. Neumann e Scalice (2015) definem que
o layout por produto organiza as máquinas ou estações de trabalho em forma de
linhas de fabricação ou montagem de acordo com as sequências de operações
do produto. Trata-se de um layout orientado para o produto com o especial
objetivo de agrupar as máquinas em um fluxo linear.
Segundo Seleme e Stadler (2010, p. 45), “fluxograma é uma ferramenta
desenvolvida para “desenhar o fluxo” de processos, por meio de formas e
pequenos detalhes. Trata-se de uma representação visual do processo e permite
identificar nele possíveis pontos nos quais podem ocorrer problemas”. No
processo produtivo do café, são observados, de acordo com a Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA (2004) e Basseto e Santo
(2016), tipos de fluxogramas, que neste estudo são apresentados sobre as
etapas de plantio até a colheita. Onde esta etapa foca em se fazer uma previsão
da safra, através do levantamento de recursos materiais e financeiros a serem
utilizados, do dimensionamento e revisão da infraestrutura e maquinários para o
processamento do café, do levantamento da necessidade de mão de obra e do
preparo da lavoura para a colheita (EMBRAPA, 2004). Já o fluxograma sobre
torrefação e moagem, vem logo após a colheita, em que o café passa por um
processo de pré-limpeza, lavagem, separação e vai para a etapa de secagem,
que pode acontecer em terreiros ou secadoras, depois é armazenada em tulhas
para serem ensacados e comercializados. Os grãos de café são submetidos a
diversas operações de pós-colheita até seu armazenamento, depois passam
pela operação de beneficiamento, que deve ser feita o mais próximo possível da
época de venda, para ele manter suas características originais, depois passa
2. Metodologia
O presente estudo trata-se de uma pesquisa qualitativa que, para Godoy
(1995, p. 21), “o pesquisador vai a campo buscando captar o fenômeno em
estudo a partir da perspectiva das pessoas nele envolvidas, considerando todos
os pontos de vista relevantes”. Em função de um maior detalhamento e
aprofundamento das informações sobre a empresa estudada, optou-se por um
estudo de caso, “que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu
contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o
contexto não estão claramente definidos” (YIN, 2001, p. 32). Trata-se também
de um estudo descritivo, em que se interpreta, analisa e observa os fatos, sem
que o pesquisador interfira. Para Gil (2002), pesquisas descritivas têm como
objetivo primordial à descrição das características de determinada população ou
fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis (GIL, 2002).
Para coleta de dados foram realizadas três entrevistas, todas com o gestor
da propriedade objeto deste estudo, onde foi aplicado um roteiro para cada dia
de entrevista composto por questões abertas. Foram abordados os seguintes
temas nas entrevistas realizadas: caracterização e histórico do negócio,
processo de produção do café nas lavouras, beneficiamento (secagem,
moagem, torrefação e embalagem) e distribuição do produto. As entrevistas
foram realizadas com o gestor, nos dias 29/07/2021, 09/08/2021 e 30/08/2021
de forma online, pela plataforma Google Meets. Com os dados coletados, foi
realizada a transcrição das respostas às questões das entrevistas para leitura
minuciosa. Além da entrevista, foram disponibilizadas fotos do processo
produtivo via WhatsApp. Assim, foi possível observar todo o processo.
Os dados foram analisados pela técnica da análise de conteúdo, que
segundo Bardin (2016, p. 23), “a análise de conteúdo é como um conjunto de
técnicas de análise das comunicações, que utiliza procedimentos sistemáticos e
objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, sendo a inferência de
3. Resultados
Neste tópico foram apresentados os resultados obtidos referente a
caracterização da empresa estudada, processo produtivo do grão de café na
lavoura, verticalização na produção da empresa estudada e distribuição do
produto.
dura em média 2 semanas. O custo do plantio é em média 25% a 35% dos gastos
da empresa.
O café produzido são as cultivares catuaí, catucaí, mundo novo e acaiá
cerrado, do tipo arábica, que possui potencial de bebida estritamente mole, de
acordo com os produtores, atingindo esse ponto de bebida em função do manejo.
A fazenda possui também, meio hectare de plantação de milho, para própria
subsistência e tratos de animais. Figura 1 mostra a imagem via satélite da
propriedade rural.
café.
de umidade, para não ocorrer a fermentação do grão. Estes bags são divididos
em lotes e ficam guardados em galpões de armazenamento, e podem ficar até
1 ano armazenados, pois tudo que é produzido é vendido. A armazenagem do
café é feita em dois galpões diferentes, depois da colheita e secagem os grãos
são armazenados nos bags de 800kg no galpão próprio para beneficiamento,
onde 30% do café armazenado vai para o processo de torrefação e moagem.
Em seguida, armazenado em outro galpão já torrado e moído.
A torrefação e moagem do café é realizada com 30% da produção
armazenada, que é escolhida ao analisar quais sãos os melhores lotes
produzidos, pelo clima da região a maioria é bebida dura. A torrefação dos grãos
ocorre em torradores a gás, até que o mesmo chegue em um ponto específico
de cor de torra, que os produtores consideram próprios para seguir para a
moagem. A moagem é realizada pelos próprios produtores, por meio de
moedoras, até que alcancem o ponto fino, que é o tipo de moagem fina,
produzido e comercializado.
A Figura 3, elaborada pelos autores, apresenta o Arranjo Físico da
empresa relacionada ao beneficiamento. Pode se observar que o tipo de arranjo
físico é por produto, conhecido também como linha de produção, onde existe
uma sequência contínua desde a entrada da matéria-prima até a saída dos
produtos finalizados.
em: bebida dura, bebida mole e bebida arriada. É vendida em lotes separados
por tipo, em que o preço é diferente, a bebida dura o preço é médio, quando é a
bebida arriada, a qualidade é inferior, mais barata e a bebida mole é mais rara,
pelo tipo de café que ele tem. Caso a embalagem do café cede e abre ocorre a
troca, o que acontece poucas vezes (1%). Caso haja produto com qualidade
inferior na classificação dos lotes de grãos armazenados, os mesmos são
vendidos a granel e não são comercializados com a marca da empresa.
Os resíduos gerados pela empresa são: as embalagens de adubo, que
são recicladas na propriedade; as embalagens de defensivos agrícolas, que são
devolvidos aos fornecedores; a casca do café, que é utilizada como adubo na
lavoura do café no período de trato cultural, onde não precisa de tratamento e
pode ser esparramada na época do verão e; a fumaça oriunda da torrefação,
cuja máquina de torrar não possui filtro. A água usada na lavagem do café de
varrição é descartada num ponto de descarte dentro da propriedade, sem
reutilizar para nenhum outro uso, sendo que ela poderia ser usada como adubo
na plantação, pelos nutrientes presentes na água. O gasto na lavagem é em
média 5000 mil litros de água em todo o processo.
4. Considerações Finais
Conclui-se com a análise do processo produtivo da empresa, que o
processo de produção e transformação do café começa pelo plantio do café,
colheita, beneficiamentos, lavagem (varrição), secagem, torrefação e moagem
dos grãos. A empresa não faz a lavagem-separação. Os tratos culturais na
lavoura, são adubação, a aplicação de fungicidas, inseticidas, herbicidas,
REFERÊNCIAS
Bebida. Revista virtual de química, vol. 9, n. 1, p. 107 – 134, nov. 2016. Disponível
em: http://static.sites.sbq.org.br/rvq.sbq.org.br/pdf/v9n1a10.pdf. Acesso em: 14 jul.
2021.
GIL, A. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. - São Paulo: Atlas, 2002.
Disponível
em:http://www.uece.br/nucleodelinguasitaperi/dmdocuments/gil_como_elaborar_pr
ojeto_de_pesquisa.pdf. Acesso em: 08 ago. 2021.