Coffea 2
Coffea 2
Coffea 2
REPORTAGEM
- CEPEC: 10 anos apoiando a cafeicultura de montanha 03
PESQUISANDO
- Crescimento de cafeeiros e correlação com produtividade/produção 07
- Efeitos da irrigação por aspersão em Varginha 08
- Maior vigor e resistência à seca em cafeeiros Siriema 11
Capa: Cafeeiro Siriema, com 3,5 anos, na - Secagem de grãos de café após beneficiamento 12
FEV. - Efeito do desbaste na linha em cafezal irrigado por pivô 13
- Manejo de podas em cafezal adensado 14
- Distribuição do sistema radicular de cafeeiros 16
- Novo sistema de enxertia por encostia 18
- Desempenho operacional de derriça mecanizada do café 21
NOTA DO EDITOR
Conselho Editorial: José Braz Matiello (Editor Executivo); Rubens José Guimarães (Coordenador UFLA); Saulo Roque de
Almeida, Leonardo Bíscaro Japiassú, Guilherme Borges Frota e Antônio Wander Rafael Garcia - MAPA/FUNPROCAFÉ e Carlos
Henrique Siqueira de Carvalho - EMBRAPA CAFÉ.
Programação Visual e Impressão: Gráfica Editora Bom Pastor.
Composição: Rosiana de Oliveira Pederiva.
Tiragem: 2000 exemplares.
Endereços: Alameda do Café, 1000 - Bairro Jardim Andere
37026-400 - Varginha/MG
35. 3214-1411
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e
Av. Rodrigues Alves, 129 - 6º andar - Centro
20081-250 - Rio de Janeiro/RJ
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É permitida a reprodução, desde que citada a fonte e autores.
www.fundacaoprocafe.com.br
REPORTAGEM
CEPEC : 10 ANOS APOIANDO A
CAFEICULTURA DE MONTANHA
A região do Sul de Minas Gerais é a principal área setembro de 2003), respectivamente, (Gráficos 1 e 2). Os
cafeeira no Brasil e sua condição climática normal não estudos climáticos publicados pelo Instituto Brasileiro do
mostra deficiências hídricas prejudiciais ao cafeeiro. Nos Café, contidos nos manuais “Cultura de Café no Brasil”,
últimos 4 anos, entretanto, têm sido observadas com embasamento técnico nos trabalhos elaborados pelo
deficiências hídricas que tem afetado o vigor e a Dr. Ângelo Paes de Camargo, mostram que déficits
produtividade dos cafeeiros, cuja situação pode ser hídricos superiores a 150mm reduzem significativamente
avaliada através dos dados climáticos levantados pela a produção do cafeeiro. Embora a irrigação em cafeeiros
Estação de Avisos Fitossanitários do MAPA/PROCAFÉ, não seja uma prática tradicional no Sul de Minas Gerais,
localizada na Fazenda Experimental de Varginha-MG, que um trabalho sobre efeito da irrigação em cafeeiros em
mostraram baixa precipitação durante os meses de maio a formação (Garcia e outros, Anais do 26º CBPC, p. 292),
setembro, resultando em déficits hídricos, nos anos de observaram ganhos de mais de 100% na produtividade,
2000 a 2003, de 217,0; 190,0; 251,9 e 172mm (30 de motivando a instalação de um novo experimento em
PESQUISANDO 09
lavoura adulta.
O objetivo do presente trabalho foi o de
avaliar, para as condições de Varginha, a
resposta do cafeeiro à irrigação complementar,
durante o período de maio a setembro, de modo
a simular as condições hídricas observadas em
anos de precipitação normal na região.
Deste modo, observadas as condições da
região, no mês de maio, ao final do período
chuvoso, verificou-se que ocorre, em condições
normais, excedentes de aproximadamente
100mm. Com a redução das chuvas, este
excedente hídrico fica reduzido até se
aproximar de zero no período de julho a
setembro, quando então volta a subir com a
entrada de outro período chuvoso. A estratégia
adotada do estudo foi a de imitar esta situação
dos anos normais, suprindo o cafeeiro com uma
reserva de aproximadamente 100 mm de água
no mês de maio, deixar que a disponibilidade de
água seja reduzida até a um máximo de 100mm
negativos, o que normalmente ocorre no mês de
agosto, e irrigar novamente a fim de assegurar
suprimento de água até o início do período
chuvoso. Assim, a partir de maio de 2000 foi
feita uma irrigação de 100%, 75%, 50% ou 25%
da necessidade, conforme os tratamentos
discriminados no Quadro 1, com o objetivo de
fazer uma reserva de água no solo, para
enfrentar o período de seca e em agosto, quando
o déficit hídrico chegava próximo a 100mm negativos, era tratamentos do ensaio constam no Quadro 1.
feita uma nova irrigação.
Foi usado o sistema de irrigação por aspersão, com Resultados e Conclusões
aspersores Agropolo, modelo NY 30 ER, raio de 10m e Os resultados de produção das 3 primeiras colheitas
área de abrangência de 314m2. O abastecimento de água úteis do ensaio estão resumidas no Quadro 2. No Quadro 3
foi através de bomba de recalque instalada em uma caixa estão colocados os dados sobre o estágio de maturação dos
de 1000 litros, graduada para o controle de vazão. Os frutos na colheita de 2003, nos vários tratamentos. Os
aspersores, com aproximadamente 3m de altura, foram gráficos 1 e 2 mostram os registros de chuva e de déficit
locados na linha no centro da parcela e fixados na planta hídrico no local do ensaio.
central da parcela. Utilizou-se a cultivar Catuaí Vermelho-
144, plantada no espaçamento de 3,50 x 1,50m, com um Quadro 1 - Época e quantidade de água fornecida no
pé por cova. As adubações e os tratos culturais utilizados período 2000, 2001, 2002 e 2003 no ensaio de
foram os usuais e idênticos para todos os tratamentos irrigação do cafeeiro. Varginha-MG, 2003.
estudados. A época e a quantidade de água irrigada nos 5 Verificou-se que todos os tratamentos com
em mm. de água
Tratamentos Set/00 Mai/01 Ago/01 Mai/02 Ago/02 Mai/03 Ago/03
1. Sem irrigação - - - - - - -
2. 25% 31 31 15 28 23 25 30
3. 50% 60 62 32 56 46 50 60
4. 75% 98 93 45 84 69 75 90
5. Irrigação Máxima 127 124 60 112 92 100 120
10 PESQUISANDO
Gráfico 1- Precipitações mensais na média histórica e nos anos de 2000, 2001, 2002 e 2003 (até setembro).
Precipitações Mensais
500
450
400
Precipitação mm
350
300
250
200
150
100
50
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Meses
200
100
0
mm
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
-100
-200
-300
Quadro 3 - Maturação do café colhido no ensaio de irrigação, em julho de 2003. Varginha-MG, 2003.
Conclui-se que
A secagem do café é a operação mais importante no classificadores provadores, que avaliaram a secagem e a
pós-colheita, pois ela pode influir, diretamente, na torração do café.
qualidade e no preço dos cafés.
A secagem é feita, normalmente, com os frutos de Resultados e conclusões
café em côco, ou despolpados, levando até 11,5 - 12% de O acompanhamento da secagem mostrou que o café
umidade (cafés arábica) e 13% para conillon. Ai, então, o em grão (beneficiado) colocado no terreiro perdeu
café está bom para o beneficiamento. Ocorre, algumas umidade rapidamente, e, já no primeiro dia, sua umidade
vezes, que produtores beneficiam cafés mais úmidos, com foi baixada de 14,5% para 11,5%, ai, então, foi recolhido.
14-15% e estes cafés são depreciados no mercado. No tratamento com os sacos postos a secar não foi
Na presente nota relata-se experimento realizado possível, em tempo, secar os grãos.
visando corrigir o problema de grãos beneficiados com O resultado da prova de seca e torração,
umidade superior ao desejado. comparando a amostra onde a seca foi completada após o
Na Fazenda Experimental do MAPA / beneficiamento, em relação à mesma amostra que não foi
FUNPROCAFÉ, em Varginha-MG., retirou-se uma secada e, ainda em relação à amostra que completou a seca
amostra de café em côco, no terreiro, que estava com normal em côco, mostrou que a amostra beneficiada teve
14,5% de umidade. Esta amostra, de 6 sacas, foi uma seca considerada regular e torração boa, à
beneficiada. Em seguida foram montados dois sistemas semelhança da amostra que foi seca até 11,5% em côco.
para secar o café beneficiado, sendo: Os resultados obtidos mostram, de forma
a) despejando os grãos beneficiados, em camada preliminar, que é possível corrigir, no curto prazo, as
fina (5 cm), sobre um pano de colheita, (ráfia plástica), falhas praticadas na secagem, mesmo após o
sobre o terreiro de cimento, mexendo a cada duas horas. beneficiamento dos grãos, o que viabiliza a
b) colocando o café para secar dentro dos próprios comercialização dos cafés.
sacos de aniagem, sobre o terreiro. Pode ser que esses cafés venham apresentar
Acompanhou-se a evolução da umidade do café nos maiores problemas a médio prazo, como branqueamento,
grãos, levando, todos os dias, para determinação de no armazenamento. Este aspecto será objeto de novos
umidade no laboratório. As amostras de café, após o estudos.
término da secagem, foram examinadas por dois
R.Santinato - Eng. Agr MAPA/Procafé; J. E.Santo Eng. Agr. Agronol, A. L.T. Fernandes -
Eng. Agr. Universidade de Uberaba; M. Alvarenga, E. Figueiredo e W.V. Moreira -
Téc. Agr. AIBA.
O sistema de plantio de café adensado é o mais problemas, ao longo dos anos, com o fechamento das
adequado para a cafeicultura de montanha, onde a plantas, dificultando os tratos e a colheita.
mecanização não pode ser praticada. O adensamento Nas lavouras em fechamento a produção vai,
resulta em altas produtividades por área, porém leva a gradativamente, ficando restrita aos ponteiros. Em
PESQUISANDO 15
Produção (scs/ha)
Tratamentos
2000 2001 2002 2003 Acumulada 4 anos
1 haste/planta 2,0 36,3 b 80,5 ab 41,9 b 160,7
2 hastes/planta 7,0 56,4 a 90,6 a 56,9 a 210,9
4 hastes/planta 10,0 46,3 ab 73,0 bc 22,6 c 186,2
Substituição 0 12,4 c 80,0 ab 56,9 a 115,0
O conhecimento da distribuição do sistema as raízes expostas com jatos de água com o auxílio de
radicular do cafeeiro é de grande importância para auxiliar um pulverizador acoplado a um trator. Em todas as
na tomada de decisão de várias práticas culturais. Embora lavouras foram coletadas amostras de solo, a cada 15
diversos trabalhos já tenham sido feitos para estudar o cm, até a profundidade de 180cm, para análise de
assunto, pouco se conhece sobre a distribuição das raízes fertilidade.
de café na região do Sul de Minas, a qual responde por
aproximadamente 30% da produção de café do Brasil. Resultados e discussão
Este trabalho procurou estudar a distribuição do sistema
radicular do cafeeiro em latossolo vermelho amarelo, na Localização das raízes em relação à saia do cafeeiro
região de Varginha, sul de Minas Gerais. Nas três lavouras estudadas a grande maioria das
Três lavouras foram estudadas: raízes encontrava-se debaixo da saia dos cafeeiros. Na
a) Lavoura de Catuaí com 2 anos de idade e lavoura de 2,0 anos de idade, 100% das raízes encontrava-
espaçamentos de 3,5 x 0,25m e 3,5 x 0,75m; se debaixo da projeção da copa dos cafeeiros, próximas
b) Lavoura de Catuaí, com 4,0 anos de idade, aos troncos. Nos cafeeiros de 4 anos, mais de 90% das
espaçamento de 3,8 x 0,8m, e 0,75m de saia. Nesta raízes finas encontravam-se sob a saia e, na lavoura adulta,
lavoura foram coletadas amostras de raízes entre 30 e de 11 anos de idade, a maior parte das raízes também
45cm do tronco do cafeeiro, e do lado de dentro e do encontrava-se debaixo da saia dos cafeeiros, em forma de
lado de fora da projeção da extremidade da saia um manto contínuo formado pelo entrelaçamento das
(“pingadeira”), a cada 15 cm, até uma profundidade raízes. Nesta lavoura, embora algumas raízes laterais
de 1,60m, com o auxílio de um cilindro de aço de pudessem ser observadas fora da saia, em profundidades
2.650 cm3. Estas amostras foram utilizadas para de até 2m, estimou-se que mais de 85% das raízes
quantificação do peso da matéria seca das raízes finas encontrava-se debaixo da saia. Estes resultados são
(raízes com diâmetro inferior a 1mm). semelhantes ao de outros trabalhos publicados na
c) Lavoura de Catuaí de 11 anos de idade, espaçamento literatura em diferentes regiões cafeeiras. A maior
de 4,0 x 1,0m. Nestas lavouras foram feitas trincheiras concentração de raízes sob a saia do cafeeiro deve-se ao
de 2m de profundidade por 2 a 4m de comprimento e fato de que as raízes crescem mais onde as condições de
PESQUISANDO 17
Distribuição das raízes de cafeeiros (aos 2 e 11 anos de idade) ao longo do perfil do solo.
umidade, fertilidade de solo e aeração, são mais profundas do solo em busca de água e nutrientes.
propícias ao crescimento. Analisados em conjunto, estes resultados sugerem
que cafeeiros cultivados em latossolo vermelho amarelo,
Distribuição das raízes no perfil do solo de boa estrutura e profundos, apresentam raízes mais
Nos cafeeiros de 2 anos, a profundidade máxima do profundas e com melhor distribuição no perfil que
sistema radicular dos cafeeiros era de, aproximadamente, cafeeiros cultivados em outras regiões cafeeiras, como
2,0m. Na lavoura de 4,0 anos a distribuição das raízes no por exemplo, em algumas regiões da Zona da Mata de
perfil do solo variou de planta para planta. Por exemplo, a Minas.
planta 02 (Figura 1) apresentou maior quantidade de Além das características físicas favoráveis, o
raízes absorventes nos primeiros 60 cm de profundidade, aumento da fertilidade do solo parece ter contribuído ao
decrescendo nas camadas mais profundas. Por outro lado, aprofundamento das raízes. Em todas as trincheiras
a planta 01 (Figura 1) apresentou distribuição mais estudadas, os teores de Ca, Mg, e especialmente do K,
uniforme nos primeiros 100cm de profundidade, eram mais altos nas camadas mais profundas que os teores
decrescendo nas camadas inferiores. As outras plantas da encontrados em solo não cultivado. Os teores de K
trincheira apresentavam também boa distribuição de podiam ser considerados satisfatórios em camadas
raízes a até 60 cm de profundidade, mas com algumas relativamente profundas, as quais não são usualmente
raízes penetrando a mais de 180cm de profundidade e com consideradas para recomendação de adubação. Por
grande volume de raízes finas. exemplo, nas lavouras de 2 e de 4 anos de idade, os teores
Nos cafeeiros adultos, de 11 anos observou-se de K a 60cm de profundidade eram próximos a 60
presença de raízes em todo o perfil do solo. Na camada de mg/dm3, nível considerado médio, bem acima dos teores
0-20cm de profundidade, as raízes formavam uma malha próximos a 30 mg/dm3 de solos áreas virgens (Figura 1).
densa, com grande número de raízes laterais com diâmetro Na lavoura de 11 anos, o teor de potássio permanecia
variando entre 2 e 5mm, e também grande número de acima de 60 mg/dm3 mesmo a 90cm de profundidade. É
raízes finas, com diâmetro inferior a 1mm. Entre 20 e importante ressaltar que nenhuma das lavouras estudas foi
80cm de profundidade, observou-se grande número de adubada com gesso.
raízes com diâmetro entre 1 e 3mm, dando suporte a raízes A única fonte de gesso foi a do superfosfato simples
mais finas. Nas camadas inferiores a 80cm, a usado para adição de P. É possível que o K e outros
concentração de raízes decrescia com o aumento da cátions tenham sido carreados para camadas mais
profundidade. Várias raízes penetravam no piso da profundas ligados ao Cl, proveniente do KCl.
trincheira indicando que o sistema radicular era mais Estes resultados permitem sugerir algumas
profundo que 2m. Foi interessante notar a presença de recomendações de ordem prática:
raízes finas em todo a extensão da trincheira indicando a A adubação deve ser feita sob a saia do cafeeiro,
capacidade do cafeeiro de explorar camadas mais pois aí se localizam mais de 90% das raízes.
18 PESQUISANDO
A análise do solo realizada somente na camada de disponíveis para o cafeeiro, porque este explora camadas
0-20cm de profundidade, subestima o total de nutrientes bem mais profundas.
Planta 1 Planta 2
18 25
16
14 20
12
15
10
% 8 % 10
6
Figura 1. Distribuição percentual
das raízes finas em função
4 5 da profundidade do solo em
2 cafeeiros de 4 anos de idade.
0 0
0-15 15- 30- 45- 60- 75- 90- 105- 120- 135- 0-15 15- 30- 45- 60- 75- 90- 105- 120- 135-
30 45 60 75 90 105 120 135 150 30 45 60 75 90 105 120 135 150
300
250
K (mg/dm3)
50
0
0-15 15- 30- 45- 60- 75- 90- 105- 120- 135-
30 45 60 75 90 105 120 135 150
Profundidade (cm)
Verificou-se que a partir de 20-30 dias pós-enxertia já foi Um lote de mudas enxertadas foi mantido até o 6
possível efetuar o corte das mudas, sem perdas Par de folhas em viveiro e depois plantado no
significativas, indicando-se, na prática, adotar 1 mês campo, para avaliação do desenvolvimento inicial das
como prazo adequado, quando se obtém 100% de plantas, verificando-se seu crescimento normal com
pegamento. perfeita junção do tronco do cavalo e do cavaleiro, sem
20 PESQUISANDO
quaisquer lesões ou quebras de mudas.
Desde 1996 a colheita mecanizada do café vem parcelas contendo 5 plantas em linha. Os tratamentos
apresentando expressivo crescimento na região do Sul de constaram da interação das seguintes variáveis: estágio de
Minas Gerais, sendo uma região em que a derriça maturação, freqüência de vibração e velocidade
mecanizada sobre o chão ou panos é bastante emprega, operacional. O período de colheita foi definido em função
principalmente entre os pequenos e médios produtores. do índice de maturação, considerado-se de 20 a 25% de
Segundo Silva et al (1998), a colheita do café com verdes para o início de colheita, 10 a 15% de verdes para o
colhedoras na região, apresenta boas condições de meio de colheita e menos que 5% para fim de colheita.
expansão, superando as primeiras expectativas, devido à Foi utilizada a derriçadora lateral modelos Dragão
necessidade dos produtores de fazerem uma colheita rápida Versati, acoplada e tracionada por um trator Valmet 785,
com menor custo operacional e com café de melhor com tração dianteira auxiliar e redutor de velocidade. As
qualidade final. Kashima (1990) já considerava a velocidades operacionais foram definidas para a 1a, 2a e 3a
possibilidade de mecanização da colheita como a grande marchas, superreduzidas, com o motor em 1700 rpm,
saída para o país continuar com a liderança mundial de café, equivalendo respectivamente a 576, 947 e 2057 m/h. A
através da competitividade nos custos e na qualidade do derriçadora de acionamento hidráulico e mecânico, através
produto. da TDP do trator, opera lateralmente à linha dos cafeeiros,
O ponto limitante da colheita de café com a derriça tendo um cilindro derriçador com 3,10 metros de altura,
no chão, constava da dificuldade e custo das operações de contendo 42 anéis com 16 varetas de 55cm, que vibram com
varrição e levantamento, limitações que foram superadas amplitude de 50 a 58 mm e freqüência variada, sendo que
com o surgimento das máquinas enleiradoras e nos ensaios foram empregados de 800 a 1100
recolhedoras, que tornaram mais viável o uso das ciclos/minuto. As avaliações foram feitas, passando a
derriçadoras laterais tracionadas. Neste contexto, este derriçadora nos dois lados da linha dos cafeeiros de cada
trabalho teve por objetivo avaliar o desempenho parcela, no sentido de ida e volta, determinando-se para
operacional da derriça mecanizada do café, utilizando a cada parcela, a carga pendente média, o volume de café
derriçadora lateral modelo Dragão Versati, com diferentes derriçado, a porcentagem de verde, cereja, passa ou seco e a
velocidades e vibrações operacionais, em três diferentes desfolha. O café derriçado sob panos foi medido em litros e
épocas: começo meio e fim de safra, comparativamente a desfolha em peso de folhas e ramos.
com a derriça manual.
Resultados
Material e Métodos A Tabela 1 mostra os resultados do desempenho
Este trabalho foi desenvolvido no município de operacional da derriçadora com diferentes velocidades e
Nepomuceno - MG, na Fazenda Morro Alto em lavoura de vibrações operacionais, para as distintas épocas de colheita.
variedade Acaiá de 6 anos, plantada com espaçamento de Como se observa o início de colheita ocorreu em 1/7/03,
3,0 x 1,0 metros, com população média de 3333 pl/ha e 2,7 com carga pendente média dos cafeeiros de 7,85
metros de altura. litros/planta, com 24,3% de verdes.
Os ensaios foram realizados com três repetições, em
22 PESQUISANDO
Tabela 1. Desempenho operacional da derriça mecânica. O período final de colheita foi em 19/8/03, com
carga pendente média de 6,35 l/planta, com
Tratam. Velocid. Vibração Café colhido Maturação % Desfolha apenas 1,3% de verdes, condição em que para a
m/hora cicl/min. l/pl % V C P/S g/planta
Colheita em 1/7/03, carga pendente média de 7,85 l/pl. e 24,3% de verdes. vibração de 900 ciclos/min., a eficiência de
T1 576 800 4,2 53,5 9 39 52 350
T2 947 800 4,0 51,0 4 45 44 294
derriça variou de 81,9 a 69,3% respectivamente
T3 2057 800 3,5 44,6 5 29 66 258 para as velocidades de 576 a 2057m/h., para a
T4 576 900 4,6 58,6 14 37 49 370
T5 947 900 4,2 53,5 16 26 58 332
vibração de 1000 ciclos/min., a eficiência de
T6 2057 900 3,6 45,8 8 37 55 270 derriça variou de 83,5 a 63,0%, para as mesmas
T7 576 1000 4,7 59,8 17 51 32 365
T8 947 1000 4,6 58,6 13 40 47 335 variações de velocidade. Sendo que a maior
T9 2057 1000 3,7 47,1 13 45 42 312 eficiência de derriça ocorreu para o tratamento
T10 Manual - 7,8 100,0 24 59 17 840
Colheita em 22/7/03, carga pendente média de 6,60 l/pl. e 13,0% de verdes. T24 de 83,5%, obtida para a velocidade de 576
T11 576 900 5,2 78,8 3 21 76 375 m/h. e vibração de 1000 ciclos/min.
T12 947 900 4,2 62,1 4 12 84 325
T13 2057 900 3,5 53,0 5 9 86 300 Em todos os períodos de colheita observa-
T14 576 1000 5,3 80,3 5 15 80 427
T15 947 1000 4,6 69,7 6 12 82 375
se uma relação direta entre a desfolha e o nível de
T16 2057 1000 4,5 68,2 3 12 85 299 vibração e inversa com a velocidade operacional,
T17 576 1100 5,3 80,3 4 19 77 437
T18 947 1100 5/1 77,3 3 18 79 412
destacando que em todas as situações avaliadas, a
T19 2057 1100 4,8 72,7 3 17 80 337 desfolha causada pela derriçadora foi pelo menos
T20 Manual - 6,6 100,0 13 34 53 640
Colheita em 19/8/03, carga pendente média de 6,35 l/pl. e 1,3% de verdes. 13,6% menor que a desfolha na derriça manual.
T21 576 900 5,2 81,9 0,0 7,0 93 312 Os resultados também mostram que
T22 947 900 4,6 72,4 0,6 9,4 90 275
T23 2057 900 4,4 69,3 0,0 13 87 225 quanto menor o índice de verdes maior é a
T24 576 1000 5,3 83,5 0,7 6,3 93 475 eficiência de derriça, devendo-se observar que
T25 947 1000 5,0 78,7 0,5 8,5 91 351
T26 2057 1000 4,0 63,0 0,0 10 90 287 para o período de fim de colheita, a queda de
T27 Manual - 6,35 100,0 1,3 14,7 84 550
frutos no chão antes da operação de derriça,
chegou a 0,25 l/planta.
A lavoura de café robusta no Brasil, da variedade Conillon, ocupa, atualmente, cerca de 530 mil
hectares, com um parque aproximado de 1,2 bilhão de cafeeiros, sendo cultivada em regiões mais baixas e
quentes, principalmente, no Espírito Santo, Rondônia, Sul da Bahia e Vale do Rio Doce em Minas. A
produção brasileira de robusta já atinge 8-9 milhões de sacas ao ano.
O cafeeiro Conillon é uma planta mais alta, mais vigorosa e esgalhada. Ele emite um grande número de
hastes ortotrópicas (troncos). Assim, a condução e a poda das plantas devem ser realizadas de modo
diferenciado.
As pesquisas e a prática tem mostrado que nos sistemas atuais de cultivo, com maior adensamento, o
cafeeiro Conillon se adapta bem às podas, normalmente feitas todos os anos, pós-colheita, resultando em altas
produtividades e constância nas safras.
O conceito de poda em
café Conillon é bastante
diferente daquele usado para
variedades de café arábica, em
função de 2 características
básicas do cafeeiro Conillon: a)
as plantas apresentam uma
intensa ramificação ortotrópica
(multi-caule) ficando sem saia
e a produção fica restrita à parte
alta das plantas; b) o manejo
tradicional é feito sem
desbrota, só ultimamente, em
plantios mais adensados, se
adota um menor número de
hastes/planta.
Em conseqüência dessas características é quais são continuamente renovadas.
normal um cafeeiro Conillon adulto possuir de 30- Deste modo, o problema de fechamento no
50 hastes ortotrópicas. A planta, assim, cresce em café Conillon não é grave como nos cafezais de
forma de uma taça (moita), não mantém saia e a arábica, nos quais a condução é feita com poucas
produção fica restrita à parte superior das hastes, as hastes (1-2 / planta) e onde a produção deve ocorrer
RECOMENDANDO 25
a) Fazer desbaste lateral, após a colheita, dos ramos Uma nova alternativa de condução de
vergados para o meio da rua, facilitando os tratos cafeeiros Conillon vem sendo adotada por
e prolongando o período de abertura da lavoura. produtores de Rondônia. Trata-se do plantio mais
b) Em áreas pequenas ou onde houver bastante junto na linha (1m), com a condução de uma só
disponibilidade de mão-de-obra, aplicar a poda haste, que assim forma uma planta cilíndrica,
de produção, de forma preventiva, a partir da 3ª - semelhante à de café arábica. O problema é que nas
4ª safra, eliminando, a cada ano, logo após a regiões mais secas as plantas costumam cinturar e,
colheita, os ramos que produziam muito e que se também, com o tempo, a saia fica muito larga,
encontram esgotados (com poucos ramos exigindo desponte. Outra observação curiosa é que
laterais enfolhados). logo os ramos plagiotrópicos se engrossam e
c) A renovação da planta pode ser feita através da começam a emitir ramos ortotrópicos. Os estudos
recepa baixa ou da aplicação da poda de feitos sobre essa alternativa mostram que uma só
produção de forma mais drástica, deixando haste reduz a produtividade e que o ideal para esse
menos hastes por planta, nesse caso podendo ser sistema de condução é deixar 3 hastes/planta, como
usada mais tardiamente, a partir da 6ª - 8ª safras. se pode ver no quadro 1. Para apenas uma haste está
d) Em lavouras mais adensadas (2 a 2,5m x 1m) sendo testada uma distância menor, de 0,5m entre
conduzir 2-3 hastes por planta e iniciar sua plantas.
renovação, por poda de produção anual, após a 2ª
ou 3ª safra. Quadro 1 - Produção de cafeeiros Conillon, no
espaçamento 2 x 1m, conduzidos com diferentes
A poda de produção pode ser feita com facão, números de haste/planta. Itamarajú-BA, 2001.
- em sacas/ha.
Tratamentos 1ª safra 2ª safra 3ª safra Média
Uma haste / planta 116,7 101,3 110,3 109,4
Duas hastes / planta 140,3 129,7 111,7 127,2
Três hastes / planta 140,1 173,1 110,4 141,2
Quatro hastes / planta 135,1 115,5 104,7 118,4
Livre crescimento 77,9 112,2 104,7 98,2
Caldas e Matiello. Anais 27º CBPC, p. 60 - 61.
RECOMENDANDO 27
AS VARIEDADES DE CAFÉ:
CARACTERÍSTICAS PARA ESCOLHER
E MODO DE PLANTIO.
J.B. Matiello e S.R. Almeida - Eng. Agr. MAPA/PROCAFÉ e C.H.S. Carvalho -
Eng. Agr. EMBRAPA/CAFÉ.
A escolha de uma ou mais variedades de café para condições do local, o modo de plantio e a condução
plantio é muito importante, pois tratando-se de uma futura da lavoura são importantes: o clima, a
cultura perene, a influência permanece por longo fertilidade/tipo de solo, o sistema de plantio
período. Uma opção errada vai significar perdas por (espaçamento) e o manejo a ser adotado. Para regiões
muitos anos e, ainda, uma necessidade eventual de mais quentes são importantes variedades mais
substituição representa custos elevados, na vigorosas, com maturação mais tardia e com
implantação de uma nova lavoura. tolerância à ferrugem, bicho-mineiro (se possível) e à
A escolha da(s) variedade(s) mais apropriada(s) seca. Para regiões mais frias são prioritárias
depende, de um lado, das suas características e, de variedades de maturação precoce, plantadas em
outro, das condições em que será (ão) plantada(s). espaçamentos mais largos e, se possível, com
Existe, portanto, uma interação com o ambiente, que tolerância à Phoma/Ascochyta. Para plantios
deve ser observada. adensados são importantes as características de
As características de uma variedade podem ser arquitetura mais aberta da ramagem, menor diâmetro
separadas em 2 grupos: as vegetativas e as da saia, maturação precoce e boa tolerância à
produtivas. Como aspectos vegetativos são ferrugem.
importantes: o porte e a arquitetura das plantas, o Na tabela aqui apresentada são colocadas as
vigor, a capacidade de resistência e de retenção foliar. principais características e a indicação para as
Como características produtivas são mais variedades de café disponíveis. Cabe ao técnico
importantes: a produtividade, o tamanho e formato recomendante, além de observar esses aspectos,
dos frutos e grãos e a maturação. verificar o desempenho/adaptação da variedade em
Na interação entre essas características e as sua região.
28 RECOMENDANDO
Linhagens
Cultivar Origem
indicadas Porte Arquitetura Brotação
terminal
IAC IAC: 376/4, 388/17, 515/20, 379/19 e Plantas abertas com grande
Mundo Novo Cruzamento entre Sumatra e Bourbon Vermelho 464/12
Alto diâmetro de saia. Verde e bronze
IAC Compacta
Catuaí Amarelo Cruzamento entre Mundo Novo e Caturra
IAC: 32, 39, 62, 66, 74 e 86 Baixo Verde
EPAMIG Compacta
Rubi Cruzamento entre Catuaí e Mundo Novo MG 1192 Baixo Verde e bronze
EPAMIG
Topázio Cruzamento entre Catuaí e Mundo Novo
MG 1190 e MG 1194 Baixo Compacta Bronze
EPAMIG/UFV
Compacta, menor diâmetro
Oeiras Cruzamento entre Caturra Vermelho e Híbrido MG 6851 Baixo
de saia.
Bronze
de Timor CIFC 832/1
EPAMIG/UFV Compacta, menor diâmetro
Paraíso Cruzamento entre Catuaí Amarelo IAC 30 e
Híbrido de Timor CIFC 2570
MG H 419-1 Baixo
de saia.
Verde
IAC
Tupi Sarchimor 1669 IAC 1669-33 Baixo Compacta Bronze escuro
IAC IAC 1669-20 (vermelho)
Obatã Vermelho / Amarelo Cruzamento entre Sarchimor e Catuaí IAC 4739 (amarelo) Baixo Compacta Verde
IAPAR
IAPAR 59 Sarchimor 1669 IAPAR 59 Baixo Compacta Verde e bronze
UFV/EPAMIG
Cruzamento entre Catuaí Amarelo IAC 86 e H.
Plantas cônicas, Bronze (MG-1) e
Catiguá Timor 440.10 MG - 1 e MG - 2 Baixo ramificação secundária bronze clara (MG-2)
(H 514-7-14-2 e H 514-7-16-3, Geração F4) abundante.
IAPAR
IPR - 98 Seleção de Sarchimor 1969 IPR 98 Baixo Cilíndrica Verde
RECOMENDANDO 29
CARACTERÍSTICAS
PRODUTIVAS Recomendação
Vigor Resistência Maturação Frutos e sementes Produtividade
Menor tolerância à ferrugem, à seca Frutos vermelhos, sementes Indicada para espaçamentos largos, regiões e solos melhores ou
Alto Média a precoce Boa para áreas sujeitas a geadas e onde se pratica o controle químico
e à deficiência de zinco e magnésio. de tamanho médio. da ferrugem.
Menor tolerância à ferrugem, à seca Frutos vermelhos, Indicado para espaçamentos menores, regiões e solos melhores
Alto Média a precoce Boa ou para áreas sujeitas a geadas e onde se pratica o controle
e à deficiência de zinco e magnésio sementes graúdas. químico da ferrugem.
Menos prejudicado pela ferrugem, Frutos vermelhos, sementes
Mais vantajoso para áreas secas, mais quentes e para regiões
Bom ácaro e seca. Menor tolerância Tardia e desigual Boa montanhosas ou onde os tratos e a colheita precisam ser
à deficiência de boro. de tamanho médio. facilitados e para produtores com menor nível tecnológico
Menos prejudicado pela ferrugem, Frutos amarelos, sementes Mais indicado para áreas secas, mais quentes e para regiões
Bom ácaro e seca. Menor tolerância Tardia e desigual Boa montanhosas ou onde os tratos e a colheita precisam ser
à deficiência de boro. de tamanho médio facilitados e para produtores com menor nível tecnológico
Frutos amarelos, sementes
Muito atacado por ferrugem Indicado para regiões frias, de difícil maturação e para
Médio e cercosporiose. Precoce de tamanho médio e boa Média produtores de cafés especiais.
bebida.
Bom Susceptibilidade à ferrugem Média Frutos vermelhos Boa Indicado para as mesmas condições do Catuaí.
semelhante ao Mundo Novo.
Susceptibilidade à ferrugem
Bom semelhante ao Mundo Novo. Tardia Frutos amarelos Boa Indicado para as mesmas condições do Catuaí.
Frutos amarelos, sementes Indicado para as mesmas condições do Catuaí, com prioridade
Bom Resistente à ferrugem Tardia graúdas. Boa para condições de difícil controle de ferrugem.
Resistente à ferrugem, susceptível Frutos vermelhos, alto
Baixo à cercosporiose. Precoce índice de concha. Boa, inicial. Indicado para plantios adensados.
Resistente à ferrugem. Frutos vermelhos Indicado pa plantios adensados ou em renque. Não indicado
Médio Baixa tolerância à seca Tardia ou amarelos Boa para regiões com déficit hídrico.
Resistente à ferrugem e ao
Indicado para plantios adensados, regiões de clima ameno
Baixo nematóide M. exigua, menor Precoce Frutos vermelhos Boa, inicial. e com boa nutrição.
tolerância à cercosporiose
Resistente à ferrugem. A linhagem Frutos amarelos, semente Recomendação semelhante à do Catuaí, porém apresenta
Bom 2 SL apresenta tolerância à Phoma Média média a grande Boa resistência à ferrugem. O Catucaí 785-15 é pouco tolerante à seca.
Resistente à ferrugem . A linhagem Frutos vermelhos, semente Recomendação semelhante à do Catuaí, porém apresenta
Bom 785/15 apresenta resistência Precoce (785/15) a média média Boa
ao M. exigua a grande resistência à ferrugem.
Alto Tolerância à ferrugem, susceptível Frutos vermelhos ou Indicadas para espaçamentos largos. Não indicadas para áreas
à seca (em geral), sensível à amarelos, semente mais Média a boa. com problemas de déficit hídrico. Menos adequado à colheita
deficiência de magnésio e potássio. Média a precoce mecânica pela dificuldade de derriça dos frutos. Usar boa
Médio: arredondada no 2944 e Menor produção inicial.
IAC 3282 Maior tolerância ao frio. menores no 3282 correção de solo e nutrição adequada de K.
Resistente à ferrugem e tolerante Fruto vermelho escuro,
Indicada para regiões mais quentes e secas e para áreas com
Alto ao M. exigua e à seca. Tardia semente alongada, Boa M. exigua.
maior % de mocas.
Resistente à ferrugem, mas Frutos vermelhos,
Bom exigente em nutrição Tardia sementes menores Boa Indicada para áreas com boa correção de solo e nutrição adequada.
Resistente à ferrugem Frutos amarelos, sementes Indicada para regiões frias, pela sua precocidade de maturação
Bom Precoce médias, boa bebida Média a boa e como alternativa para o Icatu 3282, para cafés especiais.
Resistente à ferrugem e Indicada para qualquer região, especialmente para áreas mais
Bom tolerante à seca Tardia Frutos vermelhos Boa sujeitas à seca e quentes. A Palma II se adapta bem a plantios
adensados.
Frutos vermelhos, Segue as indicações feitas para a Acaiá, porém, não necessita
Alto Tolerante à ferrugem Precoce a média sementes graúdas Média a boa controle sistemático da ferrugem.
Médio a Resistente à ferrugem, mais Frutos vermelhos, Indicada para plantios em regiões mais frias e sombreadas,
baixo atacado por cercóspora Precoce sementes graúdas Boa, inicial como a Zona da Mata de Minas Gerais.
Frutos vermelhos Em fase de seleção na geração F4
Alto Resistente à ferrugem Tardia e amarelos Boa
Resistência à ferrugem, ao Frtuos vermelhos Em fase de desenvolvimento via semente e clonagem
Alto bicho mineiro e à seca
Precoce e média ou amarelos Média a boa na geração F5
Tolerância a M. incognita. Frutos vermelhos. Pouca Indicado como porta-enxerto visando controle de M. Incognita
Alto Mais susceptível à seca Tardia mucilagem, maior Média a boa em solo do tipo arenito
rendimento
Tolerância ao M. exigua e menos
prejudicado pela ferrugem e Vermelhos e rosa, com ou
bicho mineiro. Precoces: 8111 e 8151 sem estrias.
Sementes de tamanhos Boa e com menor Indicado para regiões quentes e baixas. Pode produzir bem em
Alto Boa tolerância à seca, em particular Média: 8121 áreas próprias para C. arabica.
o Robustão Capixaba. Tardia: 8131
variados, com maiores variação bienal
teores de sólidos solúveis
Maior susceptibilidade ao ácaro e cafeína.
vermelho, broca e cochonilha de fruto.
Bom Resistência à ferrugem. Média Frutos vermelhos média Boa Plantios adensados.
30
RESUMINDO
Extratos de Revistas Científicas nacionais e estrangeiras.
LEPROSE
Nosso colega, Eng. Agr. Roberto Santinato, é MAPA, atuando nas atividades do PROCAFÉ.
um profissional de enorme qualidade em seus Nesse período, de quase 36 anos dedicados ao
trabalhos de apoio técnico à cafeicultura, café, Santinato publicou mais de 500 trabalhos de
especialmente dedicado àquela desenvolvida nas pesquisa, além de livros e boletins técnicos. Seus 2
regiões de cerrados, em Minas Gerais e Bahia. Vem livros mais recentes versam sobre Irrigação em
liderando campos experimentais, prestando Cafezais, outra de suas tantas especialidades que tem
assistência técnica e orientando a implantação de nele o principal motivador.
milhares de hectares de lavouras de café. Como vocês poderão ver da entrevista,
A larga experiência adquirida por Santinato, Santinato fala com franqueza e, pela sua origem, de
aliando conhecimentos de pesquisas ao trabalho de italianos, e palmeirenses, fala muito. Por isso o texto
campo na área, lhe dá, com mérito, o título de mestre ficou longo.
em cafeicultura nos cerrados.
É importante, por isso, conhecermos as Revista Coffea: Santinato, conhecendo bem a
opiniões, sabidamente objetivas e práticas, desse cafeicultura brasileira, como você avalia as
mestre. diversas regiões produtoras, as mais novas e as
Inicialmente, vamos dar um 'curriculum' tradicionais?
simplificado de nosso entrevistado: Santinato Santinato: A mais nova cafeicultura de café arabica
formou-se pela ESALQ, em 1967, especializado em do Brasil é a irrigada tecnicamente, ou seja, aquela
fitotecnia. Entrou para o IBC em 1968, logo se em que a irrigação é praticada quase o ano todo, e não
dedicando ao serviço de fotointerpretação, com a irrigada por “socorro”. Esta cafeicultura se instalou
curso no CEPERN. Já em 1969 e até 1978 trabalhou em áreas marginais, onde o déficit hídrico é superior
na Assistência Técnica à cafeicultura na Regional do a 150 mm/ano.
IBC de Caratinga, Zona da Mata Mineira. De 1979 a Sua maior vantagem é a alta produtividade
1982 trabalhou em pesquisa e AT no IBC em Belo (55/60 scs/ha), conseqüência da condição de uso de
Horizonte, iniciando sua dedicação à região dos alta tecnologia, quanto aos tratos nutricionais,
cerrados e do Jequitinhonha. De 1983 a 1993 fitossanitários e culturais. Nesta cafeicultura, ainda
trabalhou no Núcleo Técnico do IBC-GERCA em jovem, tem-se colhido cerca de 300 a 400 sacas
Campinas, e, com a extinção do Órgão, passou ao beneficiadas na soma das seis primeiras colheitas,
ENTREVISTA 39
contra 180 a 220 das boas lavouras dos se que se houver uma geada de grande intensidade,
cerrados no mesmo período. Outra vantagem, sem somente se ela atingir o Sul de Minas é que haverá
dúvida, é a quase total mecanização, além da reflexos significativos nos preços.
utilização da água como veículo de fertilização e Como problemas gerais, inerentes a todos os
controle de pragas e doenças. Também por estar tipos de cafeicultura, podemos enumerar:
situada em regiões de inverno seco é pouco exigente a) Falta de Assistência Técnica: Que é tanto
em infra-estrutura de preparo pós-colheita e ótima menor quanto menor e mais distante esteja o
produtora de cafés de boa qualidade ( tipo cerrado). produtor. Há completa ausência do governo. Restam
Como desvantagem, provavelmente, exigirá apenas os trabalhos das cooperativas e associações
podas mais freqüentes ( 9 a 10 safras) e o custo mais nas regiões mais desenvolvidas como Sul de Minas e
elevado de formação. É uma cafeicultura que cresce e Cerrados.
por estar em regiões com outras opções, como a soja, b) Falta de controle no mercado:
algodão, etc, o café não será uma monocultura. Internamente comercializa-se até a palha de café,
Por outro lado, a mais velha cafeicultura, sem falar nos demais resíduos, e, externamente
denominada tradicional e implantada a décadas atrás destaca-se somente a qualidade “gourmet”, para um
em solos de arenito, praticamente está desaparecida. mercado de 5 a 10% do total exportado. Referente às
É o que acontece no Paraná e S.Paulo, com previsões de safras , aquelas feitas pelos
aproveitamento das áreas com cana, laranja, etc... “compradores” tem maior peso que as do governo.
Outra cafeicultura que se destaca é a do c) Falta de crédito: O pouco existente fica
pequeno produtor, como da Zona da Mata, Espírito restrito aos “ de sempre”, ou seja, a 5 a 10% dos
Santo, Mogiana de São Paulo, Nordeste, Norte do produtores que conseguem obter linhas de crédito. O
Paraná. Esta cafeicultura sobrevive em todas as pequeno produtor simplesmente é esquecido ou
crises devido ser tipicamente familiar, na qual o nível isolado.
de tecnologia é baixo, exceto a do Nordeste, que tem d) Falta de experimentação e pesquisa
problemas de irrigação e a de São Paulo e Paraná com dirigida a problemas regionais: Exemplo: estuda-
risco de geada, essa cafeicultura é a única opção se irrigação em casa de vegetação no Sudeste,
agrícola para regiões como a Zona da Mata e Espírito enquanto no Nordeste nada se faz. O dinheiro
Santo. Ela apresenta uma grande vantagem que é o existente é prioritariamente aplicado nas
social, retendo o pequeno produtor na zona rural. Universidades, com pouco ou nenhum retorno de uso
Como desvantagens tem-se a ausência de direto aos produtores ou na criação de novos
mecanização, encarecendo os custos e a qualidade profissionais da cafeicultura. Está na hora de se criar
(bebida) inferior. um órgão regulador de atividades cafeeiras com
Contrariamente, a qualidade da cafeicultura Técnicos e líderes de cada região, a fim de definir a
dos cerrados é boa, sendo sua grande vantagem aliada AT, o Crédito, a Pesquisa e até mesmo regras de
ao bom nível de mecanização. Como desvantagens, mercado, caso contrário está fadada ao
boa parte da área tem risco de secas (muito ativa desaparecimento a cafeicultura familiar, com
nestes últimos 8 anos), exigindo, por vezes, a crescimento do êxodo rural em regiões como Zona da
irrigação de “socorro”, além da predominante baixa Mata, Espírito Santo, Baixa Mogiana, Nordeste,
fertilidade, exigente de corretivos e adubos em escala etc...
maior.
Por fim, tem-se a cafeicultura do Sul de Minas, Revista Coffea: Quais as tendências na irrigação
a chamada Café com Leite, com predomínio de de cafezais e quais os sistemas que tem maior
médios produtores. Sua grande vantagem é a boa potencial e qual sua visão de futuro desta prática?
qualidade da bebida aliada a solos de média Santinato: Estima-se em cerca de 200 mil ha de
fertilidade. Como desvantagem tem-se a cafezais irrigados no Brasil, no entanto, de forma
mecanização parcial e riscos de geada. Esta é a maior tecnológica não ultrapassa a 80 mil ha. O restante
cafeicultura do Brasil, com mais de 700 mil ha., e, constituiu-se de irrigação de “socorro” ou temporal.
portanto, ditadora do caminho da cafeicultura. Veja- Dentro desta ótica a tendência é de aumento de áreas,
40 ENTREVISTA
com tecnologia apurada para áreas com Outro aspecto, notadamente em regiões de
marginalidade climática, quanto ao déficit hídrico baixa umidade relativa do ar no período de abril a
superior a 150 mm/ano. São áreas novas em que a agosto é que a infra estrutura pode ser altamente
irrigação é fator essencial. Também a irrigação reduzida, raramente exigindo secadores, lavadores,
tecnificada tende a crescer em áreas tradicionais dos etc... Exemplo disto é o Oeste da Bahia com seca
cerrados mais antigos e no nordeste, em cafezais já praticada em terreiro em apenas 6 a 10 dias.
instalados e em pequena proporção para novos Outra coisa é o produtor não sair investindo na
plantios. Entre os sistemas, o plantio sob pivô central tal alta qualidade para CD e despolpados, sem ter
com emissor Lepa (Plantio Circular) é o de maior garantido o mercado para estes cafés. Nos últimos
potencial, seguido do sistema de gotejo três a quatro anos a sobra destes cafés tem atingido
autocompensante. Sistemas como a tripa ou similares cerca de 800 mil a um milhão de sacas e inúmeros
tem sua utilização para áreas menores e nas regiões produtores ficaram endividados devido à instalação
em que a irrigação não é obrigatória por todo o de equipamentos específicos. Nos cerrados, acima de
inverno, ou em veranicos. tudo devemos aproveitar a natureza, ou a natural boa
Detalhadamente com o pivô-lepa obtém-se a qualidade do café dos cerrados.
maior eficiência da irrigação (95 a 98%) além da Outros pontos também importantes prendem-
redução de custos em mecanização, pois através do se ao manejo como: a nutrição equilibrada e o
sistema somente nas pulverizações e na aplicação de controle das pragas e doenças de forma regional.
herbicidas utiliza-se de tratores e implementos. Sempre que o preço cai, o produtor mexe na nutrição
De forma geral, acredito que a cafeicultura e no controle das pragas e doenças, com isso as
irrigada, seja a tecnificada, seja a de “socorro”, deva lavouras pioram e ao invés da redução de custos tem-
crescer entre 50 a 100 mil ha nos próximos 5 anos, se aumento. Sob este ponto devemos ser racionais, ou
com a tendência de alta de preços de café, visto seja, só cuidar das lavouras que apresentem potencial
estarem nestas áreas marginalizadas as terras mais de retorno produtivo, erradicando ou recuperando as
baratas além do risco zero de geadas. demais.
Revista Coffea: Quais são os pontos importantes Revista Coffea: Que linhas de pesquisa devem ser
na redução de custos para o produtor de café nos melhor trabalhadas para a cafeicultura dos
cerrados? cerrados?
Santinato: Sem dúvida, a colheita e o preparo do Santinato: Sem dúvida, apesar dos bons trabalhos
café são as práticas principais na composição de que estão sendo desenvolvidos pelo MAPA-Procafé
custos de produção do café (cerca de 40%) que e outras entidades no Triângulo e Alto Paranaíba,
podem ser melhoradas, ou seja, pode-se reduzir os Nordeste e Noroeste de Minas, Oeste de Goiás e
custos. Para isso basta otimizar a colheita mecânica, Oeste da Bahia, estes três últimos locais com a
com 2 passadas, associando a derriça por metro cafeicultura irrigada, é necessário ampliar e
(manual) e a rastelação, levantamento e abanação concentrar mais em projetos específicos para:
mecânica. Assim o chamado trem da colheita: 1 a) Genética: Com estudos de genética aplicada
colhetadeira + 1 rastelador + 2 levantadores regionalmente objetivando seleção de
abanadores e com mais 50 trabalhadores pode-se dar variedades/linhagens, que além de produtividade
conta de 200 a 250 ha de café de média a alta atendam ao controle de pragas e doenças com a
produtividade. tolerância ou resistência a ferrugem, bicho mineiro,
Esse sistema, próprio das grandes propriedades cercosporiose, etc. De todas as variedades/linhagens
ou alugado para médios, é bastante funcional e tem que foram afoitamente implantadas nos cerrados,
reduzido entre 30 e 40% o custo da colheita (cerca de exceto as comerciais de Mundo Novo, Acaiá e
12,00 reais/saca contra 23 a 27,00). No preparo, sem Catuaí, esses com 30 a 40 anos de experimentação e
dívidas, o uso de rodadores mecânicos e esteiras e pesquisa, as demais oriundas de Sarchimores e
coletores mecânicos reduzem em mais de 60% a mão Catimores apresentam problemas de adaptação,
de obra de preparo. notadamente quanto ao vigor. As mais promissoras
ENTREVISTA 41
são os Catucaí(s), destacando-se 36/6, o 785- garantia (mercado) de compra. O que se vê hoje é a
15, o 20/15 e o 2 SL. sobra de CD e queima dos residuais como o café
b) Nutrição: Sob o aspecto de nutrição do verde, ou, mesmo o CD, como “bica”, pelo
cafeeiro, quer na cafeicultura irrigada ou não, em desmerecimento após 6 a 10 meses.
vista da variabilidade, principalmente da textura
(areia e argila pesada) são necessários trabalhos com Revista Coffea: Que medidas sugere para
micronutrientes via solo (fontes, doses e modo) e melhorar a A.T. dos vários tipos de produtores de
com os macronutrientes (fontes e comportamento ao café?
parcelamento), especialmente ao N, K e S. Também a Santinato: Considerando os tipos de produtores,
nutrição x variedade deve ser estudada em vista de como empresário ou grande produtor, médio
variações significativas das exigências de produtor e pequeno produtor nossa sugestão é a
determinados nutrientes, como o Boro para o seguinte: Para o empresário a consultoria particular,
Catuaí(s), o Magnésio para os Acaiá(s), etc. aliada à contratação de agrônomos e ou técnicos
Especificamente para a cafeicultura irrigada são como gerentes. Para o médio produtor acredito que a
necessários estudos de fontes x parcelamento x A.T. via cooperativa ainda é a melhor solução, aliada
sistemas de irrigação x tipo de solo. à promoção de eventos (palestras, dia de campo, etc.)
c) Manejo - Podas: Por último, sugerimos dirigidos regionalmente, com o cuidado em não
trabalhos a nível regional de Podas (drásticas ou precipitar informações técnicas incompletas ou
leves) como recepa, esqueletamento, decote, etc. x incorretas. Para o médio, também em regiões mais
variedades e sistemas de plantio. É do conhecimento desenvolvidas, é comum a A.T. particular em grupos
geral que a Poda do cafeeiro pode ter sucesso ou não e, a contratação de técnicos-gerentes, que tem
em função das condições da lavoura,como: evidenciado melhor eficiência. Por último, o
variedade, espaçamento, estágio vegetativo, etc. bem pequeno produtor, que hoje acha-se “vendido”,
como das condições de clima e irrigação. praticamente nas mãos de comerciantes,
O grande defeito é generalizar a poda, como notadamente em regiões menos privilegiadas,
recentemente foi a tal safra zero. Ela, a safra zero, deveria ter uma A.T. nos moldes do antigo IBC, que
realmente existe, porém a tal safra 100 às vezes vira na época era denominada “Insistência Técnica” e foi
30, 40 ou menos. Outro aspecto a considerar é o responsável pela grande renovação de cafezais
tamanho do lote a podar, bem como a disponibilidade (PRRC) na Zona da Mata, Sul de Minas, Espírito
e conhecimento da mão de obra regional, em relação Santo, Mogiana, Nordeste, etc. hoje regiões
aos custos das desbrotas. correspondentes a cerca de 70% da cafeicultura
d) Manejo - colheita: Sem dúvida, como nacional. Uma sugestão, acredito viável, seria a
falamos anteriormente, na cafeicultura de cerrado incrementação de associações de cafeicultores, sem
(irrigada ou não), devido à predominância da fins lucrativos ou políticos, com a contratação de
mecanização o manejo da colheita assume vital agrônomos e técnicos para prestação de AT completa
importância na redução de custos. Em que se em forma grupal e individual. Evidentemente que
considere a grande evolução das colhetadeiras estes profissionais deveriam ser treinados e
associadas aos rasteladores e levantadores adequados para cada região cafeeira típica de cada
mecânicos (dragão, urso, etc.), muito ainda deve ser sistema de condução.
estudado. Sugerimos estudos de colheita mecânica x
número de passadas x velocidades e vibrações
diferenciadas, além de investimento em novas
máquinas de derriça final (máquinas leves)
associadas a levantadores e rasteladores objetivando
eliminar ou reduzir ao máximo a mão de obra.
Referente a equipamentos e máquinas para
qualidade de café (os famosos CD e despolpados), na
maioria dos cerrados, seu uso deve ser atrelado a
42
PRODUTOS E EQUIPAMENTOS
INSETICIDAS FISIOLÓGICOS CONTRA O BICHO-MINEIRO
Dois sistemas são usuais no controle químico do bicho- (Rimon e Galaxie), o Teflubenzuron (Nomolt) e o
mineiro na lavoura cafeeira. As aplicações via-solo, Lufenuron (Met) + Curacron. Esses produtos são das
empregando produtos via líquida ou via granulos e as empresas Milenia, Syngenta, Du Pont e Basf. As doses
aplicações foliares, em pulverização. Nesse último são testadas são as seguintes: Rimon e Galaxie -300ml/ha e
utilizados inseticidas organofosforados, piretróides e Nomolt 250ml/ha e Curion 0,8 a 1 litro/ha.
carbamatos, visando mortalidade principalmente sobre as A indicação de uso deve priorizar o início do ataque pois a
lagartas, dentro das minas nas folhas. redução da infestação é gradual, levando a equilíbrios.
Nos últimos anos vem sendo mostrada a eficiência, Alguns produtos vem sendo usados com emulsão prévia
também, de produtos fisiológicos, que interferem no ciclo em óleo para facilitar sua penetração nas minas. Deve-se
do inseto. Quatro produtos estão disponíveis, o Rimon, o observar as questões de registro.
Galaxie, o Nomolt e o Curion, cujos ativos são: Novaluron
200
100
mm
jan jan fev mar abr mai jun jun jul ago set out nov nov dez
-100
-200
24 400
23 350
22 300
21 250
20
200
19
150
18
17
100
16 50
15 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Meses Meses
Média 1974 a 2003 Temperatura 2003 Temperatura 2004 Média 1974 a 2003 Precipitações 2003 Precipitações 2004
44
SÉRIE ESTATÍSTICA
ESTIMATIVA DO CUSTO DE PRODUÇÃO DE CAFÉ - REGIÃO
SUL DE MINAS
Foi estimado o custo de produção de café, para A produtividade média estimada para a região
as condições do Sul de Minas na safra cafeeira atual Sul de Minas, na presente safra, é de 19,6 sacas/ha
(2004/05). A estimativa foi feita através de uma (CONAB) o que corresponde a um custo médio em
planilha contendo índices normais de uso de insumos torno de R$ 227,00/saca.
e rendimentos operacionais, para 4 níveis de Conclui-se, portanto, que os custos de
produtividade de lavoura. Sobre esses índices foram produção de café na safra atual, mesmo em lavouras
aplicados os preços / custos atualizados (junho/julho produtivas (30-40 sacas/ha) estão muito próximas ou
2004), dos vários produtos, mão-de-obra, etc., até superiores aos preços de mercado, deixando a
chegando-se às despesas totais por hectare e o custo atividade de produção cafeeira sem rentabilidade.
de produção calculado por saca, conforme o quadro
incluído.
Verifica-se que as despesas por hectare Produtividade x Custo/saca
variaram de R$ 3.000,00 a R$ 7.600,00, conforme a 350
produtividade das lavouras, correspondendo a custos
300
por saca de R$ 191,00 a R$ 303,00.
R $ /s a c a
Observação: Não foram computados os juros sobre o capital circulante nem a remuneração ao produtor.