Quitinase Protocolo

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FFCLRP-DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS –GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA COMPARADA

Comparação das propriedades bioquímicas das quitinases

produzidas por diferentes isolados de Metarhizium anisopliae

Cynthia Barbosa Rustiguel

Tese apresentada à Faculdade de Filosofia,


Ciências e Letras de Ribeirão Preto da USP,
como parte das exigências para a obtenção do
título de Doutor em Ciências, Área: Biologia
Comparada.

Ribeirão Preto – SP
2014
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FFCLRP-DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS –GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA COMPARADA

Comparação das propriedades bioquímicas das quitinases

produzidas por diferentes isolados de Metarhizium anisopliae

Cynthia Barbosa Rustiguel


ORIENTADOR: Prof. Dr. Luis Henrique S. Guimarães

Tese apresentada à Faculdade de Filosofia,


Ciências e Letras de Ribeirão Preto da USP,
como parte das exigências para a obtenção
do título de Doutor em Ciências, Área:
Biologia Comparada.

Ribeirão Preto – SP
2014
FICHA CATALOGRÁFICA

Rustiguel, Cynthia Barbosa

Comparação das propriedades bioquímicas das quitinases produzidas


por diferentes isolados de Metarhizium anisopliae.

Ribeirão Preto, 2014


171 p.il.; 30cm
Tese de Doutorado, apresentada à Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras de Ribeirão Preto/ USP – Área de concentração: Biologia
Comparada.
Orientador: Guimarães, Luis Henrique Souza.
1- Quitinase. 2. Metarhizium anisopliae. 3. Fungo
Entomopatogênico. 4. Purificação de enzimas. 5. Virulência.
Dedico:

Aos meus Pais, Wanderley Rustiguel e Laúren Ap.

Barbosa Rustiguel (in memorian), por estarem sempre

comigo, pelo apoio, amor, carinho, amizade.

A minha avó Therezinha (in memorian) e meu Irmão

Wanderley Sammer pelo amor e carinho.

Ao Luís Fernando. A. de Sousa pelo amor e dedicação.


Agradecimentos:

À Deus e todas as energias positivas do universo por

estar sempre ao meu lado, guiando meus passos.

Ao orientador, Professor Luis Henrique, por acreditar

em mim, pelo apoio, e pelo conhecimento transmitido. Muito

obrigada!

Aos professores João Atílio Jorge, Maria de Lourdes T. M.

Polizeli, Héctor Francisco Terenzi e Arthur Henrique

Cavalcanti de Oliveira por todo o apoio e amizade. Muito

obrigada!

Ao Professor José Cesar Rosa e Helen, pelo auxilio e

conhecimento transmitido. Muito obrigada!

Ao pesquisador e amigo José Eduardo pelo incentivo e

por ajudar nos momentos necessários. Muito obrigada!

Ao orientador, Professor Enrique Quesada Moraga, por

me receber com muito carinho e atenção em seu laboratório,

por me auxiliar e transmitir seus conhecimentos. Muito

obrigada!

Também agradeço muito a todos colegas do laboratório

de entomologia - Espanha pelo carinho, paciência e bons

momentos. ¡Muchas gracias!


Aos amigos do Laboratório os quais foram, por todo o

tempo de desenvolvimento deste trabalho, companheiros,

professores e conselheiros. Em especial Josana e Zé.

Aos técnicos Maurício, Ricardo e Mariana pelo auxílio

técnico e amizade.

A Vera e Renata secretárias da Pós - graduação da Biologia

Comparada pela disponibilidade e atenção.

À Universidad de Córdova Espanha, local onde

desenvolvi parte deste.

À Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão

Preto, local onde foi desenvolvido este trabalho.

Aos professores da FFCL de Ituverava, pelos

ensinamentos e incentivos. Especialmente ao Professor

Hertz Figueiredo dos Santos por me incentivar desde a

graduação.

Ao Luís Fernando A. de Sousa, pela paciência, além de

estar sempre ao meu lado me apoiando.

As minhas amigas de infância, adolescência e todos os

amigos que fiz durante minha caminhada, agradeço pelo

apoio e incentivo.
Ao grupo de pesquisa que faço parte Vanessa, Larissa,

Thaís e Gabriela obrigada pelo apoio.

Aos amigos Doralva, Maria, Luís Miguel, Juliana Zechi,

Luís Andrés, Jonathan, Gloria, Fakhri, Alexis, Luz Marina,

José Maria e Nestor por me acolher e cuidar de mim.

¡Muchas gracias, los quiero mucho!

À Simone por transmitir paixão pela pesquisa e pelos

conselhos. Muito Obrigada!

À Marita por todas as palavras generosas e conselhos!

À Tatiane Beltramine Souto (Amiga!!!) por

compartilhar comigo estes 7 anos de caminhada pessoal,

ciêntifica e muitos momentos inesqueciveis. Muito obrigada

principalmente pel0 companheirismo.

À CAPES, CNPq e Ciências sem Fronteiras pelo apoio

financeiro.

À Todos aqueles que direta e indiretamente colaboram

com a realização deste trabalho e o tornaram realidade.

Muito Obrigada !!!!!!!


“Por vezes sentimos que aquilo que fazemos é apenas uma gota

de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma

gota.”

Madre Teresa de Calcuta

Lição

“Ninguém faz nada sozinho, sempre existe uma pessoa ao seu

lado.”

Rustiguel, C.B.
Sumário
SUMÁRIO

ÍNDICE DE FIGURAS..................................................................................................xii

ÍNDICE DE TABELAS.................................................................................................xvi

ABREVITURAS............................................................................................................xix

RESUMO.........................................................................................................................xx

ABSTRACT..................................................................................................................xxii

1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................1

1.1. FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS.......................................................................1

1.1.1 Metarhizium anisopliae..........................................................................................3

1.2 QUITINA...................................................................................................................7

1.3 QUITINASES............................................................................................................9

1.3.1 FAMÍLIAS 18 E 19 DAS QUITINASES.............................................................11

1.3.2 QUITINASES EM MICRORGANISMOS..........................................................15

1.3.3 ÁREAS DE UTILIZAÇÃO DE QUITINASES...................................................18

2. OBJETIVOS...............................................................................................................20

2.1. OBJETIVO GERAL .................................................................................................20

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................................20

3. MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................................21

3.1 MICRORGANISMOS DE ESTUDO.........................................................................21

3.2 MANUTENÇÃO DOS ISOLADOS NO LABORATÓRIO E OBTENÇÃO DAS

CULTURAS.....................................................................................................................21

3.3 IDENTIFICAÇÃO MOLECULAR DOS ISOLADOS..............................................22

vi
Sumário
3.3.1 EXTRAÇÃO DE DNA TOTAL.............................................................................22

3.3.2 PCR E PURIFICAÇÃO DO DNA..........................................................................23

3.4 OBSERVAÇÃO MORFOLÓGICA DOS ISOLADOS DE Metarhizium anisopliae

POR MICROSCOPLIA ELETRÔNICA DE VARREDURA

(MEV).........……..............................................................................................................24

3.5 OBETENÇÃO DAS CULTURAS EM FERMENTAÇÃO SUBMERSA

(FSbm)..............................................................................................................................25

3.6 OBETENÇÃO DAS CULTURAS EM FERMENTAÇÃO SÓLIDA

(FSS).................................................................................................................................26

3.6.1 COMPOSIÇÃO DAS SOLUÇÕES........................................................................26

3.6.1.1 SOLUÇÃO DE SAIS DE KHANNA...................................................................26

3.6.1.2 ÁGUA DE TORNEIRA ...…………………………………………....…...........27

3.7 OTIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO DE QUITINASE EM FSS..................................27

3.8 OBTENÇÃO DOS EXTROS ENZIMÁTICOS.........................................................28

3.9 DOSAGEM DA ATIVIDADE ENZIMÁTICA.........................................................29

3.9.1 QUITINASES..........................................................................................................29

3.9.2 PROTEASE.............................................................................................................30

3.9.3 LIPASE....................................................................................................................30

3.10 QUANTIFICAÇÃO DE PROTEÍNAS....................................................................31

3.11 ELETROFORESE EM CONDIÇÕES DESNATURANTES SDS- PAGE

(10%)................................................................................................................................31

3.12 ANÁLISE DO SECRETOMA DOS DIFERENTES ISOLADOS DE Metarhizium

anisopliae EM FSbm POR ELETROFORESE

BIDIMENSIONAL...........................................................................................................32

3.13 SPECTROMETRIA DE MASSA E IDENTIFICAÇÃO DAS

vii
Sumário
PROTEÍNAS....................................................................................................................33

3.14 PURIFICAÇÃO PARCIAL DAS QUITINASES EXTRACELULAR

PRODUZIDAS PELOS ISOLADOS IBCB 167, IBCB 360, IBCB 384 E IBCB 425 EM

FSS....................................................................................................................................34

3.15 DETERNIMAÇÃO DA TEMPERATURA E DO pH ÓTIMOS DE

ATIVIDADE....................................................................................................................35

3.16 DETERNIMAÇÃO DA TERMOESTABILIDADES E ESTABILIDADES AO

pH.....................................................................................................................................35

3.17 INFLUÊNCIA DE DIFERENTES COMPOSTOS NA ATIVIDADE

QUITINÁSICA.................................................................................................................35

3.18 DERTERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS CINÉTICOS (Km e Vmáx).................36

3.19 EXPERIMENTOS IN VIVO.....................................................................................36

3.19.1 OBTENÇÃO DAS CULTURAS PARA APLICAÇÃO IN VIVO........................36

3.19.2 PATOGENICIDADE DOS ISOLADOS IBCB 384 E IBCB 425 DE M.

anisopliae SOBRE LARVAS DE G. mellonella POR APLICAÇÃO

TÓPICA............................................................................................................................37

3.19.2.1 APLICAÇÃO TÓPICA UTILIZANDO IMERSÃO..........................................37

3.19.3 OBTENÇÃO DO EXTRATO BRUTO, FRAÇÕES E ENSAIO DE


TOXIDADE......................................................................................................................38

3.19.4 COLETA DE HEMOLINFA, PRODUÇÃO DE SORO E INJEÇÃO EM

LARVAS..........................................................................................................................39

3.19.5 ANÁLISES ESTATÍSTICAS...............................................................................40

4. RESULTADOS...........................................................................................................41

RESULTADOS PARTE I: Morfologia e Identificação.................................................41

4.1 IDENTIFICAÇÃO MOLECULAR DOS ISOLADOS DE M.

viii
Sumário
anisopliae..........................................................................................................................42

4.2 MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA (MEV) DOS

MICROCULTIVOS DOS ISOLADOS DE M.

anisopliae..........................................................................................................................45

RESULTADOS PARTE II: Produção enzimática em FSbm e FSS.............................49

4.3 PRODUÇÃO DE QUITINASES EM FERMENTAÇÃO SUBMERSA

(FSbm)..............................................................................................................................50

4.3.1 PRODUÇÃO QUITINÁSICA EM FUNÇÃO DO TEMPO DE

CULTIVO.........................................................................................................................55

4.4 PRODUÇÃO DE QUITINASES EM FSS.................................................................58

4.4.1 INFLUÊNCIA DE DIFERENTES SOLUÇÕES NA PRODUÇÃO DE

QUITINASES...................................................................................................................58

4.4.2 OTIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO DAS QUITINASES EXTRACELULARES

PELOS ISOLADOS DE M. anisoplia EM FSS UTILIZANDO PLANEJAMENTO

FATORIAL.......................................................................................................................60

RESULTADOS PARTE III: ANÁLISE DO SECRETOMA, PURIFICAÇÃO E

CARACTERIZAÇÃO BIOQUÍMICA DAS QUITINASES...........................................69

4.5 ELETROFORESE EM GEL DE POLIACRILAMIDA EM CONDIÇÃO

DESNATURANTE..........................................................................................................70

4.5.1 ANÁLISE DO SECRETOMA DOS DIFERENTES ISOLADOS M. anisopliae

CRESCIDOS EM FSbm...................................................................................................73

4.5.1.1 IDENTIFICAÇÃO DAS PROTEÍNAS DO SECRETOMA DOS ISOLADOS

IBCB 167 E IBCB 384 DE M. anisopliae CRESCIDOS EM

FSbm.................................................................................................................................78

4.6 PURIFICAÇÃO DA QUITINASE EXTRACELULAR PRODUZIDA EM

ix
Sumário
FSS....................................................................................................................................87

4.7 ELETROFORESE EM GEL DE POLIACRILAMIDA E IDENTIFICAÇÃO DAS

PROTEÍNAS DA FRAÇÃO SPI DO ISOLADO IBCB 384...........................................91

4.8 DETERMINAÇÃO DA TEMPERATURA E pH ÓTIMO APARENTE DE

ATIVIDADE PARA AS QUITINASES PRODUZIDAS PELOS DIFERENTES

ISOLADOS DE M. anisopliae........................................................................................94

4.9 DETERMINAÇÃO DA ESTABILIDADE TÉRMICA E ESTABILIDADE AO

pH.....................................................................................................................................97

4.10 INFLUÊNCIA DE DIFERENTES COMPOSTOS SOBRE A ATIVIDADE

QUITINÁSICA...............................................................................................................100

4.11 DETERMINAÇÃO DAS CONSTANTES CINÉTICAS Km E Vmáx PARA AS

QUITINASES DOS ISOLADOS IBCB 167, IBCB 360, IBCB 384 E IBCB 425 DE M.

anisopliae........................................................................................................................102

RESULTADOS PARTE IV: EXPERIMENTOS IN VIVO.........................................104

4.12 ENSAIO DE VIRULÊNCIA..................................................................................105

4.12.1 ENSAIO DE VIRULÊNCIA DOS ISOLADOS IBCB 384 E IBCB 425 DE M.

anisopliae SOBRE G. mellonella UTILIZANDO APLICAÇÃO

TÓPICA..........................................................................................................................105

4.12.2 ENSAIO DE VIRULÊNCIA DOS ISOLADOS IBCB 384, IBCB 425 SOBRE A

LARVA DE G. mellonella UTILIZANDO CONÍDIOS

INJETADOS...................................................................................................................106

4.12.3 ENSAIO DE TOXICIDADE DOS ISOLADOS IBCB 384 E IBCB 425

CULTIVADOS EM FSbm SOBRE G. mellonella UTILIZANDO

MICROINJEÇÃO...........................................................................................................108

4.12.4 EFEITO DA TOXICIDADE DO SORO OBTIDO DE LARVAS DE G.

x
Sumário
mellonella INFECTADAS PELOS ISOLADOS IBCB 384 E IBCB 425 UTILIZANDO

MICROINJEÇÃO...........................................................................................................110

5. DISCUSSÃO..............................................................................................................114

6. CONCLUSÃO............................................................................................................144

7. REFERÊNCIAS………………….............................................................................146

8. ANEXO.......................................................................................................................171

ARTIGO: Optimization of the Chitinase Production by Different Metarhizium

anisopliae Strains under Solid-State Fermentation with Silkworm Chrysalis as

Substrate Using CCRD.

xi
Índice de figuras

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1. Morfologia de M. anisopliae, Aspecto da colônia em meio de cultivo (A),

Conidióforo (B), Conídio (C).........................................................................................4

Figura 2. MEV do ciclo de infecção do fungo M. anisopliae sobre carrapato. conídio

aderido na cutícula, germinação do conídio, diferenciação do tubo germinativo em

apressório, penetração na cutícula, colonização do hospedeiro e extrusão do fungo

para a superfície do hospedeiro, com produção de

conídios..........................................................................................................................6

Figura 3. Hidrólise da quitina pela quitinase (A) e a estrutura da cadeia polimérica da

quitina (B).....................................................................................................................10

Figura 4. Esquema das fendas da família GH 18, onde onde o substrato se liga. (A)

As quitinases possuem múltiplos sítios de ligação a carboidratos, ao longo da

estrutura da fenda. A clivagem ocorre entre os carboidratos -1 e +1. Os açúcares

entram em contado com os aminoácidos D e E, eles são importantes para o

reconhecimento catalítico do motif DXXDXDE e clivagem pelas quitinases. (B)

Subgrupo A (classe V) e C apresenta um sítio catalítico em forma de túnel e profundo

e o subgrupo B um sítio catatítico aberto e amplo, para interação com os

açúcares........................................................................................................................14

Figura 5. Esquema da preparação do microcultivo.....................................................25

Figura 6. Alinhamento de múltiplas sequências dos isolados IBCB 167, IBCB 360,

IBCB 384, IBCB 425 de M. anisopliae e do LRC 189 M. anisopliae var. anisopliae,

utilizando CLUSTALW...............................................................................................44

Figura 7. Fotomicrografia eletrônica de varredura com as medidas de comprimento e

largura dos conídios, para os isolados IBCB 167, IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425

do fungo M. anisopliae em microcultivo.....................................................................46

xii
Índice de figuras
Figura 8. Fotomicrografia eletrônica de varredura das hifas dos isolados IBCB 167,

IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425 do fungo M. anisopliae em microcultivo..............47

Figura 9. Análise estatística das medidas de comprimento, largura de conídios e

largura das hifas dos isolados de M. anisopliae...........................................................48

Figura 10. Produção de quitinase intracelular pelos isolados IBCB 167, IBCB 360,

IBCB 384 e IBCB 425 de M. anisopliae sob agitação em função do tempo de

cultivo...........................................................................................................................56

Figura 11. Produção de quitinase extracelular pelos isolados IBCB 167, IBCB 360,

IBCB 384 e IBCB 425 de M. anisopliae sob agitação em função do tempo de

cultivo...........................................................................................................................57

Figura 12. Gráfico de Pareto em resposta ao planejamento fatorial para FSS

delineado para as variáveis tempo de crescimento e umidade dos isolados IBCB 167,

IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425 do fungo M. anisopliae.........................................66

Figura 13. Superfície de resposta para o planejamento fatorial considerando as

variáveis independentes tempo de crescimento e umidade para os isolados IBCB 167,

IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425 do fungo M. anisopliae em FSS...........................67

Figura 14. Perfil eletroforético em condição desnaturante (SDS-PAGE 10%) para as

quitinases extracelulares produzidas em FSbm tendo glicose como fonte de carbono e

meio constituído de crisálida + extrato de levedura, corada por Coomassie Blue R-

250................................................................................................................................72

Figura 15. Perfil eletroforético bidimensional para as proteínas secretadas pelos

isolados IBCB 167, IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425 de M. anisopliae cultivados em

FSbm contendo glicose como fonte de carbono. pI 3 – 10 e Marcadores de massa

molecular em kDa (M)................................................................................................75

xiii
Índice de figuras
Figura 16. Perfil eletroforético bidimensional para as proteínas secretadas pelos

isolados IBCB 167, IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425 de M. anisopliae cultivados em

FSbm contento crisálida como fonte de carbono.........................................................76

Figura 17. Comparação entre as bandas proteicas secretadas do isolado IBCB 167

versus as bandas proteicas secretadas pelos isolados IBCB 360, IBCB 384 e IBCB

425 de M. anisopliae cultivado em FSbm contendo crisálida como fonte de

carbono.........................................................................................................................77

Figura 18. Perfil eletroforético bidimensional para as proteínas secretadas pelo

isolado IBCB 167 de M. anisopliae cultivado em FSbm contento crisálida como fonte

de carbono....................................................................................................................79

Figura 19. Perfil eletroforético bidimensional para as proteínas secretadas pelo

isolado IBCB 384 de M. anisopliae cultivado em FSbm contendo crisálida como fonte

de carbono....................................................................................................................80

Figura 20.Número de bandas proteicas identificadas no secretoma dos isolados IBCB

167 e IBCB 384 de M. anisopliae cultivado em FSbm contendo crisálida como fonte

de carbono....................................................................................................................81

Figura 21. Endo-N-acetyl-β-D-glucosaminidase de M. anisopliae identificada. MS

dos peptídeos tripíticos e MS/MS do peptídeo tripítico..............................................87

Figura 22. Perfil cromatográfico coluna de troca iônica DEAE-Celulose para as

quitinases extracelulares produzidas em FSS pelos isolados IBCB 167, IBCB 360,

IBCB 384 e IBCB 425 do fungo M. anisopliae...........................................................89

Figura 23. Perfil cromatográfico da coluna de exclusão molecular Sephadex G – 100

para as quitinases extracelulares produzidas em FSS pelo isolado IBCB 384 do fungo

M. anisopliae................................................................................................................90

xiv
Índice de figuras
Figura 24. Perfil eletroforético em condição desnaturante (SDS-PAGE 4-15%) para a

quitinase extracelular do isolado IBCB 384 em FSS tendo crisálida como fonte de

carbono, ápos Sephadex G-100....................................................................................92

Figura 25. Determinação da temperatura ótima aparente de atividade para as

quitinases extracelulares produzidas em FSS pelos isolados IBCB 167, IBCB 360,

IBCB 384 e IBCB 425 de M. anisopliae......................................................................96

Figura 26. Determinação do pH ótimo aparente de atividade em tampão ácido cítrico

para as quitinases extracelulares produzidas em FSS pelos isolados IBCB 167, IBCB

360, IBCB 384 e IBCB 425 de M. anisopliae............................................................97

Figura 27. Estabilidade térmica das quitinase extracelulares isolados IBCB 167,

IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425 de M. anisopliae..................................................99

Figura 28. Estabilidade ao pH das quitinases extracelulares dos isolados IBCB 167,

IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425 do fungo M. anisopliae.......................................100

Figura 29. Representação gráfica de Lineweaver–Burk para as quitinases

extracelulares dos isolados IBCB 167, IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425 do fungo M.

anisopliae...................................................................................................................104

Figura 30. Confirmação da mortalidade por crescimento micótico dos isolados IBCB

384 e IBCB 425 de M. anisopliae sobre larvas de G. mellonella após injeção de 800

conídios e incubação por 7 dias a 26°C......................................................................108

Figura 31. Efeito da toxicidade do soro obtido de larvas de G. mellonella

contaminada com os isolados IBCB 384 e IBCB 425 de M. anisopliae após injeção de

800 conídios por larva e incubado por 72h................................................................113

xv
Índice de Tabelas
ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1. Insetos vulneráveis à infecção pelo fungo M. anisopliae................................5

Tabela 2. Áreas onde se utiliza os polímeros de quitina e quitosana...............................9

Tabela 3. Isolados procedente da Coleção de Microrganismos Entomopatogênicos

“Oldemar Cardim Abreu”...............................................................................................21

Tabela 4. Delineamento de Composto Central Rotacional (DCCR), para a otimização

da produção de quitinases em FSS..................................................................................28

Tabela 5. Identificação molecular dos isolados IBCB 167, IBCB 360, IBCB 384 e

IBCB 425 de M. anisopliae............................................................................................42

Tabela 6. Produção das quitinases intracelular e extracelular pelos isolados IBCB 167,

IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425 do fungo M. anisopliae em fermentação submersa

com diferentes meios de cultivo.....................................................................................52

Tabela 7. Produção de quitinases intracelulares e extracelulares pelos isolados IBCB

167, IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425 do fungo M. anisopliae em fermentação

submersa em condição estacionária e sob agitação........................................................54

Tabela 8. Influência de diferentes soluções salinas, água de torneira e solução de

extrato de levedura na produção de quitinases por diferentes isolados do fungo M.

anisopliae em FSS..........................................................................................................59

Tabela 9. Atividade quitinásica extracelular total produzida pelos isolados IBCB 167,

IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425 de M. anisopliae cultivados em FSS através do

DCCR..............................................................................................................................61

Tabela 10. Análise de variância (ANOVA) para a produção de quitinase isolado IBCB

167 de M. anisopliae cultivado em FSS.........................................................................61

Tabela 11. Análise de variância (ANOVA) para a produção de quitinase pelo isolado

IBCB 360 de M. anisopliae cultivado em FSS...............................................................62

xvi
Índice de Tabela
Tabela 12. Análise de variância (ANOVA) para a produção de quitinase pelo isolado

IBCB 384 de M. anisopliae cultivado em FSS...............................................................63

Tabela 13. Análise de variância (ANOVA) para a produção de quitinase pelo isolado

IBCB 425 de M. anisopliae cultivado em FSS...............................................................64

Tabela 14. Quantificação de enzimas extracelulares totais produzidas pelos isolados

IBCB 167, IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425 de M. anisopliae cultivados em

FSS..................................................................................................................................68

Tabela 15. Comparação das bandas proteicas secretadas pelos isolados IBCB 167,

IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425 de M. anisopliae cultivados nos meios EG e

EC...................................................................................................................................77

Tabela 16. Identificação das bandas proteicas secretadas pelos isolados IBCB 167 e

IBCB 384 de M. anisopliae............................................................................................82

Tabela 17. Purificação das quitinases extracelulares produzidas pelos isolados IBCB

167, IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425 do fungo M. anisopliae...................................90

Tabela 18. Identificação das proteínas secretadas pelo isolado IBCB 384 de M.

anisopliae, ápos Sephadex..............................................................................................92

Tabela 19. Influência de diferentes compostos na atividade quitinásica extracelular dos

isolados de M. anisopliae..............................................................................................101

Tabela 20. Parâmetros cinéticos das quitináses produzidas pelos isolados IBCB 167,

IBCB 360, IBCB 384 E IBCB 425 DE M. anisopliae..................................................102

Tabela 21. Ensaio de virulência das linhagens IBCB 384 e IBCB 425 de M. anisopliae

sobre G. mellonela........................................................................................................105

Tabela 22. Ensaio de virulência dos isolados IBCB 384, IBCB 425 de M. anisopliae

sobre larvas de G. mellonella utilizando conídios injetados.........................................106

xvii
Índice de Tabela
Tabela 23. Ensaio de toxicidade das linhagens IBCB 384, IBCB 425 de M. anisopliae

cultivadas em FSbm sobre larvas de G. mellonela utilizando microinjeção................109

Tabela 24. Ensaio de toxicidade do soro extraído de larvas de G. mellonela após

microinjeção de conídios dos isolados IBCB 384 e IBCB 425 de M. anisopliae........111

xviii
Abreviaturas e Símbolos
ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

Atm.......................................................................Atmosfera

Da...........................................................................Dalton
DEAE.....................................................................Dietilaminoetil

DNS.........................................................................Ácido 3’, 5’dinitrosalicílico


EDTA.....................................................................Ácido etileno diamino tetra acético
FSbm......................................................................Fermentação submersa
FSS.........................................................................Fermantação em extrato sólido
HPLC...................................................Hight Performance Liquid Chromatography
kDa…......................................................................Kilo Dalton
Km...........................................................................Constante de Michaelis-Menten
min...........................................................................Minutos
mM...........................................................................Milimolar
N...............................................................................Normal
nm.............................................................................Nanômetros
PAGE...................................................................Eletroforese em gel de poliacrilamida
pI...............................................................................Ponto isoelétrico
p/v.............................................................................peso por volume
qsp.............................................................................Quantidade suficiente para
s.................................................................................Segundos
SDS...........................................................................Dodecil sulfato de sódio

U...............................................................................Unidade enzimática

L.............................................................................Microlitro
mols........................................................................Micromols
Vmáx .......................................................................Velocidade máxima
V/V...........................................................................Volume por volume

xix
Resumo
RESUMO
Os fungos entomopatogênicos, como Metarhizium anisopliae, têm despertado
grande interesse como agentes no controle de insetos-pragas. Estas espécies de fungos
são especializadas na secreção de um complexo enzimático constituído de proteases,
lipases e quitinases, entre outras, estando relacionadas com patogenicidade e
virulência. Neste contexto a foi analisada a secreção de quitinases pelos isolados
IBCB 167, IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425 de M. anisopliae var. anisopliae, como
identificado molecularmente. Contudo, alguns aspectos morfológicos analisados
mostram pequenas diferenças entre estes isolados. Para produção de quitinases, os
isolados foram cultivados em fermentação submersa na presença e ausência de
indutores e em fermentação em estado sólido, tendo crisálida como substrato. A maior
síntese de quitinase intracelular foi obtida para IBCB 425 no meio contendo extrato
de levedura mais glicose (EG). Visando a produção da enzima extracelular e
disponibilidade de fonte de carbono, o meio extrato de levedura mais crisálida (EC),
sob agitação foi padronizado para fermentação submersa (FSbm). Os maiores níveis
enzimáticos intracelulares para os isolados IBCB 167, IBCB 360, IBCB 384 e IBCB
425 foram obtidos entre 72 h e 216 h e para a forma extracelular entre 96h e 144h. A
produção quitinásica em fermentação sólida (FSS) utilizando crisálida como fonte de
carbono foi otimizada por delineamento composto central rotacional (DCCR, tendo
como variáveis o tempo de crescimento e umidade. O melhor produtor de quitinase
em FSS foi o isolado IBCB 360. A análise do secretoma mostrou um maior número
de proteínas quando os isolados foram cultivados na presença do indutor, com
destaque para o isolado IBCB 425. A maioria das proteínas secretadas pelos isolados
IBCB 167 e IBCB 384, foram identificadas, estando entre elas a endo-N-acetyl-β-D-
glucosaminidase, enzima do complexo quitinolítico. As quitinases produzidas pelos
quatro isolados foram parcialmente purificadas em DEAE – Celulose, obtendo-se dois
picos de atividade quitinásica. O processo de purificação foi continuado para o IBCB
384 em coluna de exclusão molecular, obtendo – se um único pico de atividade
quitinásica, analisado por electrospray. A temperatura ótima de atividade para as
quitinases produzida em FSS pelos isolados IBCB 167, IBCB 360, IBCB 384 e IBCB
425 variou de 50ºC a 60ºC e pH ótimo de atividade ficou na faixa de 5,0 - 5,5. As
quitinases dos isolados mantiveram-se estáveis nas temperaturas de 30ºC e 40ºC e em
uma ampla faixa de pH. Os sais BaCl2 e MnCl2 ativaram as quitinases dos isolados
IBCB 167 e IBCB 425. Além disso, todas as quitinases foram tolerantes ao β-
xx
Resumo
mercaptoetanol. O comportamento cinético de todas as quitinases foi Michaeliano e a
maior afinidade pelo substrato foi para a quitinase do isolado IBCB 360. Já os
experimentos in vivo e in vitro mostraram que o isolado IBCB 425 foi melhor na fase
pré-infecção e isolado IBCB 384 foi melhor na fase pós – infecção, sendo o mais
virulento. Portanto, os isolados M. anisopliae têm se mostrado como bons produtores
de quitinases, com boa estabilidade a temperatura e pH além de outras características
distintas que provavelmente estão relacionadas com o potencial de patogenicidade e
virulência de cada isolado.

xxi
Abstract
ABSTRACT
Entomopathogenic fungi such as Metarhizium anisopliae, have been attracting
great interest as agents to control insect pests. These species of fungi are specialized
in the secretion of an enzymatic complex consisting of proteases, lipases and
chitinases, among others which are related to pathogenicity and virulence. In this
context the secretion of chitinase by IBCB 167, IBCB 360, IBCB 384 and IBCB 425
isolated from M. anisopliae var. anisopliae molecularly identified, were analyzed.
However, some structural features analyzed showed small differences among these
isolates. For chitinase production, the isolates were grown in submerged culture in the
presence and absence of inducers and under solid state fermentation with chrysalis as
substrate. The enhanced synthesis of intracellular chitinase was obtained with IBCB
425 using yeast extract plus glucose (EG). Aiming to produce the extracellular
enzyme and the carbon source available, the medium yeast extract and chrysalis (EC),
was standardized to SbmF. The high intracellular enzymes levels produced by IBCB
167, IBCB 360, IBCB 384 and IBCB 425 isolates were obtained between 72 h and
216 h and for the extracellular form between 96h and 144h. The chitinase production
in SSF using chrysalis as carbon source was optimized by CCRD, having the time of
growth and moisture as variables. The best producer of chitinase in SSF was the
isolated IBCB 360. The analysis of the secretome showed a great number of proteins
when the isolates were grown in the presence of the inducer, especially for the
isolated IBCB 425. Most of the proteins secreted by IBCB 167 and IBCB 384 isolates
were identified. Among these proteins the endo-N-acetyl-β-D-glucosaminidase was
identified, enzyme that participates in the chitinulitic complex. Chitinases produced
by the isolates were partially purified on DEAE - cellulose, yielding two peaks of
chitinase activity. The purification process was continued for IBCB 384 isolated using
molecular exclusion chromatographic column, yielding only one peak of chitinase
activity, analyzed by electrospray. The optimal temperature for the chitinase activity
from IBCB 167, IBCB 360, IBCB 384 and IBCB 425 isolates obtained in SSF, ranged
from 50 ºC to 60 ºC and the optimum pH of activity was 5.0 to 5.5. All chitinases
were stable at 30 ºC and 40 ºC, and wide pH range. The BaCl2 and MnCl2 salts
activated the chitinases of IBCB 167 and IBCB 425 isolates. In addition, all chitinases
were β – mercaptoethanol tolerant. The kinetic behavior of all chitinases was
Michaelian with the highest affinity to the substrate observed for the chitinase of

xxii
Abstract
isolated IBCB 360. The in vivo and in vitro experiments showed that isolated IBCB
425 was better in pre -infection phase and the isolated IBCB 384 was better in the
post – infection phase. Therefore, the M. anisopliae isolates were good producers of
chitinases with interesting temperature and pH stability, and other different
characteristics that are probably related to the potential pathogenicity and virulence of
each isolate.

xxiii
Introdução
1. INTRODUÇÃO

1.1 Fungos Entomopatogênicos

Os fungos são organismos com tamanho e formas variadas podendo ser

unicelulares, como as leveduras, ou multicelulares constituídos por um conjunto de

filamentos (micélio). Entre tais organismos, existe uma grande diversidade de fungos

entomopatogênicos, os quais são patógenos com capacidade de provocar doenças nos

insetos. Gaumann (1950) define doença, como um processo dinâmico entre patógeno

e hospedeiro, intimamente relacionados entre si e com o meio. Ambos são

influenciados, resultando em alterações morfológicas e fisiológicas. Esta capacidade

de causar doença é definida como patogenicidade e tem relação direta com as

características genéticas e fenotípicas do fungo. Desta forma o fungo pode ser

patogênico ou não a um inseto. A doença que estes fungos provocam, pode apresentar

níveis diferentes. Estes níveis ou graus são definidos como virulência, uma

característica biológica mutável que reflete a intensidade da moléstia causada pelo

patógeno (ALVES, 1998). Baseado nestas capacidades, os fungos entomopatogênicos,

tendo sido os primeiros patógenos a serem utilizados no controle microbiano de

pragas, e em diferentes estudos por mais de 100 anos. Vem crescendo o interesse

nestes microrganismos principalmente porque os insetos-pragas têm se tornado cada

vez mais resistentes aos pesticidas químicos (WRAIGHT & BRADLEY,1996 ;

SHAH & PELL, 2003).

Os fungos entomopatogênicos são patógenos de largo espectro capazes de

parasitar insetos que habitam diversos nichos ecológicos em diferentes estágios do

desenvolvimento. Grande parte é especializada na penetração via tegumento, sendo

esta característica uma vantagem contra outros patógenos que infectam o inseto por

via oral ou mesentério (ALVES, 1998). Os principais propágulos produzidos pelos

1
Introdução
fungos são os esporos, os quais podem ser de diferentes tipos. A interação entre o

patógeno (fungo) e seu respectivo hospedeiro é influenciada por diferentes fatores tais

como a temperatura, a umidade, a luz e a radiação ultravioleta, bem como pelas

condições nutricionais e suscetibilidade do hospedeiro. Desta forma, o ciclo completo

de infecção dos fungos entomopatogênicos apresenta as seguintes fases: adesão,

germinação, formação do apressório, formação de grampo de penetração, penetração,

colonização e reprodução do patógeno no inseto (ALVES, 1998; SCHRANK &

VAINSTEIN, 2010).

As enzimas desempenham papel importante durante o processo de penetração

do fungo no hospedeiro, especialmente nas fases de adesão e germinação, onde ocorre

a formação do tubo germinativo e a liberação das enzimas que degradam a cutícula do

inseto, tais como proteases e quitinases, entre outras (St LEGER et al., 1988b). Vários

trabalhos relacionam a produção de enzimas com patogenicidade e virulência, como o

trabalho de Paris & Segretain (1978). A incapacidade de Beauveria brongniartii em

produzir quitinase, por exemplo, o tornou não patogênico para Melolontha melolontha

(PARIS & FERRON, 1979). Segundo Giménez-Pecci et al. (2002), diferentes

isolados de uma mesma espécie produzem níveis diferentes de enzimas extracelulares.

Os entomopatógenos possuem ampla variabilidade genética, o que lhes confere

diferenças importantes quanto à virulência e patogenicidade à grupos específicos de

insetos. Assim sendo, para a diferenciação dos isolados, alguns parâmetros devem ser

analisados, tais como crescimento vegetativo, meio de cultura, sensibilidade a

produtos químicos e tolerância a luz ultravioleta, bem como a produção de enzimas

específicas relacionadas ao processo de infecção (PACCOLA-MEIRELES &

AZEVEDO, 1990; SÓSA-GOMEZ, 1994). Existem cerca de 750 espécies

2
Introdução
entomopatogênicas descritas distribuídas em 85 gêneros (PUTZKE & PUTZE, 2003),

sendo que entre estas Metarhizium anisopliae tem sido alvo de diferentes estudos.

1.1.1 Metarhizium anisopliae

O fungo entomopatogênico Metarhizium anisopliae é um deuteromiceto da

família Monoliaceae amplamente distribuído na natureza, podendo ser encontrado

facilmente no solo. Possui micélio hialino, septado e conidióforos característicos com

conídios ovais, apresentando uma coloração que vai do verde ao verde oliva (Figura

1). Este fungo necessita de poucos nutrientes para se desenvolver e pode utilizar como

fonte de carbono amido, glicose, glicerol, maltose, sacarose e quitina (ALVES, 1998).

M. anisopliae pode se desenvolver naturalmente entre as temperaturas de 15 ºC a 32

ºC. Porém, a temperatura ótima de crescimento pode estar ente 24 ºC e 30 ºC. Já o pH

ótimo de crescimento é de 6 a 9 (DRIVER et al., 2000 ; ARRUDA et al., 2005). É

interessante ressaltar que o gênero Metarhizium possui várias espécies e variedades.

No trabalho de Bischoff et al., (2009), eles reorganizaram e esclareceram a taxonomia

das espécies deste gênero. Sendo elas M. anisopliae, M. guizhouense, M. pingshaense,

M. acridum, M. lepidiotae e M. majus. Também descreveram as novas espécies M.

globosum e M. robertsii.

O primeiro trabalho utilizando este fungo entomopatogênico, foi realizado pelo

zoologista e patologista russo Ilya Metchnikoff em 1878, onde aplicou M. anisopliae

para controlar as larvas do besouro Anisoplia austriaca (ALVES, 1998). M.

anisopliae tem sido estudado devido a sua capacidade de atacar um grande número de

insetos (Tabela 1), de modo especial Diatrea saccharalis (Lepdoptera: Crambridae),

conhecida como cigarrinha da cana-de-açúcar, sendo que cerca de 10% das lagartas

são encontradas infectadas com este fungo naturalmente (ALVES, 1998;

3
Introdução
COUTINHO, 2009). O ciclo completo de infecção do fungo M. anisopliae sobre o

carrapato pode ser observado na Figura 2.

B
C

Figura 1. Morfologia de M. anisopliae (A) Aspecto da colônia em meio de cultivo,

(B) Conidióforo, (C) Conídio. Figura modificada (ARRUDA et al., 2005).

4
Introdução
Tabela 1. Insetos vulneráveis à infecção pelo fungo M. anisopliae.

Espécie hospedeira Ordem: Família Descrição Referências


Anopheles gambiae Diptera: Culicidae Vetor da malária Scholte et al., 2004

Culex quinquefasciatas Diptera: Culicidae Transmissor da filariose


Lacey et al., 1988
Musca domestica Diptera:Muscidae Mosca Barson et al., 1994

Glossina spp. Diptera:Glossinidae Mosca tse-tsé


Kaaya & Munyinyi, 1995
Ceratitis capitata Diptera:Tephritidae Mosca da fruta Mochi et al., 2006

Zaprionus indianas Diptera:Drosophilidae Mosca-do-figo


Svedese et al., 2005

Anastrepha ludens Diptera:Tephritidae Mosca das frutas mexicana


Lezana-Gutiérrez et al., 2000

Dysdercas peravianus Hemiptera:Pyrrhocoridae Percevejo manchador do algodão


Lubëck et al., 2008

Mahanarva fimbriolata Hemiptera:Cercopidae Cigarrinha da raiz da cana-de-açúcar


Almeida et al., 2003

Mahanarva posticata Hemiptera:Cercopidae Cigarrinha da folha da cana-de-açúcar


Filho et al., 2003

Bemisia tabaci Hemiptera:Aleyrodidae Mosca branca do tabaco


Batta, 2003

Triatoma infestans Hemiptera:Reduviidae Transmissor da doença de Chagas


Luz et al., 1998

Vatiga illudens Hemiptera:Tingidae Percevejo -da-renda


Oliveira et al., 2001

Deois flavopieta Homoptera:Cercopidae Cigarrinha das pastagens


Teixeira et al., 2007

Tetranychus evansi Acarina:Tetranychidea Ácaro vermelho


Wekesa et al., 2005
Hypothenemus hampei Coleoptera:Scolytidae Broca do café Bustillo et al., 1999
Chalcodermus
Coleoptera:Curculionidae "Manhoso"
bimaculatus
Quintela et al., 1992

Capnodis tenebrionis Coleoptera:Buprestidae "Flatheaded peachborer"


Marannino et al., 2006

Diploschema rotundicolle Coleoptera:Cerambycidae Broca dos citros


Machado & Filho, 2006

Blatella germanica Dyctioptera:Blattellidae Barata


Quesada-Moraga, 2004

Schistocerca gregaria Orthoptera:Acrididae Gafanhoto do deserto


Mowierski et al., 1996
Manduca sexta
Lepidoptera:Sphingidae Lagarta da folha do tabaco
St. Leger et al., 1996

Tabela modificada: Junges, (2010).


5
Introdução

Enzimas:
Lipase
Protease
Quitinase

Figura 2. MEV do ciclo de infecção do fungo M. anisopliae sobre carrapato. (a)

conídio aderido na cutícula, (B) germinação do conídio, (C) diferenciação do tubo

germinativo em apressório, (D) penetração na cutícula, (E) colonização do hospedeiro

e (F) extrusão do fungo para a superfície do hospedeiro, com produção de conídios.

CO - conídio, GT – tubo germinativo, AP – apressório, H – hifa. Escalas utilizadas 2

µm a 1 mm. Figura modificada (SCHRANK & VAINSTEIN, 2010).

6
Introdução
Loureiro et al. (2005) e Zappelini (2009) selecioaram diferentes isolados dos

fungos entomopatogênicos para controle de pragas. Entretando Zappelini (2009)

investigou os fungos entomopatogênicos Beauveria bassiana e M. anisopliae, sendo

que deste último, foram testados 27 isolados quanto à infecção e a mortalidade de D.

saccharalis. Analisando os resultados obtidos no trabalho de Zappelini (2009) e

outras informações descritas na literatura sobre a relação entre enzimas e virulência de

fungos (BOLDO et al., 2009), optamos por investigar os isolados IBCB 167, IBCB

360, IBCB 384 e IBCB 425 da espécie M. anisopliae, cujas porcentagens de

mortalidade confirmada para a praga D. saccharalis foram de 55%, 68%, 96% e 82%,

respectivamente.

Este fungo apresenta um bom desenvolvimento em meio sólido tendo arroz pré-

cozido como substrato, chegando a uma produção de 1012 conídios/Kg de arroz

(ALMEIDA & BATISTA FILHO, 2001; ALVES & LOPES, 2008). Segundo o

trabalho de Boldo et al. (2009), M. anisopliae produz diferentes quitinases, enzimas

relacionadas ao processo infecção do fungo sobre o hospedeiro, justificando assim a

realização deste trabalho.

1.2 QUITINA

Quitina vem da palavra grega χιτώνας que significa túnica. Este polissacarídeo

foi descrito pela primeira vez, como substâncias presente em cogumelos pelo

pesquisador Henri Braconnot em 1811 (HARTL et al., 2012). Este polissacarídeo é

facilmente encontrado na natureza, ocupando o segundo lugar, perdendo apenas para

a celulose (FRANCO, 2005). Este polissacarídeo está presente em algas, fungos e

exoesqueleto de artrópodes. A quitina é um polímero de cadeia linear, constituídos

por moléculas simples de β-(1-4) 2-acetamido-2-deoxi-D-glicose (N-

7
Introdução
acetilglicosamina), sendo insolúvel em água e solventes orgânicos (Figura 3). A

quitina desempenha diversas funções biológicas, sendo um polímero atóxico,

biodegradável, biocompatível e obtido de fontes naturais (DIAS et al., 2013). Ela

apresenta polimorfismo e está dividida em α, β e γ (Figura 3). A quitina α é a mais

rígida porque a cadeia polimérica está disposta em sentido paralelo e antiparalelo e

possivelmente encontrada em artrópodes. Na quitina β a cadeia polimérica é paralela,

possibilitando maior flexibilidade aos organismos que a possui, como as lulas. Já na

quitina γ a cadeia polimérica apresenta uma mistura das posições, porém não em

proporções iguais (MATSUI, 2007). A partir da quitina hidrolisada obtem-se a

quitosana, que é produto de valor econômico e características biológicas interessantes

como atividade antimicrobiana, antioxidante, anti-colesterolémica e analgésica

(MARICATO, 2010). Sendo assim, a quitina e os seus produtos apresentam

características únicas e de extremo valor para a humanidade. Estes polímeros podem

ser aplicados no tratamento de efluentes industriais ou em outras áreas como descrito

na tabela 2. O processo para extrair a quitina, divide-se em três etapas:

desproteinização, desmineralização e despigmentação (ANTONINO, 2007). Já a

obtenção da quitosana pelo processo natural necessita da desacetilação da quitina

(OLIVEIRA, 2006). Em todos os processos citados anteriormente são utilizados ácido

fortes, bases fortes e solventes orgânicos, gerando resíduos industriais que podem

causar problemas ambientais. A melhor opção para reduzir os problemas ambientais,

do processo de extração de quitina, é o aumento de pesquisas voltadas para enzimas

que hidrolisam o polímero de quitina. De forma geral a substituição de produtos

químicos por enzimas, reduz os resíduos industriais nocivos ao meio ambiente.

8
Introdução

Tabela 2. Áreas onde se utiliza os polímeros de quitina e quitosana.

Área Utilização

Aditivos alimentares
Indústria de Alimentos Nutrição Animal
Embalagens

Agente Cicatrizante
Farmacêutica Aditivo
Liberação controlada de drogas
Controle de Colesterol
Lente de contato

Biomédica Biomembranas artificiais


Sutura cirúrgica

Umectante
Cosmética Fungicida
Bactericida
Indústria Têxtil Tratamento de Superfície

Imobilização de enzimas células


Biotecnologia Separação de proteínas
Cromatografia
Antibacteriana

1.3 QUITINASES (EC 3.2.1.14)

Quitinases são enzimas amplamente encontradas na natureza, existindo uma

grande diversidade de organismos que as produzem, tanto procariotos como

eucariotos, estando entre estes últimos os fungos. A quitinase catalisa a hidrólise de

ligações de β-1,4(GlcNac) da quitina (Figura 3 A) (FLEURI & SATO, 2005).

9
Introdução
A

Figura 3. Hidrólise da quitina pela quitinase (A) e a estrutura da cadeia polimérica da

quitina (B) Figura modificada (FLEURI & SATO, 2005; SPIN - NETO, 2008 e

ANTONINO, 2007).

10
Introdução
A hidrólise completa da quitina ocorre através de um sistema quitinolíco o

qual atua de maneira sinérgica e consecutiva (PATIL et al., 2000). As quitinases são

divididas em duas classes principais, as endoquitinases e as exoquitinases. As

endoquitinases clivam a quitina em sítios aleatórios no interior do polímero, liberando

quito-oligossacarídeos (quitotetraose, quitotriose). As exoquitinases clivam a quitina a

partir da sua extremidade não redutora, liberando dímeros de (GlcNAc)2 (DUO-

CHUAN, 2006; VAN AALTEN et al., 2001). Também foram descritas as endo-

exoquitinases, que apresentam as duas atividades (DA SILVA et al., 2006). As duas

classes de quitinases são distintas das N-acetilglicosaminidases, que atuam sobre os

produtos da ação das quitinases, convertendo - os em N-acetilglicosaminas.

Entretanto, as N-acetilglicosaminidases também são capazes de liberar resíduos de N-

acetilglicosamina a partir da extremidade não redutora da quitina (DUO-CHUAN,

2006). As N-acetilglicosaminidases estão incluídas na família 20 das glicosil

hidrolases (GH) com base na conservação da sequência de aminoácidos, na presença

de vários motivos conservados e na estrutura das proteínas (HENRISSAT, 1991).

1.3.1 FAMÍLIAS 18 E 19 DAS QUITINASES

Dentro da família das glicosil-hidrolases (GH) as quitinases estão divididas em

duas famílias, as famílias GH 18 e GH 19. Sendo assim, as famílias GH 18 e GH 19

não compartilham similaridade de sequências e apresentam algumas características

peculiares (BATTACHARYA et al., 2007; KASPRZEWSKA, 2003).

Na família GH 19 encontramos as quitinases produzidas por plantas

(PERRAKIS et al., 1994). Esta família apresenta um domínio catalítico em forma de

estrutura bilobada e predominância de α-hélices. Seu mecanismo enzimático é de

inversão e seus produtos são α –anômeros (SEIDL et al., 2005).

11
Introdução
Em plantas, estas quitinases parecem estar envolvidas na defesa contra

patógenos e contra estresses abióticos. Evidências que comprovam o papel das

quitinases em plantas se confirmam pelo fato de que elas são induzidas durante a

infecção por patógenos e sob o efeito de várias formas de estresses do meio ambiente.

Como conseqüência de sua ação, uma série de eventos degenerativos ocorre na célula

do patógeno, incluindo desorganização das células do fungo fitopatogênico e da sua

cutícula, levando ao desequilíbrio osmótico, a agregação e o recolhimento do

citoplasma e da membrana plasmática (CASTORIA et al., 2001).

Tais quitinases estão incluídas em um complexo conhecido como proteínas

relacionadas à patogenicidade (PR-patogenesis-related), sendo observadas em plantas,

quando estas são atacadas por microrganismos patogênicos (HEIL & BOSTOCK et

al., 2002). Atualmente cinco classes de quitinases vegetais são reconhecidas com base

nas similaridades entre as sequências de aminoácidos (EL-KATANY et al., 2001 e

OHNO et al., 1996):

- Classe I: contém um domínio rico em cisteína na região N-terminal, o qual está

envolvido na ligação com quitina, e um peptídeo C-terminal altamente conservado.

Este tipo de quitinase é conhecida por existir em grande quantidade nas

monocotiledôneas e dicotiledôneas.

- Classe II: têm alta similariedade de sequências com as da classe I e são secretadas no

apoplasto.

- Classe III: não mostra identidade de sequência com outras classes, mas parece estar

mais próxima de enzimas de fungos envolvidas na morfogênese. Tipicamente, elas

são proteínas extracelulares e têm atividade de lisoenzimas.

- Classe IV: têm significativa similaridade com as da classe I, pois contêm um

domínio rico em cisteína e mostram o principal domínio catalítico da classe I, embora

12
Introdução
com duas deleções características. Quitinases desta classe são extracelulares e têm

sido identificadas principalmente em dicotiledôneas.

- Classe V: compreende um grupo de exoquitinases não relacionadas às outras

quitinases de plantas. Estas possuem uma estrutura de sequência primária que parece

ser derivada daquela observada em bactérias.

As quitinases das classes I, II e IV têm sequências homólogas e constituem a

família GH 19, enquanto que as representantes das classes III e V não são homólogas

com as anteriores e pertencem à família GH 18 (SUBROTO et al., 1999).

Todas as quitinases de fungos relatadas até o momento pertencem à família

GH 18, porém encontramos uma ampla gama de indivíduos que as produzem,

incluindo bactérias, plantas, insetos, mamíferos e vírus (PERRAKIS et al., 1994).

Esta família possui um domínio catalítico em forma de barril (α/β)8, e seu mecanismo

enzimático é de retenção, o qual resulta em quito-oligossacarídeos com configuração

β- anomérica (ARAKANE & MUTHUKRISHNAN, 2010). Todas as quitinases da

família GH 18 são sensíveis a alosamidina e estão divididas nos subgrupos A, B e C.

Estes subgrupos diferem na arquitetura, no formato da fenda do sítio catalítico, na

atividade enzimática endo e extra, na presença de diferentes carboidratos ligados

(SEIDL et al., 2005 e 2008; GRUBER & SEIDL – SEIBOTH, 2011). As quitinases

do subgrupo A e C pertencem a classe V (fungos e bacterias), o subgrupo B pertence

à classe III (fungos e plantas). As quitinases da classe III possuem um sítio ativo

aberto e raso, apresentado pelas endoquitinases (TERWISSCHA VAN

SCHELTINGA et al.,1996). Diferentemente as quitinases da classe V, possuem um

sítio catalítico em forma de túnel e profundo, são característicos de exoquitinases

como os encontrados nas quitinases bacterianas ChiA e ChiB de Serratia marcescens

e a quitinase CiX1 do fungo Coccidioides immitis (BORTONE et al., 2002).

13
Introdução
Geralmente o sítio catalítico das quitinases da família GH 18 é longo e adapta – se no

mínimo 5 unidades de açúcar. A clivagem dos substratos sempre ocorre entre o açúcar

-1 e +1, como pode ser observado na Figura 4.

* Estabilizador
# Geramente ácido / básico

B
Subgrupo A/C Subgrupo B

Figura 4. Esquema das fendas da família GH 18, onde onde o substrato se liga. (A)

As quitinases possuem múltiplos sítios de ligação a carboidratos, ao longo da

estrutura da fenda. A clivagem ocorre entre os carboidratos -1 e +1. Os açúcares

entram em contado com os aminoácidos D e E, eles são importantes para o

reconhecimento catalítico do motivo DXXDXDE e clivagem pelas quitinases. (B)

Subgrupos A (classe V) e C apresentam um sítio catalítico em forma de túnel

profundo e o subgrupo B, um sítio catatítico aberto e amplo, para interação com os

açúcares. Figura modificada de Hartl et al., 2012.

14
Introdução
Dentro dos domínios já identificados, as quitinases da família 18 apresentam

domínios característicos como aquele com uma região rica em resíduos de serina /

treonina; domínio de união à quitina (ChBD); domínio de união à celulose (CBD),

domínios LysM e região N-terminal contendo peptídeo sinal. Sendo assim o subgrupo

A possui o domínio S-globulina e o B domínio de união à celulose (CBD). Ambos

abrangem quitinases de fungos. Já a subgrupo C contém as quitinases de alta massa

molecular, domínios LysM e domínio EGF1 – like (SEIDL et al ., 2005).

As quitinases da família GH 18 são capazes de realizar reações de

transglicosilação. Esta capacidade foi observada para as quitinases Chit42, Chit33 e

de Trichoderma harzianum e ChitB1 A. fumigatus (ANDRES et al.,2012; BOER et

al., 2004 e LU et al., 2009). Mutações nos resíduos de aminoácidos da ChitB1

envolvidos na ligação do substrato, alteraram a atividade hidrolítica desta enzima

para reação de transglicosilação. Já a reação de transglicosilação de Chit42 e Chit33

foi observada com modificações sintéticas dos quito-ologosacarideos (COSs). Estes

quito-oligosacaridios são importantes e utilizados em inúmeros setores (AAM et al.,

2010).

1.3.2 QUITINASE EM MICRORGANISMOS

Em fungos, as quitinases estão envolvidas em várias funções como: i) na

morfogênese da parede celular, ii) nos processos nutricionais, iii) na degradação da

quitina exógena, iv) remodelamento da parede celular durante o ciclo de vida do

fungo e v) na competição e defesa contra outros fungos e artrópodes (SEIDL, 2008;

BOLDO et al., 2009). A quitinase é produzida por diversos microrganismos como T.

harzianum CECT 2413 (REY et al., 2001), Glomus mosseae e Glomus intraradices

(POZO et al., 2002), Tilletiopsis pallescens (URQUHART et al., 2002),

15
Introdução
Cellulomonas flavigena (CHEN et al.,1997), Paecilomyces lilacinus (KHAN et al.,

2003) e B. bassiana (SASSÁ et al., 2008), entre outros. Muitos microrganismos

necessitam da presença de indutores específicos para síntese de enzimas de interesse,

os quais podem ser adicionados ao meio de cultivo em estudos conduzidos em

laboratório, como foi feito para a obtenção de quitinase em fermentação sólida com T.

harzanium TUBF 781. O extrato enzimático extracelular obtido do fungo T.

harzanium TUBF 781 mostrou atividade antifúngica contra uma série de linhagens,

tais como Aspergillus sp., Rhizopus sp., Mucor sp. e principalmente Aspergillus niger

(NAMPOOTHIRI et al., 2004). Foi observado que a quitinase produzida por T.

harzanium, apresentou pH e temperatura ótimos de atividade igual a 3,5 e 50°C,

respectivamente, e pI de 7,4. Neste caso, a massa molecular obtida foi de 27,5 kDa

(DEANE et al., 1998). Segundo Chang et al. (2010), a quitinase produzida por

Bacillus subtilis também apresentou atividade antifúngica contra Fusarium

oxysporum.

Quando analisada a produção de endoquitinases por Bacillus

stearothermophilus CH-4 em meio de cultivo contendo quitina como única fonte de

carbono, três formas enzimáticas diferentes foram encontradas, ou seja, quitinase A

(endo-ação), quitinase B (exo-ação) e N-acetilglicosaminidase (KENJI et al., 1998).

Entretanto, vários fungos como Trichoderma sp. e M. anisopliae secretam diferentes

enzimas, entre elas as quitinases que são essenciais para a ação micoparasitária (EL-

KATANY et al., 2001).

Muitas pesquisas têm focado na produção de quitinases pelos agentes de

biocontrole, os quais supostamente agem como depolimerases da parede celular de

fungos fitopatogênicos e na cutícula dos insetos-pragas (CASTORIA et al., 2001). O

fungo B. bassiana também é utilizado como um biocontrolador que produz isoformas

16
Introdução
de quitinases que foram ativas nos pH 5,5, 6,0 e 8,5 (SASSÁ et al., 2008). No

trabalho desenvolvido por Adrangi et al. (2010) também foram identificadas e

caracterizadas duas isoformas de endoquitinases extracelulares produzidas por

Massilia timonae, sendo elas Chi 56 e Chi 64. Ambas apresentaram pH ótimo de

atividade de 5,0, pI de 8,5, ativação por Mn2+ e inibição por Hg2+. Comparando–se

ambas as formas, Chi 56 possui massa molecular de 56 kDa e a sequência N-terminal

Q-T-P-T-Y-T-A-T-L. Já para Chi 64 a massa molecular foi de 64 kDa e a sequência

N-terminal Q-A-D-F-P-A-P-A-E (ADRANGI et al., 2010).

A quitinase purificada (30 kDa) de M. anisopliae teve seu ótimo de atuação

no pH 4,5 e 5,0, e na temperatura entre 40°C e 45°C (PINTO et al., 1997). Nos

trabalhos de St. Leger et al. (1991), Pinto et al. (1997) e Kang et al. (1999) foram

relatadas quitinases diferentes de M. anisopliae, com massas moleculares variando

de 30 kDa a 110 kDa.

Vários experimentos com a expressão ou superexpressão de genes de

quitinases de fungos vêm sendo desenvolvidos, existindo duas abordagens distintas: i)

Sistema biológico in vivo; ii) Alta produção da enzima para testes in vitro. Como

exemplo em sistemas biológicos, o gene de quitinase do fungo Trichoderma ssp. foi

introduzido em plantas (limão, algodão, maçã e cenoura) conferindo uma maior

resistência frente a fungos fitopatogênicos. Estas plantas também apresentaram

resistência a outros tipos de estresses biótico (bactérias) e abióticos (salinidade e

metais pesados), segundo os trabalhos De Las Mercedes et al. (2006) e Kumar et al.

(2009). A expressão de genes da quitinase tem sido estudada em fungos

entomopatógenos, como B. bassiana (FANG et al., 2004), Nomuraea rileyi

(WATTANALAI et al., 2004) e Paecilomyces javanicus (CHEN et al., 2007). O gene

Bbchit1 de B. bassiana foi superexpresso e as linhagens resultantes foram bastante

17
Introdução
virulentas em bioensaios contra afídeos adultos (Myzus persicae) (FANG et al.,

2004). Utilizando o mesmo gene, Fang et al. (2007), superexpressaram em B.

bassiana uma quitinase recombinante contendo um domínio de reconhecimento da

quitina pertencente ao inseto Bombix mori. A quitinase recombinante apresentou

propriedades cinéticas de hidrólise aumentada e uma maior virulência quando

comparada com a quitinase nativa.

Os fungos, de forma geral, podem apresentar entre 10 e 25 quitinases

diferentes e a maioria destas quitinases ainda não foram estudadas. Existem várias

quitinases preditas nos genomas de fungos como, por exemplo, em Chaetomium

globosum (LIU et al., 2008) e Hypocrea jecorina (SEIDL et al., 2005). Segundo Seidl

et al. (2005) o fungo Trichoderma reesei possui 18 genes que codificam quitinases e o

mesmo número de genes que codificam quitinases, foi observado para o fungo A.

fumigatus (ALCAZAR – FUOLI et al., 2011). Observa - se um número maior de

genes codificadores de quitinases em M. anisopliae, chegando a aproximadamente 30

genes, já para M. acridum são 21 genes (GAO et al., 2011) e 20 genes para B.

bassiana (XIAO et al., 2012). Ou seja, há muito que estudar e entender sobre as

quitinases.

1.3.3ÁREAS DE UTILIZAÇÃO DAS QUITINASES

As quitinases são enzimas com grande potencial biotecnológico podendo ser

utilizadas em diversos setores industriais como o alimentício, farmacêutico,

biomédico, cosmético, têxtil e agrícola. São empregadas também no controle fungos

fitopatogênicos e pragas agrícolas. Adicionalmente, as quitinases são capazes de

realiazar transglicosilação, produzindo quito-oligosacarídeos biologicamente ativos.

Eles agem como indutores de defesa da planta e estão envolvidos na sinalização para

18
Introdução
desenvolvimento do nódulo radicular. Podem ainda ser empregados na área médica

como, por exemplo, a quitohexaose e a quitoheptaose, ambos com atividade

antitumoral. Estes quito-oligosacaridios são utilizados ainda no setor de cosméticos e

de tratamento de águas (AAM et al., 2010). Para obter os COS é necessária a

realização da hidrólise química da quitina utilizando ácidos ou enzimas. No entanto, a

hidrólise química gera efluentes contaminados, que causam danos ao meio ambiente.

Sendo assim, a capacidade de transglicosilação apresentada pelas quitinases é

interessante, evitando a contaminação ambiental, ampliando as áreas de aplicação

destas enzimas e ainda destacando o grande potencial biotecnológico das mesmas.

19
Objetivo
2. OBJETIVO

2.1 OBJETIVO GERAL


Este trabalho teve por objetivo investigar a produção de quitinases pelos
isolados IBCB 167, IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425 do fungo entomopatogênico M.
anisopliae, caracterizando - as bioquimicamente e utilizando estas características para
um melhor entendimento da interação patógeno-hospedeiro e, consequentemente, da
virulência.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


Foram objetivos específicos deste trabalho:
a) Identificar molecularmente os isolados;
b) Análisar a morfologia dos isolados por microscopia eletrônica de varredura;
c) Determinar e padronizar as melhores condições físico-químicas para a
produção de quitinases pelos isolados;
d) Estabelecer as melhores condições de ensaio para atividade enzimática;
e) Purificar e caracterizar as quitinases produzidas pelos isolados;
f) Analisar o secretoma dos isolados e identificar as proteínas secretadas;
g) Realizar ensaios de virulência in vivo utilizando os isolados IBCB 384, IBCB
425 de M. anisopliae sobre Galleria mellonella.

20
Material e Métodos
3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 MICRORGANISMOS DE ESTUDO

Para a realização deste trabalho foram utilizados os isolados IBCB 167, IBCB

360, IBCB 384 e IBCB 425 (Tabela 3) da espécie M. anisopliae procedente da

Coleção de Microrganismos Entomopatogênicos “Oldemar Cardim Abreu” do

Laboratório de Controle Biológico do Instituto Biológico de Campinas, gentilmente

cedido pelo Dr. José Eduardo Marcondes de Almeida.

Tabela 3. Isolados procedente da Coleção de Microrganismos Entomopatogênicos

“Oldemar Cardim Abreu” do laboratório de Controle Biológico, Instituto Biológico,

Campinas – SP.

Isolados IBCB Mortalidade Origem Local

167 55% Solo Cascavel-PR

360 68% Solo da área de cultivo da banana Piedade-SP

384 96% Inseto: Mahanarva fimbriolata Sertãozinho-SP

425 82% Solo Mata Atlântica Iporanga-SP

Mortalidade: Quantidade de insetos (Diatraea saccharalis) infectados e mortos pelo fungo M.


anisopliae.

3.2 MANUTENÇÃO DOS ISOLADOS NO LABORATÓRIO E OBTENÇÃO

DAS CULTURAS

Os isolados foram mantidos em laboratório em tubos de ensaio contendo 10

mL de meio sólido BDA (batata-dextrose-ágar), previamente esterilizados em

autoclave a 120°C e 1,5 atm, por 20 minutos e solidificado de forma inclinada. Os

repiques foram feitos utilizando alça de platina. As culturas foram mantidas a 26oC

21
Material e Métodos
por 10 dias em estufa e posteriormente conservadas em geladeira a 4oC e utilizadas

em até 30 dias.

3.3. IDENTIFICAÇÃO MOLECULAR DOS ISOLADOS

Esta parte do trabalho foi desenvolvido na Universidade de Córdoba /

Espanha, no Departamento de Ciencias y Recursos Agrícolas y Forestales na Unidad

Entomología Agrícola, Campus de Rabanales sob a orientação do Professor Doutor

Enrique Quesada Moraga.

3.3.1 EXTRAÇÃO DE DNA TOTAL

Para a extração de DNA foram utilizados 50 mg de micélio, esferas de vidro

estéreis e 500 µL de tampão de lise (24,28 g de Tris, EDTA 0,01 mol/L, NaCl 0,5

mol/L, SDS1% para 1L, pH 7,5), submetidos a agitação em Vórtex por 10 minutos.

Em seguida adicionou-se 500 µL da solução fenol-clorofórmio - álcool isoamílico nas

proporções ( 25:24:1 ) e submetidos a agitação em Vórtex por 5 minutos. O material

lisado foi centrifugado por 8 minutos à 8.000 x g. O sobrenadante foi transferido para

outro tubo tipo Eppendorf e adicionado de 500 µL de clorofórmio - álcool isoamílico

(24:1), homogenizado e centrifugado por 8 minutos à 8.000 x g. O novo sobrenadante

foi transferido para outro tudo tipo Eppendorf, adicionado 10 µL de RNase, misturado

e incubado a 37 ° C durante 1h. Passado o período, adicionou-se 500 µL da solução

fenol - clorofórmio – álcool isoamílico na proporção (25:24:1), misturando bem e o

material foi centrifugado a 8.000 x g por 8 minutos. O sobrenadante foi transfertido

para um novo tubo tipo Eppendorf, adicionado de 500 µL da solução clorofórmio -

álcool isoamílico (24:1), homogenizado e centrifugado a 8.000 x g por 8 minutos. O

sobrenadante foi transferido para um novo tudo tipo Eppendorf, adicionado de 2,5

22
Material e Métodos
volumes de etanol 100% e misturado delicadamente, para a preciptação do DNA. O

material foi mantido em temperatura ambiente durante 2 minutos e posteriormente

centrifugado 9.600 x g durante 10 minutos. O etanol foi removido vertendo- se o tubo.

Posteriormente 200 µL de etanol a 70 % gelado foi adicionado. Em seguida procedeu-

se a centrifugação 9.600 x g durante 2 minutos. O tubo foi vertido para secar o

preciptado formado. Finalmente a amostra foi solubilizada em 60 µL de água para

PCR (RAEDER & BRODA, 1985).

3.3.2. PCR E PURIFICAÇÃO DO DNA

A reação de PCR foi preparada utilizando o kit MyTaq Red DNA Polymerase,

como segue: 10µL de 5x MyTaq Red Reaction Buffer, 1µL do Primer R (ITS4) a 20

µM, 1µL do Primer F (ITS1F) a 20 µM, 36µL de água (ddH2O), 1,5µL de DNA e

0,5µL de MyTaq Red DNA Polymerase.

As sequências dos primers utilizados são as seguintes: Primer forward -

ITS1F: 5´-CTTGGTCATTTAGAGGAAGTAA – 3´ (GARDES & BRUNS, 1993) e

Primer reverse - ITS4: 5´- TCCTCCGCTTATTGATATGC -3´ (WHITE et al.,

1900). Uma vez preparada as amostras, foi realizada a PCR utilizando o aparelho

PCR Applied Biosystems® Veriti® 96-Well Thermal Cycler, como descrito nos

passos abaixo:

Passos Temperatura Tempo Ciclos


Desnaturação inicial 95ºC 3 min 1
Desnaturação 95ºC 15 s 35 ciclos
Anelamento 50ºC 15 s 35 ciclos
Extensão 72ºC 10 s 35 ciclos
Final 4ºC ∞ (infinito) ∞ (infinito)

23
Material e Métodos
Após o termino do PCR, utilizou-se um gel de agarose 0,8% para recortar as

bandas de interesse. A purificação foi realizada utilizando o Kit Gene Clean con

Favor Prep GEL/PCR Purification, seguindo as intruções do fabricante. As amostras

obtidas deste processo foram enviadas a empresa StabVida, que foi responsável pelo

sequeciamento. As sequências obtidas foram tratadas com o programa DNAStar.

Posteriormente os programas Blast e ClustalW foram utilizados para identificar os

isolados e alinhar.

3.4 OBSERVAÇÃO DA MORFOLÓGIA DOS ISOLADOS DE M. anisopliae

POR MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA (MEV)

Os microcultivos para cada isolado foram preparados sobre lamínulas de

vidro, sobre as quais foram colocados pequenos cubos de BDA. Com auxílio de uma

alça de platina os isolados foram inoculados nos quatro lados do pedaço de BDA e

posteriormente, cobertos com lamínula estéril (Figura 5). Após o inóculo, a lâmina

foi acondicionada dentro de uma câmara úmida à 25oC, por 4 dias. Depois do período

de crescimento as lamínulas foram retiradas e imersas em banhos sucessivos de

concentrações crescentes de álcool etílico (10 – 100%). Sendo analisadas

posteriormente em MEV. O microscópio eletrônico de varredura utilizado foi Zeiss

EVO 50 e as lamínulas foram pulverizadas com ouro coloidal no pulverizador Bal-

Tec SCD 050 sputter coater. Todos os isolados foram submetidos a esta técnica.

Através das micrografias eletrônicas foram medidos os conídios e as hifas dos

isolados. Foram escolhidas 5 áreas aleatórias e em cada área foram realizadas 10

medidas das dimensões dos conídios. Para as medidas das hifas foram escolhidas 6

áreas aleatórias. Neste caso, para cada área foram realizadas 8 medidas. Para a análise

24
Material e Métodos
dos dados obtidos foi utilizado o teste One-Way Anova seguido pelo pós-teste de

Tukey com nível de significância α = 0,05, utilizando o programa GraphPad Prism 5.

Figura 5: Esquema da preparação do microcultivo (ALMEIDA, 2012).

3.5 OBTENÇÃO DAS CULTURAS EM FERMENTAÇÃO SUBMERSA (FSbm)

Os cultivos em FSbm foram realizados em frascos Erlenmeyer de 125 mL

contendo 25 mL de diferentes meios de cultivo descritos a seguir, previamente

esterilizados em autoclave a 120oC e 1,5 atm por 20 minutos. Após esterilização, os

meios foram inoculados com 1 mL de uma suspensão de esporos (105 esporos/mL)

em água destilada, adicionada de 20 µL de tween 80, dos diferentes isolados

separadamente, e incubados 168 horas a 26°C, sob agitação (100 rpm) ou em

condição estacionária.

Meios utilizados:

a) Extrato de levedura (1%) (E).

25
Material e Métodos
b) Extrato de levedura (1%) + crisálida de Bombyx mori (1%) previamente

macerada (EC).

c) Extrato de levedura (1%) + glicose (1%) (EG).

d) Extrato de levedura (1%) + glicose (1%) + crisálida (1%) previamente

macerada (EGC).

e) Extrato de levedura (1%) + Diatraea saccharalis (Ds) (1%) previamente

macerada (EDs).

Posteriormente, a influência do tempo de cultivo sobre o crescimento e a produção

enzimática para os quatro isolados foi determinada utilizando-se 50 mL do meio de

cultivo constituído por 1% de extrato de levedura adicionado de 1% de crisálida por

diferentes períodos (24 a 240 horas).

3.6 OBTENÇÃO DAS CULTURAS EM FERMENTAÇÃO EM SUBSTRATO

SÓLIDO (FSS)

As culturas em FSS foram obtidas mediante inóculo de 1mL de uma suspensão

de esporos (105 esporos/mL) sobre 4 g de crisálida seca triturada como substrato,

fornecida pela empresa Fiação de Seda Bratac S/A. O substrato foi umedecido com

água de torneira, solução de extrato de levedura (1% m/v), solução de sais SR ou

solução de sais de Khanna, na proporção 1,3 : 1 (m/v). As culturas foram incubadas a

26ºC durante 168 horas, em estufa com umidade relativa ao redor de 76% monitorada

com o auxílio de um termohigrometro (CAAL, modelo 303C). Ressaltamos que

utilizamos Delineamento de Composto Central Rotacional (DCCR), para padronizar a

produção de quitinase em FSS, como apresentado no item 3.7.

26
Material e Métodos
3.6.1 COMPOSIÇÃO DAS SOLUÇÕES

3.6.1.1 Solução de sais de Khanna [20x]

NH4NO3.....................................................................................................................2,0g

KH2PO4 ...................................................................................................................1,3g

MgSO4.7 H2O .......................................................................................................0,362g

KCl .......................................................................................................................0,098g

ZnSO4.H2O............................................................................................................0,007g

MnSO4. H2O........................................................................................................0,0138g

FeCl3 .6H2O.........................................................................................................0,0066g

CuSO4. 5H2O ......................................................................................................0,0062g

Água destilada qsp................................................................................................100mL

3.6.1.2 Água de torneira

Alumínio........................................................................................................0,009 mg/L

Ferro................................................................................................................0,008mg/L

Nitrogênio.......................................................................................................0,193mg/L

Oxigênio...........................................................................................................1,2 mg/L

Fluoreto............................................................................................................0,20 mg/L

3.7. OTIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO DE QUITINASE EM FSS

A otimização da produção enzimática em FSS foi realizada utilizando um

planejamento fatorial (22) tendo como variáveis independentes o tempo de

crescimento (X1) e a umidade (X2). Foram realizadas três repetições nos pontos

centrais (0) e dois pontos externos (-α e +α), totalizando 11 experimentos (Tabela 4).

O valor calculado para os pontos externos foi ±1,41. Os resultados obtidos foram

27
Material e Métodos
submetidos à análise de variância (ANOVA) com p fixado em 0,05 e 0,1 utilizando-se

o software Statistica 8.0 (Stat Soft), o qual foi também empregado para obtenção das

superfícies de resposta e dos gráficos de pareto.

Tabela 4. Delineamento de Composto Central Rotacional (DCCR), para a otimização

da produção de quitinases em FSS.

Valores codificados Valores reais

Crescimento Umidade Tempo de Umidade


Tratamentos X1 X2 crescimento %
1 -1 -1 5 30
2 1 -1 12 30
3 -1 1 5 65
4 1 1 12 65
5 0 0 9 48
6 0 0 9 48
7 0 0 9 48
8 -1,41 0 4 48
9 1,41 0 13 48
10 0 -1,41 9 23
11 0 1,41 9 72

Os cultivos foram feitos conforme as condições estipuladas no DCCR. As

amostras do extrato bruto extracelular da FSS foram utilizadas para determinar a

atividade quitinásica conforme descrito no item 3.9.1.

3.8 OBTENÇÃO DOS EXTRATOS ENZIMÁTICOS

Após incubação, as culturas em FSbm foram filtradas a vácuo, utilizando

papel filtro Watman nº 1, obtendo–se um filtrado livre de células chamado extrato

bruto extracelular e a massa micelial retida, a qual foi lavada com dois volumes de

água destilada, prensada entre folhas de papel filtro, macerada e ressuspensa em

10mL de solução tampão acetato de sódio 100mM, pH 5,0. Essa suspensão foi

28
Material e Métodos
centrifugada a 12.000g por 10 minutos, a 4C. O sobrenadante contendo as enzimas

intracelulares foi chamado de extrato bruto intracelular. Os extratos brutos contendo

as enzimas intracelulares e extracelulares foram dialisados em água destilada, durante

24 horas, a 4 C e posteriormente, utilizado para a determinação da atividade

quitinásica.

As culturas obtidas em FSS foram adicionadas de 50 mL de água destilada a 4

ºC, sendo esta mistura mantida sob agitação com uma barra magnética por 30

minutos, a 4 ºC. Posteriormente, foram filtradas a vácuo em funil de Buchner,

obtendo-se um filtrado livre de células. O micélio com os resíduos de substrato foram

descartados. O filtrado foi dialisado em água destilada por 24h, a 4 ºC e

posteriormente, utilizado para a determinação da atividade enzimática.

3.9 DOSAGEM DA ATIVIDADE ENZIMÁTICA

3.9.1 QUITINASE

A determinação da atividade enzimática foi realizada utilizando-se 1mM do

substrato sintético 4-nitrofenil-N-Acetil-β-D glucosaminideo (NP-GlcNAc) em

tampão acetato de sódio 100 mM, pH 5,0.

A mistura de reação foi constituída de 200µL de uma solução de substrato e

200µL de amostra enzimática. Após incubação da mistura de reação na temperatura

de 40 oC esta foi interrompida, em diferentes intervalos de tempo, adicionando – se

1mL de NaOH 1M. O branco consistiu de 200µL da solução de substrato + 1mL de

NaOH e posteriormente a adição de 200µL de enzima. Todos os experimentos foram

realizados em triplicata. O paranitrofenolato liberado foi quantificado em λ = 405nm

em espectrofotômetro. Uma unidade de atividade enzimática (U) foi definida como

sendo a quantidade de enzima necessária para hidrolisar 1 µmol de substrato, por

29
Material e Métodos
minuto, nas condições de ensaio. Para FSbm tem-se U/mL e para a FSS, U/g de

substrato. A atividade específica foi expressa em U / mg de proteína.

3.9.2 PROTEASE

O substrato utilizado para quantificar a atividade proteoásica foi o leite em pó

solúvel Molico a 1%, dissolvido em tampão fosfato de sódio 100 mM pH 7,0. A

mistura da reação foi constituída de 2,5 mL do substrato leite e 500 µL do extrato

enzimático. Sendo mantida em banho Maria a 50 oC. A reação foi interrompida,

retiranto alíquotas de 1mL em diferentes tempos e adicionado 1 mL de TCA. 20%.

Em seguida, a mistura foi mantida em gelo por 1 h. Ápos este período ocorreu a

formação do precipitado e este foi removido através de centrifugação por 10 minutos

em centrífuga Eppendorf (14000x g). Todos os experimentos foram realizados em

triplicata. A absorbância do sobrenadante foi quantificada em λ = 280 nm em

espectrofotômetro. Uma unidade de atividade proteásica (U) foi definida como sendo

a quantidade de enzima necessária para hidrolisar 1 µg de tirosina por minuto. A

metodologia utilizada foi realizada conforme recomendação de Hull (1974).

3.9.3 LIPASE

A determinação da atividade lipásica foi realizada utilizando-se o substrato

sintético p-nitrofenilpalmitato (pNPP), acompanhando a liberação do íon p-

nitrofenilpalmitato. A reação foi padronizada utilizando McIlvaine 50 mM, pH5,

contendo pNPP 0,8 mM, isopropanol 10%, goma arábica 0,5 mg/mL e Triton X-100

0, 25%, num volume final de 1mL. Inicialmente foram dissolvidos em isopropanol

sob agitação, o substrato, Triton X-100 e a goma arábica e adicionados ao tampão. A

30
Material e Métodos
reação foi constituída de 50 µL do extrato enzimático adicionado ao meio reacional e

interrompida, em diferentes intervalos de tempo, por aquecimento a 90ºC por 1

minuto e adição de 1mL de tetraborato de sódio saturado. A absorbância foi

quantificada em λ = 410 nm em espectrofotômetro. Uma unidade da atividade (U) foi

definida como sendo a quantidade de enzima necessária para hidrolisar 1 µmol de

substrato por minuto.

3.10 QUANTIFICAÇÃO DE PROTEÍNAS

As proteínas foram estimadas pelos métodos descritos por Lowry et al. (1951)

e Bradford et al. (1976) utilizando-se albumina de soro bovino (BSA) como padrão.

3.11 ELETROFORESE EM CONDIÇÃO DESNATURANTE SDS – PAGE

(10%)

Para acompanhar a secreção de proteínas produzidas pelos isolados foram

utilizadas amostras extracelulares liofilizadas do extrato bruto aplicadas em

eletroforese em gel de poliacrilamida em condição desnaturante (SDS-PAGE 10%) de

acordo com Laemmli (1970). A corrida eletroforética foi realizada em tampão Tris-

HCl 25 mM, pH 8,9 + glicina 192 mM + 0,1% SDS, sendo a fonte ajustada para 120V

e 40 mA, por um período de 2 horas. Foram utilizados os seguintes padrões de massa

molecular: α 2-Macroglobulina (168 kDa), β-Galactosidase (112 kDa), Lactoferrina

(91 kDa), Piruvato quinase (67 kDa), Dehidrogenase lática (36 kDa) e Triose fosfato

isomerase (31 kDa). Para calcular a massa molecular de cada banda proteica foi

utilizando o Log da massa molecular de cada marcador em função da mobilidade

relativa (Rf). Após a corrida eletroforética o gel foi retirado das placas e corado

utilizando-se Comassie Brilliant Blue R- 250 para visualização das bandas proteicas.

31
Material e Métodos
3.12 ANÁLISE DO SECRETOMA DOS DIFERENTES ISOLADOS DE M.

anisopliae EM FSbm POR ELETROFORES BIDIMENSIONAL

Os isolados foram cultivados em dois meios diferentes. O primeiro meio de

cultivo, não indutor de quitinase, foi constituído de extrato de levedura 1% (m/v) +

glicose 1% (m/v) e água destilada. O segundo meio de cultivo, indutor de quitinase,

foi constituído de extrato de levedura 1% (m/v) + crisálida 1% (m/v) e água destilada.

Ambos foram mantidos a 26ºC, sob agitação orbital (100 rpm) por 7 dias. Após o

cultivo foi obtido o extrato bruto extracelular para cada isolado em ambas as

condições de cultivo como descrito no item 3.8. Os extratos enzimáticos obtidos

foram então precipitados com TCA 15% a 4ºC, centrifugados a 5.000 g, 4ºC por 20

minutos, lavados com acetona 100% e novamente centrifugados a 5.000 g, 4ºC por 20

minutos. Os precipitados foram ressuspensos em 300 µL de tampão de re-hidratação

contendo uréia 8M, 1 mg de DTT, CHAPS 2%, azul de bromofenol (traço) e 2% IPG

Buffer (pH 3 – 11 GE Health Care) e aplicados em strips de 13 cm com variação de

pH 3 – 10, para corrida eletroforética da 1º dimensão. A focalização isoelétrica das

proteínas foi realizada no IPGPhor System (Amersham Bioscience) nas seguintes

condições: gradiente 100 volts/ 1 hora, step 500 volts/ 1 hora, step 1000 volts/ 1 hora,

step 2.000 volts/ 1 hora, step 4.000 volts/ 1 hora e step 8.000 volts até 60.00 volts/

hora, gradiente 200 volts/ 5 minutos e step final de 50 volts/ 24 horas. Em seguida as

strips foram imersas em solução de equilíbrio, constituída de Tris - HCl 50 mm,

glicerol 30%, uréia 6 M, DTT 10mg/mL, SDS 2% e azul de bromofenol 1% por 15

minutos e novamente foram imersas em solução de equilíbrio, constituída de Tris -

HCl 50 mm, glicerol 30%, uréia 6 M, 25 mg /mL de iodo acetamida, SDS 2% e azul

de bromofenol 1% por 15 minutos. Em seguida a 2a dimensão foi realizada em SDS-

PAGE 12% (LAEMMLI, 1970), em placas de 18,0 x 16,0 x 0,1 cm. A corrida foi

32
Material e Métodos
conduzida a 100 volts, 25 mA por 5 horas. O gel foi corado utilizando Comassie

coloidal (NEUHOFF et al., 1988) e as bandas proteicas dos isolados cultivados em

meio indutor e não indutor, foram observadas após descoloração do gel com solução

contendo 30% de etanol e 10% de ácido acético. Optamos identificar as proteínas dos

isolados IBCB 167 e IBCB 384, considerando que ambos apresentam potenciais de

controle opostos, frente a D. saccharalis.

3.13 SPECTROMETRIA DE MASSAS E IDENTIFICAÇÃO DAS PROTEÍNAS

Os géis bidimensionais obtidos foram analisados pelo software Image Master

7 GE para detecção das bandas proteicas (spots). Os spots recortados e posteriormente

analisados foram selecionados seguindo uma avaliação visual de intensidade. As

bandas proteicas obtidas dos géis 2D para os isolados IBCB 167 e IBCB 384

crescidos em presença de crisálida foram recortados e digeridos com adição de 0,5 µg

de tripsina (Promega) + 17 µL de tampão bicarbonato de amônio 0,1M pH 8,0.

Depois da digestão os peptídeos foram aplicados em coluna de fase reversa poros 50

R2 (PerSeptive Biosystems). Os peptídeos purificados foram hidratados em 6 µL de

solução matriz (5mg mL-1 α-ciano-4-hidroxycinnaminic acid em 50% de acetronitrila

e 0,1% de ácido trifluoracetico (v/v). Desta hidratação 2 µL de cada amostra foram

aplicados na placa de MALDI-TOF/TOF (Axima Performace, Kratos-Shimadzu,

Manchester, UK). Os MS/MS obtidos de cada spot digerido foram analisados

utilizando o software MASCOT (Matrix Science, London, UK) e os bancos de dados

SwissProt e NCBInr.

33
Material e Métodos
3.14 PURIFICAÇÃO PARCIAL DA QUITINASE EXTRACELULAR

PRODUZIDA PELOS ISOLADOS IBCB 167, IBCB 360, IBCB 384 E IBCB 425

EM FSS

O extrato bruto extracelular obtido da FSS para os isolados IBCB167, IBCB

360, IBCB 384 e IBCB 425 contendo quitinase foi aplicado em coluna cromatográfica

de troca iônica DEAE-Celulose (9,0 x 2,0 cm) previamente equilibrada em tampão

Tris-HCl 10mM, pH 7,5, sendo eluída pela aplicação de um gradiente linear de NaCl

(0-1M) no mesmo tampão. A coluna foi mantida a 28ºC e frações de 3mL foram

coletadas, sendo a vazão mantida em 1,9 mL/min. As frações que apresentaram

atividade quitinásica foram reunidas em um único pool o qual foi dialisado contra

água destilada por 24h, a 4ºC e posteriormente liofilizado.

O segundo pico com atividade quitinolítica, observado para o isolado IBCB

384, foi liofilizado, ressuspenso em solução tampão Tris-HCl 10mM pH 7,0 e

aplicado em coluna cromatográfica de exclusão molecular Sephadex G-100 (89,5 x

2,0 cm) previamente equilibrada com tampão tampão Tris-HCl 10mM pH 7,0, sendo

eluída neste mesmo tampão. A coluna foi mantida a 4ºC e frações de 1mL foram

coletadas, sendo a vazão mantida em 0,38 mL/min. As frações que apresentaram

atividade foram reunidas em único pool, o qual foi dialisado contra água destilada por

24h, a 4ºC e posteriormente aplicado em eletroforese em condições não desnaturantes

(PAGE) e desnaturantes (SDS-PAGE). O Pico I com atividade quitinásica obtido da

coluna Sephadex G-100 foi identificado por Eletrospray ESI Q-TOF ULTIMA (da

Waters - Manchester-UK).

34
Material e Métodos
3.15 DETERNIMAÇÃO DA TEMPERATURA E DO pH ÓTIMO DE

ATIVIDADE

Foram realizados ensaios com as quitinases parcialmente purificadas, obtidas

da FSS em diferentes temperaturas (30 ºC a 80ºC) para definir a temperatura ótima

aparente de atividade. Já para o melhor pH aparente de atividade quitinásica foi

utilizado o tampão ácido cítrico 50mM com valores de pH variando de 2,5 a 7,5, e

posteriormente foi realizada a dosagem enzimática.

3.16 DETERNIMAÇÃO DA TERMOESTABILIDADE E ESTABILIDADE AO

pH

Foram realizados ensaios com as quitinases obtidas da FSS. Para os quatro

isolados estas amostras enzimáticas foram previamente incubadas em diferentes

temperaturas (30ºC, 40ºC, 50ºC, 60ºC e 70ºC) e diferentes valores de pH (2,5, 3,0,

4,0, 5,0, 6,0, 7,0, 8,0) em tampão ácido cítrico 50 mM por 1 hora. Em ambos os

experimentos foram retiradas alicotas e armazenadas em gelo, sendo posteriormente

utilizadas na reação enzimática para se avaliar a estabilidade térmica e ao pH,

respectivamente.

3.17 INFLUÊNCIA DE DIFERENTES COMPOSTOS NA ATIVIDADE

QUITINÁSICA

A mistura de reação foi adicionada de diferentes compostos (HgCl2, NH4Cl,

CaCl2, BaCl2, CoCl2, FeSO4, FeCl3, Cisteína, KCl, KH2PO4, ZnSO4, Zn(NO3)2,

EDTA, CuSO4, CuCl2, NaCl, NaH2PO4, NaBr, MgSO4, MnCl2, MgCl2, Pb (C2H3O2) e

β - Mercaptoetanol) na concentração de 1 mM.

35
Material e Métodos
3.18 DERTERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS CINÉTICOS (Km e Vmáx)

A determinação dos parâmetros cinéticos Km e Vmáx para as enzimas

parcialmente purificadas foi realizada utilizando-se concentrações crescentes de 0,02

a 5mM do substrato sintético 4-nitrofenil-N-Acetil-β-D glucosaminideo em tampão

acetato de sódio 100 mM, pH 5,0. Os valores de Km e Vmáx foram calculados com o

auxílio do programa Origin 8.0, utilizando as seguintes equações (y=a+b.x); Vmáx =

(1/y) e Km = (-1/x).

3.19 EXPERIMENTOS IN VIVO

Esta parte do trabalho foi desenvolvido na Universidade de Córdoba / Espanha, no

Departamento de Ciencias y Recursos Agrícolas y Forestales na Unidad Entomología

Agrícola, Campus de Rabanales sob a orientação do Professor Doutor Enrique

Quesada Moraga.

3.19.1 OBTENÇÃO DAS CULTURAS PARA APLICAÇÃO IN VIVO

Os cultivos em FSbm foram realizados em duas etapas: 1) Cultivo em frasco

Erlenmeyer de 125 mL contendo 25 mL de meio líquido Adamek (40 g de glicose, 40

g de extrato de levedura, 30 g licor de milho e 1000 mL de água destilada)

(ADAMEK, 1963), previamente esterilizados em autoclave a 120oC e 1,5 atm por 20

minutos. Este meio foi inoculado com 1 mL de uma suspensão de esporos (107

esporos/mL) para os isolados IBCB 384 e IBCB 425 e depois incubado por 96 horas a

25°C, sob agitação (110 rpm); 2) Após este período foram transferidos 2 mL de

cultivo para um novo meio de cultivo, onde utilizou–se frascos Erlenmeyer de 1000

36
Material e Métodos
mL contendo 250 mL de meio Adamek esterilizado, como descrito anteriormente. O

cultivo foi mantido por 168 horas a 25°C, sob agitação (110 rpm).

3.19.2 PATOGENICIDADE DOS ISOLADOS IBCB 384 E IBCB 425 DE M.

anisopliae SOBRE LARVAS DE G. mellonella POR APLICAÇÃO TÓPICA

Para a aplicação tópica foi utilizada a técnica de imersão. Inicialmente os

diferentes isolados foram crescidos em placa de Petri 90 mm com meio MA (12,75 g

de extrato de malte, 2,75 g de dextrina, 2,35 g de glicerol, 0,78 g de peptona e 15 g de

agar, para um litro de água) previamente esterilizado. As placas foram incubadas a

25°C por 15 dias até ocorrer à esporulação. As suspensões dos conídios foram

preparadas por raspagem do micélio crescido na placa e coletado utilizando uma

lâmina esterilizada. Em seguida, o micélio foi colocado em tubos estéreis contendo 15

mL de água esterilizada com 0,10% de Tween 80 e sucessivas diluições foram

realizadas até a padronização de 1 x 108conídios mL-1. A contagem destes conídios foi

em câmara de Malassez (Blau Brand, Germany)

3.19.2.1 APLICAÇÃO TÓPICA UTILIZANDO IMERSÃO

Dez larvas de G. mellonella no 4° instar foram imersas em 5 mL de suspenção

de 1 x 108 conídios mL-1 por 30 segundos. Este processo foi realizado 3 vezes

totalizando 30 larvas para cada isolado testado. No controle deste experimento 10

larvas foram imersas em água destilada com 0,10% de Tween 80. Depois da imersão,

cada larva foi colocada individualmente em placas de Petri plásticas (28 mm de

diâmetro e 13 mm de altura), com um algodão úmido e alimentada com dieta artificial

(30,8 g de farinha de milho, 30,8 g de germe de trigo, 30,8 g trigo fino, 21,1 g de leite

em pó, 10,8 g de levedura de cerveja, 27 g de glicerina, 48,6 g de mel e 1,5 g de

nipagina). A mortalidade das larvas foi avaliada a cada 24h por 15 dias. As larvas

37
Material e Métodos
mortas foram lavadas em solução de 5% de hipoclorito de sódio por 1 minuto e 3

vezes em água destilada estéril por 3 minutos. Após as lavagens cada larva foi

colocada em câmara úmida, mantida a 25°C e umidade de 65%. Depois de 5 dias foi

avaliada a presença de micélio na superfície da cutícula da larva.

3.19.3 OBTENÇÃO DO EXTRATO BRUTO, FRAÇÕES E ENSAIO DE

TOXIDADE

Os extratos brutos obtidos a partir do cultivo dos isolados IBCB 384 e IBCB

425 em FSbm foram filtrados utilizando o filtro Dynagard de 0,2 µm (Spectrum,

Brenda, The Netherlands) e injetados em larvas de G. mellonella no 5° instar, na

região entre o segundo e o terceiro seguimento abdominal. Já a massa micelial retida

no filtro foi descartada. O dispositivo micro injetor (Burkard manufacturin,

Rckmansworth, UK) foi utilizado para injetar 8 µL do filtrado com 1 mg proteína/mL,

em cada larva. No inseto controle foram injetados 8 µL do meio Adamek bem como

0,16 µL/larva de inibidor de protease. Os ensaios foram em triplicata com 10 larvas

cada, totalizando 30 larvas para cada extrato testado. O bioensaio foi monitorado

diariamente durante 7 dias.

Em um segundo momento, o extrato bruto com volume de 50 mL foi dialisado

utilizando uma membrana de cut off de 3,5 kDa, contra 2 L de água destilada por 24

horas a 4°C. Sendo assim, a fração que ficou retida na membrana recebeu o nome de

não dialisado. Já a fração referente aos 2 L de água recebeu o nome de dialisado.

Ambas as frações foram concentradas por liofilização até o volume de 50 mL e

injetadas nas larvas como descrito acima. Os insetos mortos foram dissecados sob um

microscópio binocular para identificar sinais de toxicidade sobre os tecidos, causados

38
Material e Métodos
pelas moléculas tóxicas presentes nas frações injetadas (ORTIZ – URQUIZA et al.,

2010a).

3.19.4 COLETA DE HEMOLINFA, PRODUÇÃO DE SORO E INJEÇÃO EM

LARVAS

Cada larva de G. mellonella foi injetada com 8 µL da suspensão de conídios,

obtidas dos isolados IBCB 384 e IBCB 425, contendo 800 conídios. As larvas tratadas

foram alimentadas com dieta artificial, mantidas a 25 ºC até que a pré - fase letal da

infecção fosse observada. Esta fase é caracterizada pela presença de hifas na

hemolinfa. A hemolinfa foi coletada através de um corte na falsa pata da larva. Esta

hemolinfa infectada foi coletada em tubos contendo 300 µL de tampão anticoagulante

(WANG et al., 2007), sendo centrifugada a 800 g a 4 ºC durante 10 minutos para

remover as estruturas fúngicas e hemócitos, obtendo-se o soro. Foram quantificadas

as proteínas presentes no soro obtido do inseto segundo Bradford (1976). Este soro foi

esterilizado por filtração através de um filtro com 0,22-µm Dynagard (Spectrum,

Breda, The Netherlands). Após a esterilização foi injetado em cada larva 8 µL de

soro. Foram utilizadas 15 larvas distribuídas entre três triplicatas. As larvas tratadas

foram mantidas a 25 °C e alimentadas com dieta artificial. A mortalidade foi

observada continuamente a cada 24 horas por 9 dias. Também foram observados os

sintomas externos e internos tais como melanização da cutícula e traquéia, causados

pelo soro injetado e estes sintomas foram comparados com os sintomas causados pela

infecção fúngica.

39
Material e Métodos
3.19.5 ANÁLISES ESTATÍSTICAS

Os dados de mortalidade foram submetidos a análise de variância (ANOVA).

Para a diferença mínima significativa (LSD) foi realizado o teste de comparação das

médias. Também foram calculados os valores do tempo médio de sobrevivência. As

análises estatísticas foram realizadas utilizando Statistix 9.0 (Analytical software,

2003) e SPSS 12.0 (SPSS Inc., 1989-2003) para Windows 3.

Observação

Para melhor compreensão dos resultados, os mesmos foram divididos em

quatro partes, sendo elas:

I. Morfologia e Identificação;

II. Produção enzimática em FSbm e FSS;

III. Análise do secretoma, purificação e caracterização bioquímica das quitinases;

IV. Experimentos in vivo.

40
Resultados

RESULTADOS

Parte I

Morfologia e Identificação

41
Resultados
4. RESULTADOS

4.1 IDENTIFICAÇÃO MOLECULAR DOS ISOLADOS DE M. anisopliae

Utilizando os iniciadores descritos no item 3.3.2, obteve - se as sequências

constituídas de 567 nucleotídeos para o isolado IBCB 167 e 351 nucleotídeos para o

isolado IBCB 360. Já para os isolados IBCB 384 e IBCB 425 foi obtido 540 e 563

nucleotídeos, respectivamente. Estas sequências foram analisadas no programa Blast,

obetendo-se uma alta porcentagem de identidade e cobertura para as sequências

obtidas, quando comparadas com outras sequências de M. anisopliae depositadas no

GenBank. Baseado nas análises feitas com o programa Blast, foi possível confirmar a

identificação dos isolados utilizados neste trabalho, no nível de variedade, sendo M.

anisopliae variedade anisopliae (Tabela 5). As sequências de nucleotídeos dos

isolados deste trabalho e a sequência do LRC 189 M. anisopliae var. anisopliae foram

alinhadas utilizando-se o programa ClustalW (THOMPSON et al., 1994), por meio do

qual foi possível indentificar os nucleotídeos conservados entre as sequências (Figura

6).

Tabela 5. Identificação molecular dos isolados IBCB 167, IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425 de

M. anisopliae.

Isolado Score Query cover Erro Identidade Espécie Acesso


IBCB 167 1048 100 % 0 100% LRC 189 M. anisopliae var. anisopliae EU307902,1
IBCB 360 586 92% 5x10-164 99% LRC 189 M. anisopliae var. anisopliae EU307902,1
IBCB 384 990 99% 0 100% LRC 189 M. anisopliae var. anisopliae EU307902,1
IBCB 425 1040 100% 0 100% LRC 189 M. anisopliae var. anisopliae EU307902,1
Foi utilizado o programa BLAST para comparar as sequências de interesse com as sequências depositadas no banco

de dados.

42
Resultados
167 ------------------------------------------------------------
425 ------------------------------------------------------------
189lr CCTAAGATGTTTGGCCCAACGGGCGTAACATGACGGGNCAGGAGTAATTCCTTGGCCGGA
384 ------------------------------------------------------------
360 ------------------------------------------------------------

167 ------------------------------------------------------------
425 ------------------------------------------------------------
189lr AGGCCCGGTAATCTTGTTAACTCCTCGTGCTGGGGATAGAGCATGCAATTATTGTTTTCA
384 ------------------------------------------------------------
360 ------------------------------------------------------------

167 ------------------------------------------------------------
425 ------------------------------------------------------------
189lr ACGAGGATCCCTAGTAAGCGCAAGTCACAGCTTGCGTTGATACGTCCCTGCCCTTGTACA
384 ------------------------------------------------------------
360 ------------------------------------------------------------

167 ------------------------------------------------------------
425 ------------------------------------------------------------
189lr CACCGCCCGTCGCTACTACCGATTGAATGGTCAGTGAGGCGTCCGGACTGGCCCAGGGCA
384 ------------------------------------------------------------
360 ------------------------------------------------------------

167 ----------------------------------------------------------TA
425 ------------------------------------------------------------
189lr GGTGGGCAACTACCACCCAGGGCCGGAAAGCTCTCCAAACTCGGTCATTTAGAGGAAGTA
384 --------------------------------------TCTTGGTCATTTAGAGGAAGTA
360 ------------------------------------------------------------

167 AAAGTCGTAACAAGGTCTCCGTTGGTGAACCAGCGGAGGGATCATTACCGAGTTATCCAA
425 ----TCGTAACAAGGTCTCCGTTGGTGAACCAGCGGAGGGATCATTACCGAGTTATCCAA
189lr AAAGTCGTAACAAGGTCTCCGTTGGTGAACCAGCGGAGGGATCATTACCGAGTTATCCAA
384 AAAGTCGTAACAAGGTCTCCGTTGGTGAACCAGCGGAGGGATCATTACCGAGTTATCCAA
360 ---------------------------GGGGGATGAAAGCCCTTCTTATGTGGTGCCCAA
* * * * * * * ****
167 CTCCCAACCC-CTGTGAATCATACCTTTA-ATTGTTGCTTCGGCGGGACTTCGCGCCCGC
425 CTCCCAACCC-CTGTGAATCATACCTTTA-ATTGTTGCTTCGGCGGGACTTCGCGCCCGC
189lr CTCCCAACCC-CTGTGAATCATACCTTTA-ATTGTTGCTTCGGCGGGACTTCGCGCCCGC
384 CTCCCAACCC-CTGTGAATCATACCTTTA-ATTGTTGCTTCGGCGGGACTTCGCGCCCGC
360 CACCAAGTCCACAGGGGACAAGAGGGGCGTAATGACGCTCGAACAGG----CATGCCCGC
* ** * ** * * * * * * * ** *** * ** * ******
167 CGGGGACCCGAACCTTCTGAATTTTTTAATAAGTATCTTCTGAGTGGTTAAAAAAATGAA
425 CGGGGACCCGAACCTTCTGAATTTTTTAATAAGTATCTTCTGAGTGGTTAAAAAAATGAA
189lr CGGGGACCCGAACCTTCTGAATTTTTTAATAAGTATCTTCTGAGTGGTTAAAAAAATGAA
384 CGGGGACCCGAACCTTCTGAATTTTTTAATAAGTATCTTCTGAGTGGTTAAAAAAATGAA
360 CAGA-ATACTGACGGGCGCAATGTGCGTTCAAAGATTCGATGATTCACTGAATTCTGCAA
* * * * ** * *** * ** ** *** * * ** **
167 TCAAAACTTTCAACAACGGATCTCTTGGTTCTGGCATCGATGA-AGAACGCAGCGAAATG
425 TCAAAACTTTCAACAACGGATCTCTTGGTTCTGGCATCGATGA-AGAACGCAGCGAAATG
189lr TCAAAACTTTCAACAACGGATCTCTTGGTTCTGGCATCGATGA-AGAACGCAGCGAAATG
384 TCAAAACTTTCAACAACGGATCTCTTGGTTCTGGCATCGATGA-AGAACGCAGCGAAATG
360 TTCACATTACTTATCGCATTTCGCTGCGTTCTT-CATCGATGCCAGAACCAAGAGATCCG
* * * * * * ** ** ***** ******** ***** ** ** *
167 CGATAAGTAATGTGAATTGCAGAATTCAGTGAATCATCGAATCTTTGAACGCACATTGCG
425 CGATAAGTAATGTGAATTGCAGAATTCAGTGAATCATCGAATCTTTGAACGCACATTGCG
189lr CGATAAGTAATGTGAATTGCAGAATTCAGTGAATCATCGAATCTTTGAACGCACATTGCG
384 CGATAAGTAATGTGAATTGCAGAATTCAGTGAATCATCGAATCTTTGAACGCACATTGCG
360 TTGTTGAAAGTTTTGATTCATTTTTTTAACCACTCAGAAGATACTTATTAAAAAATTCAG
* * * * *** ** * * *** ** ** * *** *
167 CCCGTCAGTATTCT-GGCGGGCATGCCTGTTCGAGCGTCATTACGCCCCTCAAGTCCCCT
425 CCCGTCAGTATTCT-GGCGGGCATGCCTGTTCGAGCGTCATTACGCCCCTCAAGTCCCCT
189lr CCCGTCAGTATTCT-GGCGGGCATGCCTGTTCGAGCGTCATTACGCCCCTCAAGTCCCCT
384 CCCGTCAGTATTCT-GGCGGGCATGCCTGTTCGAGCGTCATTACGCCCCTCAAGTCCCCT
360 AAGGTTCGGGTCCCCGGCGGGCGCGAA-GTCC---CGCCGAAGCAACAATTAAAGGTATG
** * * * ******* * ** * ** * * * * **

43
Resultados
167 GTGGACTTGGTGTTGGGGATCGGCGAGGCTGGTTTTCCAGCACAGCCGTCCCTTAAATTA
425 GTGGACTTGGTGTTGGGGATCGGCGAGGCTGGTTTTCCAGCACAGCCGTCCCTTAAATTA
189lr GTGGACTTGGTGTTGGGGATCGGCGAGGCTGGTTTTCCAGCACAGCCGTCCCTTAAATTA
384 GTGGACTTGGTGTTGGGGATCGGCGAGGCTGGTTTTCCAGCACAGCCGTCCCTTAAATTA
360 ATTCACA-GGGGTTGGGAGTTGGATAACT-------------------------------
* ** ** ****** * ** *

167 ATTGGCGGTCTCGCCGTGGCCCTCCTCTGCGCAGTAGTAAAACACTCGCAACAGGAGCCC
425 ATTGGCGGTCTCGCCGTGGCCCTCCTCTGCGCAGTAGTAAAACACTCGCAACAGGAGCCC
189lr ATTGGCGGTCTCGCCGTGGCCCTCCTCTGCGCAGTAGTAAAACACTCGCAACAGGAGCCC
384 ATTGGCGGTCTCGCCGTGGCCCTCCTCTGCGCAGTAGTAAAACACTCGCAACAGGAGCCC
360 ------------------------------------------------------------

167 GGCGCGGTCCACTGCCGTAAAACCCCCCAACTTTTTATAGTTGACCTCGAATCAGGTAGG
425 GGCGCGGTCCACTGCCGTAAAACCCCCCAACTTTTTATAGTTGACCTCGAATCAGGTAGG
189lr GGCGCGGTCCACTGCCGTAAAACCCCCCAACTTTTTATAGTTGACCTCGAATCAGGTAGG
384 GGCGCGGTCCACTGCCGTAAAACCCCCCAACTTTTTATAGTT------------------
360 ------------------------------------------------------------

167 ACTACCCGCTGAACTTAAGCATATCAATA-------------------------------
425 ACTACCCGCTGAACTTAAGCATATCAATAAG-----------------------------
189lr ACTACCCGCTGAACTTAAGCATATCAATAAGCGGAGGAAAAGAAACCAACAGGGATTGCC
384 ------------------------------------------------------------
360 ------------------------------------------------------------

167 ------------------------------------------------------------
425 ------------------------------------------------------------
189lr CCAGTAACGGCGAGTGAAGCGGCAACAGCTCAAATTTGAAATTCTGGGTCCCCAGGGCCC
384 ------------------------------------------------------------
360 ------------------------------------------------------------

167 ------------------------------------------------------------
425 ------------------------------------------------------------
189lr GAGTTGTAATTTGCAGAAGGATGGCTTTTGGTGAGGTGCCTTCCGAGTTCCCTGGAAACG
384 ------------------------------------------------------------
360 ------------------------------------------------------------

167 ------------------------------------------------------------
425 ------------------------------------------------------------
189lr GGACGCCATAAAGGGTTGAGAAGCCCCGTTCTGGGTTGGAATTACCGAGCCTTCTGTAAA
384 ------------------------------------------------------------
360 ------------------------------------------------------------

167 ------------------------------------------------------------
425 ------------------------------------------------------------
189lr GCTCCTTCGAACAATTCCAAGTAATTTGGGAATTGCTGCTCCTAAATTGGAAGGTATATG
384 ------------------------------------------------------------
360 ------------------------------------------------------------

167 --------------------------------------
425 --------------------------------------
189lr TTTTTCTTAAAGCTAAATATTGGGCCAGAAAACCCATT
384 --------------------------------------
360 --------------------------------------

FIGURA 6. Alinhamento de múltiplas sequências dos isolados IBCB 167, IBCB 360,

IBCB 384 e IBCB 425 do M. anisopliae e var. anisopliae LRC 189, utilizando

CLUSTALW. Simbolos: Nucleotídeos conservados (*) e ausência de nucleotídeos (-).

44
Resultados
4.2 MEV DOS MICROCULTIVOS DOS ISOLADOS DE M. anisopliae

Microcultivos dos diferentes isolados de M. anisopliae foram analisados por

MEV. Nas micrografias eletrônicas pode - se observar os conídios, os quais são

ovalados para todos os isolados (Figura 7). Na figura 8 observa – se as dimenções das

hifas dos isolados. Após a análise das medidas de comprimento e largura dos conídios

para os isolados estudados, não foi observada diferença estatística relevante entre as

larguras dos conídios (Figura 9 B). Contudo, existe diferença estatisticamente

relevante, quando analisado o comprimento do conídio do isolado IBCB 384 e IBCB

425 (Figura 9 A). Ao analisar as medidas de largura das hifas dos isolados estudados,

foram observadas apenas diferenças estatisticamente relevantes entre os isolados

IBCB167 e IBCB 425 como mostrado na figura 9 C.

45
Resultados

Figura 7. Fotomicrografia eletrônica de varredura com as medidas de comprimento e

largura dos conídios, para os isolados IBCB 167 (A), IBCB 360 (B), IBCB 384 (C) e

IBCB 425 (D) do fungo M. anisopliae em microcultivo.

46
Resultados

Figura 8. Fotomicrografia eletrônica de varredura das hifas dos isolados IBCB 167 (A),

IBCB 360 (B), IBCB 384 (C) e IBCB 425 (D) do fungo M. anisopliae em microcultivo.

47
Resultados

Figura 9. Análise estatística das medidas de comprimento (A) e largura (B) de conídios,

e largura das hifas (C) dos isolados IBCB 167, IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425 de M.

anisopliae.

48
Resultados

Parte II

Produção enzimática em FSbm e FSS

49
Resultados
4.3 PRODUÇÃO DE QUITINASES EM FERMENTAÇÃO SUBMERSA

(FSbm)

Na tabela 6 podem ser observados os dados para produção de quitinases pelos

isolados do fungo M. anisopliae em fermentação submersa em função do meio de

cultivo utilizado e mantido sob agitação (100 rpm) a 26ºC, por 168 horas. A

temperatura e o tempo de cultivo foram definidos inicialmente, baseados na literatura.

Em todos os meios e condições analisados os fungos cresceram, sendo que a

maior produção quitinásica total (intra + extracelular) foi obtida no meio de cultivo

EG para todos os isolados deste estudo (Tabela 6). Ainda analisando a produção

quitinásica total, o isolado IBCB 425 apresentou produção quitinásica 20% maior se

comparado ao isolado IBCB 360 quando cultivado no meio EG.

O maior nível de atividade enzimática intracelular foi obtido no meio de

cultivo EG para todos os isolados, sendo o isolado IBCB 425 o melhor produtor (3,10

U totais). O isolado IBCB 425 crescido em EG apresentou uma produção quitinásica

intracelular 4,4 vezes superior quando comparado com o isolado IBCB 384 crescido

na mesma condição (Tabela 6). Quanto à atividade quitinásica extracelular, esta foi

maior quando os isolados IBCB 360 e IBCB 425 foram crescidos em meio de cultivo

EGC. Para os isolados IBCB 167 e IBCB 384 a maior atividade foi obtida em meio de

cultivo EC (1,60 U totais) e EG (2,47 U totais), respectivamente. De modo geral, a

maior produção quitinásica extracelular foi obtida com o isolado IBCB 384 (2,47 U

totais) cultivado em EG.

É claro que a presença de indutores no meio de cultivo favoreceu a secreção da

quitinase extracelular para todos os isolados. Ao analisar a produção das quitinases

extracelulares produzidas pelos quatro isolados, na presença de indutores, verificou –

se que o isolado IBCB 425 foi o que mais secretou a enzima no meio EGC, sendo

50
Resultados
seguido pelo isolado IBCB 360. Cada isolado apresentou um comportamento e um

potencial de produção de quitinase extracelular diferente quando expostos em meios

de cultivo diversos. Perante estes resultados e considerando o nível de atividade

extracelular e a disponibilidade de indutores, o meio extrato de levedura mais

crisálida (EC) foi selecionado para continuidade dos estudos.

51
Resultados
Tabela 6. Produção das quitinases intracelulares e extracelulares pelos isolados IBCB 167, IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425 do

fungo M. anisopliae em fermentação submersa com diferentes meios de cultivo.

Atividade enzimática (U Totais)

Intracelular Extracelular

Meio de cultivo IBCB 167 IBCB 360 IBCB 384 IBCB 425 IBCB 167 IBCB 360 IBCB 384 IBCB 425

E 0,06 ± 0 0,15 ± 0 0,11 ± 0 0,19 ± 0 0,22± 0 0,07 ± 0 0,14 ± 0 0,16 ± 0

EG 2,73 ± 0,03 2,41 ± 0,01 0,70 ± 0 3,10 ± 0,02 0,72 ± 0 0,55 ± 0,01 2,47 ± 0 0,45 ± 0

EC 0,60 ± 0 0,19 ± 0 0,60 ± 0 0,22 ± 0 1,60 ± 0 1,2 ± 0 1,72 ± 0 0,80 ± 0

EGC 0,26 ± 0,01 0,46 ± 0,01 0,11 ± 0 0,31 ± 0,01 1,35 ± 0 1,80 ± 0 1,15 ± 0 2,05 ± 0

EQ 0,06 ± 0 0,04 ± 0 0,06 ± 0 0,08 ± 0 0,17 ± 0 0,1 ± 0 0,15 ± 0 0,10 ± 0

Eds 0,13 ± 0,01 0,03 ± 0 0,32 ± 0,03 0,05 ± 0,00 1,27 ± 0,01 0,85 ± 0,01 0,80 ± 0,01 0,60 ± 0

Foram utilizados 25mL de meio de cultivo, mantidos sob agitação à 26ºC por um período de 168 horas. Meios de cultivo: Extrato de levedura (E), Extrato +

glicose (EG), Extrato + crisálida (EC), Extrato + glicose + crisálida (EGC), Extrato + quitina (EQ) e Extrato + Diatrea saccharalis (EDs).

52
Resultados
Uma vez selecionado o meio de cultivo para a produção enzimática em FSbm,

a influência da agitação ou não do cultivo sobre a produção de quitinases foi avaliada

(Tabela 7). Em todas as condições analisadas os fungos cresceram satisfatoriamente.

Analisando a produção total de quitinases (intracelular + extracelular), verificou – se

que a condição de agitação favoreceu a produção enzimática pelos isolados IBCB 167

e IBCB 384. Para os isolados IBCB 360 e IBCB 425 a condição estacionária foi

melhor, obtendo-se 5,32 U totais e 3,94 U totais, respectivamente. O isolado IBCB

360 cultivado em condição estacionária produziu 2,5 vezes mais quitinases que o

isolado IBCB 384 submetido a mesma condição. A maior produção de quitinase

intracelular foi obtida em condição estacionária para todos os isolados, sendo que o

isolado IBCB 425 foi o que se destacou (1,73 U totais), representando uma produção

40% maior se comparada a obtida para o isolado IBCB 167 na mesma condição

(Tabela 7).

Quanto à produção quitinásica extracelular observamos que ambas as

condições favoreceram a produção da enzima. Porém, a melhor produção quitinásica

extracelular foi sob agitação para os isolados IBCB 167, IBCB 384 e IBCB 425,

sendo o isolado IBCB 384 o melhor produtor nesta condição (2,76 U totais), cerca de

24% superior se comparado ao isolado IBCB 425. O segundo melhor produtor de

quitinase extracelular sob agitação foi o isolado IBCB 167 (Tabela 7). Por outro lado,

a melhor produção de quitinase extracelular para o isolado IBCB 360 foi em condição

estacionária, sendo que a condição de agitação também proporcionou uma boa

produção da enzima (2,58 U totais). Considerando-se a produção da forma

extracelular por todos os isolados, a condição de agitação foi selecionada para

continuidade dos estudos.

53
Resultados

Tabela 7. Produção de quitinases intracelulares e extracelulares pelos isolados

IBCB 167, IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425 do fungo M. anisopliae em

fermentação submersa em condição estacionária e sob agitação.

Atividade enzimática (U totais)

Intracelular Extracelular

Isolados Estacionária Agitação Estacionária Agitação

IBCB 167 1,23 ± 0 0,74 ± 0,01 1,63 ± 0,01 2,62 ± 0,02

IBCB 360 1,61 ± 0,01 0,30 ± 0,001 3,71 ± 0,01 2,58 ± 0,01

IBCB 384 1,25 ± 0 0,78 ± 0,01 0,84 ± 0 2,76 ± 0,02

IBCB 425 1,73 ± 0 0,25 ± 0,01 2,21 ± 0,02 2,22 ± 0,01

Foram utilizados 50 mL de meio de cultivo EC, mantidos à 26ºC por um período de 168 horas.

54
Resultados
4.3.1 PRODUÇÃO QUITINÁSICA EM FUNÇÃO DO TEMPO DE CULTIVO

Considerando o cultivo dos diferentes isolados de M. anisopliae em meio

contendo extrato de levedura + crisálida (1%) (EC) e mantidos sob agitação orbital

(100 rpm) a 26 ºC, a influência do tempo de cultivo sobre a produção enzimática foi

analisada (Figuras 10 e 11). Os maiores níveis enzimáticos intracelulares para os

isolados estudados foram obtidos em períodos que variaram de 72 h a 216 h, não

sendo coincidentes com os crescimentos máximos observados para os isolados IBCB

360, IBCB 384 e IBCB 425 (Figura 10). Já para a produção da forma extracelular,

verificou-se que os níveis máximos foram alcançados em periodos variando de 96 h a

144 h (Figura 11), com destaque para o isolado IBCB 384, o qual mostrou maior

produção quitinásica em 120 h. Analisando a produção da quitinase intracelular e

extracelular verificou – se que cada isolado apresentou comportamento de produção e

secreção diferentes e peculiares, ficando claro que as produções de quitinases

extracelulares foram maiores quando comparadas com as produções de quitinases

intracelulares. Assim sendo, visando a produção das quitinases extracelulares, foram

escolhidos os períodos de cultivo de 144 h para os isolados IBCB 167 e IBCB 425, 96

h para o IBCB 360 e 120 h para o IBCB 384.

55
Resultados

18 0,5
3,0 A 16 B 20

0,4
14

Atividade quitinásica (U totais)


2,5
Atividade quitinásica (U totais)

15

Proteínas (mg totais)


12

Proteína (mg totais)


2,0 0,3
10

1,5 8 10
0,2
6
1,0

4 5
0,1
0,5
2

0,0 0 0,0 0
0 24 48 72 96 120 144 168 192 216 240 264 0 24 48 72 96 120 144 168 192 216 240 264

Horas Horas

1,8 0,5 35
16
1,6
C D
30
14
1,4 0,4
Atividade quitinásica (U totais)

Atividade quitinásica (U totais)

12 25
1,2
Proteína (mg totais)

Proteína (mg totais)


10 0,3
1,0 20

8
0,8 15
0,2
0,6 6
10
0,4 4
0,1
5
0,2 2

0,0 0 0,0 0
0 24 48 72 96 120 144 168 192 216 240 264 0 24 48 72 96 120 144 168 192 216 240 264
Horas Horas
FIGURA 10. Produção de quitinase intracelular pelos isolados IBCB 167 (A), IBCB 360

(B), IBCB 384 (C) e IBCB 425 (D) de M. anisopliae sob agitação em função do tempo de

cultivo. Desvio padrão para todos os pontos: 0,002 a 0,015. Proteína (□).

56
Resultados

6
A 5 B
5

Atividade quitinásica ( U totais)


Atividade quitinásica (U totais)

4
4

3
3

2
2

1 1

0 0
0 24 48 72 96 120 144 168 192 216 240 0 24 48 72 96 120 144 168 192 216 240
Horas Horas

7
4,0
C D
6
3,5
Atividade quitinásica (U totais)

Atividade quitinásica (U totais)

5 3,0

4 2,5

2,0
3

1,5
2
1,0

1
0,5

0 0,0
0 24 48 72 96 120 144 168 192 216 240 0 24 48 72 96 120 144 168 192 216 240
Horas Horas

FIGURA 11. Produção de quitinase extracelular pelos isolados IBCB 167 (A), IBCB 360

(B), IBCB IBCB 384 (C) e IBCB 425 (D) de M. anisopliae sob agitação em função do

tempo de cultivo. Desvio padrão para todos os pontos: 0,002 a 0,012.

57
Resultados
4.4 PRODUÇÃO DE QUITINASES EM FSS

4.4.1 INFLUÊNCIA DE DIFERENTES SOLUÇÕES NA PRODUÇÃO DE

QUITINASES

Na tabela 8 pode ser verificada a influência das diferentes soluções (água de

torneira, solução de extrato de levedura, solução de sais SR e solução de sais de

Khanna), utilizadas para umedecer o substrato crisálida, sobre a produção enzimática.

Todos os isolados se desenvolveram quando o meio foi umedecido com as quatro

soluções. Porém, a maior produção quitinásica extracelular foi observada na presença

de solução de extrato de levedura para a maioria dos isolados, exceto para o isolado

IBCB 384, sendo a produção enzimática favorecida pela utilização de solução de sais

de Khanna. A produção enzimática pelo isolado IBCB 167, quando umedecido com

solução de extrato de levedura, foi de 2,42 U/g de substrato, 4 vezes maior quando

comparada a utilização da solução de sais de Khanna. Para os isolados IBCB 360 e

IBCB 425 foram obtidas produções de 1,76 U/g de substrato e 1,33 U/g de substrato,

respectivamente, quando umedecidos com a solução de extrato de levedura. Já o

isolado IBCB 384 foi o que menos produziu a enzima de interesse em todas as

situações analisadas. Confrontando as melhores condições para a produção da enzima

pelos isolados, a produção pelo isolado IBCB 384 foi 5 vezes menor que a obtida para

o isolado IBCB 167. Padronizou-se, portanto a utilização da solução de extrato de

levedura 1% (m/v) para os isolados IBCB 167, IBCB 360 e IBCB 425, e a solução de

sais de Khanna para o isolado IBCB 384.

58
Resultados

Tabela 8. Influência de diferentes soluções salinas, água de torneira e solução de extrato de

levedura na produção de quitinases pelos diferentes isolados do fungo M. anisopliae em FSS.

Atividade Quitinásica Extracelular (U/g de substrato)

IBCB 167 IBCB 360 IBCB 384 IBCB 425

Água de torneira 0,73 ± 0,01 0,87 ± 0,01 0,35 ± 0,01 1,09 ± 0,01

Solução extrato de levedura 2,42 ± 0,05 1,76 ± 0,03 0,30 ± 0,01 1,33 ± 0,01

Solução de sais SR 0,63 ± 0,01 0,71 ± 0,01 0,20 ± 0,01 0,84 ± 0,01

Solução de sais Khanna 0,62 ± 0,01 0,72 ± 0,01 0,46 ± 0,01 0,85 ± 0,00

As culturas foram mantidas em estufa à 26ºC com umidade relativa ao redor de 76% por um período de 168 horas.

59
Resultados
4.4.2 OTIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO DAS QUITINASES

EXTRACELULARES PELOS ISOLADOS DE M. anisopliae EM FSS

UTILIZANDO PLANEJAMENTO FATORIAL

Para testar a influência das variáveis crescimento e umidade na produção de

quitinases extracelulares pelos isolados IBCB 167, IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425

do fungo M. anisopliae, em FSS, optou-se por um planejamento fatorial de dois

níveis, composto por três pontos centrais (0) e dois pontos externos (-α e α), em um

total de 11 experimentos (Tabela 9). Os isolados foram inoculados nos meios, cuja as

variações foram descritas no item 3.7. Os resultados foram submetidos à análise de

variância (ANOVA), como apresentado nas tabelas 10 - 13 para os isolados IBCB

167, IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425, respectivamente. Entre os 11 experimentos

realizados, observou – se que a maior produção enzimática foi encontrada no

tratamento 5 para os isolados IBCB 384 e IBCB 425, já para o isolado IBCB 360 foi o

tratamento 2 e no tratamento 9 para o isolado IBCB 167.

O planejamento desenvolvido para o isolado IBCB 167 apresentou R2 de 0,87

(Tabela 10), sendo que a influência de ambas as variáveis foi significante tanto no

nível linear quanto quadrático (Figura 12 A). Ao analisar o gráfico de Pareto fica

claro que a variável tempo de crescimento, no nível linear tem um efeito positivo

sobre a produção da quitinase. Entretanto um período muito longo já apresenta um

efeito negativo. Já a variável umidade (linear) nos mostra que a adição de água é

favorável para a produção da quitinase, porém quando se adiciona muita água a

produção é prejudicada. Apenas a interação entre as variáveis no nível linear, não foi

significante, (p > 0,10) (Tabela 10). O valor do F-calculado foi de 15,15, ou seja, 4,93

vezes maior que o valor de F-tabelado (3,07), sendo possível gerar o gráfico de

superfície de resposta (Figura 13 A). Neste caso, a equação que descreve o modelo é

60
Resultados
z=5,36+1,63.x-1,34.x2+1,09.y-1,88.y2; onde z = Atividade quitinásica (U/g substrato),

x = crescimento (Dias) e y = Umidade (%) para todas as equações apresentadas a

partir daqui.

Tabela 9. Atividade quitinásica extracelular total produzida pelos isolados IBCB 167,

IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425 de M. anisopliae cultivados em FSS através do

DCCR.

Atividade quitinásica
Valores codificados Valores reais
(U/g substrato)
Tratamentos X Y X (Dias) Y (%) 167 360 384 425
1 -1 -1 5 30 0 0 0 0,04
2 1 -1 12 30 1,27 7,36 1,63 1,45
3 -1 1 5 65 1,14 3,9 0,72 4,26
4 1 1 12 65 3,49 4,68 2,81 6,27
5 0 0 9 48 5,38 6,18 4,6 6,38
6 0 0 9 48 5,10 7,23 3,63 6,02
7 0 0 9 48 5,59 6,96 4,51 5,84
8 -1,41 0 4 48 0,05 0,66 0,43 1,5
9 1,41 0 13 48 6,70 6,12 2,18 4,5
10 0 -1,41 9 23 0,4 0,33 0,44 0,55
11 0 1,41 9 72 4,17 6,98 1,29 3,29

X= Tempo de crescimento
Y= Umidade

Tabela 10. Análise de variância (ANOVA) para a produção de quitinase isolado


IBCB 167 de M. anisopliae cultivado em FSS.
.
Factor SS DF MS F p
(1)crescimento(L) 21,17663 1 21,17663 12,61577 0,016355 *
crescimento(Q) 10,00454 1 10,00454 5,96010 0,058558 *
(2)umidade (L) 9,43655 1 9,43655 5,62173 0,063872 *
umidade (Q) 19,89718 1 19,89718 11,85355 0,018378 *
1L by 2L 0,29160 1 0,29160 0,17372 0,694118
Error 8,39292 5 1,67858
Total SS 62,98885 10
.
R2 = 0,87; R2 ajustado= 0,73. Intervalo de confiança de 90%;
* Variável significante (p < 0,10).
61
Resultados

Para a produção enzimática pelo isolado IBCB 360, o valor de R2 foi de 0,89

(Tabela 11). A influência das duas variáveis estudadas foi significante em ambos os

níveis, linear e quadrático, bem como a interação entre elas. O F-calculado foi de 12,1

sendo 4 vezes maior que o valor de F-tabelado (3,18). Na figura 12 B fica claro que a

variável tempo de crescimento (linear) tem um efeito positivo sobre a produção da

quitinase. Entretanto um período muito longo já apresenta um efeito negativo. A

variável umidade no nível linear, mostra que a adição de água favorece a produção

quitinásica, porém o excesso de água prejudica. O gráfico de superfície de resposta

pode ser observado na figura 13 B e a equação que descreve o modelo é

z=6,79+1,98.x-1,59.x2+1,33.y-1,45.y2-1,64.x.y.

Tabela 11. Análise de variância (ANOVA) para a produção de quitinase pelo

isolado IBCB 360 de M. anisopliae cultivado em FSS.

Factor SS DF MS F p
(1)crescimento(L) 31,45 1 31,45 16,59 0,01 *
crescimento(Q) 14,13 1 14,13 7,45 0,04 *
(2)umidade (L) 14,08 1 14,08 7,42 0,04 *
umidade (Q) 11,85 1 11,85 6,25 0,05 *
1L by 2L 10,82 1 10,82 5,71 0,06 *
Error 9,48 5 1,9
Total SS 85,98 10

R2 = 0,89; R2 ajustado= 0,78. Intervalo de confiança de 90%;


* Variável significante (p < 0,10).

62
Resultados
No planejamento desenvolvido para o isolado IBCB 384, o R2 foi 0,97 (Tabela

12). Somente a interação entre as variáveis não foi significante (p> 0,10) sendo o F-

calculado de 47,55, ou seja, 13,13 vezes maior que F-tabelado (3,62), possibilitando a

obtenção do gráfico de superfície de resposta (Figura 13 C), cuja equação que

descreve o modelo é z=4,25+0,78.x-1,42.x2+0,39.y-1,65.y2+0,12.x.y. A variável

tempo de crescimento causa um efeito positivo sobre a produção da quitinase,

entretanto um período muito longo gera um efeito negativo. A variável umidade, no

nível linear, mostra que a adição de água favorece a produção da quitinase, porém

quando a umidade é excessiva a produção enzimática passa a ser prejudicada (Figura

12 C).

Tabela 12. Análise de variância (ANOVA) para a produção de quitinase pelo

isolado IBCB 384 de M. anisopliae cultivado em FSS.

Factor SS DF MS F p
(1)crescimento(L) 4,84 1 4,84 25,78 0*
crescimento(Q) 11,35 1 11,35 60,52 0*
(2)umidade (L) 1,21 1 1,21 6,46 0,05 *
umidade (Q) 15,21 1 15,21 81,05 0*
1L by 2L 0,06 1 0,06 0,29 0,61
Error 0,94 5 0,19
Total SS 27,7 10

R2 = 0,97; R2 ajustado= 0,93. Intervalo de confiança de 90%;


* Variável significante (p < 0,10).

63
Resultados
O planejamento desenvolvido para o isolado IBCB 425 apresentou R2 de 0,93

(Tabela 13), sendo que a influência das variáveis analisadas foi significantes, pois o

valor de p foi < 0,05. A variável tempo de crescimento, no nível linear, exerceu um

efeito positivo sobre a produção da quitinase, entretanto um período longo apresenta

um efeito negativo. Já a variável umidade, no nível linear, mostra que a adição de

água favorece a produção enzimática, porém alta umidade no meio é desfavorável

(Figura 12 D). O F-calculado foi de 29,34, ou seja, 9 vezes maior que F-tabelado

(3,07). Na figura 13 D pode ser observado o gráfico de superfície de resposta. A

equação que descreve o modelo para este planejamento é z=6,08+0,96.x-

1,40.x2+1,62.y-1,95.y2.

Tabela 13. Análise de variância (ANOVA) para a produção de quitinase pelo

isolado IBCB 425 de M. anisopliae cultivado em FSS.

Factor SS DF MS F p
(1)crescimento (L) 7,33 1 7,33 10,29 0,02 *
crescimento (Q) 11,07 1 11,07 15,53 0,01 *
(2)umidade (L) 20,87 1 20,87 29,28 0*
umidade (Q) 21,27 1 21,27 29,85 0*
1L by 2L 0,09 1 0,09 0,11 0,76
Error 4,28 6 0,71
Total SS 58,06 10
.R2 = 0,93; R2 ajustado= 0,88. Intervalo de confiança de 95%;
* Variável significante (p < 0,05).

Interessantemente, para os isolados IBCB 167, IBCB 384 e IBCB 425 a

interação entre as variáveis não foi significante diferindo do observado para o isolado

IBCB 360 onde a interação entre as variáveis foi significante (Figura 12 B).

Considerando que o valor de F-calculado para todos os planejamentos realizados foi

64
Resultados
maior que o valor de F-tabelado, os modelos são preditivos e estatisticamente válidos.

Adicionalmente, é possível verificar que a maior produção enzimática se dá com

quantidades iguais ou superiores a 48% de umidade e em períodos superiores a 5 dias.

Este comportamento foi observado para todos os isolados estudados. Através destes

resultados foi padronizado o meio de cultivo com umidade inicial de 48% e tempo de

crescimento de 9 dias, para continuidade dos experimentos.

Ápos a padronização da produção das quitinases extracelulares pelos isolados

de M. anisopliae em FSS, as enzimas protease e lipase secretadas nas condições

padronizadas foram quantificadas. Verificou – se que os isolados IBCB 360 e IBCB

425 são os melhores produtores de lipases com 1,4 U totais/g e 1,3 U totais/g,

respectivamente. Para a protease o isolado IBCB 425 foi o melhor produtor,

produzindo 3,7 vezes mais que o isolado IBCB 384 (Tabela 14).

65
Resultados

Figura 12. Gráfico de Pareto em resposta ao planejamento fatorial para FSS delineado

para as variáveis tempo de crescimento e umidade dos isolados IBCB 167 (A) IBCB 360,

(B) IBCB 384 (C) e IBCB 425 (D) do fungo M. anisopliae.

66
Resultados

Figura 13. Superfície de resposta para o planejamento fatorial considerando as variáveis

independentes tempo de crescimento e umidade para os isolados IBCB 167 (A) IBCB 360,

(B) IBCB 384 (C) e IBCB 425 (D) do fungo M. anisopliae em FSS.

67
Resultados

Tabela 14. Quantificação de enzimas extracelulares totais produzidas pelos isolados

IBCB 167, IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425 de M. anisopliae cultivados em FSS.

U /g de substrato

Enzimas IBCB 167 IBCB 360 IBCB 384 IBCB 425

Quitinase 5,2±0,02 7,07±0,02 4,30±0,02 6,14±0,02

Lipase 1,03±0,01 1,37±0,01 0,2±0,01 1,3±0,01

Protease 141,22±0,56 2366±1,61 80,70±0,68 301,16±0,28

As culturas foram mantidas em estufa à 26ºC com umidade relativa ao redor de 76% por um período de
9 dias.

68
Resultados

Parte III

Análise do secretoma, Purificação e


Caracterização bioquímica das quitinases

69
Resultados
4.5 ELETROFORESE EM GEL DE POLIACRILAMIDA EM CONDIÇÃO

DESNATURANTE

Na figura 14 observa – se o perfil eletroforético das proteínas extracelulares

produzidas em FSbm no meio EC pelos isolados IBCB 167, IBCB 360, IBCB 384

e IBCB 425 do fungo M. anisopliae, submetidas à condições desnaturantes (SDS -

PAGE 10%). Analisando as bandas referentes as proteínas produzidas pelos

isolados cultivados em glicose (Figura 14 A), ou na presença de crisálida (Figura

14 B), verificou – se a maior secreção proteica comparada ao observado para os

controles negativos, ou seja, somente meio contendo glicose e crisálida, na

ausência de crescimento fúngico.

Na presença de glicose, como fonte de carbono, os isolados secretaram grande

quantidades de proteínas se comparado ao controle negativo (Figura 15 A). Os

isolados IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 167 apresentam três proteínas com a mesma

massa molecular sendo elas de 100 kDa, 47 kDa e 30 kDa. Porém, para o isolado

IBCB 425 é possível observar uma proteína com massa molecular de 60 kDa.

Todos os isolados apresentaram bandas proteicas com massa molecular inferior a

30 kDa, sendo estas secretadas com intensidades diferentes por cada isolado. Na

figura 14 B observa - se o perfil das proteínas secretadas quando os isolados foram

cultivados tendo crisálida como fonte de carbono, sendo esta uma fonte indutora de

quitinases. Nesta condição os isolados secretaram diversas proteínas com massas

moleculares diversificadas quando comparada entre eles e com o controle negativo.

Na raia 167 verificamos 5 bandas com massas moleculares de 91 kDa, 64 kDa, 54

kDa, 36 kDa e 31kDa. Algumas destas bandas também foram encontradas nas raias

384 e 425. Entretanto é interessante observar nas raias 360 e 425 a ausência das

bandas proteicas com massa molecular superior 72 kDa. A menor diversidade de

70
Resultados
bandas proteicas foi observada para o isolado IBCB 360. Proteínas com massas

moleculares inferiores a 31 kDa também foram observadas. As diferenças entre as

bandas proteicas foram determinadas de acordo com a mobilidade relativa de cada

proteína. Em suma, é evidente que cada isolado apresenta um comportamento de

secreção diferente, mesmo quando submetidos às mesmas situações, evidenciando

assim suas diferenças.

71
Resultados

A B
M G 360 384 167 425 M 167 360 384 425 Cri

168 kDa 168 kDa


112 kDa 112 kDa
91 kDa 91 kDa
67 kDa 67 kDa

36 kDa
36 kDa
31 kDa
31 kDa

Figura 14. Perfil eletroforético em condição desnaturante (SDS-PAGE 10%) para

as quitinases extracelulares produzidas em FSbm tendo glicose como fonte de

carbono (A) e meio constituído de crisálida + extrato de levedura (B), corada por

Coomassie Blue R- 250. Marcadores de massa molecular (M), meio contendo

glicose e sem crescimento fúngico (G) e crisálida + extrato de levedura sem

crescimento fúngico (Cri). Marcadores: α 2-Macroglobulina (168 kDa), β-

Galactosidase (112 kDa), Lactoferrina (91 kDa), Piruvato quinase (67 kDa) e

Dehidrogenase lática (36 kDa) e Triosefosfato isomerase (31 kDa).

72
Resultados
4.5.1 ANÁLISE DO SECRETOMA DOS DIFERENTES ISOLADOS M.

anisopliae CRESCIDOS EM FSbm

A análise do secretoma dos diferentes isolados foi realizado por eletroforese

bidimensional dos extratos enzimáticos obtidos sob duas condições: glicose (não indutor) (EG)

(Figura 15) e meio contendo crisálida (indução) (EC) (Figura 16), como descrito no item 3.12.

Primeiramente, foi realizado análise comparativa das proteínas secretadas diferentemente pelos

os isolados cultivados no meio EG vesus as proteínas secretadas no meio EC. Neste caso, os

géis foram analisados utilizando o software ImageMaster 2D Platinum v7.0 para localizar as

bandas proteicas e sobrepor os géis analisados. As bandas proteicas significantes apresentam

valor de ANOVA menor que 0,05. Analisando os perfis bidimensionais, verificamos que o

isolado IBCB 167 apresenta 5 bandas proteicas semelhantes em ambas as condições de cultivo,

e 25 bandas proteicas presentes apenas no meio EC. O isolado IBCB 360 apresenta 10 bandas

proteicas semelhantes em ambos os meio de cultivo, sendo que 22 bandas proteicas são

exclusivamente observadas no meio EC. Já o isolado IBCB 425 apresentou 8 bandas proteicas

semelhantes e 34 bandas proteicas presentes apenas no meio EC. O isolado IBCB 384 foi o que

apresentou o menor número de bandas proteicas secretadas no meio EG e entre os meios EC e

EG (Tabela 15).

Realizou – se uma comparação entre o isolado IBCB 167, que é o menos patogênico

frente a D. saccharalis e os isolados IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425, onde todos foram

cultivados no meio EC (Figura 16). Na análise dos perfis bidimensionais, verificamos que

algumas das bandas proteicas reveladas para o isolado IBCB 167 são encontradas nos demais

isolados. Porém o isolado IBCB 167 apresenta 24%, 26% e 12% de bandas proteicas diferentes

quando comparado com os isolados IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425, respectivamente. Já os

isolados IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425 apresentam 18%, 22% e 46% de bandas proteicas

73
Resultados
diferentes das encontradas para IBCB 167, respectivamente (Figura 17). O isolado IBCB 425 foi

o que apresentou mais bandas proteicas no perfil eletroforético de forma geral (Figura 16 D).

74
Resultados

kDa kDa

kDa
kDa

Figura 15: Perfil eletroforético bidimensional para as proteínas secretadas pelos isolados

IBCB167 (A), IBCB 360 (B), IBCB 384(C) e IBCB 425 (D) de M. anisopliae cultivados

em FSbm contendo glicose como fonte de carbono. pI 3 – 10 e marcadores de massa

molecular em kDa.

75
Resultados

kDa kDa

kDa kDa

kDa

Figura 16: Perfil eletroforético bidimensional para as proteínas secretadas pelos

isolados IBCB 167 (A), IBCB 360 (B), IBCB 384(C) e IBCB 425 (D) de M.

anisopliae cultivados em FSbm contento crisálida como fonte de carbono. pI 3 – 10 e

marcadores de massa molecular em kDa.

76
Resultados

Tabela 15. Comparação das bandas proteicas secretadas pelos isolados


IBCB 167, IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425 de M. anisopliae cultivados
nos meios EG e EC.
Número de bandas proteicas

Isolados glicose comum crisálida

IBCB 167 19 5 25

IBCB 360 19 10 22

IBCB 384 18 3 25

IBCB 425 19 8 34

100% = 68 bp 100% = 70 bp 100% = 111 bp

Figura 17: Comparação entre as bandas proteicas secretadas do isolado IBCB 167

versus as bandas proteicas secretadas pelos isolados IBCB 360, IBCB 384 e IBCB

425 de M. anisopliae cultivado em FSbm contendo crisálida como fonte de carbono.

Abreviatura: Banda proteica (bp).


77
Resultados
4.5.1.1 IDENTIFICAÇÃO DAS PROTEÍNAS DO SECRETOMA DOS

ISOLADOS IBCB 167 E IBCB 384 DE M. anisopliae CRESCIDOS EM FSbm

As análises dos secretomas dos isolados IBCB 167 e IBCB 384 foram

realizadas por eletroforese bidimensional dos extratos enzimáticos obtidos em meio

de cultivo contendo crisálida (EC) (indução), como descrito no item 3.12. De forma

geral estes isolados apresentam perfis de secreção de proteínas diferentes, tanto

qualitativamente como quantitativamente. Considerando que estes isolados, possuem

potenciais de controle opostos frente a D. saccharalis, as proteínas secretadas foram

submetidas à identificação. Na figura 18 observamos spots (bandas proteicas) para o

isolado IBCB 167, enumerados de 1 a 60 e as letras A e B, totalizando 62 bandas

proteicas, as quais foram digeridas e analisadas. Destas, apenas 17 não foram

identificadas. Já na figura 20 foram analisadas 39 bandas proteicas pertencentes ao

secretoma do isolado IBCB 384 e apenas 7 destas não foram identificadas. De forma

geral, foram identificadas 76% das 101 bandas proteicas selecionadas. Entre as

proteínas identificadas foram encontradas enzimas relacionadas a vários processos

metabólicos e virulência (Tabela 16). Analisando ambos os secretomas,

aproximadamente 34% das proteínas são exclusivas do isolado IBCB 167 e

aproximadamente 11% para o isolado IBCB 384, sendo 28% comuns entre os

isolados (Figura 20). Também o isolado IBCB 167 expressou 2,47 vezes mais a

enzima pyridine nucleotide-disulfide da família oxidoreductase que o isolado IBCB

384. Porém o isolado IBCB 384 expressou 4,30 vezes mais endo-N-acetyl-β-D-

glucosaminidase que o isolado IBCB 167 (Tabela 16). Entre as enzimas identificadas

a endo-N-acetyl-β-D-glucosaminidase merece destaque, pois ela é uma das enzimas

que pertencem ao complexo quitinolítico, estando relacionada ao mecanismo de

virulência. A endo-N-acetyl-β-D-glucosaminidase identificada apresentou pI

78
Resultados
observado de 7,71 e 28 kDa. Na figura 21 observamos o MS e MS/MS do spot 46

obtidos para a identificação da endo-N-acetyl-β-D-glucosaminidase.

Figura 18: Perfil eletroforético bidimensional para as proteínas secretadas pelo

isolado IBCB 167 de M. anisopliae cultivado em FSbm contento crisálida como

fonte de carbono. Bandas proteicas não identificadas ( ○).

79
Resultados

Figura 19: Perfil eletroforético bidimensional para as proteínas secretadas pelo

isolado IBCB 384 de M. anisopliae cultivado em FSbm contendo crisálida como

fonte de carbono. Bandas proteicas não identificadas ( ○).

Perfil eletroforético bidimensional para as proteínas secretadas pelos isolados 167

(A), 360 (B), 384(C) e 425 (D) de M. anisopliae cultivados em FSbm contento
80
crisálida como fonte de carbono. Símbolos: Proteínas diferentes entre os isolados

( ) e proteínas diferentes entre os meios EG e EC (∆).


Resultados

167 384
28 Bp
34 Bp = 33,66 % = 27,72 % 11 Bp = 10,89 %

Figura 20: Número de bandas proteicas identificadas no secretoma dos isolados

IBCB 167 e IBCB 384 de M. anisopliae cultivado em FSbm contendo crisálida

como fonte de carbono. Abreviatura: Banda proteica (Bp).

81
Resultados
Tabela 16. Identificação das bandas protéicas secretadas pelos isolados IBCB 167 e IBCB 384 de M. anisopliae.

Spot
Match Cover % Mascot Massa (Da) Massa (Da) pI pI Expressão Código Sequência Similariedade Microrganismo Base de
count score teórica observada teórico observado 167 384 Hits identificada dados
2 1 3 89 97.470 99.290 5,26 4,77 0 0 gi|322705683 2 WSC domain containing protein M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
3 1 3 140 97.470 99.290 5,26 4,77 0 0 gi|322705683 1 WSC domain containing protein M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
4 2 5 118 110.483 78.167 4,97 4,68 0,13 -0,13 gi|322695977 4 putative glyoxal oxidase precursor M. acridum CQMa 102 NCBInr
8 1 1 67 80.738 74.000 5,74 5,7 0 0 gi|82754305 1 catalase P. citrinum NCBInr
13 1 3 101 97.470 57.503 5,26 4,36 0 0 gi|322705683 2 WSC domain containing protein M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
14 1 3 151 97.470 57.503 5,26 4,36 0 0 gi|322705683 2 WSC domain containing protein M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
15 1 5 223 97.470 56.347 5,26 4,49 0 0 gi|322705683 3 WSC domain containing protein M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
16 2 8 135 68.421 59.196 5,07 4,87 0,42 -0,42 gi|322710982 3 endonuclease/exonuclease/phosphatase family M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
16 2 3 121 97.470 59.196 5,26 4,87 0,42 -0,42 gi|322705683 1 WSC domain containing protein M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
17 2 10 230 68.421 59.196 5,07 4,87 0,42 -0,42 gi|322710982 4 endonuclease/exonuclease/phosphatase family M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
18 2 10 269 68.421 59.196 5,07 4,87 0,42 -0,42 gi|322710982 4 endonuclease/exonuclease/phosphatase family M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
20 2 4 143 57.916 52.862 5,12 4,75 1,54 -1,54 gi|322710850 1 1,2-a-D-mannosidase M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
20 2 3 64 27.112 52.862 9,64 4,75 1,54 -1,54 gi|256762337 1 predicted protein Enterococcus faecalis T3 NCBInr
21 2 2 96 57.916 52.862 5,12 4,75 1,54 -1,54 gi|322710850 1 1,2-a-D-mannosidase M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
22 2 4 130 57.916 52.862 5,12 4,75 1,54 -1,54 gi|322710850 2 1,2-a-D-mannosidase M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
23 2 2 97 57.916 52.862 5,12 4,75 1,54 -1,54 gi|322710850 1 1,2-a-D-mannosidase M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
24 1 8 201 42.743 44.000 5,42 5 0 0 gi|322697834 3 thioredoxin reductase, putative M. acridum CQMa 102 NCBInr
26 1 8 105 42.746 48.738 5,42 5,5 0 0 gi|322697834 2 thioredoxin reductase, putative M. acridum CQMa 103 NCBInr

82
Resultados
Tabela 16. Continuação.

Spot
Match Cover % Mascot Massa (Da) Massa (Da) pI PI Expressão Código Sequência Similariedade Microrganismo Base de
count score teórica Observada teórico observado 167 384 Hits identificada dados
pyridine nucleotide-disulfide oxidoreductase
28 1 7 214 87.434 48.036 6,02 5,99 0 0 gi|322710325 4 family M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
28 1 11 157 42.743 48.036 5,42 5,99 0 0 gi|322710325 3 thioredoxin reductase, putative M. acridum CQMa 102 NCBInr
pyridine nucleotide-disulfide oxidoreductase
29 1 2 81 87.434 48.245 6,02 6,27 0 0 gi|322710325 2 family M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
30 2 5 240 116.92 45.221 5,93 4,25 0 0 gi|322705888 4 hypothetical protein MAA_07113 M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
30 2 2 139 130.952 45.221 9,07 4,25 0 0 gi|322712318 2 TRI14-like protein M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
31 2 3 77 39.440 45.221 4,78 4,25 0 0 gi/322712318 2 TRI 14-like protein M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
pyridine nucleotide-disulfide oxidoreductase
32 2 3 177 87.828 44.164 7,12 4,95 2,47 -2,47 gi|322692828 2 family M. acridum CQMa 102 NCBInr
pyridine nucleotide-disulfide oxidoreductase
33 2 2 117 87.828 43.846 7,12 5,15 1,43 -1,43 gi|322692828 1 family M. acridum CQMa 103 NCBInr
pyridine nucleotide-disulfide oxidoreductase
34 1 2 114 87.828 44.164 7,12 5,35 0 0 gi|322692828 1 family M. acridum CQMa 104 NCBInr
35 2 25 575 45.126 42.415 6,57 7,33 -3,17 3,17 gi|322712820 7 secreted protein M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
pyridine nucleotide-disulfide oxidoreductase
35 2 3 92 87.828 42.415 7,12 7,33 -3,17 3,17 gi|322692828 2 family M. acridum CQMa 102 NCBInr
35 2 10 77 36.156 42.415 7,07 7,33 -3,17 3,17 gi|322705372 2 hypothetical protein MAA_07504 M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
36 1 10 150 36.156 36.716 7,07 5,95 0 0 gi|322705372 2 hypothetical protein MAA_07504 M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
37 2 5 123 36.156 36.294 7,07 6,34 0,2 -0,2 gi|322705372 1 hypothetical protein MAA_07504 M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
38 2 5 141 36.156 36.138 7,07 6,66 -0,24 0,24 gi|322705372 1 hypothetical protein MAA_07504 M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
39 2 5 107 36.156 36.822 7,07 6,98 -0,52 0,52 gi|322705372 1 hypothetical protein MAA_07504 M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
40 1 10 201 36.156 36.716 7,07 7,4 0 0 gi|322705372 2 hypothetical protein MAA_07504 M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
41 2 5 114 36.156 36.294 7,07 6,34 0,2 -0,2 gi|322705372 1 hypothetical protein MAA_07504 M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr

83
Resultados

Tabela 16. Continuação


Massa
Spot Match Cover % Mascot (Da) Massa (Da) pI pI Expressão Código Sequência Similariedade Microrganismo Base de
count score teórica observada teórico observado 167 384 Hits identificada dados
42 2 10 178 36.156 36.138 7,07 6,66 -0,24 0,24 gi|322705372 2 hypothetical protein MAA_07504 M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
43 1 5 76 36.156 34.707 7,07 6,99 0 0 gi|322705372 1 hypothetical protein MAA_07504 M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
44 2 5 104 36.156 34.707 7,07 7,4 0,56 -0,56 gi|322705372 1 hypothetical protein MAA_07504 M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
46 2 5 115 38.631 28.180 6,6 7,71 -4,3 4,3 gi|322693374 1 endo-N-acetyl-β-D-glucosaminidase precursor M. acridum CQMa 102 NCBInr
47 1 7 86 40.651 29.560 7,14 8,25 0 0 gi|16215662 1 subtilisin-like protease PR1A M. anisopliae NCBInr
48 1 7 142 40.651 29.560 7,14 8,63 0 0 gi|16215662 1 subtilisin-like protease PR1A M. anisopliae NCBInr
49 1 7 131 40,304 28.000 5,15 6,45 0 0 gi|322712350 1 leucine aminopeptidase, putative M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
50 2 10 92 20.858 25.000 4,49 4,2 0 0 gi|322709991 1 hypothetical protein MAA_02795 M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
51 2 6 55 16,241 18.000 7,27 4,8 0 0 gi|322708481 1 proteinase inhibitor I1, Kazal M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
52 2 2 48 57.012 17.778 10,18 5,02 0,84 -0,84 EX7L_RHIME 1 Exodeoxyribonuclease 7 large subunit OS Rhizobium meliloti 1021 SwissProt
55 2 6 55 16.241 17.205 7,27 6,97 0,98 -0,98 gi|322708481 1 proteinase inhibitor I1, Kazal M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
57 1 10 149 32.477 15.000 9,22 6,86 0 0 gi|322711708 2 hypothetical protein MAA_00355 M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
cyclophilin family peptidyl-prolyl cis-trans
58 1 18 250 20.417 16.200 6,89 8,45 0 0 gi|322709763 3 isomerase Cyp2 M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
59 1 62 326 14.491 13.350 4,86 4,14 -1,03 1,03 gi|322710287 5 eliciting plant response-like protein M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
60 1 8 391 48.000 14.000 7,05 6,86 0 0 gi|322704711 4 hypothetical protein MAA_08215 M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
A 1 19 296 29.896 16.480 9,58 9,35 0 0 gi|322706541 5 nucleoside diphosphate kinase 1 M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
A 1 23 231 16.862 16.480 7,77 9,35 0 0 gi|154285406 3 nucleoside-diphosphate kinase Ajellomyces capsulatus NAm1 NCBInr
A 1 17 177 16.762 16.480 7,79 9,35 0 0 gi|396497447 2 similar to nucleoside diphosphate kinase Leptosphaeria maculans JN3 NCBInr
A 1 11 104 17.000 16.480 8,81 9,35 0 0 gi|164662016 1 hypothetical protein MGL_0723 Malassezia globosa CBS 7966 NCBInr

84
Resultados

Tabela 16. Continuação


Massa Massa
Spot Match Cover % Mascot (Da) (Da) pI PI Expressão Código Sequência Similariedade Microrganismo Base de
count score teórica observada teórico Observado 167 384 Hits identificada dados
64 1 6 233 68.421 66.710 5,07 4,62 0 0 gi|322710982 3 endonuclease/exonuclease/phosphatase family M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
64 1 1 57 97.986 66.710 5,38 4,62 0 0 gi|322701536 1 WSC domain containing protein M. acridum CQMa 102 NCBInr
65 1 6 171 68.421 66.710 5,07 4,62 0 0 gi|322710982 3 endonuclease/exonuclease/phosphatase family M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
66 1 13 357 68.421 64.933 5,07 4,77 0 0 gi|322710982 4 endonuclease/exonuclease/phosphatase family M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
68 1 4 131 57.916 59.269 5,12 4,73 0 0 gi|322710850 2 1,2-a-D-mannosidase M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
69 1 4 138 57916 59.269 5,12 4,73 0 0 gi|322710850 2 1,2-a-D-mannosidase M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
70 1 6 126 47.95 55.000 5,03 4,73 0 0 gi|322706823 2 NHL repeat-containing protein M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
71 1 2 52 42.74 55.000 5,42 5,4 0 0 gi|322697834 1 thioredoxin reductase, putative M. acridum CQMa 102 NCBInr
Trichophyton verrucosum HKI
71 1 1 52 79,765 55.000 9,58 5,4 0 0 gi|302666331 1 hypothetical protein TRV_01048 0517 NCBInr
Trichophyton tonsurans CBS
71 1 4 51 46,84 55.000 5,17 5,4 0 0 gi|326472196 1 bZIP transcription factor 112818 NCBInr
72 2 67 77.32 55.000 6,41 5,6 0 0 gi|322692181 1 leupeptin-inactivating enzyme 1 precursor M. acridum CQMa 102 NCBInr
72 53 42.743 55.000 5,6 0 0 gi|322697834 1 thioredoxin reductase, putative M. acridum CQMa 102 NCBInr
73 1 18 300 39.440 45.221 4,78 4,25 0 0 gi|322712318 4 TRI14-like protein M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
74 1 6 143 39.440 45.221 4,78 4,25 0 0 gi|322712318 2 TRI14-like protein M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
75 1 10 198 36.156 40.000 7,07 6 0 0 gi|322705372 2 hypothetical protein MAA_07504 M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
76 1 4 73 35.790 40.000 8,48 6,3 0 0 gi|322693886 1 hypothetical protein MAC_08201 M. acridum CQMa 102 NCBInr
77 1 10 224 36.156 40.000 7,07 6,8 0 0 gi|322705372 2 hypothetical protein MAA_07504 M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr
78 1 10 193 36.156 40.000 7,07 7 0 0 gi|322705372 2 hypothetical protein MAA_07504 M. anisopliae ARSEF 23 NCBInr

As culturas foram mantidas à 26ºC por um período de 168 horas em meio adicionado de crisálida. Obs: Match count =1 representa banda proteica exclusiva e
Match count = 2 representa banda proteica comum. O valor positivo na coluna de expressão mostra a localização da banda proteica.

85
Resultados

Tabela 16. Continuação

Spot Match Cover % Mascot Massa (Da) Massa (Da) pI pI Expressão Código Sequência Similariedade Microrganismo Base de
count score teórica observada teórico observado 167 384 Hits identificada Dados
hypothetical protein M. anisopliae
79 1 10 193 36.156 40.000 7,07 7,67 0 0 gi|322705372 2 MAA_07504 ARSEF 23 NCBInr
80 1 22 319 26.499 28.573 5,45 4,42 0 0 gi|556657 4 trypsin-like protease 1 M. anisopliae NCBInr
81 1 22 308 26.499 28.598 5,45 4,39 0 0 gi|556657 4 trypsin-like protease 1 M. anisopliae NCBInr
82 1 0 47 20.355 34.033 4,9 5,78 0 0 VIR_HUMAN 4 Protein virilizer homolog Homo sapiens SwissProt
M. anisopliae
83 1 11 125 37.708 34.033 6,44 5,78 0 0 gi|322705292 2 carbohydrate-binding protein ARSEF 23 NCBInr
subtilisin-like serine protease
84 1 12 271 42.763 30.637 5,81 6,89 0 0 gi|16305048 5 PR1D M. anisopliae NCBInr
subtilisin-like serine protease
85 1 12 182 42.763 30.637 5,81 7,5 0 0 gi|16305048 3 PR1D M. anisopliae NCBInr
86 1 5 62 26.615 27.646 5,68 6,35 0 0 gi|4768909 1 trypsin-related protease M. anisopliae NCBInr
hypothetical protein M. anisopliae
87 1 10 92 20.858 25.956 4,49 6,35 0 0 gi|322709991 1 MAA_02795 ARSEF 23 NCBInr
hypothetical protein M. anisopliae
88 2 10 92 20.858 25.000 4,49 4,2 0 0 gi|322709991 1 MAA_02795 ARSEF 23 NCBInr
M. anisopliae
90 2 20 136 16.241 17.778 7,27 5,02 0,84 -0,84 gi|322708481 3 proteinase inhibitor I1, Kazal ARSEF 23 NCBInr
M. anisopliae
92 2 20 183 16.241 17.205 7,27 6,97 0,98 -0,98 gi|322708481 3 proteinase inhibitor I1, Kazal ARSEF 23 NCBInr
eliciting plant response-like M. anisopliae
94 2 41 137 14.491 13.350 4,86 4,14 -1,03 1,03 gi|322710287 4 protein ARSEF 23 NCBInr
hypothetical protein M. anisopliae
95 1 13 98 18.229 12.323 5,88 6,91 0 0 gi|322712415 MAA_01062 ARSEF 23 NCBInr
D 1 22 324 26.499 30.181 5,45 4,39 0 0 gi|556657 4 trypsin-like protease 1 M. anisopliae NCBInr
C 1 12 84 26.499 32.388 5,45 4,4 0 0 gi|556657 2 trypsin-like protease 1 M. anisopliae NCBInr
E 1 5 61 26.615 25.956 5,68 7,5 0 0 gi|4768909 1 trypsin-related protease M. anisopliae NCBInr

86
Resultados

Figura 21. Endo-N-acetyl-β-D-glucosaminidase de M. anisopliae identificada. MS dos

peptídeos tripíticos (A) e MS/MS do peptídeo tripítico (B).

87
Resultados
4.6 PURIFICAÇÃO DAS QUITINASES EXTRACELULARES PRODUZIDAS

EM FSS

Na figura 22 observa - se o perfil cromatográfico em DEAE-Celulose para as

quitinases produzidas pelos isolados IBCB 167, IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425 de

M. anisopliae em FSS. Nesta condição, dois picos de atividade foram obtidos para

todos os isolados. O pico I (PI) representa a fração enzimática que não interagiu com

a resina e o pico II (PII), é a fração que interagiu com a resina. O PII167 foi eluído

com 300 mM de NaCl. Já os picos PII360, PII384 e PII425 foram eluídos com 224

mM, 197 mM e 156 mM de NaCl, respectivamente.

As frações PI que apresentaram atividade quitinásica foram reunidas em um

único “pool”, assim como as frações PII. Cada “poll” foi dialisado “overnight” contra

água destilada a 4ºC e armazenado para posterior utilização nos estudos de

caracterização bioquímica. Adicionalmente, o PII384 foi aplicado em coluna

cromatográfica Sephadex G-100 (Figura 23), obtendo-se um único pico com atividade

quitinásica (SPI). Os índices de recuperação e purificação para cada pool enzimático

obtido são apresentados na tabela 17.

88
Resultados

0,35 A 3,5 0,7 3,5


Pico II B Pico II
0,30 3,0 0,6 3,0

NaCl (0 -1 M)
Atividade quitinásica (U / mL)

Atividade quitinásica (U/mL)

NaCl (0 -1 M)
0,25 2,5 0,5 2,5

Abs. 280 nm
Abs. 280 nm
0,20 2,0 0,4 2,0

0,15 1,5 0,3 1,5


Pico I Pico I
0,10 1,0 0,2 1,0

0,05 0,5 0,1 0,5

0,00 0,0 0,0 0,0


0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100 120

Frações nº Frações nº

3,5
0,35 C 3,5 D
0,5
Pico II Pico II 3,0

NaCl (0 -1 M)
0,30 3,0
NaCl (0 - 1 M)
Atividade quitinásica (U/mL)

Atividade quitinásica (U/mL)

0,4 2,5
0,25 2,5
Abs. 280nm

Abs. 280 nm
2,0
0,20 2,0 0,3
Pico I
Pico I 1,5
0,15 1,5
0,2

0,10 1,0 1,0

0,1
0,05 0,5 0,5

0,00 0,0 0,0 0,0


0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 0 20 40 60 80 100 120 140 160
Frações nº Fraç‫م‬o n‫؛‬

Figura 22. Perfil cromatográfico coluna de troca iônica DEAE-Celulose para as

quitinases extracelulares produzidas em FSS pelos isolados IBCB 167 (A), IBCB 360

(B), IBCB 384(C) e IBCB 425(D) do fungo M. anisopliae. Símbolos: Atividade

enzimática (■); Abs 280 nm (▲).

89
Resultados

2,5 1200

SPI 1000
2,0
Atividade quitinásica (U/mL)

800
1,5

Abs. 280 nm
600

1,0
400

0,5
200

0,0 0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180

Frações

Figura 23. Perfil cromatográfico da coluna de exclusão molecular

Sephadex G – 100 para as quitinases extracelulares produzidas em

FSS pelo isolado IBCB 384 do fungo M. anisopliae. Símbolos:

Atividade enzimática (■) e Abs. 280 nm (▲).

90
Resultados

Tabela 17. Purificação das quitinases extracelulares produzidas pelos isolados IBCB 167, IBCB

360, IBCB 384 e IBCB 425 do fungo M. anisopliae.

Volume Proteínas Atividade AE Rendimento Fator de


IBCB 167 (mL) (mg Totais) (U Totais) (U/mg prot) (%) Purificação (X)
Extrato Bruto 140 73,52 13,29 0,18 100 1
DEAE-Celulose Pico I 14 2,62 0,58 0,22 4 1,22
DEAE-Celulose Pico II 35 13,26 4,82 0,36 36 2

IBCB 360
Extrato Bruto 140 71,7 32,21 0,45 100 1
DEAE-Celulose Pico I 23 2,01 0,99 0,49 3,75 2
DEAE-Celulose Pico II 47 25,26 10,4 0,41 32 1

IBCB 384
Extrato Bruto 170 54,52 47,25 0,86 100 1
DEAE-Celulose Pico I 44 5,33 11,42 2,14 24,17 2,48
DEAE-Celulose Pico II 84 18,05 15,64 0,87 33,1 1,01
Sephadex G 100 PI 2 2,25 4,78 2,12 10,12 2,46

IBCB 425
Extrato Bruto 145 68,99 79,61 1,15 100 1
DEAE-Celulose Pico I 28 2,45 4,84 1,97 6,07 1,71
DEAE-Celulose Pico II 38 16,19 21,16 1,3 26 1,13
AE= Atividade específica.

91
Resultados
4.7 ELETROFORESE EM GEL DE POLIACRILAMIDA E IDENTIFICAÇÃO

DAS PROTEÍNAS DA FRAÇÃO SPI DO ISOLADO IBCB 384

Na figura 24 observa - se o perfil eletroforético em condições desnaturantes

(SDS – PAGE 4 - 15%) das proteínas extracelulares produzidas em FSS pelos

isolado IBCB 384, após dois processos de purificação, DEAE-Celulose e Sephadex

G-100. Analisando o perfil eletroforético verificamos a presença de diversas

proteínas com massas moleculares diferentes. Estas proteínas presentes na amostra

foram reduzidas, alquiladas, aplicadas em eletrospray, identificadas e descritas na

(Tabela 18). As bandas proteicas assinaladas pelos números 3, 5 e 8 apresentam

massas moleculares observadas iguais ou próximas das massas moleculares

descritas na tabela 18.

M 384 SPI

168kDa

116 kDa 1
90kDa 2
58 kDa 3
48,5 kDa
4
5
36,5kDa
26,6 kDa 6
7
8

Figura 24. Perfil eletroforético em condição desnaturante (SDS-PAGE 4-15%)


para a fração SPI do isolado IBCB 384 crescido em FSS tendo crisálida como
fonte de carbono, após Sephadex G-100. Marcador de massa molecular (M).

92
Resultados
Tabela 18. Identificação das proteínas secretadas pelo isolado IBCB 384 de M. anisopliae, contidas na fração SPI obtida, após Sephadex
G-100.
Score Cover % Massa PI Código de Similariedade Dados
teórica (Da) teórico acesso
492 14 26.439 5,87 gi|322702995 YcaC amidohydrolase (M. anisopliae ARSEF 23) NCBInr
275 1 110.524 4,97 gi|322695977 putative glyoxal oxidase precursor (M. acridum CQMa 102) NCBInr
252 8 63.902 6,27 gi|322712530 putative glucoamylase GMY2 (M. anisopliae ARSEF 23) NCBInr
207 29 40.994 5,32 gi|322705330 Lactonohydrolase (M. anisopliae ARSEF 23) NCBInr
203 4 63.142 6,6 gi|322695444 GMC oxidoreductase (M. acridum CQMa 102) NCBInr
202 14 53.319 4,81 gi|322712522 GPI-anchored cell wall beta-1,3-endoglucanase EglC (M. anisopliae ARSEF 23) NCBInr
190 2 58.944 5,49 gi|322709036 glutamyl-tRNA(Gln) amidotransferase subunit A (M. anisopliae ARSEF 23) NCBInr
182 9 42.746 5,42 gi|322697834 thioredoxin reductase, putative (M. acridum CQMa 102) NCBInr

170 21 25.457 4,71 gi|322704490 hypothetical protein MAA_08391 (M. anisopliae ARSEF 23) NCBInr

153 4 87.423 6,37 gi|16973362 subtilisin-like serine protease PR1C (M. anisopliae) NCBInr

153 4 49.854 4,99 gi|322703544 hypothetical protein MAA_09356 (M. anisopliae ARSEF 23) NCBInr
153 6 37.861 4,91 gi|322703962 TRI14-like protein (M. anisopliae ARSEF 23) NCBInr

153 3 58.470 4,77 gi|322705665 tripeptidyl-peptidase 1 precursor (M. anisopliae ARSEF 23) NCBInr

151 7 64.819 5,51 gi|322705323 hypothetical protein MAA_07723 (M. anisopliae ARSEF 23) NCBInr
128 10 54.215 5,4 gi|322705296 carboxypeptidase Y precursor (M. anisopliae ARSEF 23) NCBInr
* Significância para proteínas com score > 62 (p≤0,05).

93
Resultados

Tabela 18. Continuação.

Score Cover % Massa pI Código de Similariedade Dados


teórica (Da) teórico acesso
107 13 38.683 5,06 gi|9971109 subtilisin-like protease PR1K (M. anisopliae) NCBInr
105 12 24.900 6,75 gi|322707797 manganese superoxide dismutase (M. anisopliae ARSEF 23) NCBInr
104 23 17.899 4,93 gi|6624948 DNase1 protein (M. anisopliae) NCBInr
88 3 48.380 6,77 gi|322702039 hypothetical protein MAC_00278 (M. acridum CQMa 102) NCBInr
82 15 22.344 7,01 gi|322704200 Cupin family protein (M. anisopliae ARSEF 23) NCBInr

61 2 48.090 5,13 gi|169601268 hypothetical protein SNOG_03494 (Phaeosphaeria nodorum SN15) NCBInr

51 10 42.860 5,44 gi|322708430 vacuolar protease A (M. anisopliae ARSEF 23) NCBInr

46 3 62.648 8,58 gi|322705325 cellobiose dehydrogenase (M. anisopliae ARSEF 23) NCBInr
39 11 16.675 4,78 gi|322696294 Cupin family protein (M. acridum CQMa 102) NCBInr
30 3 55.827 4,93 gi|398388235 peptidase M28 (Zymoseptoria tritici IPO323) NCBInr

50 10 25.955 5,61 gi|322708454 hypothetical protein MAA_04960 (M. anisopliae ARSEF 23) NCBInr
46 3 40.819 5,47 gi|322708454 phosphorylcholine phosphatase (M. acridum CQMa 102) NCBInr

45 3 48.451 7,05 gi|322692800 hypothetical protein MAA_08215 (M. anisopliae ARSEF 23) NCBInr
phosphatidylglycerol/phosphatidylinositol
44 10 19.490 4,83 gi|322704711 transfer protein precursor (M. anisopliae ARSEF 23) NCBInr

42 1 80.585 5,44 gi|322702496 RecName: Full=Catalase R (Aspergillus niger) NCBInr

41 5 32.061 5,37 gi|1705640 hypothetical protein MAA_07607 (M. anisopliae ARSEF 23) NCBInr

36 2 63.954 5,39 gi|322705475 beta-fructofuranosidase (M. anisopliae ARSEF 23) NCBInr


* Significância para proteínas com score > 62 (p≤0,05).

94
Resultados
4.8 DETERMINAÇÃO DA TEMPERATURA E pH ÓTIMO APARENTE DE

ATIVIDADE PARA AS QUITINASES PARCIALMENTE PURIFICADAS

PRODUZIDAS PELOS DIFERENTES ISOLADOS DE M. anisopliae

Na figura 25 pode – se observar que a temperatura ótima aparente de atividade

para a quitinase extracelular produzida pelos isolados IBCB 360, IBCB 384 e IBCB

425 de M. anisopliae foi de 60ºC e de 50ºC para o isolado IBCB 167. Analisando a

atividade encontrada para os isolados IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425 na

temperatura ótima de 60ºC verificamos que a quitinase produzida pelo isolado IBCB

425 foi 4 vezes mais ativa se comparada a quitinase produzida pelo isolado IBCB

384. Considerando a temperatura ótima de atividade da quitinase produzida pelo

isolado IBCB 167, verificamos que a atividade enzimática foi cerca de 2,6 vezes

menor que a observada para a quitinase do isolado 425 em sua temperatura ótima. Já

em temperaturas superiores a 60ºC ocorre o declínio da atividade quitinásica para

todos os isolados.

Com relação ao pH ótimo aparente de atividade todos os isolados

apresentaram atividade quitinásica na faixa de pH de 3,0 a 6,0 (Figura 26). O pH

ótimo de atividade para as enzimas produzidas pelos isolados IBCB 360 e IBCB 425

foi 5,0 utilizando-se tampão ácido cítrico 50mM. Entretanto, o pH ótimo de atividade

encontrado para a enzima produzida pelo isolado IBCB 167 foi de 5,5 e na faixa de

4,0 a 5,5 para a quitinases do isolado IBCB 384. Sendo assim pode - se observar mais

uma vez características diferentes entre as quitinases produzidas pelos isolados

estudados.

95
Resultados

100 A B
100
Atividade quitinásica relativa (%)

Atividade quitinásica relativa (%)


80
80

60
60

40
40

20
20
100% = 1,53 (U/g) 100% = 2,77 (U/g)
0
0
30 40 50 60 70 80
30 40 50 60 70 80
Temperatura (ºC) Temperatura (ºC)

100 100
C D
Atividade quitinásica relativa (%)
Atividade quitinásica relativa (%)

80 80

60 60

40 40

20 20
100% = 1 (U/g) 100% = 4 (U/g)
0 0
30 40 50 60 70 80 30 40 50 60 70 80
Temperatura (ºC) Temperatura (ºC)

Figura 25. Determinação da temperatura ótima aparente de atividade para as quitinases


extracelulares parcialmente purificadas e produzidas em FSS pelos isolados IBCB 167 (A), IBCB
360 (B), IBCB 384 (C) e IBCB 425 (D) de M. anisopliae. Desvio padrão para todos os pontos:
0,003 a 0,012.

96
Resultados

120

110 100
A B
100

Atividade quitinásica relativa (%)


Atividae quitinásica relativa (%)

90
80
80

70
60
60

50
40
40

30

20 20

10
100% = 1,4 (U/g)
100% = 1 (U/g)
0 0
2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5
pH pH

120
C D
110 100
100
Atividade quitinásica relativa (%)

Atividade quitinásica relativa (%)

90
80
80

70
60
60

50
40
40

30

20 20
100% = 1 (U/g) 100% = 5 (U/g)
10

0 0
2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5
pH pH

Figura 26. Determinação do pH ótimo aparente de atividade em tampão ácido cítrico


para as quitinases extracelulares parcialmente purificadas e produzidas em FSS pelos
isolados IBCB 167 (A), IBCB 360 (B), IBCB 384 (C) e IBCB 425 (D) de M. anisopliae.
Desvio padrão para todos os pontos: 0,002 a 0,011.

97
Resultados
4.9 DETERMINAÇÃO DA ESTABILIDADE TÉRMICA E ESTABILIDADE

AO pH

Analisando-se a figura 27 verifica – se que as quitinases extracelulares dos

isolados IBCB 167, IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425 foram estáveis a 30 ºC e 40 ºC.

Adicionalmente as quitinases produzidas pelos isolados IBCB 384 e IBCB 425 foram

estáveis a 50 ºC. Os valores de t50 encontrados para as quitinases dos isolados IBCB

167, IBCB 360 foram de 10 minutos e 20 minutos a 50ºC, respectivamente. Já os

valores de t50 para as quitinases dos isolados IBCB 360 e IBCB 384 foram de 5 e 10

minutos a 60ºC, respectivamente. Em geral a quitinase mais suscetível a temperatura,

portanto menos estável, foi produzida pelo isolado IBCB 360.

Na figura 28 observa – se que as quitinases dos isolados IBCB 384 e IBCB

425 foram as mais estáveis em uma ampla faixa de pH, quando comparadas com as

quitinases dos isolados IBCB 167 e IBCB 360. Adicionalmente a quitinase do isolado

IBCB 384 manteve 100% de sua atividade quando incubadas no pH 7,0 por um

período de 60 minutos. Já a quitinase do isolado IBCB 425 manteve

aproximadamente de 70% de sua atividade original em todos os valores de pH

testados. A quitinase do isolado IBCB 360 manteve 100% de sua atividade inicial no

pH 6,0 e a quitinase do isolado IBCB 167 manteve 60% de sua atividade inicial no pH

5,5. Entretanto as quitinases dos isolados IBCB 167 e IBCB 360 não foram estáveis

em baixos valores de pH. Considerando as estabilidades à temperatura e ao pH fica

evidente que as quitinases destes isolados têm comportamentos diferentes frente à

mesma situação.

98
Resultados

120 120
A B
100 100
Atividade quitin‫ل‬sica relat‫ي‬va (%)

Atividade quitinásica relátiva (%)


80 80

60 60

40 40

20 20

0 0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 0 10 20 30 40 50 60 70
Tempo (horas) Tempo (horas)

110
C D
100 100

90
Atividade quitinásica relativa (%)

Atividade quitinásica relativa (%)

80 80

70

60 60

50

40 40

30

20 20

10

0 0
0 10 20 30 40 50 60 0 10 20 30 40 50 60
Tempo (horas) Tempo (horas)

Figura 27. Estabilidade térmica das quitinase extracelulares parcialmente purificadas (PII)

dos isolados IBCB 167 (A), IBCB 360 (B), IBCB 384 (C) e IBCB 425 (D) do fungo M.

anisopliae. Símbolos: 30ºC (■), 40ºC (●), 50ºC (○), 60ºC (□) e 70ºC (▲).

99
Resultados

100
100
90 A B

Atividade quitinásica relativa (%)


Atividade quitinásica relativa (%)

80 90

70
80
60

50 70

40
60
30

20 50

10
40
0
2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5
pH pH

100
100
C 90 D
80
Atividade quitinásica relativa(%)

Atividade quitinásica relativa (%)

80
70

60
60
50

40 40

30

20 20

10
0
2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 0
2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5
pH
pH

Figura 28. Estabilidade ao pH das quitinases extracelulares parcialmente purificadas

(PII) dos isolados IBCB 167 (A), IBCB 360 (B), IBCB 384 (C) e IBCB 425 (D) do

fungo M. anisopliae. As enzimas foram mantidas em tampão ácido cítrico 50mM, pH

5,0 por 60 minutos a 4ºC.

100
Resultados
4.10 INFLUÊNCIA DE DIFERENTES COMPOSTOS SOBRE A

ATIVIDADE QUITINÁSICA

Na tabela 19 pode – se observar a influência de diferentes compostos na

concentração de 1mM sobre a atividade quitinásica extracelular parcialmente

purificada, dos isolados IBCB 167, IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425 de M.

anisopliae. As ativações máximas encontradas para as quitinases dos isolados IBCB

167 e IBCB 425, foram de 20% na presença de BaCl2 e de 50% na presença de

MnCl2, respectivamente. Também foi observado altas ativações da atividade

enzimáticas para a quitinases do isolado IBCB 425, na presença dos compostos CaCl2,

EDTA, KCl, MgCl2, NaBr, NH4Cl, e β- mercaptoetanol. Já para as quitinases dos

isolados IBCB 360 e IBCB 384 não foram encontradas ativação significativa, frente

aos sais testados. Deve-se destacar que as quitinases dos isolados, de forma geral,

apresentaram uma tolerância ao β - mercaptoetanol. Já os sais CuSO4, ZnSO4,

Zn(No3)2, HgCl2 e Pb(C2H3O2) provocaram a inibição da atividade enzimática das

quitinases produzidas por estes isolados.

101
Resultados
Tabela 19. Influência de diferentes compostos na atividade quitinásica extracelular dos isolados de M. anisopliae

Atividade Quitinásica Relativa (%)


1mM
Compostos 167 360 384 425
BaCl2 120 ± 5 101 ± 5 99 ± 1 130 ± 3
CaCl2 110 ± 5 95 ± 3 96 ± 3 132 ± 3
Cisteína 105 ± 2 94 ± 1,5 88 ± 5 128 ± 3
CoCl2 83 ± 5 61 ± 5 83 ± 5 65 ± 4
CuCl2 80 ± 2 71 ± 2 98 ± 1 102 ± 5
CuSO4 39 ± 5 37 ± 4 88 ± 3 42 ± 2
EDTA 117 ± 0,5 86 ± 5 98 ± 5 136 ± 5
FeCl3 109 ± 5 74 ± 3 103 ± 1 116 ± 3
FeSO4 82 ± 1 65 ± 4 108 ± 1 106 ± 5
HgCl2 99 ± 5 80 ± 5 91 ± 5 102 ± 5
KCl 110 ± 2 97 ± 5 99 ± 1 140 ± 2
KH2PO4 110 ± 2 87 ± 2 115 ± 5 111 ± 5
MgCl2 102 ± 0,5 90 ± 2 109 ± 1 149 ± 5
MgSO4 103 ± 3 89 ± 1 91 ± 1 125 ± 5
MnCl2 104 ± 3 75 ± 5 83 ± 5 150 ± 5
NaBr 117 ± 5 89 ± 1 92 ± 2 139 ± 3
NaCl 110 ± 3 91 ± 1,5 101 ± 4 141 ± 5
NaH2PO4 107 ± 5 88 ± 1 106 ± 3 121 ± 5
NH4Cl 105 ± 1,5 87 ± 5 98 ± 5 137 ± 4
Pb(C2H3O2) 91 ± 2 79 ± 5 99 ± 2 100 ± 4
Zn(NO3)2 83 ± 3 56 ± 5 70 ± 5 90 ± 5
ZnSO4 87 ± 2 57 ± 2 79 ± 1 98 ± 5
β- mercaptoetanol 109 ± 0,5 89 ± 4 108 ± 5 141 ± 3
Ausente 100 ± 2 100 ± 2 100 ± 3 100 ± 5
Os cultivos foram feitos conforme as condições estipuladas no DCCR e as culturas foram mantidas em estufa à 26ºC com umidade relativa ao redor de 76% por um
período de 216 horas e parcialmente purificadas.
102
Resultados
4.11 DETERMINAÇÃO DAS CONSTANTES CINÉTICAS Km E Vmáx PARA

AS QUITINASES DOS ISOLADOS IBCB 167, IBCB 360, IBCB 384 E IBCB 425

DE M. anisopliae

A determinação dos parâmetros cinéticos das quitinases produzidas em FSS e

purificadas, foram realizadas utilizando o substrato sintético 4-nitrofenil-N-Acetil-β-D

glucosaminideo. As formas enzimáticas apresentaram comportamento Michaeliano.

Na Tabela 20 podem ser observados os valores de Vmáx, Km e Vmáx/Km para todas as

quitinases produzidas pelos isolados de M. anisopliae, calculados de acordo com a

representação gráfica de Lineweaver–Burk (Figura 29). Como pode ser observado, a

quitinase do isolado IBCB 360 apresentou o menor valor de Km (0,57 mM), sendo o

isolado que possui a quitinase de maior afinidade pelo substrato, com Vmáx = 3,38

U/mg.

TABELA 20. Parâmetros cinéticos das quitináses produzidas pelos isolados IBCB 167,

IBCB 360, IBCB 384 E IBCB 425 de M. anisopliae.

Isolados Km (mM) Vmáx (U/mg) Vmáx/Km (U/mg mM-1) N

IBCB 167 0,68 1,79 2,63 1,05

IBCB 360 0,57 3,38 5,93 1,4

IBCB 384 0,66 1,96 2,97 1,05

IBCB 425 0,89 5,26 5,91 1,3

103
Resultados

A B
2,0 2,5

1,8

1,6 2,0
Atividade quitinásica (Umg/mim)

Atividade quitinásica (Umg/mim)


1,4

1,2 1,5

1,0

0,8 1,0

0,6

0,4 0,5

0,2

0,0 0,0

-0,2
0 1 2 3 4 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
[S] (mM) [S] (mM)

C D
1,4
2,5
1,2
Atividade quitinásica (Umg/mim)

Atividade quitinásica (Umg/mim)

1,0 2,0

0,8
1,5
0,6

1,0
0,4

0,2 0,5

0,0
0,0
-0,2
0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5

[S] (mM) [S] (mM)

Figura 29. Representação gráfica de Lineweaver–Burk para as quitinases extracelulares

purificadas dos isolados IBCB 167 (A), IBCB 360 (B), IBCB 384 (C) e IBCB 425 (D)

do fungo M. anisopliae. Inserto: representação gráfica de Michaelis – Menten.

104
Resultados

Parte IV

Experimentos in vivo

105
Resultados

4.12 ENSAIO DE VIRULÊNCIA

4.12.1 ENSAIO DE VIRULÊNCIA DOS ISOLADOS IBCB 384 E IBCB 425 DE

M. anisopliae SOBRE G. mellonella UTILIZANDO APLICAÇÃO TÓPICA

Para os ensaios in vivo utilizou – se os isolados IBCB 384 e IBCB 425, sendo

os mais virulentos à praga D. saccharalis. Neste ensaio de imersão foi testado o

potencial de virulência destes isolados de M. anisopliae sobre G. mellonella

utilizando aplicação tópica (Tabela 21). Observou – se que o isolado IBCB 425 foi o

mais virulento, por apresentar um TMS de 4,6 dias, quando comparado com o IBCB

384 (Tabela 21). Analisando a confirmação da mortalidade por micose observou – se

alta mortalidade provocada pelo isolado IBCB 384 e uma baixa mortalidade

provocada pelo isolado IBCB 425, devido a contaminação com fungos oportunistas.

Tabela 21. Ensaio de virulência das linhagens IBCB 384 e IBCB 425 de M.

anisopliae sobre G. mellonela.

Imersão

Mortalidade* Mortalidade (%)* TMS**

Tratamentos (média ± SE) (%) por micose (dia ± SE)

Controle 17 ± 3,3a 0±0a 13,8± 0,52a

IBCB 384 100 ± 0 b 83,33± 3,33 b 7,0± 0,35b

IBCB 425 100 ± 0 b 33,33± 3,33 c 4,6± 0,48c

*Colunas com mortalidade média que apresentam as mesmas letras não apresentam
diferença significativas pelo teste LSD (p≤0,05).
**Colunas com mortalidade média que apresentam as mesmas letras não apresentam
diferença significativas pelo teste log -rank (p≤0,05). Tempo médio de sobrevivências
(TMS) foi calculado para 15 dias.

106
Resultados
4.12.2 ENSAIO DE VIRULÊNCIA DOS ISOLADOS IBCB 384 E IBCB 425

SOBRE A LARVA DE G. mellonella UTILIZANDO CONÍDIOS INJETADOS

O ensaio do potencial de virulência dos isolados IBCB 384 e IBCB 425 de M.

anisopliae sobre G. mellonella utilizando conídios injetados (Tabela 22) mostrou que

os isolados IBCB 384 e IBCB 425 provocaram mortalidade semelhante (90 – 93%).

Entretanto os resultados encontrados para TMS mostram que o isolado IBCB 425 e

IBCB 384 não apresentam diferenças estatisticamente significantes se considerados os

valores absolutos. Porém, na prática, vale ressaltar que a diferença no TMS entre as

linhagens é de 1 dia. Esta diferença é muito significante, quando se leva em

consideração a ação devastadora de uma praga. Baseado neste quadro, o isolado IBCB

425 pode ser considerado mais virulento que o IBCB 384. Na figura 30 pode-se

observar claramente o potencial de crescimento micótico dos isolados analisados,

confirmando o potencial de desenvolvimento sobre a larva morta.

Tabela 22. Ensaio de virulência dos isolados IBCB 384 e IBCB 425 de M.
anisopliae sobre larvas de G. mellonella utilizando conídios injetados.

Mortalidade * Mortalidade (%)* TMS**

Tratamentos (média ± SE) (%) por micose (dia ± SE)

Controle 3,33 ± 3,33 a 0±0a 6,93 ± 0,06 a

IBCB 384 93,33 ± 3,33 bc 100 ± 0 b 5,9 ± 0,168 b

IBCB 425 90 ± 5,77 bc 100 ± 0 b 5,5 ± 0,25 b

*Colunas com mortalidade média que apresentam as mesmas letras não apresentam diferença
significativas pelo teste LSD (p≤0,05).
**Colunas com mortalidade média que apresentam as mesmas letras não apresentam diferença
significativas pelo teste log -rank (p≤0,05). Tempo médio de sobrevivências (TMS) foi calculado para 7
dias.

107
Resultados

Figura 30. Confirmação da mortalidade das larvas de G. mellonella (A) por crescimento

micótico dos isolados IBCB 384 (B) e IBCB 425 (C) de M. anisopliae após injeção de 800

conídios e incubação por 7 dias a 26°C.

108
Resultados
4.12.3 ENSAIO DE TOXICIDADE DOS ISOLADOS IBCB 384 E IBCB 425

CULTIVADOS EM FSbm SOBRE G. mellonella UTILIZANDO

MICROINJEÇÃO

Neste ensaio foi testado o potencial de toxicidade do extrato bruto, fração

dialisada e fração não dialisada obtidos dos isolados IBCB 384 e IBCB 425 de M.

anisopliae sobre larvas de G. mellonella utilizando a técnica de microinjeção (Tabela

23). Primeiramente foi analisada a toxicidade do extrato bruto, sendo que o isolado

IBCB 384 provocou alta mortalidade e apresentou TMS de 2,4 dias, sendo 2 vezes

mais virulento que o isolado IBCB 425 (Tabela 23). Na toxicidade da fração dialisada

observou - se que os isolados de M. anisopliae apresentaram mortalidade e virulência

semelhantes. Com relação a toxicidade da fração não dialisada dos isolados IBCB 384

e IBCB 425 causaram uma baixa mortalidade das larvas e um alto TMS foi obtido,

evidenciando que esta fração é de baixa toxicidade (Tabela 23). Em análise geral pode

- se verificar que para os isolados do fungo M. anisopliae a toxicidade está presente

na fração dialisada onde encontra – se moléculas menores de 3,5 kDa e os metabólitos

secundários.

109
Resultados

Tabela 23. Ensaio de toxicidade dos isolados IBCB 384 e IBCB 425 de M. anisopliae cultivadas em FSbm sobre larvas de G. mellonela utilizando
microinjeção.

Extrato bruto Dialisado Não dialisado

Mortalidade TMS a Proteína Mortalidade TMS b Proteína Mortalidade TMSb Proteína

Tratamentos (média ± SE) (%) (dia ± SE) mg/mL (média ± SE) (%) (dia ± SE) mg/mL (média ± SE) (%) (dia ± SE) mg/mL

Controle 11,66 ± 5,77 a 6,4 ± 0,14 a 0,75 13,33 ± 6,6 a 7,66 ± 0,16a 0,3 13,33 ± 6,6 a 7,66 ± 0,16a 0,75

IBCB 384 83,33 ± 5,77 b 2,40 ± 0,40b 1,2 58 ± 11 b 6,5 ± 0,41b 0,59 13,33 ± 6,6 a 7,9 ± 0,08 a 1,06

IBCB 425 46,66 ± 5,77 c 5,46 ± 0,36c 1,14 53 ± 18 b 6,63 ± 0,44b 0,49 33,33 ± 6,66 b 7,0 ± 0,38 a 0,58

*Colunas com mortalidade média que apresentam as mesmas letras não apresentam diferença significativas pelo teste LSD (p≤0,05).
**Colunas com mortalidade média que apresentam as mesmas letras não apresentam diferença significativas pelo teste log -rank (p≤0,05).
a Tempo médio de sobrevivências (TMS) foi calculado para 7 dias.
b Tempo médio de sobrevivências (TMS) foi calculado para 8 dias.

110
Resultados
4.12.4 EFEITO DA TOXICIDADE DO SORO OBTIDO DE LARVAS DE G.

mellonella INFECTADAS PELOS ISOLADOS IBCB 384 E IBCB 425

UTILIZANDO MICROINJEÇÃO

O potencial de toxicidade do soro obtido das larvas de G. mellonella

infectadas pelos isolados IBCB 384 e IBCB 425 de M. anisopliae utilizando a técnica

de microinjeção foi analisado (Tabela 24). Considerando que os soros obtidos para

este estudo são provenientes de larvas contaminadas com os isolados citados, os soros

foram nomeados como SORO-384 e SORO-425. Analisando a toxicidade do soro

obtido das larvas contaminadas pelos isolados de M. anisopliae, verificamos que o

isolado IBCB 384 foi mais eficiente, provocando mortalidade de 61% com TMS de

6,56 dias, sendo o isolado com o maior potencial de toxicidade e virulência, quando

comparado com o IBCB 425.

Foi observada a melanização da cutícula (parte externa) e da traquéia (parte

interna) quando injetado o soro infectado em larvas sadias (Figura 31). Ao analisar a

melanização da cutícula verificou –se que todas as larvas apresentaram melanização

com padrões diferentes, diferindo dos controles. Porém a larva que apresentou

melanização mais intensa foi a que recebeu o SORO-425. Observamos manchas de

melanização na traquéia das larvas durante o desenvolvimento dos isolados IBCB 384

e IBCB 425 na hemolinfa (Figura 31).

111
Resultados

Tabela 24. Ensaio de toxicidade do soro extraído de larvas de G. mellonela após


microinjeção de conídios dos isolados IBCB 384 e IBCB 425 de M. anisopliae.

Mortalidade a TMS Proteína

Tratamentos (média ± SE) (%) (dia ± SE) mg por larva

Controle + 28,33 ± 7,23 a 8,3 a 0,01

IBCB 384 60,83 ± 6,2 b 6,56 b 0,01

IBCB 425 35 ± 8,63 ab 7,73 a 0,01

*Colunas com mortalidade média que apresentam as mesmas letras não


apresentam diferença significativas pelo teste LSD (p≤0,05).
**Colunas com mortalidade média que apresentam as mesmas letras não
apresentam diferença significativas pelo teste log -rank (p≤0,05).
Tempo médio de sobrevivência (TMS) foi calculado para 9 dias.
a Mortalidade do controle foi de 13%, TMS de 8,73c e 0,01mg /8µL de proteína.

112
Resultados

Cutícula Traquéia Hemolinfa

Figura 31. Efeito da toxicidade do soro obtido de larvas de G. mellonella contaminada

com os isolados IBCB 384 e IBCB 425 de M. anisopliae após injeção de 800 conídios por

larva e incubado por 72h.

113
Discussão
5. DISCUSSÃO

Atualmente a agricultura vem enfrentando um sério problema associado à

resistência dos insetos pragas frente aos produtos químicos utilizados para combatê -

los. Uma alternativa para controlar estes insetos é aplicar fungos entomopatogênicos

nas lavouras (WRAIGHT & BRADLEY, 1996). O estudo destes fungos tem

despertado muito interesse, pois grande parte destas espécies de fungos são

especializadas na penetração via tegumentos, onde ocorre a secreção de enzimas que

degradam a cutícula do inseto, tais como proteases, lipases e quitinases, entre outras

(St LEGER et al., 1988b), estando relacionadas a patogenicidade e a virulência

(PARIS & SEGRETAIN, 1978).

A produção destas enzimas relacionadas com a patogenicidade e virulência

ocorrem durante o ciclo de infecção do patógeno sobre o hospedeiro, permitindo o

desenvolvimento da patogênese. A patogênese inclui (i) crescimento do tudo

germinativo na cutícula do inseto e simultaneamente a produção de enzimas

hidrolíticas; (ii) produção de substâncias mucilaginosas para facilitar a adesão; (iii)

formação do apressório; (iv) penetração através do grampo de penetração, até atingir a

hemocele e a hemolinfa. Na hemolinfa infectada desenvolvem – se os corpos hifais;

há produção de complexos enzimáticos e metabólitos tóxicos que ativam o sistema de

defesa do hospedeiro. O confronto entre patógeno e hospedeiro termina com o

aparecimento do micélio e a conidiogênese na superfície do hospedeiro, fechando o

ciclo de infecção (SMALL & BIDOCKA, 2005; ARRUDA et al., 2005). O complexo

enzimático é de extrema importância, pois as enzimas proteases, lipases e quitinases,

entre outras, são produzidas e secretadas desde o primeiro contato do fungo com o seu

hospedeiro como, por exemplo, a protease Pr1 que faz parte de uma gama de

proteases, responsáveis pela degradação de proteínas complexadas com a quitina que

114
Discussão
constitui a cutícula do hospedeiro, sendo regulada durante a formação do apressório e

conidiogênese (SMALL & BIDOCKA, 2005).

As lipases são importantes, pois a cutícula e os integumentos dos insetos possuem

gorduras, lipoproteínas e ceras. Estas substâncias dificultam a adesão do conídio,

como foi observado por Lord & Howard (2004) para os conídios de B. bassiana,

Aspergillus parasiticus e M. anisopliae utilizados para infectar Liposcelis

bostrychophila. As quitinases são fatores de virulência em entomopatógenos,

fitopatógenos e micopatógenos segundo Charnley (1997), St Leger et al. (1998),

Kishimoto et al. (2002) e Barreto et al. (2004). Elas são produzidas já na fase inicial

de penetração do fungo, agindo sobre a quitina da cutícula do inseto, facilitando a

penetração do fungo. A secreção desta enzima é regulada por um sistema de indução e

repressão, sendo necessárias quantidades mínimas da enzima para iniciar a

degradação do substrato (FRANCESCHINI et al., 2001 e SILVA et al., 2005). A

maior parte das quitinases produzidas e secretadas por M. anisopliae são ácidas e

sofrem influência do pH do meio (St LEGER et al., 1996b). Os genes chit1, chit2,

chit3 de M. anisopliae que codificam quitinases já foram estudados. O gene chit 1

codifica uma endo quitinase de 42kDa e pI de 5,8 (BOGO et al., 1998). O gene chit 2

também codifica uma quitinase de 42kDa, porém com pI de 4,8 (Baratto et al., 2003 e

2006). Já o gene ortologo de chit3 codifica a quitinase CHIT30, que possui atividade

endo e exoquitinásica (Silva et al., 2005). Mesmo com os estudos já realizados, ainda

falta informação sobre a regulação e secreção do complexo quitinolítico produzido

por M. anisopliae. Estas informações são importantes na compreensão da relação

patógeno hospedeiro e consequentemente, para mitigar os problemas com insetos

praga, evitando os danos incalculáveis no campo (St. LEGER et al., 1996c ; Hu & St.

LEGER, 2002). De acordo com Patil et al. (2000) a penetração do fungo e a

115
Discussão
colonização do hospedeiro é possivelmente facilitada pela presença de um complexo

multienzimático, onde o sinergismo entre as enzimas são importantes e a atuação

individual é essencial.

Com o objetivo de selecionar isolados do gênero Metarhizium para controlar a

praga Diatraea saccharalis, Zappelini (2009) obteve como resultado porcentagens

diferentes de mortalidade da praga para cada isolado da espécie Metarhizium

anisopliae testado. Examinando os resultados obtidos no trabalho de Zappelini (2009)

e outras informações descritas na literatura sobre a relação entre enzimas e virulência

de fungos (BOLDO et al., 2009), optamos por investigar a produção e as

características bioquímicas das quitinases produzidas pelos isolados IBCB 167, IBCB

360, IBCB 384 e IBCB 425 da espécie M. anisopliae, cujas porcentagens de

mortalidade confirmada para a praga D. saccharalis foram de 55%, 68%, 96% e 82%,

respectivamente.

Inicialmente, analisou-se a morfometria de hifas e conídios dos quatro isolados

através do microcultivo em lâmina e posterior análise por MEV. O microcultivo em

lâmina possibilita a visualização das estruturas íntegras, sendo uma ótima técnica para

identificação de fungos, pois nela é nítido o desenvolvimento de macro e

microconídeos (PRADO, 2007). As medidas realizadas para a largura dos conídios

dos isolados IBCB 167, IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425 não apresentaram

diferenças estatisticamente relevantes. Já na análise da largura das hifas e

comprimento dos conídios, dos quatro isolados estudados, ocorreram diferenças

significativas. Estas diferenças estão entre os isolados IBCB 167 e IBCB 425 para

hifas e entre os isolados IBCB 384 e IBCB 425 para comprimento de conídios. Desta

forma as diferenças não estão restritas apenas as características bioquímicas, mas

também em relação à morfometria de hifas e conídios. No trabalho de Arruda et al.

116
Discussão
(2005), utilizando MEV para analisar a morfologia dos conídios de diferente isolados

de Metarhizium spp., todos os conídios apresentaram a forma alongada. Verificaram

ainda que alguns conídios são grandes e outros menores, e que as superfíces dos

conídos podem ser irregulares e murchas ou regulares e intumescidas. Estes resultados

se assemelham aos obtidos no presente trabalho. Como exemplo da utilização desta

técnica para analisar estruturas fúngicas cita-se o trabalho de Nampoothiri et al.

(2004) que observaram o desenvolvimento das hifas do T. harzianum em farelo de

trigo e os trabalhos de Arruda et al. (2005) e Santi et al. (2009) que observaram

conídios de M. anisopliae.

A identificação morfológica foi confirmada pela identificação molecular,

utilizando ITS, cuja região de amplificação foi a sequência parcial da subunidade

menor do rRNA, ITS1, gene 5.8S, ITS2 e sequência parcial da subunidade maior do

rRNA. As sequências obtidas apresentaram alta identidade com outras sequências de

M. anisopliae depositadas no GenBank, sendo os quatro isolados identificados como

M. anisopliae var. anisopliae. Através do alinhamento entre as sequências obtidas e a

sequência depositada no GenBank para o isolado LRC 189 M. anisopliae var.

anisopliae, foi possível observar regiões conservadas e não conservadas. Gao et al.

(2011), Bischoff et al. (2009) e Arruda et al. (2005) também utilizaram ITS para

identificar espécies de M. anisopliae. Os espaços intergênicos alteram – se

rapidamente ao longo do tempo, portando são menos conservados e são utilizados

para identificar espécies ou variedades pertencentes ao mesmo gênero

(SOUFRAMANIEN et al., 2003; LIU et al., 2002) .

Uma vez confirmada a indentificação dos isolados, a produção de quitinases em

FSbm e FSS foi avaliada, considerando que são enzimas chaves no processo de

infecção e patogênese. A maior produção quitinásica intracelular foi em FSbm no

117
Discussão
meio EG para todos os isolados, com destaque para isolado IBCB 425. Considerando

a quitinase extracelular o melhor produtor foi o isolado IBCB 384, mantido sob

agitação a 26ºC por 168h. Quando os isolados foram cultivados em meios indutores

observou – se que os isolado IBCB 425 foi o que mais se destacou. Ao analisar o

cultivo dos isolados na presença de substratos indutores, houve um favorecimento da

secreção da quitinase. Porém, quando os isolados foram cultivados em meios não

indutores, observamos uma boa produção de quitinase intracelular, mas não

favoreceram a secreção da quitinase. O fato destes meios não favorecerem a secreção

da quitinase extracelular, pode causar alguns problemas para os fungos

entomopatogênicos, pois para este tipo de fungo é extremamente importante a

secreção da quitinase, porque esta enzima faz parte de um complexo enzimático que

permite que o patógeno infecte o hospedeiro. Nos trabalhos de Fleuri et al. (2009) e

Liu et al. (2003) também foi verificado a indução da secreção de quitinase, ao cultivar

os microrganismos Cellulosimicrobium cellulans 191 e Verticillium lecanii F091 em

fermentação submersa, utilizando quitinina. De forma geral o cultivo destes isolados

em EG favorece a produção da quitinase intracelular, ao passo que cultivar estes

isolados em meios com indutores aumenta a secreção da enzima. Considerando a

produção enzimática total (intracelular + extracelular) em condição estacionária e sob

agitação, as maiores produções quitinásicas foram obtidas para os isolados IBCB 167

e IBCB 384 sob a condição de agitação e para os isolados IBCB 360 e IBCB 425 sob

condição estacionária. Entretanto o isolado IBCB 384 foi o que mais se destacou sob

agitação e o isolado IBCB 360 se destacou na condição estacionária. No trabalho

desenvolvido por Braga et al. (1998), a FSbm sob agitação adicionada de quitina

como fonte de carbono, também foi utilizada para desenvolvimento de M. anisopliae,

onde foi verificado um bom crescimento deste microrganismo, assim como observado

118
Discussão
para os quatro isolados deste estudo. A condição de agitação possui características

que favorecem a produção enzimática tais como, melhor oxigenação do meio de

cultivo, homogenização do meio e aumento do contato entre o microrganismo e os

nutrientes do meio de cultivo. Estas características que a condição de agitação possui

provavelmente influênciou a produção quitinásica observada neste trabalho. Liu et al.

(2003) investigaram a influencia da condição de agitação e a velocidade de agitação

sobre a produção de quitinase, ao cultivar V. lecanii F091 em meio de cultivo

contendo 0,41% de pó da casca de camarão. Foi concluído que a condição de agitação

favoreceu a produção de quitinase, como observado neste trabalho. Porém, é relatado

que altas velocidades de agitação causam efeitos negativos como ruptura de células,

alterações morfológicas e queda na produtividade. Considerando - se a produção

quitinásica extracelular em FSbm foi padronizada, a utilização do meio EC sob

agitação foi usada para continuidade dos estudos, uma vez que este favoreceu a

secreção da quitinase.

Muitos elementos e fatores afetam o desenvolvimento do microrganismo e

consequentemente a produção de uma determinada enzima. Alguns parâmetros podem

ser citados como a composição do meio de cultivo, o pH, a temperatura, as fontes de

carbono, nitrogênio e fósforo, entre outros. Estudos realizados por Ortiz-Urquiza et al.

(2010b) utilizando o fungo M. anisopliae, confirmaram que diferentes fontes de

carbono e fontes de nitrogênio, influenciam a produção de biomassa fúngica, a

produção de blastosporos, na secreção de proteínas com atividade inseticida e na

secreção de moléculas tóxicas.

Desta forma, a produção de quitinase extracelular em FSbm foi maior para os

quatro isolados quando o meio foi suplementado com D. saccharalis (Ds), ou

crisálida. É importante destacar ainda que a crisálida utilizada como substrato para a

119
Discussão
produção de quitinases é um resíduo biológico do processo de produção do fio de

seda, pois a crisálida é a pupa do bicho da seda, sendo posteriormente descartada.

Encontrar uma aplicação para este resíduo biológico é interessante e atrativo, podendo

ser utilizado para a produção de enzimas. Interessantemente, alguns destes resíduos,

provenientes de vegetais ou de animais, apresentam grandes vantagens quando

utilizados para o cultivo de microrganismos como, por exemplo, redução dos custos

de produção, favorecendo o crescimento do microrganismo e a produção de enzimas

(PEIXOTO-NOGUEIRA, 2009).

O tempo de incubação de um microrganismo influência muito a produção

enzimática. A incubação por um período breve pode não resultar na produção máxima

da enzima, já que o microrganismo encontra-se na fase de crescimento vegetativo. Em

adição, o crescimento da cultura por um período longo pode levar a exaustão dos

nutrientes, conduzindo a um declínio no crescimento e na produção enzimática

(PELCZAR et al., 1996). O crescimento microbiano divide-se em quatro fases, sendo

elas, a fase de adaptação do microrganismo ao meio de cultivo (fase LAG), uma fase

caracterizada por um crescimento rápido e uniforme (fase LOG), a qual o

microrganismo já adaptado ao meio utiliza todos os recursos oferecidos por este para

o seu desenvolvimento, uma fase estacionária na qual o crescimento do

microrganismo é interrompido pela escassez nutricional do meio e uma fase de

declínio, onde o meio não tem mais nutriente e também apresenta uma série de

compostos do metabolismo do próprio microrganismo, os quais são responsáveis pela

lise das hifas e conseqüentemente morte celular (ESPOSITO et al., 2004).

Considerando as diferentes formas de cultivo, cada microrganismo apresenta seu

melhor tempo de crescimento e produção enzimática como, por exemplo, Bacillus

amyloliquefaciens V656 (SAN-LANG et al., 2002) cuja produção máxima de duas

120
Discussão
quitinases extracelulares foi obtida em 48 h. Já para Oerskovia xanthineolytica e C.

cellulans 191 a produção quitinásica máxima foi observada em 72 h (WAGHMARE

et al., 2010 e FLEURI et al., 2009). De acordo com Kang et al. (1999), uma nova

quitinase produzida por M. anisopliae, teve sua produção máxima em 96 h.

Entretanto, a produção de quitinase por Paecilomyces lilacinus ocorreu em 240 h

(KHAN et al., 2003). Os melhores períodos de incubação para produção enzimática

encontrados no presente trabalho foram diferentes, sendo as maiores produções

quitinásicas intracelulares dos isolados obtidas entre 72 h e 216 h, não coincidindo

com os picos de crescimento observado para os isolados IBCB 360 (96h), IBCB 387

(96 h) e IBCB (72 h), sendo apenas coincidente para o isolado IBCB 167. Contudo a

maior atividade quitinásica extracelular produzida pelos isolados IBCB 167, IBCB

360, IBCB 384 e IBCB 425 foram verificadas entre os períodos de 96 h e 144 h. Os

períodos encontrados nos trabalhos de Waghmare et al. (2010), Fleuri et al. (2009) e

Moraes et al. (2003) para a produção da quitinase extracelular pelos microrganismos

O. xanthineolytica, C. cellulans e M. anisopliae, respectivamente, foram diferentes de

todos os períodos encontrados para a produção da forma extracelular do presente

trabalho. Analisando a produção da quitinase intracelular e extracelular verificou – se

que cada isolado apresentou comportamentos de produção e secreção diferentes e

peculiares, corroborando com os relatos feitos por Gimenez-Pecci et al. (2002) onde

diferentes isolados de uma mesma espécie produzem níveis diferentes de enzimas

extracelulares.

Com relação a produção quitinásica em FSS, os maiores níveis enzimáticos

foram obtidos quando foi utilizada crisálida como substrato umedecido com solução

de extrato de levedura (1%) na proporção 1,3:1 (m/v) para os isolados IBCB 167,

IBCB 360 e IBCB 425. Já para o isolado IBCB 384 a maior secreção de quitinase foi

121
Discussão
obtida quando o meio foi umedecido com solução de sais de Khanna na mesma

proporção. A solução de extrato de levedura e de sais de Khanna provavelmente

supriram alguma necessidade nutricional do microrganismo favorecendo seu

metabolismo e consequentemente a produção enzimática, o que não foi observado na

presença da água de torneira. A solução de sais de Khanna possui a maior quantidade

e diversidades de sais, quando comparada com a composição da água de torneira

descrita no item 3.6.1.2, justificando o melhor desenvolvimento dos isolados. Já a

solução de extrato de levedura é extremamente rica em diversos nutrientes como

proteínas, vitaminas do complexo B, ácido fólico,biotina, niacina, minerais, mananas

e glucanas (HALASZ & LÁSZTITY, 1991). Estes nutrientes influenciam no

crescimento do fungo e consequentemente na produção enzimática, como foi

observado neste trabalho. Após a seleção do substrato e da solução umidificante, a

produção enzimática foi otimizada por planejamento experimental. Esta ferramenta

permite estudar a interação de variáveis independentes e contínuas no processo de

produção enzimática (ROBRIGUES & LEMMA, 2009). Bhanu et al. (2008)

utilizaram o planejamento fatorial para avaliar o efeito do pH, extrato de levedura e

mistura de fontes de carbono na produção de conídios por M. anisopliae. Patel et al.

(2007) utlilizaram um planejamento do tipo Plackett–Burman com oito variáveis para

a produção de quitinase por Paenibacillus sabina JD2, permitindo a seleção prévia

das variáveis relevantes. Neste trabalho foi utilizado um planejamento de 2ª ordem,

utilizando pontos externos e repetições de pontos centrais para as variáveis

independentes tempo de crescimento e umidade, as quais mostraram efeito positivo na

produção de quitinase extracelular para todos os isolados, elevando a produção

quitinolítica. O DCCR realizado para cada um dos isolados foi estatisticamente

válido, pois o F-calculado foi maior que o F-tabelado. Os valores de R2 obtidos no

122
Discussão
DCCR para cada isolado, onde R2 é o coeficiente de explicação que fornece uma

media da proporção da variação em relação à variação total das respostas, foram

próximos a 1 (RODRIGUES & LEMMA, 2009). Desta forma foi possível obter as

gráficos de superfície de resposta bem como as equações que descrevem o modelo

para cada uma das enzimas estudadas. Para os isolados IBCB 167, IBCB 384 e IBCB

425 a interação entre as variáveis não foi significante, diferindo do observado para o

isolado IBCB 360. A adição de solução umificante ao meio foi positiva e significante,

pois quanto mais úmido o meio, maior a produção. Porém, o meio de cultivo com

umidade excessiva tem um efeito negativo na produção da quitinase. A maior

produção de quitinase extracelular ocorreu com umidade igual ou superior a 48% e

por períodos acima de 5 dias. Este comportamento foi observado em todos os

isolados. Fica claro que estes isolados têm uma preferência por meios mais úmidos,

entretanto são capazes de produzir quitinases em meios com umidade reduzida. Esta

flexibilidade demonstrada por todos os isolados é importante, visto que no meio

ambiente a presença de água é inconstante. Os resultados obtidos nestes

planejamentos foram validados, aumentando o grau de confiabilidade dos experientos.

Os planejamentos ainda permitem um melhoramento da produção enzimática

utilizando as equações obtidas. Simultaneamente as atividades enzimáticas das

proteases e lipases secretadas nas condições padronizadas para FSS foram

quantificadas. Estas enzimas são importantes para o processo de infecção entre o

patógeno e hospedeiro, auxiliando na compreensão desta relação extremamente

complexa. O isolado que destacou - se na produção de ambas as enzimas foi o IBCB

425. Este resultado corrobora ao observado neste trabalho e por Zappelini (2009) com

relação a de degradação da cutícula dos insetos. O isolado IBCB 425 também

123
Discussão
destacou – se no controle das pragas Mahanarva fimbriolata e Deois flavopicta

segundo Loureiro et al. (2005) e Perreira et al. (2008).

Quando comparadas a FSbm e FSS, a produção de quitinase extracelular foi

máxima, no período de 216 h em FSS, diferindo dos períodos encontrados para FSbm.

Nos trabalhos de Patel et al. (2007) e Suresh & Chandrasekaran (1999) com

Paenibacillus sabina JD2 e Beauveria bassiana cultivados em FSS os períodos

máximos de produção de quitinase encontrados foram 96 h e 44 h, respectivamente.

Analisando a produção da quitinase intracelular e extracelular verificamos que cada

isolado apresentou comportamentos de produção e secreção diferentes. O mais

interessante é que a produção de quitinase tende ser maior quando os isolados são

cultivados em FSS quando comparados a FSbm. Este resultado é de extrema

importância, uma vez que a FSS se aproxima das reais condições encontradas pelo

fungo na natureza. No trabalho de Bhanu et al. (2008) o fungo M. anisopliae também

foi cultivado em FSS, diferindo da maioria dos trabalhos relatados na literatura que

são com FSbm como, por exemplo, os trabalhos de Braga et al. (1998) para M.

anisopliae, Fleuri et al. (2009) para Cellulosimicrobium cellulans e San-Long & Chio

(1998) para Pseudomonas aeruginosa K-187. A produção de quitinase extracelular

em FSbm e FSS foi favorecida quando os isolados foram cultivados em meios

adicionados de crisálida. Fica claro, que a secreção de quitinases para o meio externo

é maior na presença de indutores.

Ápos a padronização da melhor condição de cultivo para a produção da

quitinases em FSbm e FSS, e considerando a importância do complexo enzimático no

processo de infecção, os secretomas obtidos dos isolados IBCB 167, IBCB 360, IBCB

384 e IBCB 425 de M. anisopliae em FSbm na presença ou na ausência de um indutor

foram avaliados inicialmente utilizando eletroforese unidimensional, permitindo

124
Discussão
observar algumas diferenças. Diversas proteínas foram secretadas em ambas as

situações de cultivo se comparadas aos controles. Algumas das bandas proteicas

observadas são comuns entre os secretomas dos isolados, porém em intensidades

diferentes entre si, o que reflete o nível de expressão proteico para cada isolado.

Bandas proteicas maiores que 72 kDa estão ausentes para os isolados IBCB 360 e

IBCB 425. O menor número de bandas proteicas foi observado para o isolado IBCB

360. Em ambas as condições estudadas, ou seja, na presença e na ausência de

indutores, houve a secreção de proteínas com massas moleculares inferior a 31 kDa, o

que pode indicar a presença de destruxinas ou outros metabólitos secundários. É

evidente que quando os isolados foram crescidos em meio de cultivo com crisálida

(indutor) observamos maior número bandas proteicas, representando uma maior

secreção de proteínas do que na situação de crescimento com glicose. Mesmo assim,

os isolados ainda apresentam comportamentos de secreção diferentes entre si, levando

a inferir que as diferenças observadas estão relacionadas com os potencias de

patogenicidade e virulência de cada um dos isolados. Estas proteínas podem estar

relacionadas com o processo de infecção de M. anisopliae sobre insetos, sendo que

algumas delas podem ser quitinases, uma vez que estas apresentam massa molecular

muito diversa como apontado nos trabalhos de Pinto et al. (1997), que identificaram

uma quitinase de 30 kDa ; Sakai et al. (1998) identificaram 3 quitinases de Bacillus

linhagem MH-1 com massas moleculares de 71 kDa, 62 kDa e 53 kDa. Já Kang et al.

(1999) verificaram seis quitinases diferentes de M. anisopliae, com massas

moleculares variando de 30 kDa a 110 kDa. Boa parte das proteínas observadas neste

trabalho se encontram na faixa de massa molecular observada por Kang et al. (1999).

Baseados nos resultados encontrados em gel de uma dimensão, os secretomas dos

isolados IBCB 167, IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425 analisados utilizando

125
Discussão
eletroforese bidimensional, que é uma ferramenta mais sensível. Oh et al. (2010)

utilizaram eletroforese bidimensional para estudar a fase precoce da germinação do

conídio de A. nidulans e Grinyer et al. (2005) utilizaram esta ferramenta na

investigação proteômica do fungo Trichoderma atroviride desenvolvido sobre parede

celular de Rhizoctonia solani. A eletroforese bidimensional permite verificar com

clareza as proteínas semelhantes ou diferentemente secretadas de acordo com a massa

molecular e pI de cada uma delas em uma mesma condição ou não. Neste contexto

duas análises diferentes foram realizadas, sendo uma para um mesmo isolado em duas

condições de cultivo, presença de glicose ou crisálida, e outra entre os diferentes

isolados em uma mesma condição de cultivo. Para um mesmo isolado a secreção

proteica foi maior quando utilizada crisálida se comparado ao cultivo com glicose.

Murade et al. (2008) também investigaram o secretoma de M. anisopliae

produzido na presença e ausência de exoesqueleto de Callosobruchus maculates,

utilizando géis bidimensionais. Em seu trabalho foram identificadas várias enzimas,

como a metionina gomaliase (pI 6,65 e 43 kDa), a proteinase (pI 5,99 e 57 kDa), a

tripsina (pI 5,68 e 26 kDa) e ATPase (pI 9,57 e 43 kDa). Nos trabalhos realizados

por St-Leger et al. (1996a; 1998 e 1999), duas isoformas de tripsina (pI 4,4 com 30

kDa e 4,9 com 27 kDa) foram identificadas quando o fungo M. anisopliae foi

cultivado com o exoesqueleto de barata. Entretanto, quando M. anisopliae foi

cultivado em meio adicionado de quitina observou-se três isoformas de uma quitina

deacetilase (26 kDa , 37 kDa e 70 kDa) (NAHAR et al., 2004). Sendo assim, M.

anisopliae produz uma diversidade de proteínas que estão relacionadas a

patogenicidade. A síntese destas proteínas é influenciada pelo meio indutor utilizado,

assim como as enzimas que participam do processo de infecção.

126
Discussão
Os isolados IBCB 167, IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425, quando

considerado o secretoma, apresentam bandas proteicas semelhantes em ambas as

condições de cultivo, bem como algumas proteínas exclusivas quando cultivados em

EG e em EC. O isolado que secretou o menor número de proteinas, em ambas

condições de cultivo, foi o IBCB 425.

Sendo assim, considerando os quatro isolados estudados, optamos por realizar a

identificação das proteínas secretadas pelos isolados IBCB 167 (menos virulento) e

IBCB 384 (mais virulento), cultivados em meio tendo crisálida (indutor) como fonte

de carbono. Diferentes bandas proteicas foram identificadas nos géis bidimensionais e

analisadas pelo software Image Master v.7 GE. Foram obtidas, digeridas e analisadas

101 bandas proteicas, sendo identificadas 77 proteínas e apenas 24 não foram

identificadas. A não identificação destas proteínas pode estar relacionada a diversos

problemas como: i) pequena quantidade de amostra, ii) digestão ineficiente e iii)

alteração no espectro de massas, provocado por um erro no aparelho. O número de

proteínas identificadas superou o obtido por Murad et al. (2008) quando cultivou o

fungo M. anisopliae em presença de Callosobruchus maculatus. Entre as proteínas

identificadas, uma diversidade de enzimas relacionadas a vários processos

metabólicos foram observadas, como descrito nos trabalhos de Barros et al. (2010),

Oh et al. (2010), Manalil et al. (2009) e Murad et al. (2008). Desta forma o foco foi

apenas identificar qualitativamente as semelhanças ou diferenças entre os isolados

estudados, sendo que 28% das proteínas identificadas estão presentes em ambos os

isolados.

As proteínas secretadas diferentemente pelos isolados representam pequenas

mudanças na via biossintética e secretora decorrente da ativação ou inibição de genes.

Interessantemente, não existe uma relação direta vista neste trabalho, entre quantidade

127
Discussão
de proteínas secretadas e o potencial de virulência. O isolado IBCB 384 foi o que

apresentou o menor número de proteínas exclusivas secretadas, porém, segundo

Zappelini (2009), este isolado foi o mais virulento para D. saccharalis. Já no trabalho

de Loureiro et al. (2005) este isolado provocou 98% da mortalidade de Mahanarva

fimbriolata. Sua eficiência está correlacionada com suas características individuais

(carga genética), que certamente sofrem influência do meio ambiente, causando

alterações evolutivas correlacionadas com os mecanismos de defesa do hospedeiro

(GAO et al., 2011).

Entre as 77 enzimas identificadas e suas isoformas, algumas delas como subtilisin-

like serine protease PR1D de M. anisopliae foi identificada no trabalho de Santi et al.

(2009) e Murad et al. (2008). A subtilisin-like serine protease PR1 é uma enzima

importante no processo de virulência, pois ela catalisa a separação das proteínas

conjugadas a quitina, que compõem a cutícula dos insetos (SMALL & BIDOCKA,

2005 e SANTI et al. 2009). Murad et al. (2008) identificaram as enzimas trypsin-like

protease e a oxidoredutase que também foram identificadas neste trabalho. Foi

identificado também o domínio WSC, que é um suposto domínio para ligação de

carboidratos, composto por oito resíduos de cisteína conservados. Este domínio está

presente em Trichoderma harzianum na enzima beta-1, 3 exoglucanase, na a proteína

SLG1 de leveduras e no fungo M. anisopliae (GAO et al., 2011). Nos secretomas

analisados foram encontradas endonucleases e exonucleases da família das fosfatases.

Estas enzimas catalizam a hidrólise dos ácidos nucleicos e participam da replicação e

reparo do DNA. A thioredoxin identificada, está envolvida em vários processos

biológicos, como a síntese de DNA, defesa antioxidante, modulação da apoptose e

resposta immune. Esta proteína também foi detectada no trabalho de proteômica

utilizando M. anisopliae infectando Dermolepida albohirtum (MANALIL et al.,

128
Discussão
2009). Manosidase e catalase foram também identificadas. A manosidase cataboliza

carboibratos, sendo importante para o metabolismo energético do patógeno. Esta

enzima foi relatada no trabalho de Brito et al. (2011) utilizando Trichoderma spp.

cultivado em presença de parede celular de Fusarium solani, Fusarium oxysporum,

Rhizoctonia solani e Sclerotinia sclerotiorum. Já a catalase tem um desempenho

importante no sistema detoxificação, desenvolvido durante a infecção do hospedeiro

(SREE & PADMA, 2008).

A enzima endo-N-acetyl-β-D-glucosaminidase merece destaque, pois ela é uma

das enzimas que pertencem ao complexo quitinolítico e as enzimas deste complexo

estão relacionadas a mecanismos de virulência como descrito por Fang et al. (2008),

Murad et al. (2008), Boldo et al. (2009) e Santi et al. (2009). A endo-N-acetyl-β-D-

glucosaminidase identificada apresentou pI observado de 7,71 e massa molecular de

28 kDa. Já a endo-N-acetyl-β-D-glucosaminidase produzida por Stigmatella

aurantiaca DW4 descrita por Bourgerie et al. (1994) apresentou massa molecular

similar porém o pI foi de 6,8. Os resultados obtidos, neste trabalho evidenciam as

diferenças presentes entre os isolados, e permitem um melhor entendimento do

potencial de patogenicidade destes isolados como descrito por Zappelini (2009) e

Loureiro et al. (2005), considerando que a patogenicidade está relacionada com a

produção de um complexo enzimático. O estudo de proteínas secretadas é interessante

e auxilia na elucidação do processo de infecção entre patógeno e hospedeiro do ponto

de vista bioquímico, bem como das características de virulência. Sendo possível

quantificar e analisar as enzimas importantes para o processo de infecção, permitindo

assim, selecionar microrganismos com potencial para controlar diversos insetos-

pragas.

129
Discussão
Considerando a importância das quitinases no processo de infecção, os

extratos brutos contendo estas enzimas produzidas pelos isolados IBCB 167, IBCB

360, IBCB 384 e IBCB 425 cultivados em FSS, foram submetidos a purificação, uma

vez que a maior produção quitinásica foi encontrada neste tipo de fermentação. O

processo utilizado neste trabalho foi semelhante ao empregado por Kyoung-Ja et al.

(2003) para a enzima produzida por Streptomyces sp. M-20 aplicando-se extrato

enzimático em coluna cromatográfica DEAE-Celulose. No trabalho de Kyoung-Ja et

al. (2003), o perfil cromatográfico revelou apenas um pico de atividade, diferindo do

perfil encontrado por nós para todos os isolados, com a separação do extrato bruto

enzimático em dois picos com atividade quitinásica. Os picos II dos isolados IBCB

167, IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425, que interagiram com a resina, foram eluídos

com diferentes concentrações de NaCl, mostrando que elas apresentam diferenças no

total global de cargas negativas. Kang et al. (1999) estudaram a produção de

quitinases por M. anisopliae e obtiveram dois picos de atividade quitinásica em

DEAE–Sephacel, semelhante ao encontrado neste trabalho. Porém, no estudo

desenvolvido por Pinto et al. (1997) com o mesmo microrganismo e o mesmo tipo de

coluna cromatográfica foi identificado apenas um pico de atividade. Já a quitinase

produzida por P. lilacinus foi eluída como única forma em coluna DEAE - Sephacel

(KHAN et al., 2003). Os resultados relatados acima mostram que a espécie M.

anisopliae apresenta uma grande capacidade de produzir isoformas de quitinases

dependendo da condição de cultivo e do isolado. Alguns trabalhos relatam a utilização

de DEAE - Sepharose, como descrito por San-long et al. (2002) para B.

amyloliquefaciens V656 e P. lilacinus, obtendo-se dois picos de atividade quitinásica,

diferindo do resultado encontrado para a quitinase produzida por Thermomyces

lanuginosus com apenas um pico de atividade quitinásica (GUO RUN – FANG et al.,

130
Discussão
2008). Assim a diversidade de isoformas e características bioquímicas das quitinases

produzidas por vários microrganismos são extensas e intrigantes. O processo de

purificação teve continuidade apenas para o isolado IBCB 384, pois este é o isolado

mais virulento segundo Zappelini (2009), o que foi confirmado com relação aos

estudos de virulência e toxidade apresentados anteriormente na seção de resultados.

Portanto, o pico PII384 proveniente de DEAE-Celulose, com maior atividade

quitinásica, foi aplicado em Sephadex G-100, obtendo uma única fração quitinásica

(SPI). O perfil eletroforético (SDS - PAGE 4-15%) desta fração obtida, evidenciou a

presença de várias proteínas com massas moleculares diversificadas, sendo analisadas

por eletrospray e posteriormente identicadas no banco de dados NCBI. Algumas das

proteínas identificadas nesta fração quando o isolado IBCB 384 foi cultivado em FSS

foram semelhantes às encontradas em FSbm. A purificação das quitinases tem sido

conduzidas utilizando outras colunas cromatográficas como Sepharose CL 4B 200

(FLEURI et al.,2009) e coluna de afinidade “swollen chitin” ( DEANE et al., 1998),

DEAE Sepharose e Pheny1 - Sepharose (GUO et al., 2008). Diferentes massas

moleculares têm sido observadas para as quitinases como, por exemplo, 27,5 kDa, 48

kDa, 61 kDa e 110 kDa, descritas nos trabalhos de Deane et al. (1998), Kyoung-Ja

Kim et al. (2003), Guo et al. ( 2008), Fleuri et al. (2009) e Guo et al. ( 2004),

respectivamente. A não identificação de uma quitinase na fração SPI deve-se

provavelmente a baixa concentração da enzima, embora tenha sido observada a

atividade quitinásica.

Tendo-se otimizado alguns parâmetros ideais para a produção das quitinases

pelos diferentes isolados de M. anisopliae, a temperatura de reação para a máxima

atividade enzimática extracelular foi obtida a 60ºC para os isolados IBCB 360, IBCB

384 e IBCB 425 de M. anisopliae, semelhante a temperatura ótima encontrada para a

131
Discussão
quitinase secretada por Bacillus alvei (SAN-LONG et al., 2001) e diferente da

temperatura ótima de 55 ºC encontrada para a enzima de Thermomyces lanuginosus

SY2 (RUN-FANG et al., 2008). Para o isolado IBCB 167 a temperatura ótima de

atividade foi de 50ºC, igual a obtida para as quitinases C1 de O. xanthineolytica

NCIM 2839 (WAGHMARE et al., 2010), de Bacillus cereus e de Bacillus spahericus

(SAN-LONG et al., 2001), e a de Trichoderma harzianum (DEANE et al., 1998). A

temperatura ótima encontrada para o isolado IBCB 167 foi superior a temperatura

ótima encontrada para a enzima produzida por Beauveria bassiana CG432 (SASSÁ et

al., 2008) e por M. anisopliae (Pinto et al., 1997). As quitinases dos isolados IBCB

167, IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425 apresentaram atividade a 30 ºC. A ação de

quitinases em temperaturas ambientes, como 30 ºC, é muito relevante, pois esta

temperatura é facilmente atingida no ambiente natural, onde são encontrados os

fungos entomopatogênicos. Sendo assim, ter quitinases ativas nesta temperatura

facilitará o processo de infecção do patógeno sobre o hospedeiro.

As quitinases extracelulares dos isolados estudados não foram estáveis a 70ºC,

sendo o mesmo observado no trabalho de Binod et al. (2005) para quitinase

extracelular produzida por Penicillium aculeatum NRRL 2129. Entretanto estas

quitinases foram estáveis a 30 ºC e 40 ºC. A quitinase do isolado IBCB 425 foi a mais

estável frente as diversas temperaturas testadas. No panorama geral de estabilidade

térmica a quitinase mais suscetível e com menor estabilidade térmica foi a do isolado

IBCB 360. Estes resultados se assemelham com o encontrado no trabalho de Sassa et

al. (2008) onde a quitinase produzida por Beauveria bassiana foi estável a 45 ºC.

Contudo existem três endoquitinases produzidas por Bacillus sp. MH-1 que foram

estáveis por 10 minutos a 75 ºC (SAKAI et al., 1998), diferindo do resultado

encontrado neste trabalho. Para os fungos entomopatogênicos é muito importante ter a

132
Discussão
capacidade de produzir e secretar enzimas termoestáveis em uma ampla faixa de

temperatura. Pois estes fungos estão presentes em diversos nichos que sofrem com as

intempéries climáticas como, por exemplo, a variação da temperatura durante o dia e

a noite, e a ausência de enzimas termoestáveis pode causar problemas no

desenvolvimento do fungo e problemas na infecção do hospedeiro. Os fungos

estudados neste trabalho apresentam esta capacidade.

Os valores de pH ótimo de atividade para as quitinases produzidas pelos

isolado IBCB 167, IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425 do fungo M. anisopliae foram

coincidentes com aqueles relatados na literatura para outros microrganismos. Em

Streptomyces sp. M-20 a atividade quitinásica máxima ocorreu em pH 5,0

(KYAUNG-JÁ KIMS et al., 2003), sendo o mesmo observado para as quitinases

produzidas pelos isolados IBCB 360 e IBCB 425, com excessão para a quitinase do

isolado IBCB 167, que foi pH 5,5. Já para o isolado IBCB 384 verifica - se uma faixa

de pH ótimo que vai de 4,0 a 5,5, coincidindo com a faixa de pH onde as quitinases

são ativas segundo a literatura. As quitinases do microrganismo B. bassiana (SASSA

et al., 2008) apresentaram vários valores ótimos de pH sendo eles 5,5, 6,0 e 8,5

evidenciando que este microrganismo produz isoformas diferentes de quitinase. Já a

quitinase secretada por Bacillus circunlans 4.1 (WIWAT et al., 1999) apresentou pH

ótimo de 8,0, diferindo do resultado encontrado em nosso trabalho e no estudo

realizado por Park et al. (2000) cujo o pH ótimo foi de 6,0. Waghmare et al. (2010)

verificaram que para as quitinases produzidas por O. xanthineolytica a atividade

máxima para C1 e C2 foram em pH 7,5 e 8,0, respectivamente. Entretanto, o pH

ótimo de atividade quitinásica para T. harzanium (DEANE et al., 1998) foi de 3,5.

Analisando os dados encontrados na literatura, fica evidente que as quitinases, de

forma geral, apresentam uma ampla faixa de pH em que são ativas. É interessante

133
Discussão
ressaltar que tampões diferentes apresentam forças iônicas diferentes, interferindo na

solubilização do substrato e no rearranjo do sítio catalítico da enzima. Por exemplo, o

aumento da concentração dos íons constituintes do tampão pode reduzir

significativamente a atividade das quitinases (SASSA et al., 2008).

Possivelmente, a predominância de cargas negativas na estrutura molecular das

quitinases é decisiva para a interação com regiões positivas do substrato quitina nas

condições ótimas de pH como observados por Sassa et al. (2008). Este fenômeno

pode explicar o resultado observado nesta pesquisa para as quitinases produzidas

pelos isolados de M. anisopliae.

Ainda observando o efeito do pH na atividade quitinásica, as quitinases

extracelulares dos isolados IBCB 167, IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425 foram

estáveis em diferentes valores de pH por uma hora. As quitinases dos isolados IBCB

360 e IBCB 384 foram estáveis em pH 6,0. O mesmo comportamento foi observado

para a quitinase de Bacillus amyloliquefaciens V656 (SAN-LONG et al., 2002). A

quitinase do isolado IBCB 167 manteve 60% de atividade em pH 5,5, assim como

observado por Sassa et al. (2008) para a quitinase de Beauveria bassiana também foi

estável em pH 5,5. A quitinases do isolado IBCB 384 foi completamente estável no

pH 7,0. De forma geral, a quitinase do isolado IBCB 425, foi a que se manteve mais

ativa nos pH testados. A quitinase produzida por T. lanuginosus SY2 manteve sua

atividade em uma ampla faixa de pH (3,0 a 9,0) (GUO RUN – FANG et al., 2008),

semelhante ao encontrado para a quitinase do isolado IBCB 425. É interessante

ressaltar que microrganismos que produzem quitinases com atividade e estabilidade

em uma ampla faixa de pH, podem aumentar seu potencial de infecção, visto que os

microrganismos podem entrar em contato com pH diferentes no interior do corpo do

seu hospedeiro, como, por exemplo, nas ordens Orthoptera e Dictyoptera e algumas

134
Discussão
famílias de Coleoptera que possuem a porção anterior do intestino médio ácida e a

parte posterior neutra ou levemente alcalina. Já em Hemiptera e Hymenoptera o

intestino tende a ser ácido. Porém, o conteúdo intestinal é alcalino para a ordem

Lepidoptera (TERRA & FERREIRA, 1994).

Quando o M. anisopliae entra em contato com o hospedeiro, ele é exposto a pH

diferentes, fazendo com que este fungo utilize sua capacidade de regular o pH do

meio ou ambiental. Ele realiza esta regulação, produzindo amônia para alcalinizar o

meio e proporcionar condições ótimas para atuação de suas enzimas. Entretando a

resposta deste fungo ao pH ambiental, leva a reglulação da transcrição de genes que

codifcam quitinases e proteases que são fatores de virulência importantes para este

fungo (St. Leger et al., 1998). Vários fungos filamentosos, incluindo M. anisopliae

regulam o pH ambiental, que provavelmente está relacionado ao sistema de regulação.

Segundo Maccabe et al.( 1996) e Negrete-Urtasun et al.(1997) seis genes participam

deste sistema de regulação do pH em Aspergillus spp o principal fator de transcrição

é o PacC dedo de zinco, um ativador de genes expressos em condição alcalina e um

repressor genes expressor em condições ácidas. Sendo assim as quitinases produzidas

pelos isolados e analisadas apresentam esta flexibilidade de atividade e estabilidade

frente a diferentes valores de pH, garantindo assim o seu potencial de infecção. Em

suma, as quitinases dos isolados apresentaram comportamentos bioquímicos

diferentes com relação a estabilidade térmica e a estabilidade ao pH.

Com relação a ativação ou inibição das enzimas sabe-se que historicamente que os

íons são onipresentes e desempenham importantes funções influenciando as

propriedades dos sistemas biológicos. Outro exemplo é o aumento da condutividade

da água por várias ordens de grandeza devido a presença de íons. Para as enzimas

uma pequena mudança no pH do meio onde se encontram íons gera alterações

135
Discussão
cinéticas, além de alterar a sua estrutura terciária tornando - a mais ativa ou inativa.

Ainda podem interferir na solubilidade levando a precipitação da enzima, podendo

inclusive modificar a carga elétrica global desta molécula (LEHNINGER et al.,

2011). Assim as quitinases produzidas pelos isolados de M. anisopliae apresentaram

comportamentos diferentes frente à presença de sais na reação, sendo inibidas ou

ativadas.

A ativação máxima encontrada para as quitinases dos isolados IBCB 167 e IBCB

425 foi na presença de 1mM do sal BaCl2 e MnCl2, respectivamente. Entretanto, não

foi encontrada uma ativação significativa para as quitinases dos isolados IBCB 360 e

IBCB 384, frente aos sais testados. Deve-se destacar que as quitinases dos isolados de

forma geral, não foram inibidas fortemente por β- mercaptoetanol. Todavia ocorreu

inibição da atividade quitinásica destes isolados, quando adicionou-se os sais CuSO4,

ZnSO4, Zn(No3)2, HgCl2 e Pb(C2H3O2) na reação enzimática. Sakai et al. (1998) e

Adrangi et al. (2010) verificaram a influência de íons metálicos na atividade

quitinásica de Bacillus sp. MH-1 e Massilia timonae e observaram uma ativação

enzimática na presença de Mn2+, como observado por nós. Ainda Sakai et al. (1998)

verificaram ativação enzimática na presença de CaCl2 que também foi descrita no

trabalho de Lee et al. (2007) para a quitinase de Bacillus sp. Lee et al. (2007)

relataram os íons Ba2+ e Co2+ como ativadores da quitinase. Diferindo dos autores

acima, Kim et al. (2003) observaram ativação enzimática da quitinase produzida por

Streptomyces sp. M-20 na presença de β - mercaptoetanol. Sendo assim, os íons

descritos na literatura como ativadores da quitinase apresentaram - se também como

bons ativadores para as quitinases deste trabalho.

A inibição da atividade quitinásica por Zn2+, Cu2+, Hg2+ foi relatada para a enzima

de Bacillus sp. (LEE et al., 2007). Ueno et al. (1990), Sakai et al. (1998), Kim et al.

136
Discussão
(2003) e Adrangi et al. (2010) também relataram a inibição da quitinase por Hg2+.

Novamente observou – se uma similaridade entre resultados encontrados neste

trabalho e aqueles já descritos na literatura como inibidores de quitinases. A inibição

por Hg2+ sugere a presença de grupos thiol no sítio catalítico os quais são importantes

para a atividade das enzimas, como citado no trabalho de Guimarães et al. (2009) e no

trabalho de Kim et al. (2003). A ativação observada para as quitinase do isolado

IBCB 425 em presença de β- mercaptoetanol também indica a presença de grupos

sulfidril no sítio catalítico da enzima e este resultado é reforçado quando observou –

se a inibição da atividade enzimática frente ao íon Hg2+. Já o agente quelante EDTA

exerceu influência na atividade quitinásica mostrando que os íons metálicos são

importantes para atividade enzimática.

Pensando no mecanismo de hidrólise da quitina, é extremamente coerente

encontrarmos na natureza uma multiplicidade de quitinases, que estão relacionadas

com a necessidade de produzir isoformas com atividades de quitina diacetilase, endo e

exoquitinases para hidrolisar totalmente o polímero de quitina (NAHAR et al., 2004).

Modificações pós-traducionais ocorrem particularmente, pela adição de diferentes

tipos e porcentagens de moléculas de carboidratos na cadeia polipeptídica das

quitinases (HARMAN et al., 1993). Neste contexto, os parâmetros cinéticos das

quitinases produzidas em FSS e purificadas foram analisados.

Todas as formas enzimáticas apresentaram comportamento Michaeliano. A

quitinase do isolado IBCB 360 foi a que apresentou maior afinidade pelo o substrato

4-nitrofenil-N-Acetil-β-D glucosaminideo. Já quitinase produzida por Streptomyces

sp. M-20 não hidrolizou o substrato 4-nitrofenil-N-Acetil-β-D glucosaminideo e nem

quitobiose (KYOUNG-JA et al., 2003). Pinto et al. (1997) também utilizaram o

substrato sintético p-nitrofenil-N-diacetilquitobiose, para verificar os parâmetros

137
Discussão
cinéticos da quitinase extracelular de M. anisopliae, cujo Km e Vmáx foram de 0,537

mmoL e 4,86 nmoL.mL-1min-1, respectivamente. Apesar de ser um sustrato síntetico

diferente, do utilizado neste trabalho, o valor de Km foi parecido ao encontrado para a

enzima do isolado IBCB 360. A quitinase produzida por Tenebrio molitor (TmChi)

apresentou baixa atividade para o substrato quitina coloidal e alta espificidade pelo

substrato sintético metilumbeliferil-β-N', N'-diacetil-chitobioside, com Km de 0,0014

(mM) e Kcat de 350 s. A mesma quitinase também apresentou comportamento

michaeliano, não sofrendo inibição frente ao produto final N-Acetil-glucosamina,

liberado após degradação da quitina e muitas enzimas podem ser inibidas pelos

produtos finais das reações enzimáticas (GENTA et al., 2006).

Outros trabalhos avaliaram os parâmetros cinéticos das quitinases utilizando

quitina coloidal como substrato, como foi apresentado por Guo et al. (2004 e 2008)

para as enzimas de Aeromonas schubertii e T. lanuginosus cujos os valores de Km

foram 2,9 mM e 9,56 mg mL-1. Kopparapu et al. (2012) descreveram uma quitinase

de Paecilomyces com Km de 3,6 mg mL-1, apresentando maior afinidade por quitina

coloidal do que a quitinase de T. lanuginosus. Analisando os resultados de afinidade

pelo substrato obtidos neste trabalho e confrontado com os resultados de afinidade por

substratos naturais e sintéticos, como citados acima, é evidente que a patogenicidade e

a vilurência não estão relacionadas diretamente a afinidade da enzima pelo substrato,

visto que na natureza os microrganimos estão expostos a vários fatores bióticos e

abióticos, que favorecem ou não o processo de infecção.

Depois dos estudos de caracterização bioquímica das quitinases secretadas pelos

isolados estudados, o pontencial de patogenicidade e toxicidade dos isolados IBCB

384 e IBCB 425 sobre larvas de G. mellonella, que é um inseto modelo para estudos

de patogênese, foi avaliado (MYLONAKIS, 2008). Os isolados IBCB 384 e IBCB

138
Discussão
425 foram escolhidos porque foram os que provocaram as maiores porcentagens de

mortalidade da praga D. saccharalis de acordo com Zappelini (2009).

O ensaio utilizando aplicação tópica sobre G. mellonella permitiu verificar qual

dos isolados apresentava maior potencial de atuação na fase de pré-infecção. Nesta

fase os fungos entomopatogênicos necessitam produzir enzimas que degradam a

cutícula do inseto (FANG et al., 2005 ; SHAH et al., 2005). Dentro deste contexto, o

isolado IBCB 425 de M. anisopliae provocou alta mortalidade (100%), com TMS

menor (5 dias), evidenciando o seu potencial de pré-infecção. Este resultado difere do

encontrado por Zappelini (2009), onde ele utilizou aplição tópica dos isolados IBCB

384 e IBCB 425 pulverizando a suspensão de conídios em Torre de Potter, sobre

lagartas de D. saccharalis entre o 3º e 4º instar. Neste caso o isolado IBCB 425

apresentou TMS de 10 dias e mortalidade de 62%, não sendo considerado o isolado

mais patogênico e virulento. No entanto, é evidente que o isolado IBCB 425 não foi

tão eficiente, na fase de pré-infecção sobre D. saccharalis, devido à possíveis

problemas de adptação do fungo e consequentemente de secreção do complexo

enzimático responsável pela degradação da cutícula da larva. Já para o isolado IBCB

384 não foi observado tal dificuldade, pois o TMS encontrado no trabalho de

Zappelini (2009) é muito próximo do valor encontrado por nós. A mortalidade das

larvas por micose, verificando-se a extrusão dos isolados, foi observada. Assim,

concluímos que a mortalidade das larvas realmente foi provocada pelos isolados e que

eles não apresentam dificuldades de desenvolvimento micelial no interior do inseto.

Resultado semelhante foi verificado no trabalho de Loureiro et al. (2005) aplicando os

isolados IBCB 384 e IBCB 425 sobre M. fimbriolata. Tal dificuldade foi observada

nos resultados obtidos no trabalho de Romero (2012) para isolados de B. bassiana

sobre larvas de Spodoptera littoralis, que são endofíticas.

139
Discussão
Após verificar o desempenho dos isolados na fase de pré-infecção, a técnica de

microinjeção, ou seja, a injeção de conídios ou de extratos enzimáticos brutos

produzidos pelos isolados IBCB 384 e IBCB 425, diretamente na hemocele foi

avaliada. Assim, os isolados não foram expostos a primeira barreira contra a infecção,

que é a cutícula dos insetos, favorecendo a observação do desenvolvimento da fase de

infecção propriamente dita. Esta técnica também foi utilizada nos trabalhos de Ortiz-

Urquiza et al. (2010a, 2010b), Wang et al. (2007) e Fan et al. (2012). Quando

injetados conídios dos isolados IBCB 384 e IBCB 425 em larvas de G. mellonella, o

desenvolvimento fúngico ocorreu em in vivo. Os isolados provocaram mortalidades

semelhantes e a diferença entre os valores de TMS não foi significante. No entanto a

diferença entre os valores TMS obtidos para os isolados é de aproximadamente 1 dia,

o que na prática é muito significante, quando se leva em consideração a ação

devastadora de uma praga sobre uma plantação. Baseado neste quadro, o isolado

IBCB 425 pode ser considerado mais virulento que o IBCB 384.

Os fungos entomopatogênicos sofrem influência do meio de cultivo ao qual

estão expostos. Esta influência é importante porque pode alterar o seu potencial de

virulência. A influência do meio de cultivo foi estudada por Ortiz-Urquiza et al.

(2010a, 2010b) utilizando B. bassiana e M. anisopliae. Sendo assim, se faz necessário

verificar o crescimento destes isolados in vitro e in vivo, para que se possa investigar e

comparar as produções dos fatores de virulências. Esta comparação também foi

realizada no trabalho de Ortiz-Urquiza et al. (2010a) e Funguet & Vey (2004) para B.

bassiana.

A produção dos fatores de virulências in vivo presentes no soro da larva,

revelou que o SORO-384 foi o mais tóxico por provocar a maior mortalidade,

enquanto o isolado IBCB 384 foi o mais virulento por apresentar o menor TMS,

140
Discussão
quando comparado com o isolado IBCB 425. Após injeção do soro infectado em

larvas sadias, houve melanização na cutícula e na traquéia. A melanização da cutícula

foi observada em todas as larvas, porém as larvas apresentaram intensidades

diferentes de melanização da cutícula e os tipos de melanização observados, neste

trabalho foi semelhante aos tipos de melanização descritos por Fuguet & Vey (2004),

quando larvas de G. mellonela foram infectadas com conídios injetados. Estas larvas

desenvolveram três tipos de melanização cuticular, sendo elas, A, B e C. A

melanização tipo A é a mais comum e caracterizada pela formação de pontos negros;

a melanização tipo B recebe o nome de leopardo, pois as manchas se assemelham as

pintas do leopardo (borda escura e centro claro); e a melanização tipo C é

caracterizada por grandes regiões de melanização, que cobrem a maior parte da

superfície cuticular (FUGUET & VEY, 2004). Observando a hemolinfa das larvas

infectadas pelos isolados IBCB 384 e IBCB 425 foi detectada a presença de corpos

hinfais do fungo M. anisopliae no período de 72h. Os corpos hifais encontrados neste

trabalho são semelhantes aos observados no trabalho de Zhang & Xia (2009)

utilizando M. anisopliae.

O potencial de virulência e toxicidade dos isolados, foi avaliado também in

vitro, utilizando o extrato bruto, a fração dialisa e a fração não dialisada dos isolados

IBCB 384 e IBCB 425 sobre G. mellonella utilizando a microinjeção. O extrato bruto

do IBCB 384 provocou alta mortalidade, sendo e o mesmo mais tóxico que o extrato

bruto do isolado IBCB 425, mostrando que estes isolados de M. anisopliae possuem

estratégias diferentes de infecção e virulência, pois até o momento o isolado IBCB

425 destacou – se na fase pré infecçcão.

Outro efeito observado foi a paralisia das larvas logo após ser injetado o

extrato bruto do isolado IBCB 425. Este efeito de paralisia também foi observado por

141
Discussão
Romero (2012) e Fuguet & Vey (2004) para isolados de B. bassiana sobre larvas de

G. mellonella. Para entender a toxicidade dos extratos brutos e encontrar a molécula

responsável por esta toxicidade, submetemos estes extratos a uma diálise, cujo os

resultados foram duas frações que receberam o nome de dialisado e não dialisado.

Ambas as frações causaram mortalidade das larvas de G. mellonella confirmando a

presença de moléculas tóxicas nestas frações. A fração dialisada contém moléculas

menores que 3,5 kDa. As frações dialisadas de cada isolado foram injetadas em larvas

de G. mellonella, provocando uma mortalidade de 53 a 58%, sendo a fração mais

tóxica. As frações não dialisadas apresentam moléculas maiores que 3,5 kDa de baixa

toxicidade, causando baixa mortalidade e valores de TMS maiores, quando

comparado com a fração dialisada.

Comparando os resultados encontrados nos ensaios de toxicidade para os

isolados IBCB 384 e IBCB 425 de M. anisopliae é evidente que a fração dialisada é a

mais tóxica, sendo coerente com os trabalhos de Wang et al. (2004) e Soledade et al.

(2002). Nesta fração são encontrados os metabólitos secundários como as destruxinas,

que são hexadepsipeptídeos cíclicos, composto por ácido α-hidroxi e cinco resíduos

de aminoácidos. O fungo M. anisopliae produz uma diversidade de destruxinas, sendo

elas as destruxinas A, B, C, D e E. As destruxinas desempenham diversas atividades

biológicas como inseticida e fitotóxica, além de causar paralisia tetânica nas larvas,

como observado neste trabalho. Na fase de pós - infecção foi investigado o

crescimento dos fungos e secreção de compostos tóxicos in vitro e in vivo. Sendo

assim, concluí - se que ambos os isolados foram patogênicos para G. mellonella,

porém apresentam estratégias de virulência diferentes. Os isolados de M. anisopliae

são eficientes na fase de infecção, sendo evidente que o isolado IBCB 425 possui uma

estratégia de crescimento e o isolado IBCB 384 apresenta uma estratégia tóxica. No

142
Discussão
trabalho de Kershaw et al. (1999), com isolados de M. anisopliae, também foram

demonstradas estratégias diferentes de virulências, como as que foram observadas

neste trabalho.

Considerando os resultados encontrados para os dois isolados patogênicos, ou

seja, IBCB 384 e IBCB 425 segundo Zappelini (2009) e Loureiro et al. (2005), as

quitinases de ambos, foram tolerantes a várias temperaturas e pH, facilitando a

infecção do fungo sobre o inseto. O isolado IBCB 384 pode ser considerado o mais

virulento de acordo com as características bioquímicas observadas, corroborando com

os resultados encontrados por Zappelini, (2009). Além de produzir uma molécula

altamente tóxica, cuja massa molecular é igual ou menor que 3,5 kDa, que

possivelmente pode ser um metabólito. Já o isolado IBCB 425 destacou-se na

produção de quitinases, lipases e proteases quando cultivado em FSS. Também é o

isolado que apresenta o conídio de maior comprimento e a hifa mais larga. Estas

características contribuem para o melhor desempenho deste isolado na fase da pré -

infecção. Além disso, ambos utilizam estratégias diferentes de infecção e virulência,

onde o IBCB 384 utiliza estratégia tóxica e o IBCB 425 utiliza estratégia de

crescimento.

143
Conclusão
6. CONCLUSÃO

Todos os isolados em estudo identificados como M. anisopliae var. anisopliae,

são capazes de produzir quitinases tanto intracelularmente quanto

extracelularmente em ambas as formas de cultivo, ou seja, FSbm e FSS. Embora

tenham sido caracterizados como uma mesma variedade, diferenças morfológicas

entre conídios e hifas foram observadas. O maior produtor de quitinase intracelular

é o isolado IBCB 425 e o maior produtor de quitinase extracelular é o isolado

IBCB 384. O tempo para obtenção dos maiores níveis enzimáticos variou de 72 h a

216 h. Considerando a FSS, o isolado IBCB 360 é o maior produtor de quitinases,

porém o isolado IBCB 425 destaca - se também na produção de lipases e proteases.

Com relação a o secretoma, a maior secreção proteica é obtida na presença de

indutor (crisálida), com destaque para o isolado IBCB 425. A maioria das proteínas

presentes nos secretomas dos isolados IBCB 167 e IBCB 384, foram identificadas,

sendo apenas 28% comuns entre os isolados. Entre elas está a enzima endo-N-

acetyl-β-D-glucosaminidase, enzima pertencente ao complexo quitinolítico e

relacionada com mecanismos de patogenicidade.

Aparentemente todos os isolados estudados possuem diferentes isoformas de

quitinases. A temperatura ótima aparente para as quitinases extracelulares

produzidas pelos isolados variou de 50ºC a 60ºC e o pH ótimo de 4,0 a 5,5. Todas

as quitinases são estáveis a 30ºC e 40ºC, sendo a quitinase do IBCB 425 a mais

estável. A quitinase do isolado IBCB 384 é mais estável frente aos pH testados. A

ativação máxima para as quitinases dos isolados IBCB 167 e IBCB 425, é na

presença de BaCl2 e MnCl2, respectivamente, enquanto que as quitinases dos

isolados IBCB 360 e IBCB 384 não são ativadas. As quitinases estudadas são

144
Conclusão
tolerantes ao β- mercaptoetanol e inibidas por CuSO4, ZnSO4, Zn(No3)2, HgCl2 e

Pb(C2H3O2). Apresentaram ainda comportamento Michaeliano, sendo a maior

afinidade pelo substrato sintético 4-nitrofenil-N-Acetil-β-D glucosaminideo (NP-

GlcNAc) observada para a quitinase do isolado IBCB 360.

O isolado IBCB 425 apresenta o melhor desempenho na fase de pré-infecção e

o isolado IBCB 384 apresenta o melhor desempenho na de fase pós – infecção,

sendo o mais virulento.

Os resultados obtidos para a a carcterização bioquímica da enzima quitinase

produzida pelos isolados IBCB 167, IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425 do fungo

entomopatogênico M. anisopliae var. anisopliae, cultivados na presença de

crisálida, são relevantes e ressalta as diferenças entre eles. A patogenicidade e

virulência devem ser estudadas caso a caso, pois muitos fatores interferem no

processo de infecção e na relação patógeno/hospedeiro. Os isolados IBCB 167,

IBCB 360, IBCB 384 e IBCB 425 do fungo entomopatogênico M. anisopliae

apresentam potencial de patogenicidade que deve ser investigado sobre outros

hospedeiros.

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170
Anexo

ANEXO ARTIGO CIÊNTÍFICO:

Optimization of the Chitinase Production by

Different Metarhizium anisopliae Strains under

Solid-State Fermentation with Silkworm Chrysalis

as Substrate Using CCRD

171
Advances in Microbiology, 2012, 2, 268-276
doi:10.4236/aim.2012.23032 Published Online September 2012 (http://www.SciRP.org/journal/aim)

Optimization of the Chitinase Production by Different


Metarhizium anisopliae Strains under Solid-State
Fermentation with Silkworm Chrysalis as Substrate
Using CCRD
Cynthia Barbosa Rustiguel, João Atílio Jorge, Luis Henrique Souza Guimarães*
Department of Biology, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto,
Universidade de São Paulo, São Paulo, Brazil
Email: *[email protected]

Received April 20, 2012; revised May 30, 2012; accepted June 7, 2012

ABSTRACT
Entomopathogenic fungi, such as Metarhizium anisopliae, are able to control various insect pests. These fungi attack
the integument of the host using an enzymatic complex. Among the enzymes found in this complex, chitinase is an im-
portant component. However, the relation between the chitinase production and the virulence from different M. ani-
sopliae strains has not been analyzed. In this manuscript it is presented the chitinase production by four M. anisopliae
strains with different potential of virulence in Solid-State Fermentation using silkworm chrysalis as substrate. The
higher chitinase level was obtained with the strain IBCB 360 (7.14 U/g of substrate) with potential virulence of 68% on
Diatrea saccharalis. The enzyme production was optimized for all strains using a factorial planning (CCRD) consider-
ing the cultivation time and medium humidity as independent variables. The maximal production of chitinase was ob-
tained at a range from 8 to 12-days old cultures and from 45% to 62% of moisture according to the surface response
plot, with high R2 value. The enzyme production by the strain IBCB 167 was increased two-folds under optimized con-
ditions, while for the strains IBCB 360 and 425 the chitinase production was increased four-folds and nine-folds for the
strain IBCB 384.

Keywords: Entomopathogenic Fungus; Metarhizium anisopliae; Chitinase; Solid-State Fermentation

1. Introduction [2]. Some studies have discussed the relation between the
production of enzymes with pathogenicity and virulence
The entomopathogenic fungi are pathogens with a broad-
[3-5]. The entomopathogenic fungus Metarhizium aniso-
spectrum of action which are able to attack insects that
pliae is a deuteromycete from Monoliaceae family
live in different ecological niches in different stages of
widely distributed in the nature that can be easily found
development. Most of these species are specialized in
in the soil. This fungus has been studied due to its ability
penetrating the tegument [1]. The interaction between
to control insect pests [1,6,7]. Zappelini (2009) [8] analyz-
pathogen and host is influenced by different factors such
ed different strains of the entomopathogenic fungi Beau-
as enzymes production, environment temperature and
veria bassiana and M. anisopliae to verify their potential
humidity, light and ultraviolet radiation, as well as by
of infection and mortality on Diatrea saccharalis and it
nutritional conditions and host susceptibility. Thus, the
was observed that the virulence from each one of the 27
complete cycle of infection involves the sequential stages
M. anisopliae strains analyzed was variable. The strain
of adhesion, germination, appressorium formation, for-
IBCB 167, for example, was able to kill around 55% of
mation of staple penetration, penetration, colonization
D. saccharalis while the strains IBCB 360, IBCB384 and
and reproduction of the pathogen in the insect [1]. En-
IBCB 425 showed a mortality power of 68% - 90%.
zymes play an important role during the penetration of
These different values can be attributed to the enzymatic
the fungus in the host, especially during adhesion and
complex associated to the virulence, including chitinase.
germination which occurs at the germ tube formation,
Chitinases (EC 3.2.1.14) are enzymes widely spread in
releasing enzymes that degrade the cuticle of the insect
nature that can be found in a great diversity of organisms,
as, for example, proteases and chitinases, among others
with special attention to the filamentous fungi. Chitinase
*
Corresponding author. catalyzes the hydrolysis of chitin, an insoluble linear

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C. B. RUSTIGUEL ET AL. 269

molecule constituted by N-acetyl glucosamine units


linked by β-1, 4 (GlcNAc) linking [9] found in insect
cuticle. The complete hydrolysis of chitin occurs through
a chitinolytic system which acts synergistically and con-
secutively [10]. Chitinases are divided into two main
classes, the endochitinases and the exochitinases. The
endochitinases cleave chitin at random sites within the
polymer, releasing chito-oligosaccharides (chitotetraose,
chitotriose). The exochitinases cleave chitin from its
non-reducing end, releasing dimers (GlcNAc)2 [11,12].
These enzymes have multiple biological roles as, for (a) (b)
example, in the infection of insects by entomopathogenic
Figure 1. Pictures from intact chrysalis (a) and triturated
fungi. According to Boldo et al. (2009) [5], M. ani-
chrysalis (b) from silkworm used as substrate for chitinase
sopliae produces different chitinases related to the infec-
production by different strains from M. anisopliae under
tion process on the host. However, the relation between
SSF.
the level of chitinase production by different strains of M.
anisopliae and their virulence has not been analyzed.
Hence, this manuscript presents the production of chiti- h and harvested by gauze using Whatman paper No.1.
nase by the strains IBCB 167, IBCB 360, IBCB384 and The free cell filtrate, identified as extracellular crude
IBCB 425 from M. anisopliae with different virulence extract, was dialyzed against distilled water at 4˚C over-
potential and the optimization of enzyme production by night and used for chitinase activity determination.
factorial design (CCRD).
2.3. Determination of the Chitinase Activity
2. Material and Methods The determination of the chitinase activity was accomp-
2.1. Microorganisms lished using 1 mM of the synthetic substrate 4-Nitro-
phenyl N-acetyl-β-D glucosaminide (Sigma®) in 100 mM
Four different strains (IBCB 167, 360, 384 and 425) from sodium acetate buffer, pH 5.0. The reaction was per-
M. anisopliae classified according to their virulence po- formed using 200 μL of the substrate solution and 200
tential and deposited in the Collection of Entomo- μL of the enzymatic sample. After incubation at 60˚C,
pathogenic Microorganisms “Oldemar Cardim Abreu” the reaction was stopped at different time intervals by
from the Laboratory of Biological Control, Biological adding 1 mL of 1 M NaOH. All experiments were per-
Institute of Campinas, São Paulo, Brazil were used. The formed in triplicate. The p-nitrophenolate released was
strains were maintained on PDA (potato dextrose agar) quantified at λ = 405 nm in a spectrophotometer. One
slants and stored at 4˚C in refrigerator. Spores from 15 unit of enzyme activity (U) was defined as the amount of
days-old cultures were used to obtain new cultures, enzyme required to hydrolyze 1 µmol of substrate per
which were initially maintained at 25˚C for 7 days and minute under the assay conditions.
then stored at 4˚C.
2.4. Optimization of the Enzyme Production
2.2. Obtainment of Cultures under Solid-State
Fermentation (SSF) and Crude Extract The optimization of enzyme production for all M. ani-
sopliae strains under SSF was carried out using a facto-
The cultures under SSF were obtained by inoculating of rial design (22) (CCRD), where the independent variables
1 mL of a spore suspension (105 spores/mL) on 4 g of were the time of growth (X) and humidity (Y). These
crushed dry chrysalis from silkworm (BRATAC S.A., parameters were chosen because the microbial growth
Brazil) (Figure 1) as substrate/carbon source moistened and, consequently, the enzyme production are drastically
with tap water, yeast extract solution (1% m/V), SR salt influenced by the culture conditions, including water
solution [20×] [13] or Khanna salt solution [14], pre- activity and cultivation time, among others. The tem-
viously autoclaved at 120˚C, 1.5 atm for 30 minutes. The perature was maintained at 26˚C since the influence of
cultures were maintained in a stove at 26˚C for different this variable is a well characterized parameter for M.
periods (96 - 312 hours) with relative humidity around anisopliae growth. Three repetitions were performed at
76% monitored by a thermo hygrometer. the central points (0) and two outer points (–1.41, +1.41)
After incubation, the cultures were added with 50 mL were considered, totalizing 11 trials (Table 1). The re-
of cold distilled water previously autoclaved in the same sults were subjected to analysis of variance (ANOVA)
conditions cited above, maintained under agitation for 1 with p values of 0.05 and 0.1 using the software Statis-

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270 C. B. RUSTIGUEL ET AL.

tica 8.0 (Stat Soft). Values lower than the p values fixed (1.3:1 m/V). The solution of yeast extract has soluble
were considered statistically significant. The Pareto proteins, amino acids, biotin and it is rich in B complex
charts and surface response graphs were obtained using vitamins [15]. Amino acids are absorbed and utilized in
the same software. The equations that describe de model cellular metabolism, while the vitamins are important as
for the influence of each independent variable on the growth promoter and as co-enzymes [16]. These com-
enzymatic production were obtained using the same pounds present in the yeast extract solution as well as the
software and validated by the experimental results using composition of Khanna salt solution are able to supply
the best conditions of cultivation time (9 days-old cul- some nutritional necessity that can not be efficiently sup-
tures) and humidity (48%). plied by the other solutions analyzed. In addition, the
enzymatic production by IBCB 167 strain in the best
3. Results and Discussion condition was higher than that observed for the other
3.1. Influence of Salt Solution on the Enzyme strains also in the best conditions, regarding 5.3-folds
Production in SSF higher if compared to the IBCB 384 strain.

The availability of the nutrients and salts is an important 3.2. Optimization of Enzyme Production by
factor to the growth of microorganisms and, conse- CCRD
quently to the enzyme production. In Table 2, the influ-
ence of different salt solutions (tap water, yeast extract The experimental design is an important tool to analyze
solution, SR and Khanna salt solutions) on chitinase the enzyme production under different culture conditions,
production under SSF by M. anisopliae strains can be such as SSF, allowing to study the interaction of the in-
observed. Higher levels of chitinase were obtained when dependent variables. Bhanu et al. (2008) [17] used the
the substrate silkworm chrysalis was moistened with factorial design to evaluate the effect of pH, yeast extract
yeast extract (1%) at the ratio 1.3:1 (m/V) for the strains and mixtures of carbon sources on the production of co-
IBCB 167, 360 and 425, differing than that observed for nidia by M. anisopliae. Patel et al. (2007) [18] used a
the strain IBCB 384 with best enzyme production when Plackett-Burman with eight independent variables for
the substrate was moistened with Khanna salt solution chitinase production by Paenibacillus sabina JD2. The
influence of other parameters can also be evaluated as for
Table 1. Encoded and real values for both independent example the cultivation period and the humidity in SSF.
variables time of growth and medium humidity used for These parameters are determinant for fungal develop-
factorial design (CCRD) to evaluate the chitinase produc- ment and, consequently, for the enzyme production.
tion by four strains of M. anisopliae under SSF using silk- There is an optimal range of water activity for microbial
worm chrysalis as substrate.
growth that should be analyzed for each species. Ac-
Encoded values –1.41 –1.0 0 +1.0 +1.41 cording to Table 3, the influence of the independent
variables growth’ time and medium humidity on chiti-
Time of growth (days) 4 5 9 12 13
nase production by all four strains of M. anisopliae was
values
Real

Medium humidity (%) 23 30 48 65 72 analyzed using a 2nd-order planning. Both variables


k 1/4 showed a positive effect on the production of extracellu-
The encoded axial points were calculated using (2 ) , where k is the num-
ber of independent variables in the study. lar chitinase for all strains (IBCB 167, 360, 384 and 425),
regarding an increase in the enzymatic levels. The Pareto
Table 2. Influence of different salt solutions, tap water and chart for the enzyme production by the strain IBCB 167
solution of yeast extract in the production of chitinases by shows that the linear variable time of growth has a posi-
different isolates of the fungus M. anisopliae in SSF. tive effect on the enzyme production, but very long pe-
Extracellular chitinase activity (U/g substrate)
riods of time already have a negative effect. The linear
variable moisture shows that the addition of tap water is
Solution 167 360 384 425 favorable for chitinase production, but too much water
Tap water 0.73 ± 0.01 0.87 ± 0.01 0.35 ± 0.01 1.09 ± 0.01 turns the production into negative. The interaction be-
tween these variables was not significant (Figure 2(a)).
Yeast extract
solution
2.42 ± 0.05 1.76 ± 0.03 0.30 ± 0.01 1.33 ± 0.01 The CCRD performed for each strain was statistically
significant with the F-value calculated higher than the
SR salt
solution
0.63 ± 0.01 0.71 ± 0.01 0.20 ± 0.01 0.84 ± 0.01 F-value tabulated. The coefficient of determination (R2),
that explains the proportion of variation related to the
Khanna salt
solution
0.62 ± 0.01 0.72 ± 0.01 0.46 ± 0.01 0.85 ± 0.00 total variation of responses, obtained with the CCRD for
each strain was close to 1. The R2 obtained for the strain
The cultures were kept at 26˚C with relative humidity of around 76% for a
period of 168 hours. IBCB 167 was 0.87 (Table 4), with p value fixed at 0.1,

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C. B. RUSTIGUEL ET AL. 271

what allows the obtainment of the response surface plot chart (Figure 3(a)) shows that the linear variable time of
(Figure 2(b)) and the equation that describes the model growth has a positive effect on the production of chiti-
(Equation 1), where Z is the enzyme activity (U/g of nase, but a very long time has a negative effect as
substrate), x is the variable time of growth and y is the showed by the quadratic interaction. In addition, the lin-
variable humidity. ear variable moisture shows that the addition of tap water
is favorable for chitinase production, but the excess of
Z  5.36  1.63x  1.34x 2  1.09y  1.88y 2 (1)
water becomes unfavorable. The interaction between
2
Considering the strain IBCB 360, the R value was both variables had a negative effect. The F-value calcu-
0.89 with p-value fixed at 0.1, and all variables (linear lated was four-times higher than the F-value tabulated,
and quadratic mode) as well as the interaction between allowing the obtainment of the response surface plot
them were significant (Table 5). The respective Pareto (Figure 3(b)) and the equation that describes the model

Table 3. Total extracellular chitinase activity produced by isolates 360, 384 and 425 M. anisopliae cultured in SSF through the
CCRD.

Coded values Real values Chitinase activity (U/g substrate)

Treatments Time growth X Humidity Y Time growth Humidity % 167 360 384 425

1 –1.00 –1.00 5 30 0.00 0.00 0.00 0.04

2 1.00 –1.00 12 30 1.27 7.36 1.63 1.45

3 –1.00 1.00 5 65 1.14 3.90 0.72 4.26

4 1.00 1.00 12 65 3.49 4.68 2.81 6.27

5 0.00 0.00 9 48 5.38 6.18 4.60 6.38

6 0.00 0.00 9 48 5.10 7.23 3.63 6.02

7 0.00 0.00 9 48 5.59 6.96 4.51 5.84

8 –1.41 0.00 4 48 0.05 0.66 0.43 1.50

9 1.41 0.00 13 48 6.70 6.12 2.18 4.50

10 0.00 –1.41 9 23 0.40 0.33 0.44 0.55

11 0.00 1.41 9 72 4.17 6.98 1.29 3.29

(1)grow th(L)

humidity(Q)

grow th(Q)

(2)humidity(L)

1Lby2L

p= 0.1
Standardized effect estimate (absolute value)

(a) (b)

Figure 2. Pareto chart (a) and response surface plot (b) of the factorial design for the influence of the independent variable
time of growth and humidity on chitinase production by M. anisopliae IBCB 167 under SSF using silkworm chrysalis as sub-
strate.

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272 C. B. RUSTIGUEL ET AL.

Table 4. Analysis of variance (ANOVA) for chitinase pro- Table 5. Analysis of variance (ANOVA) for chitinase pro-
duction isolated 167 M. anisopliae grown in SSF. duction isolated 360 M. anisopliae grown in SSF.

Source for Sum of Degrees of Mean F Source for Sum of Degrees of Mean F

Variation Square Freedom Square Calculated Variation Square Freedom Square Calculated

Regression 54.59 3.00 18.19 15.15 Regression 76.50 4.00 19.13 12.10

Residual 8.39 7.00 1.20 Residual 9.48179 6.00 1.58

Total 62.99 10.00 Total 85.98456 10.00


2
Regression coefficient: R = 0.87; Ftab 0.90,3;7 = 3.07. Regression coefficient: R = 0.89; Ftab 0.90,3;7 = 3.18.

(1)grow th(L) 4.07

grow th(Q)
- 2.73

(2)humidity(L) 2.72

humidity(Q) - 2.50

1Lby2L -2.39

p= 0.1
Standardized ef f ect estimate (absolute v alue)

(a) (b)

Figure 3. Pareto chart (a) and response surface plot (b) of the factorial design for the influence of the independent variable
time of growth and humidity on chitinase production by M. anisopliae IBCB 360 under SSF using silkworm chrysalis as sub-
strate.

(Equation (2)), where Z is the enzyme activity (U/g of Z  4.25  0.78x  1.42x 2  0.39y  1.65y 2  0.12xy (3)
substrate), x is the variable growth time and y is the
variable humidity. According to Table 7, the R2 value was 0.93 for the
planning using the strain IBCB 425. The linear and
Z  6.79  1.98x  1.59x 2  1.33y  1.45y 2  1.64xy (2) quadratic effects for both independent variables were
The R2 value obtained for the strain IBCB 384 was statistically significant with p-value fixed at 0.05, but not
0.97, with p-value fixed at 0.1 (Table 6). The influence for the interaction effect (Figure 5(a)). The linear vari-
of all variables (linear and quadratic mode) was signifi- able time of growth had a positive effect on the produc-
cant. The same can not be observed for the interaction tion of chitinase, but long period has a negative effect as
between both variables. According to the Pareto chart shown by the quadratic effect. The analysis of the effect
(Figure 4(a)), the increase of the linear variable time of of the moisture showed that the addition of tap water was
growth has a positive effect on the chitinase production, favorable for chitinase production, but at high humidity
but a very long period lead to a negative effect. The lin- environment the enzymatic production is reduced (Fig-
ear variable humidity showed that the addition of tap ure 5(a)). The F-value calculated was 9 times higher
water is favorable for the enzyme production, but when than the F-tabulated allowing the obtainment of the re-
the humidity is excessive the production decreases. The sponse surface plot (Figure 4(b)) and of the adjusted
F-value calculated was 47.55 if compared to the F-value equation that describes the model (Equation (4)), where
tabulated of 3.62, what allows the obtainment of the re- Z is the enzyme activity (U/g of substrate), x is the vari-
sponse surface graph (Figure 4(b)) and the equation that able growth time and y is the variable humidity.
describes the model (Equation (3)), where Z is the en- Z  6.07  0.96x  1.40x 2  1.62y  1.95y 2 (4)
zyme activity (U/g of substrate), x is the variable growth
time and y is the variable humidity. The higher level of extracellular chitinase was ob-

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C. B. RUSTIGUEL ET AL. 273

Table 6. Analysis of variance (ANOVA) for chitinase pro- Table 7. Analysis of variance (ANOVA) for chitinase pro-
duction isolated 384 M. anisopliae grown in SSF. duction isolated 425 M. anisopliae grown in SSF.

Source for Sum of Degrees of Mean F Source for Sum of Degrees of Mean F

Variation Square Freedom Square Calculated Variation Square Freedom Square Calculated

Regression 26.76 3.00 8.92 47.55 Regression 53.77 3.00 17.92 29.34

Residual 0.93803 5.00 0.19 Residual 4.27600 7.00 0.61

Total 27.69867 10.00 Total 58.04445 10.00

Regression coefficient: R2 = 0.97; Ftab 0.90,3;5 = 3.62. Regression coefficient: R2 = 0.93; Ftab 0.95,3;7 = 3.07.

humidity(Q)
-9.00 humidity(Q) 4.07

growth(Q) -7.78 (2)humidity(L) 4.99

(1)growth(L)
5.01 growth(Q) -3.63

(2)humidity(L)
2.54 (1)growth(L) 2.96

1Lby2L 0.54 1Lby2L 0.33

p= 0.1 p= 0.05
Standardized effect estimate (absolute value) Standardized effect estimate (absolute value)

(a) (a)

(b)

Figure 4. Pareto chart (a) and response surface plot (b) of (b)
the factorial design for the influence of the independent Figure 5. Pareto chart (a) and response surface plot (b) of
variable time of growth and humidity on chitinase produc- the factorial design for the influence of the independent
tion by M. anisopliae IBCB 384 under SSF using silkworm variable time of growth and humidity on chitinase produc-
chrysalis as substrate. tion by M. anisopliae IBCB 425 under SSF using silkworm
chrysalis as substrate.
tained with the strain IBCB 360 (7.23 U/g of substrate)
with moisture ratio from 45% to 62% and incubation peri- - 65% of water under SSF using shrimp shellfish as sub-
ods of 8 to 12-days using silkworm chrysalis as substrate strate [19]. The optimization process of chitinase produc-
according to the analysis of the surface response plot. tion using CCRD allowed an increase in chitinase pro-
This same ratio for both variables was also observed for duction by all isolates if compared to the production
the other strains analyzed. Similarly, the chitinase pro- showed in Table 3. The enzyme production by the strain
duction by Aspergillus sp. S1-13 was increased with 58% IBCB 167 was increased two-times under optimized

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274 C. B. RUSTIGUEL ET AL.

conditions, while for the strains IBCB 360 and 425 the ruvianus was demonstrated by Boldo et al. (2009) [5].
chitinase production was increased four-times and nine- Mustafa & Kaur (2009) [28] also evaluated the produc-
times for the strain IBCB 384. Despite the good enzyme tion of extracellular enzymes from 12 strains of M. ani-
production with high humidity, M. anisopliae strains sopliae, observing a wide variation in the production of
were able to produce chitinases in dried conditions as extracellular enzymes. The extracellular lipase produced
well. This flexibility demonstrated by all strains is an by M. anisopliae also participates in the process of infec-
important factor that should be considered, since the tion [29]. The cultivation of M. anisopliae under FSbm
presence of water in the environment is unstable. Chiti- using cuticles of Dysdercus peruvianus, Boophilus mi-
nase production by the strain IBCB 360 under optimized croplus and Anticarsia gemmatalis as carbon sources
conditions was two times higher than that observed for showed differences in the secretion of total proteins,
the production by Trichoderma harzianum (3.14 U/g of chitinases and proteases [4]. These differences in the
substrate) under SSF using a mixture of chitin and wheat enzymes secretion are important as virulence factor di-
bran as substrate [20]. In addition, this is the first report rectly related with the potential of the fungus M. ani-
that shows the possibility to use chrysalis, a biological sopliae to recognize the structure of the cuticle of their
residue of the textile industry that is discarded into the host and to secrete the correct enzymatic pool. According
environment, as substrate for chitinase production by to Freimoser et al. (2003) [30], M. anisopliae can encode
different strains of M. anisopliae under SSF. different chitinase isoforms and other proteins as func-
All equations obtained were validated performing ex- tion of the material used as substrate.
periments using 9 day-old cultures and humidity adjusted The four M. anisopliae strains (IBCB 167, 360, 384
for 48%. Under these conditions the enzymatic activity and 425) studied have been recognized according to their
values experimentally obtained were 5.20, 7.07, 4.60 and potential to control the pest Diatraea saccharalis pro-
6.08 U/ g of substrate for the strains IBCB 167, 360, 384 moting the death of 55%, 68%, 90% and 82%, respect-
and 425, respectively, which are in agreement with the tively, of the insect [8]. However, the chitinase produc-
values obtained using the equations (Equation (1)-(4)) of tion by these strains had not been analyzed until this
5.36, 6.80, 4.25 and 6.07 U/g of substrate, respectively. moment. The chitinases produced by these strains can be
There are many works which demonstrate that the en- considered an important virulence factor. We found that
zymatic production using SSF is higher than those ob- the best producer of chitinase is the strain IBCB 360,
tained using Submerged Fermentation. The conditions what is not coincident with the best percentage of control
observed in SSF is much closer to the conditions found found to D. saccharalis. The strain IBCB 425 was the
in nature by the fungus. The chitinase production in both second best chitinase producer and was able to control
fermentation conditions has been reported for M. ani- 90% of the pest D. saccharalis. The strain IBCB 167 was
sopliae [17,21]. Usually, the conditions of the SSF are the third chitinase producer and did not show a good
simple and the substrate used has the necessary nutrients percentage of D. saccharalis control. Interestingly, the
for the growth of microorganism. The destination of the strain IBCB 384 was the lowest chitinase producer, but it
biological residues is a preoccupation around the world. was able to control 82% of the pest D. saccharalis. This
These residues, such as chrysalis can be used as alterna- is the first work that relates the production of extracellu-
tive substrates to produce enzymes, adding aggregate lar chitinase from these strains to understand the poten-
value to this organic residue and minimizing the negative tial capacity to control pests. It is important to highlight
impact in the environment. On the other hand, the use of that the potential of virulence of an entomopathogenic
low cost substrates has a significant advantage under fungus depends on different factors and not only of the
economic view, reducing the production costs in the in- chitinase production, what justifies the differences be-
dustry. Many works showing chitinase production have tween the chitinase production by each strain and its ca-
used colloidal chitin or crab and shrimp shell powder pacity to control D. saccharalis. These strains are able to
[22-25] as the main substrate/carbon source. Chitinase produce other virulence factors that were not quantified
production using arthropods cuticle was also demon- in this study. In addition, the use of chrysalis as substrate
strated by Da Silva et al. (2005) [4]. must induce the expression of other genes differently
Chitinase, among other enzymes, from entomophato- from that observed for the control of D. saccharalis.
genic fungi is related to pathogenicity and virulence. Differences in gene expression of M. anisopliae grown
Virulence is defined as the capacity degree that the mi- on cuticle or hemolymph from its host have been ob-
croorganisms have to cause disease [26]. The virulence served [31]. The results obtained are interesting and in-
of fungal strains over different arthropods is variable and dicate that chitinases produced by the strains IBCB 167,
it is related to the production of enzymes and other viru- 360, 384 and 425 of the fungus M. anisopliae on chrysa-
lence factors [27]. The production of endochitinase CH2 lis can have different degrees of participation in the in-
by M. anisopliae as a virulence factor on Dysdercuspe- fection process.

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C. B. RUSTIGUEL ET AL. 275

4. Conclusion Dissertation, Biological Institute, Campinas, São Paulo,


2009.
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indicating their potential to adapt to the environment doi:10.1590/S0100-40422005000500026
conditions, important factor that should be considered for [10] R. S. Patil, V. Ghormade and M. V. Deshpande, “Chiti-
the infection process. Under optimized condition by nolytic Enzymes: An Exploration,” Enzyme and Micro-
CCRD, the strain IBCB 360 was the best chitinase pro- bial Technology, Vol. 26, No. 7, 2000, pp. 473-483.
doi:10.1016/S0141-0229(00)00134-4
ducer although this strain is not the best controller of D.
saccharalis, indicating that other virulence factors are [11] L. Duo-Chuan, “Review of Fungal Chitinases,” Mycopa-
thology, Vol. 161, No. 6, 2006, pp. 345-360.
also involved in the infection.
doi:10.1007/s11046-006-0024-y
[12] D. M. F. Van Aalten, D. Komander, B. Systand, S.
5. Acknowledgements Gaseidnes, M. G. Peter and V. G. H. Eijsink, “Structural
This Investigation was supported by Fundação de Apoio Insights into the Catalytic Mechanism of a Family 18
Exochitinase,” Proceedings of the National of Sciences
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Academy, Vol. 98, No. 16, 2011, pp. 8979-8984.
denadoria de Apoio ao Ensino Superior (CAPES). This doi:10.1073/pnas.151103798
manuscript is part of the CBR Doctoral (Comparative
[13] A. C. S. Rizzatti, J. A. Jorge, H. F. Terenzi, C. G. V. Re-
Biology Post-Graduate Program, FFCLRP, USP). We chia and M. L. T. M. Polizeli, “Purification and Properties
thank BRATAC S.A. and Mauricio de Oliveira for tech- of a ThermosTable Extracellular β-D-Xylosidase Pro-
nical assistance. duced by Thermotolerant Aspergillus phoenicis,” Journal
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