Linguística Descritiva Do Português II - ANA
Linguística Descritiva Do Português II - ANA
Linguística Descritiva Do Português II - ANA
Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
Índice 0.5
Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura
organizacionais Discussão 0.5
Conclusão 0.5
Bibliografia 0.5
Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução Descrição dos
1.0
objectivos
Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão Revisão bibliográfica
nacional e internacional
2.0
relevante na área de
estudo
Exploração dos dados 2.5
Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA 6ª
Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 2.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice
1. Introdução ............................................................................................................................... 3
2.4. Outros recursos que igualmente podem veicular valores aspectuais. .................................. 8
3. Conclusão ............................................................................................................................. 10
1. Introdução
O presente trabalho aborda sobre tempo e aspecto gramatical. O aspecto gramatical é uma
categoria semântica aplicada ao verbo que expressa detalhes qualitativos ou quantitativos
internos de uma determinada ação, processo ou estado, quanto à sua implementação no tempo.
O tempo e o aspecto gramatical são elementos que ajudam a construir um texto ancorado
em pontos de referência temporais e aspectuais. Esse ponto de referência associa-se ao tempo
da enunciação e, assim, poderemos identificar num texto (ou aplicar se formos os autores) os
valores temporais de simultaneidade se o que escrevemos se situa no mesmo tempo quelhe
serve de ponto de referência, de anterioridade e de posterioridade se a situação descrita não
coincide com o tempo da enunciação. As formas verbais que mostram diferenças no tempo são
chamadas de tempo. É importante saber que os tempos são formados pela mudança do verbo.
Os tempos também são formados pela adição de verbos auxiliares. Por outro lado, aspecto
refere-se às mudanças nas formas verbais que expressamoutras ideias além das diferenças de
tempo.
O presente trabalho obedece a seguinte estrutura: Uma Introdução, objectivos, metodologia,
desenvolvimento, conclusão e referência bibliografia.
1.1.Objectivos
Geral:
Conhecer o tempo e aspecto gramatical.
Específicos:
Descrever a diferença entre tempo e aspecto gramatical;
Explicar a distinção da categoria linguística tempo e da categoria linguística aspecto;
Apresentar outros recursos que igualmente podem veicular valores aspectuais.
1.2.Metodologia
O aspecto gramatical é uma categoria semântica aplicada ao verbo que expressa detalhes
qualitativos ou quantitativos internos de uma determinada ação, processo ou estado, quanto à
sua implementação no tempo. Assim, os tempos verbais perfeito, imperfeito, mais-que-
perfeito são aplicáveis ao tempo pretérito, enquanto o futuro do presente e do pretérito se
aplicam ao tempo tempo futuro. (Campos, M. H., & Xavier, M. F. 1991,p.76).
O aspecto gramatical tem por objetivo explorar, intuitivamente, os valores aspectuais dos
tempos do verbo e dos adjuntos. Trata-se de uma questão de fases. Dizemos que o verbo, na
língua portuguesa, exprime aspecto porque ele nos dá a possibilidade de representar o mesmo
fato (ação, processo ou estado), ora como um todo indivisível, ora como composto por
diferentes fases - uma das quais é posta em foco. A necessidade de falar em fases aparece
claramente quando analisamos segmentos narrativos como este:
"Quando foi preso no Rio de Janeiro, Graciliano Ramos estava escrevendo Angústia."
Tem sido difícil entender, ou melhor, estabelecer claramente a distinção entre tempo e aspecto,
uma vez que ambos parecem referir-se a um mesmo conceito. Na verdade, eles são bem
distintos. Entretanto, qualquer falante do Português quando ouve ou lé fases como as que se
seguem,interprete-as, obviamente, como descrevendo situações localizadas no passado, no
presente e no futuro:
i.O Presidente visitou a UCM.
ii.O Presidente visita a UCM
iii.O Presidente visitará a UCM.
Embora a situação descrita por cada uma das frases seja a mesma (a visita do Presidente a
UCM), as frases podem ter valores de verdade diferentes devido à localização temporal
dasituação induzida pelo tempo gramatical utilizado.
Em i. a situação está localizada numintervalo de tempo anterior ao ponto da fala ou momento
da enunciação.
Em ii. A situaçãodescrita sobrepõe-se ao ponto de fala, uma vez que o intervalo de tempo em
que se localiza o ponto de evento e o ponto da fala têm momentos comuns.
Em iii. a situação descrita está localizada num intervalo de tempo posterior ao ponto da fala.
Ora, reparemos outra situação:
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Em linguística, o aspecto é uma propriedade dos verbos e circunlóquios verbal, para indicar se
a acção que expressam não foi concluída ou no instante indicado na referência de frase,ou seja,
refere-se aos diferentes estágios de desenvolvimento da acção expresso pelo verbo. (Campos &
Xavier, 1991,p.87). Ou seja, o aspecto fornece informações sobre a forma como é perspectivada
ou focalizada a estrutura temporal interna de uma situação descrita pela frase,em particular,
pela sua predicação. Contudo, as gramáticas confluem quanto à importância da necessidade da
distinção que háa fazer entre o evento e estado como base para à compreensão da tipologia
aspectual. Em português, assim como em outras línguas, para além da natureza semântica
dos predicados,as informações aspectuais distribuem-se pelos afixos que contêm também
informaçãotemporal, e também através da combinação de vários elementos associados
aos anteriores,como sejam certos adverbiais e a natureza sintáctico-semântica dos sintagmas
nominais, em particular dos que constituem complementos sub categorizados.
De acordo com Campos e Xavier (1991) eventos (chegar, atingir, nascer, morrer,
almoçar, pintar, etc.) são actividades dinâmicas que têm um fim delimitado, que pode ser
instantâneo («O João chegou cedo») ou prolongado («O João leu o livro em duas horas»).
Entretanto, os eventos podem ser télicos ou atélicos. Cada tipo pode ter ou não duração. Os
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eventos télicos, por seu tumo, podem ser chamados processos culminados e culminações.
(p.64).
Por outro lado, Faria (1996) afirma que estados são situações não dinâmicas que não
têm princípio nem fim («O João está doente»; «A Joana gosta de maçãs»). E por conseguinte,
os estados lexicais têm pontos de contactos com os eventos (processos), mas se distinguem
destes por não serem dinâmicos, não admitem pausa (intervalo) no todo homogêneo. Os estados
podem ser: faseáveis e não faseáveis. Os primeiros podem ocorrer em construções progressivas
(estar a + Infinitivo) e os segundos não. (p.32).
Todavia, segundo Covane (2017, p.53) “os pontos são eventos temporalmente indivisíveis e
que se distinguem das culminações por não admitirem um estado resultante”. Para compreender
melhor, interprete as frases que se seguem.
i. A Maria escreveu o relatório. (processo culminado)
ii. A Maria ganhou a corrida. (culminação)
iii. A Maria espirrou. (ponto)
iv. A Maria trabalhou. (processo)
Os estados lexicais têm algo em comum com os processos, pois são também atélicos,
nãodelimitados por natureza e homogêneos. No entanto, distinguem-se dos processos por
não.serem dinâmicos. Acresce que os estados não admitem qualquer tipo de pausa (intervalo)no
todo homogêneo, enquanto os processos as admitem.
i. A Maria trabalhou.
ii. A Maria está doente.
Repare que enquanto estar doente não admite qualquer pausa, sob pena de deixar de
ficar doente, trabalhar admite pequenos intervalos na actividade sem que isso ponha em causa
o próprio processo. (p.97).
As diferenças entre tempo e aspecto sao:
As formas verbais que mostram diferenças no tempo são chamadas de tempo.
Éimportante saber que os tempos são formados pela mudança do verbo.
Os tempos também são formados pela adição de verbos auxiliares.
Por outro lado, aspecto refere-se às mudanças nas formas verbais que expressamoutras
ideias além das diferenças de tempo.
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Pode-se definir tempo linguístico como tempo da situação referida a algum outro
tempo,normalmente, o momento da fala. O tempo não é marcado de forma explícita, pois o
tempo verbal é tomado como indicação de um determinado tempo em relação ao presente.
Segundo Travaglia (2006, p. 39), a categoria de tempo situa o momento de ocorrência
dasituação a que nos referimos em relação ao momento da fala como anterior (passado),
simultâneo (presente) e posterior (futuro). É considerada uma categoria dêitica
pelo autor, pois serve para expressar distinções que dizem respeito ao tempo em que ocorre o
ato defala. Para o autor, tempo é uma categoria dêitica porque estabelece a localização no
tempo, easpecto é uma categoria não dêitica, pois seu significado não remete ao momento
daenunciação.
Na mesma linha de raciocínio, Comrie (1976) indica uma diferenciação entretempo e aspecto
ao enunciar que a expressão “constituição temporal interna” trata-se deuma compreensão em
termos da oposição proposta entre “tempo interno da situação”, quediz respeito a aspecto, e
“tempo externo da situação”, que se refere a tempo. A noção de aspecto pode ser tratada pelo
menos de dois pontos de vista: o lexical e ogramatical. (p.193).
O aspecto lexical, ou de um verbo consiste no modo como se encontra em umaestrutura e como
tal verbo expressa evento, estado, processo ou ação. O aspecto lexical sedistingue do aspecto
gramatical porque o aspecto lexical é uma propriedade inerente deuma eventualidade, já o
aspecto gramatical seria uma propriedade de uma realização sintática ou morfológica. O
primeiro é invariável e o segundo é dependente da necessidadedo falante.Um dos autores que
trouxe uma importante discussão a respeito do aspecto lexical é Vendler (1967), o qual propõe
uma classificação para as classes acionais. Segundo o autor,existem quatro classes:
a) Os verbos estativos, que seriam os verbos em que se observam um evento
sem finalevidente, mas com certa duração.
Exemplo:
“amar”
b) Os verbos de atividade, que seriam aqueles com final arbitrário atingindo apenas por
meio de intervenção externa.
Exemplo:
“caminhar”
c) Os verbos
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Que seriam os verbos que demonstram duraçãomarcada por fases sucessivas até que o fim seja
alcançado.
Exemplo:
“pintar uma casa”.
d) os verbos
Que são aqueles em que se observa apenas o desfecho finalda ação, alcançado de forma
instantânea.
Exemplo:
“nascer”.
Outros autores chamam a atenção para a importância do complemento verbal e do papel
doadvérbio na determinação do aspecto lexical, tal como Arad (1996).
Podemos observar duas orações como “
Luíza corre ”e“
Luíza corre até a praia”.
Não percebemos a finitude do evento, ao passo que, na segunda sentença, o percebemos.
Notadamente, a diferença entre as duas orações ancora-se na natureza do SP “até a praia”.
Na primeira sentença, teríamos associado ao SV, o traço de atelicidade. Na segunda, o traço de
telicidade. Essas noções constituiriam o que denominamos de aspecto lexical.Além disso,
teríamos outra forma de classificarmos o aspecto, que é denominado aspectogramatical. Ou
seja, ao vislumbrarmos frases como “
Eu estudei a matéria ” e “ Eu estudava a matéria todos os dias”, percebemos que as duas têm,
como tempo, o passado. A diferença entre elas reside na noção aspectual. Isto é, na primeira
frase, a ideia é de que o evento éfindado e, na segunda, há ideia de progressão. Essas noções de
eventos acabados e nãoacabados estão ligadas a aspecto gramatical e estão reveladas por
morfemas. Nos dois casos, respectivamente, temos: –Ø– no pretérito perfeito (estude–Ø–i), em
que –Ø– é ummorfema zero que indica tempo passado e aspecto perfectivo. Já em “estudava”,
temos omorfema –va-, no pretérito imperfeito (estuda –va– Ø), indicando que o tempo está
no passado e o aspecto está no imperfectivo. (p.89).
Chamamos de compostos aqueles aspectos que são caracterizados por mais de uma
noçãoaspectual. É o caso, por exemplo, do Perfectivo e Imperfectivo1 na definição que deles
deram Castilho (1967) e Comrie (1976). Aspectos simples serão aqueles caracterizados
por uma única noção aspectual.
3. Conclusão
Conclui-se que o aspecto gramatical tem por objetivo explorar, intuitivamente, os valores
aspectuais dos tempos do verbo e dos adjuntos. Trata-se de uma questão de fases. Dizemos que
o verbo, na língua portuguesa, exprime aspecto porque ele nos dá a possibilidade de representar
o mesmo fato (ação, processo ou estado), ora como um todo indivisível, ora como composto
por diferentes fases - uma das quais é posta em foco. Em linguística, o aspecto é uma
propriedade dos verbos e circunlóquios verbal, para indicar se a acção que expressam não foi
concluída ou no instante indicado na referência de frase,ou seja, refere-se aos diferentes estágios
de desenvolvimento da acção expresso pelo verbo. As gramáticas confluem quanto à
importância da necessidade da distinção que háa fazer entre o evento e estado como base para
à compreensão da tipologia aspectual. Em português, assim como em outras línguas, para
além da natureza semântica dos predicados,as informações aspectuais distribuem-se pelos
afixos que contêm também informação temporal, e também através da combinação de vários
elementos associados aos anteriores,como sejam certos adverbiais e a natureza sintáctico-
semântica dos sintagmas nominais, em particular dos que constituem complementos sub
categorizados.
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4. Referências Bibliográficas
Campos, M. H., & Xavier, M. F. (1991). Conceitos básicos. Lisboa: UniversidadeAberta.
Castilho, A. T. (1967). Introdução ao estudo do aspecto verbal na língua portuguesa. Alfa:
Marília.
Comrie, B. (1976). Aspect: an introduction to the study of verbal aspect andrelated problems.
London: Cambridge University Press.
Covane, L. A. (2017). Linguistica Descritiva II. Maputo: UCM.
Travaglia, L. C. (2016). O aspecto verbal no Português : categoria e suaexpressão. Uberlândia:
EDUFU.
Vendler, Z. (1967). Verbs and Times. In Linguistics in Philosophy. Devecser :Cornell
University Press.