LDP Albano II
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Índice
Introducao ......................................................................................................................... 4
O modo ..............................................................................................................................8
O tempo .............................................................................................................................9
Conclusão ........................................................................................................................13
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Introducao
O presente trabalho da cadeira de Linguística descritiva em português II que fala de
aspecto e o tempo gramatical, importa dizer que o aspecto, por seu turno, fornece
informações sobre a forma como é perspectiva da ou focalizada a estrutura temporal
interna de uma situação descrita pela frase, em particular, pela sua predicação. As
gramáticas confluem quanto à importância da necessidade da distinção que há a fazer
entre o evento e estado como base para a compreensão da tipologia aspectual.
Em português, assim como em outras línguas, para além da natureza semântica dos
predicados, as informações aspectuais distribuem-se pelos afixos que contêm também
informação temporal, e também através da combinação de vários elementos associados
aos anteriores, como sejam certos adverbiais e a natureza sintáctico-semântica dos
sintagmas nominais, em particular dos que constituem complementos subcategorizados.
Os eventos podem ser télicos ou atélicos.
Cada tipo pode ter ou não duração. Os eventos télicos, por seu turno, podem ser
chamados processos culminados e culminações. Os estados lexicais têm pontos de
contactos com os processos, mas se distinguem destes por não serem dinâmicos, não
admitem pausa (intervalo) no todo homogéneo.
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O Tempo e Aspecto gramatical
Enquanto a categoria gramatical tempo é responsável pela constituição temporal externa,
uma vez que estabelece relações com o momento de fala e pontos de referência, a
categoria gramatical aspecto costuma designar os diferentes modos de perceber a
constituição temporal interna de uma situação (COMRIE, 1976).
A marcação de aspecto pode ser considerada como uma escolha estilística, uma vez que
o falante opta por marcar ou não o seu enunciado aspectualmente de acordo com a
importância que ele atribui à chamada de atenção do ouvinte para a temporalidade
interna (BORBA COSTA, 1990).
Quanto à expressão, o aspecto não é marcado exclusivamente por um elemento
gramatical. Existem diferentes tipos de manifestação do aspecto. Há o aspecto inerente
ao verbo; há o aspecto codificado pela morfologia verbal e, ainda, o aspecto codificado
pelos modificadores adverbiais, todos interagindo entre si e resultando no aspecto da
situação. Uma consideração a ser feita é que não há consenso também da existência de
aspecto como uma categoria em todas as línguas.
As línguas eslavas têm uma categoria aspectual, já que possuem oposição binária
aspecto marcado/não-marcado no próprio paradigma verbal. Já as línguas românicas
não teriam a categoria aspecto porque não há oposição binária no paradigma verbal.
Ilari (1997, p. 38), entretanto, reconhece no português uma categoria aspectual,
relacionada à expressão da duração, que se manifesta na oposição pretérito
perfeito/pretérito imperfeito.
O aspecto perfectivo é caracterizado pela perspectiva global da situação, que é expressa
fechada, formando uma unidade ou conjunto, cuja constituição interna não interessa
referir ou especificar. Já o aspecto imperfectivo expressa diferentes nuanças da
temporalidade interna: que se desenrola (cursivo), ou selecionando fases do tempo
internam (inicial, medial, final), ou expressando estados resultativos, dentre outras
possibilidades.
O aspecto imperfectivo não identifica os pontos inicial ou final da situação, mas
focaliza o seu desenvolvimento, em contraponto ao perfectivo, que enfatiza os pontos
inicial ou final. E a escolha por uma marcação aspectual é influenciada pelo relevo à
situação dado pelo falante.
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Assim, pretérito perfeito e imperfeito são formas verbais que podem codificar passado
perfectivo e imperfectivo, respectivamente. Assim como a conceituação da categoria
aspecto é controversa, também o é a classificação da dimensão imperfectiva.
Considerando os contextos de uso do passado imperfectivo, são analisadas três
propostas de classificação aspectual, para ao final chegar-se a uma proposta de
classificação que dê conta dos dados sob análise
. A primeira proposta é a classificação hierárquica de Comrie (1976), que trata do
sentido aspectual mais específico do imperfectivo, o progressivo, ao sentido mais amplo,
o imperfectivo genérico.
A segunda proposta é a sistematização de Wachowicz (2003), que adapta a classificação
de Castilho (2003) para recobrir as nuanças aspectuais das construções com estar +
Vndo. E a terceira é a proposta de Bertinetto, Ebert e De Groot (2000), que lidam com a
noção de perspectivização.
Para Comrie (1976), o aspecto imperfectivo contrasta com o perfectivo. Uma situação
imperfectiva é aquela em andamento em relação a um ponto de referência específico,
seja presente ou passado. O imperfectivo também é uma característica de um período de
tempo que inclui o ponto de referência, como uma situação habitual. É usado em
situações de fundo, ao contrário do perfectivo, que codifica situações de figura
(sequências de eventos). O imperfectivo é o sentido mais geral e mais abstrato da
aspectualidade.
O aspecto habitual recobre uma situação sistematicamente repetida em diferentes
ocasiões, presente, passado, ou ambos. A habitualidade pode, ainda, se desdobrar em
aspecto iterativo e frequentativo.
O aspecto iterativo codifica uma situação que é repetida em uma ocasião específica.
Este tipo de aspecto tem restrições lexicais. Já o aspecto frequentativo abarca o sentido
habitual, mas especifica a frequência da ação durante o período de tempo. Uma situação
que manifesta aspecto contínuo, seja dinâmica ou estática, caracteriza-se por estar em
andamento em relação ao ponto de referência. Já o progressivo codifica uma situação
em andamento em relação ao ponto de referência em predicados dinâmicos.
A própria posição ocupada na classificação aspectual de Comrie (1976), na evidencia
que o progressivo é o sentido aspectual mais específico.
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O rótulo ‘imperfectivo genérico’, utilizado por Torres Cacoullos (2001), é determinado
pelas relações de dominância estabelecidas na proposta de classificação aspectual de
Comrie (1976), e pode recobrir qualquer um dos valores aspectuais do imperfectivo. Em
caso de ambiguidade entre os valores habitual e contínuo, o único consenso é que se
trata de um valor aspectual imperfectivo, daí o rótulo ‘imperfectivo genérico’.
Fundamentada ainda nas constatações de Godoi (1992), a autora afirma que a forma do
PPROG e a do IMP estão co-ocorrendo com a mesma função semântica no português
(WACHOWICZ, 2003, p. 214), portanto, a sua proposta de classificação aspectual
também deve dar conta dos dados de passado imperfectivo.
O verbo pode se caracterizar de três maneiras, por seu modo, por seu tempo ou por seu
aspecto.
O modo
O modo é uma das características do verbo. Ele permite exprimir a atitude da pessoa
que fala em relação ao que ela diz. Observe:
- Paul vient (Paul vem) – modo indicativo: é enunciado um fato, uma realidade;
- Je voudrais que Paul vienne (Eu gostaria que Paul viesse) – modo subjuntivo: é
enunciado um desejo. Mas uma mesma atitude, uma mesma intenção de comunicação
pode ser expressa deferentemente:
- Vous fermez la fenêtre, s’il vous plaît ? (Você fecha a janela, por favor?) – modo
indicativo;
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O tempo
A palavra francesa “temps” (tempo), como em português, é ambígua pois pode designar
o tempo vivido e o tempo gramatical.
Ora esses dois momentos se coincidem, ora não se coincidem, o acontecimento pode se
situar antes ou depois do momento em que se fala.
A teoria de Reichenbach (1947) foi proposta com base na língua inglesa e considera o
arranjo de três momentos na linha temporal
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A diferença entre tempo e aspecto gramatical;
Domínio funcional é o escopo de atuação de uma dada função desempenhada por uma
(ou mais) dada forma em uma dada língua.
O termo domínio funcional foi postulado por Givón (1984), e costuma ser evocado
frequentemente em estudos funcionalistas da língua. Hopper (1991, p. 22-23) define o
termo como alguma área funcional (tempo, aspecto, modalidade, caso, referência) que
frequentemente se torna gramaticalizada (no sentido de entrar na gramática da língua).
Tempo, aspecto e modalidade são domínios funcionais direta ou indiretamente ligados a
verbos.
No modo indicativo, todos os tempos verbais têm forma composta, exceto o presente e
o pretérito imperfeito, tempos que na forma simples entram na formação do pretérito
perfeito e do mais-que-perfeito compostos, respectivamente.
As novas formas que surgem não são reconhecidas pelas gramáticas normativas como
formas compostas. Alguns gramáticos as denominam de locuções, outros, perífrases.
Locução, forma composta e perifrástica são termos que geram controvérsia, algumas
vezes sendo usados como equivalentes. A locução verbal costuma designar construções
formadas por dois ou mais verbos para exprimir um único fato verbal. O primeiro verbo
é o auxiliar e o último é o principal, em uma das formas nominais (infinitivo, gerúndio
ou particípio).
Dentre as locuções verbais, as formadas pelos auxiliares ter e haver e verbo principal no
particípio são rotuladas pelas gramáticas normativas como formas (ou conjugações)
compostas. E as demais locuções seriam formas (ou conjugações) perifrásticas. Por
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convenção, denominem-se formas perifrásticas as construções com verbo auxiliar e
forma nominal, não importando as prescrições da gramática normativa (tinha amado é
uma perífrase, assim como estava amando).
A modalidade não parece, à primeira vista, um valor saliente nos contextos de passado
imperfectivo. Entretanto, Godoi (1993) e Corôa (2005) sugerem uma proposta que
atribui a diferença do uso entre a forma simples e a forma composta do passado
imperfectivo ao plano da modalidade.
Para Godoi (1993) propõe que a diferença entre a forma progressiva e a não-progressiva
não está no plano temporal nem no plano aspectual, mas sim na oposição
evidência/conhecimento, no domínio da modalidade (PALMER, 1986).
Ambas as autoras se inspiram em Woisetschlaeger (1976), que propõe uma distinção
entre descrição fenomenal/evidência e descrição estrutural/ conhecimento,
correlacionada a progressivo e não-progressivo.
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Outros recursos que igualmente podem veicular valores aspectuais
Para Castilho (2003) chama de semelfactivo e iterativos os aspectos operativos
qualitativos (ver quadro 3); a distinção entre iterativo e habitual é feita por Wachowicz
(2003), embora o autor faça distinção entre iterativo determinado e indeterminado.
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Conclusão
Em línguas que não apresentam qualquer marca específica de Aspecto, como o
português, o Aspecto é influenciado por vários factores. Os factores que vamos
considerar são os morfemas usualmente considerados temporais, os operadores
aspectuais e a natureza semântica dos complementos. O efeito aspectual de iteratividade
parece estar relacionado com o facto de a duração estabelecida pelo Pretérito Perfeito
Composto ser bastante vaga, não quanto ao seu início como em relação ao termo.
Assim, a questão fundamental sobre o tempo é que se trata de uma categoria dêitica.
Uma proposição temporalizada, portanto, será não apenas delimitada ou restringida pelo
tempo: ela conterá alguma referência a algum ponto ou período do tempo que só pode
ser identificado em termos do ponto-zero da enunciação. As línguas costumam, pois,
apresentar certa organização lingüística da noção de tempo. Pouco importa, do ponto de
vista semântico, que tal noção que se marque na flexão do verbo ou mediante partículas,
advérbios etc. - isso é questão da estrutura formal da língua.
De uma ou de outra forma, é possível depreender nas línguas a noção de tempo: seja um
passado e um futuro separados por um presente; seja um presente-passado oposto a um
futuro; seja um presente-futuro distinto de um passado. Trata-se comumente de
distinções susceptíveis de variações de aspecto, ainda que esta última categoria tenha
proeminência formal em numerosas línguas.
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Referencia Bibliográfica
CASTILHO, A. T. de. (2002) Aspecto verbal no Português falado. In: ABAURRE, M.
B. M. e RODRIGUES, A. C. S. (Org.) Gramática do português falado: novos estudos
descritivos. Campinas, SP: Unicamp. v.8, p.83-121.
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