Bioquímica

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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

O Papel dos Antioxidantes na Saúde Humana: Mecanismos Bioquímicos e


Aplicações Terapêuticas.

Alcides Cardoso Joao Nacucha: 708223315


Turma: G

Curso: Ensino de Biologia


Disciplina: Bioquímica
Docente:
Ano de Frequência: 3o ano

Nampula, Maio de 2024


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Bibliográficas citações e
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bibliografia
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Índice
1. Introdução .............................................................................................................................. 3

1.1. Objectivos ........................................................................................................................... 3

1.2. Metodologia ........................................................................................................................ 3

2. Papel dos antioxidantes na saúde humana: mecanismos bioquímicos e aplicações


terapêuticas. ............................................................................................................................... 4

2.1. Mecanismos bioquímicos envolvidos na acção dos antioxidantes ..................................... 4

2.2. Fontes naturais ricas em antioxidantes e seu potencial na promoção da saúde .................. 4

2.3. Relação entre o consumo de antioxidantes e a prevenção de doenças crónicas ................. 6

2.4. Métodos analíticos disponíveis para avaliação da capacidade antioxidante de compostos e


alimentos .................................................................................................................................... 6

2.5. Aplicações terapêuticas dos antioxidantes na medicina e na indústria de alimentos e


cosméticos. ................................................................................................................................. 8

3. Conclusão............................................................................................................................. 12

4. Referência Bibliográfica ...................................................................................................... 13


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1. Introdução
O presente trabalho aborda sobre o papel dos antioxidantes na saúde humana: mecanismos
bioquímicos e aplicações terapêuticas. Os antioxidantes são substâncias que protegem as
células e o material genético da oxidação, processo que ocorre naturalmente no organismo
devido à produção de radicais livres, podendo ser agravado por excesso de medicamentos,
alimentação inadequada, tabagismo, alto consumo de bebidas alcóolicas e exposição solar. Os
flavonoides, apesar de ainda não serem completamente conhecidos, apresentam um importante
potencial terapêutico e diferentes atividades biológicas, como atividade antimicrobiana,
antifúngica, antiviral, antibacteriana, antiparasitária, atividade imunomoduladora, anti-
inflamatória e antioxidante (intimamente ligada a estrutura dos flavonoides e ao número de
substituintes hidroxilas (radicais fenólicos).

1.1. Objectivos
Geral:
 Conhecer o papel dos antioxidantes na saúde humana: mecanismos bioquímicos e
aplicações terapêuticas.
Específicos:
 Investigar e compreender os mecanismos bioquímicos envolvidos na acção dos
antioxidantes;
 Identificar fontes naturais ricas em antioxidantes e seu potencial na promoção da saúde;
 Descrever a relação entre o consumo de antioxidantes e a prevenção de doenças
crónicas;
 Descrever os métodos analíticos disponíveis para avaliação da capacidade antioxidante
de compostos e alimentos;
 Propor perspectivas futuras e possíveis aplicações terapêuticas dos antioxidantes na
medicina e na indústria de alimentos e cosméticos.

1.2. Metodologia
Para o presente trabalho, foram usados elementos constituintes do processo metodológico que
de certa maneira contribuíram para realização do mesmo, tais consulta bibliográfica que
envolve a leitura e análise de informação adquirida ma internet.
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2. Papel dos antioxidantes na saúde humana: mecanismos bioquímicos e aplicações


terapêuticas.

2.1. Mecanismos bioquímicos envolvidos na acção dos antioxidantes


Segundo Bianchi, M.L.P. & Antunes, L.M.G. (1999), os antioxidantes são substâncias que
protegem as células e o material genético da oxidação, processo que ocorre naturalmente no
organismo devido à produção de radicais livres, podendo ser agravado por excesso de
medicamentos, alimentação inadequada, tabagismo, alto consumo de bebidas alcóolicas e
exposição solar e a poluentes ambientais.Existe uma grande variedade de alimentos ricos em
antioxidantes. Frutas, legumes, verduras, sementes e grãos são as principais fontes naturais.
(p.76).

Algumas ervas aromáticas, especiarias, chás, cafés e cacau também fornecem boas quantidades
dessas substâncias. Ao desempenharem suas funções, esses compostos auxiliam no
fortalecimento do sistema imunológico e na prevenção de doenças como artrite reumatóide,
alguns tipos de câncer, doenças cardiovasculares e neurodegenerativas, como o Mal de
Alzheimer, por exemplo. (Silva C. R.; et al. 2010,p.76).

Garantir o consumo desses nutrientes de forma natural, por meio da alimentação, é sempre o
mais recomendado. Vale ressaltar, que outros hábitos saudáveis também devem ser adquiridos,
como a redução do estresse, o controle do tabagismo, a diminuição do consumo de bebidas
alcóolicas, a melhora na qualidade do sono e a maior proteção à exposição solar e a poluentes.

Os antioxidantes primários são compostos fenólicos que promovem a remoção ou inativação


dos radicais livres formados durante a iniciação ou propagação da reação, através da doação de
átomos de hidrogênio a estas moléculas, interrompendo a reação em cadeia. (Bianchi, M.L.P.
& Antunes, L.M.G. 1999,p.76).

2.2. Fontes naturais ricas em antioxidantes e seu potencial na promoção da saúde

Frutas e derivados

Antioxidantes, como a vitamina C, a vitamina E, os carotenoides e flavonoides, estão presentes


como constituintes dietéticos

Verduras, hortaliças e temperos


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Bebidas

Vinhos contêm uma ampla variedade de compostos polifenólicos, em especial resveratrol e


seus derivados. Além de vinhos, estudos registram a atividade antioxidante em outros tipos de
bebidas alcoólicas, como licor e cerveja. Chá verde e chá preto têm sido extensivamente
estudados quanto às propriedades antioxidantes frente a uma variedade de espécies
reativas. Turkmen e colaboradores estudaram o efeito do tipo de solvente utilizado no processo
de extração sobre o conteúdo de fenóis e a capacidade antioxidante de chá preto e chá mate.

Plantas e temperos

Muitos dos princípios ativos em plantas medicinais são compostos fenólicos. Existe um grande
número de trabalhos na literatura que descrevem a atividade antioxidante de ervas, plantas
medicinais e temperos.

Em particular, o pólen apícola é um aglomerado de pólen de flores de várias fontes vegetais,


que é coletado pelas abelhas e misturado com néctar e secreções das glândulas hipofaringeanas,
que contêm as enzimas α e β-glicosidase. Este aglomerado contém nutrientes, como
carboidratos, proteínas, aminoácidos, lipídios, vitaminas e minerais, além de carotenoides,
flavonoides e fitosteróis, o que justifica a sua utilização como alimento alternativo e/ou
suplemento alimentar. Pólens apícolas mostraram-se altamente promissores, devido à sua alta
capacidade antioxidante.

Sementes

Sementes são fontes alternativas naturais de antioxidantes

Fontes residuais

O grande interesse na substituição de antioxidantes alimentares sintéticos por naturais


despertou intensa procura por materiais vegetais brutos para a identificação de novos
antioxidantes. As reações de oxidação não são de interesse exclusivo das indústrias
alimentícias, na medida em que influenciam a produção de outros bens oxidáveis, como
cosméticos, farmacêuticos e plásticos. (Alves, C. Q. 2010,p.32).
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2.3. Relação entre o consumo de antioxidantes e a prevenção de doenças crónicas

As doenças crônicas não transmissíveis podem ser agravadas pelo estresse oxidativo, que é um
desequilíbrio entre as espécies reativas de oxigênio e a capacidade de ação dos antioxidantes.
Para reduzir os danos do estresse oxidativo, os antioxidantes atuam como moléculas suicidas,
neutralizando o radical livre. Os antioxidantes são substâncias que protegem as células e o
material genético da oxidação, processo que ocorre naturalmente no organismo devido à
produção de radicais livres, podendo ser agravado por excesso de medicamentos, alimentação
inadequada, tabagismo, alto consumo de bebidas alcóolicas e exposição solar. (Bianchi, M.L.P.
& Antunes, L.M.G. 1999,p.87).

2.4. Métodos analíticos disponíveis para avaliação da capacidade antioxidante de


compostos e alimentos

Estratégias da defesa antioxidante

A produção contínua de radicais livres durante os processos metabólicos levou ao


desenvolvimento de muitos mecanismos de defesa antioxidante para limitar os níveis
intracelulares e impedir a indução de danos (Sies, 1993). Os antioxidantes são agentes
responsáveis pela inibição e redução das lesões causadas pelos radicais livres nas células.

Uma ampla definição de antioxidante é "qualquer substância que, presente em baixas


concentrações quando comparada a do substrato oxidável, atrasa ou inibe a oxidação deste
substrato de maneira eficaz" (Sies & Stahl, 1995,p.87).

Esses agentes que protegem as células contra os efeitos dos radicais livres podem ser
classificados em antioxidantes enzimáticos ou não-enzimáticos. (Sies, 1993,p.87).

Mecanismos de proteção

Os antioxidantes atuam em diferentes níveis na proteção dos organismos:

 O primeiro mecanismo de defesa contra os radicais livres é impedir a sua formação,


principalmente pela inibição das reações em cadeia com o ferro e o cobre.

 Os antioxidantes são capazes de interceptar os radicais livres gerados pelo metabolismo


celular ou por fontes exógenas, impedindo o ataque sobre os lipídeos, os aminoácidos
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das proteínas, a dupla ligação dos ácidos graxos poliinsaturados e as bases do DNA,
evitando a formação de lesões e perda da integridade celular. Os antioxidantes obtidos
da dieta, tais como as vitaminas C, E e A, os flavonóides e carotenóides são
extremamente importantes na intercepção dos radicais livres.

 Outro mecanismo de proteção é o reparo das lesões causadas pelos radicais. Esse
processo está relacionado com a remoção de danos da molécula de DNA e a
reconstituição das membranas celulares danificadas.

 Em algumas situações pode ocorrer uma adaptação do organismo em resposta a geração


desses radicais com o aumento da síntese de enzimas antioxidantes. (Bianchi, M.L.P.
& Antunes, L.M.G. 1999,p.89).

O controle do nível das enzimas antioxidantes nas células é extremamente importante para a
sobrevivência no ambiente aeróbico (Barnett & King, 1995). Os organismos eucariotos
possuem enzimas antioxidantes como a superóxido dismutase, a catalase e a glutationa
peroxidase que reagem com os compostos oxidantes e protegem as células e os tecidos do
estresse oxidativo (Traber, 1997). Em adição aos efeitos protetores dos antioxidantes
endógenos, a inclusão de antioxidantes na dieta é de grande importância e o consumo de frutas
e vegetais está relacionado com a diminuição do risco do desenvolvimento de doenças
associadas ao acúmulo de radicais livres (Pompella, 1997).

Os estudos sobre os antioxidantes têm ressaltado, principalmente, o uso de nutrientes isolados


no tratamento e prevenção de doenças. Entretanto, nos alimentos são encontrados uma grande
variedade de substâncias que podem atuar em sinergismo na proteção das células e tecidos
(Jacob, 1995; Niki et al., 1995; Hercberg et al., 1998).

O efeito cooperativo entre as vitaminas C e E é freqüentemente mencionado na literatura,


mostrando que a interação dessas vitaminas é efetiva na inibição da peroxidação dos lipídeos
da membrana e na proteção do DNA (Gey, 1998).

A importância concernente ao desempenho dos antioxidantes in vivo depende dos fatores: tipos
de radicais livres formados; onde e como são gerados esses radicais; análise e métodos para a
identificação dos danos, e doses ideais para obter proteção.
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Assim, é perfeitamente possível que um antioxidante atue como protetor em determinado


sistema, mas que falhe na proteção, ou mesmo que aumente as lesões induzidas em outros
sistemas, ou tecidos (Halliwell et al., 1995).

A vitamina C, por exemplo, atua na fase aquosa como um excelente antioxidante sobre os
radicais livres, mas não é capaz de agir nos compartimentos lipofílicos para inibir a peroxidação
dos lipídeos. Por outro lado, estudos in vitro mostraram que essa vitamina na presença de
metais de transição, tais como o ferro, pode atuar como uma molécula pró-oxidante e gerar os
radicais H2O2 e OH·. Geralmente, esses metais estão disponíveis em quantidades muito
limitadas e as propriedades antioxidantes dessa vitamina predominam in vivo (Odin, 1997).

2.5. Aplicações terapêuticas dos antioxidantes na medicina e na indústria de alimentos e


cosméticos.

Vitaminas antioxidantes

Os alimentos contêm compostos oxidantes, os quais podem ocorrer naturalmente ou ser


introduzidos durante o processamento para o consumo (Waters et al., 1996). Por outro lado, os
alimentos, principalmente as frutas, verduras e legumes (Quadro 4), também contêm agentes
antioxidantes, tais como as vitaminas C, E e A, a clorofilina, os flavonóides, carotenóides,
curcumina e outros que são capazes de restringir a propagação das reações em cadeia e as lesões
induzidas pelos radicais livres (Stavric, 1994; Fotsis et al., 1997; Pool-Zobel et al., 1997).

As vitaminas C, E e o b-caroteno são consideradas excelentes antioxidantes, capazes de


seqüestrar os radicais livres com grande eficiência. O uso de medicamentos, o tabagismo, as
condições nutricionais, o consumo de álcool, a poluição do ar e outros fatores podem diminuir
os níveis de antioxidantes celulares (Machlin, 1992; Roe, 1992). As defesas antioxidantes do
organismo podem ser restabelecidas com dietas apropriadas e suplementos vitamínicos
(Caragay, 1992; Anderson, 1996).

A vitamina C (ácido ascórbico) é, geralmente, consumida em grandes doses pelos seres


humanos, sendo adicionada a muitos produtos alimentares para inibir a formação de
metabólitos nitrosos carcinogênicos. A vitamina C da dieta é absorvida de forma rápida e
eficiente por um processo dependente de energia. O consumo de doses altas pode levar ao
aumento da concentração dessa vitamina nos tecidos e no plasma sangüíneo.
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Os benefícios obtidos na utilização terapêutica da vitamina C em ensaios biológicos com


animais incluem o efeito protetor contra os danos causados pela exposição às radiações e
medicamentos (Amara-Mokrane et al., 1996). Os estudos epidemiólogicos também atribuem a
essa vitamina um possível papel de proteção no desenvolvimento de tumores nos seres
humanos (Lupulescu, 1993; Duthie et al., 1996). Contudo, a recomendação de suplementação
dessa vitamina deve ser avaliada especificamente para cada caso, pois existem muitos
componentes orgânicos e inorgânicos nas células que podem modular a atividade da vitamina
C, afetando sua ação antioxidante.

A vitamina E é um componente dos óleos vegetais encontrada na natureza em quatro formas


diferentes a, b, g e d-tocoferol, sendo o a-tocoferol a forma antioxidante amplamente
distribuída nos tecidos e no plasma.

A vitamina E encontra-se em grande quantidade nos lipídeos, e evidências recentes sugerem


que essa vitamina impede ou minimiza os danos provocados pelos radicais livres associados
com doenças específicas, incluindo o câncer, artrite, catarata e o envelhecimento (Morrissey et
al., 1994; Heinonen et al., 1998). A vitamina E tem a capacidade de impedir a propagação das
reações em cadeia induzidas pelos radicais livres nas membranas biológicas (Traber & Packer,
1995). Os danos oxidativos podem ser inibidos pela ação antioxidante dessa vitamina,
juntamente com a glutationa, a vitamina C e os carotenóides, constituindo um dos principais
mecanismos da defesa endógena do organismo (Alves, C. Q. (2010,p.98).

A vitamina A é um fator importante no crescimento e na diferenciação celular. Além disso,


tem apresentado ação preventiva no desenvolvimento de tumores da bexiga, mama, estômago
e pele, em estudos realizados com animais. Estudos epidemiológicos também mostraram que
o consumo regular de alimentos ricos em vitaminas A e C pode diminuir a incidência de câncer
retal e de cólon. O b-caroteno, o mais importante precursor da vitamina A, está amplamente
distribuído nos alimentos e possui ação antioxidante.

Flavonóides antioxidantes

Entre os antioxidantes presentes nos vegetais, os mais ativos e freqüentemente encontrados são
os compostos fenólicos, tais como os flavonóides. As propriedades benéficas desses compostos
podem ser atribuídas à sua capacidade de seqüestrar os radicais livres (Decker, 1997). Os
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compostos fenólicos mais estudados são: o ácido caféico, o ácido gálico e o ácido elágico.
Esses compostos de considerável importância na dieta podem inibir o processo de peroxidação
lipídica (Alves, C. Q. (2010,p.87).

O ácido elágico, encontrado principalmente na uva, morango e nozes, tem sido efetivo na
prevenção do desenvolvimento do câncer induzido pelas substâncias do cigarro (Alves, C. Q.
(2010,p.87).

A curcumina, um composto fenólico usado como corante de alimentos, é um antioxidante


natural derivado da cúrcuma (Curcuma longa) que tem sido extensivamente investigado. A
curcumina seqüestra os radicais livres e inibe a peroxidação lipídica, agindo na proteção celular
das macromoléculas celulares, incluindo o DNA, dos danos oxidativos (Alves, C. Q.
(2010,p.87).

Os compostos fenólicos podem inibir os processos da oxidação em certos sistemas, mas isso
não significa que eles possam proteger as células e os tecidos de todos os tipos de danos
oxidativos. Esses compostos podem apresentar atividade pró-oxidante em determinadas
condições (Alves, C. Q. 2010,p.87).

Existe na literatura muita controvérsia sobre o mecanismo de ação dos flavonóides. Os


flavonóides atuam como antioxidantes na inativação dos radicais livres, em ambos os
compartimentos celulares lipofílico e hidrofílico. Esses compostos têm a capacidade de doar
átomos de hidrogênio e portanto, inibir as reações em cadeia provocadas pelos radicais livres
(Hartman & Shankel, 1990; Arora et al., 1998). Os flavonóides mais investigados são: a
quercetina, a miricetina, a rutina e a naringenina (Alves, C. Q. (2010,p.89).

A quercetina está presente nas frutas e vegetais, e é o flavonóide mais abundante encontrado
no vinho tinto. Entretanto, esse antioxidante pode reagir com ferro e tornar-se um pró-oxidante.
Os flavonóides miricetina, quercetina e rutina foram mais efetivos do que a vitamina C na
inibição dos danos oxidativos induzidos pelo H2O2 no DNA de linfócitos humanos (Noroozi et
al., 1998).

(-)-epicatequina e rutina apresentaram atividade antioxidante sobre o OH· superior ao


antioxidante manitol, um conhecido seqüestrador de radicais hidroxila (Silva C. R.; et
al. 2010,p.87).
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Outros flavonóides naturais, (-)-epicatequina e (-)-epigalocatequina, com propriedades


antioxidantes e inibidores do processo de carcinogênese, são encontrados no chá verde e em
menores concentrações no chá preto (Rice-evans et al., 1995; Mukherjee et al., 1997).

Knekt et al. (1997) encontraram uma relação inversa entre o consumo de flavonóides na dieta
e o desenvolvimento de tumores em indivíduos na faixa etária de 50 anos e não-fumantes. Os
autores observaram que entre as muitas fontes de flavonóides da dieta, o consumo de maçãs
apresentou os melhores resultados na prevenção do desenvolvimento de tumores no pulmão.

Minerais Antioxidantes

O estresse oxidativo tem sido freqüentemente relacionado às fases de iniciação e promoção do


processo de carcinogênese. As enzimas antioxidantes, dependentes de selênio e zinco, que
antagonizam esse processo estão em níveis baixos nas células tumorais (Silva C. R.; et
al. (2010,p.87).

Tem sido demonstrado que os tumores apresentam menores concentrações da enzima


superóxido dismutase dependente de zinco e cobre em comparação aos tecidos normais
(Grigolo et al., 1998). Além do selênio, o zinco é freqüentemente mencionado na literatura
como um mineral "antioxidante" envolvido nos mecanismos celulares de defesa contra os
radicais livres (Silva C. R.; et al. (2010,p.45).

Níveis reduzidos de selênio, um elemento traço essencial para os seres humanos e animais, nas
células e tecidos tem como conseqüência concentrações menores da enzima antioxidante
glutationa peroxidase, resultando em maior suscetibilidade das células e do organismo aos
danos oxidativos induzidos pelos radicais livres (Silva C. R.; et al. (2010,p.32). Há na literatura
evidências de que a deficiência de selênio é um fator importante de predisposição no
desenvolvimento de tumores. Os estudos epidemiológicos mostram a relação inversa entre os
níveis de selênio no plasma e a incidência de câncer. Dados epidemiológicos também
mostraram que o selênio pode interagir com as vitaminas A e E na prevenção do
desenvolvimento de tumores e na terapia da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS).
Entretanto, outros resultados mostraram que a suplementação com esse mineral "antioxidante"
pode aumentar os processos de carcinogênese, recomendando cautela na administração de
selênio para os seres humanos (Silva C. R.; et al. 2010,p.87).
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3. Conclusão
Concluindo o presente trabalho constata-se que a utilização de agentes antioxidantes pode
representar uma nova abordagem na inibição dos danos provocados pelo excesso de radicais
livres. Contudo, a aplicação farmacológica desses agentes pode interferir com os mecanismos
celulares, incluindo as alterações na atividade enzimática e na estrutura das membranas. Apesar
dos estudos epidemiológicos revelarem uma relação inversa entre o consumo de frutas e
vegetais e a incidência de tumores, várias investigações em fase de conclusão têm evidenciado
a ausência de benefícios, e até mesmo prejuízo na suplementação com vitaminas sobre o
desenvolvimento de diferentes tipos de tumores. Assim, o uso de vitaminas e outros
antioxidantes na prevenção e modulação das conseqüências patológicas dos radicais livres
precisa da definição de doses e de protocolo de tratamento, sendo necessários mais estudos
sobre o mecanismo de ação desses agentes antes da sua prescrição em larga escala.

É possível concluir que os flavonoides são compostos polifenólicos, e quanto maior o número
de hidroxilas, mais eficiente será a sua atividade antioxidante), o que lhes confere significativa
importância farmacológica. Além disso, sua atividade antioxidante é combinada com a sua
capacidade de modular funções de enzimas celulares essenciais do organismo, trabalhando
como potentes inibidores de diversas enzimas, como as xantinaoxidases (XO), ciclo-
oxigenases (COX), lipoxigenases (LOX), entre outras. A atividade antioxidante dos
flavonoides tem sido objeto de estudo nos últimos anos pois representa uma grande aposta para
o futuro desenvolvimento de fármacos e outras formas de tratamento para diversas doenças,
como doenças cardiovasculares, doenças genéticas, como câncer, e doenças degenerativas,
como o Alzheimer e a doença de Parkinson.
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4. Referência Bibliográfica
Alves, C. Q. (2010). Métodos para determinação de atividade antioxidante in vitro em
substratos orgânicos, Quim. Nova, 33(10), 2202-2210.
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aos alimentos: implicações para os alimentos e para a saúde humana. Revista de Nutrição,
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Bianchi, M.L.P. & Antunes, L.M.G. (1999). Radicais livres e os principais antioxidantes da
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Oliveira, A.C. D.; Valentim, I.B.; et al.(2009). Fontes vegetais naturais de antioxidantes. Rev.
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Silva C. R.; et al. (2010). Compostos fenólicos, carotenóides e atividade antioxidante em


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