Vitaminas e Coenzimas

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Vitaminas e coenzimas

Profa. Dra. Marcia Mourão R. Azevedo


VITAMINAS E COENZIMAS
DEFINIÇÃO
Vitaminas são compostos orgânicos de
natureza e composição química variada,
requeridas pelo organismo em pequenas
quantidades.
Coenzimas são moléculas orgânicas; a
maioria é derivada de vitaminas.
Grande parte das vitaminas atuam como
coenzimas

cadeias polipeptídicas cadeias polipeptídicas


SEM coenzima COM coenzima

NÃO ATIVA ATIVA

APOENZIMA HOLOENZIMA
VITAMINAS E COENZIMAS

- Algumas Coenzimas participam da ação de


muitas enzimas diferentes
- Elas têm afinidades por enzimas específicas
- As coenzimas agem como carreadores
transitórios de grupo funcionais específicos.
Algumas coenzimas que servem como carreadores
transitórios de átomos ou grupos funcionais
Coenzima Ex. de grupo quí- Precursor presente na
mico transferido dieta de mamíferos
Biotina CO2 Biotina
Coenzima A Grupos acil Ácido pantotênico e
outros compostos
5‟-Desoxiadenosilco- Átomo de H e grupo Vitamina B12
balamina (coenzima B12) alquil
Flavina-adenina- Elétrons Riboflavina (vit. B2)
dinucleotídeo (FAD)
Lipoato Elétrons e grupo acil Não é neces. na dieta
Nicotinamida-adenina- Íon hidreto (:H-) Niacina
dinucleotídeo (NAD)
Piridoxal fosfato Grupo amino Piridoxina (vit. B6)
Tetraidrofolato Grupos de um C Folato
Tiamina pirofosfato Aldeídos Tiamina (vit. B )
VITAMINAS E COENZIMAS

- Algumas Coenzimas são modificadas


durante o curso da reação, mas estão no seu
estado original no final da reação
- Se estiverem modificadas no final da reação
devem participar de outra reação para
retornar ao seu estado original
Importância bioquímica

• Muitas vitaminas originam as


coenzimas de muitas enzimas.
VITAMINAS

Diferentemente de carboidratos lipídios e


proteínas, não apresentam função estrutural e
energética. Entretanto são essenciais para o
desenvolvimento e manutenção dos organismos.
VITAMINAS
São classificadas de acordo com sua
solubilidade e suas funções no metabolismo

HIDROSSOLÚVEIS

LIPOSSOLÚVEIS
CLASSIFICAÇÃO
VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS
- Tiamina (B1) - Tiamina pirofosfato (TPP)
- Riboflavina (B2) - FAD e FMN
- Niacina (B3) - NAD+ e NADP+
-Ácido Pantotênico (B5) - Coenzima A (CoA)
- Piridoxina (B6) - Piridoxal fosfato
- Ácido Fólico (B9) - Tetrahidrofolato H4 (folato)
- Cobalamina (B12) - Coenzima (B12)
-Biotina (H, B7 e B8) -Biocitina
- Ácido Ascórbico (C) - Ácido Ascórbico (C)
VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS
 Muitas vitaminas hidrossolúveis são
precursoras de coenzimas para as enzimas do
metabolismo energético
 Não são tóxicas e as quantidades
armazenadas no corpo são normalmente
pequenas
 Quando em excesso, elas são facilmente
excretadas na urina
 Elas devem ser supridas continuamente na
dieta
VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS

• A – Retinol
• D – Calciferol
• E – Tocoferol
• K - Quinonas
VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS

São derivados isoprenóides

 A vitamina K e E possuem uma função de


coenzima

 São liberadas, absorvidas e transportadas com


os lipídeos da dieta

Isopreno
VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS

 Não são facilmente excretadas na urina

 Quantidades significativas são armazenadas no


fígado e tecido adiposo

 O consumo excessivo de vitaminas A e D são


tóxicos
VITAMINAS
HIDROSSOLÚVEIS

TIAMINA
(VIT. B1)
TIAMINA (VITAMINA B1)
 A tiamina pirofosfato
(TPP) é a forma Tiamina

biologicamente ativa da
tiamina
 Desempenha papel-
chave no metabolismo
energético da maioria das
células
 Deficiência de tiamina
resulta em redução da
produção de ATP,
diminuindo a função
celular
Reação catalisada pelo complexo da
piruvato desidrogenase

TPP, FAD

complexo da piruvato
desidrogenase
Piruvato Acetil-CoA

 Mecanismo da piruvato desidrogenase dependente


de TPP na conversão de piruvato a acetil-CoA
 Síntese de acetil-CoA no metabolismo aeróbico
Algumas reações dependentes de TPP

ENZIMA VIA
Piruvato-descarboxilase Fermentação alcoólica
Piruvato desidrogenase Síntese de acetil-CoA
α-cetoglutarato-desidrogenase Ciclo do ácido cítrico
Transcetolase Reações de fixação de
carbono Via das pentoses-
fosfato
Deficiência de Tiamina
(Vitamina B1)

Conseqüências do acúmulo de piruvato

BERIBERI
-Acúmulo de fluídos corporais (inchaço)
- Dor
- Paralisia
- Última instância, morte
Aspectos visuais de portadores de beribéri
FONTES DE TIAMINA
Alface, espinafre, berinjela, cogumelos, grãos de cereais
integrais, feijão, nozes, atum, carne bovina e de aves.
TIAMINA

Mantém o sistema nervoso e circulatório em


bom funcionamento. Previne o
envelhecimento, melhora a função cerebral,
combate a depressão e a fadiga.
VITAMINAS
HIDROSSOLÚVEIS

RIBOFLAVINA
(VIT. B2)
Vitamina B2 - Riboflavina

Anel isoaloxazina

H
FORMAS COENZÍMICAS ATIVAS
Anel isoaloxasina

FMN é formado por Totalmente


uma
fosforilação ATP-dependente reduzidode

riboflavina
FAD é sintetizado por uma
reação subsequente
Coenzimas com ATP,
de desidrogenases
na qual o resíduo AMP do ATP é
Reaçõespara
transferido de óxido-redução
ao FMN

Formas biologicamente ativas são a


flavina mononucleotídeo (FMN) e flavina
adenina dinucleotídeo (FAD).
Reações
Deficiência
Aspectos visuais dede Riboflavina
portadores de queilose ou
(Vitamina B2)
estomatite angular

Glossite, queilose e dermatite


escamosa, seborréia e fotofobia
FONTES DE RIBOFLAVINA

 Leite

 Carnes

 Ovos

 Cereais
VITAMINAS
HIDROSSOLÚVEIS

NIACINA
(VIT. B3)
Vitamina B3 - Niacina

Niacina ou Ácido Nicotínico


FORMAS COENZÍMICAS ATIVAS

Coenzimas de desidrogenases
Reações de óxido-redução
REAÇÕES
Reação envolvendo o NADH
CADEIA RESPIRATÓRIA

H2O

ATP

e-

O-
2
Deficiência de
Niacina
PELAGRA

lesões dermatológicas: exposição ao Sol;

 doença dos 4 D‟s:

 dermatite;

 diarréia;

 demência;

 morte („death‟).
ASPECTOS VISUAIS DE PORTADORES DE
PELAGRA
FONTES DE NIACINA
VITAMINAS
HIDROSSOLÚVEIS

ÁCIDO PANTOTÊNICO
(VIT. B5)
Vitamina B5 – Ácido pantotênico

H H

Componente da Coenzima A
Transportadora de grupamento acila
Reações
Metabolismo do grupamento acila

OXIDAÇÃO GLICÓLISE B-OXIDAÇÃO


AMINOÁCIDOS

ACETIL-CoA
CICLO DE
KREBS

SÍNTESE DE
ACETILCOLINA
COLESTEROL

CORPOS ACIL CARNITINA


CETÔNICOS
Deficiência de pantotênico: RARA

Quando há:

vômitos; fraqueza; baixa produção de anticorpos.


FONTES DE ÁCIDO PANTOTÊNICO
VITAMINAS
HIDROSSOLÚVEIS

PIRIDOXINA
(VIT. B6)
Vitamina B6 - Piridoxina
FORMAS COENZÍMICAS ATIVAS

Piridoxal fosfato (PLP) e Piridoxamina fosfato


REAÇÕES

Transferência de grupamento amina


Deficiência de piridoxina: RARA
ocasionalmente em recém-nascidos cujas mães
estão deficientes de vitaminas devido ao uso
prolongado de contraceptivos orais.

Quando há:

 crises convulsivas;

 irritação nervosa.
FONTES DE PIRIDOXINA
VITAMINAS
HIDROSSOLÚVEIS

BIOTINA
(VIT. B7)
Vitamina B7 - Biotina
Biocitina constitui o grupo prostético de várias enzimas
que participam em reações de carboxilação.

Lisina

Estrutura da coenzima biocitina

• Estrutura da vitamina biotina


Transferência de grupos carboxila
Vitamina B7 - Biotina
Enzimas que participam em reações de carboxilação:
-Piruvato carboxilase  Piruvato à oxaloacetato
(Participação na via da gliconeogênese)
-Acetil-CoA carboxilase  Acetil-CoA à malonil-CoA
(Participação na biossíntese de ácidos graxos)
-Propionil-CoA carboxilase  Propionil-CoA à
metilmalonil-CoA
(Participação no metabolismo de ácidos graxos)
Deficiência de biotina: RARA
o consumo de ovos crús pode causar deficiência
dessa, pois a clara contém avidina que se liga à
biotina e impede sua absorção.

Sintomas: depressão, alucinação e dor muscular


FONTES DE BIOTINA
Ácido Fólico (Vit B9 - B10 – B11)
FORMA COENZÍMICA ATIVA

Tetrahidrofolato H4 (folato)
REAÇÃO

Transferência de grupamento metila (unidades monocarbônicas)


Reações
Síntese de bases nitrogenadas
Síntese protéica
• AUG códon iniciador (Met-RNAt)
• E. coli  RNAtMet e RNAtfMet(iniciador)
• N-formilmetionina (fMet)
• A adição do grupo N-formil ao grupo amino da
metionina pela transformilase impede que a fMet entre
em posições internas em um polipeptídeo
• A adição do grupo N-formil permite que fMet-
RNAtfMet se ligue a um sítio de iniciação específico no
ribossomo, o qual não aceita nenhum outro aminoacil-
RNAt
+
Deficiência de ácido fólico

diarréia, lesões gastrointestinais e má


absorção intestinal

 anemia:

 perda de peso;

 fraqueza.
FONTES DE ÁCIDO FÓLICO
Cobalamina (Vit. B12)
Vitamina B12 –
Cianocobalamina
CN Moléculas que se
ligam ao cobalto:
CN R = CN 
cianocobalamina;
R = OH 
hidroxicobalamina
R = CH3 
metilcobalamina
Vitamina B12 – Cianocobalamina

 Necessárias para duas reações enzimáticas essenciais:

1.Síntese de metionina

2.Síntese de ácidos graxos de cadeia ímpar

 É sintetizada somente por microrganismos

 Os animais obtém a vitamina pré-formada de sua flora


bacteriana natural ou ingerindo alimentos derivados de
outros animais
REAÇÕES

coenzima B12

metilmalonil-CoA
mutase

L-metilmalonil-CoA succinil-CoA

Transferência de átomos de H
DEFICIÊNCIA DE COBALAMINA
causada por deficiência do Fator intrínseco (FI) que
se liga a essa vitamina pra que ela seja absorvida e
se armazenada no fígado auxiliando no sistema
hematopoiético.
Sintomas: lesões do sistema nervoso, anemia perniciosa
FONTES DE VITAMINA B12
Vitamina C – Ácido Ascórbico

Forma coenzímica não conhecida

REAÇÃO

Reações de hidroxilação e redução


Antioxidante – agente redutor
Deficiência de
ácido ascórbico
ESCORBUTO
Fontes de vitamina C
VITAMINAS
LIPOSSOLÚVEIS
VITAMINA A

A forma ativa é o Retinol


C20H29OH
VITAMINA A
Vitamina A não ocorre em plantas, mas os
seus precursores, carotenos, estão
presentes em várias formas nas plantas
, , e  carotenos, criptoxantina,
mixoxantina (algas)
-caroteno é a mais amplamente
distribuída e a mais ativa
-CAROTENO
-CAROTENO

Plantas verdes são fontes excelentes


Prontamente destruído por oxidação,
especialmente com calor
Ocorre em alguns tecidos animais e no
tecido adiposo
Conversão em Vitamina A ocorre no
epitélio intestinal e fígado
FUNÇÕES DA VITAMINA A

Participação na membrana celular de


células receptoras de luz na retina

Importante na manutenção das pele

Proteção dos tecidos de revestimento dos


sistemas (respiratório, intestinal,
reprodutivo e urinário)
FUNÇÕES DA VITAMINA A

Desenvolvimento do sistema nervoso e


imunológico

Desenvolvimento ósseo

Controle da pressão normal do fluído


cérebro-espinhal
FUNÇÕES DA VITAMINA A

Controle da reprodução e
desenvolvimento embrionário

Protetor do epitélio germinativo nos


machos e epitélio vaginal nas fêmeas

Importante na absorção de minerais


como o zinco e selênio
SINTOMAS DE DEFICIÊNCIA DE
VITAMINA A

Crescimento retardado
Reduzida visão noturna
Lacrimejamento excessivo, córnea opaca
Pele seca e escamosa
Perda de apetite e perda de peso
Tosse e corrimento nasal
VITAMINA D

Provitamina D2
(ergosterol em
plantas)

Provitamina D3
(7-
dehidrocolesterol
em animais)
VITAMINA D
Em animais ocorrem pequenas concentrações em alguns
tecidos, como do fígado e é abundante em alguns
peixes.
Precursores: ergosterol (D2) e 7-dehidrocole-
calciferol (D3)
Conversão em formas ativas depende de energia
Radiação ultravioleta (290 – 315 nm) do sol nos
alimentos e também na pele
METABOLISMO DA VITAMINA D
Vitaminas D2 e D3 são absorvidas pelo epitélio
intestinal, transportadas ao fígado e convertidas a 25-
hidroxi-colecalciferol

25-OH Colecalciferol é transportado aos rins e


convertido a 1,25 Dihidroxicolecalciferol (forma mais
ativa da vitamina)

1,25 (OH)2 Colecalciferol vai para os tecidos (ossos e


intestino) agindo na transcrição da “Proteína
Transportadora de Cálcio”, que está envolvida na
absorção de Ca do lúmen intestinal
METABOLISMO DA VITAMINA D
Alimento Pele
Ergosterol (PD2) 7-Dehidrocolesterol (PD3)
Radiação UV

Ergocalciferol (D2) Colecalcifero(D3)


Fígado
25-Hidroxicolecalciferol
Rins
1,25 Dihidroxicolecalciferol

Tecidos
FUNÇÕES DA VITAMINA D
Seu papel mais conhecido é
Manutenção da homeostasia do cálcio, a partir do
incremento da absorção intestinal

Regulação do metabolismo ósseo

As informações sobre sua função na reprodução,


ainda são limitadas
(FUCK; MORAES; SANTOS, 2000)
SINTOMAS DE DEFICIÊNCIA DE
VITAMINA D
Em animais jovens raquitismo, em animais adultos
osteomalácia
Raquitismo: deficiência na deposição de Ca e P
Osteomalácia: reabsorção de minerais depositados nos
ossos
Articulações inchadas, arqueamento de membros e
dorso, fraturas ósseas
Crescimento retardado
Animais jovens e animais em confinamento total, que
não recebem sol, devem ser suplementados com
vitamina D
VITAMINA E

 - Tocoferol
VITAMINA E

A vitamina E não é armazenada em


grandes quantidades no organismo 
fígado e no tecido adiposo
Apresenta ação antioxidante, agindo com o
selênio na proteção das membranas
biológicas
Protege os leucócitos e macrófagos de
produtos tóxicos liberados durante a
fagocitose
(McDOWELL, 2002)
VITAMINA E
Protege a vitamina A contra oxidação
Facilita a absorção da vitamina A e sua
estocagem no fígado
Deficiência vit. E pode induzir a uma falta de
vitamina A, mesmo em dietas contendo
níveis adequados desta
Atua no metabolismo de energia, nos ácidos
nucléicos e na síntese do ácido ascórbico
Participa da produção de hormônios
tireotrófico, adrenocorticotrófico e
gonadotrofinas
(FOX, 1992)
METABOLISMO DA VITAMINA E
Dois papéis principais
Antioxidante - atua na defesa
intracelular contra os efeitos da
oxidação e dos radicais livres,
desempenhando papel importante na
integridade das membranas celulares

Associada ao selênio protege


fosfolipídeos da oxidação mediante
formação de peróxidos
VITAMINA K

Filoquinona

Menaquinona

Menadiona
VITAMINA K
Duas formas predominam na natureza
Vitamina K1 – Filoquinona

Vitamina K2 – Menaquinona

Ambas podem ser produzidos a partir da


forma sintética Menadiona

Vitaminas K são relativamente estáveis à


temperatura ambiental, mas rapidamente
degradam quando expostas à luz solar
FONTES DE VITAMINA K

K1 está presente na maioria das folhas


verdes
Presença em tecidos animais depende da
dieta dos mesmos
K2 (Menaquinona) é produzida por síntese
bacteriana no TGI
METABOLISMO DA VITAMINA K
Necessária à síntese de protrombina no fígado
Protrombina é precursor da trombina, enzima que
converte fibrinogênio em fibrina (proteína
insolúvel que mantêm os coágulos sangüíneos
agregados)
Protrombina deve ligar-se com Ca antes de sua
ativação e, na ausência de Vitamina K a
molécula de protrombina é deficiente em -ácido
carboxiglutâmico que é o aminoácido
responsável pela ligação com Ca

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