Quimica Organica

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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Hidrocarbonetos e Hidratos de Carbono

Ana Vilanculo, Código: 708231717

Curso de Licenciatura em Ensino Biologia

Disciplina: Química Orgânica

Ano de Frequência: 2°

Turma: A

Maputo, Maio 2024


Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Hidrocarbonetos e Hidratos de Carbono

Trabalho de Carácter Avaliativo da Cadeira de


Química Orgânica a ser entregue no Instituto de
Educação à Distância-Maputo

Tutor:

Ana Vilanculo, Código: 708231717

Maputo, Maio 2024

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Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota do
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máxima tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico
2.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e  Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª  Rigor e coerência
Referências edição em das
4.0
Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas

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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice
1. Introdução............................................................................................................................1

1.1. Objectivos do Trabalho....................................................................................................2

1.1.1. Objectivo Geral............................................................................................................2

1.1.2. Objectivos Específicos.................................................................................................2

1.2. Metodologias....................................................................................................................2

2. Revisão Literária..................................................................................................................2

2.1. Breve Discussão do Conceito de Química Orgânica.......................................................3

2.1.1. Hidrocarbonetos...........................................................................................................3

2.1.2. Tipos dos Hidrocarbonetos...........................................................................................4

2.1.2.1. Alcanos.........................................................................................................................5

2.1.2.2. Alcenos.....................................................................................................................6

2.1.2.3. Alcinos......................................................................................................................6

2.2. Hidratos de Carbono........................................................................................................7

2.2.1. Tipos de Hidratos de Carbono......................................................................................8

2.2.2. Função Biológica dos Hidratos de Carbono...............................................................11

3. Considerações Finais.........................................................................................................13

4. Referências Bibliográficas.................................................................................................14

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1. Introdução

O ensino de Química Orgânica para o Ensino Superior é visto como uma


transmissão e recepção de conhecimentos, mas algumas vezes não ocorre a
compreensão de determinados conteúdos. Alguns estudantes por exemplo se
comportam de forma inexpressiva e desinteressada frente ao ensino de química
orgânica. Segundo Soares et. al., (2003) relatam que:

Para despertar e resgatar o interesse dos estudantes pelas aulas de química orgânica o
professor/tutor deve buscar metodologias capazes de auxiliar no processo de ensino
aprendizagem.

Por tanto, a química orgânica é de grande importância para o currículo escolar


dos estudantes do curso de Licenciatura em Biologia, pois no Ensino Superior, além
disso, é parte fundamental da vivência de qualquer ser humano, pois ela é essencial
para entender-se desde notícias corriqueiras de informativos até o funcionamento do
nosso corpo pela produção de ureia e glicose, por exemplo.

De frisar que o ensino dessa ciência envolve algumas dificuldades, tendo em


vista que para muitos estudantes é uma tarefa árdua ver ou encontrar a relação entre
determinado tópico e sua aplicação, gerando uma aversão pela matéria e desestimulo
ao estudo desse conteúdo. Portanto torna-se necessário algumas mudanças nas
metodologias de ensino aplicadas, para que então essa matéria passe a ser vista de uma
maneira diferente pelos estudantes.

v
1.1. Objectivos do Trabalho

O sucesso de qualquer trabalho de pesquisa depende em parte da clareza na


definição dos objectivos que se pretendem alcançar. Para o presente trabalho definem-
se os seguintes objectivos:

1.1.1. Objectivo Geral


 O objectivo geral deste trabalho de pesquisa é conhecer os carbonetos e hidratos de
carbono.
1.1.2. Objectivos Específicos

Como objectivos específicos cabem destacar dois principais a serem tratados


no presente trabalho de pesquisa:

 Apresentar todos os aspectos relevantes dos carbonetos (conceito, características,


tipos);
 Explicar acerca dos hidratos de carbono (conceito, tipos).
1.2. Metodologias

Para a realização deste estudo utilizou-se a pesquisa de cunho bibliográfico e


exploratório, pelo facto de ter como principal finalidade desenvolver, esclarecer e
tentar relacionar conceitos e ideias, para a formulação de abordagens mais condizentes
com o desenvolvimento de estudos posteriores. O estudo exploratório tem o objectivo
de “familiarizar-se com o fenómeno e obter uma nova percepção a seu respeito,
descobrindo assim novas ideias em relação ao objeto de estudo” (Mattos, 2004, p. 15).

A pesquisa bibliográfica, que, na perspectiva dos estudos de Silva e Schappo


(2002) possibilita a composição de um diagnóstico da situação investigada, além de
ampliar as informações referentes ao tema estudado, ou seja:

É o primeiro passo de todo o trabalho científico. Este tipo de pesquisa tem por
finalidade, especialmente quando se trata de pesquisa bibliográfica, oferecer maiores
informações sobre determinado assunto, facilitar a delimitação de uma temática de
estudo, definir os objectivos ou formular as hipóteses de uma pesquisa ou, ainda,
descobrir um novo enfoque para o estudo que se pretende realizar (Silva & Schappo,
2002, p. 54).
vi
2. Revisão Literária
2.1. Breve Discussão do Conceito de Química Orgânica

É necessária a busca por metodologias que facilitem a aprendizagem e


quebrem o estigma de a Química ser uma das áreas da ciência mais complexa de se
compreender. Infelizmente essa visão negativa sobre a química resulta em uma falta
de interesse, o que pode gerar empecilhos e problemas na aprendizagem dos
estudantes.

A Química Orgânica é parte de nossas vidas, e as moléculas orgânicas estão presentes


em praticamente tudo à nossa volta: compõem o tecido das plantas, transmitem sinais
através dos neurotransmissores de um neurônio para outro, são responsáveis por
armazenar informação genética através dos ácidos nucleicos, estão na composição dos
medicamentos, fazem parte das reações orgânicas que movem a vida (Solomons &
Fryhle, 2012).

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais - Ensino Médio (Moçambique,


2002) a química é um mecanismo de formação humana, sendo uma forma de decifrar
o mundo e interagir com a realidade. A importância da química orgânica se dá em
entender uma parte do mundo a sua volta. Segundo Silva e Nóbrega (2011) relacionar
o estudante ao quotidiano seria uma forma de estimular o interesse dos estudantes pela
matéria. Segundo Dias (2016) os professores/tutores podem utilizar-se de indústrias
conhecidas para contextualizar a química. Possibilitando aos estudantes identificar a
química no seu quotidiano e entendam a sua importância em nossas vidas, gerando
assim significado ao porquê aprender química. Segundo Franco e Dias (2005) relatam
que:

Friedrich August Kekulé propôs que a Química Orgânica é o ramo da Química que
estuda os compostos do carbono (Franco & Dias, 2005).

A Química Orgânica estuda os compostos de carbono. Os compostos orgânicos


apresentam ligações covalentes que seguem a regra do octeto, permitindo atingir
estabilidade, ou seja, segundo a regra, oito eletrões na camada de valência. A união
dos átomos de carbonos pode formar cadeias acíclicas, ou compostos cíclicos com
anéis. Gasolina, polietileno, e a parafina das velas, esse apanhado de produtos estão
vii
ligados na química. São compostos de carbonos, são encontradas as fórmulas (C─C),
(C=C), (C≡C) estes são os compostos chamados de hidrocarbonetos, os quais em suas
estruturas apenas átomos de carbonos e hidrogénio estão presentes (Lembo, 1999).

2.1.1. Hidrocarbonetos

Por mais que a Química Orgânica possibilite a relação com a vida dos estudantes,
através da problematização e da contextualização, ainda é rotina no ambiente escolar
um ensino linear, reducionista e descontextualizado. Ou seja, ainda é evidente que o
ensino dos Hidrocarbonetos apresenta influências do paradigma newtoniano-
cartesiano (Behrens, & Rodrigues, 2014).

De acordo com Feltre (2004) hidrocarbonetos são compostos formados


exclusivamente por carbono e hidrogénio. Os hidrocarbonetos constituem uma classe
de compostos muito extensos.

Segundo Fonseca (2016) por exemplo, apresenta o seguinte conceito de


hidrocarbonetos que os:

Hidrocarbonetos são compostos orgânicos constituídos apenas por átomos de Carbono


e Hidrogênio. E que de maneira genérica podem ser representados por CxHy, onde C e
H representam, respectivamente, os átomos de Carbono e Hidrogênio, e x e y a
quantidade de cada átomo (Fonseca, 2016).

Segundo Solomons (2011, p.48) apresenta o seu seguinte conceito de


hidrocarbonetos:

Os hidrocarbonetos são compostos cujas moléculas contêm apenas átomos de carbono


e hidrogénio (Solomons, 2011,p.48).

Por tanto a sua nomenclatura de compostos orgânicos segue as regras


elaboradas pela IUPAC (União Internacional De Química Pura e Aplicada).
Segunda essas regras, o nome de um composto orgânico é formada unindo três
fragmentos: Prefixo do número de carbono C + intermediário indicativo da natureza
das ligações + terminação indicativa da função (Peruzzo, 2010).

Prefixo Indicativo do Número de Intermediário Indicativo da Natureza das Ligações Terminação Indicativa da Função
C

1C →met 6C→hex Somente ligações simples →an

viii
2C→et 7C →hept Uma ligação dupla →en
3C→prop 8C →oct Duas ligações duplas →dien Hidrocarbonetos →o
4C→but 7C →non Uma ligação tripla →in
5C→pent 10C→dec duas ligações triplas →diin
Quadro 1 - Prefixos, infixos e sufixos para formar nome dos compostos orgânicos: Fonte: (Peruzzo, 2010).

2.1.2. Tipos dos Hidrocarbonetos

Segundo Peruzzo (2010) afirma que os tipos dos hidrocarbonetos são:

Alcanos ou parafínicos; Alcenos, alquenos ou olefinas; Alcinos ou alquinos;


Alcadienos ou dienos; Ciclanos; Ciclenos; Aromáticos (Peruzzo, 2010).

2.1.2.1.Alcanos

Alcanos são hidrocarbonetos acíclicos e saturados, ou seja, têm cadeia aberta e


apresentam apenas ligações simples entre seus carbonos (Feltre 2004; Usberco &
Salvador 2010; Sardella & Falcone, 2004).

Os alcanos são formadores do gás natural e do petróleo, por exemplo, os quais


são hidrocarbonetos do quotidiano. São importantes como combustíveis e representam
o ponto inicial da indústria petroquímica, que os utiliza para produzir milhares de seus
derivados (Feltre 2004; Usberco & Salvador 2010; Sardella & Falcone, 2004).

Em relação a sua nomenclatura, os alcanos são divididos em alcanos não -


ramificados e alcanos ramificados (Feltre 2004; Usberco & Salvador 2010; Sardella &
Falcone, 2004).

Segundo Feltre (2004) os alcanos não - ramificados são caracterizados pela


terminação ANO e para nomear um alcano não - ramificado, primeiramente deve-se
identificar a quantidade de carbonos presentes no composto e encontrar o prefixo
(MET, ET, PROP, etc.) que corresponde a esse número, em seguida indicar a presença
de simples ligações com o prefixo AN e por fim colocar o prefixo O que indica um
hidrocarboneto.

Esse composto apresenta dois carbonos, portanto seu prefixo é ET, seguido do
prefixo AN que indica ter apenas ligações simples entre os carbonos desse composto e
por fim o prefixo O que indica ser um hidrocarboneto (Feltre, 2004).

ix
Já quando o alcano apresenta cadeia ramificada, devemos citar, além do nome
da cadeia, o das ramificações correspondentes. Por exemplo: metil, etil, isobutil, etc.,
(Feltre 2004; Usberco & Salvador 2010; Sardella & Falcone, 2004).

Portanto, inicialmente deve-se identificar a ramificação de modo que as


ramificações recebam os menores números possíveis, nesse caso a ramificação está no
carbono 2 e fica indiferente começar a numerar a cadeia principal pela direita ou pela
esquerda, já que a ramificação ficaria com o mesmo número começando por qualquer
um dos lados. Em seguida nomeia-se o composto da mesma forma que para um alcano
não ramificado. O composto apresenta uma ramificação metil, apresenta quatro
carbonos, portanto prefixo BUT, apenas simples ligações AN e por fim é um
hidrocarboneto O, assim sendo o nome do composto fica 2-metil-butano (Feltre,
2004).

2.1.2.2. Alcenos

Alcenos são conhecidos também por alquenos, oleofinas ou até mesmo


hidrocarbonetos etilénicos. São considerados hidrocarbonetos acíclicos contendo uma
única ligação dupla em sua cadeia carbônica (Feltre 2004; Usberco & Salvador 2010;
Sardella & Falcone, 2004).

O composto mais simples do grupo dos alcenos é o eteno ou etileno como é


popularmente conhecido. Ele é produzido por frutos verdes e age na maturação desses
frutos. O etileno é obtido também pelo craqueamento da nafta resultante do refino do
petróleo e do tratamento do gás natural. Além desse alceno, um outro de grande
importância é o propeno ou propileno, que é produzido pelas indústrias e transformado
em plástico. Esse plástico é conhecido como polipropileno (Feltre, 2004).

Os alcenos tem a nomenclatura semelhante a dos alcanos, trocando a


terminação ANO pela terminação ENO. Também é necessário em cadeias mais longas
indicar a posição da dupla ligação. Um exemplo disso ocorre no composto But-2-eno e
no composto ramificado 4-metil-hex-1-eno, ambas as fórmulas estruturais e
exemplificadas (Feltre 2004; Usberco & Salvador 2010; Sardella & Falcone, 2004).

x
Figura 1 – Fórmula estrutural do 4-metil – hex -1-eno. Fonte: Dalpasquale, 2011.

2.1.2.3. Alcinos

Os alcinos são conhecidos como: alquinos ou hidrocarbonetos acetilênicos. São


considerados acíclicos contendo uma única ligação tripla em sua cadeia carbônica
(Feltre 2004; Usberco & Salvador 2010; Sardella & Falcone, 2004).

Aos alcinos estão presentes em nosso quotidiano, onde o alcino mais


importante é o acetileno que é produzido através da mistura entre carbureto ou carbeto
de cálcio e água (Feltre 2004; Usberco & Salvador 2010; Sardella & Falcone, 2004).

As normas para estabelecer a nomenclatura dos alquinos são as mesmas


empregadas para os alquenos, apenas trocando a terminação ENO pela terminação
INO. A cadeia principal deve ser a mais longa que contém a tripla ligação e a
numeração deve ser feita a partir da extremidade mais próxima a da tripla ligação.
Como exemplos podemos citar o but-2-ino e o 2-metil-pent-1-ino (Feltre 2004;
Usberco & Salvador 2010; Sardella & Falcone, 2004).

Para terminar este tópico dos hidrocarbonetos, afirma-se que o conteúdo de


hidrocarbonetos além de conseguir ser de fácil contextualização, devido sua
potencialidade no impacto ambiental também pode ser tema voltado para economia.
Os hidrocarbonetos apresentam classes funcionais simples e importantes. São além de
combustíveis importantes, matérias-primas para indústria, como exemplo temos o
petróleo e o gás natural (Peruzzo, 2003, p. 21). Um dos recursos naturais o qual temos
dependência em nossa sociedade: “O petróleo é um líquido escuro, oleoso, insolúvel
em água e menos denso do que a água” (Nóbrega & Silva, 2007, p. 363).

2.2. Hidratos de Carbono

Os alimentos são as principais substâncias responsáveis pelo balanço


energético do corpo humano e desempenham um papel fundamental nas funções
biológicas do organismo. No estudo da química dos alimentos há uma divisão de

xi
substâncias fundamentais como: hidratos de carbono, lipídios, minerais e proteínas
(Santos, 2013, p.67).

A principal fonte de energia necessária para o funcionamento do corpo humano


está contida nos hidratos de carbono, segundo Santos (2013, p.67):

Os hidratos de carbono constituem 65% de nossa dieta e são usados, principalmente,


como fonte de energia, além de serem utilizados na síntese de outras substâncias. O
bom condicionamento físico depende de reposição constante dos nutrientes
necessários para o funcionamento correto do organismo (Santos, 2013, p.67).

Também conhecido por glicídicos, açúcares ou hidratos de carbono, os hidratos


de carbono são compostos orgânicos de maior abundância nos vegetais, estando
presentes, ainda, nos animais. Os hidratos de carbono são estudados no âmbito da
bioquímica, pois os alimentos, ao entrarem no organismo, passam na digestão por uma
série de transformações químicas necessárias para que se formem e renovem
biomoléculas e estruturas celulares. “A principal fonte de alimento é a Glicose (açúcar
presente no sangue), que é transportada para as células pela corrente sanguínea”
(Parker, 2007, p. 110).

Os hidratos de carbono compõem a classe de biomoléculas mais abundante do


planeta, tendo como uma das principais funções o fornecimento de energia para seres
que não realizam fotossíntese, além de ter grande importância como elementos da
estrutura da parede das células vegetais (Júnior, 2008).

Muitos hidratos de carbono possuem fórmula empírica (CH2O)n, mas alguns


podem conter nitrogénio, enxofre ou fósforo. São poli-hidroxicetonas ou poli-
hidroxialdeídos, isso porque os hidratos de carbono podem conter ou o grupo
funcional cetona, ou o grupo funcional aldeído, além de ambos conterem vários
grupos hidroxilo, por isso o termo “poli-hidroxi” (Nelson & Cox, 2014).

A principal característica de um hidratos de carbono é fornecer energia para


nosso corpo através da nutrição. Muitas vezes a ingestão de hidratos de carbono pode
acarretar malefícios a nossa saúde caso sejam ingeridos em grande quantidade ou até
mesmo se retirarmos ele de nossa dieta (Campos, 2019).

xii
Os hidratos de carbono devem ser ingeridos para nos fornecer a energia necessária
para os processos metabólicos, pois estes processos são responsáveis pela manutenção
da vida (Campos, 2019).

Segundo Seyffarth & Bressan (2009) nos mostram que:

Os hidratos de carbono fornecem a maior parte da energia necessária para a


manutenção das atividades das pessoas. A ingestão diária recomendada de hidratos de
carbono é de 50% a 60% do valor calórico total. Os hidratos de carbono são de origem
vegetal, com exceção da lactose do leite e do glicogénico do tecido animal (Seyffarth
& Bressan, 2009).

2.2.1. Tipos de Hidratos de Carbono

Os hidratos de carbono podem ser divididos em três classes principais: os


monossacarídeos, que são constituídos de apenas uma unidade de poli-hidroxialdeído
ou poli-hidroxicetona, os dissacarídeos, que são constituídos de duas unidades de
monossacarídeos e os polissacarídeos que são constituídos por mais de 20 unidades de
monossacarídeos. O termo “sacarídeo” vem do grego sakcharon, que significa
“açúcar” (Nelson & Cox, 2014).

Entre os hidratos de carbono, tem-se os monossacarídeos como sendo os mais


simples, também conhecidos como açúcares simples. O monossacarídeo mais
abundante do planeta é a aldose (monossacarídeo contendo o grupo aldeído) D-
glicose. Outro monossacarídeo muito comum é a cetose (monossacarídeo contendo o
grupo cetona) D-frutose. Ambos os hidratos de carbono têm 6 átomos de carbono e 5
grupos hidroxilo (Nelson & Cox, 2014). As estruturas são representadas na Figura 2, a
seguir:

Figura 2 - Fórmulas estruturais da D-glicose e D-frutose. Fonte: Nelson & Cox, 2014.

xiii
Como pode-se observar na descrição das estruturas acima, ambas as moléculas
são chamadas de hexose, pois contêm seis carbonos e o termo -ose é utilizado para
monossacarídeos e dissacarídeos (Nelson & Cox 2014).

A classe seguinte de carboidratos é a dissacarídeos, que é formada pela junção


de dois monossacarídeos. Como exemplo tem-se a sacarose (açúcar de cana e/ou
beterraba) que é formado por D-glicose e D-frutose, outro exemplo muito conhecido é
a lactose, que é o açúcar do leite, é formado por D-glicose e D-galactose (Figura 3).
Os monossacarídeos ligam-se por ligação glicosídea para formar dissacarídeos, essa
ligação é formada quando um grupo hidroxilo de um carboidrato reage com o carbono
do carbonilo de outro carboidrato (Nelson & Cox 2014).

Figura 3 - Dissacarídeos sacarose e lactose. Fonte: Nelson & Cox, 2014.

Já na última classe dos carboidratos, os polissacarídeos são os mais


encontrados na natureza. São de extrema importância por causa de suas funções que
podem ser de estacagem de energia, ou como componente estrutural. Eles
diferenciam-se uns dos outros pela quantidade de unidades de monossacarídeos, a
forma que estão unidas, grau de ramificação e identidade dos monossacarídeos
(Nelson & Cox 2014).

Um exemplo de polissacarídeo que actua na estacagem de energia é o


glicogénio, formado por um único tipo de monossacarídeo, a glicose, e ocorre nas
células animais, como no ser humano. O glicogênio tem as estruturas de glicose
ligadas por ligações glicosídeas do tipo α-1,4 e α-1,6 (Figura 4). As ligações
glicosídeas α-1,6 representam os pontos de ramificação da cadeia. O glicogênio pode
ser encontrado tanto nos músculos quanto no fígado (Nelson & Cox 2014).

xiv
Figura 4 - Representação das ligações envolvendo a formação do glicogênio: unidades de glicose formadas por ligações glicosídeas do tipo α -1,4 e α -1,6. Fonte:

https://en.wikipedia.org/wiki/Glycogen (acesso em 7/05/2024).

Quando necessita-se de energia, o glicogénio, que é a principal fonte de glicose


do nosso corpo, já que é onde ela é armazenada, é metabolizado e quebrado em
moléculas de glicose. A glicose, por sua vez, por meio da via da glicólise e do ciclo do
ácido cítrico é catabolizada moléculas menores, como CO2 e diversas outras, além de
resultar na formação direta e indireta do ATP (trifosfato de adenosina), que é uma
molécula fundamental para diversas vias metabólicas (Nelson & Cox 2014).

Como a glicose é o carboidrato mais abundante, a via glicolítica (via de


metabolismo da glicose) centraliza o metabolismo dos carboidratos. Portanto, os
outros carboidratos precisam se adequar para serem metabolizados pela mesma via e
assim poderem liberar energia que será utilizada pelas células do corpo (Nelson & Cox
2014).

Para terminar este tópico dos tipos de carboidratos afirma-se que quando os
carboidratos são retirados da alimentação, podem ocorrer, segundo Nunes (2014)
prejuízos ao organismo, pois a falta deles pode levar à fadiga, à irritabilidade e à perda
de concentração. Segundo o Manual oficial de contagem de carboidratos regional
(2009) os carboidratos, em especial os mais simples como glicose, frutose, sacarose,
lactose e, entre os complexos, o amido, ao serem digeridos são absorvidos na forma de
glicose, energia que se necessita diariamente.

2.2.2. Função Biológica dos Hidratos de Carbono

No início do século XX, quando pensava-se que os Hidratos de carbono tinham


uma função simples no sistema biológico, como armazenamento de energia. Estudos
avançados desses compostos permitiram descobrir outros eventos biológicos
relacionados aos Hidratos de carbono como reconhecimento e sinalização celular,
tornando possível entender os mecanismos moleculares envolvidos em algumas
xv
doenças causadas por deficiência ou ausência destas moléculas. Os Hidratos de
carbono estão presentes nas superfícies externas das membranas celulares como
glicoproteínas (quando ligados a proteína), glicolipídeo (quando ligados a lipídios) ou
proteoglicanos (quando está na forma de glicosaminoglicanos um tipo de
polissacarídeo unido a proteínas) (Lehninger,1995).

Os Hidratos de carbono participam de outros eventos biológicos tais como:


fertilização, respiração celular, crescimento e diferenciação celular (ex: durante a
embriogéneses) e respostas imunológicas, como também processos infecciosos
prejudiciais como: inflamações, infecções virais e bacterial, e câncer
(Lehninger,1995).

Hidratos de carbono, com par de sequências curtas são usados para levar
informações biológicas, por exemplo: Os grupos sanguíneos humanos são
diferenciados através de mudanças relativamente simples nas estruturas de
oligossacárido dos glicolipídeos (Osborn et al., 2003).

Algumas proteínas de superfície bacterianas demonstram interações específicas


com carboidratos presentes nas membranas de células humanas, tais interacções é uma
parte essencial no mecanismo das infecções. Foi demonstrado que a administração de
derivados de carboidratos sintéticos ou naturais pode interromper o processo
infeccioso. Em tais casos, bactérias não são mais capazes de interagir com as células
dos hospedeiros. Um número de agentes anti infecciosos ocorre naturalmente, por
exemplo: leite materno contém vários oligossacáridos solúveis presentes em
glicoproteínas que previne os recém-nascidos de desenvolver alguns processo
infeccioso (Osborn et al., 2003).

Alguns carboidratos atuam em enzimas chamadas glicosídeas. Essas enzimas


desempenham um papel importante no sistema biológico. Uma das classes de
carboidrato que inibe as glicosídeas são aza-açúcares, um análogo de monossacarídeos
onde o oxigénio do anel é substituído pelo nitrogênio. Os inibidores aza-açúcar mais
importantes são os alcaloide poliidoxilados derivados de piperidina, pirrolidina e
indolizidinas, encontrados naturalmente em plantas ou micro-organismos (Frota et. al.,
1992).

xvi
Glicosídeos são enzimas que catalisam a clivagem de ligações glicosídeas em
oligossacáridos ou glicoconjugados. Suas atividades são fundamentais em processos
bioquímicos tais como: liberação de glicogênio e glicoproteínas celulares, biossíntese
e modificação de glicoesfingolipídios e catabolismo de peptideoglicano. Um exemplo
é o processo de geração de novas glicoproteínas que acontecem nas membranas do
retículo endoplasmático e do complexo de Golgi, onde as glicosídeos atuam na etapa
fundamental deste processo. As glicosídeos I e II clivam as glicoses ligadas a
glicoproteína GlcMan9GlcNAc2 liberando três resíduos de glicose e gerando resíduo
terminal da glicoproteína GlcMan9GlcNAc2, esse resíduo posteriormente sofre ação
concomitante das enzimas glicosídeos e transferases, gerando glicoconjugados
específicos que serão empregados em processo vitais no sistema biológico (Carvalho
et. al. 2006).

Por tanto, segundo Carvalho et. al., (2006) afirma que os alimentos como
arroz, feijão, frutas, legumes e outros são exemplos das principais fontes de energia
para o corpo humano, são classificados como carboidratos.

Podem ser classificados como poli funcionais por apresentar muitos grupos
funcionais e divididos em três classes de acordo com as ligações moleculares:
monossacarídeos, oligossacáridos e polissacarídeos (Vollhardt e Schore, 2013). Como
fonte de energia, é utilizado para acionar a contração muscular ou qualquer outra
forma de trabalho biológico.

Para terminar, refere-se que está armazenado no organismo humano na forma


de glicogênio e nos vegetais como amido. Sua presença no organismo é essencial para
o bom funcionamento do cérebro que por sua vez, depende do sistema nervoso central,
o qual é alimentado com a glicose como fonte de energia (Pinheiro et. al., 2005).

3. Considerações Finais

Proponho-me, ao final deste trabalho de cunho científico, escrever algumas


considerações que são importantes para uma melhor fixação dos termos e temas
tratados durante este itinerário de química orgânica.

Por tanto, a contextualização no ensino de ciências é uma ferramenta que se


bem utilizada trará grandes benefícios para aprendizagem dos estudantes. Uma

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contextualização eficiente se relaciona com aspectos do quotidiano dos estudantes,
para que eles possam perceber como a química pode ser utilizada para explicar
diversos fenómenos a sua volta.

De frisar que o ensino de hidrocarbonetos trabalhado de forma interdisciplinar


faz com que os estudantes articulem os valores científicos com os valores educativos e
também com outros valores que os deixam ir além da simples aprendizagem de factos,
leis e teorias.

De concluir também que o tema de hidratos de carbono é um assunto que


regularmente é passado de forma superficial no ensino superior, sendo que muitas
vezes nem é ensinado. É um conteúdo de extrema importância para o aprendizado,
pois está diretamente relacionado com algo que é primordial em nossas vidas, a
alimentação.

4. Referências Bibliográficas

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