Atividade Pratica 1 - Direito Das R.I

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DIREITO DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS - ATIVIDADE PRÁTICA 1

DISCENTE: ANA CARLA CARDOSO DA SILVA - TURMA: 2023

1) Faça uma breve síntese dos fatos envolvendo o caso:

O presente estudo analisa a Sentença da Corte Internacional de Justiça nos casos entre
Nicarágua e Costa Rica, que aborda duas questões centrais. A primeira diz respeito às
Atividades da Nicarágua na Área Fronteiriça (Costa Rica v. Nicarágua). Neste contexto, a Costa
Rica acusou a Nicarágua de realizar dragagem e construção de um canal no rio San Juan sem
a devida notificação ou consulta, além de não realizar um estudo de impacto ambiental. A
Costa Rica argumentou que essas ações violavam sua soberania territorial e poderiam causar
danos ao ecossistema transfronteiriço, especialmente ao fluxo do rio Colorado e às zonas
úmidas.

A Corte concluiu que a Nicarágua não comprovou um risco significativo de danos


transfronteiriços decorrentes das atividades de dragagem, o que a isenta da obrigação de
realizar um estudo de impacto ambiental ou de consultar a Costa Rica previamente. A Corte
reconheceu, também, a existência de obrigações gerais de notificação e consulta no direito
internacional, mas determinou que, devido à ausência de risco significativo, essas obrigações
não eram aplicáveis neste caso.

A segunda questão analisa a Construção de Estrada na Costa Rica (Nicarágua v. Costa


Rica). A Nicarágua alegou que a construção de uma estrada ao longo do rio San Juan violava
seus direitos, pois poderia afetar a navegação do rio e danificar o ecossistema, argumentando
que a estrada poderia interferir na hidrologia do rio e nas áreas adjacentes, prejudicando tanto
a navegabilidade quanto seus direitos de uso das águas.

Nesse caso, a Corte considerou as alegações nicaraguenses sobre os impactos


ambientais da estrada e concluiu que a Costa Rica deveria ter levado em conta os efeitos
transfronteiriços de suas atividades. Entretanto, também reconheceu que a construção da
estrada era essencial para o desenvolvimento econômico da Costa Rica.

Em ambos os casos, a Corte examinou as obrigações internacionais das partes em


relação ao meio ambiente e à soberania territorial, destacando a importância da diligência na
prevenção de danos ambientais transfronteiriços e a necessidade de consultas entre os
Estados. A decisão ressaltou a responsabilidade de cada parte em respeitar os direitos e
interesses do outro, reconhecendo a complexidade das interações em áreas compartilhadas e
os desafios na proteção ambiental.

2) Com base no que estudamos na nossa aula sobre o tema "Recursos comuns e
cooperação internacional para sua utilização" e no caso sob análise, por que o rio San
Juan pode ser considerado um rio internacional?

O Rio San Juan é reconhecido como um rio internacional por diversas razões,
principalmente relacionadas à sua localização geográfica e ao impacto que exerce nas relações
entre Nicarágua e Costa Rica. Essa característica geográfica é crucial, uma vez que rios que
atravessam fronteiras nacionais frequentemente requerem uma gestão compartilhada de seus
recursos hídricos.
Historicamente, o Rio San Juan foi considerado uma rota estratégica para o comércio e
a exploração na América Central. No século XIX, surgiram propostas para a construção de um
canal interoceânico que utilizaria o rio como parte do trajeto. Essa importância histórica reforça
sua classificação como um rio internacional, impactando não apenas as economias locais, mas
também as dinâmicas comerciais da região.

Além disso, o Rio San Juan é um recurso essencial para ambos os países, oferecendo
água para consumo humano, irrigação e transporte. A gestão desse recurso exige uma
abordagem colaborativa para assegurar o uso sustentável de suas águas. A cooperação entre
os países é vital para enfrentar questões como poluição, navegação, geração de energia,
pesca e a preservação dos ecossistemas ribeirinhos, que abrigam rica biodiversidade.

Assim, é considerado um rio internacional devido à sua função como divisor de


fronteiras, à necessidade de colaboração na gestão de seus recursos hídricos e à sua
relevância histórica e econômica, fundamentais para garantir a sustentabilidade e o uso
equitativo desse importante recurso natural.

3) Quais normas de Direito Internacional Ambiental foram violadas nesse caso? Não
esqueça de escrever qual das partes descumpriu essas normas, e de que forma as
violou.

Este caso envolve disputas territoriais e ambientais entre Costa Rica e Nicarágua,
centradas na construção de um canal no Rio San Juan. As alegações de violações do direito
internacional ambiental giram em torno da obrigação de realizar avaliações de impacto
ambiental e de consultar os Estados afetados. A Costa Rica argumenta que a Nicarágua
deveria ter conduzido um estudo de impacto ambiental devido ao potencial de danos
significativos transfronteiriços. Segundo a Costa Rica, o estudo realizado foi insuficiente e não
abordou adequadamente todos os impactos, especialmente os sobre as zonas úmidas.

Há um consenso sobre a necessidade de notificar e consultar Estados que possam ser


afetados por atividades que tenham potencial para causar danos. A Costa Rica afirma que a
Nicarágua não cumpriu essa obrigação, enquanto a Nicarágua defende que não era necessário
notificar, já que seu estudo de impacto ambiental concluiu que não haveria danos significativos.

Diante disso, a Corte decidiu que, na ausência de evidências de risco significativo de


danos transfronteiriços, a Nicarágua não estava legalmente obrigada a realizar um novo estudo
de impacto ambiental ou a notificar a Costa Rica.

Em relação às obrigações substanciais, a Costa Rica alegou que as atividades de


dragagem da Nicarágua causaram danos ao seu território e ao meio ambiente. Contudo, a
Corte não encontrou evidências suficientes para comprovar que essas atividades resultaram
em danos significativos à Costa Rica.

Por fim, a Corte concluiu que a Nicarágua não violou suas obrigações ambientais
internacionais no contexto das atividades de dragagem. A decisão destaca a importância de
avaliar cuidadosamente o risco de danos transfronteiriços antes de determinar a necessidade
de estudos de impacto ambiental ou notificações.

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