Artigo Água de Lastro
Artigo Água de Lastro
Artigo Água de Lastro
em busca de soluções.
Resumo:
1 Introdução
1
Mestrando em Direito (linha de Direito Internacional, Meio Ambiente e Atividade Portuária).
marinha, exploração excessiva dos recursos biológicos do mar e
alteração/destruição física do habitat marinho.
Ao contrário de outras formas de poluição marinha, em que ações
mitigadoras podem ser tomadas e o meio ambiente pode eventualmente se
recuperar, a introdução de espécies marinhas é, na maioria dos casos,
irreversível.
O transporte marítimo movimenta mais de 80% das mercadorias do
mundo e transfere internacionalmente 3 a 5 bilhões de toneladas de água de
lastro a cada ano, o mesmo acontece domesticamente, dentro dos países e
regiões.
A água de lastro é absolutamente essencial para a segurança e eficiência
das operações de navegação modernas, proporcionando equilíbrio e
estabilidade aos navios sem carga. Entretanto, isso pode causar sérias
ameaças ecológicas, econômicas e à saúde.
2 Água de Lastro
3
JUNQUEIRA, Andréa de Oliveira Ribeiro. NETO, Alexandre de Carvalho leal. Avaliação de risco de água de
lastro. Agência Brasileira de Gerenciamento Costeiro. Disponível em:
http://www.agenciacosteira.org.br/downloads.php Acesso em: 11/06/06.
Figura 1 – Mapa das biorregiões com o resultado do coeficiente de risco global
4
“Com o aumento do tráfego marítimo após a II Guerra Mundial e dos problemas a ele inerentes, com colisões,
abalroamentos e acidentes ambientais, bem como pressão da opinião pública internacional, fonte secundária de
Direito Internacional Público, juntos aos governos dos Estados, vários países sustentavam que um corpo internacional
permanente fosse criado para promover a segurança da navegação mais efetivamente, mas somente com a criação da
ONU essas esperanças se realizaram. Em 1948, na cidade de Genebra, uma conferência internacional adotou uma
convenção formalmente estabelecendo a IMCO (Inter-Governmental Maritime Consultative Organization), cujo
nome foi mudado para IMO (International Maritime Organization) em 1982.” CASTRO JR,Osvaldo Agripino de.
Introdução ao Direito Marítimo Disponível em: http://www.ibradd.com.br/leiamais.php?id=16. Acesso em:
25/05/06.
5
Ministério do Meio Ambiente. O Projeto Internacional do GEF. Disponível em:
http://www.mma.gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=30&idConteudo=1719. Acesso em: 25/05/06.
Área da ROPME e Mar
Ilha Khark Irã
Vermelho
Saldanha África do Sul África
Odessa Ucrânia Europa Oriental
ROPME - Regional Organization for the Protection of the Marine Environment
6
JUNQUEIRA, Andréa de Oliveira Ribeiro. NETO, Alexandre de Carvalho leal. Avaliação de risco de água de
lastro. Agência Brasileira de Gerenciamento Costeiro. Disponível em:
http://www.agenciacosteira.org.br/downloads.php Acesso em: 11/06/06.
7
Sobre o assunto ver site do Instituto Hórus de desenvolvimento e conservação ambiental: O Programa. Disponível
em: http://www.institutohorus.org.br/download/midia/agualastro_mma.htm. Acesso em: 10/06/06.
O Programa GloBallast está fornecendo aos países-piloto equipamento de
amostragem de água de lastro e proporcionará treinamento ao pessoal
envolvido no seu uso para o monitoramento e a efetivação dos procedimentos,
bem como o estabelecimento de banco de dados.
Este sistema de conformidade, monitoramento e efetivação (CME)
implantado nos países-piloto, deve ser adaptado às condições locais dos
diferentes países e regiões do mundo, permitindo a reprodução do projeto em
outros locais.
8
Para maiores informações sobre as Diretrizes da IMO ver: International Maritime Organization. Disponível em:
http://www.imo.org/index.htm . Acesso em: 17 dez. 2003.
O desenvolvimento das atividades de "Treinamento", de "Legislação e
Regulamentação", são necessárias à implementação das medidas de gestão
de água de lastro de forma consistente com o regime em vigor da IMO.
Diferentemente de outras formas de poluição, o problema da transferência
de espécies exóticas decorre de uma atividade inerente à operação de
navegação.
No momento, não há métodos absolutos de prevenção para o problema,
na medida em que a troca de água de lastro em águas profundas, em mar
aberto, pode resultar em operações com risco de segurança, envolvendo,
principalmente problemas de esforços e estabilidade da embarcação.
Por outro lado, os procedimentos relativos à eliminação das espécies
exóticas invasoras, ainda estão em fase de estudos, podendo também ocorrer
mudanças nos sistemas de lastro existentes atualmente, ou ainda, o
desenvolvimento de novas tecnologias para solucionar essas questões.
Neste ínterim, uma estratégia baseada na minimização de risco foi
adotada, em nível internacional, na forma da resolução voluntária proposta pela
IMO em 1998.
As ações dos países podem se dar em diferentes níveis. Um país pode ter
responsabilidade como Estado de Bandeira (Flag State), garantindo o
cumprimento dos procedimentos por parte dos navios e tripulação; assim como
Estado Costeiro (Coastal State) ou Estado do Porto (Port State) prevenindo-se
tanto contra a importação, quanto à exportação não intencional de organismos
nocivos e patogênicos.
Um sistema legal nacional que atenda a essas obrigações internacionais é
fundamental, implantando de forma efetiva as atuais Diretrizes da IMO,
vislumbrando uma possível solução com base em propostas a nível
internacional.
Assim, adotar a Resolução A.868(20) da IMO requer mudanças na
legislação nacional em vigor ou a criação de novas leis.
A implementação efetiva de medidas de gestão de água de lastro só será
alcançada com o apoio de todos, buscando a implementação das Diretrizes da
IMO ou em normas do próprio país, que façam o monitoramento da água de
lastro, e a efetivação e cumprimento do que for determinado.
6 Os Caminhos adotados pela Comunidade Internacional
9
Ver: Convenção Internacional sobre Controle e Gestão da Água de Lastro e Sedimentos de Navios.
Disponível em: http://www.mma.gov.br/estruturas/lastro/_arquivos/lastro36.pdf Acesso em: 10/06/06.
10
Ver: Convenção Internacional sobre Controle e Gestão da Água de Lastro e Sedimentos de Navios.
Disponível em: http://www.mma.gov.br/estruturas/lastro/_arquivos/lastro36.pdf Acesso em: 10/06/06.
Após a adoção da Convenção Internacional sobre Controle e Gestão de
Água de Lastro e Sedimentos de Navios, em 13 de fevereiro de 2004, foram
adotadas 13 diretrizes11 para sua implementação, quais sejam:
1. diretriz para instalações de recebimento de sedimentos;
2. diretriz sobre amostragem de água de lastro;
3. diretriz para conformidade equivalente de gestão de água de lastro;
4. diretriz sobre gestão de água de lastro e desenvolvimento de plano
correspondente;
5. diretriz para instalações de recebimento de água de lastro;
6. diretriz para a troca de água de lastro;
7. diretriz sobre análise de risco/isenção de gestão de água de lastro;
8. diretriz sobre aprovação dos sistemas de gestão de água de lastro;
9. procedimentos para aprovação de sistemas de gestão de água de
lastro que façam uso de substâncias ativas;
10. diretriz para aprovação de protótipos das tecnologias de gestão de
água de lastro;
11. diretriz para design e construção de padrões de troca de água de
lastro;
12. diretriz para controle dos sedimentos dos navios;
13. diretriz sobre medidas adicionais e situações de emergência.
11
Ver: Diretrizes para o Controle e Gerenciamento da Água de Lastro dos Navios, para Minimizar a transferência de
Organismos Aquáticos Nocivos e Agentes Patogênicos. Disponível em:
http://www.mma.gov.br/estruturas/lastro/_arquivos/a86820pt.pdf Acesso em: 10/06/06.
Estabelecer requisitos referentes à prevenção da poluição por parte
das embarcações em Águas Jurisdicionais Brasileiras (AJB), no que
tange ao Gerenciamento da Água de Lastro.
O sistema inicial terá como base fundamental a troca da Água de
Lastro de acordo com a Resolução de Assembléia da Organização
Marítima Internacional (IMO) A.868(20), de 1997 e com a Convenção
Internacional de Controle e Gestão da Água de Lastro e Sedimentos
de Navios, adotada em fevereiro de 2004 e assinada pelo Brasil em
25 de Janeiro de 2005, e será aplicado a todos os navios que possam
descarregar Água de Lastro nas AJB. As isenções e exceções serão
abordadas em itens específicos.
Na medida em que métodos mais avançados para o tratamento da
Água de Lastro forem sendo desenvolvidos, esta Norma será
adaptada a fim de atender às novas situações.12
A Diretoria de Portos e Costas no uso de sua autoridade marítima que lhe
é concebido, combinado com as Leis 6.938/81, art. 3º; Lei 9.537/97, art. 4º; Lei
9.605/98, artigo 61 combinado com artigo 70, bem como a Resolução 217/01
da ANVISA, prevêem a possibilidade de adoção pela DPC de medidas que
garantam preventivamente a proteção do Meio Ambiente Marinho brasileiro.
12
Diretoria de Portos e Costas. Normam-20. Disponível em:
https://www.dpc.mar.mil.br/normam/N_20/Introducao.pdf Acesso em:15/07/06.
13
Ministério do Meio ambiente. Tecnologias de Tratamento. Disponível em:
http://www.mma.gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=30&idConteudo=1720 Acesso em: 10/06/06.
• Métodos de tratamento físicos tais como esterilização por ozônio, luz
ultra-violeta, correntes elétricas e tratamento térmico;
• Métodos de tratamento químicos como adição de biocidas na água de
lastro para matar os organismos; e
• Várias combinações dos métodos acima descritos.
8 Conclusões
Referências Bibliográficas