Atividade Nº1

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Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Campus Toledo

Engenharia Civil

POLÍTICA NACIONAL DE SEGURANÇA DE


BARRAGENS

Adriana Elisabeth Limberger


Claudia Marquezini Hauy
Thiago Alex Hemkemeier

Disciplina: Obras Hidráulicas


Professor: Elisabete Yukiko Nakanishi Bavastri

Toledo, 10 de Setembro de 2014.


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1. Definições

Para efeito da Lei nº 12.334/2010 é estabelecido que:

Barragem: qualquer estrutura em um curso permanente ou temporário


de água para fins de contenção ou acumulação de substâncias líquidas ou de
misturas de líquidos e sólidos, compreendendo o barramento e as estruturas
associadas;

Reservatório: acumulação não natural de água, de substâncias líquidas


ou de mistura de líquidos e sólidos;

Segurança de barragem: condição que vise a manter a sua integridade


estrutural e operacional e a preservação da vida, da saúde, da propriedade e
do meio ambiente;

Empreendedor: agente privado ou governamental com direito real


sobre as terras onde se localizam a barragem e o reservatório ou que explore a
barragem para benefício próprio ou da coletividade;

Órgão fiscalizador: autoridade do poder público responsável pelas


ações de fiscalização da segurança da barragem de sua competência;

Gestão de risco: ações de caráter normativo, bem como aplicação de


medidas para prevenção, controle e mitigação de riscos;

Dano potencial associado à barragem: dano que pode ocorrer devido a


rompimento, vazamento, infiltração no solo ou mau funcionamento de uma
barragem (LEI Nº 12.334, 2010).
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2. Barragem

As barragens são grandes obras que possuem um imenso potencial de


risco, pois podem existir colapsos, que trazem diversas consequências para a
população que vive nas redondezas da mesma, para o meio ambiente,
destruindo a fauna e flora e para as próprias estruturas da barragem
(MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL, SECRETARIA DE
INFRAESTRUTURA HÍDRICA, 2002).

3. Empreendedor

O empreendedor é o indivíduo ou empresa responsável pela


organização e gerenciamento de atividades, e ele tem como responsabilidade
garantir os recursos necessários para que não aconteçam acidentes na
barragem, manter em bom estado de conservação as informações e a
documentação referentes às etapas da obra, informando qualquer alteração no
projeto ao órgão fiscalizador e selecionar o serviço especializado, garantindo
qualidade na execução do empreendimento. Para auxiliar o órgão fiscalizador o
empreendedor deve inspecionar a barragem e também realizar revisões
periódicas e se exigido elaborar um Plano de Ações Emergenciais (LEI Nº
12.334, 2010).

Também compete ao empreendedor manter registrados quaisquer


dados referentes aos níveis dos reservatórios, caracterizando física e
quimicamente todo fluido armazenado, e registrar também os níveis de
contaminação do solo e do lençol freático na área em que o reservatório atua
(LEI Nº 12.334, 2010).
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4. Histórico

O Brasil, juntamente com outros países em desenvolvimento, sempre


teve como desafio a ampliação de oferta interna de energia elétrica. Tal fato
ocorre devido ao crescimento acelerado associado ao consequente aumento
de demanda de energia ao longo dos anos. Tendo em vista essa situação,
Tucci et al (2003) afirma que o desenvolvimento do setor de recursos hídricos
no Brasil passa por estágios semelhantes aos dos países desenvolvidos, mas
em períodos diferentes. Por isso, após a segunda guerra mundial, houve um
grande desenvolvimento econômico e a construção de muitas obras
hidráulicas, inventariando seus recursos. Entretanto, em meados dos anos 80,
com a aprovação da legislação ambiental brasileira, o mesmo autor afirma que
houve uma desaceleração dos investimentos internacionais no país, devido à
pressão e preocupações globais quanto à preservação da região amazônica
entre outras limitações.

Com a definição do conceito de desenvolvimento sustentável, os


objetivos principais pautaram-se para a melhoria das condições de exploração
e aproveitamento dos recursos hídricos. Mesmo assim, o setor elétrico ainda
apresentava-se defasado quanto à falta de investimentos e a deficiente política
de concessões. Essa situação provocou uma reestruturação do setor, através
inicialmente de Medidas Provisórias e posteriormente à publicação de leis e
decretos. Além disso, segundo Pires (2000), a criação de entidades
reguladores, como a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e as
privatizações progressivas do setor elétrico, objetivaram reduzir as
consequências das gestões políticas anteriores falhas e melhorar a eficiência
produtiva e a capacidade de investimentos das empresas.

Atualmente, as reformas do setor elétrico brasileiro encontram-se numa


fase de transição. Os principais pilares dos marcos regulatórios já foram
instituídos, visando o objetivo de conciliar a promoção de um ambiente
competitivo. Apesar de o setor internacional demonstrar que o objetivo é
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exequível, o país ainda lida com um desafio adicional de possuir uma grande
capacidade hidrelétrica com necessidade rápida de expansão (Pires, 2000).

5. Panorama Nacional de Reservatórios Naturais e Artificiais

A Política Nacional de Segurança de Barragens, instituído pela Lei nº


12.334 de 20 de Setembro de 2010, estabeleceu uma série de ações na
tentativa de minimizar os riscos associados às barragens e assim reduzir a
ocorrência de acidentes envolvendo essas estruturas em todo o Brasil,
conforme será discorrido mais detalhadamente no capítulo seguinte. Segundo
o Mapeamento nos Espelhos d’Água no Brasil (2008), um dos maiores
entraves encontrados foi o total desconhecimento do poder público sobre o
número, a localização, a condição física e os responsáveis pelas barragens
brasileiras.

Dessa forma, o Ministério de Integração Nacional (MI) em parceria com


a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME) e o
apoio da Agência Nacional de Águas (ANA), realizaram um estudo de maneira
a mapear os espelhos d’água do Brasil, tanto os artificiais quanto os naturais,
com superfícies maiores do que 20 hectares. Até que se possa haver
informações dos cadastros de todos os órgãos fiscalizadores de segurança de
barragens, esse mapeamento apresenta-se como dado mais confiável do
panorama nacional dos reservatórios e espelhos d’água do Brasil. A Figura 1
apresenta a distribuição territorial dos reservatórios (naturais e artificiais) por
região do Brasil.
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Figura 1 – Distribuição dos tipos (artificial/natural) dos reservatórios superiores a 20 hectares


por Região do Brasil

Fonte: Mapeamento dos Espelhos d’Água do Brasil (2008)

Segundo o Relatório de Segurança de Barragens 2011 (2012), verifica-


se uma grande concentração de reservatórios no Nordeste, onde a política de
açudagem ao longo do século XX foi extremamente necessária para permitir a
permanência da população nessas regiões.

A Figura 2 ilustra a distribuição dos espelhos d’água de reservatórios


artificiais com área superior a 20 hectares.
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Figura 2 – Distribuição dos espelhos d’água de reservatórios artificiais com área superior a 20
hectares.

Fonte: Mapeamento dos Espelhos d’Água do Brasil (2008)

Nota-se que há uma concentração significativa no sudoeste do Rio


Grande do Sul, caracterizado pela agricultura irrigada, especialmente do arroz,
que utiliza enormes quantidades de água, necessitando assim de reservação
para ultrapassar os períodos de estiagem (Relatório de Segurança de
Barragens 2011, 2012).

6. Cadastro de Barragens Outorgadas pela ANA

Além do método apresentado anteriormente de mapeamento dos


espelhos d’água, identificou-se a necessidade de formular um cadastramento
das barragens existentes no território. O conteúdo do cadastro tem como
objetivo auxiliar na fiscalização da segurança, na classificação das barragens
quanto ao risco e ao dano potencial associado, e na elaboração do Relatório de
Segurança de Barragens, conforme informa a ANA.
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Há de se salientar que as barragens que devem ser cadastradas são


apenas as outorgadas pela ANA, ou seja, as barragens de domínio da União.
Esse cadastramento é realizado com o apoio dos Órgãos Estaduais de
Recursos Hídricos e outras entidades mantedoras de informações sobre
barragens.

O cadastramento inclui o fornecimento do número da resolução de


outorga, a altura da barragem principal, a capacidade do reservatório, o tipo de
barragem principal, o empreendedor responsável pela barragem, o ano de
conclusão da obra, o uso preponderante, o curso d’água barrado e a localidade
do empreendimento. A Tabela x apresenta os dados referentes à barragem de
Cachoeira, em Piracaia – SP.

Nome Cachoeira
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Código ANA 3549

http://www.comitepcj.sp.gov.br/download/Port-1213-Cantareira-
Resolução de Outorga
06-08-04.PDF

Altura da barragem principal


40
(m)

Capacidade do reservatório
70,5
(hm³)

Tipo da barragem principal Aterro Compactado

Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo -


Empreendedor
SABESP

Sigla do emprenededor SABESP

Ano de conclusão da obra 1974

Uso preponderante Abastecimento

Curso d' água barrado Rio Cachoeira

UF SP

Município Piracaia

Fonte principal das


ANA/DAEE
informações

Área do espelho d' água (ha) 589

Fiscalização da segurança
ANA
da barragem

Tabela x – Cadastro da barragem de Piracaia – São Paulo

Fonte: Agência Nacional de Águas (2014)


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Os dados foram obtidos através do Cadastro de Barragens, disponível


no portal da Agência Nacional de Águas.

No ano de 2011, foram publicadas estatísticas a respeito dos cadastros


de barragens no território brasileiro. As Figuras 3 e 4 apresentam uma
comparação entre os espelhos d’água artificiais Estaduais e as barragens
cadastradas.

Figura 3 – Barragens cadastradas e espelhos d’água artificiais

Fonte: Agência Nacional de Águas (2013)

Figura 4 – Barragens cadastradas e espelhos d’água artificiais

Fonte: Agência Nacional de Águas (2013)


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Observa-se que em Goiás e Mato Grosso, a quantidade de espelhos


d’água artificiais é muito maior do que a quantidade de barragens cadastradas,
o que revela uma deficiência na realização dos cadastros e da fiscalização. Já
em São Paulo, a quantidade de barragens cadastradas é bastante superior à
quantidade de espelhos d’água artificiais. Isso ocorre devido a grande
ocorrência, no estado, de barragens de pequeno porte, cujos espelhos d’água
são inferiores a 20 hectares.

Quanto à finalidade das barragens, elas podem ser divididas em


industriais, de mineração, hidrelétricas e de usos múltiplos. As Figura 5 e 6
demonstram as proporções de cada finalidade de barragem por Unidade de
Federação.

Figura 5 – Classificação das barragens quanto à finalidade por UF

Fonte: Agência Nacional de Águas (2013)


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Figura 6 – Classificação das barragens quanto à finalidade por UF

Fonte: Agência Nacional de Águas (2013)

Segundo o Portal Brasil (2011), o potencial hidrelétrico brasileiro é


estimado em cerca de 260 GW, dos quais 40,5% estão localizados na Bacia
Hidrográfica do Amazonas. Para efeito de comparação, a Bacia do Paraná
responde por 23%, a do Tocantins, por 10,6% e a do São Francisco, por 10%.
Contudo, apenas 63% do potencial foi inventariado. A Região Norte, em
especial, tem um grande potencial ainda por explorar.

Os estados que estão localizados na Bacia Hidrográfica do Amazonas


são o Acre, Amazonas, Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Pará e Amapá.
Observa-se nas figuras anteriores que apenas Rondônia e Mato Grosso
destacam-se na utilização de energia hidrelétrica, ainda que em pequenas
proporções. Os outros estados não se apresentam representativos quando se
trata de energia hidrelétrica, o que desponta no grande potencial a ser
explorado no Brasil.

7. Plano Decenal de Expansão de Energia 2022

Tendo em vista a baixa exploração do Norte do Brasil no que se refere à


energia hidrelétrica, e por consequência, barragens, medidas foram tomadas
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para minimizar o problema e aproveitar de forma mais eficiente o potencial


hidráulico brasileiro. Por sua vez, o Plano Decenal de Expansão de Energia
2022, através do Ministério de Minas e Energia (2013), constata a projeção de
expansão de energia, de 2013 a 2022, no que se refere a usinas hidrelétricas
contratadas e em processo de construção, e os resultados estão apresentados
na Figura 7.

Figura 7 – Acréscimo da capacidade instalada hidrelétrica

Fonte: Empresa de Pesquisa Energética (2013) apud Plano Nacional de Geração de Energia
2022 (2013)

Dessa forma, segundo o mesmo estudo, estima-se que a capacidade


instalada de geração hidráulica para o horizonte de 2022 passe dos 85 GW
atuais para 119 GW, caracterizando um aumento de 40%. No Norte, a
expansão significativa da exploração do potencial hidráulico é verificada
principalmente pelo desenvolvimento de grandes empreendimentos, com
destaque para a usina hidrelétrica de Belo Monte.

Em relação à capacidade de armazenamento de energia através de


reservatórios, muitos deles construídos através de barramentos, a projeção
para 2022 se mostra na Figura 8.
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Figura 8 – Evolução da Capacidade de Armazenamento de Energia

Fonte: Empresa de Pesquisa Energética (2013) apud Plano Nacional de Geração de Energia
2022 (2013)

Observa-se na Figura 9 que a expansão de armazenamento de energia


através de reservatórios apresentará, em projeção, um aumento de apenas
2,4%, dado que se apresenta substancialmente inferior ao aumento da
capacidade de geração instalada, de 40%. Essa constatação infere no
planejamento eficiente somente quanto à geração de energia, entretanto, no
que se refere à capacidade de suprir períodos de estiagem e controle de
cheias, o planejamento apresenta-se insuficiente.

Verifica-se ainda que grande parte dos reservatórios instalados


encontram-se nas regiões sudeste e centro oeste, representando 69,8% do
total atual de capacidade de armazenamento. Já a região nordeste apresenta
18,1%, seguida da região sul e norte, apresentando 6,9% e 5,2%,
respectivamente.
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8. Planejamento de Obras Hídricas

Geralmente, os reservatórios são implantados de modo a ser


aproveitado para diversos usos, inclusive o abastecimento humano,
contribuindo para a sua área de influência, no entanto, segundo o PROAGUA,
a construção e a operação de um reservatório de usos múltiplos, envolve,
quase sempre, uma série de potenciais impactos negativos sobre o ambiente e
as comunidades situadas nas áreas próximas. Esses impactos e sua
magnitude estão diretamente ligados a dois fatores: o porte do
empreendimento e sua localização.

Desde final dos anos 70, grandes projetos hidrelétricos foram


implantados no Brasil, fazendo com que milhares de pessoas fossem atingidas
pela inundação de suas casas, do seu local de trabalho, de parte da sua cultura
materializada e ressignificada a partir do território. Na primeira década do
século XXI, o número de deslocados por barragens no Brasil já somavam mais
de 1 milhão de pessoas (DANIEL, 2012).

De acordo com o artigo “O que fazer quando uma hidrelétrica bate à


sua porta?”, mesmo quando os Estudos de Impacto Ambiental são realizados
de forma correta, apontando os verdadeiros impactos gerados por uma
hidrelétrica, na maioria das vezes as ações de mitigação desses impactos não
chegam a compensar de fato os efeitos negativos.

Também, na área ambiental o principal impacto costuma ser o


alagamento de importantes áreas florestais e o desaparecimento do habitat dos
animais. Muitas vezes a hidrelétrica é construída em áreas onde se concentram
os últimos remanescentes florestais da região, desmatando e inundando
espécies ameaçadas de extinção (O que fazer quando uma hidrelétrica “bate à
sua porta”?, Maternatura).
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O PROAGUA nos diz que os impactos negativos devem ser


identificados e avaliados, para que sejam adotadas medidas mitigadoras
visando minimizá-los ou evitá-los.

Então, visando o planejamento e a mitigação dos impactos ambientais


da construção de obras hidráulicas, o PROAGUA elaborou um documento
técnico contendo diretrizes da política ambiental para projeto e execução de
barragens e operação de reservatórios. Este documento prevê as ações para o
desenvolvimento de um documento onde sejam definidos os principais
procedimentos a serem adotados durante a elaboração de projetos e a
construção de obras hídricas.

Neste documento, o PROAGUA chama a atenção para os contextos


legais e normativos, no qual é a primeira fase do planejamento da construção
de uma barragem, pois devem estar de acordo com as leis e decretos,
resoluções do CONAMA, normas ABNT, entre outros, que tangem o meio
ambiente.
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Quadro 1. Aspectos constitucionais relacionados ao meio ambiente.


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Quadro 2. Legislação Federal relacionada ao meio ambiente.


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Quadro 3. Resoluções do CONAMA.


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Quadro 4. Portarias e Resoluções de outros órgãos federais.


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Quadro 5. Normas da ABNT relacionadas ao meio ambiente.

O documento “Diretrizes ambientais para projeto e construção de


barragens e operação de reservatórios” nos permite dividir a implantação desse
empreendimento hídrico em 3 etapas: PROJETO, CONSTRUÇÃO e
OPERAÇÃO.
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9. Projeto

Uma parte importante para uma obra hídrica é a avaliação ambiental


prévia dos impactos que ocorrerão em consequência dessa construção. O
PROAGUA adotou a seguinte sequência de elaboração os estudos e projetos
referentes a empreendimentos de infraestrutura hídrica:

 Relatório de Identificação de Obras (RIO)

 Relatório Técnico Preliminar (RTP)

 Relatório Final de Viabilidade (RFV)

 Projeto Básico (PB)

O relatório de identificação de obras constará a identificação dos


principais impactos da obra, ou seja, a avaliação ambiental verifica se há a
existência de problemas que relacionem o empreendimento que poderia
interrompê-lo ou alterá-lo, desse modo, viabilizando-o ou inviabilizando-o.

Após comprovação de viabilidade do RIO, será elaborado o RTP, no


qual constará uma avaliação profunda dos impactos ambientais e as propostas
para a mitigação destes.

No RFV, essas medidas propostas no RTP são detalhadas em


programas específicos para sua implementação constando objetivos e metas,
estratégias de ação, os organismos executores, cronogramas e custos.

O Projeto básico deve proporcionar as atividades a serem


desenvolvidas e seus custos, ou seja, constará todos os documentos que
permitirá a licitação do empreendimento com base em um orçamento
detalhado, considerando as medidas ambientais. Para que fique bem
fundamentada a exigência dessas medidas, deve ser reproduzida no PB uma
síntese das análises ambientais efetuadas nos estudos anteriores, que
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conduziram à formulação e adoção dos programas ambientais que retratarão a


adoção de todas as medidas preconizadas. (PROAGUA, 2005)

O PROAGUA lista alguns programas de gerenciamento ambiental


típicos a serem desenvolvidos na implantação de barragens na região Nordeste
semi-Árido:

 Plano de reassentamento da população


 Programa de relocação da infra-estrutura
 Plano de desmatamento racional
 Plano ambiental de conservação e uso do entorno do reservatório
 Programa de proteção da fauna
 Programa de monitoramento da qualidade da água represada (incluindo
a água afluente e a liberada para jusante do reservatório)
 Programa de monitoramento e controle de áreas endêmicas de
esquistossomose e outras doenças associadas aos recursos hídricos
 Programa de ações para mitigação de impactos durante a fase de
execução das obras – Plano de Manejo Ambiental da Construção.
 Plano de recuperação de áreas degradadas
 Programa de educação ambiental
 Plano de operação ambiental do reservatório (incluindo medidas para
evitar salinização, eutrofização e outras alterações da qualidade da água.

A licença prévia LP deve ser solicitada ao órgão competente após a


conclusão do RTP e antes da execução do RFV. Na LP será elaborado o
estudo de impacto ambiental, a critério do órgão de controle ambiental,
constará do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e respectivo Relatório de
Impacto Ambiental (RIMA) ou outro documento semelhante.

Após a obtenção da LP, solicita-se a Licença de Instalação LI e


juntamente a licença para desmatamento. Também, deverá ser solicitado a
outorga de direito do uso da água junto ao órgão estadual responsável, no caso
de o rio a ser barrado seja em território estadual, e se for de domínio Federal,
deverá ser feita a solicitação à ANA – Agência Nacional das Águas.
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É indispensável, na fase de projeto, que o órgão empreendedor dê


informações sobre a construção à população dá área que será afetada, pois as
pessoas terão diferentes reações quanto ao futuro. Alguns acreditarão que a
vinda da obra hídrica será positiva, devido ao fato de suas necessidades serem
atendidas, porém alguns terão vista negativa, pois se preocupam se suas
residências serão inundadas e consequentemente terão de mudar para outro
lugar.

A partir do momento em que uma barragem é anunciada, a população


atingida começa a sofrer com a interrupção de investimentos públicos e
privados. Os bancos param de emprestar dinheiro. Novas escolas e hospitais
deixam de ser construídos. Serviços e comodidades existentes podem ser
interrompidos ou fechados muito tempo antes da população ser transferida. Os
próprios agricultores decidem não mais investir na melhoria de suas casas e
roças, com medo de perder tudo (O que fazer quando uma hidrelétrica “bate à
sua porta”?, Maternatura).

Segundo o PROAGUA, deve ser de responsabilidade do


empreendedor a condução do processo de reassentamento, considerando-se
que, em geral, tratam-se de populações de baixa renda, com muito pouca
mobilidade social e sem quase nenhum poder de negociação. Também, nos
projetos que envolvam a necessidade de reassentamento, os respectivos
programas ambientais devem garantir, no mínimo, o restabelecimento das
condições de vida anteriormente existentes, buscando, sempre que possível,
melhorar o padrão de vida das famílias afetadas.

Quanto às áreas indígenas, o PROAGUA diz que estas devem ser


evitadas sempre que possível, mas, na sua impossibilidade deve ser realizada
uma avaliação das interferências que poderão ocorrer e a elaboração de um
Plano de Desenvolvimento Indígena, contemplando medidas mitigadoras e/ou
compensatórias necessárias.

A empresa empreendedora da obra deverá se preocupar em relação a


saúde, pois um dos principais problemas consequentes da construção das
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barragens é a chegada de um grande número de trabalhadores e, circulando


por toda a parte, muitas vezes trazem consigo doenças contagiosas como a
tuberculose, sífilis, AIDS, entre outras. Porém, estes também são vítimas das
condições de trabalho perigosos e insalubres, na maioria dos casos. Também,
o acúmulo de água nos reservatórios são canais para a propagação de
doenças como a esquistossomose, a hepatite, a cólera, as diarreias, a
amebíase, e outras enfermidades de veiculação hídrica.

A fase de projeto também contempla a segurança das barragens.


Estabelecida pela Lei nº 12.334/2010, toda barragem deverá ter um Plano de
Segurança de Barragens, no qual será responsabilidade do empreendedor.
Este tem por finalidade garantir a segurança e reduzir a possibilidade de
acidentes e suas consequências, além de regulamentar as ações e padrões de
segurança.

Para barragens novas, o plano deverá ser elaborado até o início da


operação da barragem, no qual a Equipe de Segurança de Barragem o utilizará
para fazer as inspeções periódicas.

10. Construção

Objetivando implantar adequadamente as medidas ambientais


propostas nos estudos, alguns cuidados devem ser tomadas quando a obra for
licitada. O PROAGUA propõe:

 no edital de contratação das obras devem constar especificações


ambientais para execução dos serviços, prevendo-se a correspondente
medição e o pagamento por sua realização;
 no edital de obras deve constar a necessidade de participação, pela
empresa construtora, de equipe ambiental mínima de campo, incluindo os
custos associados;
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 uma equipe ambiental também deve integrar a empresa responsável


pela supervisão;

 antes de serem iniciadas as obras, deve ser elaborado o Plano de


Manejo Ambiental da Construção, a ser sistematicamente revisado e
atualizado.

Deverá haver uma pessoa ou equipe que será responsável por garantir
que os critérios ambientais sejam atendidos, tanto dos órgãos de licenciamento
quanto dos agentes financiadores.

Na etapa de construção, ocorrerá vários impactos negativos e estes


deverão ser identificados para que sejam elaboradas propostas para controlar
a situação. As medidas de controle farão parte do Plano de Manejo Ambiental
da Construção.

O Plano de Manejo Ambiental da Construção – PMAC é um documento


que consolida critérios, recomendações, técnicas e práticas correntes que são
empregadas no Brasil e no exterior, devidamente adaptadas às condições
particulares de cada empreendimento, com vistas a evitar ou minimizar os
impactos negativos identificados nos estudos ambientais do empreendimento.
Eventualmente, durante a implantação das obras outros possíveis impactos
poderão ser identificados, sendo necessária uma atuação preventiva ou
corretiva, por parte do empreendedor (PROAGUA, 2005)

PMAC deve ser elaborado deve considerar todas as interferências da


obra com o meio físico, biótico e antrópico nas áreas de influência, abrangendo
os principais aspectos gerenciais e técnicos relativos à implantação das
barragens e as obras associadas.

Segundo o PROAGUA, os aspectos são:

 Estrutura funcional para o PMAC.


 Matriz de atribuições e responsabilidades.
 Planejamento ambiental da construção.
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 Planos de Controle Ambiental: Gerenciamento de riscos e de ações de


emergência na construção; Controle e recuperação de áreas de empréstimo;
Desmatamento e limpeza da área de inundação; Salvamento da fauna;
Educação ambiental; outros.

A implantação de uma barragem envolve uma sequência de atividades


no qual devem ser objeto de cuidados, como o derramamento de óleos
combustíveis e lubrificantes utilizados nos equipamentos e montagem. A
responsabilidade pelas medidas preventivas de acidentes e de controle é da
construtora, ou seja, esta deverá instruir uma equipe de obras, no qual
fiscalizará a operação e manutenção dos equipamentos de construção a fim de
identificar qualquer sinal de deterioração das mangueiras, dutos e outros para
que não ocorram futuros vazamentos.

11. Canteiro de Obras

A escolha dos locais para implantação dos canteiros deverá contar com
a participação direta das Prefeituras e outros órgãos públicos com vínculo à
região, para propiciar a integração dessas instalações com a infra-estrutura
existente. Também, sua localização deverá ser licenciada pelos órgãos
estaduais ou municipais de meio ambiente, conforme a legislação vigente em
cada unidade da Federação brasileira, ocasião em que as medidas de convívio
adequado com as comunidades locais deverão ser demonstradas. (PROAGUA,
2005).

Sempre que possível, os canteiros de obras deverão estar localizados


próximos a cidade que será implantada a obra, de forma a minimizar o máximo
possível de impactos e alterações do cotidiano da população, facilitar o
transporte, atentar-se a emissão de ruídos e gases para a diminuição de poeira
(caminhão-pipa).
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Todo e qualquer dano provenientes da construção da barragem


deverão ser recuperados, inclusive as áreas de empréstimo, estradas de
serviço, áreas de bota-foras, entre outros.

12. Operação

Ainda que todas as propostas de mitigação dos impactos tenham sido


cumpridas, os usos múltiplos dos reservatórios poderão resultar em alterações
na qualidade da água armazenada, com impactos sobre a fauna aquática e
riscos sanitários para os seus usuários.

Lançamentos de esgotos domésticos e industriais, uso para banho, uso


para atividades recreacionais são fatores que irão alterar a qualidade da água,
sendo assim, faz-se necessário a preparação de programas de controle
ambiental visando à proteção do entorno do lago e ao controle da qualidade da
água armazenada.

É indispensável que se adote uma faixa de preservação no entorno do


reservatório para que seja conseguida a proteção necessária. De acordo com a
Resolução n0. 302, de 20 de março de 2002, do CONAMA, é considerada
como Área de Preservação Permanente a área com largura mínima, em
projeção horizontal, no entorno dos reservatórios artificiais, medida a partir do
nível máximo normal, de:

I. trinta metros para os reservatórios artificiais situados em áreas


urbanas consolidadas e cem metros para áreas rurais;

II. quinze metros, no mínimo, para os reservatórios artificiais de


geração de energia elétrica com até dez hectares, sem prejuízo da
compensação ambiental.
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III. quinze metros, no mínimo, para reservatórios artificiais não


utilizados em abastecimento público ou geração de energia elétrica, com até
vinte hectares de superfície e localizados em área rural.

Alguns outros aspectos também deverão ser considerados nesta fase


de operação da barragem, como:

 manutenção da disponibilidade hídrica, no qual será avaliado a se a


oferta de água de um reservatório corresponderá à vazão por ele regularizada;

 monitoramento da água, no qual haverá o controle da qualidade da água


e as variações quantitativas nas afluências ao reservatório e aterações no uso
do solo na bacia a montante;

 controle de salinização, sempre que houver uma tendência à


salinização, medidas conjuntas de operação do dispositivo de liberação de
água e de controle e manejo do uso do solo na cia de drenagem deverão ser
postas em prática;

 controle da poluição e eutrofização, no qual deverão ser adotadas


medidas para minimizar a possibilidade de eutrofização das águas, poluição e
degradação.

13. Eventos Catastróficos

O Brasil possui um grande número de barragens por possuir vastos


recursos hídricos. E para que não ocorram acidentes nestas o padrão técnico
das obras deve ser o melhor possível, estando sempre atentos à segurança da
estrutura e da operação das barragens, estudando os casos de problemas e
reparos e determinando as soluções cabíveis (MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO
NACIONAL, SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA HÍDRICA, 2002).
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Nos últimos anos aconteceram vários eventos significativos que


alertaram a população e o governo do Brasil, dentre eles:

 2001: acidente da mineração Rio Verde;


 2002: ocorrências de pequeno porte;
 2003: acidente com a barragem de resíduos industriais em
Cataguases que causou impactos ambientais e desabastecimento
de 600 mil habitantes por aproximadamente um mês;
 2004: rompimento da Barragem de Camará, na Paraíba, ainda na
fase de construção;
 2009: rompimento de Algodões I, no Piauí.

Esses eventos alertaram a sociedade e para garantir os padrões de


segurança, regulamentar, monitorar e acompanhar ações que visam à
segurança impostas pelos responsáveis pelas barragens, reduzindo acidentes
ou prevenindo-os, foi criada a Política Nacional de Segurança de Barragens
(PNSB). Este plano busca acompanhar todo ciclo de vida de uma barragem,
regulando ações de segurança na fase de planejamento, projeto, construção,
primeiro enchimento e primeiro vertimento, operação, desativação e de usos
futuros de barragens (AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS, 2011).

A Política Nacional de Segurança de Barragens é destinada à


acumulação de água para quaisquer usos, à acumulação de resíduos
industriais e à disposição de rejeitos e foi estabelecida pela Lei nº 12.334, de
20 de setembro de 2010, sendo este o primeiro relatório de segurança de
barragens elaborado (LEI Nº 12.334, 2010).

14. Órgãos Fiscalizadores

Existem diversos órgãos regulamentares relacionados à Política


Nacional de Segurança de Barragens, e o órgão que tem a atribuição de zelar
e estabelecer diretrizes para implementação dessa política é o Conselho
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nacional de Recursos Hídricos. Este conselho atua em função do SNISB,


recebe, analisa e envia ao Congresso Nacional o Relatório de Segurança de
Barragens (RSB), que é elaborado pelos órgãos fiscalizadores sob
coordenação da Agência Nacional de Águas, uma vez por ano (AGÊNCIA
NACIONAL DE ÁGUAS, 2011).

Os órgãos fiscalizadores definidos pela PNSB são Agência Nacional de


Águas, Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Departamento Nacional
de Produção Mineral (DNPM), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Órgão Estadual de Gestão de
Recursos Hídricos (OERH) e Órgão Estadual de Meio Ambiente (OEMA). Eles
fiscalizam, cadastram e classificam as barragens sob jurisdição quanto à
categoria de risco e dano potencial associado (AGÊNCIA NACIONAL DE
ÁGUAS, 2011).

Legenda:

D Barragens
Fiscalizadas

Figura 10 – 131 Barragens no cadastro de responsabilidade da ANA.


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Figura 11 – Aproveitamentos hidrelétricos cadastrados pela ANEEL.

A Lei também estabelece o Sistema Nacional de Informações sobre


Segurança de Barragens (SNISB). Essa Lei é restrita para barragens que se
enquadrem em critérios mínimos de porte e de eventuais danos decorrentes de
um acidente, dentre eles: que tenham a altura do maciço, contada do ponto
mais baixo da fundação até a crista da mesma, maior ou igual a 15 metros,
tenham capacidade em sua totalidade do reservatório maior ou igual a três
milhões de metros cúbicos, contenham resíduos perigosos perante as normas
técnicas aplicáveis, e ainda, tenham categoria de grandes danos, médio ou
alto, em função dos termos econômicos, sociais, do meio ambiente, ou
principalmente perda de vidas humanas (LEI Nº 12.334, 2010).
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15. Objetivos da Política Nacional de Segurança de Barragens

A Política Nacional de Segurança de Barragens tem como objetivo


analisar os padrões de segurança reduzindo acidentes, regulamentar todo e
qualquer tipo de ações de segurança adotadas desde o planejamento até os
usos futuros de barragens em todo território nacional, monitorar e acompanhar
as ações realizadas pelos responsáveis das barragens visando à segurança da
mesma, ampliar o controle de barragens pelo poder público, fiscalizando,
orientando e corrigindo as ações de segurança, organizar informações que
giram em torno do gerenciamento da segurança pelos governos, estabelecer
conformidades técnicas, e também estimular a cultura de segurança e gestão
de riscos nas barragens (LEI Nº 12.334, 2010).

Segundo Art. 4º da Lei nº 12.334 de 2010, existem fundamentos que


compõem a Política Nacional de Segurança de Barragens, os quais são
fiscalizados pelos órgãos ambientais integrantes do Sistema Nacional do Meio
Ambiente (SISNAMA).

O artigo 4º exige que a segurança de trabalho seja considerada em


todas as etapas do ciclo de vida da barragem, e a população deve estar ciente
de todas as ações preventivas e emergenciais a serem tomadas desde a
implantação da obra.

O desenvolvimento de ações que garantem a segurança da barragem


é de responsabilidade do empreendedor, sendo a participação e o controle
social mecanismos utilizados para este fim (LEI Nº 12.334, 2010).

16. Fiscalização

A fiscalização da segurança de barragens caberá à entidade que


outorgou o direito de utilização dos recursos hídricos, observado o domínio do
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corpo hídrico, quando o objetivo acumular água, exceto para fins de


aproveitamento hidrelétrico e caberá à entidade que liberou o uso do potencial
hidráulico, quando se tratar de uso preponderante para fins de geração
hidrelétrica, e se os serviços forem de recursos minerais caberá à entidade
outorgante de direitos minerários, ou ainda se o objetivo for a disposição de
resíduos industriais cabe à entidade que forneceu a licença ambiental de
instalação e operação destes fazer a fiscalização (LEI Nº 12.334, 2010).

17. Instrumentos da Política Nacional de Segurança de Barragens

Qualquer plano, lei ou política deve ter instrumentos a serem seguidos,


e os instrumentos da Política Nacional de Segurança de Barragens
classificadas por categoria de risco e por dano potencial associado são (LEI Nº
12.334, 2010):

 Plano de Segurança de Barragem;


 Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens
(SNISB);
 Sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente
(Sinima);
 Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de
Defesa Ambiental;
 Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente
Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais;
 Relatório de Segurança de Barragens.
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18. Plano de Segurança da Barragem

No Plano de Segurança de Barragem deve ser informada a


identificação do empreendedor, os dados técnicos referentes à implantação do
empreendimento, e também referentes à manutenção posterior à sua
construção. Devem conter também a estrutura organizacional e qualificação
técnica dos profissionais da equipe de segurança que trabalham na barragem,
todos os manuais de procedimentos dos roteiros de inspeções e
monitoramentos (LEI Nº 12.334, 2010).

No plano de segurança constam ainda regras operacionais de todos os


dispositivos de descarga que na barragem operam, indicações da área ao
redor das instalações e os acessos até elas (LEI Nº 12.334, 2010).

Pode ainda ser exigido um documento chamado Plano de Ação de


Emergência (PAE), que visa organizar ações imediatas posteriores à uma
ocasional ruptura da barragem (LEI Nº 12.334, 2010).

E para a segurança seja garantida ao longo de toda vida útil da


barragem no plano de segurança da barragem constam relatórios de inspeções
e revisões periódicas de segurança. Sendo que a periodicidade de atualização
e detalhamento dos planos de segurança e seus relatórios são determinados
pelo órgão fiscalizador. A revisão periódica da Segurança de Barragem tem
como objetivo verificar o estado de segurança, considerando os critérios de
projeto, os dados hidrológicos e as mudanças à montante e a jusante da
barragem. Ela é realizada examinando toda a documentação da barragem, os
procedimentos de manutenção e operação, incluindo os relatórios de inspeção
e analisando e comparando o desempenho da barragem em relação às
revisões anteriores (LEI Nº 12.334, 2010).
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19. Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de


Barragens

O Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens é


utilizado para registro informatizado das condições de segurança de barragens
no país. Esse sistema trata da coleta, tratamento, armazenamento e
recuperação de informações, contemplando barragens em construção, em
operação ou desativadas (LEI Nº 12.334, 2010).

Os princípios básicos para que o sistema funcione são: a


descentralização da obtenção e produção de dados e informações, o método
de coordenar unificado e a garantia de informações a população (LEI Nº
12.334, 2010).

O Plano Nacional de Segurança de Barragens contém um programa de


educação e de comunicação sobre segurança de barragem, objetivando a
conscientização da população sobre a importância da segurança de barragens,
e para isso são disponibilizados materiais didáticos, sistemas de divulgação e
parcerias com instituições educadoras (LEI Nº 12.334, 2010).

20. Cadastros de atividades

O órgão que fiscaliza a barragem deve manter cadastro da mesma sob


sua jurisdição, identificando os empreendedores. Ele também exige que o
empreendedor faça a anotação de responsabilidade técnica, por profissional
habilitado pelo CONFEA e pelo CREA, de todas as partes constituintes da obra
citados na Lei nº 12.334 de 2010 (LEI Nº 12.334, 2010).

Para a garantia da segurança nas barragens os órgãos fiscalizadores


também exigem do empreendedor o cumprimento das recomendações
contidas nos relatórios de inspeção e revisão periódica de segurança,
informando à Agência Nacional de Águas (ANA) e ao Sistema Nacional de
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Defesa Civil (Sindec) qualquer desconformidade que implique no risco imediato


à população residente nas redondezas da barragem (LEI Nº 12.334, 2010).

21. Classificação das barragens

As barragens são classificadas com base em critérios gerais


estabelecidos pelo Conselho nacional de Recursos Hídricos (CNRH), pelos
agentes fiscalizadores (LEI Nº 12.334, 2010).

A classificação das barragens em função do risco ser alto, médio ou


baixo é feita levando em conta as características técnicas, o estado de
conservação e o atendimento ao Plano de Segurança de Barragem (LEI Nº
12.334, 2010).

Já para caracterizar a barragem pelo dano potencial associado em alto,


médio ou baixo, é feita uma análise em função das perdas de vidas humanas e
dos impactos ambientais, econômicos e sociais oriundos do rompimento desta
(LEI Nº 12.334, 2010).

22. Não atendimento dos requisitos de segurança

Se a barragem não atender aos requisitos de segurança a mesma


deverá ser recuperada ou até mesmo desativada pelo empreendedor, que
deverá comunicar o órgão que fiscaliza o empreendimento e toma as
providências legais e cabíveis (LEI Nº 12.334, 2010).

Em caso do empreendedor omitir as falhas no sistema de segurança


de barragem o responsável pela fiscalização poderá tomar as medidas que
permitem minimizar os riscos de acidentes, sendo que todos os custos
estimados por essa intervenção serão cobrados do empreendedor que de início
omitiu as informações (LEI Nº 12.334, 2010).
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23. Referências Bibliográficas

PROAGUA / Semi-Árido. Diretrizes ambientais para projeto e


construção de Barragens e operação de reservatórios. Distrito Federal:
Brasília, 2005. 107 p.

DANIEL, Camila. Quando os dois lados se aproximam: o discurso


oficial sobre a construção do complexo hidrelétrico de simplício (rj/mg). Rio de
Janeiro: Universidade Federal Rural Rio Janeiro, 2012.

O que fazer quando uma hidrelétrica “bate à sua porta”?. Impactos


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http://www.maternatura.org.br/hidreletricas/guia/LeiaMais_Osimpactosambienta
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CONAMA

TUCCI, C. E. M., HESPANHOL, I., NETTO, O. M. C. Cenários da


Gestão da Água no Brasil: Uma Contribuição para a "Visão Mundial da
Água". Bahia Análise e Dados: Salvador, v.13, n.especial, p.357-370, 2003.

PIRES, J. C. L. Desafios da Reestruturação do Setor Elétrico


Brasileiro. Textos para Discussão n.76: Rio de Janeiro, 2000.

FUNCEME, Fundação Cearence de Meteorologia e Recursos Hídricos.


Mapeamento dos Espelhos d'Água do Brasil. Relatório Técnico: Abril, 108p.
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ANA, Agência Nacional de Águas. Relatório de Segurança de


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ANA, Agência Nacional de Águas. Cadastro de Barragens. Disponível


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http://www2.ana.gov.br/Paginas/servicos/cadastros/Barragens/Visualiza.aspx.
Acesso em set/2014.

ANA, Agência Nacional de Águas. Workshop SNISB e Classificação


de Barragens. Ministério do Meio Ambiente: Brasília, 2013.

PORTAL BRASIL. Potencial hidrelétrico brasileiro está entre os


cinco maiores do mundo. Disponível em:
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Engenharia Civil

http://www.brasil.gov.br/infraestrutura/2011/12/potencial-hidreletrico-brasileiro-
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MME, Ministério de Minas e Energia. Plano Decenal de Expansão de


Energia 2022. Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Estratégico.
MME/EPE: Brasília, 2013.

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