Ondas Curtas, Microondas e Ultrassom

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 13

MICROONDAS, ONDAS CURTAS E ULTRASSOM - MATÉRIA DA P1

ELETROLOGIA

1. Agente terapêutico - analgesia, mioestimulação


2. Agente diagnóstico - eletromiografia, eletroneuromiografia
3. Agente patogênico - p/ destruir alguma coisa (folículo piloso, por
ex.) ou pra causar reação inflamatória (p/ acelerar a cicatrização)
4. Agente produtor de outros agentes físico - corrente elétrica
sendo convertida em outra energia, como a térmica

Classificações da Eletroterapia

1 - Quanto às frequências

Baixa - Até 1000Hz

- TENS - controlar a dor


- FES - estimula contração muscular
- Farádica
- Diadinâmica
- Microcorrente

Média - de 1000Hz até 100KHz

- Interferencial (2000Hz a 4000 Hz)


- Russa (2500 Hz)
- Australiana (1000Hz a 4000Hz)

Alta - Maiores que 300KHz

- Ondas curtas - 27Mhz - (Diatermia eletromagnética)


- Microondas - 2450MHz - (Diatermia eletromagnética)
- Ultrassom - 1, 3, ou 5 MegaHz - Pode ser diagnóstico ou para
tratamento (Diatermia mecânica)

> quando as Ondas curtas, as Microondas e o Ultrassom interagem


com os tecidos biológicos, eles são transformados em energia térmica
profunda

> O Ultrassom é uma energia mecânica, enquanto as OC e as MO são


energias eletromagnéticas
> a corrente GALVÂNICA é a única CONTÍNUA

> Quanto maior a frequência, menor a impedância cutânea (mais


fácil ela passa pelas camadas da pele)

2 - Quanto aos efeitos no organismo

- Eletroquímico
- Motor
- Sensitivo
- Energético

____________________________________________________________________

ONDAS CURTAS

- Está situada no espectro eletromagnético


- É uma radiação de energia com propriedades elétricas e
magnéticas
- É dependente da frequência
- Interage com diferentes tipos de materiais de acordo com as
suas propriedades eletromagnéticas (não precisa de água, gel ou
qualquer outro meio transmissor)

Frequência de uso na fisioterapia

- Menos usado que o US


- Mais usado que as MO

Motivos:
1. praticidade
2. custo (por volta de R$ 3k)
3. escassez de estudos

> Comprimento de onda está relacionado a quais moléculas vão


interagir com essa energia

Parâmetros da máquina

1. nível de energia
2. frequência
3. distância do recurso
As ondas curtas podem ser:
Contínua - Utilizada quando precisa-se de mais aquecimento
Pulsada - Utilizada quando precisa-se de pouco ou nenhum
aquecimento

Características das OC

- Frequência de 27,12MHz
- Viaja em linha reta
- Tem velocidade uniforme no vácuo
- Pode ser refletida e refratada
- Gera efeito quando absorvida por alguma molécula

Como funcionam as ondas curtas?

- As ondas são geradas pela Válvula termoiônica ou por


dispositivos transistorizados
- A parte do equipamento que encosta no paciente são os
Capacitores

Reações dos tecidos frente às OC

Áreas irrigadas, polares, dipolares, com água e proteínas, absorvem


bem a energia, enquanto que em áreas com muito tecido adiposo
(apolar, isolante térmico e elétrico) a absorção não é satisfatória.

A interação entre as cargas dos tecidos com as cargas dos eletrodos


gera Arrasto friccional, que gera CALOR.

1. Moléculas carregadas: íons, proteínas, etc


2. Moléculas dipolares: água e proteínas
3. Moléculas apolares: tecido adiposo

Método capacitivo X indutivo

- Quando se tem dois eletrodos (capacitivo), o efeito é


predominantemente elétrico
- Quando se tem um eletrodo (indutivo), o efeito é
predominantemente magnético

Mecanismos de aquecimento nas OC capacitivas


- Lei de Joule - mecanismo primário
- Relaciona calor, tempo, intensidade e resistência

> quanto maior o tempo, maior o calor


> quanto maior a resistência, maior o calor
> quanto maior a intensidade, maior o calor

Ondas Curtas por Mecanismo Indutivo

- O campo magnético predomina sobre o campo elétrico


- Oscilações de moléculas polarizadas é o mecanismo principal de
aquecimento
- Reflexão e refração produzem aquecimento
- Penetração: avalia-se penetrações de até 5cm de profundidade
dependendo do tecido

> não existe consenso sobre o grau de aquecimento entre as técnicas


indutiva e capacitiva

Ondas Curtas Pulsadas

- Efeitos não cumulativos


- Facilitação da cicatrização e melhora das lesões de tecidos
moles
- Possível repolarização das membranas celulares pós lesão
- Restauração da bomba de sódio

Determinando a dose das OC

- Tempo de aplicação
- Potência (Watts)
- Forma de aplicação (Cont x Puls)
- Região a ser tratada

> sintonia não determina a dose

TÉCNICAS DE APLICAÇÃO DE ELETRODOS CAPACITIVOS


OBSERVAÇÕES

- manter os eletrodos paralelos (na contraplanar)


- usar eletrodos de tamanhos iguais
- usar eletrodos maiores que a área a ser tratada
- certificar-se da distância eletrodo-pele: 2 a 4cm (Colocar panos,
por exemplo)
- a distância entre os eletrodos deve ser maior que 8cm, ou maior
que o próprio eletrodo)
CUIDADOS!!!

- não deixar os cabos se encostarem, ou se cruzarem, pois causa


interferência elétrica
- o paciente também não pode encostar nos cabos - risco de
queimadura
- nunca utilizar apoios de metal (cadeira, maca, etc)
- retirar acessórios metálicos, ou cobrir, caso não seja possível
retirar
- não colocar em proeminências ósseas
- evitar outros equipamentos eletroterápicos na mesma sala
- instalar gaiola de Faraday
- aterramento adequado e de qualidade
- rede isolada com disjuntor específico (não dividir tomada)

CONTRA-INDICAÇÕES

- marcapassos
- sensação térmica comprometida
- área isquêmica ou hemorrágica
- tumores malignos
- processo inflamatório agudo
- período menstrual
- zonas de crescimento ósseo
- trombose venosa recente
- gravidez

MODO DE USO

Pulsado
- Fase aguda (48h) e sub aguda
- Nesse modo, tem como controlar a frequência (determina
intervalo da pulsação)
- No aparelho, cada “P” indica a frequência do aparelho:
1. Agudo - 5 min, 80Hz
2. Subagudo - 5/15min, 80 a 300Hz

Contínuo
- Usado para fase crônica (aumenta a extensibilidade dos
músculos e do colágeno)
- Não tem frequência
- 20 a 30min

____________________________________________________________________
MICRO-ONDAS

- Energia de alta frequência > maior profundidade, maior


espalhabilidade (sala apropriada, equipamentos corretos)
- Não usa eletrodos, você “mira” a lâmpada

Contra indicações/Cuidados

- Gravidez (geral) - causa má formação fetal


- Tumores malignos (local)
- Região ocular e genital
- Metais (local, preferência para o pulsado
- Insuficiência circulatória
- Tecidos desvitalizados (pele não íntegra)

Diferenças entre OC e MO

1. Frequência de operação (+- 27MHz x 2,5GHz)


2. Produção da onda (válvula x magnetron)
3. Mecanismos de ação - é igual nos dois
4. Profundidade de penetração (ondas curta chega mais
profundamente que as microondas)

> MO aquece mais os tecidos superficiais do que os profundos


> MO alcança ⅓ da profundidade que as OC alcançam
> Dar preferência para as Ondas Curtas, pois é mais versátil

Efeitos das Mo sobre os tecidos

- Aumento do fluxo sanguíneo


- Aumenta metabolismo
- Influência na dor e no espasmo

Determinando a dose

1. Frequência da onda (fixo em 2.450GHz)


2. Tamanho e forma do aplicador (fixo)
3. Orientação do campo (para otimizar a absorção)
4. Espaçamento entre o aplicador e o tecido (2cm para locais com
mais tecido adiposo, 6cm para saliências ósseas)
5. Tempo (10 a 20 min)
6. Intensidade
- Maior que 10m W/cm2 - efeito térmico predominante
- Entre 1 e 10 mW/cm2 - pouco efeito térmico
- Menos que 1m W/cm2 - efeito térmico não perceptível

Espaçamento entre o aplicador e os tecidos

Entre 2 cm, para tecidos com mais tecido adiposo, e 6cm, para regiões
com saliências ósseas

Tempo

Para efeito circulatório: usualmente entre 10 e 20 minutos


Não deve ultrapassar 30 minutos

Intensidade

maior que 10mW/cm2 - efeitos térmicos predominantes


entre 1 e 10mW/cm2 - poucos efeitos térmicos
menos que 1mW/cm2 - efeitos térmicos não perceptíveis

> levar em consideração a percepção paciente

- na fase aguda, não deve sentir calor


- na fase sub aguda, deve sentir pouco calor
- na fase crônica, deve sentir muito calor

Potenciais riscos das MO

1. Os mesmos das OC
2. Maior risco de queimadura
- por dose excessiva
- por áreas hipovasculares
- falta de sensibilidade calorosa
3. Maior risco para os olhos

> Recomenda-se que o fisioterapeuta mantenha uma distância de 1,5 a


2m do equipamento

____________________________________________________________________

ULTRASSOM

- É o que tem a maior comprovação de eficácia


- Nas clínicas, o que mais utiliza-se é o ultrassom, TENS, FES/NMES,
entre outros
A natureza da terapia por US

- Ondas sonoras percebidas pelo ouvido humano: 16 a


20.000Hz
- Qualquer onda acima de 20.000Hz é considerada como Ultra-som
- US terapêutico: varia de 750.000 a 3.000.000Hz (0.75 a 3Mhz) - >
existe um aparelho na dermato que chega a 5.000.000 Hz - UST de
1 a 3 ou 5 mega

Como funciona?

- Na cabeça do ultrassom temos um cristal. A corrente elétrica


passa por esse cristal e faz com que ele vibre.
- o som não se propaga no vácuo
- Utiliza-se gel ou água para o som se propagar
- Zonas de maior e menor densidade > fazem um tipo de
massagem
- Quanto maior a densidade, maior a propagação

Componentes do equipamento

- cabo conectado no aparelho e no cabeçote


- No diafragma metálico é que fica o cristal
- Controles de operação
- Circuito para oferecer corrente alternada em alta frequência
- Transdutor
- Circuito interno do equipamento: microprocessadores,
amperímetros…)
- TRANSDUTOR: efeito piezelétrico direto > geração de corrente
através de um cristal quando ele é comprimido (quem comprime
o cristal é a energia elétrica)

Parâmetros da onda ultra-sônica

FREQUÊNCIA

- Quanto maior a frequência, mais superficial é a penetração


- Essa energia mecânica do ultrassom é bem absorvida quando se
tem colágeno - pele, tendão, ligamento, bursa, cápsula

Influências da energia ultra-sônica


- Essa energia pode ser refletida, refratada ou absorvida

onda incidente + onda refletida = onda estacionária = aumenta


pressões acústicas

Cavitação Acústica

A passagem da onda mecânica no meio líquido tende a formar gás


(igual quando solta pum na água). Essa cavitação pode ser:

- Estável - efeitos fisiológicos - gera pressão altera o potencial


elétrico da célula - isso leva à: síntese de proteína, liberação de
conteúdo pelas células, alteração do fluxo de sangue, alteração
da permeabilidade vascular, angiogênese e alinhamento e
sintetização do colágeno na região que está sendo tratada
- Transiente - danos

>>>Evitar altas intensidades<<<

Produção e absorção da onda US

1. não ocorre absorção uniforme


2. a atenuação da onda US aumenta se o tecido possui maior
quantidade de proteína e menor quantidade de água

- ótima absorção no osso

atenuação do US de 1MHz

- sangue 3%
- gordura 13%
- músculos 24%
- vaso sanguíneo 32%
- pele 39%
- tendão 59%
- cartilagem 68%
- osso 96%

Interação do campo ultra-sônico com os tecidos biológicos


- Absorção da onda ultra-sônica pelos tecidos > oscilação
das partículas >

pulsado: mecânica
contínuo: térmica

- 10% - lesões agudas (evita calor) (90% do tempo NÃO passa onda)
- 20% - lesões subagudas iniciais
- 50% - subagudo tardio (acumula calor)
- 100% - já é contínuo!

Efeitos térmicos x atérmicos

Sempre há predominância de um efeito sobre o outro

Efeitos mecânicos (atérmicos)

- Cavitação estável (benéfica)


- Altera permeabilidade celular
- Altera difusão de íons na membrana celular
- Síntese de colágeno
- Secreção de agentes quimiotactéis
- Aumenta a captação de Ca+2
- Aumenta a atividade celular
- Aumenta a fagocitose
- Aumenta a fibrinólise
- Cicatrização de fraturas ósseas
- Reparo do tecido conjuntivo

Efeitos térmicos

- Forma contínua
- É intensidade/tempo dependente
- Varia em função da frequência
- Área e tipo do tecido tratado
- Quanto maior a dissipação do calor, maior é o aumento do fluxo
sanguíneo - e a percepção térmica é diferente, é menor
- A capacidade de dissipação do calor depende também da
vascularização do tecido

> Aumento da atividade celular


- a atividade de qualquer reação química pode ser afetada
por um aumento T
- o metabolismo celular é uma série

> Aumento da extensibilidade do colágeno


- principal estrutura protéica do corpo

> Aumento no limiar de dor


- Considerado como efeito direto
- Alteração na permeabilidade da membrana celular, alterando a
atividade elétrica nas fibras nervosas
- Eleva o limiar das fibras nervosas
- A VCN (velocidade da condução nervosa) aumenta

> Redução do espasmo muscular


- Efeito direto: efeito térmico reduz a atividade do fuso muscular,
além de reduzir diretamente as propriedades contráteis do
músculo
- Efeito indireto: pela inibição do ciclo dor-espamo-dor

> Cicatrização tecidual


- O US é PRÓ-INFLAMATÓRIO - acelera a fase inflamatória
- aumenta atividade de macrófagos
- aumenta a síntese de colágeno
- aumenta o alinhamento das fibras de colágeno

Modo de aplicação

Qual a condição do paciente?

> Crônico? Usa-se o modo contínuo (ou o pulsado 1:1 (50%/50%) - vai
gerar calor
> Sub agudo? Usa-se o modo pulsado, 2:1 (33%/66%)
> Agudo? Usa-se o modo pulsado 3:1 (25%/75%)

Intensidade

1. agudo - baixa (0.1 W/cm3 a 0.3 W/cm3)


2. sub agudo - moderada
3. crônico - alta

Tempo
Uma aplicação de 20% corresponde a 1:4, ou seja, 5 partes. Para
definir o tempo, você pega o número de partes (5), multiplica por 1
minuto e depois multiplica pelo número de ERAS:

5 x 1min x 3 eras = 15 minutos

Exemplos:

Contínuo (100% - 1:1) - 2 x 1min x nº ERAS


Contínuo (100% - 1:1) - 2 x 1min x nº ERAS

Pulsado (20% - 1:4) - 5 x 1min x nº de ERAS


Pulsado (50% - 1:1) - 2 x 1min x nº de ERAS

- Se for uma fase crônica, pode-se usar o esquema 50/50, ou 1:1.


Nesse parâmetro, a conta sempre vai ser 2 x 1m x nº de eras, ou
seja, é só multiplicar o número de ERAS por 2 ( 2 x 1min x 3 ERAS =
6, ou 2 x 1min x 5 ERAS = 10)
- Se for usar no modo contínuo (100%), a conta é um minuto por ERA
(2 eras - 2 minutos, 5 eras, 5 minutos_
- o pulsado de 20% é pra condições mais agudas. o pulsado de 50%
é pra sub aguda
- se você usa o de 20%, 80% da energia não é absorvida

Você também pode gostar