Aula 5 - Diatermia Por Ondas Curtas

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Diatermia por Ondas Curtas

Diatermia

 Diatermia (aquecimento através de) – É uma técnica que

consiste em elevar a temperatura dos tecidos pela passagem

de uma corrente de alta frequência através de uma região

do corpo. O calor é produzido pela resistência dos tecidos à

passagem da corrente elétrica.


Ondas Eletromagnéticas

 As ondas eletromagnéticas podem ser formadas a partir

de uma corrente passando por um condutor, esta

corrente vai produzir um campo elétrico em torno do

condutor e este campo elétrico promoverá um campo

magnético.
Ondas Eletromagnéticas
Ondas Curtas

 É uma corrente de alta frequência, cerca de 27,12


MHZ e produz ondas eletromagnéticas (“campos elétricos
e magnéticos que se deslocam pelo espaço sem a
necessidade de um meio de sustentação”) com um
comprimento de onda de 11 metros. Seu funcionamento é
como de um pêndulo, pois os elétrons ora se movem para
um lado, ora para outro. A polaridade muda de posição tão
rapidamente que não chega a estimular os nervos motores.
Biofísica

 Fenômeno D’Arsonval - D’Arsonval pegou várias correntes

elétricas, e aplicando num segmento corpóreo, foi

aumentando a frequência seletivamente.

 Na baixa frequência, tinha contração muscular, na média

tinha um pouco de contração e um pouco de efeito calórico,

quando chegava na alta frequência, não aparecia o efeito

contrátil e somente se conseguia o efeito calórico.


Efeito Joule

 Geração de calor proporcionada pela passagem da corrente

de alta frequência pelas estruturas orgânicas.

 As moléculas de água, íons e proteínas submetem-se a

rotações e oscilações à passagem do campo elétrico gerando

calor. (tecidos com elevado conteúdo de água, como o

sangue e o tecido muscular)


Condução das OC nos tecidos vivos

 Podemos considerar que os tecidos vivos consistem de três

tipos moleculares:

1. Moléculas carregadas.

2. Moléculas dipolares.

3. Moléculas apolares.
Moléculas carregadas
Moléculas carregadas
Aquecimento dos tecidos
Transmissão das ondas eletromagnéticas

 Ferromagnéticos - materiais que se deixam influenciar com

facilidade pelas ondas eletromagnéticas.

 Paramagnéticos - Aqueles que apresentam algumas

“dificuldades” à influência das ondas eletromagnéticas.

 Diamagnéticos - Os materiais que não são influenciáveis

pelas ondas eletromagnéticas


Transmissão das ondas eletromagnéticas

 Ex1: Paciente deitado em cama de madeira (material

diamagnético) ele é considerado Paramagnéticos (o campo

eletromagnético será desviado para o paciente)

 Ex2: paciente estiver deitado em cama de ferro, o paciente é

considerado paramagnético e a cama ferromagnética (o

campo eletromagnético será desviado para cama)


Técnica de aplicação dos
eletrodos

ATRAVÉS DO USO DE DIATERMIA

POR ONDAS CURTAS PODEREMOS

CITAR DUAS FORMAS DE MÉTODOS:

CAPACITIVO E INDUTIVO.
Técnica capacitiva

 O sinal de ondas curtas se aplica mediante dois eletrodos

capacitivos com duas variantes.

 Placas Capacitoras Flexíveis

 Eletrodos Schiliephake
Placas Capacitoras Flexíveis

 São placas metálicas flexíveis revestidas com almofada

de material plástico, borracha, feltro ou espuma.

 Possuem tamanhos variados (pequeno, médio, e grande). E

o espaçamento entre a pele e o eletrodo é feito, além do

feltro, espuma, com toalha e cobertores.


Placas Capacitoras Flexíveis
Eletrodos Schliephake

 São discos metálicos planos acoplados a “braços”

mecânicos que permitem movimentos universais

facilitando os posicionamentos os eletrodos no segmento

a ser tratado. São cobertas com um envoltório de vidro,

plástico, ou borracha. Estas coberturas mantém a

distância entre a pele e a placa capacitora (é ajustável) .

É de fácil aplicação
Eletrodos Schiliephake
Técnica de utilização dos
eletrodos (Método Capicitivo)

• TRANSVERSAL (CONTRAPLANAR)

• LONGITUDINAL

• COPLANAR
Transversal (Contraplanar)

Um eletrodo lateralmente e outro medialmente ou um

eletrodo posterior e outro anterior.

 Nesta técnica o aumento de temperatura será maior no

tecido subcutâneo (adiposo) e estruturas mais

superficiais.

 Os eletrodos não poderão estar muito próximos pois

impossibilitaria a criação de um campo eletromagnético.


Transversal (Contraplanar)
Longitudinal

 Um eletrodo na parte anterior da coxa e o outro na região

plantar (paciente sentado);

 Um eletrodo na parte anterior da coxa e o outro na

panturrilha (paciente sentado);

 Um eletrodo na região lombar e outro na posição plantar;

etc.
Longitudinal
Coplanar

 Eletrodo no mesmo plano. Este método promoverá uma

terapêutica mais superficial.

 Deve-se respeitar uma distância mínima de 8 a 10 cm

entre as placas, pois se houver redução dessa distância,

haverá concentração de ondas curtas nas placas e não no

paciente.
Coplanar
Técnica indutiva

 A terapia por ondas curtas geralmente utilizando o método


indutivo será aplicada de um único eletrodo. Trata-se de
eletrodo circular conhecido como bobina ou tambor.
 Funciona como uma antena que transmite o campo
eletromagnético para o interior dos tecidos.
 São mais eficazes para produzir calor que os eletrodos
capacitivos, pois o aumento de temperatura no tecido
adiposo e muscular é mais homogêneo, se dá numa relação
de 1/1
Técnica indutiva
Técnica indutiva

 Uma corrente elétrica é gerada no interior do aparelho,

sendo em seguida passada através da bobina.

 O campo magnético associado a esta corrente é formado em

ângulo reto com a direção do fluxo da corrente, sendo

portanto direcionado para a parte do corpo na qual se

estabeleceram as correntes indutivas


Técnica indutiva
Técnica indutiva X Técnica capacitiva
Comandos básicos do aparelho

 Os Comandos básicos do aparelho de ondas curtas são:

 Reguladores de intensidade - 100 a 1000 Watt

 Tempo - 10, 15 ou 20 minutos.

 Duração do pulso ou largura do pulso - 25 a 400 µs

 Frequência - 15 a 800 Hz (Somente no ondas curtas


pulsado)

 Sintonia
Sintonia

 Tanto os campos elétricos como os magnéticos são


produzidos em tecidos humanos sujeitos às OC. Durante a
aplicação de OC o paciente torna-se parte do circuito
elétrico através do uso de eletrodos do tipo capacitivo ou
bobina de indução 0 ressonador (ou circuito do paciente) e
o circuito gerador são sintonizados através do uso de um
capacitor variável que se ajusta aos parâmetros de cada
circuito e assim gera máxima transferência de potência.
Sintonia
Aparelho de Ondas Curtas
Ondas Curtas Pulsáteis

 Trata-se de uma forma especial de ondas curtas obtidas, através da

interrupção, da saída das ondas curtas contínuas.

 São chamadas também de ondas atérmicas (ondas curtas sem

o efeito térmico), entretanto há controvérsias com relação a isso,

pois dependendo da frequência de pulso que se trabalha (mais

elevada) poderemos ter algum efeito térmico.


Continuo X Pulsátil
Frequência de pulsos baixa
Frequência de pulsos média
Frequência de pulsos alta
Dosemetria OC: Escala de Schliephake

 Calor muito débil - Imediatamente abaixo da sensação


de calor ou abaixo do limiar de sensibilidade. (Grau I)
 Calor débil - É a sensação de calor imediatamente
perceptível. (Grau II)
 Calor médio - É a sensação clara e agradável de calor.
(Grau III)
 Calor forte - É a sensação de calor no limite da tolerância.
(Grau IV)
Dose mitis e submitis (OCP)

 A dose estabelecida para ondas curtas pulsado (OCP) na

literatura internacional apresenta duas denominações mitis

e submitis, determinadas pela equação de potência média e

também pela sensação subjetiva.


Potência média

 Quando se opta pela terapia pulsada, estamos direcionando

o tratamento para processos patológicos que não

necessitam de carga térmica, pelo menos de forma intensa.

Neste caso podem ou não ser perceptíveis pelos termo

receptores do paciente.
Potência média

Wm= Wp x Dp x F

 Wm = Potência média (watt)

 Wp = Potência de pico (watt)

 Dp = Duração do Pulso (µs ou ms)

 F = Frequência (Hz)
Exemplo de Frequência

 Baixa frequência - Fase aguda (0 a 50 Hz)

 Média frquência - Fase subaguda (70 a 150 Hz)

 Alta frequência - Fase crônica (150 a 300 Hz ou contínuo)


Tempo de tratamento

 Fase aguda: 10 a 15 min - OCP

 Fase sub-aguda: 15 a 20 min - OCP

 Fase crônica: 20 a 30 min


Efeitos Fisiológicos / Terapêuticos

 Aumento da vascularização periférica com a formação de

neovasos;

 Aumento no número e atividade das células situadas na zona

de lesão;

 Aumento dos depósitos de colágeno e de sua orientação;

 Aumento dos depósitos de fibrina e de sua orientação;


Efeitos Fisiológicos / Terapêuticos

 Aumento do crescimento e da reparação nervosa;

 Melhora 0 nível de polarização da membrana celular;

 Diminuição do tempo de reabsorção dos hematomas;

 Redução do edema e da inflamação


Indicações

 Afecções traumáticas (contusão, entorse, etc.)

 Afecções musculares (mialgia, contratura, espasmo,

rupturas, etc)

 Afecções reumatológicas (bursite, tendinite, capsulite etc.)


Contra-Indicações

 Quadro inflamatório agudo;

 Patologias com tendências hemorrágicas;

 Gestantes;

 Tumores malignos;

 Marca-passo;

 "Alterações sensitivas";

 Tromboses/aterosclerose;
Contra-Indicações

 Doenças infecciosas;

 Estado febril;

 Implante metálico no campo de aplicação;

 Doenças com degeneração de cartilagem articular;

 Áreas isquêmicas;

 Insuficiência cardíaca etc.


Doenças com degeneração de cartilagem articular

 Nas patologias reumatológicas com características degenerativas


articulares (artrite reumatóide, espondilite anquilosante,
osteoartrite) a enzima colagenase é liberada por leucócitos
polimorfonucleares, que destroem o colágeno na cartilagem
articular, aumentando assim sua degeneração. Já se demonstrou
que a articulação inflamada apresenta uma temperatura
articular normal, que oscila entre 30,5°C e 33°C. As
colagenases articulares tornam-se, em média, quatro vezes mais
ativas quando a temperatura sobe para 36°C em relação a 33°C,
e 2,9 vezes mais ativas em 39°C em relação a 37°C.
Precauções e Contra-Indicações

 Manter uma distância de 6 metros de aparelhos (eletroencefalógrafo,

eletrocardiógrafo, eletromiógrafo, corrente galvânica ou corrente


farádica)

 Implantes metálicos

 O uso de toalhas entre os aplicadores capacitivos e indutivos se

faz necessário para garantia da distância eletrodo-pele.

 Evitar o uso em pacientes com marca-passo cardíaco, marca-passo


diafragmático, aparelhos de surdez

 Evitar macas ou cadeiras metálicas


Precauções e Contra-Indicações

 Períodos menstruais

 O paciente não deve se movimentar durante o tratamento

 Cuidado com aplicações em locais com proeminência óssea pois podem


provocar “efeito ponta”
 O tempo de exposição máxima para o fisioterapeuta deve ser de
aproximadamente 8 minutos, por dia de trabalho, no campo de maior
intensidade
 Não utilizar perto de gestantes

 Tumores malignos

 Área isquêmica
Sistema de segurança para o ondas curtas - Gaiola de Faraday

OBS: Estudos atuais põem em xeque a proteção oferecida pela Gaiola


de Faraday

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