Aula 4 - Ultra Som

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ULTRA-SOM (US)

Prof. Fabrício Costa


ULTRA-SOM

SUPERFICIAL
E
PROFUNDO
DEFINIÇÃO

 É uma modalidade de penetração profunda,


capaz de produzir alterações nos tecidos, por
mecanismos térmicos e não-térmicos (mecânicos)
pertencendo ao espectro acústico.
 16 a 20.000 Hz audível ao ouvido humano, qualquer
onda acima dessa faixa é considerada Ultra-som.

 Dependendo da freqüência das ondas:


 US – diagnóstico por imagem
 US – terapêutico – varia de 750.000 a 3.000.000 Hz

(0,75 a 3 MHz).
 Estados Unidos – 1 e 3 MHz.
US – diagnóstico por imagem
EFEITOS DA APLICAÇÃO
 Aumento da velocidade de reparo do tecido e da
cura de lesões;
 Aumento do fluxo sanguíneo;

 Aumento da extensibilidade do tecido;

 Dissolução de depósitos de cálcio;

 Redução da dor e do espasmo muscular, por meio


da alteração da condução nervosa;
 Alteração da permeabilidade da membrana
celular;
 Pode ajudar na consolidação de fraturas.
CARACTERÍSTICAS GERAIS
 Ondas longitudinais sonoras.

 Freqüência utilizada terapeuticamente: de 1MHz


a 3 MHz.

 3 e 5 MHz fins estéticos.

 Elevada freqüência sai da faixa audível pelos


ouvidos humanos.
PRODUÇÃO DO US
 É produzido por uma corrente alternada que flui através
de um cristal piezoelétrico, como um cristal de quartzo,
titanato de bário, zirconato de chumbo, ou em cristais
sintéticos (chumbo-zinco-titânio/ PZT), alojado em um
transdutor (aparelho que converte uma forma de energia
em outra).
O TRANSDUTOR
 Local onde ocorre o efeito piezoelétrico e as
vibrações mecânicas sonoras são transmitidas em
meio adequado para o tecido.

 Transdutor – geralmente menor que o cabeçote


que o contém.

 ERA (effective radiating area).

 Feixe US – heterogêneo (necessidade de


movimentação do cabeçote).
PIEZOELETRICIDADE

 Uma corrente elétrica de alta voltagem é aplicada num


cristal com propriedades específicas (quartzo),produzindo
cargas elétricas positivas e negativas quando se contraem
e se expandem vibrando.

 Este cristal, deformável, vai emitir vibrações mecânicas


em alta freqüência, em resposta à corrente.
PIEZOELETRICIDADE

 Esse processo é chamado de efeito


piezoelétrico inverso (indireto) quando
uma corrente elétrica passa através
do cristal piezoelétrico, resultando na
contração e expansão dos cristais.

 Este efeito também é visto no osso


humano.
EFEITOS FÍSICOS DO US

 Térmicos: depende da absorção, que depende da


natureza do tecido, vascularização e a freqüência do US.
Aumento do metabolismo, fluxo sanguíneo, vaso dilatação,
etc...

 Não-térmico: estimulação de regeneração de tecidos,


reparo de tecidos moles, síntese de proteínas e reparo
ósseo.
 Os mecanismos físicos que parecem estar envolvidos na
produção desses efeitos são: CAVITAÇÃO, CORRENTES
ACÚSTICAS E ONDAS ESTACIONÁRIAS.
EFEITOS FÍSICOS
 Cavitação
 Correntes acústicas

 Ondas estacionárias

 Efeitos térmicos
MECANISMO FÍSICO DO EFEITO NÃO-TÉRMICO

 Cavitação: forma bolhas contendo gases. Que podem


ser úteis (alteração na permeabilidade das
membranas celulares) ou perigosas (cavitação
transitória ou colapso). Esse comportamento negativo
pode levar à formação de radicais livres altamente
reativos.
 Usando intensidades baixas durante a terapia é
improvável que a cavitação transitória venha a
ocorrer.
MECANISMO FÍSICO DO EFEITO NÃO-TÉRMICO

 Correntes Acústicas: referem-se ao movimento


unidirecional do fluido em um campo de US.
Estimulam a atividade celular, podendo alterar a
permeabilidade celular, aumento da síntese de
proteínas, na mobilidade dos fibroblastos, na
captação de cálcio, etc.
 Todos esses efeitos são responsáveis pela aceleração
do reparo tecidual.
MECANISMO FÍSICO DO EFEITO NÃO-TÉRMICO

 Ondas estacionárias: a interação das ondas refletidas


com as incidentes que chegam para formar um campo de
ondas estacionárias.

 As ondas estacionárias consistem em ondas sobrepostas,


onde as intensidades e pressões são mais altas do que na
onda incidente normal.

 Com isso, bolhas gasosas se juntam as células, como por


exemplo: as endoteliais. Isso pode causar danos aos vasos
sanguíneos.
MECANISMO FÍSICO DO EFEITO NÃO-TÉRMICO

 A pressão aumentada produzida nos campos de ondas


estacionárias pode causar cavitação transitória e
conseqüentemente a formação de radicais livres.

 Desse modo, é importante que os terapeutas movam o


aplicador continuamente durante a terapia e também
que usem a intensidade mais baixa. Para evitar a
produção de ondas estacionárias.
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS
 Propagação: apenas em meio líquido ou sólido. É
incapaz de atravessar o ar.
 Reflexão: troca de meios de diferentes densidades, ou
de obstáculos.
 Refração: ângulo crítico: 15º (refração 90%) –
aplicação perpendicular
 Absorção: na troca de meios, observa-se
transformação de parte da energia emitida em
outras, sobretudo calorífica.
 Nas condições ideais de aplicação, observa-se uma
absorção de 50 % nos tecidos: 1MHz – 7 cm; 3 MHz: 1
cm
EFEITOS FISIOLÓGICOS
 Basicamente dois
 Efeito térmico
 Efeito mecânico
 Dependerá essencialmente do modo de aplicação
das ondas ultrassônicas – contínuas ou pulsadas
EFEITOS MECÂNICOS
 Cavitação
 Em níveis fisiológicos: redução de espasmos
musculares, eliminação de aderências e tecidos
cicatriciais, além de quebrar depósitos de cálcio
 Em níveis extremos: destruição tecidual (molecular)
 Excelente para eliminar colágeno indesejável
 Extensibilidade dos tendões
EFEITOS TÉRMICOS
 Mais vistos na modalidade de calor contínuo, os
efeitos se assemelharão aos do calor profundo em
US de 1 MHz
 Porém, deve-se levar em conta a geração deste
calor (reações moleculares), e o perigo de
queimaduras profundas
OUTROS EFEITOS
 Proteína celulares – efeito piezoelétrico
 Efeitos circulatórios – acompanhados de
hiperemia e vasodilatação – efeito térmico +
micromassagem
 Efeito sobre os nervos – conforme intensidade da
onda, consegue-se aumentar velocidade de
condução.
 Efeitos sobre o sistema autônomo
OUTROS EFEITOS
 Em diversas fases do processo de reparação de lesões
do tecido mole como: maior liberação de
histamina, desenvolvimento de novos vasos
sangüíneos; melhoria das propriedades
mecânicas do tecido cicatricial da pele e de
tendões.

 A aplicação do ultra-som contribui ainda para a


cicatrização tecidual, diminuição da área das
lesões e aumento da elasticidade dos tecidos.
EXEMPLO
 A figura abaixo mostra como é feito o tratamento da
úlcera mediante a aplicação do ultra-som de pulsátil
de baixa intensidade em um paciente.
EXEMPLO - TRATAMENTO
 O tratamento adotado neste trabalho consistiu na aplicações do ultra-som de baixa
intensidade do tipo pulsátil com as seguintes características: freqüência de onda de 1,5
MHz, freqüência de repetição de pulsos de 1 kHz, e intensidade de 22,27 mW/cm2, largura
de pulso 200 μ/s e potência de 96,04 mW e transdutor PZT – diâmetro de 22 mm.

 Primeiramente foram separados 28 pacientes voluntários os quais foram submetidos ao


tratamento de ultra-som. Foi estabelecido um protocolo onde foram padronizadas doses
de ultra-som com periodicidade de aplicação de 3 vezes semanais por um período de 4, 8,
e 12 semanas.

 O ultra-som foi aplicado usando-se a técnica estacionária próximo à borda da lesão com
um agente gel acoplador aplicado na interface entre a lesão e o transdutor do ultra-som, o
gel tem impedância acústica próxima à impedância acústica dos tecidos moles do corpo
humano.
IMAGEM
MÉTODOS DE APLICAÇÃO

 Direto ou deslizamento
 Almofada de gel/ papel filme

 Indireto
 Acoplamento subaquático
 Acoplamento misto
SELEÇÃO DE DOSAGEM
 Efeitos térmicos (crônica)
 Contraturas, afecções musculoesqueléticas,
relaxamento muscular, analgesia,  rigidez muscular
– CONTÍNUO
 Efeitos mecânicos (aguda)
 Reparo de partes moles, cicatrização de úlceras,
edemas, aumento de fluxo sangüíneo local –
PULSADO
 1 MHZ – Profundo 3MHz - Superficial
FONOFORESE
 Aplicação de medicamentos tópicos através de
transporte transdérmico feito com emissor de US
 Profundidade – até 5 cm

 Medicamentos – em gel, não ionizáveis

 Recomenda-se aplicar calor para pilo/


vasodilatação local
 Anestésicos/ antiinflamatórios
INDICAÇÕES
 Analgesia
 Mudanças de velocidade de condução nervosa
  circulação local
 Alteração da permeabilidade da membrana
 Teoria das comportas
  extensibilidade do tecido conjuntivo e  pressão
cicatricial
 DOSAGEM – contínuo  1 MHz
INDICAÇÕES
 Inflamação aguda
 Pulsado
 Para liberação do histamina pelos mastócitos
 Após fase hemorrágica
 Fase de cicatrização – estimulação fibroblasto
 DOSE -  0,5 W/ cm², pulso 20%, 16 ou 48 Hz
INDICAÇÕES
 Retrações musculares e fibrose
 Modo contínuo para obtenção de calor
 Dosagem em torno de 1 W/cm²
 Cicatrizes e quelóides
 Ação fibrinolítica
 Doses até 0,6 W/ cm², pulsados
 3 MHz
CONTRA-INDICAÇÕES
 Tecidos orgânicos
 Cérebro
 Região pré-cordial/ marcapasso
 Próximo ao útero em gestantes
 Epífise óssea em crescimento
 Tumores
 Flebite
 AR aguda
 Trombose
 Metais*

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