14 Administração de Serviços de Alimentação e Nutrição
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5. Avaliação da eficiência da intervenção. Estas ações são traçadas para dar suporte profissional em
todos os aspectos relacionados ao cuidado nutricional.
Avaliação Nutricional
A avaliação do estado nutricional é fundamental para a identificação daqueles pacientes sob risco
nutricional. Inicialmente, deve-se buscar na história clínica as informações a cerca do diagnóstico e
intercorrências clínicas, que podem afetar o estado nutricional do paciente ou serem consequências
dele. Em seguida, buscam-se evidências objetivas deste estado nutricional (antropometria, avaliação
clínica e dados bioquímicos), além das intervenções terapêuticas com interações nutricionais e,
finalmente, a descrição do padrão alimentar ou o tipo de dieta que o paciente está ingerindo no
momento da avaliação.
• Intolerâncias alimentares;
História dietética
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Medidas antropométricas
Avaliação bioquímica
eletrólitos
indicadores do estado de hidratação
indicadores de anemia e de outros micronutrientes (quando possível)
cabelo
tegumento
unhas
olhos
cavidade oral (lábios, língua, gengiva)
reserva muscular e adiposa global
Adaptado de: Marian, M., Thomson, C., Esser, M et al. Surgery Nutrition Handbook. Chapman & Hall,
New York. 1996; p.2
Sendo a avaliação do estado nutricional a base para se definir a melhor conduta dietética a ser
adotada, os componentes essenciais da avaliação podem ser agrupados em: história dietética,
medidas antropométricas, avaliação bioquímica e exame físico nutricional. Estes quatro componentes
(Tabela 3), permitirão o desenvolvimento de um plano terapêutico nutricional efetivo, apropriado e
individualizado. Os dados que compõem a avaliação deverão ser monitorados e reavaliados
regularmente para permitir o acompanhamento detalhado e particularizado das necessidades
nutricionais dos pacientes.
O objetivo racional da intervenção dietética é reduzir a gordura corporal para uma condição que seja
acompanhada de melhora no estado de saúde ou consistente com a redução dos riscos de
complicações.
É preciso considerar nesta etapa a realidade do paciente, ou seja, sua atividade ocupacional, suas
rotinas, horários, disponibilidade financeira, hábitos regionais, entre outros, visando, mais uma vez, a
individualização da intervenção, sem a qual, dificilmente se alcança bom nível de adesão ao
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tratamento.
Implementação Da Dietoterapia
O tratamento da obesidade pode ter ainda resultados frustrantes por outras razões, entre elas, pela
utilização de estratégias equivocadas, pelo mau uso dos recursos terapêuticos disponíveis e pelo
baixo nível de acompanhamento, evolução e adaptação da dieta estabelecida.
São características comuns de terapias alternativas não comprovadas cientificamente, mas que
adquirem popularidade:
Por outro lado, este mesmo Consenso define a dietoterapia, com suas estratégias. Acredita-se que a
racionalidade das propostas apresentadas, somada à individualização do tratamento, aumenta a
possibilidade de êxito (adesão/ resultados), a partir de sua implementação e acompanhamento
sistemático.
Dietoterapia:
Objetivo: produzir balanço negativo de energia para reduzir o peso e melhorar a composição corporal.
Conteúdo Energético: Calcular o valor energético desejado segundo a situação clínica. Aconselha-se
reduzir progressivamente a ingestão entre 500 kcal e 1000 kcal por dia com relação ao valor obtido,
segundo a anamnese alimentar (não inferior a 1200 kcal/dia).
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c) dietas não aconselhadas: as que não têm fundamento cientifico nutricional, como as dietas da
moda.
Educação Nutricional
A cultura de um povo pode determinar a adoção de um padrão alimentar particular, incluindo suas
crenças e tabus . Uma vez instalado o padrão alimentar, talvez seja impossível modificá-lo,
individualmente, principalmente para pessoas adultas. A inclusão de matéria relacionada à
alimentação e nutrição nos currículos escolares pode contribuir para estabelecimento de hábitos
alimentares saudáveis, em um âmbito social.
1. Coma diversos tipos de alimentos em, pelo menos, três refeições diárias: café da manhã,
almoço e jantar
2. Use alimentos locais, tais como arroz, feijão, farinhas, pão e leite, como base de suas refeições
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As dificuldades encontradas para o cumprimento da dieta vão sendo relatadas e a falta de resultados
pode apontar para o fim do tratamento. Caso seja possível manter o contato com o paciente, novos
estímulos poderão surgir, dando continuidade à intervenção. Entretanto, há que se considerar, não
raras vezes o tratamento é abandonado, caracterizando mais uma experiência frustrante para o
paciente e o profissional.
Os cursos de Nutrição no Brasil iniciaram sua história em 1939, quando foi criado o primeiro curso de
Dietistas do país, na Faculdade de Higiene e Saúde Pública da USP. Com a criação do extinto
Serviço de Abastecimento Público Subsidiado — SAPS, criam-se mais cursos de Nutrição (Dietistas),
desta vez no Rio de Janeiro, década de 40/50. Surgindo na Bahia e em Pernambuco na década de
50, dois cursos, respectivamente. E em 1968, cria-se mais um no Rio de Janeiro e estes sete cursos
formam a não-de-obra em Nutrição até 1976. Formação profissional concentrada nas regiões
Sudeste e Nordeste do país, não privilegiando os demais estados e regiões com este profissional.
A formação se expande depois de 1975 e continua na década de 80, num ritmo mais lento (gráfico 1).
Esta expansão não se deu, a exemplo dos demais cursos da área da saúde, que cresceram de 1965
a 1975, quando houve o "boom" do ensino superior (6).
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Com isto, a participação efetiva (numérica) do profissional no mercado de trabalho acontece a partir
de 1980. Pois, de sete cursos em 1975, chega-se a 36 em 1986 — 18 federais, 4 estaduais e 14
privados.
De 1939 até 1982, formou-se no Brasil, em torno de 4.000 profissionais e, de 1982 até o primeiro
semestre de 1986, tem-se registrado nos CRNs 10.000 nutricionistas. Assim, em quatro anos a
categoria cresceu 125% e cresceu 25% a mais do que crescera em quarenta anos; com uma alta
concentração de profissionais na região Sudeste do país.
Das trinta e seis escolas existentes, dezessete estão na região Sudeste (Gráfico 3), sendo que
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O maior número de vagas é oferecido pelos cursos privados apesar destes serem numericamente
inferiores; assim, as regiões Sul e Sudeste oferecem o maior número de vagas — 78% das vagas em
Nutrição são oferecidos por estas regiões (Gráfico 4).
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Convém salientar ainda, que os estados que têm Cursos de Nutrição em estabelecimentos privados
de ensino, são o Rio Grande do Sul (3 particulares), o Paraná (1 particular), São Paulo (7
particulares) e Rio de Janeiro (3 particulares).
Os estados do Mato Grosso do Sul, Rondônia, Amazonas, Acre, Maranhão e Sergipe, não têm
Cursos de Nutrição, assim como o estado do Espírito Santo.
Quanto à relação cursos/nº de vagas; as regiões Sul e Sudeste detêm o maior número de vagas, no
entanto, são as regiões Sudeste e Nordeste que perfazem juntas o maior número de cursos (59,44%)
— gráfico 3.
Inicialmente o nutriciionista foi absorvido pelos estabelecimentos hospitalares públicos, nos Serviços
de Nutrição e Dietética, principalmente e por órgãos públicos de fornecimento de refeições a
trabalhadores — SAPS, na década de 40. Depois, expandiu-se para estabelecimentos de refeições
coletivas, tipo escolas, quartéis, creches, etc.. . Secundariamente, o profissional foi aproveitado por
órgãos de saúde, como: ambulatórios, centros de saúde, secretarias de saúde e outros.
Também hospitais privados absorvem o profissional, principalmente nos estados do Rio de Janeiro e
São Paulo, o que é conseqüente à distribuição inicial dos cursos de Nutrição no país.
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Respaldados por esta necessidade e por outros fatores conjunturais que não analisaremos no
presente trabalho, inicia-se o incentivo à criação de cursos de Nutrição no país.
Isto possibilitou, na corrida capitalista, o surgimento de uma figura nova no quadro empresarial do
país e empregador do nutricionista: a empresa concessionária de alimentação, a qual existia
timidamente no final da década de 60 e se expandiu grandiosamente a partir de 1976, ano da criação
do PAT/MTb.
Tais empresas hoje são grandes empregadores do nutricionista, tanto para a concessão de refeições
a empresas e indústrias quanto ao setor público — tanto empresas, quanto instituições hospitalares e
outras. Com a crise que se apresenta na década de 70 e início dos anos 80, o setor público se vê
com dificuldades na manutenção de seus quadros e de seus serviços próprios de Alimentação e
passa, num discurso racionalizador, a comprar da empresa privada, o Serviço de Alimentação, tanto
ao nível dos refeitórios, quanto das dietas: setor clínico-dietoterápico.
Até 1982, o maior empregador do nutricionista era o Estado, ao nível dos hospitais (INAMPS,
Hospital-Escola, Hospital estadual, etc. . .). Atualmente, há um equilíbrio entre setor público e privado,
o que em parte, é devido ao surgimento das empresas referidas anteriormente que trazem aos
serviços um corpo de nutricionistas conforme as exigências contratuais de cada instituição, a qual
mantém também seu quadro de técnicos, porém sem expandí-lo.
Observa-se que nos estados menores, de economia menos desenvolvida, o grande empregador do
nutricionista é o Estado: Piauí, Goiás, Paraíba e Rio Grande do Norte, por exemplo.*1
Ao nível de Brasil o profissional foi pouco absorvido na área que foi motivo da expansão dos cursos
de formação, ou seja, dos programas de Alimentação e Nutrição. À exceção do PAT/MTb, os demais
programas não envolveram de modo significativo a mão-de-obra do nutricionista uniformemente no
país. Em alguns estados as Secretarias Estaduais de Saúde e Educação absorveram o profissional
para os programas (suplementação alimentar e merenda escolar) — exemplo: São Paulo e
Pernambuco.*1
Sendo que a partir de 1983, tem-se observado uma expansão na oferta de vagas por parte das
Secretarias de Saúde, como é o caso dos estados de Goiás, Piauí, Paraíba, Rio de Janeiro e Rio
Grande do Sul, onde o profissional tem sido aproveitado nos hospitais estaduais, nos Centros de
Saúde e ao nível central da SS — planejamento, supervisão e avaliação das ações e programas. O
que, no quadro geral do mercado de trabalho ainda não representa muito, mas já é um grande
número.*1
Observa-se que nas grande linhas das ações de saúde o nutricionista ainda não tem sido inserido,
não tem sido prevista sua participação como força de trabalho, por exemplo, no bojo das Ações
Integradas de Saúde; espaço porém, que aos poucos o profissional vem ocupando.
Segundo dados do IBGE — Inquérito de Assistência Médico-Sanitária, 1982, citado por Nogueira (6),
havia em 1982, 2297 nutricionistas empregados em estabelecimentos de saúde. A partir de 1982, o
quadro modificou-se, com certeza, mas não se dispõe dos dados no momento, a não ser do
crescimento geral da categoria, e 1982 até o 1º semestre de 1986, que foi de 125%.
Nos últimos anos tem-se diversificado a área de atuação do profissional e o mercado de trabalho
expandido-se no ramo das indústrias de alimentos, na área de vigilância sanitária de alimentos e de
formulação de produtos, setor este que se expandiu, em parte devido aos programas oficiais de
alimentação e nutrição, que se utilizaram (e utilizam ainda) de produtos formulados.
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1ª Região — Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e todos os estados e territórios da Região Norte do
país;
6ª Região — Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão.
Ver gráfico 6, para melhor visualização do número de profissionais por região dos CRNs.
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Pela jovialidade da profissão e da sua organização na sociedade, o caminho a trilhar é ainda muito
grande e as perspectivas de crescimento muito amplas, apesar das limitações que se impõem em
relação a formação do profissional e algumas restrições quanto ao mercado de trabalho.
Ainda, em relação a formação e a pós-graduação em Nutrição, há também restrições, pois até hoje
existem apenas dois Cursos de Pós-graduação em Nutrição no país: um em Recife (UFPE) e outro no
Rio de Janeiro (UFRJ); existem outros cursos que têm servido para a capacitação de pessoal de
Nutrição, mas na área de Alimentos e Tecnologia; havendo em São Paulo (FSP/USP) no Curso de
Pós-graduação (Mestrado e Doutorado) em Saúde Pública, opção em Nutrição.
O que se observa é que a profissão está em expansão e tem ainda espaços a ocupar, principalmente
no setor Saúde diretamente: reordenando-se as práticas em equipes, quer seja ao nível da
prevenção, quer da recuperação, há espaços claros para o profissional de nutrição que ao longo dos
anos vêm experimentando um aproveitamento parcial pelo mercado de trabalho, ou seja, o mercado
o tem absorvido naqueles setores de maior interesse e evidência; estando porém em aberto um
campo de trabalho, muito maior do que se apresenta no mercado.
Isto se for considerado que além de um mero técnico "calculador de dietas e planejador de
cardápios", este é um profissional formado em Nutrição, procurando entender e estudar o fenômeno
na sua totalidade e é neste aspecto do ensino que a Federação Brasileira de Nutrição tem se
ocupado e preocupado — melhoria qualitativa da formação do profissional. Considerando o papel e a
utilidade social que tem o profissional de Nutrição num país nas condições do Brasil.
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