Avaliacao Psicopedagogica em Dificuldade de Leitur
Avaliacao Psicopedagogica em Dificuldade de Leitur
Avaliacao Psicopedagogica em Dificuldade de Leitur
Souza, Vanide Alves dos Santos, Michael Augusto Souza de Lima, Isabelle Tavares Amorim,
Pollyana Ludmilla Pimentel Cardoso de Andrade, Thereza Sophia Jácome Pires
___________________________________________________________________________________
DOI: 10.54751/revistafoco.v16n9-064
Recebido em: 11 de Agosto de 2023
Aceito em: 13 de Setembro de 2023
RESUMO
A aquisição da leitura é um processo complexo, que envolve uma série de habilidades.
Déficits ao decorrer desse processo comprometem a aprendizagem, desenvolvendo
dificuldades nesta aquisição. Nesse contexto, é fundamental uma avaliação
psicopedagógica para que seja possível elaborar um planejamento interventivo em
concordância com os resultados obtidos. O presente estudo tem como objetivo geral
apresentar uma avaliação psicopedagógica clínica em um caso de dificuldade de leitura
e escrita e como objetivos específicos citar os testes psicopedagógicos utilizados ao
decorrer do processo de avaliação psicopedagógica e propor uma intervenção
adequada a partir dos resultados encontrados após a avaliação. Os dados foram
1
Graduada em Psicopedagogia. Universidade Federal da Paraíba. Castelo Branco, João Pessoa - PB, CEP: 58051-900.
E-mail: [email protected]
2
Doutora em Psicologia Social. Departamento de Psicopedagogia, Universidade Federal da Paraíba. Castelo Branco,
João Pessoa - PB, CEP: 58051-900. E-mail: [email protected]
3
Graduanda em Psicopedagogia. Universidade Federal da Paraíba. Campus I Lot. Cidade Universitaria - PB,
CEP: 58051-900. E-mail: [email protected]
4
Graduanda em Psicopedagogia. Universidade Federal da Paraíba. Campus I Lot. Cidade Universitaria - PB,
CEP: 58051-900. E-mail: [email protected]
5
Doutor em Psicologia social pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Centro Universitário de João Pessoa
(UNIPÊ). Rodovia BR-230, km 22, s/n, Água Fria, João Pessoa – PB. E-mail: [email protected]
6
Doutora em Psicologia Social pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Centro Universitário de João Pessoa
(UNIPÊ). Rodovia BR-230, km 22, s/n, Água Fria, João Pessoa – PB. E-mail: [email protected]
7
Doutora em Psicologia Social pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) -
Campus Igarassu. Rodovia BR-101 Norte, km29, s/n, Engenho Ubu, Igarassu - PE. E-mail: [email protected]
8
Doutora em Lingustica pela Universidade Federal da Paraíba. Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Campus I Lot.
Cidade Universitaria - PB, CEP: 58051-900. E-mail: [email protected]
ABSTRACT
The acquisition of reading is a complex process, which involves a variety of skills. Deficits
during this process compromise the learning process, developing difficulties in that
acquisition. In this context, a psycho-pedagogical assessment is essential so then it is
possible to develop an intervention plan in accordance with the results obtained. The
present study has as a general objective to present a clinical psychopedagogical
evaluation about a reading and writing difficulty’s case and as specific objectives to
mension the psychopedagogical tests used during the psychopedagogical evaluation
process and to propose an adequate intervention based on the results found after the
evaluation . Data were collected through Anamnesis and the application of TDE II,
PROLEC, TAC and TT and analyzed in line with the test protocols. Among the main
results, a safe and efficient mapping of the patient's difficulties and the development of
an adequate psychopedagogical intervention were identified.
RESUMEN
La adquisición de la lectura es un proceso complejo que implica una serie de
habilidades. Los déficits durante este proceso comprometen el aprendizaje y generan
dificultades en esta adquisición. En este contexto, es fundamental una evaluación
psicopedagógica para poder desarrollar un plan de intervención en concordancia con
los resultados obtenidos. El presente estudio tiene como objetivo general presentar una
evaluación psicopedagógica clínica en un caso de dificultad en la lectura y escritura, y
como objetivos específicos mencionar las pruebas psicopedagógicas utilizadas durante
el proceso de evaluación psicopedagógica así como proponer una intervención
adecuada a partir de los resultados obtenidos después de la evaluación. Los datos
fueron recopilados a través de la Anamnesis y la aplicación del TDE II, PROLEC, TAC
y TT, como también analizados en consonancia con los protocolos de las pruebas. Entre
los principales resultados se identificó un mapeo seguro y eficiente de las dificultades
del paciente así como la elaboración de una intervención psicopedagógica adecuada.
1. Introdução
Para Cruz (2007), a leitura é uma atividade múltipla, complexa e
sofisticada que envolve diversos processos cognitivos. Algumas concepções
alegam que ler é transformar símbolos gráficos em significados (decodificação),
outras argumentam que se refere a extrair uma informação do texto
(compreensão).
Entretanto, a linguagem escrita foi inventada e dessa forma para a sua
2. Aquisição da Leitura
A aquisição da leitura vem sendo estudada há décadas pela psicologia
cognitiva, buscando compreender o que um leitor aplica para reconhecer as
palavras. Diversos teóricos buscam um consenso para definir este processo que
engloba tanto a decodificação, quanto a compreensão.
Há algumas habilidades que antecedem os processos de decodificação e
compreensão, tais como o conhecimento dos nomes e sons das letras,
vocabulário (abrangência das palavras já conhecidas pelo indivíduo),
consciência fonológica, entre outras. A estimulação dessas habilidades tem
como objetivo o desenvolvimento posterior da leitura e escrita (PAZETO; LEÓN;
SEABRA, 2017).
A consciência fonológica (CF) se refere à habilidade de discriminar e
manipular os segmentos da fala, como sílabas e fonemas (SEABRA; DIAS,
2012). Silva (2021), descreve como a capacidade de segmentar as palavras nos
seus elementos fonêmicos ao nível do oral e relacioná-los às letras
correspondentes ao nível da escrita, ou seja, é necessário o mínimo de reflexão
sobre o oral para que se possa compreender o processo de decodificação da
linguagem escrita.
Em estudo conduzido por Capellini e Lanza (2010) escolares foram
divididos em grupos com e sem dificuldade de aprendizagem. O grupo sem
dificuldade de aprendizagem apresentou desempenho superior em CF e em
atividade de leitura e escrita de palavras isoladas quando comparado ao
desempenho do grupo com dificuldade de aprendizagem. A consciência
fonológica, por sua vez, desempenha um papel relevante no processo de
aquisição da leitura e escrita, logo seu desenvolvimento está ligado ao sucesso
nesse processo de aquisição (SILVA, 2021).
Fundamentado nos achados históricos, sabe-se que os primeiros
registros de linguagem escrita são recentes na história. Para Cohen (2017), ao
decorrer da evolução a linguagem foi se aperfeiçoando, bem como apareceram
meios para transformá-la em forma material e relativamente duradoura. A escrita
surge na história já na presença de homens dotados de ferramentas, armas e
utensílios intencionalmente fabricados e sua primeira representação visual se
deu através da pictografia (da raiz latina “pintar” e do grego “traçar”, “escrever”),
onde se deixavam os registros por meio de desenhos. Diante do exposto, é
sabido que, a linguagem escrita foi inventada e dessa forma para a sua
aprendizagem se faz necessário “reciclar” regiões cerebrais que antes eram
responsáveis por outras funções (KOLINSKY et al., 2019).
O reconhecimento visual de letras e palavras escritas ativa no cérebro
uma região que possui uma rede de neurônios específica e atualmente é
conhecida como área do reconhecimento visual da forma das palavras, que
antes era responsável por reconhecer rostos e objetos. Dehaene, um
neurologista francês notou que um dos seus pacientes, após uma lesão em uma
região específica no hemisfério esquerdo, perdeu a capacidade de ler mesmo
sua visão e capacidade de escrita completamente preservados (DEHAENE,
2012).
Então, cem anos depois e graças às imagens por ressonância magnética
foi possível observar a área responsável pela habilidade de leitura que se
encontra no giro fusiforme do córtex occipito temporal inferior (ventral). Além
disso, nota-se que independente de cultura e do método em que se aprende a
ler, todos os seres humanos ativam exatamente esta mesma região quando se
lê (DEHAENE, 2012).
Existem diversos modelos de leitura, a maioria adota que há duas rotas
que tratam a informação que foi lida, ambas coexistem e se completam. No
modelo proposto por Ellis (CAMPOS; PINHEIRO; GUIMARÃES, 2012) a rota
fonológica é responsável pela leitura de palavras raras, novas e pseudopalavras
e faz o uso do recurso de conversão grafema-fonema para acessar a pronúncia
das palavras. Já a rota lexical, acessa de imediato o significado e a pronúncia
das palavras é utilizada na leitura de palavras conhecidas e de uso frequente no
vocabulário.
Dentre os modelos de aprendizagem de leitura, o proposto por Linnea Ehri
foi o mais difundido. Para Ehri, esta aprendizagem é processada ao longo de
quatro fases, denominadas pré-alfabética; alfabética parcial; alfabética total; e
alfabética consolidada (CRUZ, 2007).
● Pré-alfabética: os aprendizes não sabem o funcionamento do
3. Avaliação Psicopedagógica
A avaliação psicopedagógica é um processo, pois se trata de uma atuação
contínua. Seu objetivo é coletar e analisar dados pertinentes ao ensino-
aprendizagem, levando em consideração características de todo o contexto em
que o paciente está inserido. É desenvolvida em parceria com a escola,
familiares e com outros profissionais, assumindo um caráter interdisciplinar.
Geralmente a avaliação surge a partir de uma demanda, que será investigada
para que se formule uma hipótese diagnóstica, esse processo definirá a
finalidade da atuação e os instrumentos que serão utilizados na intervenção
proposta (BONALS,2008). Para que seja realizada de forma concreta, é
necessário utilizar instrumentos devidamente validados, alguns deles estão
descritos abaixo:
3.1 Anamnese
A anamnese corresponde a uma entrevista que dá início ao processo de
avaliação psicopedagógica, pode ser realizada com pais ou responsáveis e tem
como objetivo coletar informações acerca do desenvolvimento geral do paciente.
Essa entrevista não se trata de um questionário formal, mas atua como uma
espécie de “roteiro” para que não se deixe passar despercebido informações
relevantes. Além disso, a anamnese também proporciona um espaço de escuta
e de acolhimento à família (SAMPAIO, 2009).
Em relação ao tempo, pode perdurar por uma ou mais sessões e ao
decorrer será questionado informações desde a gestação, pré-natal e parto até
os marcos do desenvolvimento psicomotor, da linguagem, aspectos da
escolaridade, relacionamento com família e amigos, entre outros. Apesar de
significativa quantidade dos dados obtidos serem relatados apenas sob
percepção do entrevistado, esse instrumento é imprescindível para o processo
da avaliação (SAMPAIO, 2009).
2021).
O TT também requer outras habilidades como percepção, atenção visual,
velocidade e rastreamento visuomotor, atenção sustentada e velocidade de
processamento. Além disso, é dividido em duas partes: “A” e “B”, em cada uma
delas o participante tem o tempo de 1 minuto para executar a ação, não podendo
ultrapassar. Pode ser aplicado em crianças, adolescentes, jovens e adultos
(SEABRA; DIAS, 2012).
● Parte A: composta por duas folhas, a primeira com 12 letras (de “A”
a “M”, por ser anterior à reforma ortográfica, não contém a letra "K"),
posicionadas de formas aleatórias e devem ser ligadas em ordem
alfabética. A segunda com 12 números (de 1 a 12), também distribuídos
de forma aleatória que devem ser ligados em ordem numérica crescente.
Essa parte também deixa transparecer o conhecimento ou
desconhecimento acerca de letras e números.
● Parte B: em uma única folha estão distribuídos, de forma aleatória,
24 itens, sendo 12 letras (de “A” a “M”) e 12 números (de 1 a 12). O
participante deve ligar, de forma alternada, as sequências alfabéticas e
numéricas. Por exemplo: A-1; B-2; C-3 e ainda sucessivamente.
4. Intervenção Psicopedagógica
A intervenção psicopedagógica se dá através do planejamento elaborado
de acordo com as demandas identificadas no processo avaliativo. O
psicopedagogo deve selecionar as metodologias que sustentará sua prática, a
fim de corrigir as inadequações presentes no processo de ensino-aprendizagem
(CORDEIRO, 2013).
Os novos estímulos advindos por intermédio da intervenção
psicopedagógica, são capazes de modificar o sistema neuronal através da
plasticidade cerebral, proporcionando alterações no modo de aprender e
amplificando as conexões neuronais (ROTTA, 2018). No caso de intervenções
em dificuldades de leitura, é importante verificar a qualidade da fluência leitora
do paciente, pois esta habilidade pode comprometer o processo da leitura em si
e seu objeto final, que seria a compreensão do que foi lido (MARTINS et al.,
2020).
A revisão de literatura em formato de scopping review conduzida por
Martins et al. (2020) concluiu que a estratégia de leitura repetida esteve presente
na maioria das revisões analisadas pelas autoras. Por consequência, as autoras
observaram que esta leitura repetida contribui naturalmente na compreensão
2018).
Este modelo interventivo que se propõe em intervir preventivamente nos
casos de dificuldade de aprendizagem se mostra eficaz e sua proposta de
remediação beneficia àqueles que são submetidos, de forma que é um modelo
capaz de ser aplicado tanto em contexto clínico como institucional, beneficiando
a leitura e consequentemente todos as outras esferas do contexto da
aprendizagem (MARTINS; SEABRA; MACEDO, 2018).
5. Método
5.1 Delineamento
O presente estudo possui caráter descritivo, de natureza qualitativa e
classifica-se como estudo de caso. Para sua realização foi aplicado testes de
avaliação psicopedagógica em um paciente com dificuldade de leitura e escrita
e elaborado uma proposta de intervenção em concordância com os dados
obtidos.
5.2 Participantes
Para realização deste estudo, de caso único, foi avaliado um paciente, do
sexo masculino, com idade de 12 anos, estudante do 6° ano do Fundamental II
em escola pública. Foi encaminhado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para
o Centro de Atendimento Psicopedagógico (Clínica-escola) da Universidade
Federal da Paraíba, apresentando as seguintes queixas: dificuldade de
compreender textos e desatenção. Não possui laudo médico.
5.3 Instrumentos
Para obtenção dos dados relacionados à temática do estudo, utilizou-se
inicialmente um roteiro de Anamnese para obter informações acerca do
desenvolvimento geral do paciente. Em seguida, foram utilizados o Teste de
Desempenho Escolar e a Prova de Avaliação dos Processos de Leitura para
investigar as habilidades acadêmicas de leitura, escrita e aritmética, como
também o Teste de Atenção por Cancelamento e o Teste de Trilhas.
5.5.2 Prolec
Os dados foram analisados de acordo com o manual do teste, levando em
consideração os tipos de erros cometidos. As provas aplicadas e o que um baixo
desempenho nelas indica estão descritos abaixo:
● Nome ou som das letras: se refere ao reconhecimento das letras;
● Igual-diferente: capacidade de segmentar as palavras em letras;
● Decisão lexical: desempenho no vocabulário ortográfico;
● Leitura de palavras: leitura de palavras que começam por sílabas
formadas por duas consoantes;
● Leitura de pseudopalavras: determina o tipo de sílabas que mais
apresenta dificuldade;
● Leitura de palavras e pseudopalavras: comparar o desempenho
com as duas provas anteriores para identificar qual rota de leitura está
sendo utilizada.
5.5.3 TAC e TT
Os dados foram analisados através das tabelas de normatização das
pontuações no TAC e no TT para cada faixa etária. O Score Bruto equivale ao
número de acertos e o desempenho total se dá pela soma dos acertos nas partes
dos testes. Para que seja obtida a significância do score, após a soma, foi
averiguado qual a pontuação-padrão do indivíduo. Para isso verificou-se na
tabela o score bruto e associou à idade correspondente. A classificação da
pontuação-padrão indica o desempenho nos testes (Tabela 2).
6. Resultados e Discussão
Para responder aos objetivos da pesquisa, foi aplicado o roteiro de
Anamnese seguido de 4 testes utilizados na avaliação psicopedagógica,
selecionados de acordo com a demanda do paciente. Por fim, foi elaborada uma
proposta de intervenção em concordância com os resultados obtidos nos testes.
A Anamnese, responsável por coletar informações acerca do
desenvolvimento geral do paciente (SAMPAIO, 2009), deu início ao processo
avaliativo. A genitora foi a responsável por responder as indagações. Apesar dos
dados obtidos serem relatados apenas sob percepção da entrevistada, esse
instrumento é imprescindível para o processo da avaliação (SAMPAIO, 2009).
Foi elaborado, pela autora do estudo, um Quadro-Resumo e nele contém as
questões mais relevantes da Anamnese. Os dados obtidos estão descritos na
tabela abaixo:
Objetivos específicos:
7. Considerações Finais
O presente estudo teve como objetivo apresentar uma avaliação
psicopedagógica clínica em um caso de dificuldade de leitura e escrita. A
aquisição da leitura vem sendo estudada há décadas pela psicologia cognitiva,
pois trata-se de um processo complexo, que envolve uma série de habilidades.
Déficits ao decorrer desse processo comprometem a aprendizagem e
desenvolvem demandas de dificuldades. Nesse contexto, é fundamental uma
avaliação bem estruturada para que seja possível elaborar um planejamento
interventivo em concordância com os resultados obtidos.
Posto isso, foi apresentado o roteiro de Anamnese, bem como os testes
TDE II, PROLEC, TAC e TT, utilizados ao longo do processo avaliativo. Esses
testes são validados e possuem padrões de normatização, o que possibilitou um
mapeamento seguro e eficiente das dificuldades do paciente. Outrossim, foi
proposto uma intervenção psicopedagógica adequada, a partir dos resultados
encontrados após a avaliação. Desta forma, respondeu-se o problema de
pesquisa, os objetivos foram alcançados e a hipótese confirmada.
Acerca das limitações, pode-se considerar a variável tempo que não
permitiu um período maior de intervenção, bem como uma reavaliação das
dificuldades já citadas, além de um período maior para observação, a fim de
verificar a evolução do paciente. Outro ponto a ser considerado, trata-se da
REFERÊNCIAS
CAPELLINI, S. A.; OLIVERA, A. M.; CUETOS, F. PROLEC. 1° ed. São Paulo: Casa
do psicólogo, 2010.