Apostila Parasitologia

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 28

ROTEIRO PRÁTICO DE PARASITOLOGIA CLÍNICA

PARASITOLOGIA CLÍNICA

EXAMES PARASITOLÓGICOS
A maioria dos parasitos intestinais pode ser diagnosticada pelo exame das fezes, embora outros
materiais como urina, escarro, secreções, tecidos e conteúdo duodenal, podem ser utilizados para
identificação de algumas espécies de parasitas. No diagnóstico parasitológico podemos identificar
mais frequentemente ovos e larvas de helmintos e os cistos, oocistos e trofozoítos de protozoários.
A identificação correta dos parasitos vai depender principalmente das condições das amostras.
Portanto, é fundamental a colheita adequada do material.
No material fecal normalmente encontramos elementos como resíduos alimentares, células
vegetais, grão de pólen, leucócitos e outros artefatos que podem facilmente ser confundidos com
parasitos. Adultos de Ascaris lumbricoides, Enterobius vermicularis, proglotes de Taenia spp e de
Dipylidium caninum podem ser encontrados no bolo fecal, sem que a presença de ovos seja
identificada. Desta forma é importante a realização do exame macroscópico.
A detecção e a identificação dos parasitos intestinais depende, portanto, da qualidade da amostra
entregue ao laboratório. Na colheita deve-se observar o tipo de recipiente, volume, tempo da
amostra, utilização de algumas drogas pelo pacientes, compostos químicos. Estes fatores podem
interferir na realização do exame. O recipiente deve estar seco e limpo. Amostras secas nas bordas
e na superfície devem ser rejeitadas. O pote deve estar livre de anti-sépticos, agentes germicidas,
gotas de óleo e de urina para evitar a destruição de formas vegetativas. Fezes excretadas no solo
não devem ser utilizadas para evitar a contaminação com larvas de vida livre. O material não pode
ser obtido de privadas, pois a água e a urina poderiam destruir trofozoítos.
Os medicamentos como antibiótico, antidiarréicos, antiácidos, derivados de bismuto e do bário,
vaselina e óleos minerais podem interferir nos resultados levando a resultado falso negativo. A
utilização de antibióticos pode afetar a flora intestinal normal causando diminuição ou ausência
temporária dos organismos, visto que muitos parasitos se alimentam de bactérias intestinais.
De um modo geral as amostra devem ser colhidas em dias separados, uma série de três amostras
em não mais de 10 dias. Este procedimento propicia uma maior positividade, uma vez que a
eliminação de ovos e cistos nem sempre ocorre continuamente.
O tempo de colheita do material também influencia no resultado. Os trofozoítos de protozoários
não se multiplicam nem encistam fora do organismo humano, e geralmente se degeneram após a
excreção. Desta forma recomenda-se a leitura 30 minutos após a colheita de fezes líquidas, as fezes
pastosas devem ser processadas até uma hora após evacuação. Pelo curto tempo nestes casos, este
material deve ser colhido com substâncias conservantes como formalina, MIF, SAF, etc. Quando
se trata de fezes sólidas este material pode ser observado até 24 horas ou preservados.
SOLUÇÕES CONSERVADORAS DE MATERIAL FECAL

Formalina a 10%
MIF (mertiolato iodo formaldeído)
SAF:
TAF: utilizada na conservação de helmintos (larvas e vermes adultos).

EXAME MACROSCÓPICO
As amostras fecais não preservadas devem ser examinadas macroscopicamente para determinar
consistência, odor, cor, presença ou ausência de sangue, muco, proglotes e vermes adultos.

formadas Cistos

Semi-formadas

Pastosas

Líquidas trofozoito

NORMAS TÉCNCAS DE SEGURANÇA LABORATORIAL

Utilizar uniforme adequado nos trabalhos de laboratório.


Manusear o material biológico devidamente protegido
Evitar aspirar ou inalar produtos químicos ou biológicos.
Identificar os produtos ou soluções antes de usar.
Encaminhar ao lixo a vidraria danificada.
Desprezar todas soluções sem identificações.
Manter em soluções conservadoras o material diagnosticado para demonstração
futura.
O transporte de substâncias voláteis, ácidos ou bases fortes, deverá ser realizado com

cuidados especiais de segurança.


Manter em local de fácil acesso extintor de incêndio.
Deixar no laboratório apenas os reativos, soluções e corantes de uso diário.
Colocar em local de fácil acesso antídotos.

CONTROLE DE QUALIDADE

Não utilizar soluções, reagentes e corantes com a data vencida.


Observar a adequada calibração de equipamentos (alça de platina)
Manter o equipamento óptico (microscópio, lupa) em bom estado de conservação.
Controle diário da temperatura de banho-maria e estufa.
Não submeter vidraria e equipamentos calibrados à alta temperatura.
Conservar adequadamente amostras padrões de parasitos e material de ensino.
Estabelecer controle de qualidade externo mantendo intercâmbio com outros
profissionais (instituições de referência).

COPROLOGIA

RESÍDUOS ALIMENTARES E ELEMENTOS ANORMAIS

Introdução:
Devido a uma grande variedade de elementos que o exame microscópio pode revelar nas fezes,
nem mesmo os coprologistas mais experimentados são capazes de identificar tudo que é visto nas
preparações de lâminas fecais.
A coprologia tem como objetivo estudar as mais diversas funções digestivas, que direta ou
indiretamente, estejam ligadas a formação de massa fecalógica final.
A presença de estruturas como polimorfonucleares, eritrócitos, piócitos, grão de amido, fios e pêlos
vegetais, cristais de Charcot Leyden, macrófagos, Blastocystis, etc., muitas vezes confundem os
técnicos em microscopia com estruturas outras, tais como: trofozoítos, cistos, larvas e ovos.
O referido tema possuí grande relevância no que diz respeito, principalmente aos chamados
diagnósticos diferenciais dos esfregaços fecais, dando condições técnicas ao laboratório, para
fornecer resultados que induzam ao medico o diagnóstico, facilitando a formulação das requisições
direcionadas para cada caso específico.
Ex.: requisição direcional para coprocultura ou para exame parasitológico.

FINALIDADES GERAIS DA COPROLOGIA:

Estudo das funções digestivas.


Pesquisa do sangue oculto.
Pesquisa bacteriológica
Pesquisa parasitológica

Na avaliação coprológica deve-se proceder de forma científica desde a avaliação com orientação
médica ao paciente, até o tipo de dieta, coleta e manuseio até chegar aos resultados coprológicos
finais.
Normalmente o paciente é orientado, de acordo com o tipo de exame que se pretende fazer. Ex. na
pesquisa de sangue oculto fecal, não podemos permitir que o doente ingira carnes ou medicamentos
ferrosos, que certamente iriam mascarar os resultados.
Para o exame parasitológico de rotina, não se deve prescrever qualquer tipo de regime alimentar
especial. Para os exames coprológicos especiais como dosagem de gordura fecal e/ou das funções
digestivas, recomenda-se o Regime misto ou seja, o paciente conserva os seus hábitos alimentares,
acrescentando as substâncias alimentares específicas em qualidade e quantidade estipuladas pelo
médico requisitante.
DIETA DE GAUTIER para estudo dos elementos residuais das fezes:
Carne de bovino --------------------------------------------------- 60 g
Leite ----------------------------------------------------------------300 mL
Manteiga------------------------------------------------------------ 30 g
Pão ----------------------------------------------------------------- 100 g
Batata -------------------------------------------------------------- 100 g
OBS.: nestas quantidades prescritas, basta 1 única refeição de prova, não havendo necessidade de
dieta por período de 3 dias, como manda as dietas em geral.
Ingerir uma cápsula de Carmim 0,3 g ao iniciar a dieta, a fim de facilitar o reconhecimento das
fezes.
Deve-se coletar todo o material da evacuação normal ( a mais próxima da prova) em frasco de boca
larga limpo e seco remetendo imediatamente para o laboratório, ou colocar em geladeira 4 oC para
exame posterior.
A maioria dos autores critica a utilização de purgantes para acelerar as evacuações.

PESQUISA DE SANGUE OCULTO NAS FEZES

PROCEDIMENTO:

Espalhar pequena quantidade de fezes sobre o papel de filtro limpo e colocar duas gotas de água
oxigenada sobre o esfregaço. Adicionar duas gotas de solução de benzidina.
Observar imediatamente a cor.
Leitura:
A reação de benzidina é sensível, mas as gorduras podem torná-la positiva.
Nenhuma mudança de cor: Negativo
Cor esverdeada: Traços
Cor verde claro: +
Cor vede escuro: ++
Cor verde azulado: +++
Azul intenso: ++++
ASPECTOS GERAIS DA MATÉRIA FECAL:

Aspectos do material fecal como, consistência, forma, cor, odor, viscosidade e pH, são fatores de
grande relevância para o diagnóstico coprológico, como um todo, sendo considerados desde uma
simples indução diagnóstica, até mesmo a alterações de caracteres patológicos de malignidade.
Ex.:
Fezes em formato típico de fita pode ser indício de algum estreitamento do reto sigmóide.
Fezes com odor típico de cola de carpinteiro, fala a favor de infecção por ameba.
Fezes com presença de sangue podem induzir a simples diagnósticos de processos
hemorroidários ou câncer.

EXAME MICROSCÓPICO

Resíduos alimentares de origem animal


Tecido conjuntivo, fibras musculares, gorduras e sabões.

RESÍDUOS ALIMENTARES DE ORIGEM VEGETAL


Amido intracelular, amido extracelular (amido amorfo), amido cru, celuloses, fibras e pêlos
vegetais, vasos espiralados e células vegetais.
ELEMENTOS DE ORIGEM INTESTINAL DE NATUREZA NÃO PARASITÁRIA:
Muco, eritrócitos, leucócitos, piócitos, células epiteliais, cristais.
ELEMENTOS DE ORIGEM INTESTINAL DE NATUREZA PARASITÁRIA E/OU
PUROS COMENSAIS
Protozoários, helmintos, artrópodes, Blastocystis, Meloidogyne e leveduras.

CONCLUSÃO DE ESTUDO COPROLÓGICO COM DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL


DAS LÂMINAS

L1: leucócitos + eritrócitos + piócitos (raros/ausentes) + cristal de Charcot Leyden = diagnóstico


sugestivo de Amebíase (Disenteria amebiana).
L2: leucócitos + eritrócitos + piócitos (inúmeros) + ausência de cristal de Charcot Leyden =
diagnóstico sugestivo de um processo bacilar (disenteria bacilar).
Nestes casos em particular, o cristal e os piócitos foram elementos diferenciadores do diagnóstico
laboratorial em lâmina.
O diagnóstico diferencial em lâmina fecal é muito importante quando o médico necessita intervir
com urgência, seja com relação ao tipo específico de exame que deva se requisitar ou mesmo com
relação à terapêutica, principalmente quando se trata de paciente de baixa idade ou idosos.

EXAME PARASITOLÓGICO DAS FEZES

O exame parasitológico de fezes constitui na prática médica providência de fundamental


importância para o diagnóstico das parasitoses intestinais.
Sua execução envolve a utilização de vários métodos que objetivaram a pesquisa de protozoários
intestinais nas suas formas císticas e vegetativas, como também de ovos, larvas e por vezes vermes
adultos de helmintos.
Além da possível presença de formas infectantes ou infestantes, de enteroparasitos, há também a
possibilidade de que o material em exame contenha bactérias e vírus patogênicos. Portanto, deve
ser observada uma série de cuidados não só na manipulação, como também na limpeza da vidraria
e na destinação da amostra examinada. O emprego de substâncias desinfetantes se faz necessário.

COLETA DE MATERIAL:

Geralmente a colheita do material é feita em casa, portanto é necessário algumas recomendações,


uma vez que sua coleta adequada é de fundamental importância.
As amostras não devem ser colhidas durante uma semana depois que o paciente tenha tomado
substâncias que deixam resíduos cristalinos, tais como compostos antidiarréicos, antiácidos,
bismuto e bário. Além disso, laxativos oleosos tais como óleo mineral pode interferir no exame.
Antibióticos e meios de contraste reduzem os números de organismos, particularmente
protozoários, nas fezes durante 2 a 3 semanas. As amostras devem ser isentas de urina e não devem
estar contaminadas por água do vaso sanitário ou pelo solo, pois estes podem conter
protozoários e helmintos livres ou podem destruir trofozoítos. Água armazenada no laboratório
também podem tornar-se contaminadas com estes organismos.
Como os números de formas diagnosticados de alguns parasitos podem variar, é aconselhável
examinar os espécimes obtidos em dias alternados ou de 3 em 3 dias, com um total de três
espécimes sendo o mínimo para assegurar ausência de infecção.
As fezes para exame coprológico devem ser colhidas em recipientes de boca larga cuidadosamente
limpos, sem necessidade de esterilização. Colher o material correspondente à parte intermediária
da evacuação, que é em geral de maior uniformidade.
Quando o exame seriado obtido normalmente é examinado e não identifica parasito, podem ser
conseguidos espécimes purgados, particularmente quando se suspeitam de infecções por
protozoários. Deve-se usar purgativos salinos, como sulfato ou fosfasoda tamponada em vez de
compostos de óleo mineral ou de magnésia, que podem interferir com o exame por causa dos
glóbulos de óleo ou detritos cristalinos.

ASPECTO MACROSCÓPICO DO MATERIAL FECAL

Deve-se fazer um exame macroscópico das fezes, porque permite observar:


a) Consistência: moldada, pastosa, diarréica.
b) Presença de sangue e muco
c) cor
d) Helmintos adultos ou partes dos mesmos

Quando se tratar de material moldado, ou mesmo pastoso, são indicados os métodos de


concentração, ao passo que em se tratando de material diarréico, liquefeito ou com muco ou sangue,
impõe-se os exames diretos a fresco ou após fixação pela hematoxilina férrica. Esta conduta é
explicada pelo fato de que, geralmente, nas enteroprotozooses, as formas vegetativas são
encontradas no material diarréico, enquanto cistos estão presentes em fezes pastosas e moldadas.
Evidentemente, as formas vegetativas muito frágeis não resistem aos trâmites dos métodos de
concentração.
Todavia, também estes devem ser aplicados ao material liquefeito, portanto nas helmintoses
intestinais podem sobrevir, muitas vezes, crises diarréicas.
PROTOZOÁRIOS DE VIDA LIVRE
TIPOS DE MOVIMENTO
Movimento Amebóide:
Processa-se por meio da emissão de prolongamentos do protoplasma, que são os pseudópodes. É o
movimento das amebas, pode ser lento ou rápido. (amebídeos de vida livre)
Movimento Flagelar:
Processa-se as custas de flagelos, são filamentos longos, delgados e flexíveis. O número de flagelos
nos animais varia de 01 a 08. É um movimento tipo saltitante, helicoidal, chicoteando o meio
líquido (Euglena).
Movimento Ciliar:
Processa-se por meio de cílios, que são filamentos curtos e numerosos, envolvendo todo corpo do
animal. É um movimento ondulante, oscilatório (Paramecium, Opalina, etc.)
Algumas formas que são de vida livre ou saprozóicas no interior de animais:
Rhizopoda Amoeba proteus
Mastigophora Trichomonas, Chilomastix, Euglena
Ciliophora - Paramecium, Opalina, Zeleriella, Nyctotherus
OBSERVAÇÃO DO MATERIAL
Exame Direto
1. colocar uma gota do material a ser examinado numa lâmina, cobrindo com uma lamínula.
2. Usando a objetiva de 45X, observar a presença de formas móveis dos protozoários
(trofozoítos)
3. Procurar focalizar o protozoário, que é facilmente reconhecido pelo seu movimento típico

OBSERVAÇÃO DE FLAGELADOS E CILIADOS

1. Preparar a lâmina com o material a observar


2. Levar ao microscópio, usando a objetiva de 45X e observar os movimentos da forma
pesquisada.
3. Retirar com papel de filtro, parte da água existente entre a lâmina e lamínula, com cuidado, até
conseguir uma diminuição do movimento do flagelado ou ciliado e verificar as características
morfológicas

MÉTODOS LABORATORIAIS APLICADOS NA IDENTIFICAÇÃO DE PARASITOS


DO APARELHO DIGESTIVO
QUALITATIVOS
Preparação à fresco:
Este método é indicado para o material fecal emitido recentemente (menos de 20 minutos), de
consistência líquida ou pastosa e que se admite que contenham trofozoítos de protozoários.

Exame Pelo Método Direto


Este método foi utilizado pela primeira vez por Leeuwenhoek quando identificou a Giardia lamblia
no século XVII. Tem sido empregado quando há carência de recursos ou a infestação parasitária é
reconhecidamente intensa. Pode ser empregado em fezes de consistência variada, recentemente
emitidas ou não.

MÉTODO DE SEDIMENTAÇÃO ESPONTÂNEA (HOFFMAN, PONS & JANER)

FUNDAMENTO:
Precipitação de partículas, inclusive de cistos, ovos e larvas de parasitos ao fundo do cálice de
sedimentação, devido a força de gravidade.

INDICAÇÃO:
Utilizado na pesquisa de ovos de S. mansoni, é atualmente usado na rotina diária dos laboratórios,
na detecção de cistos de protozoários, de ovos e larvas de helmintos.
Adolf Lutz, eminente pesquisador brasileiro, empregou o modelo pela primeira vez, no entanto, foi
a partir dos trabalhos de Hoffman, Pons e Janer, que a técnica passou a ser conhecida
mundialmente. A vantagem deste método é a economia dispensando o uso de reagentes e
centrífugas. A desvantagem é a grande quantidade de detritos fecais, dificultando, com freqüência
a preparação e o exame da lâmina.
PROCEDIMENTO:
1. Colocar cerca de 5g de fezes, coletados de várias partes do bolo fecal, em copo graduado
ou Becker de 250 ml. Completar o volume de 50 a 60 ml de água corrente e misturar
vigorosamente.
2. Preparar a suspensão juntando 100 ml de água corrente.
3. Filtrar essa suspensão através de gaze dobrado 4 vezes, recolhendo-a em copo de
sedimentação de capacidade de 125 ml.
4. Se necessário, adicionar água corrente, até completar aproximadamente ¾ do volume do
copo cônico. Deixar a suspensão em repouso durante 1 a 2 horas.
5. Com uma longa pipeta capilar, fixada a um bulbo de borracha, colher uma pequena porção
do sedimento na camada inferior, depositando sobre uma lâmina. Se a preparação estiver
muito espessa, diluir com uma gota de solução salina a 0,85% ou água corrente. Colher
amostra adicional do centro e do fundo do sedimento.
6. Examinar ao microscópio, a presença de ovos, larvas e cistos.

CENTRÍFUGO-FLUTUAÇÃO PELO SULFATO DE ZINCO (FAUST & Cols.)

FUNDAMENTO:
Flutuação de cistos de protozoários e ovos leves de helmintos em solução de sulfato de zinco.

INDICAÇÃO:
Indicado na pesquisa de protozoários e de ovol leves de helmintos (Ancilostomídeos, Enterobius
vermicularis, Trichuris trichiura).
Esta técnica é imprópria para espécimes que contenham grande quantidade de gorduras. A técnica
pode ser utilizada com fezes preservadas em formaldeído, SAF e outros fixadores, no entanto a
densidade específica deverá se ajustada em 1.2 g/mL. O aumento de densidade poderá resultar em
uma distorção dos organismos.
Obs.:
1. ovos de trematódeos e de cestóides podem estar presentes, portanto um exame completo deve-
se examinar também o sedimento.
2. uma permanência prolongada da suspensão em sulfato de zinco, pode resultar em distorção dos
cistos e ovos de nematódeos. A preparação deve ser examinada até 20 minutos. Deve-se utilizar
tubos com fundo

PROCEDIMENTO:
1. Colocar 1 ou 2 g de fezes coletadas de várias partes do bolo fecal em frasco contendo 10 ml de
água. Filtrar a suspensão através de gazes dobradas em quatro vezes , e receber o filtrado em
um tubo cônico de centrífuga de 15 ml.
2. Adicionar água corrente até completar 2/3 da capacidade do tubo. Centrifugar ( 650x g (
2500rpm) por 1 minuto ).
3. Decantar o sobrenadante e adicionar 1 a 2 ml de água corrente ao sedimento , antes de
ressuspendê-lo. Completar com água 2/3 do volume do tubo, agitar e centrifugar.
4. Repetir a etapa 3, até que o sobrenadante apresente-se relativamente claro.
5. Depois que o último sobrenadante é decantado, adicionar 1 a 2 ml do reagente , e ressuspender
o sedimento: completar com sulfato de zinco 33% até 0,5 cm da borda do tubo e centrifugar
(650 x g( 2500rpm) por 1 min ).
6. Cuidadosamente, remover o tubo da centrifuga e, sem
agitação Coloca-lo em uma estante em posição
vertical.
7. Com uma alça de arame (diâmetro de 5 a 7 mm) tocar
no centro da membrana formada na superfície,
transferido várias alçadas para uma lâmina de
microscopia. Examinar ovos larvas e cistos.
8. Depois de concluída a etapa 4, com auxílio de pipeta,
encher o tubo até a borda com solução de sulfato de
zinco. Colocar uma lamínula (22 x 22 mm) na
superfície do tubo. Deixando-a em contato com o
líquido durante 8 a 10 minutos. Remover a lamínula,
invertendo a sua posição, e colocar a face com a gota
sobre uma lâmina. Examinar para larvas e cistos.
MÉTODO DE WILLIS

FUNDAMENTO:
Baseia-se na capacidade da solução saturada de cloreto de sódio em fazer flutuar ovos de
helmintos considerados leves.

INDICAÇÃO:
1. Recomendado para a pesquisa de ovos de helmintos de baixo peso específico como
ancilostomídeos e Trichuris trichiura ou ainda de ovos férteis de Ascaris lumbricoides. Não é
recomendado para protozoários, ovos inférteis de A. lumbricoides e ovos de tremaódeos ou E.
vermicularis.. Este método é bastante eficiente na identificação de ovos de ancilostomídeos,
sobretudo nos casos em que há baixa infestação. Pode-se usar açucar ao invés do sal no preparo da
solução (Sheather).
PROCEDIMENTO

1. Colocar uma quantidade de fezes de aproximadamente 1 a 2 g. coletada de várias


partes do bolo fecal, em pequena cuba de vidro de 3 cm de diâmetro com capacidade
aproximada de 20 ml. Completar ¼ da capacidade do recipiente com solução saturada
de cloreto de sódio.
2. Suspender as fezes na solução saturada salina até haver uma total homogeneização.
3. A lamínula deve ficar em contato com o menisco durante 30 a 45 minutos; não deverá
haver formação de bolhas de ar entra a lamínula e a superfície do líquido. A gota
contendo os ovos se adere à face inferior da lamínula .
4. Remover a lamínula e inverter rapidamente a sua posição sobre uma lâmina.
5. Examinar ao microscópio com objetiva de pequeno aumento.
CENTRÍFUGO-SEDIMENTAÇÃO POR FORMOL ACETATO DE ETILA

FUNDAMENTO:
Fornece o diagnóstico para ovos, larvas e cistos de todas as espécies de parasitos intestinais
detectáveis, além de separar dos detritos, deixando o sedimento limpo.
INDICAÇÃO:
Destina-se à pesquisa de protozoários e helmintos nas fezes
PROCEDIMENTO:
1. Diluir aproximadamente 2 g de fezes em 5 mL de solução de formalina a 10% e filtrar
por meio de gaze dobrada.
2. colocar em tubo de centrifuga e acrescente 1 ou 2 gotas de detergente comercial.
3. acrescentar 3 mL de acetato de etila comercial;
4. tampe o tubo e agite por 10 segundos
5. destampar e centrifugar por 2 minutos a
2000rpm
Observar a formação de quatro camadas distintas
1a camada - sedimento no fundo do tubo
2a camada formalina
3a camada detritos
4a camada acetato de etila
6. despreze a camadas sobrenadantes com um
movimento rápido
7. ressuspender o sobrenadante com 7 ml de água. Tampe o tubo e agite
8. centrifugar 2000 rpm por 2 minutos. Desprezar o sobrenadante
9. deixar o tubo emborcado sobre gaze por 2 minutos
10. ressuspender o sedimento com lugol. Colocar uma gota do sedimento sobre lâmina e
proceder a leitura.
FUNÇÃO DO FORMOL: fixar e manter íntegras as estruturas de ovos, larvas e cistos por
períodos prolongados. Tem função também de diluente.
FUNÇÃO DO ACETATO DE ETILA: o acetato de etila remove as substâncias graxas e
possibilita a flutuação dos detritos. É um eficiente solvente para objetos de plástico (tubo,
pipetas, estantes, empregá-los sempre com objetos de vidro)
FUNÇÃO DO DETERGENTE: o detergente se destina a aumentar a positividade para ovos
de A. lumbricoides. Os ovos inférteis de ascaris têm a superfície acentuadamente
mamilonada, permitindo que muitas gotículas de acetato de etila se alonguem na sua face
voltada para o fundo do tubo. Em consequência alguns desses ovos seriam retidos junto ao
sobrenadante. Em presença de detergente, que tem a propriedade de baixar a tensão
superficial, as gotículas de acetato confluem umas em relação as outras com maior facilidade,
reduzindo a possibilidade delas alongarem debaixo de estruturas como os ovos inférteis de
Ascaris.

CENTRÍFUGO-SEDIMENTAÇÃO POR FORMOL ÉTER (MÉTODO DE


RITCHIE)

FUNDAMENTO:
Fornece o diagnóstico para ovos, larvas e cistos de todas as espécies de parasitos intestinais
detectáveis, além de separar dos detritos e gorduras fecais.

INDICAÇÃO:
Destina-se à pesquisa de protozoários e helmintos nas fezes

FUNÇÃO DO ÉTER:
O éter tem a mesma função do acetato de etila, isto é, ele dissolve as substâncias graxas e
faz flutuar os detritos, porém ele é mais volátil, explosivo e inflamável.

PROCEDIMENTO:
1. Colocar 1 ou 2g de fezes coletadas de várias partes do bolo fecal em frasco
contendo 10ml de água corrente ou solução salina a 0,85%;
2. Filtrar a suspensão através de gaze dobrada duas ou quatro vezes, e receber o
filtrado em um tubo cônico de centrífuga de 15 ml.
3. Centrifugar 2000 rpm por minuto);
4. Decantar o sobrenadante e adicionar 1 a 2 ml de água corrente ou solução salina a
0,85% ao sedimento antes de ressuspendê-lo. Completar com água corrente (ou
solução salina a 0,85%) 2/3 do volume do tubo. Agitar e centrifugar 2000rpm por 1
min).
5. Repita a etapa 4, até que o sobrenadante se apresente relativamente claro.
6. Depois que o último sobrenadante é decantado, ressuspender o sedimento com 1 a 2
ml de formalina a 10% (dar preferência à solução tamponada de formalina a 10% ,
pH. Neutro). Completar o volume da suspensão em 10 ml com formalina a 10%.
Deixar em repouso em repouso durante 5 minutos.
7. Adicionar 3ml de éter ou acetado de etila, fechar o tubo e agitar vigorosamente, na
posição invertida, por 30 minutos. Remover a tampa com cuidado.
8. Centrifugar 2000rpm 1 min. Quatro camadas se formarão: (1) sedimento no fundo do
tubo contendo os parasitas, (2) camada de formalina, (3) tampão de detritos fecais, e
(4) camada de éter na superfície.
9. Afrouxar e separar o tampão de detritos das paredes do tubo com um estilete fino,e
com cuidado decantar as três camadas superiores. Limpar com swab de algodão as
paredes do tubo, removendo os detritos remanescentes.
10. Uma pequena quantidade de líquido que permanece nas paredes do tubo escorre para
o fundo junto ao sedimento. Misturar o líquido e o sedimento, preparando as lâminas
para a pesquisa de ovos, lavas e cistos.

MÉTODO DE BAERMANN-MORAES

FUNDAMENTO:
Baseia-se no hidro e termotropismo das larvas e na tendência destas de sedimentar,
espontaneamente, quando se encontram na água.
INDICAÇÃO:
Indicado na pesquisa de larvas de Strongyloides stercoralis. Demonstra também a presença
de larvas de ancilostomídeos e por vezes até adultos de nematódeos pequenos como E.
vermiculares.
Ao serem examinadas fezes que permaneceram, antes do exame, em temperatura ambiente
por período superior a 24 horas, ou ainda de indivíduos que sofrem de constipação intestinal,
ocorre a possibilidade de que as larvas encontradas sejam rabditóides ou filarióides de
ancilostomídeos e não de Strongyloides stercoralis
PROCEDIMENTO:
1. Encher o funil com água corrente, aquecida a 40-45ºC.
2. Abrir a pinça de Mohr, deixando escorrer uma pequena quantidade de água para evitar a
formação de bolhas de ar na haste e no tubo de látex.
3. Colocar 8 a 10 g de fezes, recentemente emitidas, sobre gaze dobrada quatro vezes e, se
necessário, juntar mais água, até que as fezes fiquem submersas.
4. Deixar em repouso durante 60 minutos.
5. Abrir a pinça e coletar parte do líquido em vidro de reógio; examinar ao microscópio
estereoscópio (aumentos 20 a 30 x). Deixar em repouso durante alguns minutos, pois desta
forma as larvas migrarão para o centro do vidro de relógio, ou proceder de acordo com o
item 6.
6. Coletar em tubo cônico de centrífuga. Centrifugar (500 x g por 1 min), e examinar o
sedimento entre lâmina e lamínula. Corar a preparação com solução de Lugol, para a
identificação das características morfológicas das larvas, e examinar ao microscópio com
aumento de 20x.
MÉTODO DE RUGAI, MATTOS & BRISOLA

FUNDAMENTO:
Baseia-se no hidro e termotropismo das larvas de S. stercoralis contidas no material fecal.
INDICAÇÃO:
Indicado na pesquisa de larvas de Strongyloides stercoralis. Demonstra também a presença
de larvas de Ancilostomídeos, notadamente em pacientes portadores de constipação
intestinal.
A observação microscópica deve ser cuidadosa e toda larva visualizada deverá ser
identificada segundo a chave de classificação proposta por AMATO NETO & cols.

PROCEDIMENTO:
1. Estender, sobre a abertura de um recipiente contendo
fezes, gaze dobrada quatro vezes, e repuxar as
extremidades para trás;
2. Encher, com aproximadamente 70 a 100 ml de água
corrente aquecida a 40-45°C, um copo cônico de
sedimentação (capacidade de 125ml);
3. Transferir o recipiente com as fezes para o interior do
copo cônico de sedimentação, de modo que o líquido
alcance toda a extensão da abertura do recipiente,
cuidando para não formar bolhas de ar;
4. Deixar em repouso durante 60 minutos.
5. Colher o sedimento, no fundo do copo cônico, com pipeta capilar longa. Alguns autores
recomendam retirar o recipiente do copo Cônico antes da colheita do sedimento. Entretanto,
outros preferem manter o recipiente, para evitar o revolvimento do líquido;
6. Examinar o sedimento entre lâmina e lamínula. Corar a preparação com solução de lugol.
MÉTODO DE HARADA-MORI

FUNDAMENTO
O método visa o cultivo de larvas em papel de filtro.

INDICAÇÃO
Empregado no cultivo de larvas de ancilostomídeos e Strongyloides stercoralis presentes no
material fecal.
PROCEDIMENTO:
1. Distribuir 0,5 g de fezes em tira de papel de filtro (3
x 15 cm), deixando as extremidades livres.
2. colocar a tira em um tubo de ensaio (18 cm), com
água destilada, de modo q1ue a extremidade inferior
toque na água;
3. tampar o tubo de ensaio, deixar 7 a 14 dias na
temperatura ambiente
4. examinar com lupa o fundo do tubo
5. adicionar formalina 10% de piperazina a 5% e colocar o tubo de ensaio em banho-maria a 50oC
por 15 minutos a fim de matar as larvas;
6. retirar as larvas e coloca-las entre lâmina e lamínula para identificação.

MÉTODO DE TAMISAÇÃO (pesquisa e identificação de proglotes)

FUNDAMENTO:
Este método fundamenta-se na tamisação do material fecal, como meio de captura de anéis
(proglotes) de tenídeos.

INDICAÇÃO:
É indicado para a retirada de anéis de escólex de tenídeos das fezes para fins de diagnóstico para
controle de cura; como também são encontrados vermes adultos de A. lumbricoides, E.
vermicularis, T. trichiura, Ancilostomídeos e H. nana. Estes parasitas são encontrados no bolo
fecal durante o início do tratamento.
recomenda-se realizar o método com o material fecal excretado durante o dia. Para melhor
conservação, as fezes devem ser colocadas em formalina 10%
PROCEDIMENTO:
Emulsionar as fezes com água. Coar a emulsão através de peneira metálica. Este procedimento
deve ser realizado em uma pia, servindo-se de um jato de água corrente. Vermes adultos como o
Ascaris lumbricoides e Enterobius vermicularis são encontrados freqüentemente misturados ou na
superfície das fezes, como também as proglotes de tenias. Outros helmintos como o Trichuris
trichiura, ancilostomídeos e Hymenolepis nana são depositados no bolo fecal após o início do
tratamento. Freqüentemente poderão ser encontrados helmintos adultos nas amostras fecais e
ausência dos ovos. Esses processos macroscópicos são vantajosos para a demonstração e coleta de
pequenos helmintos, de proglotes e de escólex.
Identificação de Proglotes de Taenia
Dois métodos são indicados para a identificação de proglotes de Taenia: o ácido acético e o de
CAMPOS (AMATO NETO & CORREA, 1980).
Método do Ácido Acético Glacial:
1. Colocar em uma placa de Petri, contendo ácido acético glacial, a proglote a ser
identificada, durante 15 a 20 minutos.
2. Após o período, comprimi-la entre lâminas.
3. Examinar sob iluminação intensa.
Método de CAMPOS:
1. Dissolver três comprimidos de metoquina em 5 ml de água destilada-deionizada.
2. Mergulhar nesta solução, durante 15 minutos, a proglote a ser identificada.
3. Após este período, comprimi-la entre lâminas.
4. Examinar sob iluminação intensa.

MÉTODO DA FITA GOMADA (GRAHAM)


FUNDAMENTO
Baseia-se na utilização da fita gomada na apreensão de estágios evolutivos de parasitos,
localizados na região perianal.
INDICAÇÃO
Este método é indicado para a pesquisa de todos os parasitos que prioritária ou ocasionalmente se
deslocam até a região perianal. Assim sendo, poderemos detectar o Enterobius vermicularis,
Taenia sp, e eventualmente ovos de Ascaris lumbricoides, Ancilostomídeos e Trichuris trichiura.
PROCEDIMENTO
1. Coleta do material deverá ser realizada pela manhã
antes que o paciente realize sua higiene. Recomendar
que o paciente não utilize pomada ou outro qualquer
medicamento de uso tópico na região anal ou perianal
na noite anterior ao exame.
2. Tomar um pedaço de fita gomada com
aproximadamente 10 cm, colar nas extremidades dois
retângulos de papel "oficio", a fim de servirem para
identificação dos pacientes e manuseio do técnico, sem
risco de contaminação.
3. Montar em tubo de ensaio. (l5xI50) de modo que a
parte adesiva permaneça livre, na parte externa do
fundo do tubo.
4. Recomendar que o paciente fique em decúbito ventral, e aplicar a fita gomada montada sobre
a região perianal, tendo o cuidado de afastar os glúteos.
5. Após a coleta, aplicar a fita gomada sobre a lâmina pressionando levemente do centro para a
periferia a fim de evitar a apreensão de bolhas de ar.
6. Preparar no mínimo duas lâminas. Em seguida levar a microscopia.
7. As lâminas assim preparadas poderão ser encaminhadas até dois meses após, devido a
capacidade de conservação da técnica

TÉCNICA DE KINYOUN

FUNDAMENTO

Os coccídios coram-se pela fucsina básica , adquirindo coloração vermelha ou rosa brilhante
intensa; e são álcool ácido resistente, destacando-se de outros resíduos, leveduras e bactérias.
INDICAÇÃO
Este método é indicado para pesquisa dos coccídios intestinais, Cryptosporidium parvum,
Cyclospora cayetanensis e Isospora belli

PROCEDIMENTO:
1. Preparar o esfregaço com uma a duas gotas de fezes frescas ou preservadas. Deixar secar a
temperatura ambiente.
2. Fixar submetendo direto ao calor rapidamente.
3. Cobrir com Fucsina 3 a 5 minutos
4. Lavar rapidamente
5. Diferenciar com álcool ácido até não sair mais corante.
6. Lavar com água
7. Contra corar com azul de metileno 30 segundos a 1 minuto.
8. Deixar secar e examinar ao microscópio
Obs.: a coloração de fundo da preparação depende do corante utilizado; azul de metileno concede
a cor azul aos organismos que não se coram pela fucsina, enquanto o verde malaquita cora o fundo
verde e o ácido pícrico em amarelo

SOLUÇÃO DE FUCSINA CARBÓRICA


Fucsina básica 4,0 g
Fenollíquido 8,0 g
Álcool a 95 % 20 mL
Água destilada 100 mL
Dissolver a fucsina no álcool e no fenol.
Filtrar antes de usar.
SOLUÇÃO DE ÁCOOL-ÁCIDO CLORÍDRICO A 0,1%
HCl P.A 0,1 mL
Álcool 99 mL
SOLUÇÃO ESTOQUE DE AZUL DE METILENO
Azul de metileno 1,4 g
Álcool a 95% 100 mL
SOLUÇÃO DE USO AZUL DE METILENO
Solução estoque 10 mL
Água destilada 90 mL

MÉTODOS QUANTITATIVOS

Estes métodos são empregados quando se deseja avaliar a intensidade da infestação parasitária, ou
ainda quando se pretende comparar métodos laboratoriais. Descreveremos dois destes métodos; o
de STOLL-HAUSHEER e o KATO-KATZ.

MÉTODO DE STOLL-HAUSHEER (contagem de ovos)

FUNDAMENTO
Baseia-se na diluição de quantidade conhecida de fezes e a contagem do número de ovos de uma
amostra da diluição, de maneira a deduzir a intensidade parasitária.

INDICAÇÃO
Indicado na avaliação da carga parasitária e suas repercussões patogênicas. Ex. Ancilostomídeos.

PROCEDIMENTO
1. Preencher com NaOH (N/1 O), o frasco de Stoll até a marca que corresponde a 56 mL.
2. Adicionar fezes até que o líquido (NaOH) alcance a marca de 60 mL.
3. Introduzir no frasco pérolas de vidro (+ 12) e em seguida, obturá-lo com rolha de borracha.
4. Agitar bem até a perfeita homogeneização logo após, retirar com pipeta aspiratória 0,1 mL da
suspensão. Pipeta aspiratória ou pipeta automática.
5. Colocar em lâmina, cobrir com lamínula e examinar em pequeno aumento.
6. Contar o número total de ovos na lâmina.
7. Calcular o número de ovos por grama de fezes, multiplicando o valor encontrado por 150
8. Examinar sempre mais de uma lâmina e trabalhar com a média aritmética. O resultado
encontrado é indicado por alguns autores como ovos/rnL
OBS. O resultado deverá ser corrigido segundo a consistência das fezes. Fezes formadas,
multiplicar o resultado por 1; fezes pastosas por 1,5; e fezes diarréicas por 3. Os resultados
conseguidos em material fecal líquido não são confiáveis. A agitação recomendada no ítem 4
nunca deverá ser com movimentos circulares e sim de alto para baixo.

MÉTODO DE KATO-KATZ

FUNDAMENTO
Fundamenta-se na contagem de ovos de helmintos em lâmina qpós o peneiramento e contato com
substância conservadora.
INDICAÇÃO
Indicado para avaliação da carga parasitária no diagnóstico e controle de cura após o tratamento.
Ex. Schistosoma mansoni.
Contar os ovos encontrados em toda a lâmina e multiplicar por 23, a fim de ter o número de ovo
por grama de fezes.
OBS.:Apesar de ser recomendado para a pesquisa de helmintos, este método tem sido empregado
com mais frequência na esquistossomose, devido às modificações que podem ocorrer na
morfologia dos ovos de outros parasitas.
A função da glicerina é a clarificação da matéria fecal, tornando-a transparente e permitindo melhor
visualização dos ovos aí presentes. Os ovos de Ascaris e de Trichuris conservam-se bem por
semanas ou meses, enquanto os ovos de Ancilostomídeos têm sua visualização comprometida por
este método.
PROCEDIMENTO:
1. Colocar a amostra fecal sobre o papel absorvente.
2. Comprimir a tela metálica ou de náilon sobre as fezes, fazendo com que parte passe
através das malhas.
3. Remover as fezes que passam através das malhas e transferi-las para o orifício do cartão,
colocado sobre a lâmina.
4. Depois de encher o orifício central, remover com cuidado o cartão, deixando as fezes com
a lamínula.
5. Cobrir as fezes com a lamínula de celofane, invertendo e pressionando a lâmina sobre o
papel absorvente.
6. Deixar a preparação em repouso (clarificação) durante 30 minutos a 34-40°C ou à
temperatura ambiente por 1-2 horas.
7. Examinar a preparação ao microscópio

MÉTODOS PARA EXAME DOS PARASITOS DO SANGUE


O exame microscópico do sangue constitui valioso recurso para o diagnóstico das doenças
parasitárias cujos agentes apresentam formas evolutivas sanguíneas. A preparação de bons
esfregaços sanguíneos é importante na diferenciação de parasitos, principalmente de protozoários.

COLHEITA DE SANGUE
O sangue pode ser colhido por punção do lóbulo da orelha, da superfície palmar da ponta de um
dedo da mão, no caso de lactentes da superfície plantar do grande artelho ou no calcanhar. No caso
da orelha, é a margem livre do lóbulo e não a face lateral que deve ser puncionada. A picada deve
ser feita com deliberação e lentamente, para não provocar dor. A picada deve ter profundidade de
3mm. Não se deve utilizar um local edemaciado ou congestionado.
Em animais de laboratório a colheita de sangue é feita segundo o seu porte.

EXAME A FRESCO
Uma pequena gota de sangue, examinada entre lâmina e lamínula em médio aumento. Esta nos
permite demonstrar de forma rápida microfilárias e Trypanosoma.

EXAME SECO (PREPARAÇÃO CORADA)


Pode ser realizado em gota espessa e/ou camada delgada ou esfregaço.

GOTA ESPESSA
Colher 3 a 4 gotas de sangue na lâmina e com a ponta de um estilete, desfibriná-la. Deixar secar ao
abrigo de corrente de ar quente que podem causar esporos de fungos contaminantes, ou deixar secar
em estufa a 37 C. o desfibramento impede a coagulação e consequentemente fendilhamento da
preparação, garantindo a necessária aderência do sangue ao vidro durante a coloração. Realizar
desemoglobinização antes da coloração.
CAMADA DELGADA OU ESTIRAMENTO
Colhida a gota de sangue na lâmina, imedatamente coloca-se a lâmina distensora na posição. Por
capilaridade, o sangue espalha prontamente na zona de contato das lâminas. Num movimento
rápido e contínuo, a lâmina distensora é deslocada para frente, obtendo-se assim a camada delgada.

COLORAÇÃO DA CAMADA DELGADA


MÉTODO DE GIEMSA
FUNDAMENTOS
Fixação do estiramento pelo metanol e coloração pela solução de Giemsa.
MÉTODO DE LEISHMAN

FUNDAMENTOS
Fixação e coloração do estiramento pela solução de azul de metileno e eosina

Você também pode gostar