Aula 06

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Alternador de estator interno

Comumente, esse alternador é utilizado em motos de grande porte, composto


por estator, rotor, retificador, limitador de corrente e cabos de ligação. A Figura ilustra
um diagrama esquemático desse tipo de alternador.
O que faz diferir esse alternador em relação ao anterior é o fato de o rotor girar
dentro do estator, o último produzindo maior intensidade de corrente devido às suas
próprias características de construção. Toda corrente produzida pelo alternador é,
então, distribuída à bateria e ao circuito da moto por um limitador de corrente que
controla a corrente produzida pelo alternador, evitando sobrecargas perigosas à
bateria e demais componentes elétricos.
Algumas motos antigas utilizam um sistema de gerador de corrente contínua
semelhante aos dínamos dos automóveis; outras, um sistema tipo magneto que
alimenta todo o circuito elétrico, quando a moto está em movimento.

limitador de
corrente
retificador

circuito elétrico

cabos de ligação

rotor
estator

Ambos os sistemas são considerados ultrapassados, por não produzirem


corrente elétrica suficiente para alimentar os diversos circuitos elétricos existentes nas
motos modernas.
Recomendações importantes à manutenção do sistema de carga
O sistema de carga é de grande durabilidade, mas requer alguns cuidados
para o seu bom funcionamento. A bateria deve ficar sempre limpa, com seus bornes
bem conectados, pois isso evita a perda de carga. O alternador e o gerador devem
manter-se limpos, o que assegura boa produção de energia. Ao desmontá-lo, a
inspeção deve ser feita com instrumentos, trocando as peças com defeitos. Após a
montagem, os regimes de carga devem ser controlados com instrumentos, para
assegurar a boa produção de energia elétrica.

Bateria de acumuladores
É o conjunto de acumuladores que transforma a energia química em energia
elétrica, necessária tanto para o motor funcionar, quanto para alimentar os diferentes
circuitos elétricos.
A bateria usada nas motos é um acumulador de ácido e chumbo. As placas
positivas e negativas são unidades básicas que consistem em materiais ativos
especiais, encerradas num molde de grade de antimônio e chumbo.
As placas carregadas negativamente contêm chumbo esponjoso (Pb) de
coloração acinzentada.
As placas carregadas positivamente contêm peróxido de chumbo (PbO 2) de
coloração marrom.
Cada placa está entrelaçada por um grupo de outras placas, havendo entre
elas um separador sintético que as isola entre si. A união destas placas forma um
elemento.
Cada elemento é montado separadamente em uma caixa blindada e
mergulhado em uma solução química, denominada eletrólito, cuja composição é
aproximadamente de 39% de ácido sulfúrico e 61% de água destilada. A reação
química no elemento produz uma tensão elétrica de 2 volts por unidade, e o número
de elementos de uma bateria, interligado entre si, forma a voltagem total dela. A
Figura ilustra uma típica bateria de 6 volts (três elementos), normalmente utilizada em
moto, e os seus componentes.
Capacidade da bateria
É a carga total que ela é capaz de fornecer, até se descarregar.
Essa capacidade depende da quantidade e tamanho das placas usadas por
cada um dos seus elementos, bem como da quantidade do ácido sulfúrico contido no
eletrólito.
A unidade de grandeza elétrica que expressa sua capacidade é o ampere/hora
(Ah). Assim, uma bateria de 45Ah é capaz de fornecer uma corrente elétrica de 45
amperes durante uma hora ou de 90 amperes durante meia hora. Desta forma,
podemos deduzir que o tempo de utilização de uma bateria depende da intensidade
da corrente elétrica fornecida.

Funcionamento da bateria
O processo de transformação da energia química em eletricidade na bateria
ocorre, quando se promove um consumo de energia elétrica em um dos circuitos
elétricos da Moto, ou quando a bateria está sendo carregada. No processo de
descarga, as placas de chumbo e peróxido de chumbo transformam-se em sulfato de
chumbo no momento em que o ácido sulfúrico passa a se combinar com elas,
promovendo um fluxo de corrente elétrica entre os pólos positivo e negativo. No
processo de carga, são repostos os elétrons negativos às placas negativas,
retornando-as ao seu estado anterior, ou seja, chumbo e peróxido de chumbo.

Teste de carga da bateria


Sabemos que a intensidade de carga fornecida pela bateria depende, também,
da quantidade de ácido sulfúrico contido no eletrólito. A variação entre o percentual de
ácido sulfúrico e a água destilada contida no eletrólito caracteriza o seu peso
específico (densidade). Como há uma relação entre a densidade ou peso do eletrólito
e a carga da bateria podem avaliar sua carga utilizando um instrumento denominado
densímetro. A Figura ilustra um densímetro comumente utilizado em oficina e os seus
componentes.

O densímetro permite medir diretamente a densidade ou peso específico do


eletrólito. Para isso, suga• se determinada quantidade da solução de um dos
elementos, o que faz flutuar o elemento interno do densímetro (flutuador), subindo-o
de acordo com a quantidade de ácido sulfúrico existente no eletrólito.
O flutuador do densímetro é dotado de uma escala graduada que permite
avaliar o estado de carga da bateria através da seguinte tabela:
Densidade Estado da carga
1.265-1.290 carga completa
1.235-1.260 três quartos da carga

1.205-1.230 metade da carga

1.170-1.200 um quarto da carga


1.140-1.165 apenas utilizável
1.110-1.135 completamente descarregada

Outra forma de verificar o estado da carga de uma bateria é através do


voltímetro. Ligando os terminais positivo e negativo do voltímetro nos polos positivo e
negativo da bateria, pode-se verificar, através da escala desse voltímetro, a voltagem
atual da bateria. Assim, valor inferior aos valores específicos da bateria indica que ela
está descarregada.

Carregadores de bateria
Existe uma variedade de carregadores que proporcionam a intensidade e a
voltagem necessárias para recuperar a carga da bateria. A maioria é constituída de
transformadores que ligam a rede de iluminação, possuindo seletores que permitem
regular a intensidade e a voltagem, além de terminais sinalizados para ligá-los aos
bornes correspondentes, a fim de não inverter o sentido da carga.

Tipos de carregador
Os carregadores de baterias distinguem-se, de acordo com o uso, nos
apresentados a seguir.

Carregadores para carga lenta


São fabricados para carregar de uma a doze baterias que se ligam em série,
proporcionando intensidade de carga de um a seis amperes.

Carregadores para carga rápida


São capazes de fornecer intensidade de corrente de carga de até 120
amperes, sendo utilizados para dar a carga de reforço e emergência, pois cumprem
seu trabalho aproximadamente em uma ou duas horas.

Carregadores analisadores de baterias

São carregadores rápidos que levam incorporados elementos de controle do


estado da carga, capazes de medir a queda de tensão, total ou por vaso, sob
descarga. Possuem seletores que permitem utilizar um mesmo instrumento, como
voltímetro ou amperímetro, em diferentes escalas, para medidas diretas. Apresentam,
ainda, terminais de testes e bulbo protetor, para evitar temperaturas superiores a 50ºC
durante as cargas rápidas.

Carregadores para carga rápida da bateria reforçadora para a partida

Como seu nome indica, podem carregar baterias em altos regimes e, se


necessário, dar a partida no motor do veículo, fornecendo a energia suficiente ao
motor de partida, sem descarregar a bateria.
A Figura ilustra um tipo de carregador comumente utilizado em oficina de moto.
Recomendações importantes para a manutenção da bateria
Para que a vida útil da bateria seja prolongada, é necessário eliminar a
oxidação dos terminais e bornes, controlar o nível do eletrólito e realizar inspeção
visual nos elementos, que permite obter melhor serviço, evitando perdas de energia
elétrica.
A bateria deve permanecer limpa e seca exteriormente, para evitar perdas de
corrente elétrica.
Essa limpeza deve ser feita com amoníaco ou solução de bicarbonato de sódio
e água. Tais substâncias têm a propriedade de neutralizar os efeitos químicos do
ácido sobre a caixa da bateria. Porém, deve-se tomar cuidado para que esses
agentes neutralizadores não penetrem em seu interior, a fim de não danificar a
bateria.
Os orifícios das tampas dos vasos devem manter-se desobstruídos, para
permitir a saída dos gases exalados pela bateria durante seu funcionamento.
Os bornes e terminais devem ser mantidos limpos e bem apertados, para não
criar resistência à passagem elétrica, bem como untados com vaselina, a fim de evitar
a sulfatação.

Manutenção da bateria de acumuladores

N.o Ordem de execução Ferramentas, instrumentos

e utensílios

1 Instale a Moto na moto-rampa. Chave Phillips, chave de fenda,

2 Retire a bateria de acumuladores da Moto. densímetro, voltímetro carregador

3 Inspecione a bateria de acumuladores. de bateria, moto completa,


moto-rampa

4 Carregue a bateria de acumuladores.

5 Instale a bateria de acumuladores na Moto.

6 Retire a Moto da moto-rampa.

Constituição do sistema de ignição


Este sistema tem por função elevar a tensão elétrica, a fim de produzir uma
centelha nos eletrodos da vela, capaz de acender a mistura de ar combustível
comprimida no cilindro do motor.

O sistema de ignição é constituído por dois circuitos distintos, cada qual com
seus componentes, de acordo com esquema apresentado a seguir.

Circuito primário (baixa tensão) composto por:

• fonte de energia elétrica;


• enrolamento primário da bobina;
• platinados;
• condensador;
• cabos.

Circuito secundário (alta tensão) composto por:


• enrolamento secundário da bobina;
• cabo de alta tensão;
• vela de ignição.
Vejamos, de forma mais detalhada, cada um desses circuitos.

Circuito primário

Fonte de energia elétrica


É o local onde se produz ou armazena a energia necessária para fazer
funcionar os diversos sistemas elétricos da moto, entre os quais o de ignição,
podendo ser movido por bateria ou magneto.

Por bateria
É o tipo em que a energia elétrica é produzida por reação química em uma
bateria e distribuída ao sistema de ignição.

Por magneto
É o tipo em que a energia elétrica é produzida por um gerador de indução
magnética, ou seja, a bobina, o platinado, o condensador e o eixo de came são fixos
em uma mesa, rodeada por uma polia rotativa, na qual se encontra fixado um ímã em
qualquer ponto. Ao ser dada a partida, a polia gira e, quando o ímã passa ao lado da
bobina, provoca um campo magnético no enrolamento primário da bobina; daí em
diante, o processo passa a ser igual ao da alimentação da bateria.
A chave de ignição funciona como interruptor, para ligar ou desligar os circuitos
à vontade do condutor.

Enrolamento primário da bobina


Localiza-se no interior da bobina, sendo feito de fio grosso isolado, enrolado
em um núcleo de aço, com baixo teor de carbono, por onde percorre a corrente da
bateria, ao ser ligado à chave de ignição.
Platinados
Têm a finalidade de interromper a corrente do circuito primário, cada vez que o
ressalto do eixo de came age sobre ele, ou seja, quando se abrem os contatos. É
composto por bigorna, martelo e contatos, que funcionam como interruptores.

Condensador

Também chamado de capacitor, tem a finalidade de reter, momentaneamente,


a corrente, além de impedir que ela salte no momento em que os platinados começam
a abrir-se. Em eletricidade, esse fenômeno é normalmente conhecido como arco
voltaico. O condensador pode ser instalado no estator junto ao platinado ou na bobina
de ignição.

Cabos
São fios de diâmetro especificados pelo fabricante, que servem para conduzir a
corrente da chave de ignição por todo o circuito primário de baixa tensão.

Circuito secundário

Enrolamento secundário da bobina

Também localizado no interior da bobina, é feito de fio fino, isolado com


milhares de espirais, sendo responsável pela produção de alta tensão.
Cabo de alta tensão
É um fio diferente do fio do circuito primário, pois tem uma camada bem
espessa de isolante, a fim de proteger a corrente que passa no seu interior. Na sua
ponta, vai um terminal, também chamado de supressor, que se adapta à cabeça da
vela de ignição.

Vela de ignição
É o elemento responsável pela produção da centelha que inflama a mistura de
ar/combustível.
Tem a propriedade de formar boa vedação, bom isolamento térmico e elétrico.
Esta vela é o equipamento básico no sistema de ignição, pois precisa suportar
a máxima carga de natureza mecânica, térmica e elétrica. Por isso, o seu estado de
conservação deve ser mantido rigorosamente dentro das especificações do
fabricante. Seus componentes encontram-se detalhados logo a seguir.

Isolador
Peça de grande importância no funcionamento da vela de ignição, pois sua
função é impedir a fuga da corrente elétrica. Trata-se de um corpo de cerâmica
produzida à base de óxido de alumínio. A peça é executada por prensagem e
esmerilhagem, além de cozida a altas temperaturas em formas especiais; com isso,
obtém-se a elevada resistência mecânica. A parte superior do isolador deve ser
verificada; nela, está a barreira contra a fuga da corrente.
Uma de suas principais propriedades é a alta resistência à perfuração elétrica
em relação à demanda de ignição em motores com elevada compressão. Essa
resistência à perfuração deve manter-se inalterada mesmo nas altas temperaturas
sofridas pelo isolador durante o funcionamento do motor.
Outra característica importante é a resistência, ou seja, a resistência que o
isolador deve ter nas mudanças bruscas de temperatura, nas alterações em suas
propriedades básicas.

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