Trabalho Final - Economia Regional e Urbana
Trabalho Final - Economia Regional e Urbana
Trabalho Final - Economia Regional e Urbana
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 2
2. OBJETIVOS ......................................................................................................................... 3
3. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................. 4
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................................... 7
4.1 Números por setor produtivo......................................................................................... 7
4.2 Índice de Arranjo Produtivo Local (APL) ................................................................... 9
4.3 Índice de Herfindahl-Hirschimann modificado (HHm) ............................................ 11
4.4 Percentual Relativo (PR) .............................................................................................. 14
CONCLUSÃO......................................................................................................................... 17
1. INTRODUÇÃO
Os calçados são importantes na formação da humanidade, desde seus primórdios os
primeiros humanoides confeccionavam seus primeiros “sapatos”, para proteger seus pés do frio,
de espinhos ou pedras. As técnicas de produção desses calçados foram se aperfeiçoando com o
passar do tempo, até culminar nas primeiras industrias modernas, onde o mesmo calçado podia
ser produzido em larga escala e em tempo recorde.
O estado do Rio Grande do Sul, em toda sua formação histórica esteve ligado a produção
animal. Os subprodutos da produção de carne sempre foram aproveitados em outros setores,
como o couro, que após seu curtimento servia de matéria prima para confecção de peças de
vestuário e calçados para a população. Apesar dessa crescente manufatura, o estado e o Brasil
como um todo, sempre foi o local de homens descalços, por condições econômicas ou culturais.
Esse panorama começa a mudar com a imigração promovida na metade do século XIX,
onde imigrantes principalmente da região da atual Alemanha foram inseridos no estado, vindos
de locais frios, a manufatura era dominada por essas pessoas e o uso de sapatos era necessário.
Aproveitando os recursos naturais e a falta de industrialização do País, bem como por condições
econômicas, muitos desses imigrantes começaram a produzir calçados, sendo o primórdio de
um embrião produtivo.
Uma importante analise utilizada nos dias de hoje, para analisar a economia regional e
urbana, é a de Arranjos Produtivos Locais (APL). As APLs são formadas quando várias
empresas de médio e pequeno porte, instaladas em um determinado espaço geográfico, começa
a promover interação direta ou indireta umas sobre as outras, estimulando seus crescimentos e
promovendo novos negócios. Levando em consideração as principais vertentes teóricas para a
formação de APLs, acredita-se que a região do vale do Rio do Sinos apresentou desde os
primórdios fatores de localização (geográficos) e de aglomeração de empresas (empresas do
mesmo setor), foi o que permitiu a formação dessa APL do setor calçadista.
2. OBJETIVOS
𝐸𝑗𝑖
⁄
𝐸𝑗
𝑄𝐿 = 𝑖
𝐸𝑅𝑆⁄
𝐸𝑅𝑆
Onde:
𝐸𝑗𝑖 = Número de trabalhadores formais no setor de calçados no município j
𝐸𝑗 = Número de trabalhadores formais no município j
𝑖
𝐸𝑅𝑆 = Número de trabalhadores formais no setor de calçados no estado RS
𝐸𝑅𝑆 = Número de trabalhadores formais no estado RS
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Sendo que, os autores consideram que caso o QL seja superior a um, pode-se dizer que
existe especialização produtiva da atividade “i” no território “j”. Esse critério tem um papel
fundamental na identificação de aglomerações produtivas. Este indicador permite identificar se
determinado município possui especialização no setor calçadista. Mas por se tratar de um estudo
relativo, esse mesmo índice pode indicar menor grau de diversificação produtiva de um local.
Figura 1 – Números de empregados com carteira assinada (CTPS) nos diferentes setores, que
compõem o setor calçadista) ao longo de 20 anos de apuração no Rio Grande do Sul.
Em contramão ao geral do setor, que reduziu em 44% o seu número de empregos, os
empregados na fabricação de calçados feitos com materiais sintéticos aumentaram em 831%,
saindo de 1.228 empregos diretos em 2000, para 11.439 em 2020. O que explica esse
crescimento é o fato de que os padrões de consumo, e demanda, foram modificados ao longo
dos anos, indo do uso de calçados fabricados em couro para calçados feitos de plástico ou
borracha.
Figura 2 – índice de APL para o setor calçadista no Rio Grande do Sul, ao longo de 20 anos
de apuração, tendo como base o número de carteiras assinadas.
Quando os valores de QL são iguais a 1, indica que a especialização desse município é
idêntica a especialização do estado para o setor calçadista. No levantamento foi identificado 88
municípios (Ano de 2000) superiores a 1, sendo os primeiros 15 colocados apresentados na
tabela 3. E 20 anos depois foi identificado só 76 municípios (Ano de 2020).
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Quando os valores são inferiores a 1, indica que aquele município não é especializado,
ou não acompanha o nível de especialização do estado do Rio Grande do Sul para a produção
de calçados. No levantamento do ano de 2000, chegou ao número de 409 municípios que não
possuíam especialização no setor, sendo que esse número aumentou para 421, já no ano de
2020.
Tabela 3 - Municípios com maiores números do índice de Arranjo Produtivo Local, no Rio
Grande do Sul, no ano de 2000 e 2020.
2000 2022
Ranking Município Ind. Ranking Município Ind.
APL APL
1.º Nova Esperança do Sul 11,75 1.º Nova Esperança do Sul 26,19
2.º Nova Hartz 11,30 2.º Nova Hartz 25,76
3.º Lindolfo Collor 11,09 3.º Lindolfo Collor 23,41
4.º Caraá 10,61 4.º Caraá 21,7
5.º São José do Hortencio 10,53 5.º Tres Coroas 19,80
6.º Parobé 10,35 6.º Rolante 19,27
7.º Maratá 10,06 7.º Riozinho 19,02
8.º Picada Café 9,98 8.º Sta. Maria do Herval 16,84
9.º Pavarama 9,94 9.º Travesseiro 16,71
10.º Três Coroas 9,61 10.º Picada Café 16,33
11.º Igrejinha 9,56 11.º Parobé 16,27
12.º Rolante 9,51 12.º Igrejinha 13,73
13.º Capela Santana 9,31 13.º Sapiranga 13,20
14.º Turuçu 9,21 14.º S. Jose do Hortência 11,27
15.º Sta Clara do Sul 9,13 15.º Bom retiro do Sul 9,92
Fonte: o Autor (2022)
para demais regiões do estado. Tendo em vista a melhoria na malha de logística, foi possível a
instalação de novas industrias longe desse polo.
Na tabela 4, podemos observar a diminuição da força de atração dessa indústria nos
municípios próximo as novo Hamburgo, sendo que o mesmo perder sua posição de destaque
do ano 2000 para 2020. Além dos valores do índice também se tornarem mais fracos.
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Figura 3 – índice de HHm para o setor calçadista no Rio Grande do Sul, ao longo de 20 anos
de apuração, tendo como base o número de carteiras assinadas.
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Figura 4 – Percentual Relativo para o setor calçadista no Rio Grande do Sul, ao longo de 20
anos de apuração, tendo como base o número de carteiras assinadas
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Tabela 3 - Municípios com maiores números do Percentual Relativo, no Rio Grande do Sul, no
ano de 2000 e 2020.
2000 2022
Ranking Município PR (%) Ranking Município PR
(%)
1.º Novo Hamburgo 118 1.º Sapiranga 84,3
2.º Sapiranga 101 2.º Parobé 69,1
3.º Parobé 72,6 3.º Campo Bom 63,6
4.º Campo Bom 65,7 4.º Novo Hamburgo 62,8
5.º Igrejinha 49,5 5.º Nova Hartz 56,1
6.º Dois Irmãos 48,8 6.º Igrejinha 51,7
7.º Três Coroas 35,8 7.º Três Coroas 41,6
8.º Nova Hartz 34,9 8.º Rolante 38,7
9.º Estancia Velha 34,2 9.º Dois Irmãos 34,1
10.º Teutônia 30,2 10.º Farroupilha 33,3
11.º Rolante 25,1 11.º Estancia Velha 19,6
12.º Ivoti 23,4 12.º Lindolfo Collor 18,1
13.º Taquara 19,3 13.º Ivoti 17,5
14.º Portão 18,0 14.º Teutônia 17,1
15.º Bom Retiro do Sul 15,9 15.º Sto. Antônio da Patrulha 15,4
Fonte: o Autor (2022)
CONCLUSÃO
A região do vale do Sinos, Caí, Taquarí, metropolitana e Serra, continuam sendo as com
maior destaque na geração de empregos, para o setor de calçados. Houve uma mudança na
preferência de materiais para confecção de calçados em 20 anos, que foram de couro para
matérias sintéticos, devido a mudanças nas preferencias dos consumidores.