Trabalho Final - Economia Regional e Urbana

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

Campus PALMEIRA DAS MISSÕES – RS


CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS
ECONOMIA REGIONAL E URBANA

Juliano De Oliveira Stumm

Avaliação de Índices de APL no Setor Calçadista no estado do Rio


Grande do Sul

Orientador: Nilson Luiz Costa

Palmeira das Missões, RS.


2022
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 2
2. OBJETIVOS ......................................................................................................................... 3
3. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................. 4
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................................... 7
4.1 Números por setor produtivo......................................................................................... 7
4.2 Índice de Arranjo Produtivo Local (APL) ................................................................... 9
4.3 Índice de Herfindahl-Hirschimann modificado (HHm) ............................................ 11
4.4 Percentual Relativo (PR) .............................................................................................. 14
CONCLUSÃO......................................................................................................................... 17
1. INTRODUÇÃO
Os calçados são importantes na formação da humanidade, desde seus primórdios os
primeiros humanoides confeccionavam seus primeiros “sapatos”, para proteger seus pés do frio,
de espinhos ou pedras. As técnicas de produção desses calçados foram se aperfeiçoando com o
passar do tempo, até culminar nas primeiras industrias modernas, onde o mesmo calçado podia
ser produzido em larga escala e em tempo recorde.

O estado do Rio Grande do Sul, em toda sua formação histórica esteve ligado a produção
animal. Os subprodutos da produção de carne sempre foram aproveitados em outros setores,
como o couro, que após seu curtimento servia de matéria prima para confecção de peças de
vestuário e calçados para a população. Apesar dessa crescente manufatura, o estado e o Brasil
como um todo, sempre foi o local de homens descalços, por condições econômicas ou culturais.

Esse panorama começa a mudar com a imigração promovida na metade do século XIX,
onde imigrantes principalmente da região da atual Alemanha foram inseridos no estado, vindos
de locais frios, a manufatura era dominada por essas pessoas e o uso de sapatos era necessário.
Aproveitando os recursos naturais e a falta de industrialização do País, bem como por condições
econômicas, muitos desses imigrantes começaram a produzir calçados, sendo o primórdio de
um embrião produtivo.

Os imigrantes Alemães foram estabelecidos em colônias próximas a região


Metropolitana, por serem de fácil acesso através da navegação de rios, até a cidade de Porto
Alegre e posteriormente ao porto de Rio Grande pela Laguna dos Patos. Apesar dessas rotas
serem pouco importantes nos dias atuais, com sua malha de rodovias, foi um dos fatores que
gerou processos de aglomeração de empresas e consequentemente estimulou a criação de uma
cadeia produtiva de calçados.

Uma importante analise utilizada nos dias de hoje, para analisar a economia regional e
urbana, é a de Arranjos Produtivos Locais (APL). As APLs são formadas quando várias
empresas de médio e pequeno porte, instaladas em um determinado espaço geográfico, começa
a promover interação direta ou indireta umas sobre as outras, estimulando seus crescimentos e
promovendo novos negócios. Levando em consideração as principais vertentes teóricas para a
formação de APLs, acredita-se que a região do vale do Rio do Sinos apresentou desde os
primórdios fatores de localização (geográficos) e de aglomeração de empresas (empresas do
mesmo setor), foi o que permitiu a formação dessa APL do setor calçadista.
2. OBJETIVOS

• Caracterizar o setor calçadista do Rio Grande do Su,l ao longo de 20 anos, relacionado


ao número de empregos com carteira assinada.
• Identificar possíveis arranjos produtivos locais (APLs) nesse setor e seus índices.
3. MATERIAL E MÉTODOS
Os dados para o presente trabalho foram coletados junto ao banco de dados do Cadastro
Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) e na Relação Anual de Informações Sociais
(RAIS). Onde foram filtrados apenas os trabalhadores vinculados a atividades econômicas do
setor calçadista, nos anos de 2000, 2005, 2010, 2015 e 2020.

Os setores que foram considerados como integrantes no setor calçadista, conforme a


Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), com objetivo de identificar um
APL foram:

• Curtimento e outras preparações de couro;


• Fabricação de calçados de couro;
• Fabricação de tênis de qualquer material;
• Fabricação de calçados de material sintético;
• Fabricação de partes para calçados, de qualquer material;
• Fabricação de máquinas e equipamentos para as indústrias do vestuário, do couro e de
calçados;
• Representantes comerciais e agentes do comércio de têxteis, vestuário, calçados e
artigos de viagem; e
• Comércio atacadista de calçados e artigos de viagem.

Sobre os valores filtrados conforme as atividades econômicas anteriores, foi realizado os


cálculos para determinação do Quociente Locacional, Índice de Hirschmann-Herfindal
modificado e Percentual Relativo. O Quociente Locacional (QL) é uma ferramenta que compara
duas estruturas setoriais-espaciais, sendo ele, a razão entre duas estruturas econômicas: no
numerador tem-se a "economia" em estudo e no denominador uma "economia de referência".
A fórmula de cálculo para o QL é a seguinte:

𝐸𝑗𝑖

𝐸𝑗
𝑄𝐿 = 𝑖
𝐸𝑅𝑆⁄
𝐸𝑅𝑆
Onde:
𝐸𝑗𝑖 = Número de trabalhadores formais no setor de calçados no município j
𝐸𝑗 = Número de trabalhadores formais no município j
𝑖
𝐸𝑅𝑆 = Número de trabalhadores formais no setor de calçados no estado RS
𝐸𝑅𝑆 = Número de trabalhadores formais no estado RS
5

Sendo que, os autores consideram que caso o QL seja superior a um, pode-se dizer que
existe especialização produtiva da atividade “i” no território “j”. Esse critério tem um papel
fundamental na identificação de aglomerações produtivas. Este indicador permite identificar se
determinado município possui especialização no setor calçadista. Mas por se tratar de um estudo
relativo, esse mesmo índice pode indicar menor grau de diversificação produtiva de um local.

Os valores de QL podem ser classificados da seguinte formar: Quando QL = 1, a


especialização do município j em atividades do setor i é IDÊNTICA à especialização do
conjunto do estado do Rio grande de Sul nas atividades desse setor; Quando QL < 1, a
especialização do município j em atividades do setor i é INFERIOR à especialização do
conjunto do Brasil nas atividades desse setor; e Quando QL > 1, a especialização do município
j em atividades do setor i é SUPERIOR à especialização do conjunto do Brasil nas atividades
desse setor.
O índice QL apesar de relevante pode apresentar distorções, para contornar tal problema
foi elaborado o Índice de Hirschman-Herfindahl modificado (HHm), que busca mitigar essas
distorções e indicador que procura captar o real significado do peso da atividade na estrutura
produtiva local
Ele é definido da seguinte formula:
𝐸𝑗𝑖 𝐸𝑗
𝐻𝐻𝑚 = 𝑖

𝐸𝑅𝑆 𝐸𝐵𝑅

O indicador HHm possibilita comparar o peso da atividade i da região j na atividade i


do país com o peso da estrutura produtiva da região j na estrutura do país. Através dele é
possível comparar o peso da produção de calçados no município específico em relação à área
de produção de calçados no Rio Grande do Sul, com o peso do setor calçadista no município
em relação ao peso do setor calçadista do Rio Grande do Sul.
Neste sentido, quando o HHm apresentar um valor positivo indica que o setor i da região
j está mais concentrado, exercendo um poder de atração maior, dado sua especialização. Valores
negativos indicam um baixo poder de atração em comparação a região de referência
Por fim, um terceiro indicador foi utilizado para captar a importância da atividade da
região no estado, ou seja, a participação relativa da atividade no emprego total do setor no
estado, ou seja, o PR:
𝐸𝑗𝑖
𝑃𝑅 = 𝑖
𝐸𝐵𝑅
6

Esse indicador PR permite captar a importância da produção de calçados em relação ao


setor calçadista dos municípios.
Com posse desses índices e valores absolutos foram confeccionados mapas temáticos,
com o uso do software Tab Win, do DATASUS (desenvolvido através do Sinan Net), para
melhor representação dos valores, e áreas com possíveis arranjos produtivos locais.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Números por setor produtivo
Na figura 1 está apresentado para cada setor que compõe o setor calçadista, o número
de empregados com carteira assinada, em cada ano. Apesar do número de empregos, no período
de 2000 até 2020 ter crescido em mais de 48,96%, sendo que no ano de 2015 encontrava-se em
mais de 3 milhões de empregados, os setores de calçados foram reduzidos em importância, na
mesma proporção. A fabricação de calçados de couro reduziu em 59% em número de empregos,
e o curtimento de couro em 34%.

Figura 1 – Números de empregados com carteira assinada (CTPS) nos diferentes setores, que
compõem o setor calçadista) ao longo de 20 anos de apuração no Rio Grande do Sul.
Em contramão ao geral do setor, que reduziu em 44% o seu número de empregos, os
empregados na fabricação de calçados feitos com materiais sintéticos aumentaram em 831%,
saindo de 1.228 empregos diretos em 2000, para 11.439 em 2020. O que explica esse
crescimento é o fato de que os padrões de consumo, e demanda, foram modificados ao longo
dos anos, indo do uso de calçados fabricados em couro para calçados feitos de plástico ou
borracha.

Na tabela 1 podemos ver o ranking de municípios com maiores números de Carteira de


Trabalho e Previdência Social (CTPS), assinadas no ano de 2000 e 2020, na fabricação de
calçados de couro. O Município de Sapiranga, mantem a primeira colocação, desde 2000,
apenas de ter reduzido em 6.847 o número de trabalhadores, já o município de Novo Hamburgo
perdeu mais de 7.347 vagas de emprego, passando de 2º colocado para a 9ª posição
8

Tabela 1 – Municípios com maiores números de empregados (CTPS) relacionados a produção


de calçados de couro, no Rio Grande do Sul, no ano de 2000 e 2020
2000 2020
Ranking Município Nº CTPS Ranking Município Nº CTPS
1.º Sapiranga 12604 1.º Sapiranga 5757
2.º Novo Hamburgo 9320 2.º Parobé 5356
3.º Parobé 9112 3.º Campo Bom 3826
4.º Campo Bom 75083 4.º Nova Hartz 2780
5.º Igrejinha 6210 5.º Rolante 2580
6.º Dois Irmãos 6017 6.º Igrejinha 2577
7.º Nova Hartz 4538 7.º Dois Irmãos 2501
8.º Três Coroas 3592 8.º Três Coroas 2455
9.º Teutônia 3505 9.º Novo Hamburgo 1973
10.º Rolante 3189 10.º Estancia Velha 916
11.º Estancia Velha 2524 11.º Sta Maria do Herval 835
12.º Ivoti 2191 12.º Bom Retiro do Sul 772
13.º Taquara 2094 13.º Nova Petrópolis 697
14.º Arroio do Meio 1836 14.º Lajeado 612
15.º Bom Retiro do 1812 15.º Taquara 600
Sul
Fonte: o Autor (2022)
Na mesma forma de comparação, na tabela 2 está o ranking de municípios com maiores
números de trabalhadores na fabricação de calçados com materiais sintéticos (borracha e afins).
No ano de 2000, apenas 9 municípios registravam trabalhadores nessas atividades, sendo que
Farroupilha representava 672 dos 1.128 dos empregados em de todo estado. Para o ano de 2020,
o número de municípios registrado foi para 31, e Farroupilha continua sendo o que possui o
maior número de empregados nesse mesmo setor, com crescimento de 240% em 20 anos.
9

Tabela 2 – Municípios com maiores números de empregados (CTPS) relacionados a produção


de calçados feitos com materiais sintéticos, no Rio Grande do Sul, no ano de 2000
e 2020
2000 2020
Ranking Município Nº Ranking Município Nº
CTPS CTPS
1.º Farroupilha 672 1.º Farroupilha 2291
2.º Carlos Barbosa 171 2.º Nova Hartz 1912
3.º Candelária 132 3.º Igrejinha 1155
4.º Caxias do Sul 129 4.º Osório 1111
5.º Novo Hamburgo 87 5.º Teutônia 761
6.º São Pedro do Sul 17 6.º Sto Antônio da Patrulha 759
7.º Santa Maria 13 7.º Rolante 615
8.º Gramado 3 8.º Novo Hamburgo 533
9.º Vila Flores 3 9.º Três Coroas 485
10.º - - 10.º Ivoti 448
11.º - - 11.º Sapiranga 435
12.º - - 12.º Arroio do Tigre 230
13.º - - 13.º Cruzeiro do Sul 163
14.º - - 14.º Mato Leitão 98
15.º - - 15.º Chapada 83
Fonte: o Autor (2022)

4.2 Índice de Arranjo Produtivo Local (APL)

O Quociente Locacional representa de forma numérica a especialização de um


município em relação a especialização de um estado ou região, para determinada atividade ou
setor produtivo. Podendo ser observado na figura 2.
10

Figura 2 – índice de APL para o setor calçadista no Rio Grande do Sul, ao longo de 20 anos
de apuração, tendo como base o número de carteiras assinadas.
Quando os valores de QL são iguais a 1, indica que a especialização desse município é
idêntica a especialização do estado para o setor calçadista. No levantamento foi identificado 88
municípios (Ano de 2000) superiores a 1, sendo os primeiros 15 colocados apresentados na
tabela 3. E 20 anos depois foi identificado só 76 municípios (Ano de 2020).
11

Quando os valores são inferiores a 1, indica que aquele município não é especializado,
ou não acompanha o nível de especialização do estado do Rio Grande do Sul para a produção
de calçados. No levantamento do ano de 2000, chegou ao número de 409 municípios que não
possuíam especialização no setor, sendo que esse número aumentou para 421, já no ano de
2020.

Tabela 3 - Municípios com maiores números do índice de Arranjo Produtivo Local, no Rio
Grande do Sul, no ano de 2000 e 2020.
2000 2022
Ranking Município Ind. Ranking Município Ind.
APL APL
1.º Nova Esperança do Sul 11,75 1.º Nova Esperança do Sul 26,19
2.º Nova Hartz 11,30 2.º Nova Hartz 25,76
3.º Lindolfo Collor 11,09 3.º Lindolfo Collor 23,41
4.º Caraá 10,61 4.º Caraá 21,7
5.º São José do Hortencio 10,53 5.º Tres Coroas 19,80
6.º Parobé 10,35 6.º Rolante 19,27
7.º Maratá 10,06 7.º Riozinho 19,02
8.º Picada Café 9,98 8.º Sta. Maria do Herval 16,84
9.º Pavarama 9,94 9.º Travesseiro 16,71
10.º Três Coroas 9,61 10.º Picada Café 16,33
11.º Igrejinha 9,56 11.º Parobé 16,27
12.º Rolante 9,51 12.º Igrejinha 13,73
13.º Capela Santana 9,31 13.º Sapiranga 13,20
14.º Turuçu 9,21 14.º S. Jose do Hortência 11,27
15.º Sta Clara do Sul 9,13 15.º Bom retiro do Sul 9,92
Fonte: o Autor (2022)

4.3 Índice de Herfindahl-Hirschimann modificado (HHm)

O indicador HHm possibilita comparar o peso da atividade i da região j na atividade i


do país com o peso da estrutura produtiva da região j na estrutura do país. Através dele é
possível comparar o peso da produção de calçados (ou atividade correlatada) no município
específico em relação à produção de calçados no Rio Grande do Sul.
Neste sentido, quando o HHm apresentar um valor positivo indica que o setor i da região
j está mais concentrado, exercendo um poder de atração maior, dado sua especialização. Valores
negativos indicam um baixo poder de atração em comparação a região de referência.
Como pode ser observado na figura 3, a região próxima ao município de Novo
Hamburgo sempre apresentou poder de atração maior (representado pelo verde escuro), desde
os anos 2000 até o ano de 2020. O que se nota é o espraiamento desse índice ao passar dos anos
12

para demais regiões do estado. Tendo em vista a melhoria na malha de logística, foi possível a
instalação de novas industrias longe desse polo.
Na tabela 4, podemos observar a diminuição da força de atração dessa indústria nos
municípios próximo as novo Hamburgo, sendo que o mesmo perder sua posição de destaque
do ano 2000 para 2020. Além dos valores do índice também se tornarem mais fracos.
13

Figura 3 – índice de HHm para o setor calçadista no Rio Grande do Sul, ao longo de 20 anos
de apuração, tendo como base o número de carteiras assinadas.
14

Tabela 4 - Municípios com maiores números do índice de Hirschmann-Herfindahl, no Rio


Grande do Sul, no ano de 2000 e 2020.
2000 2022
Ranking Município Ind. Ranking Município Ind.
HHm HHm
1.º Novo Hamburgo 1,18 1.º Sapiranga 0,84
2.º Sapiranga 1,00 2.º Parobé 0,69
3.º Parobé 0,72 3.º Campo Bom 0,63
4.º Campo Bom 0,65 4.º Novo Hamburgo 0,63
5.º Igrejinha 0,49 5.º Nova Hartz 0,56
6.º Dois Irmãos 0,48 6.º Igrejinha 0,52
7.º Três Coroas 0,36 7.º Três Coroas 0,42
8.º Nova Hartz 0,35 8.º Rolante 0,29
9.º Estancia Velha 0,34 9.º Dois Irmãos 0,34
10.º Teutônia 0,3 10.º Farroupilha 0,33
11.º Rolante 0,25 11.º Estancia Velha 0,20
12.º Ivoti 0,13 12.º Lindolfo Collor 0,18
13.º Taquara 0,19 13.º Ivoti 0,18
14.º Portão 0,18 14.º Teutônia 0,17
15.º Arroio do Meio 0,16 15.º Sto. Antônio da Patrulha 0,15
Fonte: o Autor (2022)

4.4 Percentual Relativo (PR)

Na figura 4 está representado os valores de Percentual Relativo, que capta a importância


da atividade na região em nível estadual, ou seja, a participação da atividade calçadista nos
empregos total do Rio Grande do Sul. O município de Novo Hamburgo representava 118% no
ano de 2000, e foi reduzido para 62,8% já no ano de 2020, essa redução pode estar atrelada a
dois fatores, primeiro a mudança de matriz produtiva conforme as novas tendências do mercado
e a dificuldade de empresas estabelecidas no local de inovarem, e segundo pela diminuição de
estímulos ficais do município ao longo dos anos, conforme comportamento descrito por Myrdal
(1957).

Na tabela 4 está representado o ranking de municípios e seus respectivos percentuais,


no ano de 2000 apenas 4 municipios superavam a marca de 50% da participação relativa do
total de empregados no setor de calçados, do rio grande do sul, já em 2020 o número subiu para
6. Apesar de ter uma aptidão evidente na produção de calçado, o estado do Rio Grande do Sul,
ainda concentra seus maiores números de empregos em apenas uma região (vale do Rio dos
Sinos).
15

Figura 4 – Percentual Relativo para o setor calçadista no Rio Grande do Sul, ao longo de 20
anos de apuração, tendo como base o número de carteiras assinadas
16

Tabela 3 - Municípios com maiores números do Percentual Relativo, no Rio Grande do Sul, no
ano de 2000 e 2020.
2000 2022
Ranking Município PR (%) Ranking Município PR
(%)
1.º Novo Hamburgo 118 1.º Sapiranga 84,3
2.º Sapiranga 101 2.º Parobé 69,1
3.º Parobé 72,6 3.º Campo Bom 63,6
4.º Campo Bom 65,7 4.º Novo Hamburgo 62,8
5.º Igrejinha 49,5 5.º Nova Hartz 56,1
6.º Dois Irmãos 48,8 6.º Igrejinha 51,7
7.º Três Coroas 35,8 7.º Três Coroas 41,6
8.º Nova Hartz 34,9 8.º Rolante 38,7
9.º Estancia Velha 34,2 9.º Dois Irmãos 34,1
10.º Teutônia 30,2 10.º Farroupilha 33,3
11.º Rolante 25,1 11.º Estancia Velha 19,6
12.º Ivoti 23,4 12.º Lindolfo Collor 18,1
13.º Taquara 19,3 13.º Ivoti 17,5
14.º Portão 18,0 14.º Teutônia 17,1
15.º Bom Retiro do Sul 15,9 15.º Sto. Antônio da Patrulha 15,4
Fonte: o Autor (2022)
CONCLUSÃO
A região do vale do Sinos, Caí, Taquarí, metropolitana e Serra, continuam sendo as com
maior destaque na geração de empregos, para o setor de calçados. Houve uma mudança na
preferência de materiais para confecção de calçados em 20 anos, que foram de couro para
matérias sintéticos, devido a mudanças nas preferencias dos consumidores.

O setor como um todo reduziu na geração de empregos em mais de 44%; O setor


calçadista se expandiu na geração de empregos em outros municípios além das regiões
tradicionais, como o caso do município de Nova Esperança o Sul, onde o índice de Quociente
Locacional indica a presença de um APL local, sendo necessário um estudo mais detalhado
para essa região.

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