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1.

0 Introdução

O presente trabalho cujo tema é alguns aspectos da morfologia no Elomwe, ira numa primeira
fase apresentar a língua, quanto a sua localização geográfica e número de falantes a nível da
província da Zambézia. E numa segunda fase, a discussão dos dados.

1.1 Língua Elomwe


Elomwe faz parte das vinte (20) línguas nacionais (cf. NELIMO, 1989). Elomwe é uma língua,
que me é materna e, língua de trabalho. E segundo Guthrie (1967) citado por Ngunga (2004), a
língua Lomwe pertence a zona P.32 do grupo Makhuwa-Elomwe. Portanto, é falada por cerca de
7,9% de população moçambicana (Censo, 1997). E localiza-se na Zona norte da província da
Zambézia, abrangido os distritos seguintes: Gilé, Alo-Molócue, Gurúe, Ilé, Namarroi e Lugela.
Todavia, ela possui duas variantes: o Emarevone, variante falada em Pebane logo a fronteira do
Distrito de Gilé e a variante Manhawa falada na Cidade e arredores da segunda Cidade
Zambeziana ‘Mocuba’ alastrando – se até o distrito de Milange.

O presente ensaio, possui em 6 capítulos, a saber: introdução, revisão da literatura, discussão dos
dados quanto a (morfologia nominal no Elomwe, diminutivização, nominalização), conclusão e
as respectivas referências bibliográfica.

1.2 Objectivos

O trabalho apresenta objectivos gerais e específicos, a saber:

Gerais:

 Dar a conhecer a ocorrência de alguns aspectos morfológicos no Elomwe.

Específicos:

 Procurar definir conceitos da morfologia

 Descrever as classes nominais no Elomwe

 Mostrar as estratégias de integração de empréstimos e de diminutivização na língua

 Explicar a ocorrência de SN simples/composto e a derivação nominal deverbal.

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1.3 Metodologias

O trabalho resultou de revisao bibliográfica referente ao tema em estudo. E, outros dados


contaram com a utilização do método introspectivo que facilitou a interpretar os mesmos.
Terminada a introdução, passamos a segunda parte do ensaio referente a revisão bibliográfica
que tentara discutir alguns conceitos básicos que facilitarão o entendimento dos dados mais
adiante.

2.0 Revisão da Literatura

A morfologia é vista como uma disciplina da linguistica que tem a palavra por objecto e que
estuda, por um lado a sua estrutura interna, a organização dos seus constituintes e, por outro, o
modo como essa estrutura reflecte a relação com outras palavras, que parecem estar associadas a
elas de maneira especial. (Azuaga, 1996) in Faria et all (1996). Também, a morfologia pode ser
entendida como o estudo dos morfemas, das regras que regem a sua combinação na formação de
palavra, e da sua função no sintagma e na frase (Ngunga, 2004). Os dois autores convergem na
mesma ordem de ideia em considerar a palavra por objecto de estudo da morfologia. Por sua vez,
a palavra em Azuaga, (1996) constitui-se na associação do sentido que expressa com os sons que
a formam e conhecer uma palavra implica saber o seu significado e como é pronunciada.

As palavras são constituídas por unidades mais pequenas do que elas. Unidades estas que são
chamadas de morfemas (Azuaga op.cit). E, em Ngunga (2004) tais morfemas podem ser radicais
e afixos dependendo da sua função e da sua localização na palavra.

Radical, segundo Xavier e Mateus (1992;221) citados por Ngunga (op cit.) é o núcleo desprovido
de afixos flexionais ou é o constituinte da palavra que contem o significado lexical e não inclui
afixos de flexão mas pode incluir afixos de derivacionais.

Nesta ordem de ideias, podemos dizer: radical é um morfema preso, mas que tras consigo o
significado da palavra. Sendo morfemas presos aqueles que precisam de associar-se a outras
palavras para terem sentido.

Por sua vez, afixos referenciados acima são morfemas que trazem a informação gramatical
como: marca da pessoa, numero, tempo, modo, aspecto, voz, e etc. (Ngunga, 2004).

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Conceitos da morfologia vistos acima como: palavra, radical e sufixos vao facilitar a compreesao
do tema em estudo. Assim, passa-se a seccao subsequente do ensaio que ira tartar sobre a
morfologia nominal e tentara elucidar os dados com reforço de exemplos na língua Elomwe.

3.0 Morfologia nominal

Nesta sessão ira discutir-se conceitos como; classes nominais, prefixo nominal, e a integração de
empréstimos lexicais na língua em estudo.

Classes nominais – conjunto de nomes que ostentam o mesmo prefixo ou seja, apresentam o
mesmo padrão de concordância (Ngunga, 2004) e já para Olden (1996) in Alfandega (2009)
define como sendo o conjunto de números convencionais de um a vinte e dois (1-22) que servem
para ordenar os prefixos nominais. Contudo, no nosso entender classes nominais seria o conjunto
de nomes que ostentam mesmos caracteres ou têm características similares ou ainda
características comuns. Por exemplos:

mu-ku ‘micróbio’ mi-yuku ‘micróbios’

mu-thi ‘mão de pilão’ mi-thi ‘mãos de pilões’

Os exemplos acima representados, a esquerda temos a classe 3 cuja esta possui o prefixo mu- que
referencia o singular. E a directa esta patente a classe 4 com um prefixo mi- plural da classe 3.

Na língua Lomwe existem 14 classes e seus respectivos prefixos nominais. Atente-se ao quadro a
seguir:

mu-thupa ‘solteiro’ (1) ma-yihi ‘cabelos’ (6) o-ravo ‘mel’ (14)

a-tupa ‘solteiros’ (2) e-maca ‘machamba’ (7) o-repa ‘escrever’ (15)

mu-raci ‘rio’ (3) i-maca ‘machambas’ (8) o-fulu ‘em cima’ (16)

mi-raci ‘rios’ (4) n-capwaca ‘farrapo’ (9) Va-te ‘fora’ (17)

ni-hi ‘cabelo’ (5) ______________ mu-karu ‘no carro’ (18)

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O quando a cima apresenta a ocorrência de classes no Elomwe, organizadas em prefixos por
ordem cresceste das classes. Deste modo, as classes aparem representadas em números na
respetiva coluna. A partir da classe 1-8 há oposição de singular e plural. E as restantes não. A
classes 14 nomeia substancias e a 15 verbos no infinitivo. Sendo as classes 16,17e 18 prefixos de
locativização situacional, direccional e de interioridade respectivamente. Veja-se a seguir que
tipo de estratégias de integração de empréstimos adopta nas linguas Bantu e em particular na
ligua Lomwe.

Integração de empréstimos lexicais

No Elomwe, tal como variadas línguas Bantu, os falantes integram novos léxicos através da
adopção e adaptação de palavras de outras línguas. Este processo ocorre na maior das vezes pelo
uso de critérios como: semântico, fonético e de prefixo zero (Ngunga, 2004). Veja –se como se
comportata o processo em cada caso:

Criterio semantico – concistite na tentativa de procurar saber o significado da palavra para se


saber em que categoria semantica integrar.

Olhemos os seguintes exemplos:

Computador konputatori

Missa misa

Critério de prefixo zero

Este critério esta associado a palavras, que vem sem prefixo na língua de origem, mas acabam
recebendo prefixo na língua receptora. Portanto os prefixos são enquadrados nas classes
nominais correspondentes da língua de chegada.

Exemplo: portugues elomwe

papaia mi-papahie
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professor ma-prufesori

os exemplos em portugues acima, chegaram na lingua sem prefixo, no entanto, membros da


lingua a tribuiram o prefixo correspondente como mostra nos exemplos adireicta na lingua de
chegada. Mostrados os tres criterios ocorrentes na lingua, passaremos a outra seccao do trabalho
que vai tratar da diminutivizacao.

4.0 Diminutivizacao

A diminutivizacao é vista como sendo o processo de aumentar ou diminuir a qualidade do nome


ou da palavra. Portanto, cada lingua Bantu adopta suas extrategia. Nessa ordem de ideia, a lingua
Elomwe tal qual variadas linguas Bantu recorre a dois processos a saber: o processo morfologico
e processo lexical.

Processo morfologico – este processo ocorre em: o morfema que marca adiminutivizacao ou o
morfema que aumenta a qualidade do nome vem incluso neste ou seja, vem aglutinado no nome
em causa. Vejamos os exemplos ilucidativos abaixo:

mwanamwane ‘criancinha’

mwamwali ‘rapariga donsela’

nos exemplos apresentados acima, adoptam a estrategia de reduplicacao feita atarves do processo
morfologico. Assim sendo, vejamos o comportamento do segundo processo.

Processo lexical - ocorre atraves de um morfema unico, cujo este marca adiminutivizacao ou
aumentativizacao. Por exemplo:

muru mukhani ‘cabeca pequena’

mokolo muthokwene ‘maria cafe ‘enorme’

mwako mulupale ‘montanha grande’

Apresentados os exemplos acima onde o primeiro elemento a esquerda é um nome e o segundo


elemento é um modificador deste que tras a marca de diminutivizacao na primeira frase e
aumentaivizacao nas duas ultimas frases. Deste modo, terminamos com esta seccao, passando a

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apresentar a seccao que ira referenciar a o correncia de sintagma nominal simples e sintagma
nominal composto, e as estrategias de concordancia adoptadas nestes.

Simtagma nominal simples

Em Laga (2009) é entendido como sendo aquele constituido por um unico nome. E este concorda
ou seja, rege aconcordancia com o verbo atraves de um prefixo dependente. Por exemplo:

marapo omora ‘a abobora caiu’

mpava ocawa ‘o ladrao fugiu’

olhando os exemplos a cima, podemos recorrer ao enunciado que diz « possuem uma estrututa de
sintaxe simples onde o verbo recebe a marca do único SN/suj.» (Sitoe,1999) Assim, nas duas
frases temos um nome que concorda com o verbo atarves do elemento sublinhado prefixado ao
verbo. Nessa ordem de ideias pode-se dizer: em SN simples na lingua em estudo, tambem nao
levanta problema crise de concordancia (Ngunga, 1987). Vejamos o caso adiante de SN
composto tido « gerador de conflito de que alingua deve resolver uma vez a estrutura verbal tem
apenas uma unica posicao para acomodar a marca de objeco» (Meeussen, 1967) citado por Langa
(2009)

Simtagma nominal composto

É aquele constituido por mais de um nome (Langa op. cit) e, para tal, o verbo deve conter um
prefixo dependente que marca a concordancia de acordo com os nomes seja SN/suj/F ou SN/SV

Por exemplo:

Pawulo ni maria athela ofilo ‘o paulo e a maria casaram ontem’

Antonio ni mfulaya akele omaca ‘o antonio e o sobrinho foram a machamba’

Deste exemplo, podemos ver que Paulo e Maria constituem um SN composto, com o verbo no
plural concordando com estes. O criterio para a selecao da particula de concordancia é efectuado
atraves de certas extrategias que as linguas naturais adoptam, cujo aseguir passamos a tratar.

Estrategia de concordancia em SN composto

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Estudo efectuado por sitoe (1999) sobre lingua Xangana constatou 4 estrategias. No entanto, a
lingua Lomwe adopta tambem algumas. Atente-se aos exemplos a baixo:

Namuku ni mutiyan anamucekula ‘o curandeiro e a mulher conversam’

Pawulu ni murokoriye aphoreya ‘Paulo e o irmão alijaram-se’

Os dados acima, são compostos por dois nomes ligados por um prefixo independente (ni) que o
segundo com prefixo sublinhado prefixado ao verbo deve concordar com este. Assim, temos a
estratégia que diz: “quando os nomes que constituem o composto pertencessem a classe I, o
prefixo de concordância é da classe 2” e não só, obedecendo a padrões socioculturais e
linguísticos (Langa, 2009)

Os dados apresentados ainda não mostram o conflito género, olhemos os seguintes exemplos:

*ananepa ni ihipa acawa ‘os malucos e as enxadas fugiram’

*walifi ni mwiri ophitiwa ‘o escorpião e a árvore foram pisadas’

As frases acima, mostram a presença de seres de classes naturais diferentes, gerando “conflito
género’’ és razao da agramaticalidades nas frases. Desta forma, a língua Lomwe justifica-se
através de enunciados da estratégia de restrição apresentada por Sitoe (1999) segundo a qual «os
SNs representando seres com traços +hum e –hum ou –animado, não podem constituir suj.
composto continuo, pertençam ou não à mesma classe nominal»

Assim, a língua adopta a estratégia de dissolução de SN composto que Langa (2009:169)


considera a estratégia mais produtiva, segundo a qual o SN composto é banido de um lugar para
o outro, na posição SN/SV e a partícula (ni) é usada de forma obrigatória. Como mostra os
exemplos, a seguir, aplicandos esta estratégia:

ananepa acawa ni ihipa ‘os malucos fugiram com as enxadas’

walifi ophitiwa ni mwiri ‘o escorpião foi pisado’

Os exemplos mostram a produtividade referida acima, um vez o SN que desencadeia a


concordância é interpretado como um SN simples. Contudo, a mesma estratégia mantém-se

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produtiva no SN/SV visto que se mantém o dilema de selecção de prefixos a ser cliticizados
(Langa op.cit.) Veja-se o exemplo a seguir:

mwana on'ne enowa ni mwalaku ewanaka ‘a criança viu a cobra e a galinha lutando’

mwana owona ewanaka ‘a criança viu-os lutando’

Outra estrategia adoptada no Elomwe é a que Sitoe (1999) chama de animacidade; marginal que
advoga “membros do SN complexo em posicao de sujeito com tarco +anim, pertencao ou nao a
mesma classe nominal fazem a concordancia com a classe 2, se um deles tiver o tarco + hum”
comforrme mostram os exemplos que se seguem:

mwana ni paka ahokwa ‘a crianca e o gato morreram’

nawuwo ni mulophana ahovya ‘peteira e o homem queimaram-se’

Mostradas algumas estrategiaas de concordancia na lingua, passamos a seccao seguinte que ira
tratar da nominalizacao e ira explicar como ocorre a derivacao nominal diverbal.

5.0 Nominalizacao

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