Slides Da Aula de LRA

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Contexto

Um mês após ser internado por encostar em


taturana venenosa, idoso segue passando por
hemodiálise em Campos do Jordão, SP
Homem passou 21 dias internado e teve os rins paralisados, após esmagar
acidentalmente uma taturana.

https://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2023/05/22/um-mes-apos-ser-internado-por-encostar-em-
taturana-venenosa-idoso-segue-passando-por-hemodialise-em-campos-do-jordao-sp.ghtml
Lesão Renal Aguda e
Emergências dialíticas
Arthur de Campos Soares
Medicina de Emergência
Ao final desta aula você vai saber…


As principais causas de lesão renal aguda e
como guiar sua investigação inicial, medidas
gerais de manejo da lesão renal aguda, além
de indicações e particularidades da
hemodiálise de emergência
Pergunta:

?
Como iniciar a avaliação e
investigação de lesão renal aguda
na emergência?
Lesão renal aguda: definição

Kidney Disease: Improving Global Outcomes. KDIGO Clinical Practice Guideline for Acute Kidney Injury. Kidney
International Supplements. 2012;2(1):1.
Lesão renal aguda: definição

O que é lesão renal aguda (LRA)?


Qualquer um dos seguintes:
● Aumento de Cr ≥ 0.3 mg/dL em 48h
● Aumento de Cr ≥ 1.5x do basal nos últimos 7 dias
● Diurese ≤ 0.5 ml/kg/h por 6 horas

Como classificar a gravidade da LRA?

ESTÁGIO 1 ESTÁGIO 2 ESTÁGIO 3

≥3x basal
1.5-1.9x basal
OU ≥ 4 mg/dL
Cr sérica ou 2-2.9x basal
OU início de TSR
↑ ≥0.3mg/dL
OU se ≤18a, TFG <35

<0.3ml/kg/h por ≥24


<0.5ml/kg/h por <0.5ml/kg/h por
Diurese horas
6-12 horas ≥12 horas
OU anúria por ≥12 horas

Kidney Disease: Improving Global Outcomes. KDIGO Clinical Practice Guideline for Acute Kidney Injury. Kidney
International Supplements. 2012;2(1):1.
Lesão renal aguda: definição

Qual a implicação prática da definição da KDIGO?

● Grupo 2: estágio 1 por Cr ou 1 / 2 por diurese - 5.3 a 8%


mortalidade, 0 a 0.3% com necessidade de diálise

● Grupo 6: estágio 3 por Cr ou diurese - 51.1% mortalidade, 55.3%


com necessidade de diálise
GRÁFICO traduzido de: Kellum JA, Sileanu FE, Murugan R, Lucko N, Shaw AD, Clermont G. Classifying AKI by Urine
Output versus Serum Creatinine Level. Journal of the American Society of Nephrology : JASN.
2015;26(9):2231-2238.
Lesão renal aguda: definição

Outros achados desse estudo…

● Oligúria isolada: pode ser uma Cr falsamente estável (efeito


dilucional). Leve a oligúria a sério!

● Lesão renal aguda sem oligúria (Cr elevada + diurese


preservada): raramente vai precisar de diálise!

GRÁFICO traduzido de: Kellum JA, Sileanu FE, Murugan R, Lucko N, Shaw AD, Clermont G. Classifying AKI by Urine
Output versus Serum Creatinine Level. Journal of the American Society of Nephrology : JASN.
2015;26(9):2231-2238.
Lesão renal aguda: causas

Pré-renal

Alterações da perfusão renal

Renal

Lesão tubular/glomerular direta

Pós-renal

Obstrução urológica

Ostermann M, Joannidis M. Acute kidney injury 2016: diagnosis and diagnostic workup. Critical Care. 2016;20(1).
doi:https://doi.org/10.1186/s13054-016-1478-z
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Lesão renal aguda: causas

Pré-renal

Choque

• Síndrome hepatorrenal
• Nefropatia congestiva
• Síndrome compartimental abdominal
• Emergências hipertensivas

Principal causa!
● Hipoperfusão sistêmica ou local – exemplo: vasoconstrição
renal na síndrome hepatorrenal por ativação do SRAA.

Ostermann M, Joannidis M. Acute kidney injury 2016: diagnosis and diagnostic workup. Critical Care. 2016;20(1).
doi:https://doi.org/10.1186/s13054-016-1478-z
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Lesão renal aguda: causas

Renal
Medicações e toxinas

• Lise celular
(rabdomiólise, hemólise, Síndrome lise tumoral)
• Glomerulonefrites agudas
• NIA / NTA
• PTT/SHU

Medicações nefrotóxicas: efeito citotóxico direto ou


alteração de hemodinâmica intrarrenal.
● ATB: vancomicina, aminoglicosídeos, antivirais
● AINEs
● Quimioterápicos
● Medicamentos que reduzem débito cardíaco
● Manitol
● IVIG
● Inúmeras outras!

Ostermann M, Joannidis M. Acute kidney injury 2016: diagnosis and diagnostic workup. Critical Care. 2016;20(1).
doi:https://doi.org/10.1186/s13054-016-1478-z
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Lesão renal aguda: causas

Pós-renal
• Obstrução prostática
• Obstrução de SVD
• Litíase

Causa mais simples de identificar e resolver.

● Raro litíase unilateral em paciente com 2 rins funcionais


levar a lesão renal aguda (há compensação contralateral).

Ostermann M, Joannidis M. Acute kidney injury 2016: diagnosis and diagnostic workup. Critical Care. 2016;20(1).
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Lesão renal aguda: causas

Porém… Nem tudo é 1 coisa só!

Exemplo 1: Leptospirose

● Pré-renal por hipovolemia (desidratação + sangramentos)


● Intrarrenal por rabdomiólise + toxicidade direta

Exemplo 2: Pielonefrite obstrutiva

● Pós-renal por obstrução ureteral


● Intrarrenal por NTA
● Pode ter componente pré-renal se sepse (hipoperfusão)
Ostermann M, Joannidis M. Acute kidney injury 2016: diagnosis and diagnostic workup. Critical Care. 2016;20(1).
doi:https://doi.org/10.1186/s13054-016-1478-z
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Lesão renal aguda: avaliação inicial

História e evolução clínica?


● História é frustra!
● Lesão renal é assintomática até fase tardia, com estágio
avançado → sintomas associados a complicações.
● Procurar: antecedentes, medicamentos, doenças
associadas

Que exames não pedir?

FENa e FEUr: Eosinofilúria:


● Performance diagnóstica ● Performance diagnóstica
ruim para diferenciar ruim para NIA
pré-renal vs. intrarrenal

Kidney Disease: Improving Global Outcomes. KDIGO Clinical Practice Guideline for Acute Kidney Injury. Kidney
International Supplements. 2012;2(1):1.
Ostermann M, Joannidis M. Acute kidney injury 2016: diagnosis and diagnostic workup. Critical Care. 2016;20(1).
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Lesão renal aguda: avaliação inicial

Que exames pedir?

Laboratoriais:
● Eletrólitos incluindo Na/K/Ca/P/Mg, Cr/Ur, gasometria
(pode ser venosa), ácido úrico se suspeita de SLT, níveis
séricos de medicamentos (ex: vancomicina, tacrolimo).

Urina 1/EAS: pode ajudar!


● Hematúria dismórfica + proteinúria: glomerulopatias
● Hematúria eumórfica: trato urinário baixo
● Cilindros granulosos: NTA, NIA, pielonefrite
● Hemoglobinúria sem hematúria: rabdomiólise, hemólise

Exames de imagem: USG


● Avaliar hidronefrose
● Rim crônico: aumento de ecogenicidade
Kidney Disease: Improving Global Outcomes. KDIGO Clinical Practice Guideline for Acute Kidney Injury. Kidney
International Supplements. 2012;2(1):1.
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Lesão renal aguda: avaliação inicial

Importante: identificar complicações críticas

ABCDE
● A/B: insuficiência respiratória? Taquipneia/acidose?
● C: instabilidade? Arritmias? Sinais ECG de hiperK?
● D: rebaixamento de nível de consciência? Convulsão?
● E: sangramentos?

Objetivo: identificar emergências dialíticas

Kidney Disease: Improving Global Outcomes. KDIGO Clinical Practice Guideline for Acute Kidney Injury. Kidney
International Supplements. 2012;2(1):1.
Ostermann M, Joannidis M. Acute kidney injury 2016: diagnosis and diagnostic workup. Critical Care. 2016;20(1).
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Lesão renal aguda: avaliação inicial

Como sistematizar a avaliação inicial?


História + exames complementares;
LRA identificada quantificar diurese

Sim
Suspeita de obstrução? USG - hidronefrose? Bexigoma?

Não

Sinais de hipoperfusão Sim Pré-renal - teste terapêutico (depende da


(sistêmica ou renal)? causa)

Não
Medicações?
Lise celular?
Hipóteses conforme Glomerulopatias?
história e exames NTA?
NIA?

Kidney Disease: Improving Global Outcomes. KDIGO Clinical Practice Guideline for Acute Kidney Injury. Kidney
International Supplements. 2012;2(1):1.
Ostermann M, Joannidis M. Acute kidney injury 2016: diagnosis and diagnostic workup. Critical Care. 2016;20(1).
doi:https://doi.org/10.1186/s13054-016-1478-z
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Pergunta:

Uma vez identificada a lesão renal


aguda, que medidas posso fazer
para melhorar ou evitar
progressão?
Manejo: medidas gerais

“Boas maneiras” no cuidado de pacientes com LRA

● Interromper medicações nefrotóxicas quando possível


● Garantir volemia e perfusão adequadas
● Monitorar função renal e diurese
● Evitar hiperglicemia
● Considerar alternativas a procedimentos contrastados*

Conforme avança em estágios…

● Avaliação diagnóstica não invasiva e invasiva


● Ajuste de doses por função renal (cálculo: Cockroft-Gault)
● Considerar terapia de substituição renal

Kidney Disease: Improving Global Outcomes. KDIGO Clinical Practice Guideline for Acute Kidney Injury. Kidney
International Supplements. 2012;2(1):1.
Paul Ellis Marik. Acute Kidney Injury. In: Evidence-Based Critical Care. Springer International Publishing;
2015:653-668.
Manejo: intervenções específicas

Obstrução

Tratar causas Hemodinâmica


reversíveis
Tratamento direcionado -
glomerulopatias, rabdomiólise, lise
tumoral…

Avaliar risco de
lesão renal
persistente/diálise

Acidose
Abordagem
Tratar complicações Hipercalemia em outros
momentos
Uremia

Kidney Disease: Improving Global Outcomes. KDIGO Clinical Practice Guideline for Acute Kidney Injury. Kidney
International Supplements. 2012;2(1):1.
Paul Ellis Marik. Acute Kidney Injury. In: Evidence-Based Critical Care. Springer International Publishing;
2015:653-668.
Manejo: intervenções específicas

Tratar causas Obstrução


reversíveis

● Sondagem vesical
● Desobstrução/troca de SVD
● Atenção para hematúria baixa - pode precisar de irrigação contínua

● Desobstrução ureteral (Urologia)

Kidney Disease: Improving Global Outcomes. KDIGO Clinical Practice Guideline for Acute Kidney Injury. Kidney
International Supplements. 2012;2(1):1.
Paul Ellis Marik. Acute Kidney Injury. In: Evidence-Based Critical Care. Springer International Publishing;
2015:653-668.
Manejo: intervenções específicas

Tratar causas Hemodinâmica


reversíveis

Evitar sobrecarga Otimizar PA: >65 ou


Manter euvolemia
de fluidos mais alta se HAS

Volume?
● Se hipovolemia! → BH negativo, história de perdas, POCUS coerente.
● Se for dar fluidos: cristaloide balanceado (ex: Ringer Lactato).
● Se hipovolemia + acidose urêmica, considerar Bic isotônico.

Vasopressor?

● Se previamente HAS, pode precisar de PAM mais alta.


● Manter se abrir diurese.

Inotrópico?

● Baixo DC + suspeita de choque cardiogênico.


Kidney Disease: Improving Global Outcomes. KDIGO Clinical Practice Guideline for Acute Kidney Injury. Kidney
International Supplements. 2012;2(1):1.
Paul Ellis Marik. Acute Kidney Injury. In: Evidence-Based Critical Care. Springer International Publishing;
2015:653-668.
Manejo: intervenções específicas

Tratamento direcionado

Exemplos:

● Rabdomiólise - hidratação (com cautela para BH)


● Glomerulopatias - tratamento específico (a depender da causa)
● Síndrome hepatorrenal - teste diagnóstico com albumina, uso de terlipressina
● PTT - plasmaférese, imunossupressão

Kidney Disease: Improving Global Outcomes. KDIGO Clinical Practice Guideline for Acute Kidney Injury. Kidney
International Supplements. 2012;2(1):1.
Paul Ellis Marik. Acute Kidney Injury. In: Evidence-Based Critical Care. Springer International Publishing;
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Manejo: intervenções específicas

Avaliar risco de lesão renal


persistente/diálise
“Teste de estresse” com furosemida

O que NÃO é: teste para “acordar” o rim. Nada de “sorinho + furo”!

Quando fazer?
● Ressuscitação volêmica adequada
● Oligúria persistente
● Inotrópico/vasopressor não vai ajudar
Como fazer?
● Furosemida 1mg/kg (sem uso prévio) ou 1.5mg/kg EV
O que significa?
Diurese >200ml/h → menor risco de lesão renal persistente e necessidade de diálise.
● Repor diurese com fluidos (BH zero)
● Otimizar hemodinâmica

Kidney Disease: Improving Global Outcomes. KDIGO Clinical Practice Guideline for Acute Kidney Injury. Kidney
International Supplements. 2012;2(1):1.
Paul Ellis Marik. Acute Kidney Injury. In: Evidence-Based Critical Care. Springer International Publishing;
2015:653-668.
Manejo: intervenções específicas

Tratar complicações Acidose

Mecanismo
● Disfunção tubular + TFG reduzida → acidose metabólica de AG elevado
(acúmulo de sulfato, fosfato e urato).

Quando fazer?
● Risco x benefício: instabilidade com pH <7.1 vs. sobrecarga volêmica,
hipernatremia, alcalose, piora paradoxal de acidose (componente respiratório).
● BICAR-ICU (2018): sem diferença de mortalidade geral, apenas em KDIGO 2-3 +
sepse, com menos TSR.

Como fazer?
● Bic isotônico → BicNa 8,4% 150ml + SG5% 150ml (1:1) EV. Velocidade depende
de tolerância a volume. Acidose leve: Bic VO. Alvo: pH 7.2.

Quando não adianta?


● pH < 7.2 + hipervolemia + anúria e/ou sem resposta.

Kidney Disease: Improving Global Outcomes. KDIGO Clinical Practice Guideline for Acute Kidney Injury. Kidney
International Supplements. 2012;2(1):1.
Paul Ellis Marik. Acute Kidney Injury. In: Evidence-Based Critical Care. Springer International Publishing;
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Manejo: intervenções específicas

Preciso dialisar?
Por quê? Como? Quando?
Diálise de emergência

Indicações
● A: acidose refratária
● E: eletrólitos - hipercalemia refratária
● I: intoxicações (tóxicos dialisáveis)
● O: overload - hipervolemia (EAP)
● U: uremia sintomática

Quando?

● Precoce (após Dx de LRA KDIGO 3) vs. tardia (72h ou indicações de emergência):


● Tardia sem redução de mortalidade
● Muito tardia (esperar apenas emergências) é pior

Como?

● Hemodiálise/hemodiafiltração
● Contínua não é superior a intermitente
● Acesso: VJID > femoral > VJIE > subclávia

Kidney Disease: Improving Global Outcomes. KDIGO Clinical Practice Guideline for Acute Kidney Injury. Kidney
International Supplements. 2012;2(1):1.
Paul Ellis Marik. Acute Kidney Injury. In: Evidence-Based Critical Care. Springer International Publishing;
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Na prática:

Paciente com LRA

Tem complicações Sim


Estabilização
críticas?
Não

Tratar causas Avaliar risco de lesão Tratar


reversíveis persistente/diálise complicações

Otimização
Obstrução
hemodinâmica

Indicar diálise de
emergência se
necessário
Pergunta:

Quais as particularidades das


indicações de diálise de
emergência?
Indicações de diálise de emergência

Emergências dialíticas

A: acidose refratária

E: eletrólitos - hipercalemia refratária

I: intoxicações (tóxicos dialisáveis)

O: overload - hipervolemia (EAP)

U: uremia sintomática

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Acidose metabólica

Quando vai ser uma emergência?

pH < 7.2 + hipervolemia + anúria/oligúria

pH < 7.2 sem resposta a medidas

Principalmente se houver repercussão! Instabilidade hemodinâmica


(hipocontratilidade de VE), arritmias, vasoconstrição.

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Hipercalemia

Lembrar de outras medidas para


hiperK!

ECG: onda T apiculada, onda P


achatada, prolongamento de PR, QRS
alargado

HiperK sintomática/com manifestações ECG

Quando vai ser K > 6.5 persistente


uma emergência?

K > 5.5 + disfunção renal + lise celular


(rabdomiólise, lise tumoral, esmagamento…)

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Intoxicações
Pouca evidência de qualidade!

Tóxicos/fármacos dialisáveis
“Candidatos: baixo peso molecular, hidrossolúvel, baixa ligação a
proteínas, baixo clearance endógeno.
● Lítio
● Salicilatos
● Álcoois tóxicos
● Fenobarbital
● Ácido valproico
● Isoniazida
● Metformina
● Paracetamol
● Carbamazepina e amino/teofilina*

Métodos
● Hemodiálise
● Hemoperfusão - carbamazepina e amino/teofilina

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Hipervolemia
Edema agudo de pulmão nefrogênico!

Diuréticos
Objetivo é tentar tirar volume.
● Furosemida - estudos com EAP cardiogênico
● Pode tentar associação com diuréticos tiazídicos - HCTZ em doses
altas.
● Furosemida em infusão contínua vs. bolus: sem diferença de
desfecho

Outras medidas
● Morfina: excreção renal + metabólito ativo - inapropriado, risco
de intoxicação.
● VNI: não vai resolver o mecanismo, mas pode ser terapia ponte
para diurese/diálise.

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Hipervolemia

Edema agudo de pulmão nefrogênico!

Quando dialisar?

● Pacientes anúricos/oligúricos sem previsão de resolução


rápida
● Ausência de resposta ou resposta insuficiente (se precisa de
aporte hídrico - ex: ATB) a diureticoterapia

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Uremia

Síndrome urêmica
• Sintomas por aumento de escórias nitrogenadas.
• O que indica diálise? Pericardite, coagulopatia e encefalopatia.

Pericardite urêmica
3-5% dos casos de pericardite.
Tamponamento e alteração ECG são infrequentes!
• Tratamento: similar + diálise

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Uremia

Coagulopatia urêmica
Disfunção plaquetária e de GPIIb/IIIa.
Tratamento (ponte para diálise):
• corrigir anemia (alvo Hb 10)
• sangramentos ameaçadores: ddAVP, crioprecipitado
(refratário)

Encefalopatia urêmica
Letargia, desorientação, irritabilidade, tremores. Pode evoluir com
déficits focais, crise, coma.
Reversão LENTA após diálise.

Kidney Disease: Improving Global Outcomes. KDIGO Clinical Practice Guideline for Acute Kidney Injury. Kidney
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Paul Ellis Marik. Acute Kidney Injury. In: Evidence-Based Critical Care. Springer International Publishing;
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Conclusão

Leve oligúria a sério!

Saiba identificar e realizar a investigação inicial de LRA,


usando recursos de forma racional.

Medidas gerais para toda lesão renal:

Tratar causas reversíveis, avaliar risco de lesão


permanente e diálise, e tratar complicações.

Diálise de emergência:

AEIOU - mas saiba as particularidades de cada um.


Referências bibliográficas

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renal replacement therapy initiation for severe acute kidney injury (AKIKI 2): a
multicentre, open-label, randomised, controlled trial. The Lancet.
2021;397(10281):1293-1300. doi:https://doi.org/10.1016/s0140-6736(21)00350-0

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Therapy in the Intensive Care Unit. New England Journal of Medicine.
2016;375(2):122-133. doi:https://doi.org/10.1056/nejmoa1603017

● Ghannoum M, Nolin TD, Lavergne V, Hoffman RS. Blood Purification in Toxicology:


Nephrology’s Ugly Duckling. Advances in Chronic Kidney Disease. 2011;18(3):160-166.
doi:https://doi.org/10.1053/j.ackd.2011.01.008

● Jaber S, Paugam C, Futier E, et al. Sodium bicarbonate therapy for patients with severe
metabolic acidaemia in the intensive care unit (BICAR-ICU): a multicentre, open-label,
randomised controlled, phase 3 trial. The Lancet. 2018;392(10141):31-40.
doi:https://doi.org/10.1016/s0140-6736(18)31080-8
Referências bibliográficas

● Kellum JA, Sileanu FE, Murugan R, Lucko N, Shaw AD, Clermont G. Classifying AKI by
Urine Output versus Serum Creatinine Level. Journal of the American Society of
Nephrology : JASN. 2015;26(9):2231-2238.
doi:https://doi.org/10.1681/ASN.2014070724

● Kidney Disease: Improving Global Outcomes. KDIGO Clinical Practice Guideline for
Acute Kidney Injury. Kidney International Supplements. 2012;2(1):1.
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● Legrand M, Le Cam B, Perbet S, et al. Urine sodium concentration to predict fluid


responsiveness in oliguric ICU patients: a prospective multicenter observational study.
Critical Care (London, England). 2016;20(1):165.
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Referências bibliográficas

● Ostermann M, Joannidis M. Acute kidney injury 2016: diagnosis and diagnostic workup.
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● Pahwa AK, Sperati CJ. Urinary fractional excretion indices in the evaluation of acute
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● Paul Ellis Marik. Acute Kidney Injury. In: Evidence-Based Critical Care. Springer
International Publishing; 2015:653-668.
Lesão Renal Aguda e
Emergências dialíticas
Arthur de Campos Soares
Medicina de Emergência

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