Curso 140924 Aula 04 v1
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Autores:
Nádia Carolina, Ricardo Vale
Aula 04
14 de Abril de 2020
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Nádia Carolina, Ricardo Vale
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Sumário
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3.2 - O TCU e a Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO): ..... 56
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PODER LEGISLATIVO
O poder político é uno e indivisível, tendo como titular o povo, que o exerce por meio de seus
representantes ou, diretamente, nos termos da Constituição Federal. Consagra-se, assim, a
soberania popular, que é viga mestra do Estado democrático de direito.
Para alcançar os seus fins, o Estado deve organizar-se, o que é feito levando-se em consideração
o princípio da separação de poderes, ideia defendida, ao longo dos tempos, por pensadores do
porte de Montesquieu e John Locke. Atualmente, por reconhecer-se que o poder político é uno
e indivisível, é tecnicamente mais adequado nos referirmos à separação de funções estatais (e
não à separação de poderes).
São 3 (três) as funções estatais básicas: i) função executiva; ii) função legislativa e; iii) função
judiciária. Cada uma dessas funções é exercida com predominância por um dos três Poderes
(Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário).
Na organização dos Estados contemporâneos, não se admite que tais funções sejam exercidas
com exclusividade por algum Poder; por isso, o correto é dizer que cada função é exercida com
predominância por algum dos três Poderes. Dessa forma, na moderna concepção de divisão das
funções estatais, cada um dos três Poderes exerce funções típicas e funções atípicas.
O Poder Legislativo tem duas funções típicas (aquelas que exerce com predominância): a função
de legislar e a de fiscalizar. A função de legislar consiste na tarefa de elaborar as leis, atos
normativos que inovam o ordenamento jurídico. Por sua vez, a função de fiscalizar se manifesta no
controle externo dos atos dos demais Poderes estatais; com efeito, o Poder Legislativo realiza a
fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Poder Executivo, bem
como investiga fato determinado por meio das comissões parlamentares de inquérito (CPIs).
Ressalte-se que, ao contrário do que alguns podem pensar, as duas funções do Poder Legislativo
(legislar e fiscalizar) possuem o mesmo grau de importância, não existindo hierarquia entre elas.
No que diz respeito às funções atípicas, o Poder Legislativo exerce a função administrativa
quando realiza concurso público para provimento de cargos ou, ainda, quando promove uma
licitação para compra de material de consumo. Também exerce a função de julgamento, que se
materializa, por exemplo, quando o Senado Federal processa e julga o Presidente da República
nos crimes de responsabilidade.
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Em nível federal, o Poder Legislativo é bicameral, sendo representado pelo Congresso Nacional,
que é composto de duas Casas Legislativas (o Senado Federal e a Câmara dos Deputados). O
Senado Federal é composto por representantes dos Estados e do Distrito Federal (os
Senadores), ao passo que a Câmara dos Deputados é composta por representantes do povo (os
Deputados Federais).
Já em nível estadual e municipal, o Poder Legislativo é unicameral. Nos estados, é exercido pela
Assembleia Legislativa (integrada pelos Deputados Estaduais), ao passo que nos Municípios é
exercido pela Câmara Municipal (composta dos Vereadores).
Nosso foco, nesse momento, será tratar do Poder Legislativo federal. Considera-se que vigora no
Brasil, em âmbito federal, o bicameralismo federativo. Por bicameralismo, entende-se o fato de
o Legislativo ser composto de duas Casas: a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. Já a
denominação “federativo” se deve ao fato de alguns entes federativos (Estados e Distrito Federal)
terem representantes no Legislativo federal. Observe bem que os Municípios não têm
representantes no Poder Legislativo Federal, ou seja, estes não participam da formação da
vontade nacional.
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Além dessas hipóteses do art. 57, § 3º, a Constituição também estabelece a necessidade de sessão
conjunta para:
b) Delegar ao Presidente da República poderes para legislar. O Congresso irá, por meio
de Resolução do Congresso Nacional, conceder ao Presidente a competência para editar
lei delegada.
Esquematizando:
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Não se pode confundir sessão conjunta com sessão unicameral. Na sessão unicameral, ao
contrário da sessão conjunta, o Congresso Nacional irá atuar como se fosse uma só Casa, ou seja,
a contagem dos votos não será feita separadamente em cada Casa. Os votos dos Deputados
Federais e dos Senadores serão tomados em seu conjunto. O texto constitucional prevê apenas
uma hipótese de sessão unicameral do Congresso Nacional (ADCT, art. 3º). Trata-se da reunião,
já realizada, para aprovar emendas constitucionais pelo processo simplificado de revisão, cinco
anos após a promulgação da Constituição. O Congresso, nesse caso, atuou como se fosse uma só
Casa.
(TRT 24a Região – 2014) Compete à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal, em sessão
conjunta, elaborar e aprovar o regimento comum, mediante deliberação em sistema unicameral,
que soma indistintamente os votos de Deputados e Senadores.
Comentários:
A elaboração e aprovação do regimento comum ocorre em sessão conjunta do Congresso
Nacional. Não se pode confundir sessão conjunta com sessão unicameral. Daí o erro da questão.
Na sessão conjunta, a contagem de votos acontece dentro de cada Casa. Questão errada.
2.2 - Reuniões:
O Congresso Nacional exerce suas atividades ao longo de uma legislatura, cuja duração é de 4
(quatro) anos, coincidindo com o mandato dos Deputados Federais. Durante uma legislatura,
ocorrem sessões legislativas ordinárias e sessões legislativas extraordinárias.
A sessão legislativa ordinária (SLO) está descrita no art. 57, caput, da CF/88, que estabelece que
o Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho
e de 1º de agosto a 22 de dezembro. É o período normal de trabalho do Congresso Nacional.
Cada sessão legislativa ordinária compreende dois períodos legislativos (02/02 a 17/07 e 01/08
a 22/12). Os intervalos entre esses períodos são chamados recessos parlamentares.
A Constituição Federal dispõe que a sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação
do projeto de lei de diretrizes orçamentárias. Sobre o projeto de LDO, cabe destacar que é de
iniciativa privativa do Presidente da República, devendo ser encaminhado ao Congresso Nacional
até 8 meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o
encerramento do primeiro período da sessão legislativa. Assim, o projeto de LDO deve ser
aprovado pelo Congresso Nacional até 17 de julho, sob pena de a sessão legislativa não ser
interrompida e de os parlamentares não usufruírem do recesso do meio de ano.
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Em uma legislatura (cuja duração é de 4 anos), ocorrem 4 sessões legislativas ordinárias. Antes
da 1ª SLO e da 3ª SLO, ocorrem as chamadas sessões preparatórias, em cada uma das Casas
Legislativas. Antes da 1ª SLO, as sessões preparatórias serão destinadas à posse dos
parlamentares e à eleição das Mesas do Senado Federal e da Câmara dos Deputados; por sua
vez, antes da 3ª SLO, as sessões preparatórias terão como objetivo apenas eleger as Mesas.
Isso é o que se depreende do art. 57, § 4º, que dispõe que “cada uma das Casas reunir-se-á em
sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de
seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a
recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente”. Perceba que a CF/88
não faz menção expressa às sessões preparatórias que antecedem a 3ª SLO. No entanto, estas
irão ocorrer, conforme previsão nos Regimentos Internos do Senado e da Câmara dos Deputados.
O objetivo é eleger a Mesa de cada uma das Casas Legislativas, uma vez que o mandato dos
membros desta é de apenas 2 (dois) anos.
A sessão legislativa extraordinária (SLE), por sua vez, é a que ocorre fora do período normal de
trabalho do Congresso Nacional; em outras palavras, é aquela que acontece durante os recessos
parlamentares. O Congresso Nacional será, nesse caso, convocado extraordinariamente para
deliberar sobre questões especiais.
Art. 57 (...)
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Na sessão legislativa extraordinária o Congresso apenas deliberará sobre a matéria para a qual
foi convocado (art. 57, §7º, CF) e sobre medidas provisórias em vigor na data da convocação (art.
57, §8º, CF). Além disso, não há pagamento de parcela indenizatória em razão da convocação
extraordinária. Ressalte-se que, segundo o STF, a vedação ao pagamento de parcela indenizatória
durante a sessão legislativa extraordinária é norma de reprodução obrigatória para os
parlamentares estaduais, o que é explicado pelo princípio da simetria.1
(DPE-PR – 2014) Na sessão legislativa ordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre
a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese de medida provisória em vigor na data
de convocação da reunião, que será automaticamente colocada na pauta, vedado pagamento de
parcela indenizatória em razão da convocação.
Comentários:
É na sessão legislativa extraordinária que o Congresso apenas delibera sobre a matéria para a qual
foi convocado. Questão errada.
A Câmara dos Deputados, também conhecida como Câmara baixa, é a Casa Legislativa de maior
envergadura no Poder Legislativo Federal, uma vez que é nela que, na maior parte das vezes, tem
início o processo legislativo.2 É composta por representantes do povo, eleitos pelo sistema
proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal (art. 45, CF/88).
1
Pleno, STF, ADI nº 4.509 MC. Rel. Min. Carmen Lúcia. 07.04.2011
2
CUNHA JÚNIOR, Dirley da. Curso de Direito Constitucional. 6ª edição. Ed. Juspodium, 2012, pp. 1022.
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O sistema proporcional é utilizado nas eleições para Deputados Federais, Deputados Estaduais
e Vereadores. Trata-se de um mecanismo de contabilização de votos por meio do qual cada
partido político terá um número de representantes no parlamento proporcional ao número de
eleitores que o apoiam. Se 20% dos eleitores apoiam um determinado partido, 20% das vagas no
parlamento serão ocupadas por parlamentares a ele vinculados.
Para viabilizar a implementação desse sistema, adota-se o método do quociente eleitoral, que
consiste no cálculo de quantas cadeiras serão ocupadas por cada legenda partidária. Para isso,
inicialmente, divide-se o total de votos válidos em candidatos pelo número de cargos em disputa,
obtendo-se o quociente eleitoral. O total de votos obtidos por cada legenda partidária é dividido
por esse quociente, chegando-se, finalmente, ao número de cadeiras por legenda (quociente
partidário).
Suponha, por exemplo, que há 10 vagas para Deputado Federal no estado do Espírito Santo e
2.500.000 eleitores. Considerando que, em uma determinada eleição, há 2.300.000 votos válidos,
o quociente eleitoral será de 230.000 eleitores. Se um determinado partido político tiver 1.150.000
votos válidos, este irá eleger 5 deputados federais (os 5 mais votados do partido!). Perceba que
se um candidato desse partido político, sozinho, tiver recebido, por exemplo, 900.000 votos, ele
terá “puxado” seus companheiros de partido, que acabam “pegando carona” em sua expressiva
votação.
Segundo o art. 45, § 1o, o número total de Deputados Federais, bem como a representação por
Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar. A representação deverá
ser proporcional à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições,
para que nenhuma das unidades da Federação tenha menos de 8 (oito) ou mais de 70 (setenta)
Deputados.
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Pelas características do sistema proporcional, fica bem claro que o voto é do partido (ou coligação
partidária)4; trata-se do chamado voto de legenda. Isso traz repercussões importantes,
especialmente com relação à fidelidade partidária. No entendimento do STF, os partidos políticos
e as coligações partidárias têm o direito de preservar a vaga obtida pelo sistema proporcional.
Assim, perderá seu mandato o Deputado que, sem razão legítima que o justifique, cancelar a sua
filiação partidária ou transferir-se para outra legenda. Destaque-se, todavia, que essa regra não
se aplica aos candidatos eleitos pelo sistema majoritário, sob pena de violação da soberania
popular e das escolhas feitas pelo eleitor.5
O Supremo Tribunal Federal (STF) entende, porém, que algumas situações excepcionais
(mudança significativa de orientação programática do partido ou comprovada perseguição
política) tornam legítimo o desligamento voluntário do partido. Nesse caso, o parlamentar tem
direito a instaurar, perante a Justiça Eleitoral, procedimento no qual possa demonstrar a
ocorrência dessas situações, caso em que manterá a titularidade de seu mandato eletivo.
No caso de terem havido coligações partidárias para as eleições proporcionais, a vaga pertencerá
à coligação6. Segundo o STF, “a coligação assume perante os demais partidos e coligações, os
órgãos da Justiça Eleitoral e, também, os eleitores, natureza de superpartido”.7 Nesse sentido, um
deputado que se licencia será substituído pelo suplente da coligação (e não pelo suplente do
3
MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil Interpretada e Legislação Constitucional, 9ª edição. São
Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 998-999.
4
A Emenda Constitucional nº 97/2017 previu que, a partir das eleições de 2020, não serão admitidas coligações
nas eleições proporcionais.
5
ADI 5081 / DF, Rel. Min. Luís Roberto Barroso. Julg. 27.05.2015.
6
Conforme já comentamos, a EC nº 97/2017 previu que, a partir das eleições de 2020, são proibidas as
coligações nas eleições proporcionais.
7
STF, Pleno, MS 30.260/DF. Rel. Min. Carmen Lúcia. 27.04.2011.
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partido!). Isso porque é no momento da diplomação que são ordenados os candidatos eleitos e
estabelecida a ordem de sucessão pelos candidatos suplentes; portanto, qualquer mudança dessa
ordem atenta contra o ato jurídico perfeito e desvirtua o sentido e a razão de ser das coligações.
O Senado Federal, também conhecido como Câmara alta, é a Casa legislativa que reforça a forma
federativa de Estado. Segundo o art. 46, CF/88, o Senado Federal compõe-se de representantes
dos Estados e do Distrito Federal, permitindo que esses entes federativos participem da
formação da vontade nacional. Os Senadores são eleitos pelo sistema majoritário simples.
Pelo sistema majoritário simples, considera-se eleito o candidato com maior número de votos nas
eleições, excluídos os votos em branco e os nulos, em um só turno de votação. Esse sistema
eleitoral se aplica à eleição dos Senadores e dos prefeitos de Municípios com até 200.000
eleitores. Nas eleições para Presidente da República, Governador e prefeito de Municípios com
mais de 200.000 eleitores, aplica-se o sistema majoritário absoluto (ou sistema majoritário de “dois
turnos”).
Cada Estado e o Distrito Federal elegem três Senadores, com mandato de oito anos (art. 46, §
1º, CF). A representação de cada Estado e do Distrito Federal renova-se de quatro em quatro
anos, alternadamente, por um e dois terços (art. 46, § 2º, CF). Assim, nas eleições de 2010, cada
Estado elegeu 2 Senadores; em 2014, por sua vez, a eleição foi para 1 Senador, em cada Estado.
Em 2018, foram 2 Senadores por Estado.
Cada senador é eleito com 2 (dois) suplentes (art. 46, § 3º, CF). Caso ocorra renúncia ou perda
do mandato de senador da República, deverá ser chamado para assumir a vaga no Senado Federal
seu 1o suplente, e, no impedimento deste, sucessivamente o 2o suplente. Ocorrendo vaga e não
havendo suplente, será feita eleição para preenchê-la se faltarem mais de 15 (quinze) meses
para o término do mandato.
(TRT 3ª Região – 2015) Os Estados e o Distrito Federal elegerão seus Senadores em número
proporcional à sua população, devendo cada unidade da Federação ter ao menos três e no
máximo cinco Senadores.
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Comentários:
O número de Senadores não é proporcional à população. Ao contrário, o número é fixo: cada
Estado e o Distrito Federal elegem 3 Senadores, para mandato de 8 anos. Questão errada.
(TRT 3ª Região – 2015) Os Estados e o Distrito Federal elegerão seus Deputados em número
proporcional à sua população, devendo cada unidade da Federação ter ao menos oito e no
máximo setenta Deputados.
Comentários:
É isso mesmo! O número de Deputados Federais é proporcional à população dos Estados. O
número mínimo é de 8 (oito) Deputados e o número máximo de 70 (setenta) Deputados. Questão
correta.
(MPE-SP – 2015) O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito
Federal, eleitos segundo o princípio majoritário.
Comentários:
De fato, os Senadores são eleitos pelo sistema majoritário simples. Questão correta.
Em cada uma das Casas Legislativas, existe uma Mesa Diretora, assim denominado o órgão
responsável pela condução dos trabalhos legislativos e administrativos. Temos, portanto, a
Mesa da Câmara dos Deputados, a Mesa do Senado Federal e, ainda, a Mesa do Congresso
Nacional.
O mandato dos cargos da Mesa é de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo cargo
na eleição subsequente. Segundo o STF, essa vedação somente se aplica dentro de uma mesma
legislatura, nada impedindo a recondução no âmbito de uma legislatura diferente.8
Além disso, o STF entende que a vedação à recondução dentro da mesma legislatura não é norma
de reprodução obrigatória nas Constituições dos estados-membros, que poderão estabelecer a
possibilidade de recondução para o mesmo cargo na Mesa da Assembleia Legislativa dentro da
mesma legislatura.9 Em consonância com esse entendimento, as leis orgânicas dos municípios
8
STF, Pleno, MS no 22.183-6, 12.12.1997.
9
STF, ADIn 793/RO – Informativo no 65, ADIn 792/RJ, Informativo STF no 73.
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também poderão estabelecer a possibilidade de recondução dos membros de suas mesas para o
mesmo cargo na eleição subsequente.
2.3.4 - Comissões:
As Comissões Parlamentares são órgãos criados pelas Casas Legislativas para facilitar-lhes os
trabalhos; possuem natureza técnica e são consideradas por muitos como o “coração” das Casas
Legislativas.
As Comissões são criadas por cada Casa separadamente ou pelo Congresso Nacional, na forma
do regimento interno correspondente. Quando constituídas no âmbito de cada Casa, são
compostas por deputados (no caso de Comissão da Câmara) ou senadores (no caso de Comissão
do Senado). No Congresso, pode haver Comissões Mistas, compostas tanto por deputados como
por senadores. É o caso da Comissão Mista que aprecia as medidas provisórias, por exemplo (art.
62, §9º, CF).
A Constituição Federal relaciona, no art. 58, § 2º, atribuições que poderão ser realizadas pelas
Comissões Parlamentares:
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Sobre as atribuições das Comissões, chamo a atenção de vocês para dois pontos muito cobrados
em prova:
b) O inciso III trata da competência das Comissões para convocar Ministro de Estado para
prestar informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições.
Sobre isso, deve-se ressaltar que a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer
de suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos
diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem, pessoalmente,
informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de
responsabilidade a ausência sem justificação adequada. Assim, o Ministro da Economia
pode ser convocado por uma Comissão da Câmara para falar, por exemplo, sobre o
aumento da inflação; caso ele não compareça, sem justificativa adequada, estará
cometendo crime de responsabilidade.
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O trabalho das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) é uma das formas pelas quais o Poder
Legislativo exerce sua função típica de fiscalização. Trata-se de controle político-administrativo
exercido pelo Parlamento com a finalidade de, em busca da verdade, apurar acontecimentos e
desvendar situações de interesse público.10 É mecanismo típico do sistema de freios e contrapesos,
de controle do Poder Legislativo sobre os demais Poderes.
A Constituição Federal tratou das Comissões Parlamentares de Inquérito no art. 58, §3º, que
determina o seguinte:
As Comissões Parlamentares de Inquérito podem ser criadas pela Câmara dos Deputados e pelo
Senado Federal, em conjunto ou separadamente. Assim, podem existir CPIs da Câmara dos
Deputados, CPIs do Senado ou, ainda CPIs mistas.
A criação de uma CPI está sujeita ao cumprimento de certos requisitos constitucionais, os quais,
enfatize-se, também são aplicáveis à criação de CPI’s em outros âmbitos federativos (nos Estados
e nos Municípios). Esses requisitos (pressupostos para a criação de CPI) estão sujeitos ao controle
jurisdicional. É possível, por exemplo, que o Poder Judiciário invalide a criação de CPI que não
cumpriu os requisitos constitucionais.
10
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional, Ain6ª edição,
2011. pp. 886.
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O STF considera que as CPIs são um “direito das minorias”. É por isso que se exige o requerimento
de apenas 1/3 dos membros da Casa Legislativa ou, no caso de comissão mista, um terço dos
membros de cada uma das Casas. Segundo o Pretório Excelso, preenchidos os requisitos
constitucionais do art. 58, § 3º, da Constituição Federal, existe direito público subjetivo de as
minorias parlamentares verem instaurado o inquérito parlamentar, com apoio no direito de
oposição, legítimo consectário do princípio democrático.11
“em decorrência do pacto federativo, o modelo federal de criação e instauração das comissões
parlamentares de inquérito constitui matéria compulsoriamente a ser observada pelas Casas
Legislativas estaduais (…) daí porque se há de ter, na garantia da criação da comissão parlamentar
de inquérito mediante requerimento de criação de um terço dos membros da Assembleia
Legislativa, a garantia da sua instalação independentemente de deliberação do plenário. A sujeição
do requerimento de criação da comissão a essa maioria equivaleria a frustração da própria garantia.
As minorias – vale dizer, um terço dos membros da Assembleia Legislativa – já não mais deteriam
o direito à criação da comissão parlamentar de inquérito, que passaria a depender de decisão da
maioria, tal como expressa no plenário”12.
Ainda considerando que as CPIs são um direito das minorias, entende o STF que a maioria
legislativa, mediante inércia de seus líderes na indicação de membros para compor uma CPI,
não pode frustrar o exercício, pelos grupos minoritários, do direito público subjetivo de ver
instaurada investigação parlamentar em torno de fato determinado e por período certo.13
O STF entende, também, que não há vedação constitucional à norma regimental que estabeleça
limites para o número de CPI’s que pode ser criado simultaneamente. Em outras palavras, é válida
norma do Regimento Interno da Casa Legislativa que estabeleça um número máximo de CPIs que
poderão funcionar ao mesmo tempo.
O ato que instaura uma CPI deverá delimitar, precisamente, os fatos que serão objeto da
investigação parlamentar. Não se admite a criação de CPIs para investigações genéricas ou,
11
STF, Pleno, MS 24831/DF; MS 24845/DF; MS 24846/DF.
12
STF, Pleno, ADIn no 3619/SP.
13
MS 24.831, Rel. Min. Celso de Mello, Julg: 22.06.2005.
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como diz o Ministro Gilmar Mendes, para devassas generalizadas, sob pena de se produzir um
quadro de insegurança e de perigo para as liberdades individuais.14
É importante destacar que a CPI pode investigar mais de um fato, desde que todos os fatos
investigados sejam determinados. Além disso, a regra que determina a necessidade de criação
das comissões com objeto específico não impede a apuração de fatos conexos ao principal, ou,
ainda, de outros fatos, inicialmente desconhecidos, que surgirem durante a investigação,
bastando, para que isso ocorra, que haja um aditamento do objeto inicial da CPI15.
Ressalte-se que, para a doutrina e a jurisprudência, as CPIs de um ente da federação não podem
investigar fatos referentes aos demais, devido ao pacto federativo. Desse modo, uma CPI federal
não pode investigar questões relacionadas à gestão da coisa pública estadual, distrital ou
municipal, por exemplo. Os poderes das CPIs criadas pelas Casas do Congresso Nacional não
alcançam, portanto, fatos ligados estritamente à competência dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios.
O ato que instaura uma CPI deve prever o prazo dentro do qual os seus trabalhos serão
encerrados. No entanto, a locução “prazo certo”, segundo o STF, não impede prorrogações
sucessivas dentro da legislatura. Contudo, o final da legislatura sempre representará um termo
final para as CPIs.
Os poderes de investigação das CPI’s são limitados pelo princípio da separação de poderes e
pelo respeito aos direitos fundamentais. Apesar de a Constituição ter mencionado que as CPIs
têm poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, há certas competências que estão
sujeitas à reserva de jurisdição, isto é, são exclusivas do Poder Judiciário. Nesse sentido, é
bastante relevante sabermos o que as CPI’s podem e o que não podem fazer.
A CPI pode convocar qualquer pessoa para depor (particulares, servidores públicos, Ministros de
Estado e titulares de órgãos ligados à Presidência da República), na qualidade de testemunhas ou
14
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional, 6ª edição, 2011.
pp. 886.
15
STF, HC no 71.039/RJ, 0704.1994.
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indiciados, desde que a oitiva seja necessária à investigação. Os membros do Poder Judiciário,
todavia, não estão obrigados a se apresentar perante CPI com o intuito de prestar depoimento
sobre sua função jurisdicional, sob pena de violação do princípio da separação de poderes.
Segundo o STF, a convocação deve ser feita pessoalmente, não sendo viável a intimação por via
postal ou por comunicação telefônica.16 Destaque-se, ainda, que o privilégio de que gozam certas
autoridades de, no processo penal, marcarem dia e hora para serem inquiridas, também deve ser
observado pela CPI.17 Os Ministros de Estado, por exemplo, gozam dessa prerrogativa de agendar
o seu depoimento.
As testemunhas, uma vez convocadas por CPI, são obrigadas a comparecer, sendo cabível,
inclusive, a requisição de força policial para promover-lhes a condução coercitiva. Em respeito ao
princípio da não-autoincriminação, não cabe condução coercitiva do investigado.
O depoente em CPI pode ter a assistência de um advogado. Nas reuniões da CPI, o advogado
poderá comunicar-se pessoal e diretamente com o seu cliente, bem como adverti-lo sobre o
direito ao silêncio. Poderá, ainda, reclamar, verbalmente ou por escrito, quando houver
comportamento arbitrário ou desrespeito aos princípios constitucionais, legais e regimentais por
16
STF, HC 71.421. Rel. Min. Celso de Mello. 03.05.1994.
17
HC-MC 87.230. Rel. Min. Joaquim Barbosa. 28.11.2005.
18
HC nº 79.812/SP, Plenário, Relator o Ministro Celso de Mello, DJ de 16/12/01 e HC nº 92.371-MC/DF, decisão
monocrática, Relator o Ministro Eros Grau, DJ de 3/9/07.
19
Nesse sentido: HC nº 94.082-MC/RS, DJE de 24/3/08; HC nº 92.371-MC/DF, DJ de 3/9/07; HC nº 92.225-
MC/DF, DJ de 14/8/07.
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parte da CPI. Segundo o STF, as CPI`s não podem impedir, dificultar ou frustrar o exercício das
prerrogativas de ordem profissional que foram outorgadas pela lei ao advogado.20
Há precedente no STF de que se uma CPI deseja tomar o depoimento de um índio, deverá fazê-
lo dentro da área indígena, em dia e hora previamente acordados com a comunidade e com a
presença de representante da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e de um antropólogo com
conhecimento da mesma comunidade.21
A quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico podem ser determinadas por CPI, não estando
abrangidas por cláusula de reserva de jurisdição. No entanto, deve-se destacar que isso não
coloca as informações em domínio público; ao contrário, a CPI torna-se depositária do segredo24,
constituindo comportamento altamente censurável a transgressão, por seus membros, do dever
jurídico de respeito e preservação do sigilo concernentes aos dados a ela transmitidos.25
É importante ter cuidado para não confundir “quebra do sigilo telefônico” com “interceptação
das comunicações telefônicas”. A quebra do sigilo telefônico, medida que pode ser determinada
por CPI, consiste em ter acesso aos registros telefônicos, isto é, aos dados relativos às
comunicações telefônicas (horário da chamada, número do telefone, duração da chamada, etc). A
interceptação telefônica, por sua vez, consiste em ter acesso ao conteúdo da conversa; ao
contrário da quebra de sigilo telefônico, a interceptação telefônica não pode ser determinada
por CPI.
20
MS 23.576/DF. Rel. Min. Celso de Mello. Julgamento: 02.10.2000.
21
HC 80.240. Rel. Min. Sepúlveda Pertence. 20.06.2001
22
STF, HC no 71.039/RJ, 07.04.1994.
23
MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional, Ed. Juspodium, Salvador: 2013, pp. 554.
24
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional, 6ª edição, 2011.
pp. 899.
25
MS 23.454, Rel. Min. Marco Aurélio. 19.08.1999.
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Qualquer medida restritiva de direitos determinada por CPI (incluindo a quebra de sigilo
bancário, fiscal e telefônico) deve ser fundamentada, sob pena de nulidade da decisão. Além
disso, há que se observar o princípio da colegialidade, segundo o qual a restrição a direitos deve
ser determinada pela maioria absoluta dos membros da CPI; não se admite, portanto, que o
Presidente da CPI, sozinho, possa determinar medida restritiva de direitos.
Segundo o STF, CPIs estaduais também podem determinar a quebra do sigilo bancário.
Entende a Corte Suprema que impedir a utilização desse instrumento pelos legislativos estaduais
implicaria a criação de “elemento adicional de apoucamento das já institucionalmente fragilizadas
unidades integrantes da Federação.”26 Observa-se que, na mesma decisão, o Ministro Joaquim
Barbosa deixou claro que a prerrogativa de quebra do sigilo bancário não se estende às CPIs
municipais.
...
26
STF, Pleno. ACO nº 730/RJ. Rel. Min. Joaquim Barbosa.
27
HC 71279 RS, DJ 23/03/1994.
28
HC 98667 DF, DJe-077 28/04/2009.
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e) Determinar a quebra do sigilo judicial, pois nem mesmo o Judiciário detém essa competência.
Assim, “o sigilo imposto a processo sujeito a segredo de justiça é oponível a Comissão Parlamentar
de Inquérito”.29
f) Determinar a interceptação telefônica, por ser esse ato reservado à competência jurisdicional.
h) Apreciar atos de natureza jurisdicional (decisões judiciais), sob pena de se ferir a separação
de Poderes.
i) Convocar o Chefe do Poder Executivo. Esse impedimento deriva do art. 50, CF/88, que não
menciona a possibilidade de o Chefe do Poder Executivo ser convocado para prestar informações
à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal ou a qualquer uma de suas comissões. Poderão ser
convocados para prestar informações ao Poder Legislativo, sob pena de crime de
responsabilidade, os Ministros de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente
subordinados à Presidência da República.
(PGFN - 2015) Segundo entendimento do STF, é ilegítima a rejeição de criação de CPI pelo
plenário da Câmara dos Deputados, ainda que por expressa votação majoritária, porquanto a
Constituição protege a prerrogativa institucional de investigar, especialmente a dos grupos
minoritários que atuam no âmbito dos corpos legislativos.
Comentários:
A CPI é um direito das minorias. Por isso, segundo o STF, é inconstitucional que se submeta o
requerimento de instauração de CPI ao Plenário. Questão correta.
(PC-DF – 2015) As comissões da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal podem convocar
ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente ligados à presidência da
República para prestarem, pessoalmente, informações a respeito de assunto previamente
determinado, sob pena de crime de responsabilidade a ausência sem justificativa adequada.
Comentários:
29
MS 27483 DF. Rel. Min. Cezar Peluso, 14.08.2008.
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Segundo o art. 50, CF/88, “a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas
Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente
subordinados à Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre
assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem
justificação adequada”. Questão correta.
(SEAP-DF – 2015) As comissões parlamentares de inquérito detêm os poderes de investigação
típicos da autoridade judicial, o que inclui, conforme o STF, competência para determinar
interceptação telefônica.
Comentários:
As CPI`s não podem determinar interceptação telefônica. Essa medida somente pode ser
determinada pelo Poder Judiciário. Questão errada.
(PGE-PR – 2015) Por possuírem poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, as
CPIs poderão decretar indisponibilidade de bens dos investigados.
Comentários:
As CPI’s não podem determinar a aplicação de medidas cautelares, como a decretação de
indisponibilidade de bens. Questão errada.
(PGE-PR – 2015) Devido à separação de poderes e aos freios e contrapesos, a CPI poderá
convocar magistrado com o fito de investigar ato jurisdicional, ou seja, avaliar as razões de decisão
judicial.
Comentários:
As CPI`s não poderão apreciar atos de natureza jurisdicional, sob pena de ser violado o princípio
da separação de poderes. Questão errada.
(MPE-GO – 2014) As minorias parlamentares, embora constitucionalmente protegidas no
exercício da oposição, não têm legítima pretensão, amparável pelo Poder Judiciário, à instalação
de Comissões Parlamentares de Inquérito, ainda que logrem preencher o requisito de o mínimo
de um terço previsto no art. 58, § 3º, da Constituição da República, sob pena de subversão, em
evidente abuso de direito, do princípio formal da maioria, basilar de todo regime democrático.
Comentários:
A criação de CPI`s é um direito das minorias parlamentares, que têm legítima pretensão à sua
instauração. Havendo o requerimento de 1/3 dos membros da Casa Legislativa, a CPI será
instalada. Questão errada.
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As atribuições do Congresso Nacional estão previstas no art. 48 e no art. 49. No art. 48, estão as
atribuições que dependem de sanção do Presidente da República. São atribuições que
dependem, portanto, da edição de lei. O art. 49, por sua vez, relaciona as atribuições que
independem de sanção do Presidente, efetivadas mediante decreto legislativo. É fundamental
que saibamos, para a prova, diferenciar as atribuições que dependem de lei daquelas que
dependem da edição de decreto legislativo!
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O art. 48, acima transcrito, consiste em rol meramente exemplificativo, havendo outras atribuições
fora dessas hipóteses. Sobre esse dispositivo, vale destacar o seguinte:
a) A criação, transformação e extinção de cargos públicos depende de lei (art. 48, X). No entanto,
a extinção de cargos públicos que estiverem vagos será feita por decreto autônomo.
b) A fixação dos subsídios dos Ministros do STF depende de lei (art.48, XV), a qual é de iniciativa
privativa do próprio STF.
Vejamos, agora, as atribuições do art. 49, que são matérias da competência exclusiva do
Congresso Nacional e que, conforme já dissemos, são reguladas por meio de decreto legislativo,
dispensada a sanção do Presidente da República.
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Apesar de o art. 51 denominar as atribuições nele arroladas como privativas, podemos considerá-
las como sendo competências exclusivas, por serem indelegáveis e exercidas sem qualquer
interferência ou participação indireta de outro Poder ou órgão.
As competências privativas do Senado Federal estão arroladas no art. 52, da Constituição. Tais
matérias são disciplinadas mediante resolução do Senado Federal, sendo dispensada a sanção
do Presidente da República.
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III - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha de:
c) Governador de Território;
e) Procurador-Geral da República;
VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo
e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas
autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal;
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XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente
o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será
proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com
inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das
demais sanções judiciais cabíveis.
Os Ministros de Estado são julgados, nos crimes de responsabilidade, pelo STF. No entanto,
em se tratando de crime de responsabilidade conexo com o do Presidente, o julgamento
será feito pelo Senado Federal.
d) O Senado Federal tem a iniciativa privativa para apresentar projeto de lei que fixa a
remuneração de seus servidores (art. 52, XIII). Trata-se da única competência, dentre as
arroladas no art. 52, que não é exercida por meio de resolução.
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(TJDFT – 2015) É competência do Senado Federal sustar ato regulamentar emitido por agência
reguladora que crie obrigação não prevista em lei.
Comentários:
É competência do Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo que
exorbitem do poder regulamentar (art. 49, V). Questão errada.
(TRT 8ª Região – 2015) Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República,
a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública.
Comentários:
Essa é uma competência do Congresso Nacional, conforme art. 48, XI. É uma competência
exercida por meio de lei, ou seja, será necessária a sanção do Presidente da República. Questão
correta.
(TRT 8ª Região – 2015) Compete ao Senado Federal avaliar periodicamente a funcionalidade do
Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das
administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios.
Comentários:
De fato, essa é uma competência do Senado Federal (art. 52, XV, CF/88). Questão correta.
(PC-DF – 2015) Cabe ao Congresso Nacional autorizar o presidente da República a se ausentar
do país quando a ausência exceder a quinze dias, sob pena de perda do cargo.
Comentários:
Segundo o art. 49, III, CF/88, é competência do Congresso Nacional “autorizar o Presidente e o
Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias”.
Questão correta.
(MPE-SP – 2015) Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, dentre
outras matérias da competência da União, dispor sobre concessão de anistia; criação e extinção
de Ministérios e órgãos da administração pública.
Comentários:
É competência do Congresso Nacional, com sanção do Presidente, dispor sobre concessão de
anistia (art. 48, VIII) e criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública (art. 48,
XI). Questão correta.
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(MPE-SP – 2015) É da competência exclusiva do Congresso Nacional escolher dois terços dos
membros do Tribunal de Contas da União.
Comentários:
É isso mesmo. O Congresso Nacional tem competência para escolher 2/3 (dois terços) dos
membros do TCU (art. 49, XIII). Questão correta.
(MPE-SP – 2015) Compete privativamente ao Congresso Nacional autorizar, por dois terços de
seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e
os Ministros de Estado.
Comentários:
É a Câmara dos Deputados que autoriza (por 2/3 dos seus membros) a instauração de processo
contra o Presidente e o Vice-Presidente e os Ministros de Estado (art. 51, I). Questão errada.
A Carta da República estabelece, na Seção V, Capítulo I, Título IV, imunidades e vedações aos
parlamentares, a fim de garantir ao Poder Legislativo como um todo e a seus membros
independência e liberdade no exercício de suas funções constitucionais. A essas regras, a
doutrina convencionou chamar estatuto dos congressistas.
Busca-se, com isso, proteger os parlamentares contra abusos e pressões de outros Poderes,
conferindo-lhes liberdade de convicção, pensamento e ação. Como se pode perceber, tal
proteção é imprescindível à própria existência da democracia.
É importante salientar que, segundo o STF, as imunidades não se estendem aos suplentes. Isso
porque elas decorrem do efetivo exercício da função parlamentar, não são prerrogativas da
pessoa. Em outras palavras, elas são objetivas (e não subjetivas).
As imunidades parlamentares podem ser de dois tipos: imunidade material e imunidade formal.
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civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. Assim, os congressistas não
podem ser responsabilizados, civil e penalmente, pelas opiniões, palavras e votos que proferirem
no exercício da função.
A proteção conferida aos parlamentares pela imunidade material exige que exista uma relação
entre a conduta praticada e o exercício do mandato; em outras palavras, há que existir uma
conexão entre a manifestação oral do parlamentar e o exercício da função, sem o que não cabe
falar-se em imunidade material.
Por outro lado, caso as palavras sejam proferidas pelo parlamentar fora do Congresso Nacional,
será necessário perquirir o seu vínculo com a atividade de representação política.30
Nesse sentido, considera o STF que “a cláusula de inviolabilidade constitucional, que impede a
responsabilização penal e/ou civil do membro do Congresso Nacional, por suas palavras, opiniões
e votos, também abrange, sob seu manto protetor, as entrevistas jornalísticas, a transmissão, para
a imprensa, do conteúdo de pronunciamentos ou de relatórios produzidos nas Casas Legislativas
e as declarações feitas aos meios de comunicação social, eis que tais manifestações – desde que
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional, 6ª edição, 2011.
30
pp. 929.
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Perceba que, quando um Deputado ou Senador concede uma entrevista a um jornal, esse ato
naturalmente estará protegido pela imunidade material, constituindo-se a entrevista em projeção
do exercício da atividade parlamentar. Diferente, todavia, é a situação do “deputado-jornalista”,
apresentando o seu programa de televisão. Nessa situação, está ele atuando como jornalista (e
não como deputado!), motivo pelo qual não estará protegido pela imunidade material. Segundo
o STF:
“A imunidade material prevista no art. 53, caput, da Constituição não é absoluta, pois somente se
verifica nos casos em que a conduta possa ter alguma relação com o exercício do mandato
parlamentar. Embora a atividade jornalística exercida pelo querelado não seja incompatível com
atividade política, há indícios suficientemente robustos de que as declarações do querelado, além
de exorbitarem o limite da simples opinião, foram por ele proferidas na condição exclusiva de
jornalista." 32
Segundo o STF, a imunidade material alcança todas as manifestações dos congressistas em que
se identifique uma conexão entre o ato praticado e a qualidade de mandatário político. Nesse
sentido, a Corte reconheceu que o encaminhamento ao Ministério Público de notitia criminis
contra autoridades judiciais e administrativas por suspeita de práticas ilícitas em prejuízo de
autarquia federal, embora não constitua exercício do mandato parlamentar stricto sensu, guarda
inequívoca relação de pertinência com o poder de controle do Parlamento sobre a administração
da União e estará, portanto, abrangido pela imunidade material.33
A imunidade material possui eficácia temporal permanente, perpétua, pois persiste mesmo após
o término do mandato. Isso quer dizer que o parlamentar não pode ser responsabilizado (civil ou
penalmente), nem mesmo após o término do mandato, pelas palavras, opiniões e votos que tiver
proferido durante o período em que era congressista. É claro, todavia, que as manifestações
que proferir após o mandato não estarão mais albergadas pela imunidade material.
Por fim, cabe destacar que, por abranger apenas os atos praticados no exercício da função, a
imunidade material tem como termo inicial a data da posse.
31
Inq 2.332-AgR, Rel. Min. Celso de Mello. 10-2-2011
32
Inq 2.134, Rel. Min. Joaquim Barbosa, 23-3-2006,
33
RE 210.917-RJ. Rel. Min. Sepúlveda Pertence. 18.06.2001.
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IMUNIDADE
MATERIAL DOS É permanente: persiste, após a legislatura
PARLAMENTARES
É necessário que o parlamentar esteja no desempenho de suas
funções
No que se refere à prisão, dispõe a Carta Magna que, desde a expedição do diploma34, os
membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante delito de crime
inafiançável (art. 53, § 2º, CF). Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de 24 horas à Casa
respectiva para que, pelo voto aberto da maioria dos seus membros (ou seja, maioria absoluta),
resolva sobre a prisão. Ressalte-se que, no entendimento do STF, a vedação constitucional à prisão
dos congressistas abrange somente as prisões cautelares (prisão em flagrante, temporária e
preventiva). Assim, é plenamente possível que o parlamentar seja preso em virtude de sentença
judicial transitada em julgado.35
Com isso, pode-se dizer que somente é possível aplicar ao parlamentar a pena de privação da
liberdade em dois casos: i) flagrante de crime inafiançável e; ii) sentença judicial transitada em
julgado, segundo jurisprudência do STF.
34
A diplomação é ato anterior à posse, por meio do qual a Justiça Eleitoral atesta que o candidato foi eleito.
35
Inq 510-DF, Rel. Min. Celso de Mello. 01.02.1991
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O pedido de sustação pode ser feito a qualquer tempo, desde o recebimento da denúncia ou
queixa-crime até a decisão final do STF. Todavia, o pedido formulado por partido político deverá
ser apreciado pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado (conforme o caso) dentro de 45 dias
de seu recebimento pela Mesa Diretora. A Casa poderá, então, por iniciativa de partido político
nela representado e pelo voto da maioria de seus membros37 (maioria absoluta), sustar o
andamento da ação penal. A sustação do processo suspende38 a prescrição, enquanto durar o
mandato.
Vale enfatizar que a sustação do andamento da ação penal somente se aplica a crimes cometidos
após a diplomação. Dessa forma, crimes cometidos antes da diplomação não poderão ter o
andamento de seu processo sustado pela Casa Legislativa.
36
ADI 5526/DF, Rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes. Julgamento:
11/10/2017.
37
Falar em maioria dos membros equivale a dizer “maioria absoluta”.
38
Note que, nesse caso há suspensão (e não interrupção!) da prescrição. Na interrupção, quando o prazo volta
a correr, é contado do zero novamente. Já na suspensão, começa a contar de onde parou. Esse conceito é
relevante para o Direito Civil, sendo aqui exposto apenas para ajudar na fixação do art. 53, § 5º, da Constituição.
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IMUNIDADE
FORMAL DOS Apenas para crimes cometidos após a diplomação
PARLAMENTARES
O processo poderá ser sustado a pedido de partido
com representação na casa legislativa
Relativa ao
processo A Casa Legislativa terá 45 dias, improrrogáveis, do
recebimento do pedido pela mesa diretora, para
votar
Decisão: voto da maioria absoluta (ostensivo e
nominal)
Embora esse seja um objetivo meritório, com o passar dos anos, a existência do foro por
prerrogativa de função acabou gerando graves consequências para o sistema de justiça criminal,
que se tornou disfuncional, lento e ineficaz.
Devido ao grande número de parlamentares envolvidos em ilícitos penais, o STF passou a não
conseguir dar vazão aos processos, transmitindo à sociedade a ideia de que ter foro por
prerrogativa de função seria sinônimo de impunidade. Criou-se uma “classe especial” de cidadãos,
com deveres e responsabilidades distintos dos cidadãos comuns perante a justiça criminal,
violando-se o mais básico dos princípios republicanos: a igualdade.
Em virtude desse contexto, que gerou grande descontentamento e pressão populares, o STF
reinterpretou o instituto do foro por prerrogativa de função dos parlamentares, promovendo
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verdadeira mutação constitucional, a fim de impedir que ele se tornasse um escudo para a prática
de ilícitos penais.
Durante muito tempo, o STF seguiu à risca a literalidade do texto constitucional, segundo o
qual “os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento
perante o Supremo Tribunal Federal (STF)” (art. 53, § 1º, CF/88). Não importava se o crime tivesse
sido praticado antes ou após a diplomação. Também não interessava se o crime estivesse ou não
relacionado ao exercício da função parlamentar. A interpretação literal conduzia à ideia de que,
uma vez recebida a diplomação, o parlamentar seria sempre processado e julgado pelo STF.
Essa interpretação foi completamente modificada na Ação Penal nº 937, na qual o STF restringiu
o alcance do foro por prerrogativa de função dos parlamentares. Segundo a nova interpretação
da Corte Suprema, o foro por prerrogativa de função somente se aplica aos crimes praticados
durante o exercício do cargo e que tenham relação com as funções desempenhadas pelo
parlamentar. Para o STF, o foro por prerrogativa de função, por ser uma exceção ao princípio da
igualdade e ao princípio republicano, deve ser interpretado restritivamente.
Assim, se o parlamentar tiver cometido crime antes da diplomação, ele não será processado e
julgado pelo STF, mas sim pela primeira instância do Poder Judiciário. Da mesma forma, caso o
parlamentar, já em exercício, cometa crime que não se relacione ao exercício do mandato, estará
sujeito a julgamento na primeira instância do Poder Judiciário.
Cabe destacar que o foro especial dos parlamentares perante o STF abrange apenas as infrações
penais comuns. Entende a doutrina que os Deputados e Senadores não cometem crime de
responsabilidade; não há que se falar, portanto, em julgamento de congressista pela prática desse
tipo de infração. Nas ações civis (como, por exemplo, a ação popular), por sua vez, os Deputados
e Senadores não farão jus a foro por prerrogativa de função. Assim, eventuais ações civis contra
parlamentares deverão ser ajuizadas perante a Justiça Comum.
Até a Ação Penal nº 937, todos os inquéritos criminais que tivessem os congressistas como
indiciados deveriam tramitar perante o STF. Com a nova interpretação dada pela Corte, irão
tramitar perante o STF apenas os inquéritos criminais relativos a crimes praticados por
parlamentares no exercício do cargo (após a diplomação) e relacionados às funções por eles
desempenhadas. Nesses casos, a abertura de inquérito dependerá de autorização prévia do STF,
que exercerá a função de supervisão judicial. Destaque-se que o inquérito será conduzido pela
Polícia Federal ou pela Procuradoria-Geral da República.
Por outro lado, se o crime tiver sido praticado antes da diplomação ou se não estiver relacionado
com o mandato parlamentar, a abertura de inquérito não necessita de autorização do STF. As
investigações poderão ser conduzidas pela Polícia Civil, Polícia Federal, Ministério Público
Estadual ou Ministério Público Federal, a depender da natureza do crime.
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Um problema que sempre se enfrentou, relacionado ao foro por prerrogativa de função, foi o
constante deslocamento de competência do STF para a primeira instância do Poder Judiciário,
e vice-versa. São muitos os casos em que um réu processado na primeira instância se elegeu
Deputado Federal ou Senador, implicando na remessa do processo para o STF. Ou, ainda,
situações em que um parlamentar processado perante o STF renunciou ao cargo para que o
processo fosse enviado à primeira instância, retardando uma decisão do Poder Judiciário.
Caso bastante conhecido foi o do Deputado Federal Natan Donadon, que renunciou ao cargo na
véspera do julgamento de ação penal pelo STF, o que configurou nítido abuso de direito. Em
tese, a renúncia faria com que o processo fosse enviado à primeira instância, protelando a sua
responsabilização penal. Todavia, entendeu o STF que, embora o ato de renúncia seja legítimo,
ele “não se presta a ser utilizado como subterfúgio para deslocamento de competências
constitucionalmente definidas, que não podem ser objeto de escolha pessoal”.39 Assim, por ter
ocorrido nítido abuso de direito, o STF manteve a sua competência para julgar o congressista,
mesmo após a sua renúncia.
Para evitar o “sobe e desce” de processos e dar maior segurança jurídica ao sistema, o STF firmou
o entendimento, na Ação Penal nº 937, de que, uma vez encerrada a fase de instrução, não
haverá mais a modificação da competência. Ao contrário, a competência irá se perpetuar, ou
seja, será definitivamente fixada uma vez que tenha sido encerrada a fase de instrução.
Por exemplo, suponha que o Deputado Federal José seja réu em processo penal no STF. Se ele
deixar o cargo antes de a instrução terminar, a competência irá se deslocar para a primeira
instância do Poder Judiciário. Por outro lado, caso ele deixe o cargo após o término da instrução,
será mantida a competência do STF. Ressalte-se que considera-se terminada a instrução com a
publicação do despacho de intimação para a apresentação das alegações finais.
No caso concreto julgado pela Ação Penal nº 937, discutiu-se apenas a limitação
do foro por prerrogativa de função de Deputados Federais e Senadores.
Entretanto, as premissas desse caso têm sido aplicadas pelo STJ e por Tribunais
39
AP 396/RO. Rel. Min. Carmen Lúcia. 28.10.2010
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Todavia, o entendimento do STF nem sempre foi assim. Na Ação Penal nº 470 (o conhecido caso
do “Mensalão), dos 40 acusados, 34 não possuíam direito ao foro por prerrogativa de função.
Apesar disso, todos os acusados foram julgados pelo STF, ou seja, não ocorreu o
desmembramento do processo.
40
AP nº 866. STJ. Rel. Min. Luis Felipe Salomão. 08.05.2018.
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A isenção do dever de testemunhar dos parlamentares é garantida pela CF/88 em seu art. 53, §
6º. Reza o texto constitucional que os deputados e senadores não serão obrigados a testemunhar
sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as
pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.
Por fim, a CF/88 garante aos parlamentares a manutenção de suas imunidades material e formal
durante o estado de sítio (CF, art. 53, § 8º). Essas imunidades só poderão ser suspensas mediante
o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva. A suspensão das imunidades, nesse
caso, será aplicada apenas aos atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional e que sejam
incompatíveis com a execução da medida. Note que não há possibilidade de suspensão dessas
imunidades no estado de defesa.
- Firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa
pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo
quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
b) Desde a posse:
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- Ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", em pessoa jurídica de
direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa
concessionária de serviço público;
- Patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades acima citadas;
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das
sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta
autorizada;
Em alguns casos (art. 55, I, II e VI), a perda do mandato deve ser votada pela Casa Legislativa.
Trata-se de situações em que a perda não será automática; ao contrário, deverá ser decidida pela
maioria absoluta da Casa Legislativa, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido
político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. Até a EC nº 76/2013,
essa votação era secreta; a partir da nova emenda constitucional, passou-se a decidir pela perda
do mandato em votação aberta.
São casos em que a perda do mandato é votada pela Casa Legislativa: i) quando o parlamentar
incorrer em alguma das incompatibilidades do art. 54; ii) quando houver falta de decoro
parlamentar ou; iii) quando o parlamentar sofrer condenação criminal transitada em julgado.
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Segundo o art. 55, § 1o, da Constituição Federal, são incompatíveis com o decoro parlamentar,
além dos casos descritos no Regimento Interno das Casas Legislativas, o abuso das prerrogativas
asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas.
Não há, atualmente uma posição segura do STF a respeito do tema, uma vez que existe
divergência entre a Primeira e a Segunda Turmas da Corte.
a) Caso o Deputado Federal ou Senador tenha sido condenado a mais de 120 dias em
regime fechado, haverá perda automática do mandato. O parlamentar não poderá, afinal,
frequentar o Congresso Nacional durante todo esse período e, como consequência,
incorrerá na hipótese de perda do mandato prevista no art. 55, III, CF/88 (“deixar de
comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que
pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada”).
b) Caso o Deputado Federal ou Senador tenha sido condenado a pena em regime aberto
ou semiaberto, a perda do mandato não será automática. Caberá ao Plenário da Casa
Legislativa deliberar acerca da perda do mandato do parlamentar.
A 2ª Turma do STF42, por outro lado, adota um posicionamento mais favorável aos parlamentares,
entendendo que a perda do mandato sempre dependerá de deliberação da Casa Legislativa.
Em outras palavras, a perda do mandato não será automática. Mesmo que o STF tenha
condenado criminalmente o parlamentar, será possível que ele conserve o mandato se assim for
decidido pela Casa Legislativa.
Nas hipóteses do art. 55, III, IV e V, a perda do mandato do parlamentar será declarada pela
Mesa, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político
representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. Declaração
É o que acontece quando o parlamentar deixa de comparecer a 1/3 das sessões ordinárias da
Casa Legislativa, salvo licença ou missão por ela autorizada. Ou, ainda, quando há perda ou
41
AP 694/MT. Rel. Min. Rosa Weber. Julgamento: 02.05.2017.
42
AP 996/DF. Rel. Min. Edson Fachin. Julgamento: 29.05.2018.
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suspensão dos direitos políticos. Também haverá perda declarada pela mesa quando a Justiça
Eleitoral decretar a perda do mandato do parlamentar.
Destaque-se que, na perda do cargo por decretação da Justiça Eleitoral, não se exige o trânsito
em julgado da sentença. Segundo o STF, a atribuição da Mesa da Casa a que pertence o
parlamentar nos casos previstos nos incisos III a V do art. 55 da CF/88 limita-se a declarar a perda
do mandato, dando posse a quem deverá ocupar o cargo, uma vez que o registro do parlamentar
já terá sido cassado pela Justiça Eleitoral, não podendo subsistir, dessa forma, o mandato eletivo.43
Esquematizando:
No art. 56, a CF/88 traz situações em que não haverá perda do mandato do parlamentar:
43
(STF, Pleno, MS 27613/DF. 28.10.2009).
44
Inq 105-DF. Rel Min. Néri da Silveira. RTJ 99/487-491
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II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem
remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não
ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa.
É bastante comum o caso do art. 56, I. O parlamentar se afasta, por exemplo, para ocupar o cargo
de Ministro de Estado, sendo, então, convocado o suplente. O parlamentar afastado não perderá
o cargo de Senador ou Deputado Federal, podendo, inclusive, optar pela remuneração relativa
ao mandato.
Pergunta interessante que se deve fazer nessa situação é a seguinte: o congressista que se afastou
para ocupar o cargo de Ministro terá direito às imunidades parlamentares? Segundo o STF, o
afastamento de parlamentar para ocupar cargo no Poder Executivo resultará na suspensão das
imunidades parlamentares (imunidade material e imunidade formal).45
Ressalte-se, ainda, que o Deputado Federal ou Senador afastado para ocupar cargo no Poder
Executivo está sujeito a procedimento disciplinar perante sua Casa Legislativa em virtude de
quebra de decoro parlamentar. Isso se deve ao fato de que ele não perdeu sua condição de
parlamentar, estando apenas afastado do exercício de suas funções e investido, temporária e
precariamente, em cargo executivo.46
46
STF, MS 25.579/DF. Rel. Min. Joaquim Barbosa. 19.10.2005.
47
MS 34.327/DF, Rel. Min. Luís Roberto Barroso. 08.09.2016
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De acordo com o art. 27, § 1º, da CF/88, aos Deputados Estaduais (e Deputados Distritais) serão
aplicadas as regras previstas na Constituição Federal sobre sistema eleitoral, inviolabilidade,
imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças
Armadas. Assim, pode-se afirmar que os Deputados Estaduais gozam de imunidade formal e
imunidade material.
O tema foi discutido pelo STF, que reconheceu que as imunidades de Deputados Federais e
Senadores foram estendidas em sua integralidade aos Deputados Estaduais.48 Seria incompatível
com o pacto federativo reconhecer, sem expressa previsão constitucional, uma proteção reduzida
aos integrantes do Poder Legislativo estadual.
Os Vereadores, por sua vez, têm regramento próprio, expresso na Constituição Federal de 1988.
Os Vereadores não têm imunidade formal (processual), mas apenas imunidade material. Eles
serão invioláveis por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato, mas apenas na
circunscrição do Município. O âmbito de aplicação da imunidade material dos Vereadores é,
portanto, mais restrito.
(PC-DF – 2015) Suponha-se que Paulo seja deputado federal e tenha sido arrolado como
testemunha em um inquérito policial. Nesse caso, Paulo será obrigado a testemunhar, mesmo a
respeito de informações recebidas em razão do exercício do mandato.
Comentários:
Segundo o art. 53, § 6º, “os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre
informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que
lhes confiaram ou deles receberam informações”. Questão errada.
48
ADI 5823, Rel. Min. Marco Aurélio. Julgamento em 08.05.2019.
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(PC-DF – 2015) Suponha-se que um senador da República tenha sido flagrado, pela polícia,
cometendo crime inafiançável. Nesse caso, a autoridade policial deverá liberar o senador, pois não
se permite a prisão em flagrante nesta hipótese.
Comentários:
Os membros do Congresso Nacional poderão, sim, ser presos em flagrante de crime inafiançável.
Questão errada.
(SEAP-DF – 2015) As imunidades de deputados ou senadores subsistirão durante o estado de
sítio, mas poderão ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da respectiva Casa
nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional e que sejam incompatíveis
com a execução da medida.
Comentários:
É exatamente o que prevê o art. 53, § 8º. Questão correta.
(Procurador AL-GO – 2015) Os Deputados e Senadores serão submetidos a julgamento perante
o Supremo Tribunal Federal, a partir de sua posse.
Comentários:
Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento
perante o STF. Questão errada.
(Procurador AL-GO – 2015) A imunidade material parlamentar não exclui a tipicidade do fato
praticado pelo Deputado ou Senador consistente na manifestação, escrita ou falada, que ocorra
no exercício da função.
Comentários:
A imunidade material exclui a tipicidade de quaisquer manifestações feitas por Deputados e
Senadores no exercício de suas funções. Questão errada.
(TCM-GO – 2015) A perda do mandato do Deputado ou Senador que, depois de empossado, se
mantém como sócio controlador de empresa que goza de favor decorrente de contrato com seu
Estado de origem, será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação
de partido político representado no Congresso Nacional.
Comentários:
Quando o parlamentar violar uma das proibições do art. 54, CF/88, a perda do mandato será
decidida (votada) pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal. Nesse caso, não cabe
mera declaração pela Mesa da respectiva Casa Legislativa. Questão errada.
(TCM-GO – 2015) É constitucionalmente válida a perda de mandato por quebra de decoro
imposta a Deputado ou Senador que esteja regularmente licenciado, por atos praticados na
constância da licença.
Comentários:
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Os dinheiros públicos sofrem duas formas de controle: i) o controle interno, realizado no âmbito
de cada Poder e; ii) o controle externo, de competência do Poder Legislativo. Veja o que dispõe
a Constituição sobre o controle interno:
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos
direitos e haveres da União;
O controle interno é realizado dentro de cada Poder. No Poder Executivo, o controle interno é
realizado pela Controladoria-Geral da União (CGU); no Judiciário, é realizado pelo Conselho
Nacional de Justiça (CNJ). Determina a Carta Magna que os responsáveis pelo controle interno,
ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, deverão cientificar o
Tribunal de Contas da União (TCU), sob pena de responsabilidade solidária (art. 74, CF/88).
O controle externo é exercido por órgão que não integra a estrutura daquele que será
fiscalizado. Trata-se do controle exercido pelo Poder Legislativo sobre os demais Poderes, como
veremos mais detalhadamente a seguir.
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que o TCU proceda a essa mesma fiscalização. Nesse sentido, entende o STF que a Controladoria-
Geral da União (CGU) tem atribuição para fiscalizar a aplicação dos recursos públicos federais
repassados, nos termos de convênios, aos Municípios. Não seria essa, portanto, uma atribuição
exclusiva do TCU49.
É importante destacar que pode haver participação popular no controle externo. Segundo a
Constituição, qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na
forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União (art.
74, § 2º, CF).
Veja importante entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre esse assunto:
49
RMS 25943/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 24.11.2010.
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3 – Os Tribunais de Contas
A missão desses órgãos é orientar o Poder Legislativo no exercício do controle externo. Embora
o titular do controle externo seja o Poder Legislativo, são os Tribunais de Contas os órgãos que,
tecnicamente, realizam essa atividade. Cabe destacar que a atuação dos Tribunais de Contas
alcança toda a Administração Pública (direta e indireta), de todos os Poderes.
Devido à relevância de sua atividade, a CF/88 confere autonomia e independência aos Tribunais
de Contas. Esses órgãos podem, inclusive, realizar o controle de constitucionalidade das leis. Veja
o que entende o STF a respeito desse assunto:
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Esse controle de constitucionalidade não se dá em abstrato (lei em tese), mas sim no caso concreto
(via de exceção). Por meio dele, pode a Corte de Contas deixar de aplicar um ato por considerá-
lo incompatível com a Constituição.
O Tribunal de Contas da União (TCU) é composto de 9 (nove) Ministros. Tem sede no Distrito
Federal e jurisdição em todo o território nacional. Seus Ministros dispõem das mesmas
prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de
Justiça (STJ). Para sua investidura, é necessário o cumprimento dos requisitos enumerados no art.
73, §1º, da CF:
d) Mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os
conhecimentos mencionados acima.
A escolha de um terço (três) desses Ministros cabe ao Presidente da República, com posterior
aprovação dos nomes pelo Senado Federal. Dois desses Ministros deverão ser escolhidos
alternadamente entre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em
lista tríplice pelo TCU, segundo critérios de antiguidade e merecimento. Os outros dois terços
são escolhidos pelo Congresso Nacional, na forma de seu regimento interno.
Destaca-se, ainda, que o auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mesmas garantias
e impedimentos do titular e, quando no exercício das demais atribuições da judicatura, as de juiz
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de Tribunal Regional Federal (art. 73, § 4º, da CF/88). Como o auditor é substituto do Ministro, a
ele se aplica a exigência de idade mínima de 35 anos. Nesse sentido, entende o STF (ADI 373/PI,
DJ de 6.5.1994) que é razoável a exigência desse limite de idade para ingresso no cargo de Auditor
de Tribunal de Contas estadual, uma vez que as normas estabelecidas para o TCU na CF/88 se
aplicam, de regra, aos Tribunais de Contas dos Estados.
Determina também, em seu parágrafo único, que prestará contas qualquer pessoa física ou
jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens
e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações
de natureza pecuniária.
Desse modo, o controle das contas públicas é de competência do Congresso Nacional, que o
exercerá com auxílio do TCU (art. 71, “caput”, CF). Vamos ler esse artigo?
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o
auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
No que se refere às contas dos administradores e demais responsáveis por recursos públicos,
a competência do TCU é para julgá-las. Isso vale, inclusive, para as contas dos demais poderes da
República (Poder Legislativo e Poder Judiciário) e para as contas do Ministério Público. Assim, é o
TCU o responsável por julgar as contas do Poder Legislativo, do Poder Judiciário e do Ministério
Público.
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Outro ponto de destaque é que entende o STF (MS 25.092, DJ de 17.3.2006) que as empresas
públicas e as sociedades de economia mista, integrantes da Administração Indireta, estão
sujeitas à fiscalização do Tribunal de Contas, não obstante os seus servidores estarem sujeitos
ao regime celetista. No mesmo sentido, entende a Corte (MS 21.644, DJ 8.11.1996) que entidades
de direito privado se sujeitem à fiscalização do Estado quando dele recebem recursos, devendo
seus dirigentes prestar contas dos valores recebidos. Além disso, também os conselhos
profissionais (Conselhos Federais e Conselhos Regionais de classe profissional), por terem
natureza autárquica, devem prestar contas ao TCU (MS 21.797, DJ 18.5.2001). Continuemos a
análise do artigo...
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal,
a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo
de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias,
reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o
fundamento legal do ato concessório;
Os atos de concessão de aposentadorias, reformas e pensões também são apreciados pelo TCU.
Entretanto, as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório não
são apreciadas pela Corte de Contas.
Destaca-se que o registro de aposentadorias não se aplica aos benefícios obtidos por meio do
Regime Geral de Previdência Social (RGPS), mas apenas aos obtidos por meio do Regime Próprio
de Previdência dos Servidores (RPPS), dos servidores estatutários. Assim, os empregados de
empresas públicas e sociedades de economia mista têm apenas seus atos de admissão apreciados
pelo TCU, sendo as aposentadorias e pensões apreciadas no âmbito do RGPS.
Sobre a concessão de aposentadoria, destaca-se, ainda, que segundo o STF, esta se configura
em ato administrativo complexo, aperfeiçoando-se somente com o registro perante o Tribunal
de Contas. Em outras palavras, para que alguém seja efetivamente aposentado, é necessário:
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Após a concessão da aposentadoria pelo órgão, o servidor já poderá usufruí-la, mas não estará
efetivamente aposentado, uma vez que ainda cabe manifestação do Tribunal de Contas, que
poderá conceder ou negar o registro. Havendo negativa do Tribunal de Contas, é possível até
mesmo que o servidor retorne à atividade.
Nos processos perante o TCU, deve ser assegurado o contraditório e a ampla defesa sempre
que da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o
interessado. Porém, não se assegura o contraditório e ampla defesa na apreciação da legalidade
do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão. É esse o entendimento
consignado na Súmula Vinculante nº 03:
Súmula Vinculante n. 03
Segundo o STF, há um prazo decadencial de 5 anos para que o TCU aprecie a legalidade do ato
de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão. Após 5 anos da chegada do processo
na Corte de Contas, haverá “concessão tácita” da aposentadoria. Em outras palavras, o TCU tem
o prazo máximo de 5 anos para apreciar a legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria,
reforma e pensão.
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Com base no art. 71, inciso VI, o STF entendeu que o TCU não tem competência para fiscalizar a
aplicação dos recursos recebidos a títulos de “royalties”, decorrentes da extração de petróleo,
xisto betuminoso e gás natural, pelos Estados e Municípios. Trata-se de competência dos Tribunais
de Contas Estaduais, e não do TCU, tendo em vista que o art. 20, § 1º, da Constituição, qualificou
os “royalties” como receita própria dos Estados, Distrito Federal e Municípios50. O TCU fiscaliza
os recursos repassados pela União aos entes federativos mediante convênio, acordo, ajuste ou
outros instrumentos congêneres.
50
MS 24.312-RJ, Rel. Min. Ellen Gracie, 19.02.2003.
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Os atos administrativos podem ser sustados diretamente pelo TCU, sendo comunicada a
decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal. Já no que se refere aos contratos
administrativos, a sustação caberá ao Congresso Nacional, que solicitará ao Executivo a
anulação desses atos. Caso essas medidas não sejam adotadas no prazo de noventa dias, o TCU
adquirirá competência para decidir a respeito, podendo determinar a sustação do contrato.
Entende o STF que o TCU tem legitimidade para expedir medidas cautelares para prevenir a
ocorrência de lesão ao erário ou a direito alheio, bem como para garantir a efetividade de suas
decisões. Isso decorre da teoria de poderes implícitos, segundo a qual a toda competência
prevista constitucionalmente correspondem, ainda que implicitamente, as prerrogativas
necessárias para lhe dar efetividade (MS 26.547/DF, 23.05.2007).
Entretanto, não tem a Corte de Contas, segundo o STF, poder para decretar quebra de sigilo
bancário (Notícias STF, 17.12.2007). Isso porque o TCU é um órgão auxiliar do Poder Legislativo,
mas não se confunde com este. Cabe ao Legislativo, não ao TCU, determinar a invasão dos dados
bancários.
Há que se mencionar, todavia, que o TCU tem competência para requisitar informações relativas
a operações de crédito originárias de recursos públicos. Esse foi o entendimento firmado pelo
STF no âmbito do MS 33.340/DF. No caso concreto, o TCU havia requisitado ao BNDES
informações relativas a operações de crédito.
Mas atenção! Não é que o TCU possa determinar a quebra do sigilo bancário. Segundo o STF, “as
operações financeiras que envolvam recursos públicos não estão abrangidas pelo sigilo
bancário”. Há uma relativização do sigilo dessas informações frente ao interesse de toda a
sociedade de conhecer o destino dos recursos públicos.
Também não tem o TCU função jurisdicional (de “dizer o direito”). Entende o Pretório Excelso
que o TCU não é um tribunal administrativo, no sentido francês, dotado de poder de solução dos
conflitos em última instância. O princípio da inafastabilidade da jurisdição impede que haja essa
equiparação, além do que os poderes desse órgão estão devidamente delimitados
constitucionalmente no artigo 71. 51
51
MS 29599 DF, DJe-030, p. 15/02/2011.
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A Constituição Federal atribuiu às decisões do TCU que resultem na imputação de débito ou multa
eficácia de título executivo extrajudicial. Isso significa que a decisão do TCU já servirá como
fundamento para um processo de execução contra aquele que sofreu a penalidade. A execução
dessas decisões, todavia, não compete ao TCU, mas sim à Advocacia-Geral da União.
Em nível estadual, é possível até mesmo que o Poder Legislativo seja o responsável pelo
julgamento das contas do TCE, a depender do que está previsto na Constituição Estadual. Nesse
sentido, entende o STF que “surge harmônico com a Constituição Federal diploma revelador do
controle pelo Legislativo das contas dos órgãos que o auxiliam, ou seja, dos tribunais de contas”53.
Apenas como exemplo, a Constituição do Rio de Janeiro prevê que as contas do TCE/RJ serão
julgadas pela Assembleia Legislativa.
A CF/88 criou um mecanismo especial de fiscalização dos indícios de despesas não autorizadas,
como forma de assegurar a obediência à lei orçamentária. Trata-se de fiscalização realizada pela
Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) com o auxílio do TCU.
Determina a Constituição, em seu artigo 72, que a CMO, diante de indícios de despesas não
autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou de subsídios não
aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco
dias, preste os esclarecimentos necessários. Não prestados os esclarecimentos, ou considerados
estes insuficientes, a Comissão solicitará ao TCU pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no
prazo de trinta dias. Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que o gasto
52
ADI 4070/RO, rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 19.12.2016
53
ADI 1.175, Rel. Min. Marco Aurélio, DJ de 19.12.2006.
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possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional
sua sustação.
Reza o art. 75 da Constituição Federal que as normas estabelecidas para o TCU aplicam-se, no
que couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do
Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios. Trata-se de
uma aplicação do princípio da simetria.
“No Tribunal de Contas Estadual, composto por sete conselheiros, quatro devem
ser escolhidos pela Assembleia Legislativa e três pelo Chefe do Poder Executivo
estadual, cabendo a este indicar um dentre auditores e outro dentre membros do
Ministério Público, e um terceiro à sua livre escolha.”
Note-se ainda que os vencimentos dos Conselheiros dos Tribunais de Contas dos Estados deverão
ter como parâmetro aqueles dos desembargadores do Tribunal de Justiça (ADI 396, DJ de
5.8.2005).
Os Tribunais de Contas dos Estados (TCEs) são responsáveis pelo controle externo da
Administração Pública estadual, direta e indireta. O poder de controle do TCE alcança, inclusive,
o Poder Legislativo estadual. Segundo o STF, é inconstitucional norma da Constituição Estadual
que atribui à Assembleia Legislativa a competência para analisar e julgar as contas do Poder
Legislativo.54 Isso porque o controle de contas do Poder Legislativo estadual é atribuição do TCE.
54
ADI 1779. Rel. Min. Ilmar Galvão. Julgamento: 01.08.2001.
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Verifica-se, portanto, que a fiscalização do Município será feita pelo Legislativo Municipal
(controle externo) e pelo Executivo Municipal (controle interno), na forma da lei. No controle
externo, a Câmara Municipal contará com o auxílio dos Tribunais de Contas do Estado ou do
Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver. Note,
entretanto, a vedação feita pela Constituição em outro parágrafo do mesmo artigo:
A Constituição Federal de 1988 proíbe que sejam criados órgãos de contas municipais. Eles até
existem, mas só aqueles que foram criados previamente à Constituição de 1988: o TCM-SP e o
TCM-RJ. Depois da CF/88, nenhum órgão de contas municipal foi criado, pois isso é proibido pela
Carta Magna.
Podem ser criados, todavia, órgãos estaduais com competência para o controle externo da
Administração Pública de todos os municípios de um determinado estado. São os Conselhos ou
Tribunais de Contas dos Municípios. É o caso, por exemplo, do TCM-GO, que é órgão estadual
com competência sobre todos os Municípios de Goiás.
Caso não exista um órgão de contas municipal (criado antes da CF/88) ou um órgão de contas
estadual com competência sobre todos os Municípios do estado, o controle externo da
Administração Pública municipal caberá ao Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Em síntese, o controle externo da Administração Pública municipal poderá ser feito por 3 (três)
tipos de órgãos diferentes:
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c) Tribunal de Contas do Estado (TCEs): Naqueles estados em que não existirem os órgãos
de contas a que fizemos alusão anteriormente, o controle externo da Administração Pública
municipal será competência do TCE.
Segundo o STF, os Estados têm autonomia para decidir se o controle externo das Administrações
Municipais será feito por Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) ou por Tribunal de Contas
Estadual (TCE), materializando-se tal decisão por norma constitucional estadual. Assim, a
Constituição Federal de 1988 não proíbe a extinção de Tribunais de Contas dos Municípios por
emenda à Constituição Estadual.55 Com base nesse entendimento, o STF julgou constitucional a
extinção do TCM-CE por emenda à Constituição Estadual. A Corte ainda destacou que não há
necessidade de participação dos Municípios no processo legislativo referente a essa matéria.
Art. 31, § 2º - O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas
que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de
dois terços dos membros da Câmara Municipal.
Para entender o tema “julgamento das contas do Prefeito”, será necessário que se saiba a
diferença entre contas de governo e contas de gestão.
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o
auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
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ADI 5763/CE, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 26.10.2017
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Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o
auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
(...)
Há que se destacar, porém, que o parecer dos Tribunais de Contas sobre as contas do Prefeito
somente deixará de prevalecer pelo voto de 2/3 dos membros da Câmara Municipal. Em outras
palavras, supondo que o Tribunal de Contas tenha recomendado a rejeição das contas do Prefeito,
o quórum exigido para que esse parecer seja afastado será de 2/3 dos membros da Câmara
Municipal. Temos, então, um quórum qualificado para que o parecer do Tribunal de Contas não
prevaleça.
A LC nº 64/90 prevê que ficarão inelegíveis os gestores públicos que tenham suas
contas rejeitadas por decisão irrecorrível de órgão competente.
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Não se admite o “julgamento ficto” das contas do Prefeito. Isso quer dizer que
a rejeição pelo Tribunal de Contas não é suficiente para tornar o Prefeito
inelegível. É preciso que a Câmara Municipal decida nesse sentido, não sendo
possível obrigá-la a julgar em tempo razoável as contas do Prefeito.
(PGM - Fortaleza – 2017) Os municípios não gozam de autonomia para criar novos tribunais,
conselhos ou órgãos de contas municipais.
Comentários:
A Carta Magna veda que os municípios criem novos tribunais, conselhos ou órgãos de contas
municipais (art. 31, § 4o, CF). Os Estados, entretanto, podem criar um órgão de controle externo
denominado Conselho ou Tribunal de Contas dos Municípios para auxiliarem as Câmaras de
Vereadores no controle externo. Questão correta.
(TCE-PE – 2017) Os tribunais de contas não exercem fiscalização quanto à legalidade e à
legitimidade dos atos administrativos praticados pelo Poder Judiciário, que tem autonomia
administrativa e financeira.
Comentários:
Os Tribunais de Contas exercem, sim, a fiscalização dos atos administrativos praticados pelo Poder
Judiciário. Enquanto o CNJ realiza o controle interno do Poder Judiciário, os Tribunais de Contas
exercem o controle externo. Questão errada.
(TCE-PE – 2017) Decisão de tribunal de contas estadual de impor multa a responsável por
irregularidades no uso de bens públicos possui eficácia de título executivo e pode ser executada
por iniciativa do próprio tribunal de contas do estado ou do Ministério Público local.
Comentários:
As decisões dos Tribunais de Contas de que resulte a aplicação de multa têm eficácia de título
executivo extrajudicial. A execução é feita pela Advocacia Pública (e não pelo próprio Tribunal de
Contas ou Ministério Público). Questão errada.
(Procurador de Curitiba – 2015) O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será
exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete julgar as contas prestadas
anualmente pelo Presidente da República, no prazo de sessenta dias a contar de seu recebimento.
Comentários:
É o Congresso Nacional que julga as contas do Presidente da República. O TCU apenas aprecia
as contas do Presidente. Questão errada.
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(TJDFT – 2015) O TCU e, pelo princípio da simetria, os tribunais de contas estaduais, têm
legitimidade para requisitar, diretamente, informações que importem a quebra de sigilo bancário.
Comentários:
Os Tribunais de Contas não podem requisitar informações que importem a quebra de sigilo
bancário. Questão errada.
(MPT – 2015) Dentre os requisitos previstos na Constituição da República para o cargo de Ministro
do Tribunal de Contas da União estão os referentes a notórios conhecimentos jurídicos, contábeis,
econômicos e de administração pública, devendo ter mais de cinco anos de exercício de função
ou de efetiva atividade profissional.
Comentários:
É requisito constitucional para o cargo de Ministro do TCU mais de 10 anos de exercício de
função ou de efetiva atividade profissional que exija notórios conhecimentos jurídicos,
contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública. Questão errada.
(MPT – 2015) O Tribunal de Contas da União não tem competência para fiscalizar as contas
nacionais de empresas supranacionais.
Comentários:
É competência do TCU fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital
social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo (art. 71,
V). Questão errada.
(MPCM – 2015) Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o
contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato
administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de
concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
Comentários:
É exatamente o que prevê a Súmula Vinculante nº 03. Questão correta.
(SAPeJUS-GO – 2015) Cabe ao Tribunal de Contas da União julgar as contas do presidente da
República, podendo o Congresso Nacional suspender a decisão, caso discorde dela.
Comentários:
É o Congresso Nacional que julga as contas do Presidente da República. Questão errada.
(TCE-MG – 2015) Considere que a constituição de um determinado Estado da Federação prevê,
além do Tribunal de Contas do Estado, a existência de um Conselho Estadual de Contas dos
Municípios, encarregado de auxiliar as Câmaras Municipais no exercício de seu poder de controle
externo. Na hipótese, é correto afirmar que a referida norma constitucional é inconstitucional,
porque fere a regra da Constituição da República que proíbe a criação de tribunais, conselhos ou
órgãos de contas municipais.
Comentários:
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QUESTÕES COMENTADAS
Poder Legislativo
b) O Poder Legislativo detém a função típica de legislar e é exercido pela Câmara dos Deputados,
com legislatura de cinco anos.
e) O Senado Federal e a Câmara dos Deputados possuem como função precípua o controle
recíproco do exercício de suas funções, nesse caso deliberando por maioria absoluta dos votos de
cada Casa, presente a maioria dos seus membros.
Comentários:
Letra A: correta. O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo
Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar(art. 45, § 1º, CF).
Letra B: errada. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal (art. 44, “caput”, CF). A legislatura tem a duração
de quatro anos (art. 44, parágrafo único, CF).
Letra C: errada. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo
sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal (art. 45, “caput”,
CF).
Letra D: errada. Os Estados e o Distrito Federal não podem ter menos de oito ou mais de setenta
Deputados (art. 45, § 1º, CF)
Letra E: errada. As funções precípuas do Senado Federal e da Câmara dos Deputados são legislar
e fiscalizar, por meio do controle externo. Além disso, em regra, as deliberações das Casas
Legislativas se dão por maioria dos votos, presente a maioria absoluta dos seus membros (art. 47,
CF).
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O gabarito é a letra A.
2. O número total de deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal,
será estabelecido por lei complementar.
4. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa serão tomadas por
maioria absoluta de votos, presente a maioria relativa de seus membros.
Comentários:
A primeira assertiva está errada. A legislatura tem a duração de quatro anos (art. 44, parágrafo
único, CF).
A segunda assertiva está correta. De fato, a Carta Magna prevê que o número total de Deputados,
bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei
complementar(art. 45, § 1º, CF).
A terceira assertiva está correta. Segundo a CF/88, os Estados da federação não poderão ter
menos de oito ou mais de setenta Deputados (art. 45, § 1º, CF)
O gabarito é a letra C.
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d) dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades
controladas pelo Poder Público Federal.
Comentários:
Letra A: errada. Compete privativamente à Câmara dos Deputados proceder à tomada de contas
do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta
dias após a abertura da sessão legislativa (art. 51, II, CF).
Letra B: errada. Compete privativamente à Câmara dos Deputados autorizar, por dois terços de
seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República
e os Ministros de Estado (art. 51, I, CF).
O gabarito é a letra D.
4. (NUCEPE / PC-PI – 2018) As Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) são uma das
formas do Poder Legislativo exercer sua função fiscalizadora. Sobre as CPIs, assinale a
alternativa CORRETA.
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c) Visam apurar ilegalidades no âmbito do legislativo, com o auxílio do Tribunal de Contas, desde
que autorizada sua instalação pela maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional.
d) As Comissões Parlamentares de Inquérito podem ser criadas para apurar qualquer fato dentro
do prazo de uma legislatura, devendo suas conclusões serem remetidas ao Ministério Público e ao
Tribunal de Contas da União.
e) Somente podem ser criadas pelo requerimento de dois terços dos membros do Congresso
Nacional, tendo por objeto a apuração de fato determinado.
Comentários:
Letra A: correta. De fato, trata-se de ato sujeito à reserva de jurisdição, fora da competência das
Comissões Parlamentares de Inquérito.
Letra C: errada. As CPIs visam apurar fato determinado e por prazo certo, no âmbito de qualquer
dos Poderes.
Letra D: errada. As conclusões das CPIs, se for o caso, deverão ser encaminhadas ao Ministério
Público (art. 58 § 3º, CF).
Letra E: errada. As CPIs podem ser criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal,
em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de 1/3 (um terço) de seus membros,
para apuração de fato determinado e por prazo certo (art. 58 § 3º, CF).
O gabarito é a letra A.
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b) Mesmo depois de extinto o mandato, o parlamentar não poderá ser processado por suas
opiniões, palavras e votos proferidos durante o mandato e relacionados ao exercício de suas
funções.
d) Os membros do Congresso Nacional podem ser presos em flagrante, ainda que por crime que
admita fiança.
Comentários:
Letra A: errada. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de
suas opiniões, palavras e votos (art. 53, CF).
Letra B: correta. De fato, mesmo após a extinção do mandato, o o parlamentar não poderá ser
processado por suas opiniões, palavras e votos proferidos durante o mandato e relacionados ao
exercício de suas funções.
Letra C: errada. O Deputado ou Senador que investido no cargo de Ministro de Estado não perde
o mandato (art. 56, CF).
Letra D: errada. Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão
ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável (art. 53, § 2º, CF).
Letra E: errada. A imunidade relativa ao processo penal abrange os crimes cometidos após a
diplomação (art. 53, § 3º, CF).
O gabarito é a letra B.
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e) As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar pedidos escritos
de informações a Ministros de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados
à Presidência da República, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o não
atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas.
Comentários:
Letra A: correta. De fato, nos termos do art. 52, II, da Constituição Federal, compete
privativamente ao Senado Federal processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal,
os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o
Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade.
Letra B: correta. O art. 51, II, da Carta Magna, prevê que compete privativamente à Câmara dos
Deputados proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas
ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa.
Letra C: errada. De fato, essas atribuições são de competência exclusiva do Congresso Nacional.
Todavia, independem de sanção do Presidente da República para serem executadas (art. 49, IV,
CF).
O gabarito é a letra C.
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b) Desde a posse, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante
de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa
respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
c) Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a posse, o
Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político
nela representado e pelo voto da maioria absoluta de seus membros, poderá, até a decisão final,
sustar o andamento da ação.
Comentários:
Letra A: errada. Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito
anos. A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro
anos, alternadamente, por um e dois terços (art. 46, §§ 1o e 2o, CF).
Letra B: errada. Desde a diplomação, os membros do Congresso Nacional não poderão ser
presos, salvo em flagrante de crime inafiançável (art. 53, § 2º, CF).
Letra C: errada. Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a
diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de
partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão
final, sustar o andamento da ação (art. 53, § 3º, CF).
Letra D: correta. De fato, as leis complementares aprovadas por um procedimento mais dificultoso
que o das leis ordinárias. Além disso, diferem quanto ao conteúdo: as leis complementares
existirão sempre que a Constituição Federal determinar que a matéria deve ser objeto de
regulamentação por esse tipo legislativo.
Letra E: errada. As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o primeiro dia útil
subsequente, quando recaírem em sábados, domingos ou feriados (art. 57, § 1o, CF).
O gabarito é a letra D.
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a) Eles têm foro privilegiado e devem ser julgados, por crime comum, perante o Superior Tribunal
de Justiça.
b) Para serem processados criminalmente, é preciso prévia licença da Casa a que pertencem.
Comentários:
Letra A: errada. A competência para julgar deputados e senadores é do STF, e não do STJ.
Letra C: errada. Mesmo quando na condição de réus, os congressistas estão desonerados do dever
de testemunhar em juízo sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do
mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.
Letra E: errada. A perda do mandato por quebra do decoro parlamentar não se dá por sentença
judicial transitada em julgado, mas sim por decisão da maioria absoluta da respectiva Casa,
assegurada ampla defesa (art. 55, § 2o, CF).
O gabarito é a letra D.
9. (UEG / PC-GO – 2013) Na divisão das funções entre os poderes da república, cabe ao
legislativo tarefas de legislar e fiscalizar, dentre outras. Essas tarefas são exercidas por meio
do Congresso, cujos trabalhos desenvolvem-se
a) no período da legislatura, que é de quatro anos e cujo término impede a continuidade das
comissões.
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Comentários:
O trabalho do Legislativo se dá durante a legislatura, que é de quatro anos (art. 44, parágrafo
único, CF). O enunciado é impreciso, não define quais tipos de comissão se encerram ao final da
legislatura. Essa é uma regra que se aplica às comissões temporárias, mas não às comissões
permanentes. De todo modo, avaliando a alternativa “mais correta”, o gabarito é a letra A.
10. (FGV / TCE-RJ – 2015) Dois deputados federais, líderes dos seus partidos políticos na
respectiva Casa Legislativa, logo no início da legislatura, decidiram mobilizar-se com o
objetivo de instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito. A respeito da comissão a ser
instaurada, é correto afirmar que:
a) por ter poderes de investigação próprios de autoridade judicial, pode vir a determinar, em
deliberação fundamentada, a quebra de sigilo telefônico;
b) por tratar-se de comissão temporária, não é preciso observar-se, tanto quanto possível, a
representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da
respectiva Casa;
c) comissão dessa natureza possui poderes próprios de autoridade judiciária, podendo convocar
qualquer membro do Poder Executivo para prestar esclarecimentos;
d) não pode convocar advogados para prestar esclarecimentos, pois esses agentes desempenham
função essencial à administração da justiça;
Comentários:
Letra A: correta. As CPI`s têm poderes para determinar a quebra do sigilo telefônico. O que
elas não podem determinar é a interceptação telefônica, medida reservada exclusivamente ao
Poder Judiciário.
Letra B: errada. Segundo o art. 58, § 1º, CF/88, “na constituição das Mesas e de cada Comissão,
é assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos
parlamentares que participam da respectiva Casa”. Essa regra da “representação proporcional”
também vale para as CPI`s.
Letra C: errada. As CPI`s não podem convocar o Chefe do Poder Executivo, sob pena de violação
ao princípio da separação de poderes.
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Letra D: errada. As CPI`s pode convocar particulares para prestar esclarecimentos, inclusive
advogados.
Letra E: errada. As CPI`s não pode determinar a busca e apreensão domiciliar, medida reservada
exclusivamente ao Poder Judiciário.
11. (FGV / ISS Niterói – 2015) Determinada Comissão Parlamentar de Inquérito, instituída
no âmbito da Câmara dos Deputados, deliberou, de maneira fundamentada e pela
unanimidade dos seus membros, que:
(1) o Chefe do Poder Executivo Federal deveria ser ouvido pela CPI;
(2) seria determinada a quebra do sigilo bancário e telefônico de alguns servidores públicos
federais titulares de cargos de provimento efetivo;
(3) seria determinada a indisponibilidade dos bens dos envolvidos em desvios de recursos
públicos;
(5) poderia ser determinada a prisão em flagrante da testemunha que faltasse com a verdade
durante depoimento prestado à CPI.
Comentários:
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(3) A CPI não pode determinar a aplicação de medidas cautelares, como é o caso da determinação
de indisponibilidade de bens.
(4) A CPI não pode determinar a interceptação telefônica (acesso ao conteúdo das conversas). O
que a CPI pode determinar é a quebra do sigilo telefônico (acesso aos registros telefônicos).
(5) A CPI pode efetuar prisões em flagrante. Assim, a CPI pode determinar a prisão em flagrante
da testemunha que faltasse com a verdade durante depoimento prestado à CPI.
Observe que “faltar com a vontade” significa mentir, e não simplesmente deixar de revelar fatos
que possam lhe incriminar. Nesse sentido, no HC nº 73.035-3, o STF já decidiu que:
O gabarito, portanto, é a letra A. As assertivas (2) e (5) estão em harmonia com a ordem
constitucional.
12. (FGV / TJ-PI – 2015) O Senado Federal e a Câmara dos Deputados decidiram instituir
comissão parlamentar de inquérito (CPI), formada por Senadores e Deputados Federais, com
o objetivo de investigar o teor de certas decisões proferidas por um Juiz de Direito, já que
sobre ele pesavam acusações de corrupção. Além disso, a comissão deveria apurar a
existência de diversas irregularidades detectadas em determinado serviço público estadual,
o qual estaria sendo prestado de maneira ineficiente, ensejando a proliferação da corrupção.
Comentários:
Letra A: errada. Não há elementos para que se afirme que a CPI foi irregularmente constituída. A
constituição de CPI depende do requerimento de 1/3 dos membros da Casa Legislativa.
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Letra B: correta. A CPI não pode investigar atos tipicamente jurisdicionais, sob pena de violação
ao princípio da separação de poderes.
Letra C: errada. As CPI`s federais não podem investigar o serviço público estadual, sob pena de
violação ao princípio da separação de poderes.
Letra D: errada. O objeto da CPI não foi corretamente delimitado, pois o enunciado nos informa
que ela foi instituída para investigar algumas decisões de um Juiz e, ainda, sobre irregularidades
detectadas em serviço público estadual. Não foi definido um “fato determinado” sobre o qual
recairão as investigações parlamentares.
O gabarito é a letra B.
13. (PUC-PR / TJ-MS – 2017) Assinale a alternativa CORRETA acerca dos Tribunais de
Contas.
b) Apenas o Presidente da República possui competência para a escolha dos Ministros do Tribunal
de Contas da União.
c) A Constituição Federal de 1988 exige que, para ser nomeado Ministro do Tribunal de Contas
da União, o candidato deve ser brasileiro e, obrigatoriamente, graduado em direito.
Comentários:
Letra A: errada. O art. 73, § 3º, da Carta Magna, assegura aos Ministros do Tribunal de Contas da
União (TCU) as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos
Ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Letra B: errada. Os Ministros do Tribunal de Contas da União são escolhidos (art. 73, § 2º, CF):
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Letra C: errada. Os Ministros do Tribunal de Contas da União são, por determinação do art. 73, §
1º, da Constituição, nomeados dentre brasileiros que cumprem os seguintes requisitos:
Letra D: errada. Os Tribunais de Contas dos Estados são compostos por sete Conselheiros (art.
75, parágrafo único, CF).
Letra E: correta. De fato, o “caput” do art. 71 da Carta Magna prevê que o controle externo, a
cargo do Congresso Nacional, deverá ser exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União.
O gabarito é a letra E.
14. (UEG / Prefeitura de Santa Helena – 2015) Nos termos da Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988, a fiscalização dos Municípios, realizada sobre as contas anuais
do prefeito, será exercida pelo Poder
a) Legislativo, mediante controle interno da Câmara Municipal, com o auxílio dos Tribunais de
Contas dos Estados ou Municípios ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios.
b) Executivo, mediante sistemas de controle interno, com o auxílio dos Tribunais de Contas dos
Estados ou Municípios ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, e pelo controle
externo da Câmara Municipal.
c) Judiciário, mediante controle externo, com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou
Municípios ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, e pelos sistemas de controle
interno do Poder Executivo Municipal.
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d) Legislativo, mediante controle externo da Câmara Municipal, com o auxílio dos Tribunais de
Contas dos Estados ou Municípios ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, e
pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal.
Comentários:
A fiscalização dos Municípios é realizada pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle
externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei (art.
31, CF). O controle externo da Câmara Municipal é exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas
dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde
houver (art. 31, § 1o, CF). O gabarito é a letra D.
Considerando esse modelo de controle externo, caso um município que ainda não possua, mas
pretenda instituir, um órgão de contas municipal:
a) poderá criar um tribunal de contas do município se previamente autorizado por lei municipal,
desde que previsto na lei orgânica do ente federado;
b) poderá criar um tribunal de contas do município se previamente autorizado por lei estadual
aprovada pela assembleia legislativa do estado e ratificada por lei municipal;
c) poderá criar um tribunal de contas do município se previamente autorizado por lei federal
aprovada pelo Congresso Nacional e ratificada por lei municipal;
d) de acordo com o arcabouço constitucional vigente, não poderá criar um órgão municipal de
contas, pois essa possibilidade é vedada pela Constituição da República;
e) poderá criar um conselho municipal de contas, única forma admitida pela Constituição da
República para novos órgãos municipais de contas, se previamente autorizado por lei municipal e
previsto na lei orgânica do ente federado.
Comentários:
Essa é uma questão muito interessante! Para resolvê-la, você precisava saber o que prevê o art.
31, § 4º, CF/88, segundo o qual “é vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de
Contas Municipais”.
Com base nesse dispositivo, é possível afirmar que, após a Constituição Federal de 1988, não
podem ser criados Tribunais de Contas Municipais. Observe que, no Brasil, existem dois Tribunais
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Destaca-se a posição do STF de que poderá ser instituído no Município um Tribunal de Contas
que, embora atue em um Município específico, será um órgão estadual. Esse órgão será
denominado Conselho ou Tribunal de Contas dos Municípios (ADI 687, Rel. Min. Celso de Mello,
DJ de 10.02.2006).
Vamos às alternativas!
Letras A, B e C: erradas. Não poderá ser criado um Tribunal de Contas no Município, ainda que
haja previsão na Lei Orgânica, lei estadual ou em lei federal. Caso isso ocorresse, haveria violação
direta ao art. 31, § 4º, CF/88.
Letra E: errada. A CF/88 não admite a criação de um Tribunal de Contas do Município. A Carta
Magna autoriza apenas a criação de órgão estadual, denominado Conselho ou Tribunal de Contas
dos Municípios.
16. (FGV / TCM-SP – 2015) A respeito da atuação dos Tribunais de Contas na fiscalização
contábil, financeira e orçamentária, considere V para a(s) afirmativa(s) verdadeira(s) e F para
a(s) falsa(s).
( ) A fiscalização das empresas públicas e das sociedades de economia mista está limitada aos bens
ou valores públicos por elas administrados.
( ) O Tribunal de Contas possui competência para julgar as contas de gestão do Chefe do Poder
Executivo de qualquer ente federativo.
( ) Na medida em que o Tribunal de Contas está inserido na estrutura do Poder Legislativo, suas
decisões condenatórias estão suscetíveis à revisão dessa estrutura de poder nas hipóteses
previstas em lei.
A sequência correta é:
a) V – F – F;
b) F – V – V;
c) F – F – F;
d) V – V – V;
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e) V – F – V.
Comentários:
A primeira assertiva está errada. As empresas públicas e as sociedades de economia mista estão
sujeitas à fiscalização do TCU, inclusive aquelas que exploram atividade econômica. A fiscalização
do TCU não se limita aos bens ou valores públicos, mas todos os bens administrados pelas
empresas públicas ou sociedades de economia mista.
A segunda assertiva está errada. Os Tribunais de Contas não julgam as contas do Chefe do Poder
Executivo. Eles apenas apreciam as contas do Chefe do Poder Executivo, mediante parecer prévio.
O julgamento dessas contas cabe ao Poder Legislativo.
A terceira assertiva está errada. O Tribunal de Contas não integra a estrutura do Poder Legislativo.
Trata-se de órgãos autônomos. Suas decisões não estão suscetíveis à revisão pelo Poder
Legislativo.
O gabarito é a letra C.
b) exclusivamente pela Câmara Municipal, órgão competente para emitir parecer e julgar as contas
de governo apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo do município;
c) pelo Tribunal de Contas da União, pois os recursos minerais, inclusive os do subsolo, são de
propriedade da União;
d) exclusivamente pelo Congresso Nacional, órgão competente para apreciar a correta aplicação
de bens e receitas da União;
e) pelo Tribunal de Contas do Estado, pois pertencem a cada ente federativo as receitas recebidas
a título de participação, sendo tão somente repassadas pela União.
Comentários:
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Para resolver essa questão, você deveria saber que os royalties são considerados “receita própria”
dos Estados, Distrito Federal e Municípios, em razão do art. 20, § 1º, CF/88. Por isso, não é da
competência do TCU fiscalizar os recursos repassados aos Municípios na forma de royalties. A
competência é dos Tribunais de Contas Estaduais.
Foi exatamente esse o posicionamento do STF no MS 24.312. Segundo a Corte, cabe ao TCU
apenas a fiscalização dos recursos repassados pela União “mediante convênio, acordo, ajuste ou
outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município".
O gabarito é a letra E.
b) O Tribunal de Contas não tem competência para julgar as contas das empresas públicas e
sociedades de economia mista, por ausência de previsão constitucional.
c) A competência dos Tribunais de Contas dos Estados pode ser reduzida em relação ao modelo
federal, em decorrência da capacidade de auto-organização do Estado-membro.
d) As decisões do Tribunal de Contas, de que resulte imputação de débito ou multa, terão eficácia
de título executivo.
Comentários:
Letra A: errada. A Súmula nº 347/STF dispõe que o Tribunal de Contas, no exercício de suas
atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público.
Letra B: errada. As empresas públicas e as sociedades de economia mista também estão sujeitas
à fiscalização do Tribunal de Contas.
Letra C: errada. Pelo princípio da simetria, as normas estabelecidas para o TCU aplicam-se, no que
couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do
Distrito Federal.
Letra D: correta. De fato, as decisões do TCU terão eficácia de título executivo extrajudicial (art.
71, § 3º).
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Letra E: errada. O Ministério Público não tem competência para realizar o controle externo da
Administração Püblica.
O gabarito é a letra D.
19. (FGV / SUDENE – 2013) Petrus é administrador público, chefe do executivo, tendo
sido comunicado pelo Congresso Nacional que deveria sustar a execução de determinado
contrato administrativo, por força da constatação de irregularidades pelo Tribunal de Contas
da União. Nos termos da Constituição Federal, cabe ao Tribunal de Contas, ao exercer o
controle externo,
Comentários:
Letra A: correta. As decisões do TCU de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia
de título executivo extrajudicial.
Letra B: errada. O TCU pode impor sanções aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa
ou irregularidade de contas. Todavia, essas sanções não são equiparadas à prisão civil.
Letra C: errada. O TCU não tem competência para determinar a quebra de sigilo bancário e sigilo
telefônico.
Letra D: errada. A sustação de contratos administrativos não é feita diretamente pelo TCU, mas
sim pelo Congresso Nacional.
Letra E: errada. O TCU não precisa de autorização do Ministério Público para realizar auditorias.
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e) a sustação dos contratos, quando irregulares, deve ser sugerida pelo Congresso Nacional.
Comentários:
Letra A: errada. A sustação de contratos administrativos não é feita diretamente pelo TCU, mas
sim pelo Congresso Nacional.
Letra C: errada. A sustação de contratos está fora do âmbito da fiscalização contábil. Trata-se de
matéria de competência do Congresso.
21. (FGV / Fundação Pró-Sangue – 2013) De acordo com a Constituição Federal de 1988,
o sistema de controle interno tem a finalidade de:
a) apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, na administração
direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as
nomeações para cargo de provimento em comissão.
b) realizar, por iniciativa própria ou por determinação do Poder Legislativo, inspeções de natureza
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos
Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.
c) assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, se verificada ilegalidade.
d) fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo,
ajuste ou outros instrumentos congêneres, a um Estado, ao Distrito Federal ou a um Município.
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Comentários:
Letra B: errada. Outra tarefa de responsabilidade do controle externo (art. 71, IV).
Letra C: errada. Mais uma atribuição do controle externo (art. 71, IX).
Letra E: correta. Segundo o art. 74, II, é tarefa do controle interno comprovar a legalidade e
avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e
patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos
públicos por entidades de direito privado.
22. (FGV / Senado Federal – 2008) A respeito do Tribunal de Contas da União, assinale a
afirmativa incorreta.
Comentários:
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Letra A: correta. É o que prevê o inciso II do art. 71 da Constituição Federal. O TCU tem
competência para julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por recursos
públicos.
Letra D: correta. Trata-se de competência do TCU, prevista no art. 71, VII, CF/88.
Letra E: correta. Segundo o art. 71, VIII, o TCU tem competência para aplicar aos responsáveis,
em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que
estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário.
A letra C é o gabarito.
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LISTA DE QUESTÕES
Poder Legislativo
2. O número total de deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal,
será estabelecido por lei complementar.
4. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa serão tomadas por
maioria absoluta de votos, presente a maioria relativa de seus membros.
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4. (NUCEPE / PC-PI – 2018) As Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) são uma das
formas do Poder Legislativo exercer sua função fiscalizadora. Sobre as CPIs, assinale a
alternativa CORRETA.
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b) Mesmo depois de extinto o mandato, o parlamentar não poderá ser processado por suas
opiniões, palavras e votos proferidos durante o mandato e relacionados ao exercício de suas
funções.
c) Perderá o mandato o Deputado ou Senador que esteja investido no cargo de Ministro de
Estado.
d) Os membros do Congresso Nacional podem ser presos em flagrante, ainda que por crime que
admita fiança.
e) Os Deputados e Senadores possuem imunidade em relação ao processo penal, a qual abrange,
inclusive, os crimes ocorridos antes da diplomação.
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b) Desde a posse, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante
de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa
respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
c) Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a posse, o
Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político
nela representado e pelo voto da maioria absoluta de seus membros, poderá, até a decisão final,
sustar o andamento da ação.
d) A distinção entre leis ordinárias e complementares se dá no quórum de aprovação, de maioria
simples nas primeiras e maioria absoluta nas segundas, e no fato de que as leis complementares
existirão sempre que a Constituição Federal determinar que a matéria deve ser objeto de
regulamentação por esse tipo legislativo.
e) O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na capital federal, de 2 de fevereiro a 17 de
julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro, ainda que essas datas recaiam em sábados, sendo
remarcadas para o primeiro dia útil subsequente quando recaírem em domingos ou feriados.
a) Eles têm foro privilegiado e devem ser julgados, por crime comum, perante o Superior Tribunal
de Justiça.
b) Para serem processados criminalmente, é preciso prévia licença da Casa a que pertencem.
c) Eles estão desonerados do dever de testemunhar em juízo, somente sendo obrigados a
responder em juízo quando convocados na condição de réu.
d) Podem ser presos, desde que em flagrante de crime inafiançável.
e) Perderão o mandato depois de transitada em julgado a sentença judicial condenatória por
quebra de decoro parlamentar.
9. (UEG / PC-GO – 2013) Na divisão das funções entre os poderes da república, cabe ao
legislativo tarefas de legislar e fiscalizar, dentre outras. Essas tarefas são exercidas por meio
do Congresso, cujos trabalhos desenvolvem-se
a) no período da legislatura, que é de quatro anos e cujo término impede a continuidade das
comissões.
b) por meio de sessões legislativas ininterruptas, ordinárias e extraordinárias, em períodos
legislativos anuais.
c) no período da legislatura, que é de oito anos, coincidente com o mandato de senadores,
dividido em sessões legislativas.
d) em sessões legislativas ininterruptas, coincidentes com os mandatos dos deputados federais,
que são de quatro anos.
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10. (FGV / TCE-RJ – 2015) Dois deputados federais, líderes dos seus partidos políticos na
respectiva Casa Legislativa, logo no início da legislatura, decidiram mobilizar-se com o
objetivo de instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito. A respeito da comissão a ser
instaurada, é correto afirmar que:
a) por ter poderes de investigação próprios de autoridade judicial, pode vir a determinar, em
deliberação fundamentada, a quebra de sigilo telefônico;
b) por tratar-se de comissão temporária, não é preciso observar-se, tanto quanto possível, a
representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da
respectiva Casa;
c) comissão dessa natureza possui poderes próprios de autoridade judiciária, podendo convocar
qualquer membro do Poder Executivo para prestar esclarecimentos;
d) não pode convocar advogados para prestar esclarecimentos, pois esses agentes desempenham
função essencial à administração da justiça;
e) pode vir a determinar, em deliberação devidamente fundamentada, a realização de busca
domiciliar, a ser cumprida durante o dia.
11. (FGV / ISS Niterói – 2015) Determinada Comissão Parlamentar de Inquérito, instituída
no âmbito da Câmara dos Deputados, deliberou, de maneira fundamentada e pela
unanimidade dos seus membros, que:
(1) o Chefe do Poder Executivo Federal deveria ser ouvido pela CPI;
(2) seria determinada a quebra do sigilo bancário e telefônico de alguns servidores públicos
federais titulares de cargos de provimento efetivo;
(3) seria determinada a indisponibilidade dos bens dos envolvidos em desvios de recursos
públicos;
(4) as autoridades policiais deveriam providenciar a interceptação telefônica dos suspeitos de
praticarem lavagem de dinheiro;
(5) poderia ser determinada a prisão em flagrante da testemunha que faltasse com a verdade
durante depoimento prestado à CPI.
Considerando que a Comissão Parlamentar de Inquérito possui poderes de investigação próprios
das autoridades judiciais, é correto afirmar que as providências descritas em:
a) (2) e (5) estão em harmonia com a ordem constitucional.
b) (1), (3), (4) e (5) destoam da ordem constitucional.
c) (2) e (3) destoam da ordem constitucional.
d) (2) e (4) estão em harmonia com a ordem constitucional.
e) (1) e (5) estão em harmonia com a ordem constitucional.
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12. (FGV / TJ-PI – 2015) O Senado Federal e a Câmara dos Deputados decidiram instituir
comissão parlamentar de inquérito (CPI), formada por Senadores e Deputados Federais, com
o objetivo de investigar o teor de certas decisões proferidas por um Juiz de Direito, já que
sobre ele pesavam acusações de corrupção. Além disso, a comissão deveria apurar a
existência de diversas irregularidades detectadas em determinado serviço público estadual,
o qual estaria sendo prestado de maneira ineficiente, ensejando a proliferação da corrupção.
13. (PUC-PR / TJ-MS – 2017) Assinale a alternativa CORRETA acerca dos Tribunais de
Contas.
14. (UEG / Prefeitura de Santa Helena – 2015) Nos termos da Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988, a fiscalização dos Municípios, realizada sobre as contas anuais
do prefeito, será exercida pelo Poder
a) Legislativo, mediante controle interno da Câmara Municipal, com o auxílio dos Tribunais de
Contas dos Estados ou Municípios ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios.
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b) Executivo, mediante sistemas de controle interno, com o auxílio dos Tribunais de Contas dos
Estados ou Municípios ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, e pelo controle
externo da Câmara Municipal.
c) Judiciário, mediante controle externo, com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou
Municípios ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, e pelos sistemas de controle
interno do Poder Executivo Municipal.
d) Legislativo, mediante controle externo da Câmara Municipal, com o auxílio dos Tribunais de
Contas dos Estados ou Municípios ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, e
pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal.
Considerando esse modelo de controle externo, caso um município que ainda não possua, mas
pretenda instituir, um órgão de contas municipal:
a) poderá criar um tribunal de contas do município se previamente autorizado por lei municipal,
desde que previsto na lei orgânica do ente federado;
b) poderá criar um tribunal de contas do município se previamente autorizado por lei estadual
aprovada pela assembleia legislativa do estado e ratificada por lei municipal;
c) poderá criar um tribunal de contas do município se previamente autorizado por lei federal
aprovada pelo Congresso Nacional e ratificada por lei municipal;
d) de acordo com o arcabouço constitucional vigente, não poderá criar um órgão municipal de
contas, pois essa possibilidade é vedada pela Constituição da República;
e) poderá criar um conselho municipal de contas, única forma admitida pela Constituição da
República para novos órgãos municipais de contas, se previamente autorizado por lei municipal e
previsto na lei orgânica do ente federado.
16. (FGV / TCM-SP – 2015) A respeito da atuação dos Tribunais de Contas na fiscalização
contábil, financeira e orçamentária, considere V para a(s) afirmativa(s) verdadeira(s) e F para
a(s) falsa(s).
( ) A fiscalização das empresas públicas e das sociedades de economia mista está limitada aos bens
ou valores públicos por elas administrados.
( ) O Tribunal de Contas possui competência para julgar as contas de gestão do Chefe do Poder
Executivo de qualquer ente federativo.
( ) Na medida em que o Tribunal de Contas está inserido na estrutura do Poder Legislativo, suas
decisões condenatórias estão suscetíveis à revisão dessa estrutura de poder nas hipóteses
previstas em lei.
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A sequência correta é:
a) V – F – F;
b) F – V – V;
c) F – F – F;
d) V – V – V;
e) V – F – V.
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19. (FGV / SUDENE – 2013) Petrus é administrador público, chefe do executivo, tendo
sido comunicado pelo Congresso Nacional que deveria sustar a execução de determinado
contrato administrativo, por força da constatação de irregularidades pelo Tribunal de Contas
da União. Nos termos da Constituição Federal, cabe ao Tribunal de Contas, ao exercer o
controle externo,
21. (FGV / Fundação Pró-Sangue – 2013) De acordo com a Constituição Federal de 1988,
o sistema de controle interno tem a finalidade de:
a) apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, na administração
direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as
nomeações para cargo de provimento em comissão.
b) realizar, por iniciativa própria ou por determinação do Poder Legislativo, inspeções de natureza
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos
Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.
c) assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, se verificada ilegalidade.
d) fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo,
ajuste ou outros instrumentos congêneres, a um Estado, ao Distrito Federal ou a um Município.
e) comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão
orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal.
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22. (FGV / Senado Federal – 2008) A respeito do Tribunal de Contas da União, assinale a
afirmativa incorreta.
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GABARITO
1. LETRA A 9. LETRA A 17. LETRA E
2. LETRA C 10. LETRA A 18. LETRA D
3. LETRA D 11. LETRA A 19. LETRA A
4. LETRA A 12. LETRA B 20. LETRA B
5. LETRA B 13. LETRA E 21. LETRA E
6. LETRA C 14. LETRA D 22. LETRA C
7. LETRA D 15. LETRA D
8. LETRA D 16. LETRA C
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