Humanização e Gestão Hospitalar

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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SAÚDE

CURSO DE LICENCIATURA EM ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO HOSPITLAR

PROJECTO DE CULMINAÇÃO DO CURSO

HUMANIZAÇÃO E GESTÃO HOSPITALAR:


ESTUDO NAS ENFERMARIAS DE PEDIATRIA DO HOSPITAL PROVINCIAL DE
TETE NO 1º SEMESTRE DE 2024.

SARITA ABEL CLEOFAS RAME

TETE, JUNHO DE 2024


UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SAÚDE

CURSO DE LICENCIATURA EM ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO HOSPITLAR

PROJECTO DE CULMINAÇÃO DO CURSO

HUMANIZAÇÃO E GESTÃO HOSPITALAR:


ESTUDO NAS ENFERMARIAS DE PEDIATRIA DO HOSPITAL PROVINCIAL DE
TETE NO 1º SEMESTRE DE 2024.

SARITA ABEL CLEOFAS RAME

Projecto de Pesquisa Científica apresentado à


Faculdade de Ciências de Saúde como requisito
parcial à obtenção do Grau de Licenciatura em
Administração e Gestão Hospitalar.
Orientador:

TETE, JUNHO DE 2024


SUMÁRIO
1.1. Introdução.......................................................................................................................................
1.2. Delimitação do Estudo...............................................................................................................
1.3. Problematização..............................................................................................................................
1.4. Justificativa.....................................................................................................................................
1.5. Relevância......................................................................................................................................
1.5.1. Relevância Pessoal.....................................................................................................................
1.5.2. Relevância Social......................................................................................................................
1.5.3. Relevância Acadêmica...............................................................................................................
1.6. Contextualização histórica..............................................................................................................
1.6.1. Breve Historial do Hospital Provincial de Tete..........................................................................
1.7. Objectivos.....................................................................................................................................
1.7.1. Objectivo Geral........................................................................................................................
1.7.2. Objectivos Específicos.............................................................................................................
CAPÍTULO II: REVISÃO DE LITERATURA..............................................................................12
2.1. Hospital.........................................................................................................................................
2.2. Humanização................................................................................................................................
2.2.1. Humanização em saúde...........................................................................................................
2.3. Pediatria........................................................................................................................................
2.3.1. Humanização em Assistência Pediátrica..................................................................................
2.4. Administração hospitalar..............................................................................................................
CAPÍTULO III: METODOLOGIA.................................................................................................20
3.1. Tipo de pesquisa...........................................................................................................................
3.1.1. Quanto aos objectivos..............................................................................................................
3.1.2. Quanto a abordagem................................................................................................................
3.1.3. Quanto a natureza....................................................................................................................
3.1.4. Quanto aos procedimentos técnicos.........................................................................................
3.2. Métodos de pesquisa.....................................................................................................................
3.2.1. Método de abordagem.............................................................................................................
3.2.2. Métodos de Procedimento:......................................................................................................
3.3. Técnicas e Instrumento de recolha de dados.................................................................................
3.4. População de Estudo e Amostragem.............................................................................................
3.5. Amostra........................................................................................................................................
3.6. Critérios...........................................................................................................................................
3.6.1. Critério de inclusão..................................................................................................................
3.6.2. Critério de exclusão......................................................................................................................
3.6.3. Outros Critérios a Considerar:.................................................................................................
3.7. Instrumento de Tratamento e Análise de Dados............................................................................
3.8. Resultados esperados....................................................................................................................
3.9. Cronograma..................................................................................................................................
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................26
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

1.1. Introdução
O presente estudo abordará acerca da “Humanização e Gestão Hospitalar: Estudo nas
Enfermarias de Pediatria do Hospital Provincial de Tete”, buscando investigar o impacto
das práticas de humanização na gestão hospitalar nas enfermarias de pediatria deste
hospital. A humanização na gestão hospitalar é crucial para melhorar os serviços de saúde,
especialmente em contextos pediátricos, onde a vulnerabilidade dos pacientes requer um
cuidado mais atento e compassivo. No Hospital Provincial de Tete, as enfermarias de
pediatria são essenciais para o atendimento infantil, mas enfrentam desafios como
sobrecarga de pacientes, recursos limitados e processos administrativos ineficazes,
comprometendo a qualidade do atendimento.

Dado que a Gestão Hospitalar é uma área muito vasta e a natureza do trabalho científico
exige uma análise de nível menos abstracto e mais concreto, a análise deste trabalho limita-
se apenas a Humanização nas Enfermarias de Pediatria do Hospital Provincial de Tete,
escolha desse hospital deu-se pela facilidade de acesso à informação pela pesquisadora.

Este projeto de pesquisa tem como objetivo investigar o impacto das práticas de
humanização na gestão hospitalar nas enfermarias de pediatria do Hospital Provincial de
Tete. A humanização dos serviços de saúde não se limita apenas ao tratamento médico,
mas inclui também o acolhimento, a comunicação e o apoio emocional tanto para os
pacientes quanto para seus familiares. Segundo Deslandes (2004), a humanização envolve
uma mudança nas relações de poder e uma reconfiguração das práticas de saúde, visando
uma maior valorização do sujeito (p. 36). Além disso, Ayres (2001) enfatiza que a
humanização deve estar centrada na dignidade do paciente, reconhecendo-o como um ser
integral e singular, e não apenas como um objeto de intervenção técnica (p. 123).

Uma gestão eficiente pode proporcionar melhores condições de trabalho para os


profissionais de saúde, facilitando a adoção de práticas que valorizem o cuidado integral
dos pacientes. Destaca Schraiber (1997), que a humanização implica a construção de um
ambiente terapêutico que favoreça o bem-estar emocional dos pacientes e seus familiares,
promovendo um cuidado mais completo e eficaz (p. 45). Nesse sentido, gestores
hospitalares devem desenvolver políticas e estratégias que incentivem a formação contínua

5
de seus funcionários em temas relacionados à humanização, bem como assegurar que os
recursos necessários estejam disponíveis para a implementação dessas práticas.

Este estudo buscará identificar as práticas atuais, as percepções dos profissionais de saúde
e dos pacientes, além de propor melhorias que possam ser implementadas para promover
um ambiente mais humano e acolhedor. Através de uma abordagem qualitativa, utilizando
entrevistas, questionários e observações, será possível obter uma visão abrangente das
dinâmicas e desafios enfrentados nas enfermarias de pediatria.

Espera-se que os resultados desta pesquisa não apenas contribuam para o aprimoramento
dos serviços no Hospital Provincial de Tete, mas também sirvam como base para políticas
públicas e estratégias de gestão hospitalar em outras regiões. O foco na humanização visa,
em última instância, garantir que as crianças recebam um cuidado digno e compassivo,
essencial para sua recuperação e bem-estar.

1.2. Delimitação do Estudo


Este estudo está delimitado a investigar o impacto das práticas de humanização na gestão
hospitalar nas enfermarias de pediatria do Hospital Provincial de Tete, durante o primeiro
semestre de 2024. A pesquisa focará especificamente nos seguintes aspectos:

 Espaço Geográfico: O estudo será conduzido no Hospital Provincial de Tete,


localizado na província de Tete, Moçambique. As enfermarias de pediatria deste
hospital serão o foco principal da investigação.
 Período de Tempo: A recolha de dados e a análise ocorrerão durante o primeiro
semestre de 2024, permitindo uma avaliação detalhada e actual das práticas de
humanização durante este período.
 População-Alvo: A pesquisa envolverá profissionais de saúde (médicos, enfermeiros,
técnicos de enfermagem e agentes de serviço) que actuam nas enfermarias de pediatria,
bem como os pacientes pediátricos e seus familiares. As percepções e experiências
desses grupos serão fundamentais para a análise.
 Aspectos de Humanização: O estudo investigará especificamente os conceitos e
práticas de humanização na gestão hospitalar, com ênfase na forma como esses
elementos são implementados e percebidos no ambiente pediátrico.

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 Fontes de Dados: Serão utilizados métodos qualitativos, como entrevistas
semiestruturadas, questionários e observações directas, para recolhar dados sobre as
práticas de humanização e as percepções dos envolvidos.
 Literatura Científica: A pesquisa incluirá uma revisão da literatura científica
relevante para descrever os conceitos e práticas de humanização na gestão hospitalar,
especialmente em contextos pediátricos.

1.3. Problematização
A humanização e a gestão hospitalar são conceitos interligados que, quando bem
implementados, podem transformar significativamente a qualidade dos serviços de saúde
oferecidos, especialmente em contextos pediátricos. No entanto, nos hospitais, diversas
barreiras comprometem a efectividade dessas práticas nas enfermarias de pediatria,
nomeadamente: a sobrecarga de pacientes, a escassez de recursos materiais e humanos, e a
inadequada formação contínua dos profissionais de saúde, resultam em um ambiente
hospitalar muitas vezes desumanizado.

A gestão hospitalar, que deveria actuar como facilitadora na criação de um ambiente


humanizado, enfrenta desafios substanciais. A falta de políticas bem definidas e a
insuficiente alocação de recursos, comprometem a capacidade dos gestores de implementar
estratégias que promovam o cuidado integral e humanizado (Deslandes, 2004). Além disso,
a pressão para atender a uma alta demanda com recursos limitados frequentemente leva à
priorização de aspectos técnicos em detrimento do acolhimento e da atenção emocional aos
pacientes (Schraiber, 1997). De acordo com Merhy (2002), a humanização exige uma
reorganização dos processos de trabalho em saúde que valorize a subjectividade e as
relações interpessoais, aspectos frequentemente negligenciados em ambientes hospitalares
sobrecarregados (p. 58).

Esses problemas se agravam nas enfermarias de pediatria, onde as crianças, por serem
pacientes particularmente vulneráveis, necessitam de cuidados que vão além do tratamento
médico convencional. A ausência de práticas humanizadoras pode impactar negativamente
não apenas a recuperação física dos pacientes, mas também o seu bem-estar psicológico e
emocional, assim como o de seus familiares. Como enfatiza Ayres (2001), a humanização
deve estar centrada na dignidade do paciente, reconhecendo-o como um ser integral e
singular, e não apenas como um objecto de intervenção técnica (p. 123). Segundo Santos

7
(2007), a implementação de práticas humanizadoras em pediatria é crucial para minimizar
os efeitos traumáticos da hospitalização em crianças, promovendo um ambiente terapêutico
mais acolhedor e seguro (p. 75).

Diante desse cenário, surge a questão central desta pesquisa: Como a gestão hospitalar
pode ser melhorada para promover práticas de humanização eficazes nas
enfermarias de pediatria do Hospital Provincial de Tete?

1.4. Justificativa
O presente estudo justifica-se pela oportunidade de se avaliar e melhorar as práticas de
humanização hospitalar, no caso particular do presente estudo, do Hospital Provincial de
Tete, especialmente nas enfermarias de pediatria. Ao investigar as percepções dos
profissionais de saúde, dos pacientes e de seus familiares, bem como os desafios
enfrentados na implementação dessas práticas, será possível identificar áreas críticas que
necessitam de intervenção. Além disso, o estudo poderá fornecer recomendações práticas e
embasadas para a melhoria da gestão hospitalar, promovendo um ambiente de cuidado
mais humanizado e eficiente.

A importância desta pesquisa estende-se além do Hospital Provincial de Tete, podendo


servir de modelo para outras instituições de saúde em contextos similares. A promoção de
práticas de humanização na gestão hospitalar é um passo fundamental para a melhoria
global dos serviços de saúde, garantindo que todos os pacientes, especialmente as crianças,
recebam um cuidado digno, compassivo e de alta qualidade.

1.5. Relevância

1.5.1. Relevância Pessoal


Para a pesquisadora, o desenvolvimento profissional proporcionado por este estudo é
significativo, oferecendo um aprofundamento no campo da gestão hospitalar e
humanização dos cuidados de saúde. Esse conhecimento especializado pode abrir portas
para futuras oportunidades de carreira, além de contribuir para o crescimento pessoal e
profissional. A condução do projecto também permitirá desenvolver habilidades críticas de
pesquisa, incluindo colecta e análise de dados qualitativos, redação científica e
apresentação de resultados. Além disso, a oportunidade de contribuir directamente para a
melhoria do sistema de saúde em sua comunidade pode ser uma fonte significativa de
realização pessoal e motivação.
8
1.5.2. Relevância Social
Socialmente, a pesquisa pode melhorar significativamente a qualidade do atendimento
pediátrico no Hospital Provincial de Tete. A humanização do atendimento pode reduzir o
estresse e ansiedade das crianças e aumentar a satisfação dos pais com os serviços
hospitalares. A implementação de práticas humanizadoras também pode levar a um sistema
de saúde mais eficiente e eficaz, uma vez que profissionais de saúde que trabalham em um
ambiente mais humano e acolhedor tendem a ser mais motivados e produtivos,
beneficiando toda a comunidade. Além disso, os resultados da pesquisa podem informar a
elaboração de políticas públicas que promovam a humanização em hospitais de outras
regiões além de Tete, potencialmente beneficiando uma população ainda maior.

1.5.3. Relevância Acadêmica


Academicamente, este estudo contribuirá para o corpo de conhecimento existente sobre
humanização na saúde, especialmente no contexto pediátrico e em demais regiões com
recursos limitados. As descobertas podem ser úteis para outros pesquisadores e acadêmicos
que buscam melhorar a gestão hospitalar e o cuidado com os pacientes. Os resultados do
estudo também podem ser publicados em revistas científicas e apresentados em
conferências, contribuindo para o debate e a disseminação de melhores práticas na área da
saúde. Além disso, a pesquisa pode abrir caminhos para estudos futuros sobre temas
relacionados, como o impacto das práticas de humanização em outras especialidades
médicas ou em diferentes contextos geográficos.

1.6. Contextualização histórica


1.6.1. Breve Historial do Hospital Provincial de Tete
Construído em 1939, Hospital Provincial de Tete (HPT) constitui a maior unidade sanitária
da província tem uma capacidade de internamento de 315 camas distribuídas em vários
serviços antes da independência, o hospital provincial de tete registava -se Hospital Rural
de Nhamabira e servia única e exclusivamente para os militares.

Após a independência passou a designar-se HPT tendo passado a atender toda população
da província. O HPT situa-se na Avenida Kwamenkrumah, bairro Filipe Samuel Magaia,
cidade de Tete, Província de Tete na região centro de Moçambique.

O HPT, é uma instituição de prestação de cuidados clínicos, em regime de internamento e


atendimento ambulatório a doentes onde não encontram solução para seus problemas de

9
saúde nos níveis inferiores. Por tanto, esta instituição oferece a possibilidade de
diagnóstico clínico com apoio laboratorial e de outros exames complementares, presta
serviços preventivos, curativo e de ensino, servindo assim o maior campo de estágio aos
profissionais em formação em saúde.

É uma unidade sanitária de referência ao nível da província de Tete, pois se localiza na


cidade, a população desta cidade se beneficia se directamente de serviços de urgências,
internamentos e consultas externas, sendo a classificação no Sistema Nacional de Saúde
(SNS), o hospital provincial de Tete é de terceiro (III) nível.

O HPT, depende do ministério da saúde, mantendo uma articulação funcional e técnica


com a direcção provincial de saúde de Tete. O HPT, é uma pessoa colectiva de direito
público, dotado de capacidade jurídica e autónima técnica, regendo se administrativamente
e financeiramente, de acordo com as regras definidas pelos órgãos centrais do Ministério
da Saúde (MISAU) e pelo ministério de economia e finanças, respectivamente. O HPT,
têm como o objectivo principal a prestação de serviços hospitalares, isto é, assistência
médica curativa e de reabilitação, competindo-lhe ainda colaborar na promoção da saúde,
na prevenção de doenças e na investigação científica.

Com o objectivo de melhorar o actual modelo de distribuição e gestão de


aprovisionamento hospitalar existente no HPT, após realizar um estágio nesse Serviço de
Aprovisionamento de materiais administrativos da unidade sanitária acima mencionada, o
autor do presente projecto deseja realizar um estudo no sentido de propor melhoria para
execução das actividades desenvolvidas nesse órgão.

1.7. Objectivos

1.7.1. Objectivo Geral


 Avaliar o impacto das práticas de humanização na gestão hospitalar nas
enfermarias de pediatria do Hospital Provincial de Tete.

1.7.2. Objectivos Específicos


 Descrever, com base na literatura científica, os conceitos e práticas de humanização
na gestão hospitalar, especialmente em contextos pediátricos.
 Identificar as práticas actuais de humanização adotadas nas enfermarias de pediatria
do Hospital Provincial de Tete.

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 Investigar as percepções e experiências dos profissionais de saúde, dos pacientes e
seus familiares em relação às práticas de humanização nas enfermarias de pediatria.
 Propor um plano de ação para melhorar e fortalecer as práticas de humanização nas
enfermarias de pediatria do Hospital Provincial de Tete.

CAPÍTULO II: REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Hospital
Para um entendimento do conceito de hospital, (…) Tales (2002) apud Barros (2013), o
definiu da seguinte forma " o hospital é parte integrante de uma organização médica e
social, cuja função básica consiste em proporcionar à população assistência médica
integral, curativa e preventiva, sob quaisquer regimes de atendimento (internamento ou
ambulatório), inclusive o domiciliar, constituindo-se também em centro de educação,
capacitação de recursos humanos e de pesquisa em saúde, bem como de encaminhamento
de pacientes, cabendo-lhe supervisionar e orientar os estabelecimentos de saúde a eles
vinculados tecnicamente."

Segundo a Organização mundial de Saúde (OMS), no informe técnico 122, apud Seixas
(2004, p.27) “o hospital é a parte integrante de um sistema coordenado de saúde, cuja
função é dispensar à comunidade completa assistência à saúde, tanta curativa quanto
preventiva, incluindo serviços extensivos à família, em seu domicílio e ainda um centro de
formação para os que trabalham no campo da saúde e para as pesquisas biossociais”.

Os hospitais são instituições de prestação de cuidados técnicos, em regime de internamento


e de atendimento em ambulatório a doentes que não encontram solução para os seus
problemas de saúde nos níveis inferiores (artigo 1 do Diploma Ministerial n° 40/2004 de
18 de Fevereiro). Dispõe de serviços individualizados mínimos de 4 especialidades básicas
(medicina interna, pediatria, cirurgia, ginecologia e obstetrícia). O hospital
11
engloba vários sistemas e subsistemas contínuos, tais como o administrativo, laboratório,
centro-cirúrgico, lavandaria, refeitório, manutenção, transporte, resíduos e produtos
químicos, além de outros (Mezomo, 1995).

Segundo Silva (2012), “o hospital deve estar atento à cultura da sociedade onde se
encontra integrado, de modo a dar resposta às necessidades dos utentes que o constituem, e
a criança doente deve ser observada como pessoa e não como um problema”. Todo o
cidadão tem deveres e direitos, sendo um dos direitos que lhe assiste usufruir de cuidados
médicos e de enfermagem humanizados e com qualidade (p.18).

2.2. Humanização
Segundo o Dicionário da Língua Portuguesa, Humanizar “é tornar humano, dar condição
ou forma humana; é tornar mais adaptado aos seres humanos; tornar compreensivo,
bondoso, sociável” (Silva, 2012, p.21).

Para Taraboulsi, (2004), humanizar é centrar a organização no cliente. A humanização é a


valorização, preocupação com os pacientes. O ser humano é colocado na frente de todas as
outras coisas. Quando um hospital é humanizado você percebe logo no atendimento. O
dever deles é sempre privilegiar o paciente, de acordo com suas necessidades. Foi através
da busca da humanização que foi implantado a hotelaria hospitalar.

Oliveira et al., (2006, p.280) citado por Silva (2012), diz-nos que “humanizar, significa
distribuir de uma forma global e igualitariamente benefícios e resultados considerados
propriedades sine qua non da condição humana tais como, dar atenção às necessidades
básicas de subsistência, educação, segurança, justiça, trabalho, acesso à liberdade de
associação, de pensamento e expressão, de ideologia política, de prática científica, arte,
desporto, culto religioso e particularmente: o cuidado à saúde” (p.22). Tal como refere
Oliveira et al., (2006, p.280) citado por Silva (2012), “humanizar é, ainda, garantir à
palavra a sua dignidade ética. Ou seja, o sofrimento humano, as perceções da dor ou de
prazer no corpo, para serem humanizadas, precisam tanto que as palavras com que o
sujeito as expressa sejam reconhecidas pelo outro, quanto esse sujeito precisa ouvir, do
outro, palavras de reconhecimento. Pela linguagem fazem-se as descobertas de meios
pessoais de comunicação com os outros, sem que se desumanize reciprocamente” (p.22).
Isto é, a comunicação é essencial à humanização.

12
De acordo com Silva (2012), “Humanizar é um processo que se vai transformando no dia-
a-dia, ou seja, requer tempo e pressupõe atitudes, valores e comportamentos como,
amabilidade, respeito, amor por si e pelos outros, além de satisfação e realização pessoal”
(p.17).

Segundo Rezende (2016) citado por Santos e Nascimento (2022), a humanização é um


conceito que faz com que o profissional pense a respeito de novas maneiras de agir,
relações mais igualitárias entre as pessoas, valorizar os conhecimentos comuns dos
pacientes e agregar a isso os conhecimentos científicos, referida atitude proporciona a
produção de um cuidado mais humanizado (p.5).

De acordo Taraboulsi, (2004), o factor principal na humanização é a qualidade dos


serviços oferecidos. Antigamente as pessoas não se importavam com as características dos
hospitais. Desde que o médico fosse competente e o local tivesse minimamente limpo.
Porém isso mudou, hoje, as pessoas são mais exigentes e exigem seus direitos, caso o
hospital não atenda às suas necessidades, os clientes/pacientes partem para a busca de
outro que os atenda. Assim, houve uma preocupação por parte das instituições em se
ajustarem para atender essas exigências dos pacientes. Não adianta ter uma excelente
estrutura, mas chegar na hora do atendimento, os funcionários não corresponderem às
expectativas. Quando uma empresa investe nos seus funcionários, eles trabalham
satisfeitos, e isso faz a qualidade dos serviços prestados.

Para Silva (2012), “o termo Humanização tem sido cada vez mais utilizado na assistência
em saúde, sendo importante aprofundar a discussão acerca da saúde dentro de uma visão
holística e humanística, uma vez que o respeito pela individualidade das pessoas, a escuta
atenta, a valorização das crenças e a comunicação, são ingredientes básicos da
humanização” (p.17).

A precisão da humanização dos cuidados prestados no âmbito hospitalar, é parte integrante


de um contexto social no qual certos fatores têm colaborado para a fragmentação do ser
humano como um ser compreendido por necessidades estritamente biológicas: as
tendências tecnológicas, a visão de que é a equipe de saúde que possui todo saber e, não
haver a percepção da integralidade do ser humano podem ser representados como
exemplos desses fatores (OUCHI, 2019 citado por Santos e Nascimento, 2022, p.6). Visto
a necessidade de adaptação no meio hospitalar perante os profissionais da saúde, foi

13
possível entender o ser humano como alguém que não se forma apenas a um ser com
necessidades biológicas, mas sim como um agente biopsicossocial e espiritual, portador de
direitos a serem respeitados, por isso, quando Silva (2017) citado por Santos e Nascimento
(2022), diz que é preciso que seja garantida sua dignidade ética, ele remete a certeza de que
é imprescindível para começarmos a caminhar a humanização dos cuidados de saúde, nos
dando autonomia de usar essa informação para o período pandêmico em questão (p.6).

2.2.1. Humanização em saúde


Neste sentido, humanizar em saúde implica dar lugar tanto à palavra do utente quanto à
palavra do enfermeiro, para que possam fazer parte de uma rede de diálogo, a partir da
dignidade ética da palavra, do respeito, do reconhecimento mútuo e da solidariedade
(Silva, 2012, p.22).

Apesar dos diferentes conceitos de humanização, todos eles assentam no respeito pelo
princípio da dignidade da pessoa humana. Deste modo, humanizar “poderá ser, então,
respeitar a pessoa doente como ser humano, independente da sua idade, “privatizar” o seu
espaço e os cuidados a ela prestados, desde a sua admissão no hospital até a sua alta”
(Tiny, 2010, p. 16 citado por Silva, 2012, p.22).

Para Silva (2012), “0s enfermeiros e todos os outros profissionais de saúde que trabalham
nos hospitais devem ter uma sensibilidade para cuidar a pessoa com solidariedade e ética.
Para tal, é indispensável que o enfermeiro desenvolva aspetos essenciais para a sua conduta
de atuação (p.23). Na opinião de Domingues (1996, p. 7), o enfermeiro “deve tentar
estabelecer uma relação empática, serena e comunicativa (...); além da competência
científica, técnica e ética deve ter uma autoestima serena, confiante e harmoniosa (...); deve
cultivar o equilíbrio emocional e desenvolver motivações positivas, (...) o espírito de
disponibilidade e de atitudes positivas e realistas; (...) é essencial a auto realização,
atualizando capacidades, (...) afinar a própria filosofia de vida (...) e aprender a racionalizar
e otimizar os métodos de trabalho (...) ”. Reforçando esta ideia, é fundamental que o
enfermeiro ajude o utente a enfrentar a situação de doença, mas promovendo a sua
independência, autonomia, liberdade de escolha e de decisão.

Na opinião de França (2003, p. 272), “a sociedade pretende enfermeiros competentes tanto


do ponto de vista da ciência como da técnica e que possuam uma formação humana que os
torne capazes de prestar cuidados tendo em atenção a pessoa na sua globalidade de ser bio-

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psico-social-espiritual, integrada numa família e numa comunidade que fazem parte
intrínseca do seu estar-no-mundo”. Podemos então referir que a humanização está
intimamente ligada à pessoa que, como parece evidente, é única e torna-se diferente nos
modos como se relaciona com o outro, age segundo aquilo que é e de acordo com a sua
personalidade (Silva, 2012).

Afirma Silva (2012), que para a enfermagem, a pessoa é a origem e a meta de toda a
atuação que pretende ser humana e humanizadora. A profissão de enfermagem encontra na
sua existência e razão de ser na pessoa que cuida, o utente. Este é um ser único, com uma
realidade própria, exclusiva e irrepetível, inserido num contexto cultural e histórico, com
necessidades próprias e em contínua construção, devendo ser respeitado na sua
globalidade. Podemos então verificar que a pessoa é o foco central da enfermagem, é
aquela que recebe ou poderá receber cuidados, ou seja, é o ponto de partida para a
enfermagem e deve ser vista como parte de um todo (ambiente, família, sociedade) e não
como um sujeito isolado (p.24).

Na área da saúde (…), toda a pessoa humana é sujeito de direitos e deveres, expressos na
Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamados pelas Nações Unidas (Silva,
2012, p.25). Segundo França (2003, p. 236) citado por Silva (2012), “podemos verificar
que esta declaração favorece a manutenção de um ambiente saudável, tanto a nível social
como moral, e ainda, em última instância, a uma consciência ecológica, ao chamar a si o
respeito pela vida humana à face da Terra, com dignidade” (p.25). Em caso de doença e
internamento, estes direitos e deveres não são perdidos ou diminuídos, pois a pessoa
doente é uma pessoa e, como tal, deve ser tratada de forma humanizada.

Para tal, é imprescindível que os cuidados sejam prestados de forma holística, centrados na
pessoa (utente) e com vista à qualidade dos cuidados prestados. Assenta num conjunto de
valores fundamentais, como a dignidade humana, a equidade, a ética e a solidariedade e
representa mais um passo no caminho da dignificação dos doentes, do pleno respeito pela
sua particular condição e da humanização dos cuidados de saúde, caminho que os doentes,
os profissionais e a comunidade devem percorrer lado a lado. Neste sentido, esta carta
representa “mais um passo no caminho e dignificação dos doentes, do pleno respeito pela
sua particular condição e da humanização dos cuidados” (Feytor-Pinto, 1996, p.26citado
por Silva, 2012, p. 25).

15
Assim, a humanização em saúde tem como principal objectivo promover o bem-estar dos
profissionais e utentes com a dignidade a que todo o ser humano tem direito. “A
humanização significa ser capaz de identificar e valorizar na prática o que é importante e
fundamental aos olhos de quem convive e estabelece as relações de trabalho“ (Backes e
Lunardi, 2006 citado por Silva, 2012).

2.3. Pediatria
De acordo com Sambú (2022), “a pediatria é uma das especialidades da saúde que tem
como objectivo atender a criança nos seus diversos aspetos, sejam eles de cunho
preventivo ou curativo”. Esta área de actuação envolve particularidades, que respeitam as
especificidades da criança, a sua inserção social, a interação com seus responsáveis e os
factores desencandadores de agravamento e doenças. Aspectos referentes ao crescimento e
desenvolvimento, necessidades e riscos à saúde peculiares a cada faixa etária da infância
são essências para o atendimento deste público-alvo (p.26).

2.3.1. Humanização em Assistência Pediátrica


Se nos diferentes contextos de cuidados a humanização tem vindo a ser lentamente
construída, é na Pediatria que alcança a sua apoteose. É aqui que a enfermagem assume o
verdadeiro sentido do cuidar, na valorização de pequenos gestos e na partilha diária e
contínua entre a criança, o enfermeiro e a família (Silva, 2012, p.17). A mesma autora,
afirma que “trabalhar num Hospital Pediátrico pressupõe diariamente um confronto com
esta dura realidade da vida: a doença na criança e a necessidade de hospitalização”.

Quando se aborda a respeito de humanização hospitalar, mais especificamente no contexto


pediátrico, se tem uma importância ainda maior, já que o processo de hospitalização
infanto-juvenil pode aumentar a probabilidade de ocorrência de estados de depressão,
angustia e ansiedade, uma vez que os procedimentos e rotinas hospitalares aparecem como
uma situação desconhecida e ameaçadora que pode causar o comprometimento do
desenvolvimento da criança, necessitando assim que haja o processo de humanização nas
condutas de assistência da enfermagem, e de acordo com Paiva (2018) citado por Santos e
Nascimento (2022), dessa maneira, devido a todas as peculiaridades do ambiente
hospitalar, acrescentando-se a isso as características próprias das crianças e adolescentes,
torna-se essencial um olhar de forma diferente para esse público (p.7). O internamento em

16
Pediatria engloba grandes alterações na vida da criança/família, assim como experiências
desagradáveis (Silva, 2012).

Para a criança, “é difícil distinguir as limitações e o sofrimento inerente à doença, das


dores impostas pelos próprios tratamentos, associadas às limitações da mobilidade ou
alimentares, à administração de medicação oral ou injetável e até às modificações
inevitáveis nas atitudes dos pais que alteram o clima afetivo da relação pais-filhos (Silva,
2012, p.32). Todo este conjunto de alterações pode ser vivido, e é muitas vezes, como uma
situação traumática que leva a modificações importantes no funcionamento mental da
criança (Gonçalves, 2006). As reações das crianças variam de acordo com a idade, estado
de desenvolvimento e mesmo com a ausência dos pais (Silva, 2012, p.32). Frequentemente
os recém-nascidos manifestam comportamentos de protesto e desespero, choro frequente,
apatia e sono agitado; até aos três anos, manifestam reações de protesto, desesperança e
desligamento sequencialmente (Dionísio e Escobar, 2002).

Em conformidade com Thomazine (2013) citado por Santos e Nascimento (2022), dentro
do seguimento da assistência em pediatria, a organização do processo de trabalho, envolve
ações que vão desde o acolhimento na admissão, qualidade da assistência prestada, até a
resolubilidade dos problemas dos usuários, estes processos tornam-se ainda mais
importantes quando tratamos de crianças, por serem seres em fase de crescimento e
desenvolvimento. Elas apresentam demandas específicas em cada fase, possuem diferenças
biológicas, emocionais, sociais e culturais, que necessitam desenvolver abordagens de
cuidado diferenciadas (p.7).

Conforme Aragão (2001) citado por Santos e Nascimento (2022), de forma igualitária
tanto a hospitalização quanto a própria patologia podem causar estresse, a criança pode
iniciar um nível de sofrimento emocional e físico. Ainda de acordo com o mesmo autor, é
possível considerar que as crianças são capazes de desenvolver conceitos ligados ao seu
ambiente e estratégias para lidar com ele por meio do brincar, exercitando como lidar com
as situações não fáceis da vida, fazendo-se ouvir e estabelecendo relações aceitáveis com
outras pessoas, conseguindo que haja estimulação e aprimoramento de suas habilidades
sociais e suas relações com outras pessoas (p.8).

17
Segundo Casey (1995); Lopes (2012) citados por Sambú (2022), “os enfermeiros
pediátricos devem apoiar e orientar os pais nos cuidados ao seu filho, adotando atitudes
flexíveis e individualizadas que vão de encontro aos desejos e as necessidades específicas
de cada criança efamília, ou seja desenvolver cuidados em parceria com pessoas mais
importantes para a criança” (p.26).

Para Torrado da Silva a humanização no âmbito da pediatria é “um estado de espírito que
implica conhecimentos e aptidões que moldam as atitudes e se traduzem numa prática
diária atenta à satisfação das necessidades da crianças e das famílias” (Jorge, 2004 citado
por Silva, 2012, p.18).

2.4. Administração hospitalar


Para Fontinele Junior (2002, p. 27) apud Seixas (2004), a administração hospitalar: é o
conjunto normativo dos princípios e funções que visam ao controle, a ordenação e a
avaliação dos fatores de expressão de qualidade e excelência no processo e dos resultados
do desempenho do pessoal do hospital, alicerçado pela ordenação dos fatores de produção
e/ou de prestação de serviço.

De acordo com Borba (2006, p. 32), podemos definir administração hospitalar como o
“conjunto de princípios e atividades que envolvem o planejamento, organização, direção e
controle das ações praticadas por gestores de instituições de saúde das redes pública e
privada”.

O Administrador Hospitalar, na abordagem clássica, deve processar os recursos (inputs):


humanos, financeiros, materiais, terapêuticos, tecnológicos, informacionais e médicos,
utilizando-se das funções gerenciais de planeamento, organização, liderança (direção) e
controle, que se inter-relacionam dinamicamente, com o propósito final de produzir
excelentes desempenhos (outputs) no que diz respeito ao atingimento dos resultados, aos
serviços, à qualidade, à eficiência, à eficácia e à resolubilidade hospitalares, (Santos, 1998
citado por Seixas, 2004).

De acordo com Santos (1998), hoje em dia a administração se chama gestão, e essa equipa
no hospital deve abranger: Gestor hospitalar; Farmacêutico; Almoxarife (líder de
suprimentos); Diretor clínico; Líder de informática; Gerente enfermagem; Gerente de

18
faturamento; Gerente de internação; Gerente de recepção; Assistente social; Gerente do
Same (serviço de arquivo médico e estatística); e Nutricionista-chefe.

CAPÍTULO III: METODOLOGIA

3.1. Tipo de pesquisa

3.1.1. Quanto aos objectivos

Tendo em conta a melhoria do conhecimento sobre a temática e o objecto em estudo,


optará pela pesquisa exploratória. Conforme Gil (1999), a pesquisa exploratória objectiva
facilitar a familiaridade do pesquisador com o problema objecto da pesquisa, para permitir

19
a construção de hipóteses ou tornar a questão mais clara. Assim, este estudo os objetivos
envolvem a descrição e compreensão das práticas de humanização na gestão hospitalar,
bem como a investigação das percepções e experiências dos envolvidos.

3.1.2. Quanto a abordagem

Para a realização dos objectivos traçados para o estudo, o presente trabalho se baseará
numa abordagem quantitativa e qualitativa. Segundo Coutinho (2014, p.26) “do ponto
de vista conceptual, a pesquisa quantitativa centra-se na análise de factos e fenómenos
observáveis e na medição/avaliação de em variáveis comportamentais e/ou sócio-afectivas
passíveis se serem medidas, comparadas e/ou relacionadas no decurso do processo da
investigação empírica”, para tal serão recolhidas opiniões, ideias, conhecimentos e
informações dos funcionários de humanização nas enfermarias de pediatria do HPT que
serão quantificadas em números. Ainda segundo a mesma autora (2014) “considera-se
qualitativa a investigação que “não é quantitativa”, ou mesmo “...que descreve os
fenómenos por palavras em vez de números ou medidas”, assim, a pesquisa visa
compreender profundamente as percepções, experiências e práticas relacionadas à
humanização na gestão hospitalar, utilizando entrevistas, questionários e observações para
capturar dados ricos e detalhados.

3.1.3. Quanto a natureza

Quanto à Natureza, a pesquisa será aplicada, pois busca-se aplicar esses conhecimentos
para melhorar as práticas de humanização nas enfermarias de pediatria do Hospital
Provincial de Tete, buscando soluções para problemas específicos nesse contexto. Envolve
verdades e interesses universais (Gouveia, 2012). Gil (2008) disserta sobre a pesquisa
aplicada, como aquela que engloba estudos elaborados para resolver problemas da
sociedade identificados pelos pesquisadores.

3.1.4. Quanto aos procedimentos técnicos


A pesquisa adoptará o procedimento de pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo.
Pesquisa de campo, segundo Predanov e Freitas (2013) é aquela utilizada com o objetivo
de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema para o qual
procuramos uma resposta, ou de uma hipótese, que queiramos comprovar, ou, ainda,
descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles. Consiste na observação de fatos e
fenômenos tal como ocorrem espontaneamente, na coleta de dados a eles referentes e no

20
registro de variáveis que presumimos relevantes, para analisá-los (p.59). Assim, o estudo
utilizará de revisão da literatura científica relevante sobre o tema de humanização na
gestão hospitalar e práticas de saúde pediátrica.

Pesquisa bibliográfica, segundo Predanov e Freitas (201 é elaborada a partir de material


já publicado, constituído principalmente de livros, revistas, publicações em periódicos e
artigos científicos, jornais, boletins, monografias, dissertações, teses, material cartográfico,
internet, com o objectivo de colocar o pesquisador em contato directo com todo material já
escrito sobre o assunto da pesquisa (p.54). Assim, o estudo utilizará de revisão da literatura
científica relevante sobre o tema de humanização na gestão hospitalar e práticas de saúde
pediátrica. A pesquisa será consubstanciada com a recolha de dados por meio de
entrevistas, questionários e observações nas enfermarias de pediatria do Hospital
Provincial de Tete.

3.2. Métodos de pesquisa


3.2.1. Método de abordagem
Para a operacionalização do estudo será tomado em consideração o Método Dedutivo para
abordagem, que de acordo com Rocha (1994), caracteriza-se por anunciar princípios
assumidos como verdadeiros e, posteriormente, concluir de maneiras formais. O estudo
dedutivo parte de princípios reconhecidos como verdadeiros e busca chegar a conclusões
por meio de inferências lógicas. Assim, ao avaliar o impacto das práticas de humanização
na gestão hospitalar, parte-se do princípio de que práticas humanizadas podem melhorar a
qualidade do atendimento.

3.2.2. Métodos de Procedimento:


O método de procedimento optado será o "observacional". Isso se deve ao facto de que a
pesquisa vai planear observar e descrever as práticas de humanização nas enfermarias de
pediatria do Hospital Provincial de Tete, sem interferir directamente nelas. Assim, o
método obervacional envolve a observação directa dos fenômenos e práticas em seu
contexto natural, sem manipulação das variáveis estudadas.

3.3. Técnicas e Instrumento de recolha de dados


Para o estudo sobre "Humanização e Gestão Hospitalar: Estudo nas Enfermarias de
Pediatria do Hospital Provincial de Tete", as técnicas de pesquisa mais adequadas para
alcançar os objetivos propostos serão o questionário, as entrevistas e observação:

21
Segundo Gil (1999), o questionário pode ser definido “como a técnica de investigação
composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às
pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses,
expectativas, situações vivenciadas etc.”. Serão úteis para recolher informações de uma
grande amostra de profissionais de saúde, pacientes e familiares de forma padronizada e
sem a necessidade da presença do pesquisador. Será uma técnica eficaz para avaliar
percepções gerais sobre as práticas de humanização nas enfermarias de pediatria.

Entrevistas: tanto estruturadas quanto não-estruturadas serão valiosas. Entrevistas


estruturadas fornecerão respostas padronizadas que facilitam a comparação, enquanto
entrevistas não-estruturadas permitirão explorar mais profundamente as experiências e
percepções dos participantes. Entrevistas serão particularmente úteis para entender
detalhadamente as experiências dos profissionais de saúde, pacientes e familiares em
relação à humanização no hospital.

Observação é a técnica de recolha de dados que permite descortinar aspectos que tenham
passado despercebidos nas outras técnicas, quer por omissões, quer por manipulações de
comportamentos ou atitudes. Será uma técnica poderosa para observar directamente as
práticas de humanização nas enfermarias, tanto do ponto de vista dos profissionais de
saúde quanto dos pacientes e familiares. A observação participante permite ao pesquisador
imergir no ambiente hospitalar, enquanto a não participante mantém mais distância
objectiva.

3.4. População de Estudo e Amostragem


Segundo Gil (2008) população é um conjunto definido de elementos que possuem
determinadas características. A população de estudo para a pesquisa será constituida pelos
seguintes grupos da Enfermaria de Pediatria do Hospital provincial de Tete:

 Profissionais de saúde: Enfermeiros, médicos pediatras, auxiliares de enfermagem


e outros profissionais que atuam diretamente nas enfermarias de pediatria do
Hospital Provincial de Tete.
 Pacientes pediátricos: Crianças internadas nas enfermarias de pediatria.
 Familiares dos pacientes: Familiares das crianças internadas, que acompanham o
tratamento e convivem com o ambiente hospitalar.

22
O tipo de amostragem adequado será a amostragem não probabilística intencional.
Para Duarte (2011) “A selecção torna-se intencional quando o critério de julgamento
pessoal do pesquisador” (p.109). Pesquisador faz a escolha por juízo particular, como
conhecimento do tema ou representatividade subjectiva que é formada por sujeitos que são
facialmente acessíveis que estão presentes num local, num determinado período.
Selecionar-se-à os participantes que estão disponíveis e acessíveis para participar do
estudo, como a entrevista aos profissionais de saúde e familiares que estão presentes no
momento da visita

3.5. Amostra
Lakatos e Marconi (2010), amostra “é a parte do universo, seleccionado de acordo com
uma regra ou plano”. Assim, serão selecionados profissionais de saúde (enfermeiros,
médicos e técnicos de enfermagem e medicina que estiverem disponíveis a trabalhar nas
enfermarias de pediatria e que consentirem participar no estudo), crianças (internadas em
diferentes enfermarias pediátricas do hospital e seus familiares que concordarem em
compartilhar suas experiências) e familiares que acompanham as crianças internadas, que
estiverem presentes durante o período da pesquisa.

3.6. Critérios
3.6.1. Critério de inclusão
 Profissionais de Saúde:
 Enfermeiros, médicos pediatras, técnicos de enfermagem e outros profissionais que
trabalham regularmente nas enfermarias de pediatria do Hospital Provincial de
Tete.
 Pacientes Pediátricos:
 Crianças internadas nas enfermarias de pediatria do hospital.
 Pacientes de ambos os sexos e diversas faixas etárias.
 Familiares dos Pacientes:
 Familiares diretos das crianças internadas que estão presentes durante o período de
internação.
 Familiares de ambos os sexos e diversas idades.

3.6.2. Critério de exclusão


 Profissionais de Saúde:

23
 Profissionais que não trabalham diretamente nas enfermarias de pediatria.
 Profissionais que não possuem experiência relevante com os temas abordados no
estudo.
 Os estagiários.
 Pacientes Pediátricos:
 Pacientes que não estejam internados nas enfermarias de pediatria durante o
período da pesquisa.
 Familiares dos Pacientes:
 Familiares que não estão presentes durante o período de internação da criança.
 Familiares que não concordem em participar voluntariamente do estudo.

3.6.3. Outros Critérios a Considerar:


 Consentimento Informado: Todos os participantes (profissionais de saúde,
pacientes pediátricos e familiares) devem consentir voluntariamente em participar
do estudo após receberem informações claras sobre os objetivos, procedimentos e
possíveis impactos da pesquisa.

 Capacidade de Compreensão: Para pacientes pediátricos e familiares, é


importante considerar a capacidade de compreensão das informações fornecidas
sobre o estudo, especialmente no caso de crianças, onde os pais ou responsáveis
devem estar envolvidos no processo de consentimento.

3.7. Instrumento de Tratamento e Análise de Dados


Quanto ao tratamento e análise de dados colhidos, será feito o uso do software Microsoft
Office Excel 2013 e análise de conteúdo.

A análise de conteúdo servirá para comparar a forma pelas quais as actividades gestão
hospitalar na humanização das enfermarias de pediatria do HPT são realizadas e fazer uma
comparação com a abordagem bibliográfica e documental existente sobre a matéria em
estudo, de modo a fazer a devida:
 Transcrição e codificação das entrevistas e observações;
 Identificação de temas e categorias emergentes relacionadas à humanização e
gestão hospitalar;
 Comparação das práticas identificadas com a literatura existente;

24
 Elaboração de um plano para melhorar e fortalecer as práticas de humanização nas
enfermarias de pediatria do Hospital Provincial de Tete.

O uso do software Microsoft Office Excel dará seguimento a organização e análise dos
dados recolhidos por meio de questionários em uma base de dados, seguindo os seguintes
passos:
 Importar dados do questionário para o Excel;
 Limpar e categorizar as respostas;
 Realizar cálculos de frequências e médias;
 Criar gráficos para visualizar dados (por exemplo, gráficos de barras para
comparações).

3.8. Resultados esperados


 Espera-se observar uma melhoria significativa na qualidade do atendimento nas
enfermarias de pediatria, reflectida em um maior nível de satisfação dos pacientes e
seus familiares.
 Espera-se que os profissionais de saúde adquiram uma maior compreensão e
valorização das práticas de humanização, demonstrando atitudes e comportamentos
mais empáticos e compassivos no trato com os pacientes pediátricos e suas famílias.
 A alocação adequada de recursos humanos e materiais, juntamente com a melhoria dos
processos de trabalho, deverá resultar em uma redução da sobrecarga de trabalho para
os profissionais de saúde.
 A pesquisa deverá resultar na formulação e implementação de políticas específicas de
humanização na gestão hospitalar. Essas políticas deverão estar integradas aos
processos de gestão, assegurando que práticas humanizadoras sejam sustentáveis e
institucionalizadas.
 Com a adopção de práticas humanizadoras, espera-se um aumento significativo na
satisfação dos familiares dos pacientes pediátricos, que perceberão uma melhoria no
acolhimento, na comunicação e no suporte emocional oferecido durante a
hospitalização de seus filhos.
 As práticas de humanização deverão contribuir para um ambiente hospitalar menos
traumático e mais acolhedor, promovendo o bem-estar emocional e psicológico dos
pacientes pediátricos. Isso pode resultar em uma recuperação mais rápida e eficaz.

25
 A pesquisa deverá propor e implementar sistemas de monitoramento e avaliação
contínua das práticas de humanização, permitindo ajustes e melhorias constantes no
cuidado pediátrico.
 Os resultados da pesquisa deverão servir como base para a formulação de políticas
públicas mais amplas, promovendo a humanização dos serviços de saúde em outras
unidades e contextos hospitalares além do Hospital Provincial de Tete.
 Espera-se que os resultados da pesquisa sejam disseminados, contribuindo para o
avanço do conhecimento e das práticas de humanização na gestão hospitalar.

3.9. Cronograma
PERIODO/MÊS DO ANO 2024

N ACTIVIDADES Abr Mai Jun Jul Ags Set Out

1 Levantamento Bibliográfico

2 Entrega do Protocolo

3 Aprovação do Protocolo

4 Recolha de dados no campo


de pesquisa

5 Tabulação dos dados

6 Analise dos Resultados

7 Discussão/conclusão

8 Redação da Monografia

9 Submissão da Monografia

10 Defesa do trabalho aprovado

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Contextualização. In Acolhimento e Estadia da Criança e do Jovem no Hospital.
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Enfermagem de Saúde Infantil e Pediatria. Escola Superior de Saúde.
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w) Silva, A. R. S. (2012). Humanização dos cuidados de enfermagem no serviço de
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Enfermagem de Saúde Infantil e Pediatria. Escola superior de enfermagem do porto.
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humanização do atendimento, departamentalização, gerenciamento, saúde e turismo,
hospitalidade. São Paulo: Editora Atlas.

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