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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – UFBA

FACULDADE DE EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – SEAD
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PRODUÇÃO DE MIDIAS PARA
EDUCAÇÃO ONLINE

JADSONN FERREIRA OLVEIRA

O USO DE TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM EM ESCOLAS

PÚBLICAS DE MORRO DE CHAPÉU-BA.

PIRITIBA
2024
JADSONN FERREIRA OLIVEIRA

O USO DE TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM EM ESCOLAS

PÚBLICAS DE MORRO DE CHAPÉU-BA.

Projeto de Pesquisa apresentado ao Curso de Especialização em Produção de Mídias para Educação


online da Faculdade de Educação da Universidade do Federal da Bahia, como requisito para obtenção do
título de Especialista em Mídias para Educação online.
a
Orientador (a): Prof Abia Lima de França

Piritiba
2024
FICHA CATALOGRÁFICA
Elaboração: SIB /UFBA
Obs. Colocar no verso da folha de rosto (anterior)

JADSONN FERREIRA OLIVEIRA

O USO DE TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM EM ESCOLAS

PÚBLICAS DE MORRO DE CHAPÉU-BA.

Projeto de Pesquisa apresentado ao Curso de Especialização em Produção de Mídias para Educação online da Faculdade de Educação da
Universidade do Federal da Bahia, como requisito para obtenção do título de Especialista em Mídias para Educação online.
Orientadora: Profª Abia Lima de França

BANCA EXAMINADORA
a
Orientador(a): Prof
Universidade
a
Prof
Universidade
a
Prof
Universidade

Salvador
2024
"A educação não é a preparação para a vida; a educação é a própria vida." - John Dewey.

RESUMO

Com a facilidade de acesso à informação proporcionada pelas tecnologias digitais (TD) e a rapidez e interação com os diversos tipos de mídia, as
pessoas buscam explorar de diversas formas (experimentação, participação e compartilhamento de conteúdos por meios de dispositivos moveis
ou computadores domésticos conectados à internet. O presente artigo tem como finalidade analisar de que forma as escolas estão introduzindo
essas tecnologias e como isso impacta no processo de ensino aprendizagem, tendo como referências três escolas municipais da cidade de Morro
do Chapéu que trabalham com alunos do fundamental II. O método escolhido para a realização foi o qualitativo. Sendo essa uma decisão
estratégica que trouxe inúmeros benefícios e um melhor resultado final.

Palavras-chave: Tecnologias da Informação e Comunicação, Ensino-aprendizagem, Sala de Aula

ABSTRACT

With the ease of access to information provided by digital technologies (DT) and the speed and interaction with various types of media, people are seeking to

explore in various ways (experimentation, participation and sharing of content through mobile devices or home computers connected to the internet. The purpose

of this article is to analyze how schools are introducing these technologies and how this impacts on the teaching-learning process, using as references three

municipal schools in the city of Morro do Chapéu that work with primary school students. The method chosen was qualitative. This was a strategic decision that

brought numerous benefits and a better end result.

Keywords: Information and Communication Technologies, Teaching and Learning, Classroom

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BNCC- BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR

EaD - EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

TIC- TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

MEC- MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

PCN-PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS

PROINFO-PROGRAMA NACIONAL DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL

TDICS -TECNOLOGIAS DIGITAIS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

SUMÁRIO
1- INTRODUÇÃO 10

2- REFERENCIAL TEORICO 12

3- METODOLOGIA 15

4- CONCLUSÃO 18

5- REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICA 19

6- ANEXOS 21
INTRODUÇÃO

Na dualidade de realidades, na qual as pessoas se encontram hoje: a real e a virtual, impulsiona-as a refletir e rever as práticas pedagógicas. A alfabetização

tecnológica, que se refere à capacidade de usar, entender e criar tecnologia de maneira eficaz, tornou-se uma habilidade essencial no século 21. Com o advento da

internet e das tecnologias digitais, a maneira como adquirimos conhecimento e aprendemos novas habilidades mudou drasticamente, prova disto foi a pandemia

que exigiu que diversos profissionais reinventassem seu modo agir perante seu público. Para os professores o desafio foi reinventar-se na busca de continuar suas

aulas mesmo com o distanciamento social tão necessário naquele momento. Este cenário revelou um dilema, pois se por um lado representou o único formato

possível em um tempo em que as escolas estavam impedidas de receber os alunos, por outro lado, ficou evidente as desigualdades, especialmente entre quem

estuda em escola pública e em escola privada.

Na atualidade, com a volta à normalidade, muitos profissionais da educação, trouxeram o que aprenderam na prática durante a pandemia para o chão da sala de

aula. Porém, no ambiente escolar, não é difícil encontrar conflitos entre professores e alunos. Casos de desmotivação, desrespeito, agressões verbais, alunos e

professores faltosos e descompromissados, entre outros fatores, que, segundo Cruz (2011) dificultam o processo de ensino e aprendizagem. Muitas pesquisas vêm

sendo desenvolvidas na busca por novas metodologias que atendam às necessidades da sociedade do século XXI, e a escola precisa se reinventar e com os seus

profissionais buscar a qualidade de ensino e acreditar na transformação dos indivíduos. Como a pandemia acelerou a integração da tecnologia no ambiente

educacional, plataformas digitais, ferramentas online e recursos audiovisuais passaram a auxiliar na personalização do aprendizado, na promoção da interatividade

e na democratização do acesso à informação.

Mas professores estão com muita dificuldade em se adaptar as mudanças tecnológicas, científicas e sociais, pois estas exigem novas competências e capacidades.

Segundo Silva (2011) o professor encontra dificuldade em utilizar os recursos tecnológicos em sala de aula porque muitas vezes os alunos se distraem e isso

prejudica o aprendizado. Mesmo assim, a escola tem a função de transmitir saberes científicos aos alunos, mas para que este ensino seja de qualidade, ela precisa

inovar seus métodos. Dessa forma, a realização deste projeto objetivou mostrar como o uso da tecnologia da comunicação como recurso pedagógico pode

promover aulas mais produtivas e críticas durante o contínuo processo de ensino e aprendizagem. Assim, o tema abordado nesse artigo tem relação com o uso das

Tecnologias da Informação (TIC) em sala de aula. Esse termo (TIC) é relacionado à informática, rede de computadores, multimídia, banco de dados e outros

recursos oferecidos pelo computador. As demais tecnologias (telefone, rádio, TV, vídeo, áudio, etc.), que antes eram utilizadas separadamente, foram integradas

por meio do computador e muitas vezes usadas como recursos didáticos para melhorar o desempenho de professores e alunos. É um projeto de pesquisa que visa

responder à seguinte pergunta: Como o uso de Tecnologias da Informação interfere no processo de ensino e aprendizagem em escolas públicas de Morro do

Chapéu-Ba?

Essa pesquisa surgiu a partir da inquietação vivenciada em escolas públicas, aonde grande parte dos educadores demonstram ter dificuldades em incorporar em

suas práticas docente frente o uso de novas tecnologias educacionais, limitando-se muitas vezes apenas ao uso de vídeos do YouTube e apresentação de slides.

Sendo eles os principais responsáveis pelo processo de ensino e aprendizagem, devem sempre avaliar e usar ferramentas que inovem a sua metodologia

pedagógica. Segundo Cruz (2011), O professor precisa estar ao lado de seu aluno mediando o aprendizado e, para isso, deve adotar o uso das tecnologias como um

dos recursos pedagógicos. O papel do professor diante das novas tecnologias é multifacetado e crucial para o sucesso da educação no século 21. Ele deve ser um

guia que navega entre o conhecimento tradicional e as possibilidades tecnológicas, capacitando os alunos para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo.

Mesmo com o aluno tendo uma visão mais ampla do mundo, o professor continua sendo peça fundamental neste processo, com um novo papel: o de mediador

entre informação e conhecimento, com seus objetivos voltados para uma formação tecnológica, crítica e democrática.

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Esse estudo busca avaliar de que maneira os docentes se comportam frente a este desafio de inserir a tecnologia como mediadora de um conhecimento científico e

como o uso destas (ou não) influencia o processo de ensino aprendizagem, se há mais engajamento dos sujeitos envolvidos neste método, tendo como base alunos

e professores de três escolas de ensino fundamental II da cidade de Morro do Chapéu, buscando responder questões como: ela melhora a qualidade da educação ou

ela cria uma barreira para aqueles que não têm acesso ou habilidades tecnológicas? Os professores estão realmente capacitados e usam de maneira eficaz essas

ferramentas?

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REFERENCIAL TEÓRICO

Esta pesquisa foi realizada tendo como base professores de três escolas públicas de Morro do Chapéu-Ba. Cidade situada no centro norte baiano, mais

precisamente na Chapada Diamantina, com uma população estimada em 34.000 habitantes. Devido à sua altitude de 1080m, a cidade apresenta clima ameno, com

temperaturas que chegam a 10°C no período do inverno, sendo conhecida na região como cidade do frio.

Segundo Almeida (2001), por volta dos anos 90 (noventa), a primeira versão do Programa Nacional de Informática em Educação visava à preparação de

professores para o uso da informática com seus estudantes e a criação de centros de informática educativa, localizados nas Secretarias Estaduais de

Educação, que eram responsáveis pela preparação de professores e pelo atendimento aos educandos de escolas públicas no que diz respeito ao uso do

computador. Mais recentemente, o MEC desenvolveu o ProInfo, visando concretizar o uso da TIC, ao inserir o computador na escola para ser incorporado à

prática pedagógica de diferentes áreas de conhecimento. Esse programa prioriza a formação de professores e educadores em um processo que integra o domínio da

tecnologia, teorias educacionais e prática pedagógica com o uso dessa tecnologia (ALMEIDA, 2001).

Com a implementação dos laboratórios de informática nas escolas públicas, buscou-se que os profissionais da educação e alunos usassem os equipamentos para

fins educativos. Porém, mesmo com essa ação, o investimento feito na aquisição e distribuição dessas tecnologias não tem atingido o objetivo de melhoria da

qualidade da educação. Como justificativa, podemos citar dentre outras coisas, a falta de adaptação da infraestrutura da escola e da disponibilidade e da qualidade

de conexão com a internet e do material oferecido. Além disso, é preciso pensar na formação de professores, no currículo e na gestão da escola, que precisará

desenvolver outras formas de interagir com os alunos frente ao uso das TIC.

Em relação as TICs, abrange o conjunto de recursos tecnológicos que propiciam agilidade no processo de comunicação, transmissão e distribuição de

informações, notícias e conhecimentos, ou seja, as TICs são “o resultado de três grandes vertentes técnicas: a informática, as telecomunicações e as mídias

eletrônicas” (BELLONI, 2005, p. 21). Como já dito, é um termo relacionado a informática, rede de computadores, multimídia, banco de dados e outros recursos

oferecidos pelo computador. As demais tecnologias (telefone, rádio, TV, vídeo, áudio, etc.), que muitas vezes são utilizadas para melhorar o desempenho

acadêmico de alunos e professores.

Estamos presenciando um momento de enorme fluxo de informações que viajam por diversos meios comunicacionais. Movimento que se iniciou com a

radiodifusão, posteriormente com a popularização da TV, até o momento atual, onde a tecnologia possibilitou que possamos nos manter conectados mesmo

estando em movimento praticamente em qualquer parte do mundo. No campo educacional , de acordo com Moran (2000, p. 12), “… as tecnologias nos permitem

ampliar o conceito de aula, de espaço e tempo, de comunicação audiovisual, e estabelecer pontes novas entre o presencial e o virtual, entre o estar juntos e o

estarmos conectados à distância”. Para fins educativos, segundo Simões (2002, p.33),“ a tecnologia da informação e da comunicação na educação teve seu

início,[...] por volta dos anos 50 e 60 do século XX, a Tecnologia Educacional era vista como o estudo dos meios geradores de aprendizagens. No Brasil, só

a partir dos anos 60 iniciou-se uma discussão mais sistematizada sobre o assunto no interior das instituições educacionais, e sua utilização, naquele momento, era

fundada no tecnicismo.

Na prática pedagógica é fundamental a discursão sobre a utilização das novas tecnologias no processo de ensino aprendizagem, tendo o entendimento que as

Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação -TDICs como elementos culturais que foram criados a partir de conhecimentos adquiridos pelo processo

histórico da humanidade e que eles modificam o meio cultural, observando a relação dialética entre o homem e a sociedade.

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Levando em conta a realidade da escola atual, marcada pela presença de tecnologias e frequentada por alunos de idade variadas que, além dela, já dominam outras

formas de produção e consumo de conteúdo (como os "praticantes culturais" de Certeau, 2011), ativos nas mídias sociais, torna-se fundamental realizar pesquisas

que explorem a sociedade contemporânea, seus indivíduos e os espaços formais e informais de educação. Assim, o planejamento do professor se torna

imprescindível. Para que cada nova conquista tecnológica seja utilizada de maneira a facilitar e qualificar a vida dos indivíduos, é necessário ao ser humano o

desenvolvimento de diferentes habilidades que possibilitem lidar com estes sempre renovados recursos de forma competente. Assim, o papel de professor, âmbito

do processo ensino-aprendizagem, assume um papel crucial que vai além da mera transmissão de conhecimentos, passando a ser um guia na construção da própria

cidadania, que exige do profissional não apenas perícia na sua área de atuação, mas também postura crítica e aberta a novas experiências, empatia e compreensão

do mundo em que seus alunos estão inseridos, conforme cita Maraschin (2000) evidencia que o papel da escola e do professor não é divulgar informações, mas

sim instigar o conhecimento. A escola da informação e da memorização deve dar lugar à escola do conhecimento e da descoberta.

Em 2020, com surto da COVID-19, doença causada pelo vírus SARS-CoV-2, o Coronavírus. A Organização Mundial de Saúde (OMS) declara emergência de

saúde pública de importância internacional e, no início de março de 2020, essa situação avança a uma pandemia, decorrente do surgimento de surtos da COVID-

19 em vários países e regiões do mundo (OPAS/OMS-2020). Esta nova realidade de pandemia exigiu de autoridades governamentais a adoção de várias medidas e

normas legais visando reduzir o impacto dessa pandemia. A maioria dos países adotou o distanciamento social, atingindo praticamente todas as áreas sociais e

econômicas e causando o fechamento das escolas e a suspensão das aulas presenciais, seja em escolas públicas ou privadas e todos os níveis de ensino. Diante do

exposto, é perceptível que a pandemia do novo coronavírus é considerada como um marco importante no uso das tecnologias digitais. O que antes era opcional,

passou a ser essencial naquele momento.

No nosso país, o MEC decreta, em 17 de março de 2020, através da Portaria n.º 343, a suspensão de aulas presenciais e sua consequente substituição por

atividades não presenciais ancoradas em meios digitais enquanto durar a situação de pandemia do novo Coronavírus (COVID-19). Diante disso, surge o desafio

que fez com que gestores, professores e estudantes buscassem adaptação e transformação de um novo modelo educacional. Com uso das TICs e pautado em

metodologias da educação on-line, a solução encontrada foi o ensino online. Muitos professores que ainda não tinham utilizado essas ferramentas foram obrigados

a transferir a sua metodologia e práticas para o chamado ensino remoto. Cabe destacar aqui que as experiências de aprendizagem online bem planejadas diferem

significativamente do ensino remoto adotado pelas instituições educacionais em resposta à crise gerada pela COVID-19. É importante destacar que o ensino

remoto se diferencia de Educação a Distância (EaD). O ensino remoto foi a solução encontrada em um momento de pandemia mundial, enquanto a EaD é uma

modalidade de ensino que permite que alunos e professores estejam separados espacial e/ou temporalmente durante o processo de ensino-aprendizagem. Ou seja, é

possível estudar em qualquer lugar e a qualquer hora, utilizando recursos tecnológicos como computadores, tablets e smartphones. Essa modalidade possui

legislação específica que estabelece as normas e diretrizes para a oferta desses cursos. Essa regulamentação visa garantir a qualidade dos cursos, os direitos dos

estudantes e a equivalência dos diplomas emitidos.

Para Paulo Freire existem dois tipos de pedagogia, uma que o autor denomina de bancária e outra de problematizadora. Na primeira o professor é considerado o

detentor dos saberes, sendo sua missão transmitir o conhecimento enquanto os alunos são apenas receptores. Já a educação problematizadora se apresenta como

libertadora, quando seu principal foco é o protagonismo do aluno, sendo este o centro do processo educativo. A relação professor/aluno é mediado pelo

conhecimento de ambos. Como Freire expõe, são ambos sujeitos cognoscentes, cada um em seu nível: o que ensina, o por ele já sabido, por isso, ao ensinar

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reconhece o antes conhecido; o que aprende conhecendo o ainda por ele não conhecido, ora conhece melhor alguma coisa que sabia mal ou preenche uma lacuna

de saber (FREIRE,1999, p. 115-116).

Para efetivação de uma Educação baseada neste princípio, os profissionais que ainda permanecem usando somente lousa e livro didático em sua prática docente,

mesmo depois da experiência exigida pela pandemia do novo coronavírus, devem assumir novas posturas de ensino que contemplem inovações que não fazem

parte do seu tempo. Vários Documentos Curriculares defendem o uso das TICs em sala de aula. Os Parâmetros Curriculares Nacionais de 1997, os famosos PCNs,

em um dos seus objetivos, cita: “saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos” (p.69). As

Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica (Brasil,2013), incentivam a presença de infraestrutura tecnológica na escola como apoio pedagógico às

atividades escolares, de maneira que os “recursos tecnológicos de informação e comunicação estimulem a criação de novos métodos didáticos-pedagógicos”(p.25-

26). Já a BNCC, Base Nacional Comum Curricular, destaca que a educação deve possibilitar ao estudante a capacidade de compreender e criar tecnologias

digitais de informação e comunicação de forma crítica, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluído as escolares) para se comunicar, acessar e

disseminar informações, produzir conhecimento, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. (Brasil, 2018, p.09)

METODOLOGIA

A pesquisa foi realizada com base na metodologia qualitativa, por oferecer uma rica gama de benefícios que a tornam uma ferramenta poderosa para explorar

diversos fenômenos, incluindo o uso das TICs na educação, buscando compreender a experiência vividas por profissionais da educação de escolas públicas e de

como esses agentes atuam frente as novas TICs. Para essa finalidade, foram aplicadas entrevistas online semiestruturadas com 20 professores que atuam em três

escolas públicas da cidade de Morro do Chapéu-Ba. Na sequência, os dados foram organizados e analisados, buscando identificar os temas mais importantes que

de alguma maneira interferem de maneira positiva ou não, na prática docente nestas unidades de ensino.

No aporte teórico de autores como Cruz (2011) e Silva (2011), com reflexões sobre os obstáculos que dificultam o processo de ensino. Cruz (2011) com reflexões

sobre o comportamento do professor frente a estes novos recursos. Já com Almeida (2011) trouxemos um breve relato histórico sobre o uso das TICS nas escolas

brasileiras; e trazendo para o campo educacional, Moran (2020) revelou que as tecnologias ampliam o conceito de sala de aula. Por fim, Paulo Freire, com base no

livro Pedagogia do Oprimido, cita princípios de uma educação com o protagonismo do aluno. Ainda apresentamos documentos Curriculares que defendem o uso

das TICs em sala de aula, como os PCNs e a BNCC.

O uso das TDICs nas escolas, principalmente em escolas públicas, gera uma profunda reflexão sobre o processo de ensino e aprendizagem. Essas tecnologias têm

o potencial de transformar a educação, tornando os estudantes mais protagonistas e autônomos em sua aprendizagem.

RESULTADOS:

Os resultados da pesquisa revelaram que o uso de TICs em sala de aula é marcado por desafios e alegrias, os quais interferem de maneira direta no planejamento e

na execução das aulas por parte dos professores. No campo educacional, como mostra a pesquisa, fica evidente que a internet se tornou uma ferramenta

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fundamental para o planejamento de aulas, oferecendo aos professores uma variedade de recursos e possibilidades para enriquecer o processo de ensino-

aprendizagem.

Como mostra o gráfico ao lado, 100% dos professores entrevistados utilizam a internet como ferramenta no planejamento de suas aulas.

A utilização das TIC permite que os professores adaptem o conteúdo e as estratégias de ensino segundo as necessidades e interesses específicos

de cada aluno, promovendo uma aprendizagem mais personalizada.” (Fernandes, 2018, p. 22).

Mesmo assim, muitos profissionais utilizam a internet na maioria das vezes apenas como fonte de pesquisas de materiais que auxiliem no planejamento, na

preparação de material para apresentação de conteúdos como slides e seleção de vídeos, não sendo esse um aspecto negativo, porém, a falta de conhecimento e

treinamento em mídias digitais de toda comunidade acadêmica, faz com que muitos profissionais deixem de aproveitar todo o potencial que a rede oferece.

Perrenoud (1999) sugere que, em situações-problema, os professores utilizem de preferência softwares didáticos ou aplicativos que auxiliem diariamente as mais

diversas tarefas intelectuais. O uso destas ferramentas de forma crítica e mais assertiva pode ser um dos desafios que a sociedade e as instituições de ensino

encontram atualmente.

A maioria dos professores entrevistados possuem especialização na área de atuação e já atuam na docência há mais de 05 anos, portanto, enfrentaram o desafio do

distanciamento social e do ensino remoto imposto pela pandemia da COVID-19 passando a “descobrir” um leque de novas oportunidades com a utilização de

novas estratégias para promover um processo formativo eficiente, capaz de levar conhecimento e oportunidade de aprendizagem seus alunos por meio dos

recursos midiáticos oferecidos pela internet. Esta talvez seja a justificativa pela qual 90% dos entrevistados revelaram que possuem conhecimento a respeito das

TICs.

Mesmo com a evolução tecnológica tão acelerada e mesmo após a pandemia, a educação e suas relações de ensino-aprendizado vêm, a passos lentos, tentando

acompanhar as transformações sociais advindas dos impactos das tecnologias digitais. Para corroborar com a afirmação acima, a pesquisa realizada mostrou que,

para mais da metade dos entrevistados, não foi ofertado durante o curso acadêmico de formação nenhum curso (disciplina) voltado para o uso das novas

tecnologias com fins educacionais. De acordo com Sette, Sette e Aguiar (s.d., p. 9), “a informática é vista como uma nova e promissora área a ser explorada e com

grande potencial para ajudar na mudança dos sistemas educacionais. Daí a importância da preparação de professores para o domínio das tecnologias da

informação”. As Diretrizes Nacionais para a formação ao nível superior e para a formação continuada de Professores (Brasil, 2015) destaca que o processo de

formação profissional deve possibilitar o desenvolvimento de conhecimento que levem ao uso competente das TIC, de forma que o professor formado utilize as

tecnologias educacionais pedagógicas no desenvolvimento, execução, acompanhamento e avaliação de projetos educacionais. Entre tantos desafios apontados, a

ausência de infraestrutura e a formação têm papel de destaque, uma vez que os professores atribuem grande importância a elas. Na pesquisa, foi apontado que os

maiores desafios apresentados foram justamente os citados acima. Isso corrobora para que muitos profissionais se sintam pouco preparados para o uso de TIC em

sala de aula.

Outro ponto a ser destacado é a questão da qualidade da internet oferecida. Para a maioria dos entrevistados, a qualidade é regular e muitas vezes não atende à

demanda que é necessária para a realização de algumas atividades. Cabe ressaltar que nenhuma escola pesquisada tem sala de informática. Em conversa informal

com alguns profissionais destas escolas, foi relatado que, ao serem desenvolvidas algumas atividades que necessitem o uso de TIC, é solicitado que os alunos

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levem o celular para a escola. Isso acaba gerando outro problema: Nem todos têm o dispositivo e a conexão não suporta o número de aparelhos conectados

simultaneamente. É apenas um relato que mostra os desafios enfrentados pelos docentes quando se propõem a usar TIC e exemplifica muito bem as questões das

Desigualdades Digitais presentes na educação pública brasileira. Outro artigo com tema semelhante corrobora com a situação descrita acima quando relata que

“Outro desafio é a necessidade de lidar com a diversidade digital entre os alunos. Nem todos os estudantes têm acesso igualitário às TICs ou possuem o mesmo

nível de familiaridade com elas.”(MONTEIRO et al., 2023).

CONCLUSÃO

Diante do que escrito ao longo deste artigo sobre o Uso das Tecnologias da Informação no processo de ensino e aprendizagem em escolas públicas de Morro do

Chapéu-Ba, fica claro a importância do professor como mediador frente a constante transformação que ocorrem em todos os setores impostos pelos avanços da

tecnologia. Mesmo com muitos obstáculos a serem superados, como, por exemplo, a formação continuada com foco em práticas didáticas com objetivo de uma

melhor utilização de TIC em sala de aula. É necessário também por parte dos profissionais da educação a busca pelo equilíbrio entre novas tecnologias e conteúdo.

Outro ponto a ser considerado é a diversidade digital entre os alunos, que deve ser levada em conta no momento da preparação das atividades a serem

desenvolvidas, bem como o uso ético e responsável das TICs. Assim, torna-se de fundamental importância a realização de pesquisas para adquirir mais

conhecimento sobre essa temática.

Essa pesquisa teve como base apenas três escolas públicas da Cidade de Morro do Chapéu/Ba. A realização de novas pesquisas é essencial para explorar de modo

mais aprofundado como o uso das TICs influencia no processo de ensino-aprendizagem e assim contribuir para o aprimoramento da prática docente frente a uma

realidade em constante transformação da qual a educação faz parte. Essas pesquisas também podem contribuir para o desenvolvimento de políticas educacionais

mais embasadas e consequentemente uma formação acadêmica mais adequada e condizente com a realidade.

Por fim, o uso das TICs no campo educacional traz várias contribuições para tornar o aluno cada vez mais protagonista da sua aprendizagem e inúmeros desafios

para a classe docente, a este por sua vez, cabe adotar o papel de mediador, promovendo uma educação que promova a inclusão digital tão necessária. É preciso,

mesmo diante de tantos desafios encontrados, que as práticas pedagógicas sejam constantemente atualizadas para que os alunos possam aproveitar ao máximo as

oportunidades oferecidas pelas TICs e desenvolver as habilidades necessárias para o século XXI.

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REFERÊNCIAS

ALMEIDA, M. E. B. Tecnologia de informação e comunicação na escola: aprendizagem e produção da escrita. Série “Tecnologia e Currículo” - Programa Salto

para o Futuro, novembro, 2001.

BELLONI, Maria L. Educação a distância. Campinas: Autores Associados, 2005, p. 21

CERTEAU, M. de. A invenção do cotidiano: artes de fazer. Petrópolis: Editora Vozes, 2011.

CRUZ, Solange Passamani da. (2011). As competências e o sucesso do professor no processo


ensino aprendizagem. Disponível em:
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/
2010/2010_uem_ped_pdp_solange_passamani_da_cruz.pdfAcesso em: 01 jun. 2024.
Fernandes, R. A. (2018). Aprendizagem personalizada com o uso das TIC. Revista de Tecnologia e Educação, 7(1), 20-30.

FREIRE, Paulo. A educação na cidade. 3.ed. São Paulo: Cortez, 1999

MARASCHIN, C. Conhecimento, escola e contemporaneidade. In: PELLANDA, N.M.C.; PELLANDA, E.C. (Org.). Ciberespaço: um hipertexto com Pierre

Lévy. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 2000.

MORAN, José Manuel; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas: Papirus, 2000

PERRENOUD, P. Construir as competências desde a escola. Porto Alegre: Artmed, 1999.

SILVA, Ivanete da Luz. (2012). Processo ensino e aprendizagem frente ao uso do computador na Escola Estadual Maria Cristina Botelho Rodrigues / Porto

Grande – AP. Disponível em: http://www2.unifap.br/midias/files/2016/04/PROCESSO-ENSINO-E-APRENDIZAGEM-FRENTE-AO-USO-

DOCOMPUTADOR-IVANETE-DA-LUZ-SILVA.pdf. Acesso em: 24 jun. 2018.

SETTE, Sonia Schechtman; AGUIAR, Márcia Angela; SETTE, José Sérgio Antunes. Formação de professores em informática na educação: um caminho para

mudanças. In: Coleção Informática para a mudança na educação – Ministério da Educação/ Secretaria de Educação à Distância e Programa Nacional de

Informática na Educação.

SIMÕES, V. A. P. Utilização de novas tecnologias educacionais nas escolas da rede estadual da cidade de Umuarama – PR. Dissertação de mestrado em

educação. UFU, 2002.

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ANEXOS

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