6 - Tatiana Lira de Freitas As Percepcoes Dos Estudantes

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INSTITUTO FEDERAL PERNAMBUCO

CAMPUS OLINDA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
E TECNOLÓGICA – PROFEPT
MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E
TECNOLÓGICA EM REDE NACIONAL

TATIANA LIRA DE FREITAS

AS PERCEPÇÕES DE ESTUDANTES DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS


INTEGRADA À EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA (PROEJA)
SOBRE A INCLUSÃO DIGITAL AO LONGO DA FORMAÇÃO

Olinda
2022
TATIANA LIRA DE FREITAS

AS PERCEPÇÕES DE ESTUDANTES DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS


INTEGRADA À EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA (PROEJA)
SOBRE A INCLUSÃO DIGITAL AO LONGO DA FORMAÇÃO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em


Educação Profissional e Tecnológica – PROFEPT, do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de
Pernambuco – IFPE, sob a orientação da Profa. Dra.
Valquíria Farias Bezerra Barbosa.

Linha de Pesquisa: Práticas Educativas em Educação


Profissional e Tecnológica.

Macroprojeto: Práticas Educativas no Currículo


Integrado.

Olinda
2022
F866p F r e i t a s , Ta t i a n a L i r a d e .
As percepções de estudantes da Educação de Jovens e Adultos
Integrada à Educação Profissional e Tecnológica (PROEJA) sobre a
inclusão digital ao longo da formação. / Tatiana Lira de Freitas. – Olinda,
PE: O autor, 2022.
181 f.: il., color. ; 30 cm.

Orientadora: Profa. Dra. Valquiria Farias Bezerra Barbosa.

Dissertação (Mestrado) – Instituto Federal de Educação, Ciência e


Tecnologia de Pernambuco - IFPE, Campus Olinda, Coordenação Local
ProfEPT/IFPE - Mestrado Profissional em Educação Profissional e
Tecnológica, 2022.

Inclui Referências, Apêndices e Anexos.

1. Educação de Jovens e Adultos. 2. Inclusão Digital. 3. Tecnologias


Digitais da Informação e Comunicação. 4. Ensino Integrado. 6. Práticas
Docentes – inclusão digital. I. Barbosa, Valquiria Farias Bezerra
(Orientadora). II. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de
Pernambuco - IFPE. III. Título.

374 CDD (22 Ed.)


Catalogação na fonte
Bibliotecária: Andréa Cardoso Castro - CRB4 1789
INSTITUTO FEDERAL DE PERNAMBUCO
Autarquia criada pela Lei n° 11.892 de 29 de dezembro de 2008

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

TATIANA LIRA DE FREITAS

AS PERCEPÇÕES DE ESTUDANTES DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS


INTEGRADA À EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA (PROEJA)
SOBRE A INCLUSÃO DIGITAL AO LONGO DA FORMAÇÃO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-


Graduação em Educação Profissional e Tecnológica
(PROFEPT) ofertado pelo Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco –
Campus Olinda, como requisito para obtenção do
título de Mestra em Educação Profissional e
Tecnológica.

Aprovada em 19 de agosto de 2022.

BANCA EXAMINADORA

Prof.ª Dr.ª Valquíria Farias Bezerra Barbosa


Orientadora/Presidente
Instituto Federal de Pernambuco

Prof. Dr. Ivanildo José de Melo Filho


1º Examinador Interno
Instituto Federal de Pernambuco

Prof.ª Dr.ª Edilene Rocha Guimarães


2ª Examinadora Interna
Instituto Federal de Pernambuco

Prof.ª Dr.ª Maria do Socorro Ferreira dos Santos


Examinadora Externa
Instituto Federal de Alagoas
INSTITUTO FEDERAL DE PERNAMBUCO
Autarquia criada pela Lei n° 11.892 de 29 de dezembro de 2008

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

TATIANA LIRA DE FREITAS

INTRODUÇÃO ÀS TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO E


COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA:
ALTERNATIVAS ORIENTADAS À INCLUSÃO DIGITAL

Produto Educacional apresentado ao Programa de


Pós-Graduação em Educação Profissional e
Tecnológica (PROFEPT) ofertado pelo Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de
Pernambuco – Campus Olinda, como requisito para
obtenção do título de Mestra em Educação
Profissional e Tecnológica.

Validado em 19 de agosto de 2022.

BANCA EXAMINADORA

Prof.ª Dr.ª Valquíria Farias Bezerra Barbosa


Orientadora/Presidente
Instituto Federal de Pernambuco

Prof. Dr. Ivanildo José de Melo Filho


1º Examinador Interno
Instituto Federal de Pernambuco

Prof.ª Dr.ª Edilene Rocha Guimarães


2ª Examinadora Interna
Instituto Federal de Pernambuco

Prof.ª Dr.ª Maria do Socorro Ferreira dos Santos


Examinadora Externa
Instituto Federal de Alagoas
AGRADECIMENTOS

A Deus, Aquele em quem confio e que me sustentou durante toda essa jornada.
A minha amada mãe, D.ª Aldeni, que fez crescer minhas asas a cada incentivo e me
fortaleceu para alçar voos mais altos.
Aos meus amores, Kátia e Kali, por compartilharem comigo a vida, as conquistas, os
momentos bons e ruins, sem as quais meus dias teriam sido ainda mais difíceis.
A minha sogra, D.ª Marluce, por todo o cuidado, suporte e acolhimento nos momentos
de refúgio para estudar em seu lar.
A minha querida orientadora, Profa.ª Dra.ª Valquíria Farias B. Barbosa, por quem
conservo profunda admiração e respeito, que me conduziu nessa caminhada com muita
seriedade, profissionalismo e sensibilidade.
A minha psicóloga, Kelly Anny de Oliveira Pinho, pelas escutas e intervenções, desde
as seleções até a conclusão do curso, sempre me fortalecendo nos momentos de insegurança,
angústia e ansiedade.
Aos meus amigos mais próximos, Andréa, Fernanda, Diogo e Rebeca, por todo o apoio
e por acreditarem em mim quando eu mesma não acreditava.
Aos colegas da turma 2019.2, pelo companheirismo nessa jornada de muitas
aprendizagens, em especial Giselli Cavalcanti, uma amiga que o mestrado me trouxe e com
quem compartilhei o desafio de estudar o Proeja.
Aos docentes da turma 2019.2 do Mestrado ProfEPT, ofertado pelo IFPE – Campus
Olinda, que enriqueceram este trabalho ao proporcionar a apropriação do conhecimento a cada
encontro presencial ou remoto.
Aos docentes da banca examinadora, pelas contribuições e direcionamentos que
trouxeram amadurecimento a nossa pesquisa.
Aos docentes que participaram da fase de aplicação e avaliação do Produto
Educacional, por trazerem importantes contribuições ao seu aprimoramento.
Aos estudantes da turma de Refrigeração e Climatização Proeja (2017-2018), pela
disponibilidade para participação da pesquisa e por torná-la possível.
À Coordenação do Proeja Integrado do IFPE – Campus Recife, pela atenção e
celeridade na disponibilização das informações acadêmicas necessárias à pesquisa.
À Direção Geral do IFPE – Campus Recife, por abrir espaço para a construção do
conhecimento por meio da pesquisa.
[...] É possível, então, que eu seja ingênuo. Mas, eu prefiro tombar na
ingenuidade esperançosa de um dia poder mudar, a cruzar os braços hoje na
desistência fatalista de que não é possível mudar (FREIRE, 1995, n. p.).
RESUMO

Esta pesquisa de mestrado profissional tem por objetivo geral compreender as


percepções dos estudantes da educação de jovens e adultos integrada à educação profissional e
tecnológica sobre a inclusão digital ao longo da formação técnica de nível médio.
Especificamente, a pesquisa objetiva: levantar o perfil dos estudantes desta modalidade quanto
aos seus percursos formativos, frente às tecnologias digitais, e as suas trajetórias profissionais;
perceber como se dá o acesso e uso das TDICs, durante a formação, e suas implicações para o
cotidiano social e educacional dos estudantes; e identificar as dificuldades enfrentadas pelos
estudantes, durante a formação e na busca pela (re)inserção profissional, no que diz respeito
aos conhecimentos e habilidades para uso das tecnologias digitais; e elaborar um minicurso
autoinstrucional e interativo, voltado à formação continuada docente para integração das
tecnologias digitais as suas práticas. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa sobre
o Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica, na
modalidade Educação de Jovens e Adultos (Proeja). Participaram da pesquisa os estudantes do
curso Técnico de Refrigeração e Climatização (Integrado – Proeja), ofertado pelo IFPE –
Campus Recife. A coleta de dados foi realizada por meio do questionário on-line e da entrevista
semiestruturada. Para análise dos dados, recorremos à análise estatística descritiva e à análise
de conteúdo temática, baseada em Bardin (2016). Os resultados revelam o caráter tradicional e
tecnicista da formação destinada aos estudantes da EJA integrada à EPT (Proeja). Verificamos
que os professores não utilizam tecnologias em suas práticas pedagógicas, ou utilizam com
dificuldade, por não possuírem conhecimentos e habilidades necessários à potencialização do
processo de ensino e aprendizagem mediatizado pelas tecnologias digitais, o que indica a
necessidade de formação docente. As percepções dos estudantes sobre a inclusão digital nos
permitiram compreender que o ensino técnico de nível médio na modalidade EJA integrada à
EPT não favorece a inclusão digital dos estudantes ao longo da formação, posto que a formação
tecnicista causa prejuízos à integração das tecnologias digitais no processo de ensino e
aprendizagem. Esses resultados subsidiaram a elaboração do produto educacional, que consiste
em um minicurso autoinstrucional e interativo, voltado à formação continuada dos docentes
vinculados ao Proeja, intitulado “Introdução às Tecnologias Digitais da Informação e
Comunicação na Educação Profissional e Tecnológica: alternativas orientadas à inclusão
digital”. A integração do processo de ensino e aprendizagem com as tecnologias digitais, ao
longo da formação profissional e tecnológica, é essencial para a promoção da inclusão digital e
da formação integral dos estudantes inseridos na EJA integrada à EPT, pois contribui para a
formação de cidadãos críticos, criativos e autônomos na sociedade do conhecimento. Portanto,
o produto educacional desenvolvido oportuniza a formação continuada docente para a aplicação
didático-pedagógica das tecnologias digitais, a fim de superar a predominância de práticas
educativas de transmissão dos conteúdos e promover a formação integral e omnilateral dos
estudantes.

Palavras-chave: Proeja; inclusão digital; tecnologias digitais da informação e comunicação;


percepções de estudantes; mundo do trabalho.
ABSTRACT

This professional master's research has the general objective of understanding the
perceptions of students of youth and adult education integrated with professional and
technological education about digital inclusion throughout the technical training of high school.
Specifically, the research aims to: check the students' profile of this modality regarding their
formative paths, facing digital technologies, and their professional trajectories; notice how the
access and use of TDICs happen during training, and its implications for students' social and
educational daily life; and to identify the difficulties faced by students, during training and in
the search for professional (re)insertion, with regard to knowledge and skills for the use of
digital technologies; and to develop a self-instructional and interactive mini course, aimed at
continuing teacher training for the integration of digital technologies and their practices. This
is a qualitative research on the National Program for the Integration of Professional Education
with Basic Education, in the modality Education of Youth and Adults (Proeja). The students of
the Refrigeration and Air Conditioning Technician course (Integrated - Proeja), offered by IFPE
- Campus Recife, participated in the research. Data collection was performed through the online
questionnaire and the semi-structured interview. For data analysis, we used descriptive
statistical analysis and thematic content analysis, based on Bardin (2016). The results reveal the
traditional and technical nature of the training for students of the EJA integrated to the EPT
(Proeja). We verified that teachers do not use technologies in their pedagogical practices, or use
them with difficulty, because they do not have the knowledge and skills necessary to enhance
the teaching and learning process mediated by digital technologies, which indicates the need
for teacher training.The students' perceptions about digital inclusion allowed us to understand
that high-level technical education in the EJA modality integrated with EPT does not favor the
digital inclusion of students throughout training, since technical training causes damage to the
integration of digital technologies in the teaching and learning process. These results supported
the elaboration of the educational product that consists of a self-instructional and interactive
mini-course, intended at the continuing education of teachers linked to the Proeja, entitled
"Introduction to Digital Information and Communication Technologies in Professional and
Technological Education: alternatives oriented to digital inclusion”. The integration of the
teaching and learning process with digital technologies, throughout professional and
technological training, is essential for the promotion of digital inclusion and the integral training
of students inserted in the EJA integrated to the EPT, because it contributes to the formation of
critical, creative and autonomous citizens in the knowledge society. Therefore, the educational
product developed provides opportunities for the continuous teacher training for the didactic-
pedagogical application of digital technologies, in order to overcome the predominance of
educational practices of transmission of contents and promote the integral and omnilateral
training of students.

Keywords: Proeja; digital inclusion; digital information and communication technologies;


student perceptions; world of work.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Etapas de elaboração dos instrumentos de coleta de dados 61


Figura 2 - Evolução da política de inovação e tecnologia na Educação, de
1970 a 2017 76
Figura 3 - Etapas de elaboração do produto educacional 102

Gráfico 1 - Expectativas dos participantes oriundos da EJA, matriculados no


Curso Técnico de Refrigeração e Climatização (Integrado – Proeja)
do IFPE – Campus Recife, 2022, n=5 72
Gráfico 2 - Expectativas dos participantes oriundos do ensino regular,
matriculados no Curso Técnico de Refrigeração e Climatização
(Integrado – Proeja) do IFPE – Campus Recife, 2022, n=5 73
Gráfico 3 - Redes de ensino frequentadas pelos estudantes antes do ingresso no
Curso Técnico de Refrigeração e Climatização (Integrado – Proeja)
do IFPE – Campus Recife, 2022, n=10 74
Gráfico 4 - Ambientes escolares com disponibilidade de tecnologias digitais
da informação e comunicação nas escolas frequentadas pelos
estudantes antes do ingresso no Curso Técnico de Refrigeração e
Climatização (Integrado – Proeja) do IFPE – Campus Recife, 2022,
n=6 77
Gráfico 5 - Ambientes do IFPE – Campus Recife com disponibilidade de
tecnologias digitais da informação e comunicação, segundo os
estudantes matriculados na turma do 7º módulo do curso técnico de
Refrigeração e Climatização (Integrado – Proeja), 2022, n=10 79
Gráfico 6 - Condições de acesso à internet disponível no IFPE – Campus
Recife, segundo os estudantes matriculados na turma do 7º módulo
do curso técnico de Refrigeração e Climatização (Integrado –
Proeja), 2022, n=10 80
Gráfico 7 - Principais finalidades de acesso e uso das TDICs e internet
disponíveis no IFPE – Campus Recife, segundo os estudantes
matriculados na turma do 7º módulo do curso técnico de
Refrigeração e Climatização (Integrado – Proeja), 2022, n=10 81
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Trabalhos de pós-graduação stricto sensu, disponíveis nos


repositórios acadêmicos, sobre o tema inclusão digital na Educação
de Jovens e Adultos integrada à Educação Profissional e
Tecnológica (Proeja), 2022 28
Quadro 2 - Trabalhos de pós-graduação stricto sensu, disponíveis na
Plataforma Sucupira (Capes), sobre o tema inclusão digital na
Educação de Jovens e Adultos integrada à Educação Profissional e
Tecnológica (Proeja), 2022 29
Quadro 3 - Trabalhos de pós-graduação stricto sensu, disponíveis no
repositório institucional Saber Aberto, sobre o tema inclusão digital
na Educação de Jovens e Adultos integrada à Educação
Profissional e Tecnológica (Proeja), 2022 30
Quadro 4 - Artigos em revistas e periódicos acadêmicos e científicos,
disponíveis no Portal de periódicos da Capes, sobre o tema inclusão
digital na Educação de Jovens e Adultos integrada à Educação
Profissional e Tecnológica (Proeja), 2022 31
Quadro 5 - Artigos em revistas e periódicos acadêmicos e científicos,
disponíveis nos repositórios científicos, sobre o tema inclusão
digital na Educação de Jovens e Adultos integrada à Educação
Profissional e Tecnológica (Proeja), 2022 31
Quadro 6 - Programas e projetos de inclusão digital implementados no Brasil
até o ano de 2016 54
Quadro 7 - Procedimentos utilizados na análise dos dados coletados, de acordo
com os objetivos específicos definidos, 2022 64
Quadro 8 - Categorias e subcategorias de análise, estabelecidas a partir dos
núcleos temáticos das entrevistas semiestruturadas realizadas com
os estudantes do 7º módulo do curso técnico de Refrigeração e
Climatização (Integrado – Proeja), IFPE – Campus Recife, 2022,
n=5 83
Quadro 9 - Principais contribuições registradas pelos docentes no formulário
de avaliação do produto educacional, 2022, n=4 108
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Distribuição dos estudantes do Curso Técnico de Refrigeração e


Climatização (Integrado – Proeja) do IFPE – Campus Recife,
quanto ao sexo e a década de conclusão do nível de ensino
fundamental/médio, 2022, n=10 70
Tabela 2 - Nível de escolaridade concluído por modalidade de educação,
anterior ao ingresso no IFPE, dos estudantes matriculados no Curso
Técnico de Refrigeração e Climatização (Integrado – Proeja) do
IFPE – Campus Recife, 2022, n=10 71
Tabela 3 - Disponibilidade de Tecnologias Digitais da Informação e
Comunicação e/ou internet por rede de ensino frequentada pelos
estudantes antes do ingresso no Curso Técnico de Refrigeração e
Climatização (Integrado – Proeja) do IFPE – Campus Recife, 2022,
n=10 75
Tabela 4 - Respostas registradas pelos docentes às perguntas fechadas nos
formulários de avaliação do produto educacional, 2022, n=4 106
LISTA DE SIGLAS

Anatel Agência Nacional de Telecomunicações


BNCC Base Nacional Comum Curricular
BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
CAD Desenho auxiliado por computador
Capes Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CAV/UFPE Centro Acadêmico de Vitória da Universidade Federal de Pernambuco
CEB Câmara de Educação Básica
Cefet Centro Federal de Educação Tecnológica
CEP Comitê de Ética em Pesquisa
CGI.br Comitê Gestor da Internet no Brasil
CNE Conselho Nacional de Educação
CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
CNS/MS Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde
Conep Conselho Nacional de Ética em Pesquisa
Consup Conselho Superior
COVID-19 Coronavirus Disease 2019
CRC Centro de Recondicionamento de Computadores
DCN Diretrizes Curriculares Nacionais
EaD Educação à Distância
EB Educação Básica
EJA Educação de Jovens e Adultos
EP Educação Profissional
EPT Educação Profissional e Tecnológica
EMIEP Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
EPTNM Educação Profissional Técnica de Nível Médio
FHC Fernando Henrique Cardoso
FIC Formação Inicial e Continuada
FNDE Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
Gesac Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão
IES Instituição de Ensino Superior
IFs Institutos Federais
IFAL Instituto Federal de Alagoas
IFES Instituto Federal do Espírito Santo
IFPE Instituto Federal de Pernambuco
IFSP Instituto Federal de São Paulo
IFRS Instituto Federal do Rio Grande do Sul
INPM Instituto Nacional de Pesos e Medidas
LDBEN Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
MCOM Ministério das Comunicações
MCTI Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações
MDA Ministério do Desenvolvimento Agrário
MEC Ministério da Educação
MPEJA Mestrado Profissional em Educação de Jovens e Adultos
MPOG Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
OEI Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a
Cultura
PDF Portable Document Format
PDI Plano de Desenvolvimento Institucional
PE Produto Educacional
PBLE Programa Banda Larga nas Escolas
PBP Programa Brasil Profissionalizado
PL Projeto de Lei
PNE Plano Nacional de Educação
Proeja Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação
Básica, na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos
ProfEPT Programa de Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica
PPC Projeto Pedagógico de Curso
PPPI Projeto Político Pedagógico Institucional
Projovem Programa Nacional de Inclusão de Jovens
Pronatec Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
ProUCA Projeto Um Computador por Aluno
REM Reforma do Ensino Médio
RFEPCT Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica
RI Repositório Institucional
SARS-COV2 Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2
SCIELO Scientific Electronic Library On-line
SECIS Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social
Seduc/MT Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer de Mato Grosso
Seesp/ME Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação
SID Secretaria de Inclusão Digital
TCC Trabalho de Conclusão de Curso
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TCUD Termo de Compromisso de Utilização de Dados
TDIC Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação
TIC Tecnologia da Informação e Comunicação
UFs Universidades Federais
UFMT Universidade Federal do Mato Grosso
UFCE Universidade Federal do Ceará
UnB Universidade de Brasília
Uneb Universidade do Estado da Bahia
Unesco Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
Unifg Centro Universitário dos Guararapes
Unisinos Universidade do Vale do Rio dos Sinos
SUMÁRIO

1 PRIMEIRAS CONEXÕES 16
2 COMPREENDENDO AS EXPERIÊNCIAS VOLTADAS À
INCLUSÃO DIGITAL DOS DISCENTES NO PROEJA 27
2.1 TESES E DISSERTAÇÕES SOBRE S INCLUSÃO DIGITAL DOS
DISCENTES NO PROEJA 27
2.2 ARTIGOS ACADÊMICOS E CIENTÍFICOS SOBRE A INCLUSÃO
DIGITAL DOS DISCENTES NO PROEJA 30
2.3 CONSTRUINDO A PESQUISA: contribuições da revisão de
literatura 32
3 A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: um espaço de luta 40
3.1 DESAFIOS À INTEGRAÇÃO DA EJA À EPT
CARACTERIZADOS NA LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL
BRASILEIRA 42
3.1.1 Caminhos e descaminhos da educação básica articulada à educação
profissional na modalidade de educação de jovens e adultos 44
3.1.1.1 O Proeja Integrado 46
3.2 AS PRÁTICAS DOCENTES E GESTORAS NA EDUCAÇÃO
PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA DIRECIONADAS AO
PROEJA 48
3.3 O PAPEL DA INCLUSÃO DIGITAL NO PROCESSO
EDUCATIVO 51
4 PROCEDIMENTOS TEÓRICO-METODOLOGICOS 57
4.1 COLETA DE DADOS 60
4.2 ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS POR MEIO DOS
QUESTIONÁRIOS 65
4.3 ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS NAS ENTREVISTAS 66
4.4 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA 67
5 AS TRAJETÓRIAS DE ESCOLARIZAÇÃO E OS DESAFIOS À
INCLUSÃO DIGITAL AO LONGO DA FORMAÇÃO DOS
ESTUDANTES DO PROEJA INTEGRADO 70
6 ACESSO E USO DAS TDICs NO COTIDIANO SOCIAL E AO
LONGO DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL DOS
ESTUDANTES DO PROEJA INTEGRADO 83
6.1 ACESSO E USO DAS TDICs NO COTIDIANO SOCIAL 84
6.2 ACESSO E USO DAS TDICs NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL 90
7 PRODUTO EDUCACIONAL: alternativas orientadas à inclusão
digital 101
7.1 ELABORAÇÃO DO PRODUTO EDUCACIONAL 102
7.2 APLICAÇÃO E AVALIAÇÃO DO PRODUTO EDUCACIONAL 106
8 ÚLTIMAS CONEXÕES 109
REFERÊNCIAS 112
APÊNDICE A – ROTEIRO DO QUESTIONÁRIO ON-LINE
COM OS ESTUDANTES 123
APÊNDICE B – CONVITE AO ESTUDANTE 131
APÊNDICE C – ROTEIRO DE ENTREVISTA
SEMIESTRUTURADA COM OS ESTUDANTES 132
APÊNDICE D – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E
ESCLARECIDO 134
APÊNDICE E – ENCARTE DO PRODUTO EDUCACIONAL 138
APÊNDICE F – FORMULÁRIO AVALIATIVO DO PRODUTO
EDUCACIONAL 163
ANEXO A – PARECER CONSUBSTANCIADO DO CAV/UFPE 167
ANEXO B – PROTOCOLO DE SEGURANÇA – INSTITUTO
FEDERAL DE PERNAMBUCO 179
ANEXO C – ARTIGO ACADÊMICO PUBLICADO NO E-BOOK
DO 8º ENCONTRO DE PESQUISA EDUCACIONAL EM
PERNAMBUCO (EPEPE) 181
16

1 PRIMEIRAS CONEXÕES

A partir da terceira Revolução Industrial, no final do século XX, também conhecida


como “revolução tecnológica” ou “revolução informacional”, ocorreu o advento da
cibercultura 1 e dos meios digitais de informação e comunicação. Estes reconfiguraram o
modo como as informações passaram a ser acessadas e utilizadas em todo o mundo, fazendo
com que diversos setores da sociedade fossem impactados, dentre eles a educação e o mundo
do trabalho.
Como consequência, novas formas de ensinar e de aprender, como também de
produzir bens e serviços, foram sendo delineadas a partir da disponibilidade das tecnologias
digitais e das informações disponíveis em rede, visto que somos participantes da sociedade
da informação (LÉVY, 1999; BEZERRA; AQUINO, 2011; CASTELLS, 2013).
Na atualidade, estudantes e profissionais das diversas áreas encontram-se rodeados
pelas Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDICs). Por esse motivo, as
inovações tecnológicas trouxeram ao ambiente escolar e profissional novas necessidades de
formação docente e discente, por refletirem diretamente em suas práticas e por resultarem
em novas demandas de aquisição de habilidades tecnológicas para utilização no contexto
social, escolar e profissional (BEZERRA; AQUINO, 2011; KENSKI, 2012; MASETTO,
2013; MORAN, 2013).
Semelhante às Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), as TDICs
representam o avanço das TICs por englobarem o recurso digital em superação às tecnologias
analógicas representadas pela convergência da informática e das telecomunicações, a partir
da integração das ferramentas computacionais e dos meios de comunicação de massa, a
exemplo do rádio, televisão e internet, o que facilita o compartilhamento das informações na
sociedade atual (GEWEHR, 2016).
As TDICs tornaram o processamento, o acesso e a manipulação de dados e
informações possíveis, bem como o seu compartilhamento na rede mundial de computadores
ou web, desde que conectadas à internet. Tal possibilidade provocou transformações
significativas no modo como a sociedade passou a se comunicar, a buscar e a acessar a
quantidade cada vez mais crescente de informações e conhecimentos (LÉVY, 1999; KENSKI,
2012).

1
A cultura contemporânea mediada pelas tecnologias digitais constitui a cibercultura e esta, por sua vez, é
possibilitada pela existência do ciberespaço, pelo digital em rede (SANTOS, 2010).
17

Destarte, cabe observar a importância e a necessidade de aquisição de habilidades e


competências pelos sujeitos do processo de ensino e aprendizagem, com vistas à utilização
crítica e consciente das TDICs para melhoria da qualidade dos processos formativos, uma
vez que podem proporcionar avanços significativos ao ambiente escolar (KENSKI, 2012),
mas também processos de exclusão e evasão escolar (NUNES, 2011; KLEIMAN;
MARQUES, 2018; SPRINGER, 2019).
De acordo com André (2007), nas décadas de 1980 e 1990, a investigação sobre a
realidade cotidiana do ambiente escolar e da sala de aula passou a constituir as principais
preocupações dos pesquisadores da educação. Na atualidade, tem-se valorizado o olhar
privilegiado do pesquisador como sujeito presente na realidade investigada, de modo que
refletir sobre tal realidade é um passo importante em direção a sua transformação em
benefício dos processos educativos.
No primeiro semestre de 2018, tive a oportunidade de ministrar, como professora
bolsista, a disciplina de Inclusão Digital em sete turmas dos cursos de qualificação do
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), no Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE) – Campus Recife, dada minha
graduação em Tecnologia de Redes de Computadores pelo Centro Universitário Guararapes
(Unifg), concluída no segundo semestre de 2016.
Durante as aulas teórico-práticas pude identificar que a maioria das turmas
apresentava dificuldades de assimilação do conteúdo e de utilização das tecnologias digitais
presentes nas salas de aula e laboratórios de informática. Funções básicas como ligar ou
desligar os computadores e acessar a internet demandaram grande despendimento de tempo
e orientações reiteradas, principalmente, aos estudantes adultos.
Com o olhar atento às dificuldades observadas durante as aulas, acentuadas pelas
diferenças de faixas etárias, pelos diversos níveis de escolaridade e pelas mais diversas
experiências vivenciadas pelos estudantes, identificamos lacunas que apontam para uma
possível defasagem na formação básica desses sujeitos, no que tange à utilização dos diversos
recursos tecnológicos digitais presentes na sociedade contemporânea.
Surgiu, portanto, a preocupação com a investigação da realidade dos estudantes da
educação de jovens e adultos integrada à educação profissional e tecnológica, no contexto do
Proeja. Esses estudantes são, acima de tudo, trabalhadores que demandam tempos e espaços
próprios de aprendizagem, bem como a apropriação dos diferentes saberes necessários à
participação em sociedade (BRASIL, 2007b).
18

Diante das incertezas que circundam a continuidade de oferta de cursos do Pronatec,


o que demonstra fragilidades na sua implementação e execução, e por entendermos ser esse
um Programa voltado ao aligeiramento da formação de mão de obra, na intenção de suprir o
imediatismo do mercado de trabalho (RAMOS; STAMPA, 2016; LIMA et al., 2018),
voltamos a atenção para o Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a
Educação Básica, na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (Proeja).
Nossa escolha pela pesquisa no contexto da EJA integrada à EPT (Proeja) se justifica
por entendermos o Programa como um caminho dotado de possibilidades reais de
proporcionar à classe trabalhadora condições concretas de emancipação humana, posto que
o acesso e uso dos recursos tecnológicos digitais na educação profissional e tecnológica pode
contribuir com as aprendizagens significativas, com a construção do conhecimento e com a
autonomia intelectual dos estudantes. Ademais, a formação profissional permeada pelas
tecnologias digitais pode propiciar a esses estudantes melhores oportunidades de inserção
profissional, desde que o foco principal seja a melhoria da qualidade do ensino ofertado.
O Proeja abarca um público composto, especificamente, por jovens e adultos
trabalhadores, aos quais foi negada a educação básica na idade própria 2 ou regular, que
buscam a elevação da escolaridade e encontram na formação profissional e tecnológica
alternativas de formação ao longo da vida e de inserção profissional (BRASIL, 2007b;
MACHADO, 2016; HENRIQUE; SILVA; MARQUES, 2019).
Entendemos que a emancipação humana pode ser alcançada a partir da formação
integral dos sujeitos do Programa, conforme fundamentado no terceiro princípio do seu
Documento Base para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio/Ensino Médio, “[...]
a formação humana não se faz em tempos curtos, exigindo períodos mais alongados, que
consolidem saberes, a produção humana, suas linguagens e formas de expressão para viver
e transformar o mundo” (BRASIL, 2007b, p. 38, grifo nosso).
Nessa direção, é essencial a garantia de uma educação pública de qualidade, aliada
a uma formação profissional e tecnológica que possibilite a (re)inserção de jovens e adultos
no mundo do trabalho. Ao caminhar nessa direção, os estudantes da EJA integrada à EPT
podem vislumbrar condições reais de libertação das amarras políticas, econômicas e sociais
impostas pelo capitalismo. Nesse contexto, ser digitalmente incluso é um passo importante

2
Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Básica, a Emenda Constitucional nº 59/2009, de
11 de novembro de 2009, estabelece a educação básica obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 anos de idade,
assegurada a sua oferta, inclusive, a todos os cidadãos que a ela não tiveram acesso na idade apropriada
(BRASIL, 2013).
19

em direção à inclusão social.


O Proeja foi criado por meio do Decreto nº 5.478, de 2005, e inicialmente intitulado
Programa de Integração da Educação Profissional ao Ensino Médio na Modalidade Educação
de Jovens e Adultos. O Programa pôs em prática a proposta governamental de atender à
demanda social por oferta de cursos no contexto da educação profissional técnica de nível
médio, para jovens e adultos em situação de exclusão educacional e social, e teve como base
para implantação a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica –
RFEPCT (BRASIL, 2007b).
Questões referentes à abrangência do Proeja ocasionaram discussões e
questionamentos entre os integrantes da Rede Federal de Educação, das instituições parceiras
e os estudiosos da educação, apoiados em experiências anteriores ao Decreto que o instituiu.
Entre as perspectivas que apontavam para a necessidade de ampliação do alcance do
Programa, de acordo com o documento base, propunha-se, como horizonte a ser alcançado,
“a universalização da Educação Básica, aliada à formação para o mundo do trabalho, com
acolhimento específico a jovens e adultos com trajetórias escolares descontínuas” (BRASIL,
2007b, p. 12).
No ano seguinte, em resposta aos questionamentos sobre o tema, o Governo decidiu
pela promulgação do Decreto nº 5.840, de 13/07/2006, em revogação ao decreto anterior, que
trouxe mudanças significativas ao Proeja, agora denominado Programa Nacional de
Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de
Jovens e Adultos (BRASIL, 2007b). O novo Decreto possibilitou:

[...] a ampliação da abrangência, no que concerne ao nível de ensino, pela


inclusão do ensino fundamental, e, em relação à origem das instituições que
podem ser proponentes, pela admissão dos sistemas de ensino estaduais e
municipais e entidades privadas nacionais de serviço social, aprendizagem
e formação profissional (BRASIL, 2007b, p. 12).
Entretanto, para além da ampliação da abrangência, em relação ao nível de ensino e
às instituições ofertantes, o documento base do Proeja de nível médio aponta a necessidade
de proporcionar ao Programa condições concretas de ascensão a uma política pública
contínua, não mais sujeita aos interesses dos diferentes mandatos governamentais e à lógica
do mercado de trabalho (BRASIL, 2007b).
A Constituição Federal Brasileira de 1988 traz, em seus Art. 205 e 206, inciso I, o
direito à educação e à igualdade de condições para todas as pessoas:

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será


promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
20

desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua


qualificação para o trabalho.
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I – Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola
(BRASIL, 1988).
A partir do exposto, é preciso entender a educação e a igualdade de condições de
acesso, permanência e êxito escolar, como direito de todos, garantido pela Carta Magna,
independente de qual seja a cor, o sexo, a idade, a classe social, a religião, a orientação sexual,
a região, entre outros aspectos (BRASIL, 1988). É, por conseguinte, dever do Estado garantir
as condições necessárias ao êxito de todos os estudantes inseridos nos sistemas de ensino
público, a fim de formá-los para o trabalho e para a vida em sociedade em suas múltiplas
dimensões.
Compreendemos que a educação de qualidade, aliada à formação para utilização das
novas tecnologias existentes na sociedade, além de um direito de todos os cidadãos, é,
também, de notória importância para o País, por caminhar em direção ao desenvolvimento
socioeconômico e à redução das desigualdades educacionais existentes na sociedade
brasileira.
Nessa linha de entendimento, no caso específico da educação de jovens e adultos
trabalhadores, o direito à educação deve ser garantido no intuito de promover a formação
para o trabalho articulada à formação científica, filosófica e cultural (RAMOS; STAMPA,
2018), inclusive à cultura digital, na sociedade do conhecimento.
Nunes (2011) compartilhou, em sua tese, os achados da pesquisa sobre a inclusão
digital, a inserção profissional e as trajetórias dos estudantes do Proeja que, embora
possuíssem computadores e trajetórias profissionais e formativas anteriores à formação
técnica, se encontravam em situação de exclusão digital ao início do curso, posto que não
utilizavam tecnologias nos ambientes de trabalho e não possuíam conexão à internet em suas
residências, devido às dificuldades socioeconômicas enfrentadas.
A autora verificou que os estudantes permaneceram em processo de inclusão digital
durante formação, portanto, não plenamente incluídos. Tal constatação se deve ao fato de que
os conhecimentos adquiridos ao longo do curso Técnico de Informática, com ênfase em
manutenção de hardware e software, se restringiram à área técnica. Por outro lado, as
percepções dos estudantes sobre a qualidade da formação recebida foram positivas, posto que
os cursos Proeja abrem possibilidades de inserção profissional e inclusão social aos
estudantes que vivenciam situações de exclusão (NUNES, 2011).
21

Nunes (2011) argumentou ainda que, para além das possibilidades do Proeja em
combater as diversas formas de exclusão, a superação da formação para a empregabilidade e
a integração do Programa às demais ações civis e governamentais existentes são necessárias,
com vistas à redução da exclusão social dos estudantes e ao abandono das ações simplistas e
meramente compensatórias.
Em direção semelhante, Mendonça (2016) verificou que apesar da preocupação do
Estado em disponibilizar equipamentos tecnológicos e internet nas escolas do Mato Grosso
que ofertam cursos Proeja, foram identificadas fragilidades na implantação das políticas de
inclusão digital. Essas dificuldades estão relacionadas à infraestrutura escolar, inadequada
para receber os equipamentos, e à falta de formação docente para ministração de aulas
mediadas pelos recursos tecnológicos. Além disso, a pesquisa constatou a ausência de
manutenção dos equipamentos e da conexão à internet, devido à indisponibilidade de
recursos financeiros e humanos para este fim.
Rodrigues (2015) identificou como problemas comuns no ambiente escolar, a
lentidão e a indisponibilidade de internet. Nessa direção, é obrigação do Estado e da escola
a provisão das condições necessárias à inclusão digital dos estudantes do Proeja, de modo
que sejam garantidos os mesmos recursos proporcionados aos estudantes do ensino regular.
Esses recursos estão relacionados à disponibilização de internet, equipamentos tecnológicos
de qualidade e formação continuada docente, visto que são aspectos necessários e urgentes
ao avanço do processo de ensino e aprendizagem em tempos de cultura digital.
A autora reforça que se devem formar cidadãos capazes de viver em uma sociedade
na qual a cultura digital é uma realidade e uma necessidade, desde que a escola cumpra seu
papel na formação para inclusão digital dos sujeitos de maneira dinâmica e colaborativa, com
respeito às necessidades e expectativas dos estudantes da educação de jovens e adultos
trabalhadores na era digital (RODRIGUES, 2015).
É fundamental que as práticas pedagógicas tradicionais sejam superadas, com vistas
ao distanciamento do ensino fragmentado, transmissor de conteúdo e desconectado da
realidade dos estudantes, em benefício da construção do conhecimento e das demandas
educacionais na era digital (RODRIGUES, 2015).
Souza e Santos (2013) percebem a necessidade de adoção de novas posturas por
parte dos profissionais da educação ligados ao Proeja, frente às demandas de formação de
um público marcado por diversas formas de exclusão, inclusive digital, que retorna à escola
por vislumbrar possibilidades de integração entre a educação e o trabalho na busca pela
22

“inclusão numa sociedade, que ainda se apresenta tão injusta” (SOUZA; SANTOS, 2013, p.
88).
As autoras constataram que o Instituto Federal de Alagoas (IFAL) – Campus
Marechal Deodoro não possuía – ou possuía em quantidade insuficiente – recursos humanos,
como professores e monitores capacitados. Tampouco possuía infraestrutura, como
equipamentos funcionais e internet de qualidade, adequada às necessidades de inclusão
digital e formação profissional dos estudantes do Proeja, em detrimento do acesso e uso dos
computadores e da internet durante o processo de ensino e aprendizagem (SOUZA; SANTOS,
2013).
No entanto, ao verificar a prevalência de dificuldades na aprendizagem de
estudantes do Proeja do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) – Campus Porto
Alegre, quanto ao uso do computador, programas e internet, Springer (2019) argumenta que
não basta dispor de infraestrutura e equipamentos em laboratórios de informática. É preciso
que os estudantes possuam habilidades e autonomia para sua utilização, caso contrário as
atividades propostas pelos professores que utilizam as tecnologias serão prejudicadas e os
estudantes vivenciarão situações de exclusão no ambiente escolar.
Segundo Paiva, Machado e Ireland (2007), a Declaração de Hamburgo de 19973
sobre a educação de jovens e adultos concebe como uma das funções da modalidade a
limitação dos riscos de exclusão de grupos sociais com dificuldades de adaptação à nova
realidade, trazidos pelo desenvolvimento das novas tecnologias da informação e
comunicação, de modo que “a dimensão humana das sociedades da informação se torne
preponderante” (PAIVA; MACHADO; IRELAND, 2007, p. 42).
Em vista disso, é fundamental que as instituições de ensino profissional exerçam um
papel ativo e sensível à nova realidade social permeada pelas tecnologias, na intenção de
proporcionar aos estudantes do Proeja atividades mais significativas e novas práticas
educativas, alinhadas ao uso crítico e criativo das TICs (SOUZA; SANTOS, 2013).
Nessa esteira de entendimento, defendemos a importância de dispor de uma
educação profissional e tecnológica “comprometida com a formação de um sujeito com
autonomia intelectual, ética, política e humana" (BRASIL, 2007b, p. 32). Os Institutos
Federais (IFs) possuem um papel fundamental na construção de uma educação profissional
e tecnológica por e para todas as pessoas, de maneira inclusiva e atenta às particularidades

3
V Conferência Internacional sobre Educação de Adultos – V CONFINTEA, promovida pela Unesco, em julho
de 1997, na cidade de Hamburgo, Alemanha (PAIVA; MACHADO; IRELAND, 2007).
23

que as diferenciam, em especial, aos sujeitos da educação de jovens e adultos.


Segundo o documento base do Proeja (2007), é fundamental que tal política de
educação profissional e tecnológica,

[...] seja destinada, com o mesmo padrão de qualidade e de forma pública,


gratuita, igualitária e universal, aos jovens e adultos que foram excluídos
do sistema educacional ou a ele não tiveram acesso nas faixas etárias
denominadas regulares, sendo esse o objetivo central desse documento base
– uma política educacional para proporcionar o acesso do público de EJA
ao ensino médio integrado à educação profissional técnica de nível médio
(BRASIL, 2007b, p. 33).
Sobre o público da EJA, o documento base ainda traz o perfil discente,

[...] todos com escolaridade descontínua, não-concluintes com êxito do


ensino fundamental, obrigados a abandonar o percurso, ou pelas reiteradas
repetências, indicadoras do próprio “fracasso”, ou pelas exigências de
compor renda familiar, insuficiente para a sobrevivência, face ao
desemprego crescente, à informalidade e a degradação das relações de
trabalho, ao decréscimo do número de postos (BRASIL, 2007b, p. 18).
Portanto, é imprescindível dispor do Proeja como uma política pública contínua e
efetiva, capaz de proporcionar aos jovens e adultos impossibilitados de concluir a educação
básica na idade própria o retorno ao ambiente escolar, o êxito educacional e um lugar no
mundo do trabalho.
A educação básica articulada à educação profissional representa a porta de acesso a
uma sociedade mais justa e igualitária, que promova o sujeito aprendente – numa perspectiva
de aprendizado ao longo da vida – ao desenvolvimento de suas amplas capacidades
intelectuais, em diálogo permanente com as novas tecnologias presentes na sociedade do
conhecimento, para que possam compreender o mundo em suas diversas dimensões (FREIRE;
GUIMARÃES, 2013; DIAS; IRELAND, 2016; VIEIRA, 2019).
Nessa sociedade, as tecnologias digitais têm provocado transformações nos
costumes, valores e modo de vida dos cidadãos, de maneira que é praticamente impossível
pensar a educação, os processos de ensino e de aprendizagem e o mundo do trabalho distantes
dos recursos tecnológicos digitais e da conectividade à internet (KENSKI, 2012; MASETTO,
2013; MORAN, 2013).
Ressaltamos a necessidade de propiciar aos estudantes do Proeja o desenvolvimento
de habilidades para autonomia do uso crítico e consciente das TDICs, em direção à inclusão
digital. Desse modo, a educação contribuirá para a formação omnilateral dos estudantes que
compõem o Proeja que os qualifique para sua inserção no mundo do trabalho, “[...] no sentido
de formar o ser humano na sua integralidade física, mental, cultural, política, científico-
24

tecnológica” (CIAVATTA, 2014, p. 190).


Em um país no qual a competitividade profissional e a taxa de desemprego são
crescentes e o alongamento dos anos de trabalho, ocasionado pela nova reforma
previdenciária, é uma realidade, cresce também a demanda da classe trabalhadora por novos
conhecimentos e habilidades relacionados às novas tecnologias digitais. Nessa direção, é
preciso considerar, no pensar e no fazer das práticas pedagógicas, a coexistência das
gerações4 e as especificidades dos sujeitos, no contexto da EJA integrada à EPT, na intenção
de imprimir processos de ensino e aprendizagem comprometidos com a emancipação social,
política e econômica dos estudantes.
A aquisição de conhecimentos e habilidades em TDICs ao longo da formação
técnica de nível médio pode representar um caminho para a inclusão digital dos estudantes
do Proeja, ao contribuir com a autonomia no uso das tecnologias digitais presentes no
cotidiano dos estudantes trabalhadores, com a (re)inserção no mundo do trabalho e com o
efetivo exercício da cidadania.
Ante o exposto, o problema de pesquisa foi balizado no seguinte questionamento:
na percepção dos estudantes da EJA integrada à EPT (Proeja), o acesso e a utilização das
TDICs, ao longo da formação técnica de nível médio, têm favorecido a inclusão digital e
contribuído com a aquisição dos conhecimentos e habilidades necessários à prática social e
à (re)inserção profissional?
Na intenção de responder ao problema de pesquisa, o estudo tem como objetivo
geral compreender as percepções dos estudantes da educação de jovens e adultos integrada à
educação profissional e tecnológica sobre a inclusão digital ao longo da formação técnica de
nível médio.
Especificamente, a pesquisa se propôs a: 1º) descrever o perfil dos estudantes da
modalidade quanto aos seus percursos formativos, frente às tecnologias digitais, e as suas
trajetórias profissionais; 2º) perceber como se dá o acesso e uso das TDICs, durante a
formação, e suas implicações para o cotidiano social e educacional dos estudantes; 3º)
identificar as dificuldades enfrentadas pelos estudantes, durante a formação e na busca pela
(re)inserção profissional, no que diz respeito aos conhecimentos e habilidades para uso das
tecnologias digitais; e 4º) elaborar um minicurso autoinstrucional e interativo voltado à

4
Nunes (2011) chama atenção para a questão geracional existente no âmbito da educação de jovens e adultos,
ao considerar que grande parte dos estudantes adultos não esteve em contato com as tecnologias digitais desde
a infância ou adolescência figurando, portanto, como migrantes da geração analógica para a geração digital,
permeada por tecnologias mais sofisticadas e complexas.
25

formação continuada docente para integração das tecnologias digitais as suas práticas.
A presente dissertação traz importantes contribuições à linha de pesquisa Práticas
Educativas em Educação Profissional e Tecnológica e ao macroprojeto Práticas Educativas
no Currículo Integrado, por oportunizar a fala dos estudantes, a fim de melhor compreender
suas necessidades formativas. Ademais, esta dissertação está dividida em seis capítulos:
No capítulo 1, trazemos a introdução deste trabalho, que é composta pela
delimitação do objeto de pesquisa, a justificativa e o problema de pesquisa, além dos
objetivos gerais e específicos que norteiam a investigação empírica.
No capítulo 2, recorremos à revisão de literatura para levantamento dos artigos
publicados em revistas e periódicos acadêmicos e científicos, bem como das dissertações de
mestrado e teses de doutorado, no recorte temporal de 2011 a 2021, na intenção de
compreender as experiências voltadas à inclusão digital de estudantes da EJA integrada à
EPT (Proeja). Ademais, expomos as contribuições da revisão de literatura para a pesquisa.
No capítulo 3, trazemos o referencial teórico que fundamenta a pesquisa, no qual
discutimos a EJA integrada à EPT (Proeja) como um espaço de luta e os desafios que se
apresentam a essa integração, à luz da legislação brasileira para a educação básica. Também
refletimos sobre as contribuições das práticas docentes e gestoras para a apropriação de
conhecimentos pelos estudantes do Proeja na sociedade atual, fundamentalmente conectada,
e sobre o papel da inclusão digital no processo educativo.
No capítulo 4, apresentamos os procedimentos teórico-metodológicos da pesquisa,
orientada à pesquisa de abordagem qualitativa, do tipo estudo de caso exploratório e
descritivo, a partir dos procedimentos de análise dos questionários e das entrevistas aplicados
como instrumentos para coleta de dados.
No capítulo 5, contemplamos a análise dos dados coletados por intermédio do
questionário on-line, a partir da análise estatística descritiva em Gil (2008), para discussão
das trajetórias de escolarização e os desafios à inclusão digital antes do ingresso dos
estudantes no curso Técnico de Refrigeração e Climatização (Integrado – Proeja), ofertado
pelo IFPE – Campus Recife.
No capítulo 6, contemplamos as análises dos dados coletados por intermédio da
entrevista semiestruturada, orientada à análise de conteúdo temática, com base em Esteves
(2006) e Bardin (2016), para discussão das categorias e subcategorias que emergiram do
material coletado, dos estudos recuperados na revisão de literatura e das experiências da
pesquisadora em sala de aula.
26

No capítulo 7, apresentamos os procedimentos para elaboração e estruturação do


Produto Educacional (PE), resultante da pesquisa, na forma de um minicurso autoinstrucional
e interativo, que versa sobre as tecnologias educacionais, a Política de Tecnologias
Educacionais do IFPE e as metodologias ativas, na intenção de contribuir com a formação
continuada dos docentes vinculados ao Proeja. Além disso, trazemos os procedimentos de
testagem e avaliação do PE pelos docentes, por meio de um questionário de avaliação on-
line, e suas contribuições ao aprimoramento do material elaborado.
Por fim, no capítulo 8 tecemos as considerações finais, que são norteadas pelos
achados da pesquisa.
27

2 COMPREENDENDO AS EXPERIÊNCIAS VOLTADAS À INCLUSÃO DIGITAL


DOS DISCENTES NO PROEJA

Na intenção de compreender as experiências voltadas à inclusão digital de


estudantes da EJA integrada à EPT (Proeja), no recorte temporal de 2011 a 2021, recorremos
à revisão de literatura de produções acadêmicas e científicas publicadas nas bases de dados
da Capes ou acessíveis por meio das ferramentas de busca on-line, a exemplo do Google
Acadêmico.

2.1. TESES E DISSERTAÇÕES SOBRE S INCLUSÃO DIGITAL DOS DISCENTES NO


PROEJA

Para levantamento das dissertações e teses publicadas no Brasil, disponíveis na


Plataforma Sucupira, utilizamos o Catálogo de Teses & Dissertações da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Com auxílio do Google Acadêmico, mecanismo de busca on-line das produções
acadêmicas e científicas, e dos repositórios institucionais (RI), foi possível acessar os
trabalhos anteriores à implementação da Plataforma Sucupira, que está em funcionamento
desde 2016 e, portanto, não disponibilizados ou não localizados no seu catálogo.
No intuito de obter resultados significativos para compor o estado do conhecimento,
combinamos os descritores Proeja, “inclusão digital”, “mundo do trabalho” e “percepções
de estudantes”, a partir da utilização do operador booleano “E” ou “AND". A utilização dos
descritores entre aspas se fez necessária para restringir os resultados da pesquisa aos trabalhos
que contenham exatamente aquelas palavras, de forma conjunta e na ordem escolhida, seja
no título, descritores de assunto, resumo ou ao longo dos estudos.
Embora tenhamos identificado grande quantidade de produções após o cruzamento
dos descritores escolhidos, não consideramos para este levantamento bibliográfico os estudos
com os seguintes temas centrais: “formação docente”, “acesso, permanência e êxito”,
“implantação e implementação”, “ambiente prisional”, “evasão e retenção”, “assistência
estudantil”, “educação do campo”, “perfil socioeconômico discente”, “perfil docente”,
“modalidade de educação à distância”, “pedagogia da alternância”, “educação inclusiva de
pessoas com deficiência”, entre outros.
Também não incluímos os trabalhos de conclusão de curso (TCC) de Graduação e
28

as monografias produzidas como trabalho de conclusão dos cursos de pós-graduação lato


sensu.
Ao realizar o cruzamento de apenas dois descritores no Google Acadêmico,
obtivemos uma quantidade elevada de resultados, da ordem de 985 ocorrências para a
combinação Proeja E “inclusão digital”, 5.630 ocorrências para a combinação Proeja E
"mundo do trabalho", além de 6.510 ocorrências para "inclusão digital" E "mundo do
trabalho".
Na intenção de restringir os resultados, optamos por realizar o cruzamento
simultâneo de três descritores. Nesse sentido, elegemos Proeja e “inclusão digital” como
descritores principais que, quando combinados com os demais descritores, nos retornaram
resultados objetivos e próximos do nosso objeto de estudo, qual seja, a inclusão digital dos
discentes do Proeja.
A partir da combinação Proeja E “inclusão digital” E "mundo do trabalho", sem
incluir citações ou patentes, obtivemos 650 resultados entre dissertações e teses. Após leitura
dos títulos e resumos selecionamos, inicialmente, 5 teses e 3 dissertações.
Entretanto, ao aprofundar a leitura dos trabalhos foram incluídas no estado do
conhecimento apenas três teses entre as inicialmente escolhidas, conforme Quadro 1. As
exclusões dos demais trabalhos ocorreram por não termos identificado aproximações
significativas ou transversalidades com relação ao objeto de estudo desta pesquisa.

Quadro 1 - Trabalhos de pós-graduação stricto sensu, disponíveis nos repositórios acadêmicos,


sobre o tema inclusão digital na Educação de Jovens e Adultos integrada à Educação Profissional e
Tecnológica (Proeja), 2022
TÍTULO ANO AUTOR(A) IES TIPO
Em busca do “tesouro”: inserção
profissional e inclusão digital nas
Patrícia dos Santos
trajetórias de egressos/integralizados 2011 Unisinos Tese
Nunes
de um curso de técnico em
informática – PROEJA

Tecnologias digitais e a prática


pedagógica do PROEJA, no Instituto Haroldo de
2013 UFCE Tese
Federal de Educação, Ciência e Vasconcelos Bentes
Tecnologia do Pará, Campus Belém

Dorisdei Valente
Transiarte: a arte de transição 2015 UnB Tese
Rodrigues
Fonte: Elaboração da autora (2022), com base nas informações disponibilizadas nos repositórios
acadêmicos acessíveis pelo Google Acadêmico https://scholar.google.com.br

Ao realizarmos a combinação entre Proeja E “inclusão digital” E "percepções de


29

estudantes", obtivemos quatro resultados. Contudo, após leitura dos resumos, não
identificamos trabalhos com transversalidades ou similaridades com o tema central deste
estudo, motivo pelo qual não foram incluídos.
Na sequência, recorremos ao Catálogo de Teses & Dissertações de Capes, na
intenção de identificar as pesquisas catalogadas e disponibilizadas para download, por meio
da Plataforma Sucupira.
A partir do cruzamento dos descritores escolhidos, recuperamos, ao total, 72
trabalhos entre teses e dissertações. Ao final das combinações, procedemos à leitura dos
resumos e incluímos no levantamento os estudos que trataram do tema central proposto.
Os trabalhos publicados anteriormente à criação da Plataforma Sucupira, sem
disponibilização dos arquivos para download ou de informações mais detalhadas pela Capes,
foram acessados por meio dos respectivos repositórios institucionais e incluídos no Quadro
1.
Primeiramente, realizamos a busca com a combinação dos descritores Proeja AND
“inclusão digital” e obtivemos quatro resultados dos quais, após leitura dos resumos,
selecionamos duas dissertações de mestrado para leitura integral, detalhadas no Quadro 2.

Quadro 2 – Trabalhos de pós-graduação stricto sensu, disponíveis na Plataforma Sucupira (Capes),


sobre o tema inclusão digital na Educação de Jovens e Adultos integrada à Educação Profissional e
Tecnológica (Proeja), 2022
TÍTULO ANO AUTOR(A) IES TIPO
Inclusão digital induzida em
escolas estaduais com ensino Patrícia Graziely
2016 UFMT Dissertação
médio integrado do município de Antunes de Mendonça
Cuiabá
Inclusão digital na educação de
jovens e adultos: desvelando
Ana Rosaura Moraes
dificuldades e alternativas para os 2019 IFRS Dissertação
Springer
processos de aprendizagem
discente
Fonte: Elaboração da autora (2022), com base nas informações disponibilizadas no Catálogo de
Teses & Dissertações da Capes (c2016) https://catalogodeteses.capes.gov.br

Embora tenhamos realizado as combinações Proeja AND “percepções de


estudantes” (1 resultado), Proeja AND “mundo do trabalho” (60 resultados), “inclusão
digital” AND “mundo do trabalho” (7 resultados), totalizando a recuperação de 68 trabalhos
entre teses e dissertações, não identificamos aproximações ou transversalidades com o nosso
objeto de estudo, motivo pelo qual não foram selecionados para composição dessa revisão
de literatura.
30

Ademais, não obtivemos resultados para o cruzamento dos descritores “inclusão


digital” AND “percepções de estudantes”, como também “mundo do trabalho” AND
“percepções de estudantes”.
Por fim, recorremos ao RI Saber Aberto, vinculado à Universidade do Estado da
Bahia (Uneb), para acesso às dissertações vinculadas ao Mestrado Profissional em Educação
de Jovens e Adultos (MPEJA) do Programa de Pós-graduação em Educação de Jovens e
Adultos, ofertado pelo Campus Salvador.
Especificamente no RI Saber Aberto, os descritores foram utilizados
individualmente para melhor recuperação dos resultados. Após leitura dos títulos e resumos,
selecionamos duas dissertações para compor o levantamento, conforme detalhado no Quadro
3.

Quadro 3 – Trabalhos de pós-graduação stricto sensu disponíveis no repositório institucional Saber


Aberto, sobre o tema inclusão digital na Educação de Jovens e Adultos integrada à Educação
Profissional e Tecnológica (Proeja), 2022
TÍTULO ANO AUTOR(A) TIPO
Do caderno de receitas da vovó ao site do
Yone Carneiro de
curso de cozinha: a construção do
2015 Santana Gonçalves Dissertação
conhecimento e a inovação tecnológica na
EJA
As TIC no contexto formativo da EJA: um
olhar reflexivo sobre a vida escolar em redes 2016 Jailson Silva Lima Dissertação
sociais de estudantes do PROEJA
Fonte: Elaboração da autora (2022), com base nas informações disponibilizadas no repositório
institucional Saber Aberto, da Universidade do Estado da Bahia http://saberaberto.uneb.br

2.2 ARTIGOS ACADÊMICOS E CIENTÍFICOS SOBRE A INCLUSÃO DIGITAL DOS


DISCENTES NO PROEJA

Para levantamento de artigos acadêmicos e científicos, realizamos a busca


primeiramente no Portal de Periódicos da Capes. Após combinação dos descritores
obtivemos o total de 38 resultados. Foram incluídos apenas os artigos revisados por pares.
Ao total, recuperamos 7 resultados para Proeja E “inclusão digital”, 7 resultados
para Proeja E “mundo do trabalho”, 17 resultados para “inclusão digital” E “mundo do
trabalho”, 2 resultados para "inclusão digital" AND "percepções de estudantes" e 5
resultados para "percepções de estudantes" AND "mundo do trabalho". Não obtivemos
resultados para Proeja AND "percepções de estudantes"
No entanto, para compor a revisão de literatura, selecionamos apenas dois artigos
entre os resultados da combinação Proeja E “inclusão digital”, que detalharemos no Quadro
31

4.

Quadro 4 – Artigos em revistas e periódicos acadêmicos e científicos, disponíveis no Portal de


periódicos da Capes, sobre o tema inclusão digital na Educação de Jovens e Adultos integrada à
Educação Profissional e Tecnológica (Proeja), 2022
REVISTA/ BASE DE
TÍTULO AUTOR(ES) ANO
PERIÓDICO DADOS
Produção artística digital colaborativa
Lúcio França
e aprendizagem curricular no projeto 2014 HOLOS Capes
Teles
PROEJA-transiarte
Raimunda
O envelhecimento humano e a Ciência da
Fernanda dos
inclusão digital: análise do uso das 2017 Informação Capes
Santos; Kleyber
ferramentas tecnológicas pelos idosos em Revista
Araújo Almêda
Fonte: Elaboração da autora (2022), com base nas informações presentes nas bases de dados do
Portal de periódicos da Capes, disponível em https://www.periodicos.capes.gov.br.

Na sequência, realizamos a busca por artigos no Google Acadêmico, a partir da


combinação simultânea dos descritores Proeja E “inclusão digital” E "mundo do trabalho",
sem incluir citações ou patentes, e obtivemos 650 resultados, incluindo dissertações e teses
publicados entre 2011 e 2021.
Selecionamos apenas seis artigos transversais ao nosso objeto de pesquisa para
composição dessa revisão de literatura. Os estudos serão detalhados no Quadro 5.

Quadro 5 – Artigos em revistas e periódicos acadêmicos e científicos, disponíveis nos repositórios


científicos, sobre o tema inclusão digital na Educação de Jovens e Adultos integrada à Educação
Profissional e Tecnológica (Proeja), 2022
TÍTULO AUTOR(ES) ANO REVISTA/PERIÓDICO
Uso das tecnologias da informação e
comunicação (TIC) por alunos e Beatriz Alves
alunas do proeja do instituto Federal Souza; Maria do Educação e Fronteiras
2013
de Educação, Ciência e Tecnologia Socorro Ferreira dos On-Line
de Alagoas (IFAL) – Campus Santos
Marechal Deodoro
Currículo Integrado e tecnologias:
Jarina Rodrigues
convergências no contexto do 2014 Revista e-Curriculum
Fernandes
PROEJA
Integração curricular na prática: a
Dorisdei Valente
experiência do grupo PROEJA
Rodrigues; Lúcio 2016 Com Censo
Transiarte – Observatório da
França Teles
Educação
Angela Bustus
Letramentos e tecnologias digitais
Kleiman; Ivoneide Revista Brasileira de
na educação profissional e 2018
Bezerra de Araújo Educação
tecnológica
Santos Marques
32

Perspectiva do uso das tecnologias Yara da Paixão


Revista Internacional de
da informação e comunicação na Ferreira; João Paulo
2019 Educação de Jovens e
educação de Jovens e adultos na Teixeira; Antônio
Adultos
contemporaneidade Amorim

Debatendo o espaço virtual em aulas Francisco Fernandes


2020 Pesquisar
de Geografia no PROEJA Ladeira

Fonte: Elaboração da autora (2022), a partir das informações presentes nos repositórios científicos
acessíveis pelo Google Acadêmico, disponível em https://scholar.google.com.br, 2021

Os estudos recuperados nessa revisão de literatura, publicados no Brasil no período


de 2011 a 2020, aguçaram nosso interesse pela investigação das lacunas existentes no
processo de ensino e aprendizagem, no que tange à integração das tecnologias digitais ao
longo da formação dos estudantes da EJA integrada à EPT, no âmbito do Proeja.
As contribuições desses estudos à construção do desenho de pesquisa dessa
dissertação estão descritas na próxima seção.

2.3 CONSTRUINDO A PESQUISA: CONTRIBUIÇÕES DA REVISÃO DE


LITERATURA

Nunes (2011) apresentou, em sua tese, um estudo sobre a trajetória formativa e


profissional dos estudantes do Curso Técnico em Informática na modalidade Proeja nível
médio, ofertado pelo Instituto Federal Sul-Rio-Grandense – Campus Charqueadas. A autora
desenvolveu uma pesquisa qualitativa de natureza exploratória e utilizou o questionário e a
entrevista semiestruturada e aberta (em profundidade) para a coleta de dados, além da análise
de conteúdo como técnica de análise dos dados coletados.
A pesquisa de Nunes (2011) contribuiu com o delineamento do nosso percurso
teórico-metodológico e se aproximou do nosso objeto de estudo, ao problematizar o papel da
inclusão digital na trajetória formativa e sua relação com as demandas do mercado de
trabalho para inserção profissional, a partir da percepção dos estudantes do Proeja.
Ademais, o roteiro do questionário aplicado por Nunes (2011) trouxe subsídios à
construção do questionário on-line aplicado aos participantes da nossa pesquisa e à definição
da subcategoria B2, que balizará a discussão de parte dos resultados no capítulo 6.
Bentes (2013) investigou as contribuições das tecnologias digitais como recursos
didáticos na prática pedagógica do Proeja de nível médio para integração entre as disciplinas
técnicas e de formação geral, visando à formação voltada para a vida. O autor recorreu à
pesquisa exploratória, descritiva e explicativa, de abordagem qualitativa, com delineamento
33

de estudo de caso. Para a coleta de dados utilizou-se das técnicas de observação, do grupo
focal, das entrevistas semiestruturada e estruturada.
Para o autor, desde que utilizadas como recursos didáticos, as tecnologias digitais
podem contribuir favoravelmente com as condições socio temporais e com os estágios de
formação dos estudantes do Proeja. Nessa direção, o estudo se aproximou da nossa
investigação empírica e trouxe contribuições à análise dos dados ao possibilitar a
fundamentação das subcategorias A1 e A2, que serão discutidas no capítulo 6.
Rodrigues (2015) sistematizou em sua tese, a partir do olhar reflexivo sobre as
experiências vividas na oficina “A arte de transição”, realizada em 2014, como a práxis da
transiarte5 pode transformar o fazer pedagógico tradicional por intermédio da cultura didática
digital, no contexto da educação de jovens e adultos, pelo que se aproxima da nossa pesquisa.
Em sua pesquisa de doutorado, Rodrigues (2015) desenvolveu um percurso
metodológico orientado pela pesquisa-ação, a partir da qual a autora utiliza como
instrumentos de coleta de dados a observação participante, a entrevista, o diário de itinerância
e registros visuais (fotos e vídeos).
Salientamos que, embora os sujeitos da pesquisa sejam os estudantes da EJA
Estadual, a pesquisadora atuava no grupo de pesquisa Proeja-Transiarte, criado por
professores da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB) em 2007. O
principal objetivo do grupo de estudo foi estimular a investigação dos processos de
implementação da Educação Profissional e Tecnológica integrada à EJA no Distrito Federal.
Mendonça (2016) desenvolveu sua pesquisa de mestrado com o objetivo geral de
analisar a implantação e a execução das políticas estaduais de inclusão digital nas unidades
de ensino, a partir da disponibilização de equipamentos, internet e recursos humanos nas
escolas técnicas de nível médio do município de Cuiabá-MT. Essas escolas ofertam a
Educação Profissional Técnica de Nível Médio (EPTNM), nas modalidades de ensino médio
integrado e Proeja.
A pesquisadora buscou verificar se houve alinhamento entre as políticas e sua
execução nas escolas que ofertam as modalidades de ensino, e de que modo as TICs foram
incorporadas nas escolas estaduais do município, na intenção de refletir sobre a efetividade
da inclusão digital. A iniciativa da Secretaria de Educação do Estado no Mato Grosso (Seduc-
MT) visava possibilitar a inclusão digital induzida dos estudantes e da comunidade escolar

5
A transiarte pode ser entendida como uma forma de ciberarte pensada a partir da arte digital colaborativa
(RODRIGUES, 2015).
34

(MENDONÇA, 2016).
Contudo, Mendonça (2016) verificou que não houve efetividade na inclusão digital
pretendida pelo governo estadual do Mato Grosso, pois foi realizada às margens do
planejamento. Tampouco houve alinhamento das políticas implementadas pela Secretaria
com a sua execução no Proeja e no Ensino Médio integrado à Educação Profissional (EMIEP),
ofertados nas unidades pesquisadas.
A pesquisa de Mendonça (2016) traz contribuições singulares ao delineamento dessa
pesquisa de mestrado e ao levantamento dos programas e políticas direcionados à promoção
da inclusão digital da sociedade brasileira até 2016, como também à discussão sobre as ações
do governo federal realizada no capítulo seguinte (Quadro 6).
Ademais, sua pesquisa contribuiu com a compreensão do conceito de inclusão
digital espontânea e induzida, com base em Lemos e Costa (2005), com o roteiro do
questionário on-line para a coleta de dados e com a definição das categorias de análise
relevantes à discussão dos resultados no capítulo 6.
Springer (2019) verificou, em sua pesquisa de Mestrado Profissional em Informática
na Educação, a prevalência de dificuldades na aprendizagem dos estudantes do Proeja no
IFRS – Campus Porto Alegre, quanto ao uso das ferramentas tecnológicas, como
computadores, softwares e internet, durante os processos formais de ensino. Nesse sentido, o
estudo trouxe importantes contribuições a nossa fundamentação teórica ao referenciar autores
como Bonilla e Pretto (2011) e Freire (2014).
Springer (2019) desenvolveu uma pesquisa exploratória de abordagem qualitativa.
Como instrumento de coleta de dados recorreu ao questionário, que foi aplicado aos
professores e estudantes do curso Técnico em Administração – Proeja. Esse questionário
proporcionou o levantamento do perfil dos estudantes e das dificuldades enfrentadas no uso
das tecnologias. Os dados coletados subsidiaram a elaboração do Manual de Informática
Amigável, produto educacional inédito criado para auxiliar os estudantes no uso das
tecnologias na intenção de facilitar o processo de aprendizagem.
Segundo a autora, a integração das tecnologias ao cotidiano escolar dos estudantes
do Proeja pode representar aos sujeitos historicamente excluídos do sistema de ensino e que
enfrentam situações de vulnerabilidade, inclusive socioeconômica, a inclusão na era digital.
Nesse sentido, a escola deve ter a percepção das dificuldades enfrentadas pelos estudantes
quanto à falta de habilidade para uso dos recursos tecnológicos da atualidade, na intenção de
proporcionar a aprendizagem no uso das tecnologias para a formação e a vida em sociedade
35

(SPRINGER, 2019).
Gonçalves (2015) analisou a educação digital de jovens e adultos com os princípios
de uma educação emancipatória, por meio da participação dos estudantes no
desenvolvimento de um ambiente virtual de aprendizagem. O Projeto Nutrieja, de natureza
extensionista, é voltado à aprendizagem significativa, a partir da promoção do acesso à
informação, da construção do conhecimento e da socialização com a comunidade externa,
por meio da utilização das redes digitais.
A autora adotou a pesquisa participante aliada à abordagem qualitativa e às
orientações da multirreferencialidade. Como instrumentos de coleta de dados, a pesquisadora
utilizou a observação participante e a entrevista semiestruturada, além da análise de conteúdo
como técnica de análise de dados. O estudo contou com a participação de 12 estudantes do
Curso Técnico de Cozinha na modalidade Proeja do IF Baiano – Campus Catu.
Segundo a autora, a participação no Projeto motivou os estudantes e proporcionou
significação à aprendizagem no uso das tecnologias, a elevação da autoestima e o
fortalecimento da identidade do grupo. Resultou, como produto, a construção coletiva do site
www.nutrieja.com.br. O campo de pesquisa mostrou-se um potencial espaço
multirreferencial de aprendizagem por abarcar diversas práticas, dotadas de desejos,
necessidades e interesses múltiplos dos participantes (GONÇALVES, 2015).
Em direção semelhante, Lima (2016) buscou compreender, em sua pesquisa de
mestrado profissional, as itinerâncias formativas, escolares e profissionais dos estudantes do
Proeja, identificando os valores, significados e as experiências de aprendizagem atribuídos à
aquisição e aos usos das TICs, na intenção de contribuir com a melhoria da educação
profissional no estado da Bahia.
A pesquisa de Lima (2016) aproxima-se da nossa em suas categorias de análise sobre
vivências, sentidos, autonomia, preparação para o mundo do trabalho e valorização dos
conhecimentos sobre as tecnologias para o contexto social, educacional e laboral dos
estudantes do Proeja. Desse modo, tal como Gonçalves (2015), o estudo de Lima (2016)
trouxe importantes contribuições ao delineamento das nossas subcategorias de análise A1 e
B2.
Teles (2014) demonstra em seu artigo, que tem como campo de pesquisa o projeto
Proeja-Transiarte, o potencial formativo e inovador existente na transiarte, ou arte de
transição, por promover a ressignificação e a redefinição das expressões artísticas
tradicionais (não digitais) existentes, a partir das quais são criadas expressões artísticas
36

digitais.
O estudo traz contribuições ao nosso referencial teórico, ao vislumbrar as
tecnologias digitais como aliadas e o ciberespaço como suporte para compartilhamento e
cocriação no contexto do Proeja.
A prática da transiarte integrada ao processo de aprendizagem e ao ensino das novas
tecnologias, demandadas antes e durante as produções artísticas digitais dos estudantes, atuou
como eixo integrador, entre outros aspectos, por possibilitar o desenrolar de novos itinerários
formativos ligados às tecnologias da informação e comunicação. O projeto teve impactos
positivos para o processo de aprendizagem e de inclusão digital ao integrar a transiarte ao
currículo escolar dos jovens e adultos trabalhadores (TELES, 2014).
Santos e Almêda (2017) realizaram um estudo com 12 estudantes do curso de
Informática para idosos (Proeja), ofertado em Florânia/RN. O objetivo principal foi analisar
o uso das TICs por estudantes idosos e aprofundar a compreensão sobre os impactos da
utilização dos recursos tecnológicos em seu cotidiano.
Os pesquisadores constataram que o uso das TICs trouxe impactos positivos para a
vida dos estudantes idosos, ao provocar mudanças em seu cotidiano pessoal, familiar e
educacional. Além disso, chamaram atenção para a necessidade de metodologias de ensino
adequadas às necessidades discentes e sensíveis as suas limitações físico-cognitivas, de modo
que sejam capazes de induzir a inclusão digital contínua desse público (SANTOS; ALMÊDA,
2017).
Souza e Santos (2013) compartilharam, em seu artigo, os resultados do estudo, que
teve por objetivo verificar como ocorre o acesso e o uso das tecnologias digitais, em particular,
do computador e da internet, a partir das percepções dos estudantes do Proeja no IFAL –
Campus Marechal Deodoro.
O intuito da pesquisa foi investigar se a instituição de ensino possui recursos
humanos, estruturais e metodológicos adequados ao atendimento da demanda de acesso e
uso das TICs para inclusão digital dos estudantes do Proeja. Como instrumento de coleta de
dados foi utilizado o questionário (SOUZA; SANTOS, 2013).
O estudo de Souza e Santos (2013) trouxe contribuições importantes à construção
da nossa fundamentação teórica ao referenciar o documento base do Proeja, além de
contribuir, tal como o estudo de Santos e Almêda (2017), com a construção das subcategorias
B1 e B2, que serão discutidas no capítulo 6.
Fernandes (2014) trouxe em seu artigo os resultados, iniciais e intermediários, de
37

uma investigação que objetivou conhecer sentidos do professor de Informática acerca do


trabalho a ser realizado para a integração das TIC ao currículo, além de construir e
compartilhar novos significados em direção ao aprimoramento dessa integração no curso
Técnico em Qualidade (Proeja) do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) – Campus São Paulo,
no contexto do Programa.
Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa de intervenção e caráter crítico-
colaborativo que apontou, entre outros aspectos, para a pertinência de articular
conhecimentos teóricos e práticos a partir da integração das TICs ao currículo; para a
importância de conhecer novas tecnologias e incorporá-las ao trabalho pedagógico, para
efetivação da integração entre conceitos, teorias e atividades; e de promover a autonomia e a
criticidade dos estudantes diante das tecnologias da informação e comunicação. Segundo o
autor, a integração da EJA à EPT e a integração das TICs ao currículo são propostas
convergentes (FERNANDES, 2014).
Teles e Rodrigues (2016) analisam, em seu artigo, a proposta de integração prática
entre arte, tecnologia e currículo no Projeto Proeja-Transiarte, desenvolvido a partir da
pesquisa-ação, como uma das formas de integração curricular a partir dos eixos integradores
cultura, trabalho e tecnologia.
Ao despertar nos estudantes a criatividade, interatividade, autoria coletiva e
potencialidades estéticas no contexto da cibercultura, a arte de transição promove, por
conseguinte, a inclusão digital e a profissionalização de jovens e adultos na área da estética
digital e da tecnologia (TELES; RODRIGUES, 2016).
O estudo trouxe contribuições importantes a nossa fundamentação teórica quanto à
necessidade de estimular a oferta de ensino integrado, na educação básica, associado ao
ensino das tecnologias digitais. O objetivo é promover a inserção dos jovens e adultos na
sociedade da informação e no mundo do trabalho por meio das TICs, posto que são sujeitos
em processo de aprendizagem ao longo da vida.
Ao discutirem sobre o trabalho com as tecnologias digitais no processo educacional
dos estudantes do Proeja Integrado de nível médio, Kleiman e Marques (2018) refletiram
sobre as contradições presentes nos documentos norteadores e regulatórios dessa modalidade
de educação, como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a Reforma do Ensino
Médio (REM).
Essas políticas caminham na contramão da formação emancipatória proposta pelos
documentos elaborados na década de 1990, entre o quais as DCNs e o Plano Nacional de
38

Educação (PNE), o que acaba por fragilizar a formação integral dos estudantes prevista
BNCC (KLEIMAN; MARQUES, 2018).
O estudo trouxe contribuições importantes a nossa pesquisa, relacionada aos
documentos norteadores do Proeja e da educação básica, como também ao chamar as escolas
à responsabilidade de trazer soluções eficazes às demandas formativas dos trabalhadores, a
exemplo do letramento digital, na intenção de não mais serem reprodutoras das desigualdades
sociais.
Ferreira, Teixeira e Amorim (2019) analisam o desenvolvimento da aprendizagem
dos estudantes da EJA e do Proeja diante do uso das TICs no processo educativo, com vistas
à identificação dos aspectos relevantes sobre como estudantes e professores lidam com o
avanço das tecnologias na contemporaneidade. No intuito de alcançar os objetivos do estudo,
os autores recorreram à pesquisa de cunho empírico-qualitativo de abordagem colaborativa.
O estudo indicou a necessidade de mudança da postura dos docentes da EJA e do
Proeja, tanto em relação à limitação do uso das TICs apenas aos laboratórios de informática
quanto em relação à superação da formação tecnicista e tradicional. Os autores defendem que
a assunção das TICs no âmbito da EJA favorece a inclusão sociodigital dos sujeitos, na
direção a uma educação emancipatória (FERREIRA; TEIXEIRA; AMORIM, 2019).
Ladeira (2020) relata em seu artigo uma prática pedagógica realizada na disciplina
de Geografia que teve o espaço virtual como tema. Essa prática, desenvolvida no semestre
letivo de 2019, foi materializada por intermédio de um seminário intitulado “O espaço virtual:
riscos e possibilidades”, realizado em três aulas da turma do segundo período do curso
técnico de Metalurgia na modalidade Proeja, ofertado pelo Instituto Federal do Espírito Santo
(IFES) – Campus Vitória.
O estudo de Ladeira (2020) trouxe contribuições à fundamentação teórica desta
pesquisa e do produto educacional, ao referenciar autores de renome, a exemplo de Demo
(2011) e Masetto (2013). Ademais, o estudo se propôs a oportunizar as falas dos participantes
da pesquisa e a valorizar suas reflexões sobre o tema proposto, tal qual a presente pesquisa,
que busca compreender as percepções dos estudantes do Proeja.
Após a revisão de literatura sobre as produções relacionadas à inclusão digital de
estudantes da EJA integrada à EPT (Proeja), verificamos que nos últimos 10 anos pouco se
produziu a respeito do tema. Tal fato justifica a importância de empreender investigações na
intenção de contribuir com a produção de novos conhecimentos a respeito de um tema tão
necessário e urgente na sociedade contemporânea que é, sobretudo, conectada.
39

O levantamento das produções acadêmicas e científicas trouxe contribuições


importantes ao delineamento do nosso objeto de estudo e aos procedimentos teórico-
metodológicos adotados. Isso se deve ao fato de os autores e trabalhos incluídos na revisão
de literatura dialogarem sobre a autonomia no acesso e uso crítico das TDICs e a inclusão
digital ao longo da formação, bem como sobre a integração das tecnologias digitais no âmbito
da educação, do trabalho, da cultura e da vida em sociedade.
As discussões dos autores sobre os desafios à inclusão digital dos estudantes da EJA
integrada à EPT, no contexto do Proeja, possibilitaram a construção do conhecimento e o
enriquecimento da pesquisa empreendida.
A revisão de literatura também trouxe referenciais teóricos relevantes à
fundamentação da pesquisa e à elaboração do produto educacional, a exemplo de Freire (2011,
2013a, 2013b), Peixoto e Carvalho (2011), Kenski (2012), Leite (2012), Castells (2013),
Freire e Guimarães (2013), Moran (2013), Araújo e Frigotto (2015), Machado (2016),
Pischetola (2016), Bacich e Moran (2017), Toschi (2019) e Saviani e Galvão (2021), entre
outros autores referenciados ao longo da pesquisa.
Entendemos que o acesso e o uso das tecnologias digitais ao longo da formação
profissional técnica de nível médio é um caminho em potencial para melhoria da qualidade
do ensino e da aprendizagem. No entanto, é necessário que os recursos tecnológicos sejam
utilizados de forma crítica e consciente por estudantes e professores, com vistas à melhoria
das condições de vida e trabalho.
O horizonte a ser alcançado é, portanto, a aprendizagem significativa, colaborativa,
autônoma e emancipatória, no contexto do Proeja, mediada pelas tecnologias digitais da
informação e comunicação.
40

3 A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: um espaço de luta

No início do século XX, mais especificamente até a década de 1920, os movimentos


sociais foram fundamentais para a democratização do acesso da massa de trabalhadores à
escola, a partir das reivindicações de participação social como caminho para a “participação
política e democrática” da classe trabalhadora (RAMOS; STAMPA, 2016, p. 323).
Entretanto, a partir de 1930, com o advento do Movimento Escolanovista na
América, que teve forte influência europeia, assentado sobre intensas transformações
econômicas, sociais e políticas no cenário nacional, houve um enfraquecimento substancial
nas lutas travadas por uma escola democrática e pedagogicamente revolucionária, mais
voltada aos interesses da classe trabalhadora (RAMOS; STAMPA, 2016).
Os autores sustentam que “‘o entusiasmo pela educação’” (RAMOS; STAMPA,
2016, p. 323, grifo do autor), presente na década anterior, deu lugar ao otimismo pedagógico
da Escola Nova, que defendia a democratização da escola pública e gratuita como caminho
para modernizar a educação e acompanhar as mudanças do cenário internacional.
Entretanto, ao defender as capacidades individuais de aprendizado, com foco no
aspecto técnico-pedagógico do ensino, em que os métodos eram priorizados em lugar dos
conteúdos e objetivos da formação, sem considerar as desigualdades educacionais existentes
no contexto brasileiro, o movimento acabou por representar o fortalecimento da hegemonia
burguesa.
Tal fortalecimento foi motivado, principalmente, pelo aprimoramento do ensino
destinado às elites, em detrimento da qualidade do ensino destinado aos filhos da classe
trabalhadora, ancorados na ideia ilusória de contemplar os diferentes interesses das classes
em conflito (RAMOS; STAMPA, 2016). A expansão escolar se deu, portanto, de forma
precarizada e desigual, subordinada aos interesses do mercado nacional em ascensão.
Com vistas a atender à demanda de mão de obra minimamente qualificada para a
produção industrial crescente, sob o modo de produção Taylorista-Fordista, o ensino
destinado às camadas sociais desprivilegiadas continuou sendo ofertado em caráter
meramente instrumental. Desse modo, preparava a massa de trabalhadores “[...] unicamente
para o trabalho manual, sem a necessária articulação com a formação geral, com a
socialização da cultura e com o acesso a níveis mais elevados de ensino” (RAMOS; STAMPA,
2016, p. 325).
Esse cenário reforça a condição de dualidade da educação brasileira, que consiste
41

na destinação, desde o período colonial, da educação academicista e ilustrada às camadas


sociais privilegiadas e minoritárias, preocupadas em perpetuar o status quo. Ao passo que a
educação fragmentada continua sendo ofertada às classes dominadas, compostas em grande
parte por trabalhadores com a escolarização básica defasada (GOMES, 2013). No caminho
contrário a essa realidade, o Documento Base do Proeja (2007b) defende que,

Para que um programa possa se desenhar de acordo com marcos


referenciais do que se entende como política educacional de direito, um
aspecto básico norteador é o rompimento com a dualidade estrutural cultura
geral versus cultura técnica, [...] o que se tem chamado de uma educação
pobre para os pobres (BRASIL, 2007b, p. 35, grifo do autor).
Leite (2012) argumenta que, desde muito cedo, a cultura brasileira é pautada na
separação entre trabalho intelectual, possibilitado pela formação acadêmica, e o trabalho
braçal, que parte da formação tecnicista. Na década de 1940, a Reforma Capanema deu conta
dessa cisão educacional ao definir graus e modalidades de educação.
Desse modo, a educação esteve pautada no ensino secundário propedêutico,
destinado aos estudantes que visavam ao ingresso nas universidades, e no ensino
profissionalizante, destinado aos estudantes que iriam compor a força de trabalho demandada
pelo processo de industrialização latente.
Por outro lado, à época da referida Reforma, era possível recorrer aos exames de
adaptação, responsáveis por conferir equivalência entre o ensino propedêutico e o ensino
profissionalizante, em um movimento denominado pela autora como “mobilidade educativa”
(LEITE, 2012, p. 48).
Contudo, embora a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDBEN) nº 4.024/1961 tenha previsto a equivalência entre todos os cursos de nível
secundário e a extinção dos exames de adaptação, não houve efetividade na sua aplicação já
que, na prática, os currículos continuaram distintos e os cursos destinados à educação
profissionalizante não foram capazes de fornecer as bases curriculares necessárias ao
ingresso das massas de trabalhadores às universidades, no contexto da referida lei (LEITE,
2012).
Dez anos mais tarde, no contexto autoritário da Ditadura Militar, apesar da
obrigatoriedade do segundo grau profissionalizante, instituída pela LDBEN nº 5.692/1971,
houve um enfraquecimento do currículo, uma vez que o ensino profissionalizante foi
“esvaziado de seu arcabouço humanístico” (LEITE, 2012, p. 48), ao priorizar a formação
tecnicista em detrimento do ensino propedêutico. Portanto, a dualidade estrutural há muito
existente na educação brasileira continuou sendo sustentada.
42

3.1 DESAFIOS À INTEGRAÇÃO DA EJA À EPT CARACTERIZADOS NA


LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL BRASILEIRA

A década de 1990 se mostrou de grande importância para a EJA, por ter sido palco
de resistências e lutas, intensas e contínuas, que contaram com a participação de vários atores
sociais, nacionais e internacionais, na intenção de construir uma educação emancipatória,
unitária e de qualidade.
O engajamento de sujeitos históricos relevantes dos diferentes setores da sociedade,
como o segmento público, especialmente no âmbito municipal; as universidades; as
organizações não governamentais (ONGs); os sindicatos; o sistema “S”; os educadores e os
educandos da EJA; e os organismos internacionais, com destaque para a Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e a Organização dos Estados
Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), foi de fundamental
importância para o avanço das pautas de discussões acerca de como a Educação de Jovens e
Adultos deveria ser posta em prática pelos organismos governamentais (MACHADO, 2016).
Dessa relação entre diferentes entes da sociedade civil e os formuladores de políticas
públicas, com adesão do Ministério da Educação (MEC) em 2004, em torno de um objetivo
em comum, embora nem sempre consensual, surgiram os Fóruns de Educação de Jovens e
Adultos. No espaço democrático dos Fóruns, as questões concernentes à EJA até hoje
demandam habilidade de diálogo, negociação, enfrentamentos de conflitos e disputas de
poder no Estado Ampliado6 (PAIVA, 2009; MACHADO, 2016).
Os fóruns de EJA, atualmente presentes em todos os estados brasileiros, promovem
encontros nacionais na intenção de construir a EJA como uma política que “no sentido
etimológico, diz respeito à participação do povo nas escolhas necessárias aos assuntos
coletivos da cidade e do território” (MACHADO, 2016, p. 441).
Machado (2016) ressalta que a importância da Educação de Jovens e Adultos no
Brasil e demais países emergentes da América Latina vai muito além de apenas escolarizar
jovens e adultos trabalhadores, com propostas de ensino aligeiradas e imediatistas porque,

[...] abarca a luta pelo direito de acesso, permanência e conclusão da


escolarização com qualidade, em consonância com inúmeras outras lutas:
pelos direitos à saúde, ao trabalho, à moradia digna (seja no campo ou nas

6
Machado (2016) se fundamentou no conceito de Gramsci (2000) sobre o Estado Ampliado, que envolve a
articulação entre a sociedade política, composta pelos aparelhos político e econômico do Estado, e a sociedade
civil, composta pelos sindicatos, partidos políticos, movimentos sociais, Igreja, os sistemas de comunicação
e escola, inclusive escolas e universidades.
43

cidades), à igualdade de gênero, ao respeito às diversidades, dentre tantas


outras, que a configuram como educação ao longo de toda a vida e pela
construção de uma sociedade que, de fato, seja espaço de vivência e
convivência de todas e todos (MACHADO, 2016, p. 432).
A autora chama atenção para o espaço de luta representado pelo processo de
formulação da LDBEN nº 9.394/1996, que trouxe à tona o caráter democrático e
emancipatório da educação. Essa dimensão de luta contra-hegemônica corrobora com as
contradições que permeiam a EJA (MACHADO, 2016).
Para Leite (2012), a aprovação de uma LDBEN minimalista deu abertura para que
reformas e medidas governamentais como o Decreto nº 2.208/1997, que regulamentou o §
2º do art. 36 e os arts. 39 a 42 da LDBEN n° 9.394/1996, fossem implementadas e atendessem
aos anseios da “política neoliberal do Estado Mínimo” (LEITE, 2012, p. 48, grifo da autora),
ao dar conta da separação obrigatória entre o ensino médio propedêutico e o ensino médio
técnico.
De acordo com o Decreto nº 2.208/1997, somente era possível cursar o ensino
técnico paralelamente ao ensino médio, na forma de oferta concomitante. O referido decreto
previa ainda a possibilidade de cursar o nível técnico após a conclusão do nível médio, na
forma de oferta sequencial (NUNES, 2011).
Durante sua vigência, o Ensino Médio permaneceu voltado para o ensino
propedêutico e academicista, objetivando o ingresso dos filhos da elite brasileira no Ensino
Superior, e a Educação Profissional manteve seu caráter instrumental de preparação dos
filhos da classe trabalhadora para ingresso no mundo do trabalho (MOURA, 2007).
Coerente com o que pretendia o Governo de Fernando Henrique Cardoso, no poder
à época, posto que o Projeto de Lei (PL) nº 1603, que objetivava a separação entre o ensino
médio e a Educação Profissional (EP), tramitava no Congresso Nacional em 1996, antes
mesmo da aprovação da referida LDBEN (MOURA, 2007).
Apesar de concordar com a cisão educacional ocasionada pela promulgação do
Decreto nº 2.208/1997, Nunes (2011) argumenta que o referido decreto trouxe contribuições
importantes à EJA, no que concerne à expansão das possibilidades formativas da modalidade,
ao buscar estreitar o vínculo com o mundo do trabalho e promover o acesso dos trabalhadores
à educação profissional independente da escolaridade, conforme Art. 1º, incisos I e IV do
referido decreto:

Art. 1º A educação profissional tem por objetivos:


44

I – Promover a transição entre a escola e o mundo do trabalho capacitando


jovens e adultos com conhecimentos e habilidades gerais e específicas para
o exercício de atividades produtivas.
[...]
IV – qualificar, reprofissionalizar e atualizar jovens e adultos trabalhadores,
com qualquer nível de escolaridade visando a sua inserção e melhor
desempenho no exercício do trabalho no Brasil (BRASIL, 1997, n.p.).
Por outro lado, a desidratação do texto do PL nº 101/1993 – originalmente, PL nº
1.258/1988 – aprovado pela Câmara de Deputados, que culminou na LDBEN nº 9.394/96,
trouxe à modalidade de educação de jovens e adultos consequências negativas ao ignorar a
necessidade de um olhar atento e, sobretudo, comprometido com as necessidades dos
estudantes que são, especificamente, trabalhadores (MACHADO, 2016).
Machado (2016) explica que a Lei se configurou numa dupla derrota para a
educação de jovens e adultos:

Primeiro, a clara perda de identidade de uma modalidade para


trabalhadores, que deveria ser assumida por eles e pela sociedade como um
todo, [...] isto nos leva a segunda derrota, de um passado que não passou: a
Lei nº 9.394, de 1996 é a reafirmação da perspectiva de suplência, expressa
nos artigos 37 e 38, que poderia ter sido superada se a redação pudesse se
concentrar em garantir as ofertas diferenciadas de educação básica para a
modalidade (MACHADO, 2016, p. 439).
Em contraponto, a Lei nº 11.741/2008, que teve por objetivo redimensionar,
institucionalizar e integrar as ações da EPTNM, da EJA e da EPT, representa uma conquista
importante para a modalidade de EJA, se levarmos em consideração o fato de que tal
articulação nem sempre esteve prevista na legislação educacional brasileira.

3.1.1 Caminhos e descaminhos da Educação Básica articulada à Educação Profissional na


modalidade de Educação de Jovens e Adultos

A articulação entre a educação básica e a educação profissional e tecnológica foi


sendo construída, inicialmente, a partir da promulgação do Decreto nº 5.154/2004, que
restabeleceu a integração curricular entre a educação profissional técnica de nível médio e o
ensino médio, até então separados por força do Decreto nº 2.208, de 1997.
No ano seguinte, o Decreto nº 5.478/2005 foi responsável por instituir, no âmbito
da Rede Federal de Ensino, o Proeja, apenas para o nível médio, justificado no documento
base do programa que “o exercício da modalidade EJA no âmbito do nível médio de ensino
é ainda incipiente, e sobremaneira na Rede Federal, local privilegiado para o oferecimento
da modalidade EJA integrada à educação profissional” (BRASIL, 2007b, p. 34). Ainda
45

segundo o Documento Base,

Denotada na Rede Federal a ausência de sujeitos alunos com o perfil típico


dos encontrados na EJA, cabe — mesmo que tardiamente —, repensar as
ofertas até então existentes e promover a inclusão desses sujeitos,
rompendo com o ciclo das apartações educacionais, na educação
profissional e tecnológica (BRASIL, 2007b, p. 34).
Portanto, a oferta de cursos de formação inicial e continuada integrados à educação
profissional técnica de nível médio, no contexto do Proeja, ficou a cargo dos antigos Cefets,
das Escolas Técnicas e Agrotécnicas Federais e das Escolas Técnicas vinculadas às UFs
(BRASIL, 2005).
Em 2006, o Decreto nº 5.840 foi responsável por ampliar a abrangência do programa
também para o ensino fundamental, ao instituir o Programa Nacional de Integração da
Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e
Adultos, que formalizou a articulação entre as modalidades de Educação de Jovens e Adultos
e Educação Profissional e Tecnológica (BRASIL, 2006). Entretanto, as alterações na LDBEN
nº 9.394, de 1996, para incorporação do texto do Decreto nº 5.840, de 2006, só vieram a ser
formalizadas a partir da promulgação da Lei nº 11.741/2008.
O novo decreto possibilitou a oferta de cursos e programas de formação inicial e
continuada (FIC) e qualificação profissional a partir do ensino fundamental, organizados por
eixos tecnológicos distintos e, consequentemente, com itinerários e perfis formativos
específicos ao seu público-alvo, implantados principalmente em parceria com municípios e
instituições penais, sendo denominado Proeja FIC, a partir de 2009 (NUNES, 2011;
RUMMERT; ALGEBAILE; VENTURA, 2013).
O Decreto nº 5.840/2006 também foi responsável por descentralizar a oferta de
cursos do Proeja da Rede Federal de Ensino, ao prever no § 3º, do seu Art. 1º que,

Art. 1º Fica instituído, no âmbito federal, o Programa Nacional de


Integração da Educação Profissional à Educação Básica na Modalidade de
Educação de Jovens e Adultos – PROEJA, conforme as diretrizes
estabelecidas neste Decreto.
[...]
§ 3º O PROEJA poderá ser adotado pelas instituições públicas dos sistemas
de ensino estaduais e municipais e pelas entidades privadas nacionais de
serviço social, aprendizagem e formação profissional vinculadas ao sistema
sindical (“Sistema S”), sem prejuízo do disposto no § 4o deste artigo
(BRASIL, 2006, n.p.).
Todavia, nem o Decreto nº 5.840 nem a Lei nº 11.741/2008 trouxeram
obrigatoriedade quanto à articulação das modalidades em seu texto, demonstrando o caráter
46

opcional da oferta de EJA articulada à EPT, quando em seu Art. 37, § 3º, expressa que “‘A
educação de jovens e adultos deverá articular-se, preferencialmente, com a educação
profissional, na forma do regulamento’” (BRASIL, 1996, redação dada pela Lei nº
11.741/2008, grifo nosso).
É evidente que o caminho percorrido pela sociedade civil e política juntamente, com
estudantes e pelos profissionais ligados à EJA, é marcado por fracassos e conquistas, ao longo
dos anos, em busca de uma educação de qualidade e comprometida com as especificidades
dos sujeitos trabalhadores.
Portanto, embora a mera formação de mão de obra para o mercado de trabalho e os
interesses do capital tenham se sobressaído em alguns momentos, com o apoio dos diferentes
governos, a modalidade tem se mantido viva e atuante na luta contra-hegemônica por
reconhecimento e justiça social em prol da classe trabalhadora. Os sujeitos que foram
excluídos do sistema educacional, por motivos diversos, devem ter o direito de retornar à
escolar em busca de formação e oportunidades de inserção nas várias dimensões da sociedade.

3.1.1.1 O Proeja integrado

Entendido como uma das formas de oferta de Educação Básica (EB) articulada à
educação profissional, o Proeja Integrado, nos termos do art. 4º, § 1º, inciso I, do Decreto
nº 5.154/2004, é ofertado aos estudantes que já concluíram o ensino fundamental “[...] sendo
o curso planejado de modo a conduzir o aluno à habilitação profissional técnica de nível
médio, na mesma instituição de ensino, contando com matrícula única para cada aluno”
(BRASIL, 2004, n.p.).
Sá, Moura e Henrique (2020) deixam explicita, em seu estudo, a possibilidade da
garantia do direito de jovens e adultos a uma educação geral integrada à profissionalização,
concebido o ensino integrado como, “[...] a integração entre a denominada educação geral
(ciências, letras e artes) e a formação profissionalizante, desenvolvida em um currículo único
na mesma instituição educacional, tendo como referência conceitual a formação integral dos
sujeitos” (SÁ; MOURA; HENRIQUE, 2020, p. 16).
Entretanto, tal possibilidade apenas será possível a partir da elevação do Programa
a uma política pública permanente, que não esteja subordinada às ideologias dos diversos
governos, à lógica capitalista e ao pensamento neoliberal, mas que tenha como objetivo a
promoção da justiça social e educacional. Para os autores, é papel do Estado a garantia do
47

direito dos sujeitos da EJA de ser parte do mundo do trabalho para, assim, produzir a
existência coletivamente e garantir sua própria subsistência como forma de atuar no mundo
e transformá-lo (SÁ; MOURA; HENRIQUE, 2020).
Os pesquisadores destacam ainda os avanços históricos para educação de jovens e
adultos, quando em governos de centro-esquerda, e retrocessos por descontinuidades ou
enfraquecimentos em governos de direita, além de decisões ancoradas nos interesses do
mercado de trabalho e das economias nacional e internacional, pelo que é possível constatar
o caráter ideológico, mercantilista e hegemônico da agenda política para a modalidade (SÁ;
MOURA; HENRIQUE, 2020).
Contudo, tal constatação vai de encontro à finalidade do Proeja, já que, de acordo
com o Documento Base (2007b),

[...] o que realmente se pretende é a formação humana, no seu sentido lato,


com acesso ao universo de saberes e conhecimentos científicos e
tecnológicos produzidos historicamente pela humanidade, integrada a uma
formação profissional que permita compreender o mundo, compreender-se
no mundo e nele atuar na busca de melhoria das próprias condições de vida
e da construção de uma sociedade socialmente justa. A perspectiva precisa
ser, portanto, de formação na vida e para a vida e não apenas de qualificação
do mercado ou para ele (BRASIL, 2007b, p.13).
Se, por um lado, o Programa abre espaços e oportunidades em prol da justiça social,
em sentido pleno, amparada no modelo seguridade social, defendido por Fleury, que atua no
atendimento centralizado e universal dos diretos sociais dos cidadãos (FLEURY, 1994 apud
SÁ; MOURA; HENRIQUE, 2020), por outro lado, esses espaços e oportunidades são
constantemente ameaçados por decisões governamentais de cunho político-ideológico
influenciadas, principalmente, pela política e mercado internacionais (SÁ; MOURA;
HENRIQUE, 2020).
É importante destacar, ainda, a preocupação do Proeja com a formação geral e
profissional dos educandos da modalidade, bem como a verticalização dos estudos e suas
respectivas certificações, objetivando a elevação do nível escolaridade de um público
historicamente pouco escolarizado e marginalizado, por ter tido o direito de acesso à devida
escolarização, na dita “idade própria”, negado (SÁ; MOURA; HENRIQUE, 2020).
Cabe, portanto, ao conjunto da sociedade civil e política, embora em meio às tensões
que lhes são próprias, empenhar-se na luta constante pela garantia de um direito que é, nos
termos legais, de e para todos, na busca da redução das desigualdades sociais (SÁ; MOURA;
HENRIQUE, 2020).
48

3.2 AS PRÁTICAS DOCENTES E GESTORAS NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E


TECNOLÓGICA DIRECIONADAS AO PROEJA

De acordo com Araújo e Frigotto (2015), as práticas pedagógicas integradoras


devem estar voltadas à emancipação social, ao desenvolvimento da autonomia e da
capacidade criativa dos estudantes, possibilitadas pela ressignificação das técnicas e
estratégias de ensino-aprendizagem.
Importa considerar o contexto histórico-social no qual os sujeitos da aprendizagem
estão inseridos, em um movimento flexível, que contribua para a efetividade das práticas de
ensino, tendo a transformação social como um horizonte a ser alcançado.
Nesse sentido, entendemos os estudantes do Proeja como sujeitos de direitos,
detentores das mais diversas particularidades, que necessitam de tempos e espaços próprios
de aprendizagem (BRASIL, 2007b). Esses sujeitos enfrentaram ao longo da vida várias
formas de exclusão, dentre as quais a negação do acesso, permanência e conclusão com êxito
do ensino regular na idade própria.
Trata-se, portanto, de um público bastante heterogêneo “constituído por jovens e
adultos com escolaridade descontínua, [...] negros, quilombolas, ribeirinhos, mulheres,
indígenas, idosos, camponeses e diversas outras marginalidades ou minoridades
frequentemente ignoradas” (LEITE, 2012, p. 51, grifo da autora), de diferentes faixas etárias,
de grupos sociais distintos, com trajetórias profissionais diversificadas.
Os sujeitos do Proeja demandam processos formativos específicos, pelo que é
necessário pensar e materializar práticas pedagógicas que visem atender às reais necessidades
de formação desses estudantes que são, em sua maioria, trabalhadores, dando-lhes condições
concretas de participação social, política e econômica para transformação da realidade na
qual estão inseridos.
Cabe, portanto, à escola o desenvolvimento e a organização dos meios adequados
aos fins para os quais se destina, por meio do currículo, das práticas pedagógicas e da
integração dos diversos saberes como partes de um todo, concebido o currículo como espaço
de contradição e de luta de classes já que, por um lado, reproduz a ideologia dominante a fim
de perpetuá-la, e por outro, conduz ao caminho para a libertação das classes dominadas, por
meio das práticas curriculares aliadas a uma ou a outra ideologia (ARAÚJO; FRIGOTTO,
2015).
Entendemos que as práticas docentes, como ações dotadas de intencionalidade
49

(LEAL, 2005; SAVIANI, 2015), devem ser capazes de materializar práticas curriculares
comprometidas com as necessidades formativas dos estudantes e com a realidade na qual
estão inseridos, em direção à integração da formação humana, a partir de soluções didáticas
e ético-políticas mais adequadas ao contexto escolar e social (ARAÚJO; FRIGOTTO, 2015).
Tais práticas devem estar apoiadas na concepção de formação integral dos sujeitos
aprendentes, concebida tal formação como a integração entre trabalho, cultura e ciência
(RAMOS, 2008).
Consequentemente, é de fundamental importância a existência de atitudes docentes
integradoras, na construção de práticas pedagógicas atentas às transformações sociais e
contrárias à lógica do ensino pragmático (ARAÚJO; FRIGOTTO, 2015). Essas práticas
devem caminhar na contramão das práticas tradicionais e bancárias de ensino, contribuindo
para as aprendizagens significativas e para o desenvolvimento da capacidade de ser mais dos
sujeitos que, conscientes de sua inconclusão no mundo, se abrem à permanente busca pelo
conhecimento (FREIRE, 2011, 2013a, 2013b).
Entretanto, para que isso seja possível, é preciso dispor de um ambiente favorável à
superação dos vários desafios institucionais existentes, quais sejam: de gestão, pedagógicos,
culturais, de condições materiais e de ensino, entre outros (ARAÚJO; FRIGOTTO, 2015).
Para além de práticas pedagógicas comprometidas com a formação humana integral,
ressaltamos a importância de investimentos, por parte do governo federal, na formação de
docentes e gestores, bem como em infraestrutura adequada ao alcance dos objetivos
formativos aqui defendidos.
Segundo Kleiman e Marques (2018), a escola precisa ter clareza de suas práticas e
dos caminhos a percorrer, sempre atenta às necessidades e limitações dos estudantes da
modalidade, o que depende também de disponibilização, pelo poder público, de infraestrutura
adequada, professores capacitados e em condições de trabalho ideais.
As autoras chamam atenção para a cautela necessária às práticas educativas, no caso
específico da educação de jovens e adultos, a fim de que as tecnologias digitais não sejam
mais uma causa da evasão dos estudantes, mas potencializadora e forte aliada no processo
formativo de cidadãos críticos e politizados (KLEIMAN; MARQUES, 2018).
No mundo atual, as novas relações de trabalho, a cultura e a ciência são fortemente
influenciadas pelas tecnologias digitais emergentes e pela internet, que vem evoluindo e
ganhando espaço na sociedade, em larga escala, desde a segunda metade do século XX
(LÉVY, 1999, 2010).
50

Nesse sentido, é essencial que a escola cumpra seu papel na formação integral dos
sujeitos, de modo que atuem criticamente no mundo do trabalho e na cibercultura. Segundo
Gemignani (2012), as Diretrizes Curriculares Nacionais para a EPT estabelecem que,

[...] o perfil dos egressos de um curso compreenderá uma sólida formação


técnica, científica e profissional geral que o capacite a absorver e a
desenvolver novas tecnologias estimulando a sua atuação crítica e
reflexiva, criativa na identificação e resolução de problemas, considerando
seus aspectos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais, com
visão ética e humanística, em atendimento às demandas da sociedade
(GEMIGNANI, 2012, p. 2).
Destarte, os atores educacionais ligados ao Proeja devem estar empenhados em
formar sujeitos capazes de acompanhar o novo contexto sociotécnico (SANTOS, 2010),
dispondo de práticas pedagógicas que integrem as dimensões trabalho, ciência e cultura, com
vistas à efetivação de uma educação democrática, libertadora e inclusiva, que proporcione
aos sujeitos aprendentes conhecimentos e habilidades, profissionais e cotidianas, frente ao
crescente avanço das TDICs.
É fato que as TDICs estão presentes no mundo do trabalho, na cultura e,
principalmente, na ciência, por isso entendemos que as novas tecnologias são instrumentos,
digitais e virtuais, capazes de potencializar o fazer docente e as práticas curriculares, desde
que utilizadas de forma crítica e consciente e ocupem uma posição não de centralidade, mas
de mediação, de relação dialógica entre ensinar e aprender (PEIXOTO; CARVALHO, 2011).
Nessa direção, docentes e estudantes podem encontrar, na interatividade das
diversas interfaces comunicacionais e virtuais disponíveis, condições propícias à promoção
da aprendizagem colaborativa e da utilização consciente das informações disponíveis em rede.
Assim será possível a cocriação e à coautoria de novos conhecimentos, que servirão como
referência para a produção de conhecimentos futuros (SANTOS; SILVA, 2007; SANTOS,
2010).
Contudo, tornamos a ressaltar que a formação básica articulada à formação
profissional na modalidade EJA, materializada pelo Proeja, precisa estar pautada na
promoção da autonomia social, política e econômica dos estudantes, em detrimento da lógica
imediatista e fragmentária de qualificação para o mercado de trabalho.
Diante do exposto, entendemos que uma educação que se queira transformadora e
libertadora, comprometida com o desvelamento da realidade social, deve integrar as
tecnologias digitais às práticas pedagógicas, com um olhar atento ao contexto social, ao
projeto de sociedade que se almeja alcançar e às necessidades formativas da classe
51

trabalhadora, composta por sujeitos de vivências, expectativas e experiências profissionais


diversificadas.

3.3 O PAPEL DA INCLUSÃO DIGITAL NO PROCESSO EDUCATIVO

O advento dos computadores pessoais, da internet e, por conseguinte, da rede


mundial de computadores, possibilitou o acesso virtual à grande quantidade de informações
disponíveis na sociedade, antes acessíveis em documentos e nos meios de comunicação de
massa, impressos ou televisionados.
A chegada dos recursos tecnológicos digitais também foi responsável por conferir
velocidade e interatividade à comunicação e por proporcionar o intercâmbio de
conhecimentos entre indivíduos e populações geograficamente distantes.
No mundo digital, o conhecimento e as tecnologias existentes se mostram em
constante mudança e o que se conhece hoje sobre o funcionamento de determinada tecnologia
em alguns meses pode estar ultrapassado. Nesse limiar, ao passo que novas tecnologias vão
surgindo, as tecnologias anteriores vão se atualizando ou se tornando obsoletas.
Por esse motivo, entendemos ser fundamental que docentes e gestores ligados ao
Proeja sejam capazes de aprimorar suas práticas de ensino, de modo a acompanhar as
transformações tecnológicas. Assim, poderão proporcionar aos estudantes o que há de novo
na Sociedade do Conhecimento, além de associar tais novidades às demandas do mundo do
trabalho e de promover a inclusão digital e social dos sujeitos jovens e adultos.
É importante registrar que, ao realizar a pesquisa bibliográfica deparamo-nos com
diversas concepções sobre inclusão digital entre os autores que se debruçaram sobre a
temática. Isso posto, lançaremos mão de alguns desses conceitos para possibilitar a
compreensão do tema central desta pesquisa.
De acordo com Nunes (2011, p. 69) “[...] todo processo ou fenômeno de inclusão
incorpora um processo de exclusão, caso contrário, o mesmo não existiria”. Logo, sendo
inclusão e exclusão digital processos antagônicos, possuem dependência mútua, de modo que
os processos de exclusão existentes em nossa sociedade, dentre os quais o de exclusão digital,
tornam o aprofundamento das discussões sobre o tema urgente e necessário.
Castells (2005) nos traz três situações nas quais podemos identificar um sujeito em
situação de exclusão digital, a saber: 1) não possuir acesso à rede de computadores, ou seja,
não dispor de conectividade à internet; 2) possuir acesso aos computadores e à internet, mas
não possuir habilidades técnicas mínimas ao seu manuseio consciente; 3) dispor de
52

conectividade, mas não possuir expertise para utilizar, de maneira crítica, sistemática e
consciente, as informações acessadas no cotidiano laboral, doméstico ou educacional, para
melhoria das próprias condições de vida.
Principalmente os dois últimos pontos, trazidos por Castells, convergem com as
argumentações de Lévy (1999) quanto aos obstáculos humanos a serem superados para que
inclusão digital seja alcançada,

Em primeiro lugar há os freios institucionais, políticos e culturais para


formas de comunicação comunitárias, transversais e interativas. Há, em
seguida, os sentimentos de incompetência e de desqualificação frente às
novas tecnologias [...] O problema do “acesso para todos” não pode ser
reduzido às dimensões tecnológicas e financeiras geralmente apresentadas.
Não basta estar na frente de uma tela, munido de todas as interfaces
amigáveis que se possa pensar, para superar uma situação de inferioridade.
É preciso antes de mais nada estar em condições de participar ativamente
dos processos de inteligência coletiva que representam o principal interesse
do ciberespaço. Os novos instrumentos deveriam servir prioritariamente
para valorizar a cultura, as competências, os recursos e os projetos locais,
para ajudar as pessoas a participar de coletivos de ajuda mútua, de grupos
de aprendizagem cooperativa etc. (LÉVY, 1999, p. 236-238, grifo do
autor).
Em direção semelhante, Silva Filho (2010) argumenta que, para que ocorra a
inclusão digital, três pilares básicos devem existir em conjunto: tecnologias de informação e
comunicação, renda e educação; e que, embora existam renda e equipamentos tecnológicos,
faz-se necessário associá-los à educação, sem a qual a disponibilidade daqueles recursos será
vã, pois os usuários não saberão de como ou porque utilizar as tecnologias digitais para
melhoria das próprias condições de vida e trabalho.
Ainda segundo o autor, é possível identificar o processo de inclusão quando o
indivíduo passa a ter um papel ativo na produção de conhecimentos, bens e serviços,
deixando em segundo plano a passividade na sua utilização, posto que no processo de
inclusão digital, a educação é primordial (SILVA FILHO, 2010).
Magalhães (2008) argumenta que as escolas devem dar prioridade à utilização das
TDICs nos processos de ensino-aprendizagem, uma vez que os estudantes se tornaram
midiáticos por utilizarem, frequentemente, as tecnologias digitais. O intuito deve ser o de
torná-las grandes aliadas ao processo de ensino e aprendizagem, uma vez que se aproximam
da realidade dos estudantes.
Contudo, cabe observar que, para os estudantes pertencentes às gerações passadas,
classificados por Prensky (2001) como imigrantes digitais, acompanhar intuitivamente o
ritmo ditado pelos computadores, dispositivos móveis e pela internet se mostra um grande
53

desafio, ao contrário do que ocorre com os estudantes mais jovens, nascidos a partir de 1990
e classificados como nativos digitais ou geração digital, por terem crescido e se formado
imersos na era digital (PRENSKY, 2001; FRANCO, 2013; COSTA; DUQUEVIZ;
PEDROZA, 2015).
No caso específico do Proeja, entendemos que a realidade tende a ser bastante
singular, visto que muitos sujeitos inseridos hoje no Programa abandonaram a escola e o
ensino regular antes dos anos 1990, quando as tecnologias digitais ainda não estavam
disponíveis nos espaços escolares. Ao retornarem aos sistemas de ensino da atualidade, os
recursos tecnológicos não só se encontram disponíveis como possuem um nível maior de
complexidade.
É importante considerar, também, que as turmas do Proeja são compostas por
estudantes de diversas idades e de gerações distintas e que muitos, embora jovens, não
possuem condições socioeconômicas favoráveis ao acesso e utilização das TICs (NUNES,
2011; LEITE, 2012). Dessa forma, professores e gestores precisam assumir o compromisso
constante de pensar e executar os processos de ensino e aprendizagem atentos às
particularidades dos sujeitos do Programa, apoiados pelo Estado no cumprimento da
obrigação de proporcionar a todas as pessoas o acesso a uma educação de qualidade.
Reconhecemos e defendemos, aqui, a necessidade de educar os estudantes para o
uso crítico e consciente da grande quantidade de informação disponível no ciberespaço e das
tecnologias digitais existentes na cibercultura, ou cultura digital (BEZERRA; AQUINO,
2011; PRETTO, 2011; COSTA; DUQUEVIZ; PEDROZA, 2015).
Nessa direção, é necessário e urgente o abandono do ensino meramente instrumental
e transmissivo, para assunção de processos formativos inovadores, comprometidos com a
aprendizagem significativa, com a autonomia intelectual e com as necessidades formativas
dos sujeitos já que, segundo Nunes (2011, p. 24), “[...] trabalho e tecnologia andam juntos,
consequentemente formação e qualificação profissional demandam, atualmente, a
apropriação de tecnologias digitais”.
Para Pinheiro (2007), a inclusão digital contribui com exercício pleno da cidadania
dos sujeitos e com a construção do conhecimento a partir das informações acessíveis em rede,
pelo que combater a exclusão digital é caminhar em direção à inclusão social dos indivíduos.
A esse respeito, a autora expressa que,

A inclusão digital passa a ser uma questão de cidadania, ética, consolidação


da democracia e da inclusão social de indivíduos e grupos tradicionalmente
excluídos do desenvolvimento socioeconômico (sic). O combate à exclusão
54

digital não pode ser ignorado, pela intensificação do gap entre os que têm
o monopólio do pensamento, da transformação da informação em
conhecimento e os que estão excluídos desse exercício (PINHEIRO, 2007,
n.p.).
A autora expõe a necessidade de uma definição clara por parte do governo brasileiro
sobre conceito de inclusão digital que faça o País participar, efetivamente, da Sociedade da
Informação e adverte que “ter a infraestrutura é condição sine qua non para se iniciar o
processo, mas é preciso condições econômicas e educacionais que garantam a competência
que realmente inclui” (PINHEIRO, 2007, p. 12, grifo da autora).
A partir do exposto, concebemos a inclusão digital como o acesso às tecnologias
digitais existentes na sociedade, aliadas às habilidades individuais e coletivas para manuseio
autônomo, crítico e democrático das informações disponíveis na rede. Desse modo, a
utilização das TDICs no cotidiano escolar, social e laboral deve contribuir para a melhoria
das condições de vida e trabalho de cada estudante digitalmente incluso e possibilitar a
construção de novos conhecimentos na sociedade do conhecimento.
Mendonça (2016) elenca alguns programas e políticas direcionados à promoção da
inclusão digital da sociedade brasileira, especialmente das classes desprivilegiadas,
implementados pelo governo federal, em parceria com estados, municípios e outras entidades,
conforme demonstramos no Quadro 6.

Quadro 6 – Programas e projetos de inclusão digital implementados no Brasil até o ano de 2016
(continua)
PROGRAMA OU PROJETO ENTIDADES PARCEIRAS
Ministério da Educação (MEC), Agência
Nacional de Telecomunicações (Anatel),
Ministério das Comunicações (MCOM),
Programa Banda Larga nas Escolas (PBLE)
Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão (MPOG), Secretaria Estaduais e
Municipais de Educação
Secretaria de Ciência e Tecnologia para
Inclusão Social do Ministério da Ciência e
Tecnologia e Inovações (Secis/MCTI),
Casa Brasil
Universidade de Brasília (UnB) e Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq)
Centros de Recondicionamento de Secretaria de Inclusão Digital do Ministério das
Computadores (CRCs) Comunicações (SID/MCOM)
Secretaria de Inclusão Digital do Ministério das
Comunicações (SID/MCOM), Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG),
Cidades Digitais
Telebrás, Inmetro e Banco Nacional de
Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES)
55

Quadro 7 – Programas e projetos de inclusão digital implementados no Brasil até o ano de 2016,
2022 (conclusão)
PROGRAMA OU PROJETO ENTIDADES PARCEIRAS
Ministério das Comunicações (MCOM),
Computadores para Inclusão Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão (MPOG) e Telecentros.br
Secretaria de Inclusão Digital do Ministério das
Inclusão digital da juventude rural Comunicações (SID/MCOM) e Secretaria
Nacional da Juventude
Oficina para a Inclusão Digital e Participação Movimento Nacional de Inclusão Digital e
Social Participação Social
Projeto Cidadão Conectado – Computador Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações
para Todos (MCTI)
Programa Governo Eletrônico – Serviço de Secretaria de Inclusão Digital do Ministério das
Atendimento ao Cidadão (Gesac) Comunicações (SID/MCOM)
Programa de Implantação de Salas de Secretaria de Educação Especial do Ministério
Recursos Multifuncionais da Educação (SEESP/MEC)
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações
Programa de Inclusão Social e Digital
(MCTI)
Programa Nacional de Tecnologia Ministério da Educação (MEC), Estados,
Educacional (ProInfo) Distrito Federal e Municípios
Secretaria de Inclusão Digital do Ministério das
Redes Digitais da Cidadania
Comunicações (SID/MCOM)
Programa de Inclusão Digital do Ministério da
Telecentros
Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI)
Territórios Digitais Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA)
Projeto Um Computador por Aluno Fundo Nacional do
(ProUCA) Desenvolvimento da Educação (FNDE)
Programa Brasil Profissionalizado (PBP) Ministério da Educação (MEC)
Fonte: Elaboração da autora (2022), adaptado de Mendonça (2016)

Entretanto, a autora verifica que grande parte desses projetos e programas apresenta
fragilidades e desarticulações, motivadas por diversos fatores como as trocas de mandato
governamental, a distribuição por secretarias e ministérios distintos e a falta de informações
atualizadas nos respectivos sites (MENDONÇA, 2016). Além disso algumas dessas
iniciativas apresentam um caráter meramente compensatório à exclusão digital existente no
Brasil (BONILLA; OLIVEIRA, 2011).
Segundo Pinheiro (2007), embora muitos países como o Brasil tenham se
empenhado no desenvolvimento de projetos de inclusão digital, visando ao uso das TICs para
participação nacional nas redes de informação e comunicação, muitos desses projetos foram
descontinuados por motivos diversos, como as mudanças governamentais, por exemplo.
Nessa direção, percebemos que os problemas identificados nas políticas de inclusão
digital, no contexto brasileiro, se assemelham aos problemas anteriormente identificados na
política de educação de jovens e adultos, também marcadas por descontinuidades.
56

Segundo Dowbor (2006, p. 7), “o principal motor das transformações é seguramente


a revolução tecnológica que vivemos. A revolução atual não é mais de infraestruturas [...],
mas de sistemas de organização do conhecimento”. Ter a possibilidade de ser um sujeito ativo
na Sociedade do Conhecimento, na qual as tecnologias digitais e os usuários, em conjunto,
ditam o ritmo de acesso e compartilhamento de informações e conhecimentos disponíveis no
ciberespaço, a fim de trabalhar, estudar, viver e produzir, pode significar um passo importante
para a emancipação social dos estudantes.
A integração das tecnologias digitais ao processo ensino e aprendizagem, ao longo
da formação profissional e tecnológica, é essencial para a promoção da inclusão digital e da
formação integral dos estudantes inseridos na EJA integrada à EPT, no contexto do Proeja,
em direção à “redução da preparação para o trabalho ao seu aspecto operacional, simplificado
e distante dos conhecimentos científicos e tecnológicos” (GONÇALVES, 2015, p. 31).
A formação integral dos sujeitos abre possibilidades à constante busca pelo “ser
mais”, comumente defendida por Freire (2011, 2013a, 2013b), ao torná-los cidadãos críticos,
criativos e autônomos na sociedade do conhecimento.
57

4 PROCEDIMENTOS TEÓRICO-METODOLOGICOS

A metodologia adotada para esta pesquisa, que tem por objetivo principal de
compreender as percepções de estudantes da educação de jovens e adultos integrada à
educação profissional e tecnológica sobre a inclusão digital ao longo da formação técnica de
nível médio, foi a pesquisa de abordagem qualitativa, do tipo estudo de caso exploratório e
descritivo.
De acordo com Minayo, “[...] compreender: este é o verbo da pesquisa qualitativa.
Compreender relações, valores, atitudes, crenças, hábitos e representações e, a partir desse
conjunto de fenômenos humanos gerados socialmente, interpretar a realidade” (MINAYO,
2016, p. 23).
Nessa direção, entendemos que a abordagem escolhida melhor se adequou aos
direcionamentos feitos no decorrer do processo de investigação da realidade escolar, ao passo
que permitiu uma análise interpretativa mais aberta das particularidades que permeiam o
problema de pesquisa (FLICK, 2013).
Contudo, a análise interpretativa só foi possível a partir da compreensão das
subjetividades dos participantes da pesquisa, pois, ao longo da investigação, foi possível
dialogar com os mesmos, a fim de captar as diferentes visões, bem como o detalhamento da
realidade em diferentes níveis, a partir das expressões de cada indivíduo (FLICK, 2013). No
entendimento de Minayo,

A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se ocupa,


dentro das Ciências Sociais, com o universo dos significados, dos motivos,
das aspirações, das crenças, dos valores e das atitudes. [...] como parte da
realidade social, pois o ser humano se distingue não só por agir, mas por
pensar sobre o que faz e interpretar suas ações dentro e a partir da realidade
vivida e compartilhada com seus semelhantes [...] esse nível de realidade
não é visível, precisa ser exposta e interpretada, em primeira instância,
pelos próprios pesquisados e, em segunda instância, por um processo
compreensivo e interpretativo contextualizado (MINAYO, 2016, p. 20-21).
Entendemos, portanto, que a pesquisa qualitativa abre espaço às várias
possibilidades de estruturas para o estudo que nos propomos realizar (FLICK, 2013), pois
possibilitou a análise e a interpretação das percepções e vivências dos sujeitos jovens e
adultos, levando em consideração o contexto educativo no qual estão inseridos, suas
inquietações e as mais diversas situações por eles enfrentadas no contexto social, escolar e
profissional.
Tais dimensões foram apreendidas a partir da aproximação entre o pesquisador e a
58

realidade empírica (MINAYO, 2016), bem como das percepções dos participantes,
possibilitadas durante a pesquisa, posto que a oportunidade de fala “capta as nuanças da
percepção dos entrevistados para ampliar a compreensão da realidade vivida pelos
respondentes e aprofunda a questão de como as pessoas percebem os fenômenos estudados”
(CÂMARA, 2013, p. 180).
O lócus da pesquisa foi o Instituto Federal de Pernambuco – Campus Recife, que
oferta cursos técnicos, nas formas de oferta integrada ou concomitante ao ensino médio e
subsequente, além de cursos superiores de licenciatura e bacharelado. O cenário escolhido
para a pesquisa foi o Curso Técnico de Refrigeração e Climatização (Integrado – Proeja),
ofertado desde 2006 na forma de oferta integrada por força do Decreto nº 5.154/2004 (IFPE,
2016).
Essas escolhas se justificam pela proximidade da pesquisadora com o Campus
Recife, no qual é servidora do quadro técnico-administrativo, e por ser o único curso Proeja
do IFPE – Campus Recife, ofertado na forma integrada ao ensino médio. É importante
ressaltar que o curso possui apenas uma turma remanescente do Proeja Integrado, posto que
os estudantes matriculados ingressaram na instituição nos anos de 2017 e 2018 e não foram
ofertadas novas turmas nos anos seguintes.
Inicialmente denominado “Curso Técnico em Refrigeração e Ar-condicionado”, à
época ofertado pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Pernambuco (Cefet/PE), na
modalidade regular, o curso passou à atual denominação a partir da Resolução nº 44/2016-
Consup, de 22 de dezembro de 2016, em atendimento à atualização do Catálogo Nacional de
Cursos Técnicos de Nível Médio – Edição 2014, pela Resolução CNE/CEB nº 1, de 5 de
dezembro de 2014 (IFPE, 2016).
Pertencente ao eixo tecnológico “Controle e Processos Industriais”, o curso é
ofertado pelo IFPE – Campus Recife nas formas presencial e integrada ao ensino médio, na
modalidade de educação de jovens e adultos, ou presencial subsequente ao ensino médio, na
modalidade regular. Contudo, apenas a primeira forma de oferta é o foco desta pesquisa. O
curso possui duração mínima de 3 anos e meio, com integralização mínima de 6 anos e meio
e máxima de 13 anos, pelo que possui 7 semestres letivos com oferta de 40 vagas por turma
e no turno da noite (IFPE, 2016).
De acordo com o Projeto Pedagógico do Curso (PPC), atualizado em 2016, o
objetivo geral do curso é oportunizar, a partir do currículo integrado,

[...] o reconhecimento e a validação de habilidades e competências para a


inclusão no processo educacional formal e no mundo do trabalho, através
59

da vivência de práticas pedagógicas promotoras da cidadania para o seu


exercício em todos os segmentos da vida social (IFPE, 2016, p. 17).
Entendemos que conhecer a realidade de uma curso Proeja no IFPE – Campus
Recife e propor soluções aos problemas identificados é um dos caminhos possíveis ao
fortalecimento e melhoria do processo de ensino e aprendizagem para a modalidade. Nesse
sentido, visualizamos a turma do 7º módulo do curso, composta por 33 estudantes, como um
campo em potencial para a pesquisa proposta.
Segundo Flick (2013), na pesquisa qualitativa os participantes são escolhidos
propositalmente pelo pesquisador em quantidade relevante para cada pesquisa, de acordo
com as questões subjetivas que se deseja compreender ou das descobertas que se pretende
realizar. Portando, os sujeitos da pesquisa foram selecionados visando responder, de forma
contextualizada, ao problema de pesquisa aqui postulado.
Portanto, para participação da etapa de entrevista semiestruturada, os participantes
foram selecionados entre os estudantes matriculados no curso em questão e que participaram
da etapa de aplicação do questionário on-line.
A escolha inicial do grupo etário a partir de 30 anos, para inclusão na pesquisa, levou
em consideração o advento das tecnologias da informação e comunicação no Brasil entre o
final dos anos 1990 e o início dos anos 2000. Os estudantes pertencentes a esse grupo etário,
compõem a “geração analógica”. Considerando seu percurso formativo permeado pelas
tecnologias analógicas, são estudantes que apresentam maiores dificuldades de inclusão
digital (NUNES, 2011; KENSKI, 2012).
Por outro lado, os estudantes pertencentes ao grupo etário abaixo de 30 anos, que
cursaram ou concluíram o ensino fundamental ou ensino médio a partir dos anos 2000, seriam
mais propensos à utilização das TDICs por estarem incluídos na “geração digital” (NUNES,
2011, p. 98).
Entre os estudantes participantes da pesquisa, apenas uma estudante participante se
enquadra nesse grupo etário. Ao verificarmos que o seu perfil formativo, precedente e atual,
é permeado por dificuldades quanto ao acesso e uso às tecnologias digitais, julgamos
pertinente incluí-la na pesquisa, pois suas percepções sobre o uso das tecnologias e a inclusão
digital, ao longo da formação técnica, contribuíram significativamente com a investigação
empírica.
De igual modo, nos propusemos, inicialmente, a incluir na fase de entrevistas apenas
os estudantes que concluíram a escolaridade anterior até os anos 2000. No entanto, após a
aplicação dos questionários, verificamos a existência de percursos formativos dificultados
60

pela ausência de acesso e utilização das tecnologias digitais, pelos estudantes que concluíram
a escolaridade de 2000 a 2016, motivo pelo qual optamos por incluir esses estudantes na
pesquisa.
Embora a proposta inicial de dividir os participantes em Grupo A (estudantes
matriculados) e Grupo B (egressos e integralizados) tenha sido considerada, não obtivemos
resposta dos participantes elegíveis para o Grupo B, pelo que descartamos a divisão dos
participantes em grupos.
Por fim, participaram da pesquisa 10 estudantes do Proeja dos quais 4 participantes
tinham entre 30 e 39 anos, 2 participantes tinham entre 40 e 49 anos e 3 participantes tinham
entre 50 e 59 anos. Apenas 1 participante tinha entre 20 e 29 anos.

4.1 COLETA DE DADOS

Após análise e aprovação do projeto de pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa


(CEP) do Centro Acadêmico de Vitória da Universidade Federal de Pernambuco
(CAV/UFPE), através do parecer consubstanciado nº 5.075.470 (Anexo A), iniciamos o
trabalho de campo no intuito de aproximar o olhar da realidade dos estudantes e de
estabelecer uma relação de interação e confiança com os sujeitos da pesquisa para coleta de
dados, tendo em vista que “na pesquisa qualitativa, a interação entre o pesquisador e os
sujeitos pesquisados é essencial” (MINAYO, 2016a, p. 58, grifo da autora).
No caso específico da abordagem qualitativa, há procedimentos principais que mais
se adequam à pesquisa, como é o caso da entrevista, entendida como técnica privilegiada de
comunicação e interação social (MINAYO, 2016). Ainda segundo a autora, a forma de
realizar o trabalho de campo “[...]revela as preocupações científicas dos pesquisadores que
selecionam tanto os fatos a serem observados, coletados e compreendidos como o modo
como vai recolhê-los” (MINAYO, 2016a, p. 58).
No entendimento de Câmara (2013), os dados coletados durante a pesquisa de
abordagem qualitativa são:

[...] descrições detalhadas de fenômenos, comportamentos; citações diretas


de pessoas sobre suas experiências; trechos de documentos, registros,
correspondências; gravações ou transcrições de entrevistas e discursos;
dados com maior riqueza de detalhes e profundidade e interações entre
indivíduos, grupos e organizações (PATTON, 1980; GLAZIER; POWELL,
2011 apud CÂMARA, 2013, p. 181).
Nessa direção, os roteiros do questionário on-line e da entrevista semiestruturada
61

foram elaborados buscando responder ao problema de pesquisa, com base nos roteiros dos
questionários e entrevistas disponíveis nos estudos incluídos na revisão de literatura, a
exemplo de Nunes (2011) e Mendonça (2016), bem como assim da leitura dos demais
trabalhos e dos autores neles referenciados.
Ademais, a sequência das perguntas e as questões levantadas no questionário e no
roteiro das entrevistas trazem aspectos da experiência e observação da pesquisadora em sala
de aula, com as turmas do Pronatec no ano de 2018, que apresentaram semelhanças quanto
ao perfil formativo dos estudantes do Proeja Integrado.
Portanto, as etapas para elaboração questionário e do roteiro das entrevistas, que
precederam à coleta dos dados, obedeceram à sequência apresentada na Figura 1:

Figura 1 – Etapas de elaboração dos instrumentos de coleta de dados

Revisão de Testagem
Elaboração Revisão Versão final
literatura

Fonte: Elaboração da autora (2022)

Como forma de testagem dos instrumentos de coleta de dados, tanto o questionário


on-line quanto o roteiro de entrevista semiestruturada foram aplicados, primeiramente, a uma
estudante do 2º módulo do Curso Técnico de Alimentador de Linha de Produção (Proeja),
ofertado pelo IFPE – Campus Abreu e Lima. Para essa etapa, convidamos uma estudante com
o perfil formativo semelhante aos estudantes do Campus Recife, no intuído de conferir maior
confiabilidade aos ajustes realizados.
Após a testagem dos instrumentos, procedemos à revisão final para ajustes no
questionário on-line e no roteiro das entrevistas, na intenção de utilizar uma linguagem mais
clara e objetiva para facilitar a leitura e melhor compreensão pelos participantes. Portanto,
revisamos a quantidade, a sequência lógica e a objetividade das perguntas, visando evitar
repetições, ambiguidades e dúvidas.
Na sequência, procedemos à aplicação do questionário on-line único, na intenção de
descrever o perfil discente da turma escolhida, no intuito de atender ao primeiro objetivo
específico. Os participantes foram incluídos na fase de entrevistas de acordo com as respostas
ao questionário aplicado, pois levamos em consideração o nível de familiaridade de cada
estudante com as TDICs, bem como suas trajetórias formativas e profissionais precedentes
ao ingresso no IFPE.
Em observância ao Ofício Circular nº 2/2021/Conep/SECNS/MS, de 24/02/2021, e
62

atenção ao distanciamento social motivado pelo contexto pandêmico de Coronavirus Disease


2019 (COVID-19), os questionários foram aplicados virtualmente.
O formulário foi enviado no formato on-line, por meio link de redirecionamento
para o Formulários Google® https://forms.gle/rghi44x46aif5Y4F9 (Apêndice A), para o e-
mail institucional ou pessoal dos estudantes matriculados na turma do 7º módulo do curso,
que foram disponibilizados pelo Coordenação do Proeja Integração, com autorização da
Direção Geral do Campus Recife.
Inicialmente, o formulário on-line permaneceu aberto para aplicação durante 31 dias.
Findo o prazo inicial, diante do indicativo de possibilidade de resposta pelos estudantes,
prorrogamos o prazo de aplicação por mais 7 dias, totalizando 38 dias de aplicação do
questionário on-line.
Na primeira seção do link de redirecionamento, os estudantes tiveram acesso à
leitura do convite participação na pesquisa e, na seção seguinte do mesmo formulário, o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE - Apêndice B). Esse termo foi assinado
pela pesquisadora e disponibilizado em formato PDF, por meio de um link para download
incluído na seção “Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE”, na intenção de
possibilitar o acesso dos estudantes ao documento.
Os e-mails foram enviados via Gmail Google® no formato de lista em cópia oculta
(Cco), a fim de garantir o sigilo do contato dos participantes, de modo que as informações de
cada estudante (destinatário), como endereço de e-mail e telefone, fossem visualizadas
apenas pela pesquisadora (remetente), tanto no e-mail de envio do link quanto na resposta ao
questionário on-line. Como forma de lembrete, reenviamos o link de redirecionamento no
intervalo de 15 dias e contatamos os estudantes também pelo aplicativo de mensagens
instantâneas Whatsapp Messenger®, no intuito de estabelecer uma relação de confiança e
proximidade com os estudantes.
Após a leitura do convite e download do TCLE, que precederam a resposta ao
questionário on-line, os estudantes puderam optar por participar ou não da pesquisa por meio
da marcação das opções “Sim. Li o TCLE e concordo em participar da pesquisa”, que
correspondera ao registro do consentimento livre e esclarecido, ou “Não concordo em
participar da pesquisa”. Nos casos de negativa de participação, o questionário on-line foi
automaticamente finalizado para os estudantes. No total, dez estudantes responderam ao
questionário on-line.
Concluída a aplicação do questionário on-line, foram convidados para participação
63

na etapa de entrevistas semiestruturadas os estudantes que relataram ter concluído o nível


fundamental ou médio, na modalidade de EJA ou regular, e que não estiveram em contato
constante com as tecnologias digitais ao longo do percurso formativo anterior ao ingresso no
IFPE. Cinco estudantes que responderam ao questionário on-line participaram da etapa de
entrevistas.
As entrevistas foram realizadas individualmente, no formato presencial, com os
participantes que se enquadraram nos critérios de inclusão estabelecidos e que se
disponibilizaram a participar.
Na entrevista semiestruturada, o pesquisador conta com a possibilidade de combinar
perguntas abertas e fechadas, na intenção de coletar dados e informações primárias em
diálogo direto com cada entrevistado que, diante da oportunidade de fala, responderá
livremente às perguntas parcialmente estruturadas, de acordo com sua visão particular sobre
o tema proposto. Portanto, os dados obtidos, embora subjetivos, constituem representações
da realidade (MINAYO, 2016a).
As entrevistas foram realizadas no período de férias dos estudantes, nas ocasiões em
que os participantes estiveram no Campus Recife para tratar de demandas pessoais, e no
início do semestre letivo 2022.1, antes do horário das aulas para não interferir nas atividades
acadêmicas dos estudantes. Não houve despesa extra de deslocamento até o IFPE pelos
participantes.
As salas, previamente reservadas nos Bloco A e B do IFPE – Campus Recife,
possibilitaram a priorização da ventilação natural e a garantia de distância mínima de 1,5m,
com especial atenção ao sigilo e confidencialidade dos procedimentos, longe de ruídos ou
interrupções.
Em virtude do contexto pandêmico de COVID-19 e do risco de infecção pelo vírus
durante as entrevistas presenciais, foram disponibilizados pela pesquisadora álcool gel 70º
INPM e máscaras de proteção descartáveis com tripla camada e clipe nasal. O material
permaneceu à disposição dos participantes ao longo de cada entrevista, de acordo com os
protocolos de prevenção e enfrentamento à COVID-19, definidos pelo Ministério da Saúde
e pelo IFPE (Anexo B).
Todas as perguntas realizadas seguiram o mesmo roteiro de entrevista
semiestruturada (Apêndice C), com algumas variações pontuais durante as respostas, na
intenção de tencionar os participantes a aprofundar as falas ou esclarecer determinadas
afirmações.
64

As informações sobre as autorizações necessárias à realização das entrevistas e à


gravação das falas dos entrevistados, em formato de áudio, constam no TCLE assinado
digitalmente pela pesquisadora e pelos estudantes.
As perguntas e respostas realizadas durante as entrevistas foram registradas com o
suporte de aplicativos de gravação de áudio, nativos do smartphone e do notebook pessoal
da pesquisadora. Os áudios foram transcritos em sua integralidade, na etapa de pré-análise
de dados. As transcrições foram duplamente conferidas e os áudios descartados.
Não foram selecionadas para a etapa de entrevistas os estudantes da turma que não
responderam ao questionário enviado por e-mail ou que, embora tenham respondido, não
tenham cursado o componente curricular “Informática Básica” com aproveitamento.
Também não foram incluídos os estudantes em licença médica, evadidos, desistentes ou
recentemente transferidos de outros campi.
As análises dos dados coletados serão abordadas nos capítulos 4 e 5, na intenção de
atender aos objetivos específicos definidos, conforme sintetizamos no Quadro 7:

Quadro 8 – Procedimentos utilizados na análise dos dados coletados, de acordo com os objetivos
específicos definidos, 2022
OBJETIVOS ESPECÍFICOS PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS

1º objetivo específico: Descrever o perfil dos Análise estatística descritiva dos dados coletados
estudantes da modalidade quanto aos seus por intermédio dos questionários on-line, com
percursos formativos, frente às tecnologias base em Gil (2008).
digitais, e às suas trajetórias profissionais.

2º objetivo específico: Perceber como se dá Análise de conteúdo temática dos dados


o acesso e uso das TDICs, durante a coletados por intermédio das entrevistas
formação, e suas implicações para o semiestruturadas, com base em Esteves (2006) e
cotidiano social e educacional dos estudantes. Bardin (2016).

3º objetivo específico: Identificar as


dificuldades enfrentadas pelos estudantes,
durante a formação e na busca pela
(re)inserção profissional, no que diz respeito
aos conhecimentos e habilidades para uso das
tecnologias digitais.

Fonte: Elaboração da autora (2022)

Os procedimentos de análise dos dados serão abordados nos subtópicos 4.2 desta
seção, referente aos dados coletados por meio dos questionários on-line, e no subtópico 4.3,
referente aos dados coletados por meio das entrevistas semiestruturadas.
65

4.2 ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS POR MEIO DOS QUESTIONÁRIOS

Para análise dos dados coletados por meio dos questionários, recorremos à análise
estatística descritiva com base em Gil (2008), na intenção de descrever e analisar os padrões
de frequência identificados, além de destacar os aspectos relevantes para a investigação
empírica.
A partir da técnica de análise estatística descritiva, o pesquisador tem a possibilidade
de: caracterizar aspectos típicos de determinado grupo ou confrontar aspectos distintos entre
dois ou mais grupos; indicar o grau de semelhança ou diferença dos indivíduos de um grupo;
e verificar como esses indivíduos se distribuem em relação a determinadas variáveis. Nessa
direção, recorremos aos gráficos e às tabelas de dupla entrada para descrição e análise dos
dados tabulados (GIL, 2008).
Findo o prazo total de 38 dias para aplicação do questionário on-line, enviado ao e-
mail institucional dos 33 estudantes matriculados na turma do 7º módulo do Curso Técnico
de Refrigeração e Climatização (Integrado – Proeja), ofertado pelo IFPE – Campus Recife,
iniciamos o tratamento dos dados coletados por intermédio de 13 questionários on-line
respondidos.
Face às inconsistências identificadas nas respostas de alguns participantes, fez-se
necessário estabelecer contato, via ligação telefônica e Whatsapp Messenger®, para
esclarecimentos e ajustes, com a finalidade de garantir a fidedignidade dos dados utilizados
na análise. Ademais, aproveitamos os encontros presenciais para realização das entrevistas e
solicitamos outros esclarecimentos quanto às respostas dos participantes ao questionário.
A constatação das inconsistências foi possível a partir do cruzamento das respostas
às perguntas do questionário, a exemplo de “nome da instituição de ensino anterior x ano de
conclusão do ensino anterior”, “rede de ensino anterior x nome do curso anterior”, “existência
de equipamentos/dispositivos tecnológicos x acesso aos equipamentos/dispositivos
existentes”, “situação acadêmica x ano de conclusão do curso Proeja”, entre outras
combinações.
Após ajuste dos dados coletados, julgamos necessário descartar um questionário, no
qual o estudante referiu ter sido reprovado no componente curricular “Informática Básica”,
posto que esse foi um dos critérios de exclusão estabelecidos. Também descartamos um
questionário com inconsistências, pois não conseguimos contato com o estudante para ajustes,
além de um questionário respondido por um estudante pertencente à antiga matriz do curso
66

e a uma turma diversa.


Portanto, foram selecionados para análise 10 dos 13 questionários respondidos, o
que corresponde a 30,3% dos estudantes da turma, com a finalidade de descrever o perfil dos
estudantes da modalidade quanto aos seus percursos formativos, frente às tecnologias digitais,
e as suas trajetórias profissionais. Os questionários foram sequenciados na ordem de
devolução pelos participantes (Q1, Q2, Q3, ...Q10).

4.3 ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS NAS ENTREVISTAS

Segundo Flick (2013), na pesquisa qualitativa, a análise das falas guiadas pelas
entrevistas e dos eventos e ações documentados a partir das observações feitas em campo,
fazem parte do processo de interpretação da realidade.
Com vistas à interpretação dos dados coletados e à compreensão do objeto de
pesquisa a partir das falas dos participantes e dos documentos que norteiam o Proeja
Integrado na instituição escolhida, optamos pelo método de análise de conteúdo em Bardin
(2016). O método é definido pela autora como:

Um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando a obter, por


procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das
mensagens,
indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de
conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis
inferidas) destas mensagens (BARDIN, 2016, p. 48).
Segundo Minayo (2016a, p. 76), o método nos traz a possibilidade de “[...] caminhar
na descoberta do que está por trás dos conteúdos manifestos, indo além da aparência do que
está sendo comunicado”. A autora observa a tendência, entre os pesquisadores qualitativos,
de transpor a análise meramente descritiva da mensagem na intenção de, a partir da inferência,
alcançar uma interpretação mais profunda da realidade estudada.
Na fase de interpretação dos dados coletados “[...] buscam-se sentidos das falas e
das ações para se chegar a uma compreensão ou explicação que vão além do descrito e
analisado” (GOMES, 2016, p. 73), na intenção de compreender as mensagens e significações
implícitas nas expressões dos sujeitos entrevistados.
Paralelamente à aplicação dos questionários, convidamos todos os 10 estudantes que
participaram da fase de aplicação do questionário para participar da etapa de entrevistas
presenciais. As entrevistas foram realizadas com 7 dos 10 estudantes que se disponibilizaram
a participar, o que corresponde a 21,3% total de estudantes da turma.
67

Também consideramos o baixo nível de acesso e familiaridade dos estudantes com


as tecnologias digitais da informação e comunicação, o que pôde ser verificado a partir das
respostas ao questionário aplicado. Contudo, apenas 5 entrevistas foram selecionadas para
análise dos dados, devido aos problemas técnicos de captação das falas nas gravações, o que
corresponde a 15,1% dos estudantes da turma.
De posse do material empírico coletado, no intuito de realizar a análise e a
interpretação dos dados, procedemos à aplicação das três fases fundamentais da análise de
conteúdo, com base em Bardin (2016), a saber: a pré-análise, a exploração do material e o
tratamento dos resultados (inferência e interpretação).
Segundo Minayo (2016a), há várias formas de realizar a análise de conteúdo do
material coletado dentre as quais a autora destaca a análise temática, para a qual o aspecto
central é o tema, uma unidade de registro maior, se comparada à palavra ou à frase, extraído
a partir da decomposição da mensagem coletada.
Para Bardin (2016, p. 135), a análise temática possibilita a descoberta de “[...]
‘núcleos de sentido’ que compõem a comunicação e cuja presença, ou frequência de aparição,
podem significar alguma coisa para o objetivo analítico escolhido”. Segundo a autora,

O tema é geralmente utilizado como unidade de registro para estudar


motivações de opiniões, de atitudes, de valores, de crenças, de tendências
etc. As respostas a questões abertas, as entrevistas (não diretivas ou mais
estruturadas) individuais ou de grupo, (...) podem ser, e frequentemente são
analisados tendo o tema por base (BARDIN, 2016, p. 135).
Concluída a pré-análise dos dados, definimos as categorias empíricas, por meio do
procedimento aberto, que emergiram do material coletado nas entrevistas semiestruturadas
(ESTEVES, 2006), bem como as subcategorias, a partir dos estudos incluídos na revisão de
literatura, a exemplo de Bentes (2013), Gonçalves (2015) e Lima (2016). As categorias de
análise e suas respectivas subcategorias serão detalhadas no capítulo 6 (Quadro 8).

4.4 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA

O projeto de pesquisa foi submetido à Plataforma Brasil e aprovado pelo CEP


Centro Acadêmico de Vitória da Universidade Federal de Pernambuco (CAV/UFPE), de
acordo com o parecer consubstanciado nº 5.075.470 (Anexo A), em 02 de novembro de 2021,
em atendimento aos preceitos éticos enunciados na Resolução nº 510/2016 – CNS/MS.
A pesquisadora garantiu o sigilo e a privacidade dos participantes, posto que dados
e resultados da pesquisa foram utilizados apenas com a finalidade de contribuir com o
68

conhecimento científico. Por intermédio do Termo de Compromisso de Utilização de Dados


(TCUD), a pesquisadora se comprometeu a manter a confidencialidade dos dados coletados
nos documentos e registros utilizados na pesquisa.
Em respeito ao princípio da autonomia e à dignidade da pessoa humana, todos os
participantes receberam os devidos esclarecimentos sobre o desenvolvimento e participação
na pesquisa por meio da disponibilização do link para download do TCLE (Apêndice D).
Apenas após a leitura do termo e concordância do estudante em participar da pesquisa, o
questionário on-line foi aplicado e as entrevistas presenciais foram realizadas.
No TCLE constam as seguintes informações: dados do pesquisador; propósitos da
pesquisa; procedimentos metodológicos; existência ou não de riscos à saúde física, psíquica
ou moral dos participantes; garantia do anonimato e sigilo das informações prestadas e a
possibilidade de desistir da participação ou interrompê-la em qualquer momento da pesquisa,
sem qualquer ônus ou justificativa, entre outros.
Em virtude da utilização do ambiente virtual e dos meios eletrônicos para suprir a
demanda de coleta dos dados de forma não presencial, e das limitações das tecnologias
utilizadas, houve riscos de vazamentos de dados e informações. A garantia de total
confidencialidade dos dados coletados e o potencial risco de sua violação limitam-se à
política de Privacidade do Gmail Google®, que poderá ser acessada por meio do link
https://policies.google.com/privacy?hl=pt-BR.
Como forma de diminuir os riscos de violação e vazamentos dos dados coletados,
as informações dos participantes foram mantidas em sigilo, de modo que definimos para cada
participante uma sigla correspondente ao número de cada entrevista (exemplo: E1, E2, ... E5),
durante todas as etapas da pesquisa.
Além disso, os dados e as informações bem como os relatos escritos e os registros
de consentimento livre e esclarecido, coletados por intermédio do questionário on-line e da
entrevista, permanecerão arquivados pelo período de 5 anos, sob a guarda da pesquisadora
responsável, em seu notebook pessoal, na unidade (D:) do disco rígido de uma das contas
locais do dispositivo denominada “Pesquisa”.
A conta local permanecerá protegida com senha e reservada, exclusivamente, para
esta pesquisa de Mestrado Profissional. Após a finalização da fase de coleta de dados, todos
os dados ou registros coletados foram mantidos apenas na conta local do notebook pessoal
da pesquisadora, após o download, e deletados do armazenamento em nuvem e do
Formulários Google®.
69

A conta local do dispositivo foi acessada apenas pela pesquisadora e, em caso de


solicitação formal, poderá ser acessada pelo Comitê de Ética em Pesquisa. O download dos
dados coletados virtualmente e armazenados em nuvem, bem como a conectividade à internet
na conta local destinada à pesquisa, ocorreram por meio de rede de internet particular, na
intenção de evitar o acesso não autorizado ao tráfego de dados por terceiros.
Salientamos que foram reservadas pasta digitais, locais e individuais,
correspondentes a cada participante (P1, P2, P3, ... P10), na unidade (D:) do disco rígido,
como forma de guarda e sigilo das informações pessoais dos demais participantes, nas
ocasiões de solicitação de acesso ao teor do material coletado. Em caso de solicitação formal,
cada participante será autorizado a acessar apenas a pasta corresponde aos seus próprios
relatos (questionários e entrevistas).
Os riscos da participação dos estudantes na pesquisa estiveram relacionados ao
constrangimento de revelar informações sobre as experiências pessoais e à exposição de
aspectos sensíveis das respectivas trajetórias formativas e profissionais. Contudo, como
forma de minimizar esses riscos, garantimos aos estudantes a possibilidade de não responder
às questões com as quais não se sentissem confortáveis ou de interromper a entrevista e
retomá-la em momento oportuno, caso desejassem.
Os benefícios da pesquisa resultaram na troca de conhecimentos e informações entre
pesquisadora e pesquisados, a partir da oportunidade de fala dos estudantes, o diálogo
compartilhado como forma de fortalecimento da autonomia e da formação omnilateral dos
estudantes da EJA integrada à EPT.
Ademais, a pesquisa possibilitou a compreensão das necessidades de formação
profissional e tecnológica dos estudantes do curso, que poderão usufruir de um processo
formativo comprometido com a formação integral e no âmbito do Proeja.
Esse estudo poderá contribuir com a promoção de melhorias na qualidade do ensino
e da formação profissional e tecnológica ao longo do curso, por intermédio do produto
educacional na forma de um minicurso autoinstrucional e interativo, destinado à formação
continuada dos docentes vinculados ao Proeja.
A pesquisa e o produto educacional serão publicizados por meio dos repositórios
institucionais para toda a comunidade acadêmica, no intuito de contribuir com a construção
do conhecimento científico e com a formação docente continuada.
70

5 AS TRAJETÓRIAS DE ESCOLARIZAÇÃO E OS DESAFIOS À INCLUSÃO


DIGITAL AO LONGO DA FORMAÇÃO DOS ESTUDANTES DO PROEJA
INTEGRADO

A fase de aplicação dos questionários on-line contou com a participação de estudantes


de quatro faixas etárias, a saber: 4 participantes entre 30 e 39 anos, 2 participantes entre 40 e
49 anos, 3 participantes entre 50 e 59 anos e 1 participante entre 20 e 29 anos. Nesse sentido,
foi possível verificar que a turma do curso técnico de Refrigeração e Climatização (Integrado
Proeja) é bastante diversificada com relação ao perfil etário.
Por outro lado, com relação ao sexo dos estudantes existe uma clara homogeneidade
posto que, dos 33 estudantes matriculados na turma, 5 são do sexo feminino e 28 são do sexo
masculino. Contudo, apenas 7 estudantes do sexo masculino (25%) responderam ao
questionário on-line, ao passo que 3 estudantes do sexo feminino (60%) participaram dessa
etapa da pesquisa.
A diversidade também se mostrou marcante ao analisarmos a década de conclusão do
nível de ensino anterior ao ingresso no curso, em comparação ao sexo dos participantes,
conforme apresentado pela Tabela 1:

Tabela 1 – Distribuição dos estudantes do Curso Técnico de Refrigeração e Climatização (Integrado –


Proeja) do IFPE – Campus Recife, quanto ao sexo e a década de conclusão do nível de ensino
fundamental/médio, 2022, n=10
Década de 1990 Década de 2000 Década de 2010
N % N % N %
Feminino - - 1 10% 2 20%

Masculino 3 30% 1 10% 3 30%


3 30% 2 20% 5 50%
Fonte: Elaboração da autora (2022)

Os dados coletados revelam que 3 participantes (30%) do sexo masculino concluíram


a escolaridade anterior ao Proeja na década de 1990. Ao passo que apenas 1 participante do
sexo masculino (10%) e 1 participante do sexo feminino (10%) concluíram a escolaridade
anterior nos anos 2000. Todos esses estudantes são egressos do ensino regular.
Em contraponto, dos 5 participantes (50%) que concluíram o último nível de
escolaridade na década de 2010, antes do ingresso no curso Proeja do IFPE (2017-2018), todos
são provenientes da EJA, dentre os quais 2 participantes (40%) são do sexo feminino.
A partir dos dados relacionados ao nível de escolaridade concluído pelos participantes
71

antes do ingresso no curso Proeja, comparados às respectivas modalidades de educação, foi


possível verificar que os estudantes possuem percursos formativos diversificados, conforme
demonstrado na Tabela 2.

Tabela 2 – Nível de escolaridade concluído por modalidade de educação, anterior ao ingresso no IFPE,
dos estudantes matriculados no Curso Técnico de Refrigeração e Climatização (Integrado – Proeja) do
IFPE – Campus Recife, 2022, n=10
EJA Regular
N % N %
Ensino Fundamental completo 3 30% 3 30%

Ensino Médio completo 2 20% 2 20%


5 50% 5 50%
Fonte: Elaboração da autora (2022)

A diversidade nos percursos formativos é constatada pela quantidade de estudantes


egressos do ensino fundamental e médio, na modalidade de educação de jovens e adultos, que
corresponde a 5 participantes (50%) do total da amostra. Ademais, o percentual é composto por
estudantes entre 30 e 59 anos, que apresentam distorção idade-série. Essa distorção se deve à
formação básica descontínua, fragmentada e marcada pelo fracasso escolar (BRASIL, 2007b;
LIMA, 2016).
Sobre os estudantes adultos da educação básica, Gonçalves (2015) revela se tratar de
sujeitos aos quais foi negado o direito à educação na idade considerada adequada. São, em sua
maioria, provenientes de famílias em situação de vulnerabilidade socioeconômica, fato que
explica a evasão e a fragmentação da trajetória escolar, dada a necessidade de priorização do
trabalho para composição da renda familiar. Esses trabalhadores geralmente figuram como
subempregados ou informais, devido à baixa escolaridade e a dificuldade de atender às
demandas da sociedade atual.
Outro fator importante observado nos dados apresentados se refere à existência de 2
participantes (40%) que possuem o ensino médio completo, embora estejam matriculados em
uma turma do Proeja integrada ao ensino médio. A esse respeito, Moura e Henrique (2012)
entendem se tratar de uma distorção com relação ao objetivo principal do programa, se levarmos
em consideração a meta de elevação da escolaridade recomendada pelo Documento Base do
Proeja.
Tal fato é resultado de uma inclusão excludente, uma vez que as vagas do Programa,
que deveriam ser destinadas aos sujeitos aos quais foi negado o direito de conclusão da
educação básica, são destinadas aos sujeitos que tiveram mais oportunidades educacionais e
72

puderam concluí-la. Em contraponto, os autores revelam, a partir dos relatos dos estudantes,
que refazer o ensino médio representa a busca por uma educação de qualidade que não fora
ofertada nas escolas públicas de origem, dado o descompasso entre o grau de escolaridade e o
grau de conhecimento dos estudantes (MOURA; HENRIQUE, 2012).
Quanto às expectativas formativas iniciais dos estudantes egressos da EJA,
demonstradas no Gráfico 1, foi possível identificar relação com a atual situação de desemprego
na qual esses estudantes se encontram:

Gráfico 1 – Expectativas dos participantes oriundos da EJA, matriculados no Curso Técnico de


Refrigeração e Climatização (Integrado – Proeja) do IFPE – Campus Recife, 2022, n=5

Adquirir novos conhecimentos 3

Possuir a formação de nível técnico 3

Inserção no mercado de traballho 3

Concluir o ensino médio 2

Reinserção no mercado de trabalho 1

Mudar de área profissional

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Fonte: Elaboração da autora (2022)

Entre as principais expectativas ao ingressar no curso, foi possível verificar que a


maioria dos estudantes busca a formação de nível técnico, a aquisição de novos conhecimentos
e a inserção no mercado de trabalho. Cabe ressaltar que todos os estudantes que recorreram ao
curso para obter o nível técnico esperam adquirir novos conhecimentos ao longo da formação.
Desse universo, 1 estudante (20%) busca também a inserção no mercado de trabalho e 1
estudante (20%) busca a reinserção no mercado de trabalho, ambos buscam a conclusão do
ensino médio.
Por outro lado, 2 estudantes (40%) ingressaram no curso apenas na busca pela inserção
no mercado de trabalho (40%), ao passo que nenhum estudante egresso da EJA buscou a
formação técnica de nível médio na intenção de mudar de área profissional.
Esses dados chamam atenção para trajetórias profissionais dos estudantes, posto que
apenas 2 participantes (40%) informaram que já tiveram a 1ª experiência de emprego, ao passo
73

que 3 participantes (60%) nunca trabalharam, dos quais 2 estudantes (33,3%) são do sexo
feminino. Todos esses estudantes se declararam desempregados, o que justifica a intenção de
inserção no mercado de trabalho expressada pelos estudantes.
Parte dos estudantes do Proeja é composta por sujeitos que retornam ao sistema de
ensino com expectativas diversas e encontram na educação profissional técnica de nível médio
a oportunidade de pleitear um lugar no mundo do trabalho, a partir da formação técnica e da
elevação da escolaridade.
Outro dado importante surgiu a partir das respostas sobre a modalidade de emprego
atual pois, embora a totalidade dos participantes egressos da EJA esteja em situação de
desemprego, 3 estudantes (60%) se declararam “autônomos(as)”, o que revela que a percepção
de ocupação se sobrepõe à percepção de emprego, propriamente.
Quanto às expectativas formativas dos 5 estudantes provenientes do ensino regular, foi
possível verificar diferenças significativas, se comparadas às expectativas dos estudantes
oriundos da EJA (gráfico 1), conforme demonstra o Gráfico 2:

Gráfico 2 – Expectativas dos participantes oriundos do ensino regular, matriculados no Curso Técnico
de Refrigeração e Climatização (Integrado – Proeja) do IFPE – Campus Recife, 2022, n=5

Adquirir novos conhecimentos 4

Possuir a formação de nível técnico 4

Reinserção no mercado de trabalho 2

Mudar de área profissional 2

Concluir o ensino médio 2

Inserção no mercado de traballho 1

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Fonte: Elaboração da autora (2022)

São estudantes que ingressaram no curso técnico Proeja com expectativas


diversificadas, posto que 4 participantes (80%) buscam adquirir novos conhecimentos e possuir
a formação de nível técnico. Enquanto 2 (40%) desses estudantes indicaram as intenções de
mudar de área profissional e de retornar ao mercado de trabalho e 2 estudantes (40%) buscam
a conclusão do ensino médio. É importante destacar que todos esses estudantes se encontram
74

em situação de desemprego, dos quais 2 participantes (40%) se declararam “autônomos(as)”.


Por outro lado, 1 estudante (20%) egresso do ensino regular, com idade entre 40 e 49
anos, referiu apenas a expectativa inicial de inserção no mercado de trabalho, dado que chamou
atenção para esse estudante, em específico, que referiu estar empregado atualmente. Nesse
sentido, foi possível inferir que a expectativa de inserção no mercado de trabalho foi superada
após o ingresso no curso.
Ao analisarmos a totalidade dos participantes da pesquisa, oriundos da EJA ou do
ensino regular, constatamos que 9 estudantes (90%) se encontram em situação de desemprego.
Desse universo, 4 estudantes (44,4%) não tiveram a 1ª experiência de emprego. Nove
participantes (90%) tem entre 30 e 59 anos, enquanto 1 estudante (10%), do sexo feminino, tem
entre 20 e 29 anos.
Se levarmos em consideração o fato de que os estudantes estão no último período do
curso técnico, embora estejam prestes a alcançar a elevação da escolaridade, a concretização da
inserção no mercado de trabalho a partir da formação de nível técnico ainda se apresenta como
um desafio a ser superado (BRASIL, 2007b; NUNES, 2011).
Os estudantes participantes da pesquisa são, em sua maioria, egressos da rede pública
de ensino, conforme demonstra o Gráfico 3:

Gráfico 3 – Redes de ensino frequentadas pelos estudantes antes do ingresso no Curso Técnico de
Refrigeração e Climatização (Integrado – Proeja) do IFPE – Campus Recife, 2022, n=10

10%

20%

70%

Rede privada Rede pública municipal Rede pública estadual

Fonte: Elaboração da autora (2022)

Quanto à escola de origem dos estudantes participantes, observou-se que 9 estudantes


(90%) vieram de escolas do sistema público de ensino, das redes estadual (70%) e municipal
(20%). Houve passagens pontuais de 2 estudantes pelo Sistema “S” (20%) e de 1 estudante
(10%) pela rede privada de nível técnico, em busca de qualificação profissional de curta duração.
75

Com relação à rede de ensino municipal, 2 estudantes (20%) relataram a parceria entre
a EJA e o Projovem no ano de conclusão do nível fundamental, em 2010 e 2015. Apenas 1
participante (10%) é egresso da rede privada de ensino. Todas as escolas de origem estão
localizadas em áreas urbanas.
Ante ao perfil socioeconômico da maioria dos estudantes, que ingressaram no curso
em busca do ensino médio integrado à formação técnica de nível médio, as oportunidades
formativas proporcionadas pelo Proeja podem representar um caminho para a melhoria das suas
condições de vida, trabalho e renda (NUNES, 2011; SPRINGER, 2019).
Na intenção de compreender como se deu o acesso e uso das TDICs com conectividade
à internet pelos estudantes, durante suas trajetórias formativas nas escolas de origem, coletamos
dados relacionados à existência e utilização desses recursos no ambiente escolar. Os dados são
representados na Tabela 3, a partir das respostas de múltipla escolha ao questionário on-line:

Tabela 3 – Disponibilidade de Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação e de internet por


rede de ensino frequentada pelos estudantes antes do ingresso no Curso Técnico de Refrigeração e
Climatização (Integrado – Proeja) do IFPE – Campus Recife, 2022, n=10
Com TDICs e Com TDICs, mas sem Sem TDICs e sem
conectividade à conectividade à conectividade à
internet internet internet
N % N % N %
Participantes egressos de
3 30% 1 10% 3 30%
escolas públicas estaduais

Participantes egressos de
1 10% - 1 10%
escolas públicas municipais

Participantes egressos de
- 1 10% -
escolas privadas
4 40% 2 20% 4 40%
Fonte: Elaboração da autora (2022)

Diante dos dados coletados, verificamos que em 4 das 10 escolas de origem (40%) dos
participantes da pesquisa, não havia equipamentos ou dispositivos tecnológicos da informação
e comunicação – como computadores de mesa (desktops), notebooks, tablets, entre outros –
tampouco conectividade à internet.
Embora em 6 escolas (60%) existissem TDICs, em 2 (20%) dessas instituições de
ensino não existia conectividade à internet. Nesse sentido, foi possível verificar que 6 (60%)
das escolas de origem dos participantes da pesquisa não dispunham de conectividade à internet.
Os dados revelam que apenas 4 das 10 escolas (40%) dispunham de TDICs com
conectividade à internet. Contudo, é importante ressaltar que, desse percentual, apenas 1
76

participante (25%), oriundo de escola pública estadual, respondeu que vivenciou o acesso pelos
estudantes aos equipamentos/dispositivos tecnológicos digitais e à internet existentes na
instituição de ensino, desde que com auxílio de um(a) professor(a).
De acordo com Toschi (2019), partir de 1997, com o início do Programa Informática
na Educação (ProInfo)7, as TDICs começaram a ser incorporadas nas escolas públicas. Contudo,
a autora afirma que muitos projetos e programas dessa natureza não foram bem-sucedidos,
devido aos desafios que permeiam as políticas de inserção das tecnologias digitais nos
ambientes escolares.
A Figura 2 apresenta um breve histórico sobre as iniciativas materializadas em
programas ou políticas educacionais de inovação e tecnologia na educação, de 1970 a 2017.

Figura 2 – Evolução da política de inovação e tecnologia na Educação, de 1970 a 2017

Fonte: Dellagnelo (2017, p. 34)

Entre os principais desafios identificados estão os problemas de infraestrutura física,


como a capacidade da rede elétrica para suportar a quantidade simultânea de computadores
ligados, a manutenção e atualização dos equipamentos, a velocidade da internet para suportar
múltiplos acesso simultâneos e a formação docente para uso pedagógico das TDICs disponíveis
(DELLAGNELO, 2017; TOSCHI, 2019).

7
A 1ª etapa do Programa criado pela Portaria nº 522/MEC, de 1997, com o objetivo de disseminar o uso pedagógico
das tecnologias de informação e comunicação (TICs) nas redes públicas estadual e municipal da educação básica,
tinha como principais ações: a montagem de laboratórios de informática nas escolas e a promoção de cursos de
formação sobre tecnologia educacional. Em 2007, em sua 2ª etapa, o Proinfo Integrado (Decreto nº 6.300, de
2007) ampliou a meta de inclusão digital, na intenção de beneficiar a comunidade escolar e a população do
entorno (DELLAGNELO, 2017; CGI, 2017).
77

Quanto às finalidades de utilização das TDICs e da internet na escola, apenas o


participante Q5, egresso da rede pública estadual, relatou: “Só em aulas de Informática que
eram poucas e com duração pequena”. Enquanto o participante Q4, que concluiu o ensino
médio regular na rede privada de ensino em 1990, referiu que “na época só as universidades
tinham internet”.
Por outro lado, dos 6 participantes egressos de escolas com disponibilidade de TDICs,
com ou sem conectividade à internet, 5 (83,3%) responderam que não tinham acesso aos
equipamentos tecnológicos, fato que chama atenção para os ambientes escolares nos quais os
recursos tecnológicos estavam alocados, conforme apresentado no Gráfico 4:

Gráfico 4 – Ambientes escolares com disponibilidade de tecnologias digitais da informação e


comunicação nas escolas frequentadas pelos estudantes antes do ingresso no Curso Técnico de
Refrigeração e Climatização (Integrado – Proeja) do IFPE – Campus Recife, 2022, n=6

Apenas no laboratório de informática

Apenas na sala dos professores

Apenas na secretaria

Nos laboratórios de informática e na sala dos


professores

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Fonte: Elaboração da autora (2022)

Quanto aos ambientes escolares nos quais os recursos tecnológicos estavam alocados,
nas escolas frequentadas pelos estudantes antes do ingresso no IFPE, em 3 escolas (50%) as
TDICs existiam apenas nos laboratórios de informática. Cabe salientar que essas escolas
pertencem à rede pública estadual de ensino.
Em apenas 1 escola (16,7%), pertencente à rede pública estadual, existiam TDICs no
laboratório de informática e na sala dos professores. Enquanto 1 escola (16,7%), da rede pública
municipal, dispunha de TDICs apenas na sala dos professores e 1 escola (16,7%), da rede
privada, apenas na secretaria.
Esses dados nos permitiram verificar que em 4 escolas (66,7%) os recursos
tecnológicos estavam alocados em ambientes onde o acesso pelos estudantes poderia ter sido
proporcionado. Entretanto, ao analisarmos a totalidade das respostas dos participantes quanto
ao acesso e utilização das TDICs e da internet nas escolas de origem, verificamos que 9
78

estudantes (90%) não tiveram acesso a esses recursos tecnológicos, embora existissem em mais
da metade das instituições de ensino.
Sobre a presença de computadores com conectividade à internet nas escolas públicas
em 2016, último ano de conclusão da escolaridade anterior relatado pelos estudantes, a pesquisa
TIC Educação 2016, do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) revela que:

A presença de pelo menos um tipo de computador (de mesa, portátil ou tablet)


encontra-se universalizada entre as escolas públicas localizadas em áreas
urbanas, sendo que 95% delas possuem ao menos um desses computadores
conectados à Internet. [...] Já os laboratórios de informática estão presentes
em 81% das escolas públicas, sendo que em apenas 59% esse espaço
encontrava-se em uso em 2016, segundo os diretores. [...] As restrições ao
acesso de estudantes à rede WiFi da escola estão entre os aspectos que
explicam a baixa utilização desse dispositivo no ambiente escolar: enquanto
92% das escolas possuíam rede WiFi, 61% dos diretores afirmaram que o uso
dessa conexão não é permitido aos alunos (CGI.br, 2017, p. 29).
Entre os objetivos do ProInfo integrado, podemos destacar o fomento à “[...] melhoria
do processo de ensino e aprendizagem com o uso das tecnologias de informação e comunicação”
(BRASIL, 2007a, n. p.), além de “[...] contribuir com a inclusão digital por meio da ampliação
do acesso a computadores, da conexão à rede mundial de computadores e de outras tecnologias
digitais, beneficiando a comunidade escolar e a população próxima às escolas” (BRASIL,
2007a, n. p.).
No entanto, é perceptível que a presença das TDICs nas escolas não significa a
incorporação de suas potencialidades às práticas pedagógicas, posto que os recursos
tecnológicos digitais disponíveis nos ambientes escolares não têm sido utilizados como previsto
pelas políticas de tecnologias na educação (TOSCHI, 2019).
Nessa direção, foi possível inferir que a maioria dos estudantes participantes da
pesquisa são egressos de instituições de ensino nas quais o acesso e uso das TDICs, com ou
sem conectividade à internet, não foram proporcionados, devido à inexistência desses recursos,
à precariedade das tecnologias disponíveis ou às restrições de acesso impostas pela gestão
escolar.
Portanto, os estudantes que buscaram a formação no IFPE, para ampliar a
escolarização e obter a formação profissional e tecnológica, apresentavam a necessidade de
inclusão digital, uma vez que as TDICs, com ou sem conectividade à internet, quando existentes
nas escolas de origem, não eram disponibilizadas em condições adequadas ao acesso e uso pelos
estudantes durante o percurso escolar.
Em sentido contrário, no âmbito do IFPE – Campus Recife, os dados coletados
indicam diferenças significativas quanto à existência, acesso e uso das TDICs disponíveis, a
79

partir das percepções dos estudantes ao longo da formação, uma vez que todos os participantes
indicaram que existem TDICs nos espaços institucionais. O Gráfico 5 apresenta os ambientes
do IFPE – Campus Recife onde as tecnologias estão alocadas:

Gráfico 5 – Ambientes do IFPE – Campus Recife com disponibilidade de tecnologias digitais da


informação e comunicação, segundo os estudantes matriculados na turma do 7º módulo do curso
técnico de Refrigeração e Climatização (Integrado – Proeja), 2022, n=10
10
9
8
7
6
50%
5
40% 40%
4
3
2
1
0
Sala de aula Sala dos professores Biblioteca Laboratórios de
informática

Fonte: Elaboração da autora (2022)

Oito estudantes referiram que as TDICs disponíveis ao longo da formação técnica


estiveram alocadas, principalmente, nos laboratórios de informática (80%) e 5 estudantes
referiram nas salas de aula (50%), espaços onde o acesso e utilização podem ser explorados se
considerarmos a possibilidade de acesso dos estudantes a esses ambientes. Enquanto 4
estudantes indicaram alocação na sala dos professores (40%) e na biblioteca (40%).
Desse modo, foi possível verificar que grande parte dos espaços acadêmicos do IFPE
– Campus Recife com circulação de estudantes dispõe de infraestrutura tecnológica para
proporcionar aos discentes do Proeja o acesso direto às TDICs, a exemplo dos computadores
de mesa (desktop), tablets e outros.
Entretanto, quando questionados sobre o acesso aos equipamentos/dispositivos
tecnológicos digitais existentes no IFPE – Campus Recife, os estudantes referiram pouca ou
nenhuma autonomia quanto ao uso das TDICs disponíveis, uma vez que 7 participantes (70%)
referiram que os utilizam apenas com auxílio dos professores.
Em contrapartida, apenas 3 estudantes (30%) responderam que utilizam os recursos
tecnológicos disponíveis sem auxílio dos professores, dos quais todos são egressos do ensino
regular. Cabe retomar que, desse percentual, 1 estudante (33,3%) relatou que teve aulas de
80

informática durante o ensino fundamental regular, embora curtas e com pouca duração, e 1
participante (33,3%) informou ter realizado um curso de qualificação profissional no Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), em 2013, no qual era possível utilizar a internet
disponível na Instituição.
O Gráfico 6 apresenta as condições de acesso dos estudantes à internet disponível no
IFPE – Campus Recife:

Gráfico 6 – Condições de acesso à internet disponível no IFPE – Campus Recife, segundo os


estudantes matriculados na turma do 7º módulo do curso técnico de Refrigeração e Climatização
(Integrado – PROEJA), 2022, n=10

50% 20%
Não tenho ou nunca tive acesso

Sim, sem auxílio de um(a)


professor(a)
Sim, com auxílio de um(a)
professor(a)

30%

Fonte: Elaboração da autora (2022)

Cinco estudantes (50%) relataram que necessitam do auxílio dos docentes para acessar
a internet disponível na Instituição, enquanto 3 participantes (30%) referiram que utilizam a
internet sem auxílio dos docentes. Apenas 2 estudantes (20%), Q6 e Q10, referiram que nunca
tiveram acesso à internet disponível no IFPE – Campus Recife, embora ambos tenham
respondido que têm ou já tiveram acesso aos dispositivos e equipamentos tecnológicos digitais
existentes.
O Gráfico 7 apresenta as principais finalidades relatadas pelos estudantes quanto ao
acesso e uso das TDICs e da internet disponíveis no IFPE Campus Recife:
81

Gráfico 7 – Principais finalidades de acesso e uso das TDICs e internet disponíveis no IFPE – Campus
Recife, segundo os estudantes matriculados na turma do 7º módulo do curso técnico de Refrigeração e
Climatização (Integrado – Proeja), 2022, n=10
10
9
8
7
6
50%
5
4
30%
3
20%
2
10% 10% 10% 10% 10%
1
0
Uso pessoal Participação Pesquisas Utilização do Estudos Comunicação Trabalho com Não
nas aulas em online q-acadêmico com a turma softwares responderam
geral

Fonte: Elaboração da autora (2022)

A partir dos dados apresentados, verificamos que entre as finalidades de acesso de


utilização das TDICs e da internet no Campus Recife, 5 estudantes referiram o acesso e uso
para participação nas aulas em geral (50%), inclusive de Informática Básica, e 2 referiram a
realização de pesquisas on-line (20%). Apenas 1 participante respondeu às duas finalidades
citadas, além da utilização do q-acadêmico.
É importante destacar que, com relação às finalidades de acesso e uso da internet,
especificamente, o participante Q6 relatou que embora utilize computadores nas aulas de
Informática, os estudantes não têm a senha de acesso à internet Wi-fi do Campus Recife.
Semelhantemente, o participante Q4, que relatou ter acesso às TDICs e à internet do Campus
com auxílio dos docentes, referiu que gostaria que o acesso Wi-fi fosse disponibilizado aos
estudantes pelo IFPE.
Ao realizarmos a comparação entre os dados sobre as finalidades de acesso e uso
(gráfico 7), os dados sobre o ambiente com disponibilidade de TDICs (gráfico 5) e os dados
sobre as condições de acesso à internet pelos estudantes (gráfico 6), constatamos que o acesso
à internet pelos estudantes ocorre, principalmente, nos laboratórios de informática e na sala de
aula, nas ocasiões de ministração das aulas e de atividades mediadas pelos professores, o que
revela a pouca autonomia dos estudantes quanto ao acesso e uso das TDICs nas demais
dependências do IFPE – Campus Recife.
Os estudantes, relataram possuir tecnologias digitais em suas residências (90%), com
destaque para os dispositivos móveis, a exemplo do smartphone (80%), tablet e notebook,
82

presentes em 40% das residências, cada. O percentual de estudantes que possuem mais de um
recurso voltado ao uso das TDICs em suas residências alcança 70% e todos os participantes
referiram que utilizam a internet. Contudo, 1 estudante relatou que possui apenas o smartphone
(10 %), mas que não sabe utilizar o dispositivo, ao passo que 1 estudante referiu que não possui
nenhum recurso destinado ao uso das TDICs (10%).
Verificamos que as trajetórias escolares anteriores ao ingresso no curso técnico do
Proeja no Campus Recife não favoreceu a inclusão digital dos estudantes, devido à ausência de
acesso e uso das TDICs durante o processo de ensino e aprendizagem. A ausência se deu,
principalmente, pela falta de infraestrutura tecnológica adequada – como computadores e
internet – nos diversos espaços escolares, em detrimento da apropriação dos conhecimentos e
habilidades necessários ao acesso e uso das tecnologias pelos estudantes com autonomia e
criticidade.
De acordo com Coelho e Cruz (2008, n. p.), negar a esses estudantes, que retornam ao
processo de escolarização, “[...] a possibilidade de adquirir os conhecimentos necessários a este
novo código de comunicação da sociedade tecnológica é negar-lhes o direito à plena cidadania”,
uma vez que as tecnologias digitais estão inseridas em todos os espaços sociais da atualidade.
Nesse sentido, oportunizar a esses estudantes o acesso e uso das tecnologias digitais,
ao longo da formação, pode representar um passo importante para a aquisição de habilidades e
conhecimentos sobre as TDICs e para a redução da situação de desigualdade digital na qual
estão inseridos.
83

6 ACESSO E USO DAS TDICS NO COTIDIANO SOCIAL E AO LONGO DA


FORMAÇÃO PROFISSIONAL DOS ESTUDANTES DO PROEJA INTEGRADO

As entrevistas semiestruturadas nos permitiram perceber como se dá o acesso e uso


das TDICs, durante a formação, e suas implicações para o cotidiano social e educacional dos
estudantes. Ademais, foi possível identificar as dificuldades enfrentadas pelos estudantes,
durante a formação e na busca pela (re)inserção profissional, no que diz respeito aos
conhecimentos e habilidades para uso das tecnologias digitais. Os participantes responderam às
perguntas da forma mais espontânea possível, de acordo com suas próprias percepções e
reflexões (FLICK, 2013).
Nessa direção, a partir dos núcleos temáticos identificados nas entrevistas
semiestruturadas subdivididas nas etapas I e II (Apêndice B), foram consideradas a frequência
e a similaridade das respostas de 5 dos 10 participantes (50%), para definição das categorias de
análise A1 e A2, conforme descrito no Quadro 8.

Quadro 9 – Categorias e subcategorias de análise, estabelecidas a partir dos núcleos temáticos das
entrevistas semiestruturadas realizadas com os estudantes do 7º módulo do curso técnico de
Refrigeração e Climatização (Integrado – Proeja), IFPE – Campus Recife, 2022, n=5
CATEGORIAS SUBCATEGORIAS NÚCLEOS TEMÁTICOS FREQUÊNCIA
Dependência do suporte tecnológico
05
relacionado às TDICs no cotidiano social
A1) Sentidos, Precariedade ou falta de acesso às TDICs 05
vivências e
significados para Desenvolvimento social e facilidades nas
A) Acesso e uso 04
os discentes atividades humanas
das TDICs
Sentimento quanto à pouca habilidade para uso
no cotidiano 03
das TDICs
social
Desenvolvimento de habilidades necessárias à
05
A2) Autonomia autonomia social
discente no uso Presença das TDICs no cotidiano educacional 04
das TDICs
Segurança digital 03
Uso de hardware/software como apoio ao ensino 05

B1) Formação técnica Práticas com uso das TDICs durante a formação 05
e mediação
pedagógica Uso das TDICs durante o ensino remoto 05
B) Acesso e uso Problemas institucionais relacionados à
das TDICs 03
infraestrutura e manutenção das TDICs
na formação
Presença das TDICs no cotidiano laboral 05
profissional
B2) Habilidades no Conhecimentos sobre as TDICs necessários ao
uso das TDICs e 05
mercado de trabalho
mundo do Desenvolvimento de conhecimentos e
trabalho habilidades em TDICs necessárias à prática 05
profissional
Fonte: Elaboração da autora (2022), a partir dos relatos dos estudantes que participaram da etapa de
entrevistas
84

6.1 ACESSO E USO DAS TDICs NO COTIDIANO SOCIAL

O surgimento de um novo tipo de sociedade tecnológica, a partir da década de 1990,


com a corrida espacial, causou impactos significativos à economia, à política e à cultura, de
modo que na sociedade atual, fundamentalmente conectada, o indivíduo vem reaprendendo a
integrar o humano ao tecnológico e a lidar com as novas formas de viver, ensinar, aprender e
produzir em sociedade (MORAN, 2013; KLEIMAN; MARQUES, 2018; SILVA; COUTO
JUNIOR, 2020).
De acordo com Kenski (2012, p. 21), “o homem transita culturalmente mediado pelas
tecnologias que lhe são contemporâneas. Elas transformam sua maneira de pensar, sentir, agir”,
pelo que o desenvolvimento social é indissociável do desenvolvimento das tecnologias
empregadas em cada época.
Nesse sentido, as tecnologias digitais compõem a cultura humana na sociedade do
conhecimento (KENSKI, 2012), pelo que são atualmente integradas, de forma crescente, “às
questões do trabalho, da produção das necessidades de sobrevivência e de adaptação às
condições da cultura e das relações sociais em que se vive” (BENTES, 2013, p. 93).
Nesse contexto, a proposta de formação pretendida e praticada pela escola, com vistas
à emancipação política e científica dos sujeitos, deve estar voltada ao “[...] conjunto de valores
ético-culturais que expressem a vivência dos sujeitos da EJA, dos sujeitos da escola, bem assim
as relações que permeiam a vida concreta” (BENTES, 2013, p. 95).
Essas vivências, permeadas pelas TDICs e pelos recursos virtuais no cotidiano social,
afloraram na investigação empírica, o que nos possibilitou perceber os significados, percepções
e sentidos atribuídos pelos discentes, que compuseram a subcategoria A1.
Os estudantes atribuem sentido de dependência humana com relação às tecnologias
digitais, posto que elas estão presentes na maioria dos espaços aos quais os estudantes têm
acesso e são necessárias para viabilizar suas atividades sociais e laborais, o que foi perceptível
a partir dos excertos:

As tecnologias digitais hoje, para mim, são ferramentas muito necessárias


para o desenvolvimento, em si, do ser humano [...] das facilidades do ser
humano, né. Coisa cotidiana que só tem a aumentar e a gente depender disso,
né, para sobreviver (ESTUDANTE E1).
Noventa por cento da sociedade, hoje, para mim. Tudo o que eu faço é
sobre... tem que ter algo digital (ESTUDANTE E2).
Então... para mim, ela [a tecnologia] representa um pouquinho mais porque
me ajuda, na questão do meu trabalho na realidade, né. [...] E também para
ajudar meus filhos, né, em pesquisa (ESTUDANTE E5).
85

O sentido de dependência se relaciona, principalmente, às necessidades de usufruto


das facilidades oferecidas, desenvolvimento humano, suporte educacional e laboral, posto que
as tecnologias digitais potencializam a criatividade humana diante dos desafios de
sobrevivência no mundo contemporâneo (BENTES, 2013; KLEIMAN; MARQUES, 2018;
SPRINGER, 2019).
A maioria dos participantes, embora em situação de desemprego, é composta por
trabalhadores autônomos, que utilizam as TDICs como instrumentos para melhoria das
condições de vida e trabalho, apoiados nas facilidades que essas tecnologias agregam ao
ambiente profissional e laboral. Assim, emergiu a vivência de que as TDICs são fundamentais
para o desenvolvimento social e facilitam as atividades humanas. A esse respeito, os discentes
afirmaram:

[...] eu sou autônomo, trabalho com pintura, com elétrica, e alguns clientes me
pagam em dinheiro para comprar material para reforma, alguma coisa desse
tipo... quando aparece, né (ESTUDANTE E1).
[Utilizo] Em coisas essenciais... pagamento... hoje em dia na questão de ter
troco, em muitos locais, é bem complicado. E, também o uso do celular porque
qualquer serviço, qualquer atividade que eu faço, eu passo o relatório para o
cliente no celular e fica registrado ali o dia que eu fui, o horário e o que foi
feito (ESTUDANTE E4).
[...] é que meu esposo, como ele trabalha fixo, quando ele larga... Pronto!
Nesse período que a gente estava de pandemia, a gente aproveitou quando
começou liberar a entrada nos apartamentos, para fazer serviço [...] ele
[esposo]: “-Oh, se ajeita! Separa ferramenta, tal...”. Então, assim, me ajudava
muito (ESTUDANTE E5).
Na percepção dos estudantes, ser digitalmente incluso está diretamente relacionado à
autonomia no uso das tecnologias digitais existentes na sociedade, desde a habilidade para
acessar as funcionalidades de um caixa eletrônico à facilidade de acesso às informações
disponíveis na rede mundial de computadores, ou à possibilidade de compartilhamento dos
conteúdos formativos e de comunicação entre os pares.
De acordo com Cruz (2004, p. 9, grifo nosso), “a inclusão digital deve favorecer a
apropriação da tecnologia de forma consciente, que torne o indivíduo capaz de decidir quando,
como e para que utilizá-la”. Nessa linha de entendimento, a inclusão digital requer, entre outros
aspectos, a apropriação de conhecimentos e o domínio de habilidades necessárias à utilização
das tecnologias digitais com autonomia, responsabilidade e postura crítica frente às
informações acessadas (PISCHETOLA, 2016), uma vez que permeiam o cotidiano social,
educacional e laboral dos estudantes, como referido nos excertos:

Inclusão digital, para mim [...] é obrigação em si, assim, do Estado né, de
incluir as pessoas para que possam [...] não ficar, como eu disse antes, atrás
86

dos outros, né [...] Não ficar dependendo de outras pessoas. [...] Creio que seja
importantíssimo, né, para todos ter esse acesso digital (ESTUDANTE E1).
[...] eu restrinjo muito a não ir a banco, para utilizar sempre a parte digital do
celular, com relação aos app de banco, para fazer todos os pagamentos [...] E,
também, na base de estudo, também, que você pesquisa alguma coisa que quer
fazer... (ESTUDANTE E3).
Eu creio que seja você estar apto para usar as plataformas digitais sem
dificuldade (ESTUDANTE E4).
A inclusão digital, para mim, ela ajuda no dia a dia, né, quando você sabe
utilizar ela [...] Tipo, você falta uma aula, né, aí o teu amigo está lá, ele tira
foto, te envia “-Oh, estuda assim...” ou, talvez, depois te explique
(ESTUDANTE E5).
Os estudantes do Proeja se percebem como pessoas incluídas no mundo digital seja
por necessidade de acompanhar o constante avanço das tecnologias e as demandas educacionais
da sociedade atual, ou como resultado das vivências com as tecnologias digitais antes do
ingresso no curso:

[...] eu me sinto incluído porque [...] quando eu era mais novo, eu tive acesso
a computadores [...] e aí eu fui aprendendo, né (ESTUDANTE E1).
[...] eu me vejo como uma pessoa incluída, porque eu utilizo muito...
frequentemente, não rede social [...], mas eu utilizo muito em comunicação,
em obter também alguns cursos (ESTUDANTE E3).
[...] a gente, vamos dizer, é forçado realmente [...] a utilizar o q-acadêmico,
a utilizar aplicativos de aula, fazer... estudar por videochamada. Então, acaba
você melhorando a cada dia a sua inclusão digital (ESTUDANTE E4).
Então... eu me sinto incluída porque eu forço, né, a aprendizagem um
pouco, mas excluída por conta da minha opção. [...] me sinto incluída
forçadamente porque muitas das coisas, tipo notícia, “não sei o quê” do IF...
Então você é obrigado a entrar no portal, olhar... então, você é incluída
porque tem necessidade (ESTUDANTE E5).
No entanto, parte desses estudantes relata que, embora possua os equipamentos e
dispositivos tecnológicos digitais com acesso à internet, como smartphone, notebook e tablet,
enfrenta dificuldades relacionadas à atualização, manutenção e utilização das tecnologias
digitais. Nesse sentido, enfrenta ainda em seu cotidiano social a precariedade no acesso às TDIC,
como referido nos excertos:

Eu me vejo incluída, mesmo com as dificuldades de conseguir os aparelhos


(ESTUDANTE E2).
[...] às vezes você tem que trocar um celular... se você não souber fazer a
manutenção [...] trocar, substituir [...] atualizar e tudo mais, o custo é muito,
às vezes, elevado para essa situação, né? Não é que é dificuldade de usar, é
dificuldade de obter (ESTUDANTE E3).
[...] eu poderia, talvez, avaliar como meio termo... não estou nem 100%
incluído nem 0%, né, porque em algumas questões digitais eu consigo e
em outras questões eu não consigo. [...] alguns aplicativos não abrem no
87

celular, só abre no notebook ou computador e, como eu tenho uma dificuldade


de mexer, às vezes eu não consigo dar continuidade nessa questão
(ESTUDANTE E4).
Diante de tais dificuldades, foi possível perceber os sentimentos dos estudantes frente
às dificuldades vivenciadas quanto à precariedade de acesso ou à pouca habilidade no uso das
TDICs. Os relatos trouxeram à tona sentimentos como inutilidade, insegurança, incômodo e
incompletude, dada a necessidade de recorrer aos recursos ou conhecimentos de pessoas do
convívio dos estudantes para acessar e utilizar as tecnologias digitais:

Mal! Me senti mal porque eu queria conseguir, além de fazer, ter o acesso
(ESTUDANTE E2).
[...] me senti... tipo, faltando alguma coisa... de que se eu, realmente, não
tivesse uma pessoa próxima para ajudar eu, talvez, não concluiria o que eu
estava planejando. Eu ia ficar, tipo, de “mãos abanando” que eu não ia poder
concluir (ESTUDANTE E4).
[...] quando a gente se vê em alguma situação no qual você não consegue
resolver você sente um pouco inútil, entendeu? Na questão do caixa
eletrônico, pronto! Meu esposo adoeceu, eu não podia ir porque eu não sabia
mexer. [...] Na sala de aula, [...] eu achava que tipo, assim, eu estava
incomodando muito em pedir “-Professora, me ajuda! Professora, me
ajuda!...”. É uma sala assim repleta de gente. Então, assim, ela não poderia
voltar só a mim (ESTUDANTE E5).
De acordo com Lemos e Costa (2005), existem duas formas de inclusão digital:
espontânea e induzida. A inclusão digital espontânea ocorre quando os cidadãos que vivem na
era tecnológica são obrigados a utilizar, minimamente, as diversas tecnologias digitais presentes
no cotidiano, para a realização de atividades corriqueiras, a exemplo dos saques em caixas
eletrônicos, a emissão de documentos digitais, o acesso às informações em sites governamentais,
entre outros.
Em sentido contrário, na inclusão digital induzida são propostas situações específicas
de aprendizagem, materializadas por projetos, programas ou dinâmicas educacionais de
inclusão digital, por iniciativas governamentais, não governamentais e parcerias privadas,
voltadas à formação para o acesso e o desenvolvimento de habilidades para a autonomia no uso
das tecnologias digitais (LEMOS; COSTA, 2005; MENDONÇA, 2016).
A inclusão digital induzida envolve três categorias fundamentais: técnica, que envolve
a destreza no acesso às TDICs, softwares e internet; cognitiva, que envolve autonomia e
independência no uso complexo das TDICs, visão crítica e consciente dos meios, a prática
social transformadora e consciente, entre outros aspectos; e econômica, relacionada às
condições financeiras para aquisição e manutenção das TDICs e custeio de rede e softwares.
Desse modo, compreendemos que as significações e vivências dos estudantes os
88

posicionam em condição de inclusão digital espontânea, o que impacta nas possibilidades de


desenvolvimento da autonomia no acesso e uso das tecnologias digitais durante a formação
profissional e tecnológica.
O termo autonomia, do grego autos (si mesmo) e nomos (lei), possui estreita relação
com a capacidade de autorrealização, autorregulação ou, ainda, autogestão (resolução de
problemas). Nesse entendimento, o sujeito autônomo é aquele capaz de tomar decisões, resolver
problemas e refletir criticamente sobre suas ações (PISCHETOLA, 2016).
Ser um estudante autônomo na sociedade do conhecimento, é ter condições materiais
e cognitivas para acesso aos equipamentos tecnológicos e à gama de informações disponíveis
nas redes e, num movimento crítico e responsável, partir em direção à apropriação do
conhecimento e à melhoria das próprias condições de vida e trabalho.
Para os estudantes do Proeja, desenvolver habilidades para uso das TDICs é de
fundamental importância para a autonomia social, no sentido de ter a capacidade de realizar as
atividades cotidianas sem necessitar de auxílio ou suporte das pessoas mais experientes ou com
maiores habilidades tecnológicas. A partir dessa percepção dos estudantes, emergiu a
subcategoria A2) Autonomia discente no uso das TDICs.
A esse respeito, os estudantes enfatizaram,

Sim. [é importante] Pelo cotidiano que a gente vive, né. Nessa era digital a
gente tem que estar antenado a tudo, né, para não ficar, no caso, para trás
(ESTUDANTE E1).
[É importante] Demais! Se você souber usar, você não vai precisar pedir
uma orientação a outra pessoa (ESTUDANTE E4).
É, sim, importante. Agora, apesar de que para ir ao caixa eletrônico eu não
vou só. Entendeu? Me sinto um pouco insegura, eu também eu não sei
mexer bem. Eu sempre confio 100% do meu esposo e ele que me auxilia
nessas questões (ESTUDANTE E5).
Contudo, foi possível perceber que os estudantes não dispõem de tecnologia adequada
para utilização no cotidiano social ou educacional, tampouco de habilidades necessárias à
autonomia no uso das TDICs e da internet presentes nos diversos espaços sociais, como relatado
nos excertos:

[Dificuldade] para utilizar, não; para ter acesso, sim. Fora do curso, ou
trazendo para cá [referência ao IFPE], o negócio da monitoria mesmo,
precisava entregar e não tinha como, em casa, terminar com o notebook. Eu
tive que ir em outro local fazer para poder entregar (ESTUDANTE E2).
Algumas [tecnologias], sim. Na questão de celular, aplicativo de banco é
bem... tranquilo. Mas, na questão usar e-mail, usar computador, notebook,
essas coisas, eu não tenho o dia a dia de usar por isso que eu sou um pouco
“travado” (ESTUDANTE E4).
89

[...] às vezes eu... eu peço para meu filho [...] “-Você tem como procurar pra
ver se você consegue baixar algum livro pra mim?”, aí ele vai e baixa [...] hoje
em dia eu não tenho tanta [dificuldade] por conta do meu filho né, mas,
tipo, às vezes: “-Ah, como é que eu faço tal coisa, não sei o quê...”, aí me
perco. Aí, “-Salvei!"... Eu acho que eu não salvei certo, aí estou digitando, aí
perdi o arquivo. [...] Você tem que saber o passo a passo para você não perder
os seus... o que você está digitando, tal... Então, assim, muito disso
(ESTUDANTE E5).
Os estudantes relataram que a autonomia é importante, principalmente, por questões
de segurança digital no uso de caixas eletrônicos, aplicativos de internet banking e
compartilhamento de dispositivos móveis, conforme destacado:

É fundamental! Porque tendo em vista, por exemplo, a minha mãe... ela não
sabe, então ela sempre precisa de alguém para fazer para ela, e eu não acho
que isso seja algo legal... (ESTUDANTE E2).
É importante porque, mesmo para você não cair em certas “armadilhas”,
você precisa dominar as situações de segurança e fazer a coisa correta, com
segurança. (ESTUDANTE E3).
[...] muitas pessoas, em questão de caixa eletrônico, levou muito golpe porque
não sabia usar, pediram a orientação de estranho e acabava informando a
senha... às vezes clonava cartão. Então, é essencial você usar para não
depender de outras pessoas para fazer algo (ESTUDANTE E4).
[...] como meu filho entende um pouco, ele diz assim: “-Mãe, você não dá o
seu telefone a todo mundo. Existe clonagem, existe muita coisa...”. E, às
vezes, é gente tão próximo a você e que você não imagina (ESTUDANTE
E5).
Os relatos nos permitiram verificar que, embora se percebam como incluídos no
mundo digital, por necessidade de acompanhar o ritmo social e educacional ou por experiências
com tecnologias anteriores à formação profissional, os estudantes não dispõem de condições
socioeconômicas favoráveis à aquisição de equipamentos e dispositivos atualizados. Tampouco
dispõem de habilidades suficientes à autonomia para uso das tecnologias às quais têm acesso,
o que vai de encontro aos pilares básicos para a inclusão digital, defendida por Silva Filho
(2010), a saber: tecnologias, renda e educação.
De acordo com Moran (2012, p. 25), “[...] somente podemos educar para a autonomia
e para a liberdade, valendo-nos de processos fundamentalmente participativos, interativos,
libertadores, que respeitem as diferenças”. Nesse sentido, educar os estudantes do Proeja para
a autonomia requer atenção às singularidades dos sujeitos, às condições socioeconômicas, às
trajetórias formativas e às demandas de formação para o trabalho e para a vida.
90

6.2 ACESSO E USO DAS TDICs NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Vivemos em um mundo tecnológico, cujas relações humanas são mediadas pelas


tecnologias digitais (PEIXOTO; CARVALHO, 2011), de modo que ensinar e aprender no
âmbito do Proeja requer mudanças de comportamento por partes de professores e estudantes,
que devem abandonar as características da educação tradicional de outrora.
O papel do professor na educação tradicional é de portador do conhecimento, como
autoridade que transmite o que sabe aos alunos, que o recebem sem contestar, numa posição de
passividade frente ao conhecimento (FREIRE, 2013a, 2013b). Esse papel precisa agora ser
superado de forma que o professor assuma o papel daquele que media, facilita e direciona o
conhecimento e as formas de acessá-lo na sociedade conectada.
Nesse movimento, o estudante do Proeja se torna o centro e o protagonista da própria
aprendizagem, em um processo de busca e apropriação das informações disponíveis em rede e
do conhecimento construído e em construção (MASETTO, 2013; MORAN; 2013). Portanto,
cabe à formação profissional e tecnológica o desafio de proporcionar aos estudantes do Proeja
uma educação libertadora e alinhada à concepção de formação humana integral, que os torne
cidadãos incluídos na sociedade atual.
Peixoto e Carvalho (2011) evidenciam a importância da relação entre o estudante, o
conhecimento e o professor, em um movimento de interação e comunicação dialógica, posto
que “mediação é essencialmente relação” (p. 38). Em direção semelhante, Saviani e Galvão
(2021) argumentam que a riqueza e a qualidade da aprendizagem, necessária ao
desenvolvimento do indivíduo, ocorrem, a priori, na relação professor-estudante.
O uso das TDICs traze possibilidades de múltiplas aprendizagens durante a formação
técnica e ao longo da vida (DIAS; IRELAND, 2016). Nessa direção, a mediação pedagógica
instrumentalizada pelas TDICs precisa estar voltada à potencialização da aprendizagem, de
modo que sejam respeitados os ritmos e as necessidades formativas dos estudantes para o
trabalho e para a vida em sociedade.
Os estudantes do Proeja percebem que adquirir conhecimentos e habilidades para uso
adequado das tecnologias digitais é importante para a formação técnica, posto que as inovações
tecnológicas foram e continuarão sendo incorporadas às diversas áreas profissionais e
educacionais. A partir dessa percepção, emergiu a subcategoria B1) Formação técnica e
mediação pedagógica:

[...] [É importante] devido à tecnologia sempre inovando, equipamentos


novos, e sempre necessitando de computadores, [...] painéis de controles, aí
91

você tem que entender um pouco para poder manusear. E é o futuro [...] cada
vez a tecnologia invadindo mais a área de Refrigeração (ESTUDANTE
E1).
É importante! Foi importante na formação e vai ser importante no futuro
também. [...] a finalização não para por ali. Não para só por conta de ter obtido
um diploma, uma certificação, mas você tem que ir em busca de aprimorar
(ESTUDANTE E3).
Positivo! Porque como o mundo hoje gira muito em torno das plataformas
digitais [...] eu já peguei uma ocasião que chega uma peça nova de ar-
condicionado [...] em alguns modelos ela encaixava, perfeitamente, e em
outros modelos ela não encaixava. [...] Aí [a secretária] teve que passar um
relatório para o fabricante [coreano]. [...] através das plataformas você
consegue isso com muita rapidez (ESTUDANTE E4).
[...] [É importante] porque muita coisa que você usa tem aplicativo para te
ajudar [...] alguns professores: “-Oh, esse aplicativo aqui vai te ajudar. Baixa
ele no teu celular, ele vai ser útil para ti...” [...] e tem muitas funções que você
[...] baixa, de metragem, [...] tudo isso facilita, um pouco... (ESTUDANTE
E5).
A maioria dos estudantes referiu que as práticas e aprendizagens sobre o uso das TDICs
ao longo da formação ocorreram, principalmente, na disciplina de Informática Básica
(formação geral) e das disciplinas técnicas que demandavam a utilização das TDICs, a exemplo
de Eletrônica Básica, Eletrônica Digital e Desenho Técnico – CAD:

[...] a gente teve aula de Informática, né, teve uma base, [...] ela repassou
muitas instruções para a gente, [...] softwares, utilização de software de
edição, [...] tivemos agora, há pouco, Eletrônica Básica, Eletrônica Digital,
onde foi abordado muita coisa sobre tecnologia, [...] Acionamentos Elétricos
também... (ESTUDANTE E1).
[...] Informática Básica, com [nome do docente omitido]. É... Autocad e
outras, nas cadeiras técnicas, com o professor de Refrigeração, [nome do
docente], ele ajudou muito (ESTUDANTE E2).
[...] alguns trabalhos nossos, que foram feitos tanto em equipe como
individual, foi necessário a utilização de tecnologia, busca e pesquisa, [...] a
base todinha de Informática daqui foram duas cadeiras de Informática, tanto
uma avançada e a outra básica, [...] Eletrônica digital, [...] Automação do
sistema [...] que vai envolver muito o digital... (ESTUDANTE E4).
Foi Autocad, com [nome do docente omitido], e [nome do docente omitido]
de Informática, teve... usou muito na questão de abrir e-mail, é... arquivar,
salvar, enviar para alguma pasta... então a gente explorou muito essas
atividades (ESTUDANTE E4).
[...] foi no início quando a gente teve Informática, [...] mesmo a gente tendo
dificuldade, mas a gente aprendeu lá [...] depois, foi pra Autocad, [...] Então a
gente sabe que aquela função ali [...] ajudou com Autocad, com arquivo
computacional... (ESTUDANTE E5).

De acordo com a Política de Tecnologias Educacionais do IFPE (2014), aprovada pela


92

Resolução nº 72/2014 do Conselho Superior do IFPE (CONSUP), as tecnologias8 presentes no


ambiente escolar devem receber o tratamento educacional para que sejam utilizadas com fins
pedagógicos e ocupem a centralidade dos programas e ações propostos nas instituições de
formação profissional, com vistas à formação integral dos estudantes. As tecnologias se
apresentam, portanto, como “[...] apoio na busca pela ampliação da interação humana e da
aprendizagem colaborativa” (IFPE, 2014, p. 5).
Em direção semelhante, o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) 2014-2018
do IFPE concebe as novas tecnologias como instrumentos resultantes da objetivação humana
na sociedade atual, que devem ser colocados a serviço da formação integral do sujeito, com
vistas à “construção de valores inerentes ao ser humano, ao desempenho ético, crítico e técnico
de uma profissão e a percepção da capacidade transformadora do ser humano” (IFPE, 2015, p.
141).
De acordo com Freire (2013, p. 68, grifo do autor), “[...] a educação libertadora,
problematizadora, já não pode ser o ato de depositar, ou de narrar, ou de transferir, ou de
transmitir ‘conhecimentos’ e valores aos educandos, meros pacientes, à maneira da educação
‘bancária’, mas um ato cognoscente”.
No entanto, os estudantes indicam a ausência ou escassez da prática com TDICs nas
demais disciplinas, gerais e específicas, nas quais as TDICs são utilizadas de forma
predominantemente instrumental pelos professores. Essas tecnologias servem como apoio às
aulas expositivas e suporte à transmissão dos conteúdos, em detrimento da integração entre
teoria e prática. Essa percepção é evidenciada nos excertos:

[...] boa parcela dos professores, sim. [Utilizavam] Datashow, [...] suporte de
um... um televisor, né, um computador, [...] eu acho que deveria ter alguma
cadeira abordada, especificamente, para isso... para que a gente pudesse
trabalhar com softwares de verdade [...] porque a gente via muita coisa, mas
era na teoria, né (ESTUDANTE E1).
[...] no início do curso [...] era mais difícil [...] o trabalho era... seria em cima
de... Datashow, utilização de equipamento digital mesmo, entendeu? [...] Eles
realmente capturavam as coisas e entregavam para a gente...
(ESTUDANTE E3).
Tudo dependia da necessidade da matéria. [Utilizavam] Datashow, muito
na aula de Autocad [...], na aula de Biologia, [...] na aula de Informática. [...]
Só em algumas matérias que não precisava, que era as cadeiras normais do
ensino médio... (ESTUDANTE E4).
[...] era de acordo com o período [...] no começo do período a gente estudou
muito Datashow aí depois, na prática pouco, né. [...] Eu acho que poderia ser
oferecido mais. [...] tem gente que está aqui [no IFPE] há muitos anos [...]

8
O documento concebe a tecnologia como “um conjunto de ferramentas, conhecimentos técnico-científicos,
processos e materiais criados e/ou utilizados a partir de tal conhecimento” (IFPE, 2014, p. 5).
93

aprendeu em 2018 e ainda está aqui em 2022. Então, assim, demorou um prazo
assim para ele, tipo, praticar. Algumas coisas mudaram [...] então ele viu aqui
no começo e está vendo aqui, já no final [...] eu acho que tudo que você
aprende, você tem que praticar. Se você não pratica, você acaba esquecendo
(ESTUDANTE E5).
Os relatos dos estudantes revelam o caráter tecnicista do ensino para uso das
tecnologias digitais em situações específicas, relacionadas especialmente às demandas do
mercado de trabalho e qualificação da mão de obra, nesse caso, para a área de Refrigeração
(BONILLA; SOUZA, 2011; LIMA, 2016).
De modo semelhante, entendemos que a aprendizagem ampla no uso das TDICs para
a autonomia dos estudantes trabalhadores, inseridos na dinâmica de uma sociedade tecnológica,
não é priorizada nas demais áreas do conhecimento, no contexto do curso Proeja.
Tal constatação vai de encontro ao princípio pedagógico da interdisciplinaridade,
presente na Política de Tecnologias Educacionais que, com base no Projeto Político Pedagógico
Institucional (PPPI) 2009-2013, considera que “[...] as práticas interdisciplinares contribuem
para a formação simultânea do estudante nos aspectos técnico e prático, pluralista e crítico”
(IFPE, 2012, p. 35).
De igual modo, o caráter tecnicista do ensino ofertado aos estudantes do Proeja fere o
princípio da contextualização, por impossibilitar que os saberes construídos pelos estudantes,
ligados as suas vivências com as tecnologias no cotidiano social, educacional e laboral sejam
consideradas na construção do conhecimento (IFPE, 2014).
Segundo Kleiman e Marques (2018), todas as áreas do conhecimento devem
compartilhar a responsabilidade sobre as diversas aprendizagens, inclusive sobre os recursos
digitais, na intenção de favorecer a criticidade e a dialogicidade nos processos de ensino e
aprendizagem, bem como a cultura interdisciplinar de produção do conhecimento.
Contudo, empregar as tecnologias digitais na mediação pedagógica vai além da mera
utilização de equipamentos e recursos audiovisuais, como Datashow e PowerPoint, para
favorecimento das aulas expositivas e da transmissão de informações e conhecimentos,
marcantes no modelo de ensino tradicional (FREIRE; GUIMARÃES, 2013; MASETTO,
2013).
Ademais, foi possível verificar que, além dos estudantes do Proeja, parte dos
professores vinculados ao programa, mas que não lecionam em componentes curriculares nos
quais a prática com TDICs é inerente, enfrentam dificuldades para integrar as tecnologias
digitais às práticas didático-pedagógicas.
As dificuldades se relacionam, principalmente, à falta de habilidades e conhecimentos
94

suficientes para lidar com essas tecnologias em suas práticas pedagógicas, bem como às
limitações de infraestrutura. A esse respeito os estudantes afirmaram:

[...] a maioria [dos professores] que tinha dificuldade eram, realmente,


professores mais antigos daqui. Dificuldade com Datashow, principalmente,
[...] Os professores que a gente teve acesso com computador, todos tinham
facilidade. (ESTUDANTE E2).
[...] minha gama de professores não vinham aceleradamente em cima de
tecnologia, mas 80% deles atingia a expectativa de que, conhecendo a
máquina, conseguiram dominar e conseguiram passar o que realmente seria
feito. [...] Mesmo com a dificuldade das tecnologias, por conta de hardware,
porque estavam quebrando, tinha situação de que estava travando, alguns
problemas nesse sentido (ESTUDANTE E3).
[...] a maioria [dos professores], sim. [...] habilidade para mexer em
Datashow... Eu achava que os mais velhos tinham um pouco de dificuldade
[...] é visível na habilidade, né [...] Teve já professor que teve dificuldade e
pediu ao aluno “-Como é que volta?”. [...] Então, a partir do momento que o
aluno passa ajudar, então a gente vê que ele [o professor] teve um pouco de
dificuldade naquilo. [...] já em relacionado a laboratório, assim né,
computador, essas coisas né, a gente via que tinha bastante habilidade
(ESTUDANTE E5).
Os estudantes referiram, ainda, que o uso das tecnologias digitais e dos recursos
tecnológicos em rede, no âmbito do curso, se estreitaram à medida que foram surgindo novas
demandas trazidas pela pandemia de COVID-19, uma vez que o IFPE adotou o modelo de
ensino remoto para a retomada e manutenção das aulas.
Nesse contexto, novas dificuldades vieram à tona na formação dos estudantes do
Proeja, como infraestrutura de rede doméstica e equipamentos precários ou ineficientes, além
de pouca habilidade para acesso às plataformas utilizadas, conforme observado pelos
estudantes:

Tive [dificuldade], devido à internet de onde eu moro. Não é essa internet


excelente, aí caia algumas vezes... (ESTUDANTE E1).
[...] a semana passada fechou as coisas né, aqui no IF [surto de COVID no
Campus Recife], e tinha que terminar um trabalho de Autocad... e Autocad
não tem o acesso ao celular e eu não tenho computador. [...] O único acesso
que eu tinha era meu celular. Então, sim! Principais dificuldades: arquivo, que
os professores mandava, que não abria no celular. Então você tinha que, numa
pandemia, se desenrolar em cinco para conseguir abrir um arquivo
(ESTUDANTE E1).
[...] quando começou o aplicativo do Classroom, [...] que eu não sabia enviar
a atividade, não sabia abrir o aplicativo... para baixar teria que colocar a
conta, já tinha que deixar sincronizado, algumas coisas assim, aí tinha que ir
para o Youtube para ver realmente, passo a passo, como é que era, para
depois eu... consegui sozinho, né, mas foi um pouco mais dificultoso. [...] Não
se usava nenhuma [tecnologia]... no começo, né. Começou só a se usar
depois da... da Pandemia que veio as... as aulas on-line... e as tarefas
(ESTUDANTE E4).
95

[...] no início foi bem... [gesto manual de negativo] E, justamente, as pessoas


que tinham dificuldade, tiveram muito mais, e [...] foram tentando se auxiliar
“-Olha, eu vou na tua casa, eu vou de máscara, levo álcool e te ajudo...”. [...]
tinha alunos que não tinham computador em casa e tinha que, realmente,
ir para casa de um outro aluno para fazer junto. [...] O meu computador
quebrou, o meu celular quebrou, [...] tive que pedir emprestado ao primo para
dar continuidade à aula e não perder a disciplina (ESTUDANTE E5).
Os relatos nos levaram a verificar que o uso compulsório das tecnologias digitais no
contexto pandêmico, para manutenção do vínculo de ensino e aprendizagem entre professores
e estudantes por meio do ensino remoto 9 , pôs em evidência as lacunas existentes na
aprendizagem no que tange ao uso adequado e eficiente das tecnologias às quais os estudantes
têm acesso.
Além disso, o ensino remoto acentuou as desigualdades sociais já existentes, posto que
muitos estudantes permaneceram sem condições socioeconômicas favoráveis à aquisição das
TDICs e internet de qualidade para acompanhamentos das aulas e atividades (MOREIRA;
FRANÇA JUNIOR; PEDROSO, 2020; MARASCHIN et al., 2021).
Segundo Saviani e Galvão (2021), uma pesquisa realizada em 2020 pelo Instituto
DataSenado sobre a Educação na pandemia revelou que 26% dos estudantes de escola pública,
que estavam em ensino remoto devido à pandemia de COVID-19, não possuíam acesso à
internet. Os equipamentos mais utilizados para acesso aos materiais de estudo foram o celular
(64%) e o computador (24%).
A referida pesquisa reflete a exclusão tecnológica como uma das faces da desigualdade
educacional brasileira, enfrentada por muitos estudantes da educação pública ao longo da
formação, visto que a desigualdade socioeconômica é uma realidade que precede o estado de
pandemia e foi por ela acentuada
Para Saviani e Galvão (2021), as atividades escolares durante o ensino remoto
ocorreram de forma precarizada não só para os estudantes, mas também para professores e
demais profissionais da educação, que acabaram por arcar com os prejuízos da intensificação e
precarização do trabalho. No caso específico do ensino remoto, a precarização está relacionada
ao não atendimento de condições primárias mínimas à efetivação do ensino tais como,

[...] acesso ao ambiente virtual propiciado por equipamentos adequados (e não


apenas celulares); acesso à internet de qualidade; que todos estejam
devidamente familiarizados com as tecnologias e, no caso de docentes,

9
Durante do estado de pandemia de COVID-19, o ensino remoto foi adotado excepcionalmente em substituição
ao ensino presencial e não deve ser confundido com a Educação a Distância (EaD), posto que tal modalidade
tem características próprias e pré-estabelecidas e coexiste, na forma de oferta regular, com a modalidade de
Educação Presencial (SAVIANI; GALVÃO, 2021).
96

também preparados para o uso pedagógico de ferramentas virtuais (SAVIANI;


GALVÃO, 2021, p. 38).
A Política de Tecnologias Educacionais do IFPE tenha como eixos norteadores o
investimento em infraestrutura de TDICs e a formação continuada de professores para uso das
tecnologias digitais como potencializadoras do processo de ensino e aprendizagem. No entanto,
os relatos dos estudantes participantes de nossa pesquisa apontam para a existência de
fragilidades quanto a implementação dessa política no IFPE Campus Recife corroborando com
a pesquisa de Santos (2020) revelou a desarticulação entre as ações presentes na política e a
realidade dos campi.
Essa desarticulação se dá, principalmente, pela ausência de planos de capacitação
docente para uso das tecnologias digitais como recursos educacionais, pela falta de atualização
da gestão para com os docentes sobre as ações relacionadas às TDICs. Ademais, a infraestrutura
dos campi é inadequada (equipamentos e rede). A internet do Campus Recife é precária e os
equipamentos estão defasados, a exemplo dos tablets ineficientes (SANTOS, 2020). Isso posto,
entendemos que as ações da política de tecnologias educacionais do IFPE não têm sido
priorizadas e executadas adequadamente pela gestão.
Mais do que colocar as novas tecnologias da informação e comunicação à disposição
do processos didático-pedagógicos, é preciso direcionar estudantes e professores ao uso desses
recursos para potencialização da aprendizagem e da vocação ontológica de “ser mais” dos
sujeitos aprendentes, no sentido proporcionar a formação para a vida e para a liberdade da classe
trabalhadora (FREIRE, 2011; FREIRE; GUIMARÃES, 2013).
Machado (2016, p. 432) nos alerta para a “perda do sentido da escola como um espaço
de aprender e ensinar, de acessar e produzir conhecimento, de aguçar o potencial do pensamento
crítico e reflexivo”. Portanto, para que escola continue a cumprir seu papel na formação de
estudantes trabalhadores capazes de conhecer, refletir, participar ativamente e transformar a
realidade social na qual estão inseridos, marcada pelo desemprego e pela exclusão dos
processos de ensino, tal sentido precisa ser recuperado (NUNES, 2011; SPRINGER, 2019).
Segundo Kenski (2012, p. 21), “a economia, a política e a divisão social do trabalho
refletem os usos que os homens fazem das tecnologias que estão na base do sistema produtivo
em diferentes épocas”. Portanto, desenvolver habilidades e autonomia para acesso crítico aos
conhecimentos historicamente construídos possibilita a construção de novos conhecimentos e
uma educação para o trabalho, para a vida e ao longo dela (BENTES, 2013; MORAN, 2013).
Freire (2011) argumenta que quando a experiência educativa é limitada a puro
treinamento técnico, o seu caráter formador é amesquinhado. As percepções dos estudantes
97

sobre o desenvolvimento de habilidades para uso das TDICs nos espaços de trabalho
proporcionaram a construção da subcategoria B2) Habilidades no uso das TDICs e mundo do
trabalho.
Nessa esteira de entendimento, percebemos que a formação tecnicista acaba por
alimentar o interesse estritamente instrumental dos estudantes do Proeja com relação às
tecnologias digitais, voltado à empregabilidade e ao suporte tecnológico em situações pontuais
de trabalho. Sobre essa questão, os estudantes referiram:

Elas foram [úteis]... porque eu tinha que desenvolver planilha, em um


desses [estágios]. Então eu precisava de um computador para fazer, eu
precisava de internet, eu precisava... até vídeos eu precisava ver, enfim...
(ESTUDANTE E2).
É [importante]. É a principal ferramenta de trabalhar com isso aí
[tecnologias], porque eu faço a interação entre o equipamento, o preço, a
funcionalidade e o final-produto... na área hospitalar, né (ESTUDANTE E3).
Com certeza, 100%! Uma boa parte dela, realmente, não precisa. Mas,
sempre a gente tem que estar pronto para usar em determinadas...
principalmente, em alguns defeitos que os ar-condicionados dão, a gente
realmente precisa usar para facilitar (ESTUDANTE E4).
[...] pelo fato de necessidade, entendesse? Às vezes eu estou com o celular
né, aí esqueci uma calculadora: “-Ah, vamos medir essa metragem do espaço.”
[...] Então, assim, ela facilita. E às vezes você está sem caneta, aí eu pego meu
celular e vou anotando: “-Vai dizendo o que é que está precisando aí”, e ele
[esposo]: “-Isotubo, fita PVC...”, aí me ajuda (ESTUDANTE E5).
Importa ressaltar que 4 participantes entrevistados são trabalhadores autônomos, dos
quais 2 participantes possuem experiência prévia em pelo menos 1 emprego formal com uso
direto das tecnologias digitais. Outro participante referiu que, nas 2 únicas vagas de emprego
que ocupou, nunca trabalhou com tecnologias digitais, pois a natureza do trabalho (frentista e
mecânico) não exigia o uso de tecnologias digitais. As 2 participantes do sexo feminino nunca
trabalharam formalmente.
De acordo com Kenski (2012), quando disseminadas na sociedade, as novas
tecnologias alteram as qualificações profissionais, as formas de trabalho, o acesso à informação
e a comunicação entre as pessoas, bem como a relação das pessoas com o mundo. Nesse sentido,
a escola representa “um espaço de formação não apenas das gerações jovens, mas de todas as
pessoas, [...] que lhes possibilite o domínio de conhecimentos e melhor qualidade de vida”
(KENSKI, 2012, p. 19).
Nessa direção, os estudantes do Proeja compreendem, também, que possuir
conhecimentos e habilidades para autonomia no uso das tecnologias digitais é importante para
a inserção nos postos de trabalho formais e para o desenvolvimento profissional, assim como
98

para acompanhar o desenvolvimento tecnológico que permeia os ambientes de trabalho. A esse


respeito os estudantes relataram:

[...] o mundo hoje é tudo na base da Informática digital, é plataforma, é


streamings. [...] E, creio que o profissional, hoje em dia, se ele não ficar
pelo menos “antenado”, um pouco, a se habituar nessas tecnologias ele vai
ficar para trás (ESTUDANTE E1).
Sim, com certeza [é importante]! Sem dúvida! [...] se você não tem o
conhecimento, se você não tem o mínimo, o básico e tenta avançar, você não
consegue se desenvolver (ESTUDANTE E2).
É muito importante para o crescimento profissional, porque [...] cada coisa
acontece, não só no seu tempo, acontece com uma velocidade muito superior
ao que a gente imagina. Ou seja, numa linha de produção, aquilo que está
sendo produzido pode e deve ser aprimorado [...] por conta da evolução, e
passa a ser um outro produto, passa a ter uma outra característica e um outro
produto que vai ser utilizado e que vai ser necessário no futuro (ESTUDANTE
E3).
[...] se tiver uma vaga de trabalho que uma pessoa tenha o domínio das
tecnologias digitais e outra não, com certeza vai ser contratada a que tem o
domínio... (ESTUDNTE E4).
[...] você, praticamente, é obrigada a ser incluída nesse sistema digital
porque é o que o mercado quer [...] é de acordo a você ser homem ou mulher.
Se você é homem, ele [o empregador] quer você no campo, ele não vai exigir
isso de você. [...] À mulher ele vai exigir que você saiba, sim, fazer planilha,
Autocad, porque ele quer você no escritório, ele não quer você no campo [área
de Refrigeração] (ESTUDANTE E5).
Os estudantes demonstraram grande interesse em desenvolver, a partir da prática,
competências e habilidades para uso de softwares específicos para atuação profissional e
atendimento às exigências do mercado de trabalho, posto que as tecnologias digitais vêm sendo
cada vez mais integradas à área de Refrigeração e Climatização:

[...] creio que os professores devem abordar mais, [...] trabalhar mesmo com
os softwares que eles passam para a gente, que eles explicam. E, para que
quando vá para o mercado de trabalho, vá para o campo mesmo, possa
executar corretamente, né... (ESTUDANTE E1).
[...] O PROEJA, em si, já é difícil... já é um negócio encurtado. E aí, você
precisa se esforçar mais para aprender mais, para quando sair... sair mais
preparado. [...] todos os programas, eu acho que é importante aprender.
Principalmente, nessa área [Refrigeração], porque a gente precisa
desenvolver... diagrama (ESTUDANTE E2).
Facilita muito, na questão de a gente enviar um e-mail... se eu lhe disser agora
que eu tenha uma facilidade de enviar um e-mail para outra pessoa, eu
digo que eu não tenho [...] talvez, elaborar alguma planilha, elaborar alguma
atividade em relação a computador (ESTUDANTE E4).
[...] Eu não sabia que ela [a tecnologia] tinha tanta importância... que tipo,
assim, ela iria me prejudicar, entendesse, no futuro (que foi agora no caso, né,
durante a entrevista). Ele [o empregador] queria que eu fosse habilitada a
essas coisas, [...] Autocad, planilha... tudo isso eu acho que você tem que...
99

focar. Pronto, agora eu estou vendo por conta que precisei, que nem eu disse
a você (ESTUDANTE E5).
A partir dos relatos foi possível verificar que embora existam componentes
curriculares de formação geral, os componentes de formação técnica, a exemplo de Informática
Básica, Eletrônica Digital e Desenho Técnico – CAD, que abordam conhecimentos específicos
sobre o uso das tecnologias. Mesmo assim os estudantes demonstraram que não desenvolveram
habilidades suficientes, ao longo da formação, que possam ser aplicadas à prática profissional.
Segundo Saviani e Galvão (2021), a educação não se limita ao ensino, todavia a escola
tem um papel fundamental na socialização dos conhecimentos historicamente acumulados, para
que os indivíduos possam se apropriar do patrimônio cultural do gênero humano. Contudo, não
basta ofertar os conteúdos sem estabelecer uma mediação que abarque as múltiplas dimensões
e determinações que incidem sobre o contexto social e laboral dos indivíduos. Nesse sentido,
as tecnologias figuram como extensões das capacidades humanas na sociedade do
conhecimento (KENSKI, 2012; SAVIANI; GALVÃO, 2021).
A investigação empírica nos possibilitou captar os sentidos, sentimentos e significados
atribuídos pelos estudantes, às vivências frente à pouca autonomia para uso das tecnologias
digitais no contexto social e educacional, como inutilidade e incompletude. Desse modo,
embora se percebam como digitalmente inclusos, o são de forma espontânea, dada a
necessidade de acompanhar as mudanças tecnológicas impostas pela sociedade atual.
No contexto formativo, verificamos que o acesso e uso das TDICs ocorrem em
disciplinas e atividades nas quais o uso desses recursos é inerente, limitado às aulas expositivas
e ao treinamento técnico. Nas demais disciplinas gerais e específicas não houve menção por
parte dos estudantes a abordagens sobre o acesso e uso das TDICs.
Tal constatação revela o caráter tecnicista da formação profissional e tecnológica
ofertada aos estudantes do curso Proeja, o que fere os princípios pedagógicos da
interdisciplinaridade e da contextualização, presentes na Política de Tecnologias Educacionais
do IFPE.
Além disso, os estudantes enfrentam dificuldades relacionadas à pouca habilidade no
uso das TDICs, o que se mostrou um obstáculo à inserção profissional de alguns estudantes em
situação de desemprego; e à obtenção e manutenção de dispositivos e internet de qualidade, o
que trouxe prejuízos à aprendizagem durante a pandemia de COVID-19
Observamos que, apesar de perceberem a importância da obtenção de conhecimentos
e habilidades para autonomia e criticidade no uso das TDICs, os estudantes demonstram
interesse estritamente instrumental pelas facilidades proporcionadas por essas tecnologias ao
100

contexto laboral. Evidencia-se que o caráter tecnicista da formação é priorizado em detrimento


da potencialização da aprendizagem, mediatizada pelas tecnologias, e da formação integral dos
estudantes.
101

7 PRODUTO EDUCACIONAL: ALTERNATIVAS ORIENTADAS À INCLUSÃO


DIGITAL

O produto educacional (PE) é concebido como um resultado material, virtual ou um


processo, concreto e aplicável, gerado a partir da pesquisa de Mestrado Profissional, que
objetiva intervir em um problema real presente no campo da prática profissional do
pesquisador.
Nesse sentido, o PE busca atender às necessidades educacionais dos participantes
da pesquisa e atenuar os problemas identificados na investigação empírica e, embora
resultante de um processo de pesquisa, pode ser utilizado de forma independente pelos atores
educacionais (FARIAS; MENDONÇA, 2019).
O mestrado profissional, como uma modalidade de pós-graduação, surgiu a partir
da demanda de “[...] ampliação dos processos científicos e de inovação através da interação
e do engajamento dos pesquisadores stricto sensu com a sociedade, especialmente, com a
rede pública de ensino” (HETKOWISKI, 2016, p. 12).
A modalidade cumpre um papel de fundamental importância para a capacitação
profissional dos mestrandos, que devem estar engajados no desenvolvimento de produtos e
processos educacionais comprometidos com a melhoria das práticas educativas
(HETKOWISKI, 2016).
A autora expressa, ainda, que os mestrados profissionais devem voltar sua atenção
para a atividade profissional dos mestrandos, considerando a necessidade de “estimular a
formação de mestres profissionais habilitados para desenvolver atividades e trabalhos
técnico-científicos em temas de interesse público” (HETKOWISKI, 2016, p. 13).
Os mestrados profissionais se propõem a preparar o pesquisador a pensar
criticamente sobre sua prática, devendo a formação ser orientada para a pesquisa da sua
realidade profissional, buscando compreendê-la mais profundamente, intervir sobre ela e
promover o seu aprimoramento, de modo a contribuir com uma Educação Básica
emancipatória (ANDRÉ, 2017).
Ressaltamos, portanto, o papel de destaque dos mestrados profissionais, não só para
a produção do conhecimento científico, mas, principalmente, como uma modalidade de pós-
graduação stricto sensu capaz de incentivar a intervenção dos profissionais da educação nos
processos educativos.
A partir do olhar crítico dos pesquisadores sobre os problemas existentes no
102

ambiente escolar e sobre as reais necessidades educacionais dos participantes da pesquisa,


desenvolverão intervenções materializadas por produtos educacionais elaborados em
diversos formatos e aplicáveis às distintas áreas do conhecimento.
Ante ao exposto, entendemos que os produtos educacionais figuram como recursos
didáticos-pedagógicos de notória importância ao enriquecimento dos processos de ensino e
aprendizagem e para a construção de uma educação básica comprometida com a
emancipação social, política e econômica dos sujeitos aprendentes e com uma educação
pública universal de qualidade.

7.1 ELABORAÇÃO DO PRODUTO EDUCACIONAL

Na intenção de atender ao 4º objetivo específico, elaboramos, como produto


educacional, um minicurso autoinstrucional e interativo que versa sobre as tecnologias
educacionais, a Política de Tecnologias Educacionais do IFPE e as metodologias ativas, na
intenção de contribuir com a formação continuada dos docentes ligados à EJA integrada à
EPT, no contexto do Proeja.
O PE resultou de pesquisa de mestrado profissional e é direcionado à melhoria da
qualidade do processo de ensino e aprendizagem, por intermédio da formação continuada de
professores. Nesse sentido, consideramos as dificuldades vivenciadas pelos estudantes do
Proeja ao longo da formação, bem como suas necessidades formativas, relacionadas à
inclusão digital e à inserção profissional, identificadas por intermédio da investigação
empírica.
O percurso para elaboração do minicurso foi composto pelas seguintes etapas:

Figura 3 – Etapas de elaboração do produto educacional


Coleta e
Prototipação Testagem e
análise dos Revisão Versão final
avaliação
dados

Fonte: Elaboração da autora (2022), com base em Farias e Mendonça (2019)

Após a análise dos dados resultantes da investigação da realidade educacional dos


estudantes e a compreensão de suas percepções sobre a inclusão digital ao longo da formação,
procedemos à elaboração do protótipo do minicurso. A fase de prototipação do produto foi
destinada à escolha dos aspectos do minicurso quanto à tipologia, ao meio, à linguagem, ao
suporte, à descrição da testagem e à estética (FARIAS; MENDONÇA, 2019).
103

O produto educacional possui formato on-line e é voltado aos professores ligados


aos cursos Proeja ofertados pelo Instituto Federal de Pernambuco. O minicurso pode ser
acessado por meio do link de redirecionamento, disponibilizado no Apêndice E.
Os objetivos do minicurso são: contribuir com a formação dos docentes vinculados
ao Proeja, quanto à adoção de Tecnologias Educacionais e Metodologias Ativas; possibilitar
o reconhecimento das Tecnologias Educacionais contemporâneas como instrumentos
facilitadores das práticas pedagógico-didáticas; contextualizar as contribuições da Política de
Tecnologias Educacionais do IFPE para orientação de ações pedagógicas mediadas pelas
Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação; e contribuir para a compreensão docente
sobre o potencial das metodologias ativas na EPT e seus impactos no processo de ensino e
aprendizagem.
A presença das tecnologias no ambiente escolar demanda mudanças de postura dos
professores, visto que a geração atual de estudantes utiliza os ambientes virtuais e
equipamentos tecnológicos no cotidiano social e laboral. Na cultura digital, o estudante deve
ocupar a centralidade do processo de ensino e aprendizagem, enquanto o professor é, também,
um facilitador, um incentivador que, a partir da relação professor-aluno-conhecimento, media
a aprendizagem com apoio das tecnologias digitais (PRENSKY, 2001; PEIXOTO;
CARVALHO, 2011).
Demo (2011) argumenta que formação docente para uso das tecnologias digitais é
crucial para a preparação de professores críticos e autocríticos, que dialoguem com a nova
geração de estudantes na sociedade do conhecimento, posto que o despreparo e a resistência
de muitos professores em integrar os recursos tecnológicos as suas práticas pedagógicas se
apresentam como o maior desafio.
No entanto, é importante ressaltar que as tecnologias digitais não devem ocupar a
centralidade do processo de ensino-aprendizagem, mas figurar como recursos educacionais
que possibilitam a mediatização das relações estabelecidas entre o professor, os estudantes e
o conhecimento, de modo que o uso meramente instrumental dessas tecnologias seja
superado (PEIXOTO; CARVALHO, 2011).
Na etapa de elaboração do PE, utilizamos a plataforma Genially®, criada em 2015,
na Espanha, com o objetivo de tornar a comunicação interativa por meio da criação de
recursos on-line, como materiais formativos, infográficos, animações, vídeo apresentações,
guias, games, entre outros. A plataforma, que possui versão grátis e planos mensais ou anuais,
é destinada às empresas, educadores, designers gráficos e estudantes.
104

A oferta do minicurso no formato on-line se apresenta como uma alternativa ao


contexto pós-pandêmico, posto que houve maior aderência ao estudo remoto em
consequência da pandemia de COVID-19. O minicurso on-line, autoinstrucional e assíncrono,
possibilita maior alcance e maior flexibilidade ao docente participante, que poderá conciliar
o tempo de trabalho e estudo com suas demais atividades cotidianas.
Além disso, frente às dificuldades percebidas pelos estudantes quanto à utilização
das tecnologias digitais por parte dos docentes, o formato on-line traz a possibilidade de
ambientação às TDICs e aos recursos educacionais disponíveis na plataforma Genially®.
A plataforma também se apresenta como um recurso educacional em rede, que pode
ser integrada à prática pedagógica docente, como uma alternativa à potencialização do
processo de ensino e aprendizagem, a partir da experiência interativa na realização do
minicurso.
Como orientação aos participantes sobre a navegação e a interatividade ao longo do
minicurso, disponibilizamos, nas páginas iniciais, o “guia do participante” com explicações
e recursos visuais semelhantes aos elementos interativos disponíveis nas páginas do produto,
na intenção de nortear os professores com maior ou menor grau de dificuldade no uso dos
recursos tecnológicos on-line.
O minicurso, intitulado “Introdução às Tecnologias Digitais da Informação e
Comunicação na Educação Profissional e Tecnológica: alternativas orientadas à inclusão
digital”, foi dividido em 3 módulos, a saber: I) Tecnologias Educacionais; II) Política de
Tecnologias Educacionais do IFPE; e III) Metodologias ativas, que são precedidos pelos
“Objetivos do minicurso” e “Guia do participante”, e sucedidos pelos “Quiz” e “Bibliografia”.
Ao final de cada módulo, sugerimos bibliografias complementares relacionadas aos
conteúdos abordados.
Embora tenham surgido antes da chegada dos recursos tecnológicos aos ambientes
escolares, as metodologias ativas desenvolvidas com apoio das TDICs podem potencializar
a aprendizagem ao longo da vida, tornando-a mais ativa e significativa. Além disso,
promovem a apropriação de novos conhecimentos pelos estudantes, que abandonam a
passividade típica das metodologias tradicionais de ensino e se tornam protagonistas da
própria aprendizagem (BARBOSA; MOURA, 2013; FERRARINI; SAHEB; TORRES,
2019).
Essas metodologias tradicionais são orientadas à transmissão do conhecimento, à
repetição e à memorização, o que Paulo Freire (2013a, 2013b) concebe como educação
105

“bancária”, na qual o professor é o detentor e depositante do conhecimento e os estudantes


são depositários, aqueles que o recebem e aceitam sem questionar, numa posição de
passividade frente ao conhecimento descontextualizado e distante das suas realidades.
Frente ao constante desenvolvimento das TDICs, que permeiam todos os espaços da
vida em sociedade, as metodologias ativas se apresentam como uma alternativa à formação
efetiva para o trabalho, além de favorecer a interdisciplinaridade, a contextualização e a
autonomia dos estudantes na busca ativa pelo conhecimento (FERRARINI; SAHEB;
TORRES, 2019).
O recurso às metodologias ativas para integração das TDICs nas práticas didático-
pedagógicas coadunam com os princípios pedagógicos que norteiam a Política de
Tecnologias Educacionais do IFPE, posto que “a tecnologia se apresenta como um apoio na
busca pela ampliação da interação humana e da aprendizagem colaborativa” (IFPE, 2014, p.
5).
Os critérios utilizados para a seleção dos conteúdos foram a atualidade das
produções, a qualidade dos materiais e as referências de autores de notório saber sobre as
metodologias ativas e a mediação pedagógico-didática com apoio das TDICs, com os quais
dialogamos na fundamentação teórica e na análise dos dados, a exemplo de Peixoto e
Carvalho (2011), Kenski (2003, 2012), Masetto (2013), Bacich e Moran (2017) e Bergmann
e Sams (2018).
Ademais, recorremos a algumas referências que subsidiaram as discussões sobre as
metodologias ativas no componente curricular “Práticas Educativas na Educação Profissional
e Tecnológica”, presente na matriz curricular do ProfEPT, como Barbosa e Moura (2013) e
Ferrarini, Saheb e Torres (2019), esses últimos também dialogam com os autores de notório
saber referenciados.
Para definição do recurso educacional em rede como ferramenta de elaboração do
minicurso, procedemos à busca por produtos educacionais sobre inclusão digital, depositados
na plataforma EduCapes, a partir dos descritores “inclusão digital”, “tecnologias
educacionais” e “minicurso”. Os resultados trouxeram contribuições significativas à escolha
da plataforma Genially®, a exemplo do produto educacional de Santos (2021), que consiste
em um infográfico elaborado por meio da plataforma; e à indicação do produto educacional
de Damasceno e Oliveira (2021), do tipo livro digital, como bibliografia complementar.
O PE conta com a incorporação de recursos multimídia (também acessíveis por meio
de links de redirecionamento), como entrevistas, animações e podcast, este último com
106

possibilidade de acesso em plataformas de streaming distintas, disponíveis em janelas ou


tooltips (molduras flutuantes) com as quais é possível interagir ao longo do minicurso.
O tempo mínimo necessário para leitura e reprodução dos recursos audiovisuais é
de 2h. O tempo máximo necessário é de 20h, considerado o tempo necessário para acesso e
leitura das bibliografias complementares, além da possibilidade de acessar e refazer os
módulos no momento oportuno, de acordo com a disponibilidade de cada participante.
A navegação do minicurso está disponível por meio botão “iniciar”, além dos botões
“conteúdo”, para acesso aos módulos de forma independente, e “página inicial”, para acesso
ao início de cada módulo, além das setas “avançar” e “retroceder”.

7.2 APLICAÇÃO E AVALIAÇÃO DO PRODUTO EDUCACIONAL

As etapas de aplicação e avaliação do produto educacional contaram com a


participação de 4 docentes, que se disponibilizaram a participar e que possuem experiência
no Proeja do IFPE - Campus Recife ou dos demais Campi do IFPE. Os docentes realizaram
o minicurso e procederam à avaliação no prazo de 12 dias, por meio do formulário composto
por 10 perguntas fechadas e 1 pergunta aberta.
A avaliação do protótipo foi realizada por meio de um formulário de avaliação on-
line (Apêndice F), elaborado por meio da ferramenta Formulários Google® e enviado,
individualmente, aos avaliadores por e-mail institucional. As perguntas foram elaboradas
com o objetivo de obter pareceres avaliativos sobre a viabilidade e a adequação teórico-
metodológica, além de obter contribuições ao aprimoramento do minicurso.
As respostas dos docentes às perguntas fechadas são apresentadas na Tabela 4:

Tabela 4 – Respostas registradas pelos docentes às perguntas fechadas nos formulários de avaliação
do produto educacional, 2022, n=4 (continua)
CONCORDAM CONCORDAM
PARÂMETROS CONCORDAM
TOTALMENTE PARCIALMENTE
N % N % N %
1- Alinhamento dos conteúdos aos
3 75% 1 25%
objetivos do minicurso:
2- Bibliografia atualizada e adequada
3 75% 1 25%
aos conteúdos:
3- Adequação dos conteúdos ao
3 75% 1 25%
público-alvo:
4- Adequação do design gráfico ao
3 75% 1 25%
público-alvo:
107

Tabela 5 – Respostas registradas pelos docentes às perguntas fechadas nos formulários de avaliação
do produto educacional, 2022, n=4 (conclusão)
CONCORDAM CONCORDAM
PARÂMETROS CONCORDAM
TOTALMENTE PARCIALMENTE

5- Os recursos interativos facilitam a


4 100%
compreensão do conteúdo:
6- Os botões interativos facilitam o
3 75% 1 25%
fluxo adequado do minicurso:
7- Os recursos multimídia atendem à
proposta de autoinstrução e 3 75% 1 25%
interatividade:
8- Adequação da sequência lógica
dos módulos à compreensão do 4 100%
conteúdo:
9- Adequação da linguagem ao
público-alvo e à compreensão do 4 100%
conteúdo:
10- Clareza, coerência e 3 75% 1 25%
objetividade:
Fonte: Elaboração da autora (2022)

Os avaliadores foram 2 professores doutores lotados no IFPE – Campus Recife, 1


professora mestra lotada no IFPE – Campus Ipojuca, dos quais 1 coordena o Proeja no
Campus de lotação, além de 1 professora doutora, vinculada ao Mestrado ProfEPT no IFPE
– Campus Olinda. Nenhum dos docentes referiu discordância ou discordância total com
relação aos parâmetros do produto educacional.
Ressaltamos que, embora tenhamos contatado, via e-mail institucional, 7
professores que ministravam disciplinas na turma remanescente do 7º módulo do curso
técnico de Refrigeração e Climatização (Integrado – Proeja), apenas 2 professores do Campus
Recife, ministrantes de disciplinas anteriores ao 7º módulo, se disponibilizaram realizar o
minicurso e avaliar o produto educacional. Por esse motivo, julgamos necessário convidar
professores de outros Campi do IFPE, na intenção de conferir maior qualidade às fases de
aplicação e avaliação.
As principais contribuições dos docentes ao aprimoramento do produto educacional,
por meio da pergunta aberta, estão sintetizadas no Quadro 9:
108

Quadro 10 – Principais contribuições registradas pelos docentes no formulário de avaliação do


produto educacional, 2022, n=4
AVALIADOR(A) PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES

▪ Contextualização dos relatos dos estudantes nos slides “Oportunizando a fala...”


▪ Reconfiguração dos botões interativos, de modo que as animações sejam mais
sutis e favoreçam a leitura
▪ Indicação do tempo de exibição dos recursos multimídia (vídeos e podcast)
Docente 1
▪ Aprofundamento do módulo II, posto que a Política de Tecnologias
Educacionais do IFPE é praticamente desconhecida pelos docentes
▪ Esclarecimento de termos desconhecidos, a exemplo de “metacognição”
▪ Acréscimo de bibliografias complementares

Docente 2 ▪ Não houve registro de sugestão

▪ Remoção do plano de fundo do logotipo do ProfEPT


Docente 3 ▪ Inclusão de link de redirecionamento no título do podcast
▪ Inserção do número de página em cada módulo

▪ Disponibilização do PE também no formato e-book, para leitura e anotações


fora do ambiente virtual
Docente 4
▪ Inclusão de um módulo sobre o Proeja
▪ Aprofundamento do módulo II

Fonte: Elaboração da autora (2022)

Alguns aspectos positivos referentes ao PE, destacados pelos docentes, foram:


feedback positivo quanto à objetividade, clareza, leveza, recursos de tecnologia e
diagramação do minicurso (Docente 3); feedback positivo quanto à objetividade,
interatividade, dinamicidade dos recursos interativos, sons, dicas e recursos multimídia
presentes no minicurso (Docente 4).
Após recebimento das avaliações, procedemos à revisão do protótipo do produto
educacional com base no referencial teórico adotado, nas contribuições e feedbacks dos
professores e nas necessidades do público-alvo. Os ajustes foram realizados de acordo com
a pertinência e as possibilidades disponibilizadas pela plataforma Genially®.
O produto educacional desenvolvido oportuniza a formação continuada docente
para a aplicação didático-pedagógica das tecnologias digitais, a fim de superar a
predominância de práticas educativas de transmissão dos conteúdos e promover a formação
integral e omnilateral dos estudantes.
109

8 ÚLTIMAS CONEXÕES

Os resultados da pesquisa possibilitaram a compreensão das percepções dos


estudantes da educação de jovens e adultos integrada à educação profissional e tecnológica
sobre a inclusão digital ao longo da formação técnica de nível médio, a partir do acesso e uso
das tecnologias digitais no cotidiano social, educacional e profissional.
A descrição do perfil dos estudantes da modalidade quanto aos seus percursos
formativos, frente às tecnologias digitais, e as suas trajetórias profissionais, nos permitiu
verificar que a inclusão digital durante o processo de escolarização não foi favorecida, posto
que as escolas de origem não dispunham de infraestrutura adequada ao aceso e uso pelos
estudantes, e que a maioria dos estudantes enfrentam situação de desemprego.
Quanto ao acesso e uso das TDICs durante a formação profissional no IFPE –
Campus Recife, verificamos que ocorrem nas disciplinas específicas nas quais a utilização
desses recursos é inerente à formação, voltada à aprendizagem teórica e instrumental para
ocasiões específicas de trabalho. De modo semelhante, as tecnologias digitais são utilizadas
pelos professores das demais disciplinas, gerais e específicas, como suporte à exposição das
aulas.
Os resultados revelam o caráter tradicional e tecnicista da formação destinada aos
estudantes da EJA integrada à EPT (Proeja), que prioriza a transmissão de conteúdo para
formação de mão de obra para atender às necessidades do mercado de trabalho. Nesse
contexto, não é possível alcançar a formação integral e omnilateral dos estudantes para
melhorias das condições de vida e trabalho em uma sociedade permeada pela cultura digital,
ainda mais considerando que os estudantes estão em situação de desemprego.
Nessa perspectiva, os estudantes demonstraram o interesse meramente instrumental
pelas tecnologias digitais, em atendimento às necessidades básicas ao convívio social e como
suporte às situações laborais pontuais. Portanto, embora se percebam digitalmente incluídos,
identificamos que os estudantes enfrentam dificuldades para ocupar postos de trabalho, por
não possuírem conhecimentos e habilidades suficientes para utilização das tecnologias nos
ambientes de trabalho.
As dificuldades também se apresentam na perspectiva educacional, uma vez que
parte dos estudantes enfrenta dificuldades para obter e manter TDICs de qualidade, que
possibilitem o acompanhamento das atividades fora dos espaços escolares, o que foi
acentuado durante o ensino remoto ocasionado pela pandemia de COVID-19.
110

Por outro lado, as percepções dos estudantes nos permitiram compreender que parte
dos professores não utiliza tecnologias em suas práticas pedagógicas, ou utiliza com
dificuldade, por não possuírem conhecimentos e habilidades necessários à potencialização
do processo de ensino e aprendizagem mediatizado pelas tecnologias digitais. Nesses
aspectos, se distanciam dos princípios pedagógicos e dos eixos norteadores presentes na
Política de Tecnologias Educacionais do IFPE e indicam a necessidade de formação
continuada docente.
Portanto, as percepções dos estudantes do IFPE Campus Recife sobre a inclusão
digital nos permitiram compreender que o ensino técnico de nível médio ofertado à EJA
integrada à EPT não favorece a inclusão digital dos estudantes ao longo da formação,
considerando que a formação tecnicista causa prejuízos à integração das tecnologias digitais
no processo de ensino e aprendizagem.
Essa compreensão subsidiou a elaboração do produto educacional, que consiste no
minicurso autoinstrucional e interativo “Introdução às Tecnologias Digitais da Informação e
Comunicação na Educação Profissional e Tecnológica: alternativas orientadas à inclusão
digital”.
O minicurso traz a Política de Tecnologias Educacionais do IFPE ao conhecimento
dos professores, além das tecnologias educacionais e metodologias ativas como alternativas
à integração das tecnologias digitais na mediação do ensino-aprendizagem, no intuito de
contribuir com a formação continuada dos docentes vinculados ao Proeja.
Há, também, problemas de gestão que precisam ser superados, relacionados à
indisponibilidade de infraestrutura adequada. Entre as possíveis causas pode-se mencionar a
falta de investimentos em equipamentos e internet de qualidade e a escassez de ações que
promovam a formação continuada docente para uso crítico das tecnologias digitais, sem os
quais é impossível integrar os recursos tecnológicos às práticas pedagógicas.
A pesquisa abriu caminho para outras questões de estudo, como as razões para
descontinuidade de oferta de novas turmas para o curso Técnico de Refrigeração e
Climatização (Integrado – Proeja) desde o ano de 2018, assim como sobre a não oferta de
outros cursos técnicos Proeja integrados ao ensino médio.
Os resultados também trazem como possível nova questão de estudos a relação de
gênero e as exigências do mercado de trabalho, que afloraram no relato de uma estudante do
sexo feminino, no que concerne às habilidades para uso das TDICs nos ambientes de trabalho
para ocupar postos de trabalho específicos.
111

É certo que há um longo caminho a percorrer para que a EJA integrada à EPT receba
a devida atenção no âmbito da RFEPCT, e para que se garanta aos estudantes uma educação
profissional e tecnológica apoiada em políticas públicas contínuas e adequadas à concepção
de formação humana integral.
Entendemos que o objetivo a ser alcançado é o de transformação da realidade
educacional em favor das maiorias, compostas por trabalhadores que almejam melhores
condições de vida, educação e trabalho, coerentes com a sociedade do conhecimento e com
a cultura em todas as suas dimensões, inclusive a digital.
A transformação a qual nos referimos precisa estar pautada na busca pela superação
das desigualdades educacionais e pela conquista da equidade de oportunidades na educação
profissional e tecnológica e no mundo do trabalho. Nessa perspectiva, ser digitalmente
incluso é possuir os conhecimentos e habilidades necessárias ao acesso e uso crítico, criativo
e consciente das tecnologias digitais existentes na sociedade, além de equipamentos e renda.
Portanto, os Institutos Federais de Educação Profissional e Tecnológica podem ser
um lugar privilegiado para a promoção da inclusão digital dos estudantes trabalhadores
inseridos na EJA integrada à EPT, desde que apresentem condições reais de proporcionar a
esses sujeitos, há muito invisibilizados e cerceados de direitos, a uma educação de qualidade,
pautada na formação integral para o trabalho e para a vida em sociedade.
112

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em: 13 jan. 2022.
123

APÊNDICES

APÊNDICE A – ROTEIRO DO QUESTIONÁRIO ON-LINE COM OS


ESTUDANTES

Campus Olinda

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA


EM REDE NACIONAL – ProfEPT
MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

TÍTULO DA PESQUISA: AS PERCEPÇÕES DE ESTUDANTES DA EJA INTEGRADA À EPT


(PROEJA) SOBRE A INCLUSÃO DIGITAL AO LONGO DA FORMAÇÃO

QUESTIONÁRIO ON-LINE

E-mail: *

Você concorda em participar VOLUNTARIAMENTE da pesquisa “As percepções de


estudantes adultos da EJA integrada à EPT (PROEJA) sobre a inclusão digital ao longo da
formação”, declara que leu o TCLE e está devidamente informado(a) e esclarecido(a) pela
pesquisadora sobre a presente pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os
possíveis riscos e benefícios de sua participação?

Sim. Li o TCLE e concordo em participar da pesquisa.

Não concordo em participar da pesquisa.

Tópico I – Identificação do estudante

1.1 Confirme o seu e-mail: *


Informar o mesmo e-mail pelo qual você recebeu o link para este questionário.

1.2 Informe o seu telefone para contato com DDD:


Informar o seu melhor telefone com DDD para contato da pesquisadora diretamente com você, inclusive por
whatsapp.

1.3 Qual a sua faixa etária? *


Você deve marcar a opção correspondente à faixa de idade na qual está inserido(a).

Abaixo de 20 anos

Entre 20 e 29 anos

Entre 30 e 39 anos
124

Entre 40 e 49 anos

Entre 50 e 59 anos

Acima de 60 anos

1.4 Qual o seu sexo?

Feminino

Masculino

Outro:

TÓPICO II – INFORMAÇÕES ACADÊMICAS RELACIONADAS AO NÍVEL DE


ESCOLARIDADE

2.1 Qual a sua escolaridade? *


Você deve marcar o último nível de escolaridade que CONCLUIU antes do curso PROEJA atual.

Ensino Fundamental da Educação de Jovens e Adultos (EJA)

Ensino Médio da Educação de Jovens e Adultos (EJA)

Ensino Fundamental – Regular

Ensino Médio – Regular

Ensino Fundamental – PROEJA

Ensino Médio – PROEJA

Outro:

2.2 Em que ano você concluiu a ESCOLARIDADE ANTERIOR ao curso técnico


PROEJA que está cursando no momento? *
Você deve informar o ano que concluiu o nível de ensino informado na PERGUNTA ANTERIOR (2.1). Caso
seja egresso ou concluinte, considerar o último curso concluído ANTES do curso PROEJA mais recente.

2.3 Qual o nome da instituição de ensino onde você concluiu o último nível de
escolaridade? *
Você deve informar o nome da ESCOLA, CENTRO, ORGANIZAÇÃO NÃO GOVERNAMENTAL (ONG) ou
INSTITUTO onde concluiu o nível de ensino informado na PERGUNTA 2.1.

2.4 Qual o nome do seu último curso técnico ou qualificação profissional concluído?
Responder APENAS se o curso informado PERGUNTA 2.1 se tratar de CURSO TÉCNICO, FORMAÇÃO
INICIAL E CONTINUADA ou QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL em uma escola estadual, municipal, federal,
privada ou ONG.

2.5 Em qual rede de ensino você cursou o último nível de escolaridade CONCLUÍDO?
125

Marcar a opção referente à rede de ensino na qual CONCLUIU o nível de escolaridade que você informou na
PERGUNTA 2.1.

Rede pública municipal

Rede pública estadual

Rede pública federal

Rede privada

Organização Não Governamental – ONG

Não sei informar

Outro:

2.6 Na escola onde CONCLUIU sua ESCOLARIDADE ANTERIOR, existiam


computadores, notebooks, tablets ou outros equipamentos/dispositivos tecnológicos
disponíveis? *
Considere a escola onde você CONCLUIU sua escolaridade ANTERIOR ao curso técnico PROEJA atual. Esta
pergunta PERMITE MAIS DE UMA RESPOSTA.

Sim, na biblioteca.

Sim, na sala de aula.

Sim, no(s) laboratório(s) de informática.

Sim, na sala dos professores.

Não existiam dispositivos tecnológicos disponíveis para minha utilização.

Outro:

2.7 Você tinha acesso aos computadores, notebooks, tablets e/ou demais dispositivos
tecnológicos existentes na escola onde CONCLUIU sua ESCOLARIDADE ANTERIOR
ao curso técnico PROEJA atual? *
Você deve responder a essa pergunta APENAS se respondeu "SIM" na pergunta anterior
(2.6).

Sim, COM AUXÍLIO de um(a) professor(a).

Sim, SEM AUXÍLIO de um(a) professor(a).

Eu não tinha acesso aos equipamentos tecnológicos.

Outro:

2.8 Com quais finalidades você costumava utilizar os computadores, notebooks, tablets
e/ou demais dispositivos tecnológicos existentes na escola onde CONCLUIU sua
ESCOLARIDADE ANTERIOR ao curso técnico PROEJA atual?
Você deve responder a essa pergunta APENAS se respondeu "SIM" na pergunta anterior (2.7).
126

2.9 Na escola onde você CONCLUIU sua ESCOLARIDADE ANTERIOR, existia


INTERNET disponível nos laboratórios de informática, salas de aula, sala dos
professores, corredores e/ou biblioteca? *
Considere a escola onde você CONCLUIU sua escolaridade ANTERIOR ao curso técnico PROEJA atual. Esta
pergunta PERMITE MAIS DE UMA RESPOSTA.

Sim, na biblioteca.

Sim, na sala de aula.

Sim, no(s) laboratório(s) de informática.

Sim, na sala dos professores.

Sim, nos corredores da escola.

Não existia internet na escola.

Outro:

2.10 Você tinha acesso à INTERNET disponível na escola onde concluiu sua
ESCOLARIDADE ANTERIOR ao curso técnico PROEJA atual? *

Sim, COM AUXÍLIO de um(a) Professor(a).

Sim, SEM AUXÍLIO de um(a) Professor(a).

Eu não tinha acesso à internet.

Outro:

2.11 Com quais finalidades você utilizava a INTERNET existente na escola onde
CONCLUIU sua ESCOLARIDADE ANTERIOR ao curso técnico PROEJA atual?
Você deve responder a essa pergunta APENAS se respondeu "SIM" na pergunta anterior (2.10).

2.12 Há outras observações importantes que gostaria de registrar?

TÓPICO III – INFORMAÇÕES ACADÊMICAS RELACIONADAS AO CURSO


ATUAL

3.1 A qual curso técnico PROEJA do IFPE Campus Recife você está vinculado
atualmente? *
Você deve responder com o NOME DO CURSO TÉCNICO PROEJA mais recente, ofertado pelo IFPE Campus
Recife, no qual está matriculado, integralizado ou é egresso.

3.2 Qual a sua situação com relação ao curso técnico PROEJA do IFPE Campus Recife?
127

Matriculado e cursando.

Egresso (CONCLUÍ o estágio obrigatório).

Integralizado (ainda NÃO CONCLUÍ o estágio obrigatório).

Integralizado (ainda NÃO INICIEI o estágio obrigatório).

Matrícula vínculo.

Outro:

3.3 Em que ano você INICIOU o curso técnico PROEJA no IFPE Campus Recife? *
Você deve responder com o ano de início do curso informado na PERGUNTA 3.1.

3.4 Qual período/módulo do curso técnico PROEJA você está cursando atualmente no
IFPE Campus Recife?
Não responder caso tenha marcado o status "Matrícula Vínculo", "INTEGRALIZADO" ou "EGRESSO" na
PERGUNTA 3.2.

3.5 Em que ano você CONCLUIU o curso técnico PROEJA mais recente, do IFPE
Campus Recife?
Você deve responder APENAS se marcou a opção "EGRESSO" na PERGUNTA 3.2. Se ainda NÃO CONCLUIU
o curso, deixar a pergunta em branco.

3.6 Qual a sua situação com relação à disciplina INFORMÁTICA BÁSICA, que compõe
as disciplinas do seu curso técnico PROEJA no IFPE Campus Recife? *

Matriculado e cursando.

Ainda não cursei a disciplina.

Aprovado.

Reprovado.

Outro:

3.7 Durante o seu curso técnico PROEJA no IFPE Campus Recife, existem/existiam
computadores, notebooks, tablets e/ou outros equipamentos/dispositivos tecnológicos
digitais disponíveis nos laboratórios de informática, salas de aula, sala dos professores
e/ou bibliotecas? *
Esta pergunta PERMITE MAIS DE UMA RESPOSTA.

Sim, na sala de aula.

Sim, na sala dos professores.


128

Sim, nos laboratórios de informática

Sim, na biblioteca.

Não existem equipamentos/dispositivos tecnológicos disponíveis no IFPE.

Outro:

3.8 Você tem ou já teve acesso aos computadores, notebooks, tablets e/ou demais
equipamentos/dispositivos tecnológicos digitais existentes na escola durante o seu curso
técnico PROEJA no IFPE Campus Recife?
Você deve responder APENAS se a resposta da pergunta anterior (3.7) foi "SIM".

Sim, COM AUXÍLIO de um(a) Professor(a).

Sim, SEM AUXÍLIO de um(a) Professor(a).

Não tenho ou nunca tive acesso.

Outro:

3.9 Com quais finalidades você utiliza ou utilizava os computadores, notebooks, tablets
e/ou demais equipamentos/dispositivos tecnológicos digitais disponíveis durante o seu
curso técnico PROEJA no IFPE Campus Recife?
Você deve responder APENAS se a resposta da PERGUNTA ANTERIOR (3.8) foi "SIM".

3.10 Você tem ou já teve acesso à INTERNET disponível no IFPE Campus Recife
durante seu curso técnico PROEJA mais recente? *
Considerar o curso técnico PROEJA informado na pergunta 3.1.

Sim, COM AUXÍLIO de um(a) Professor(a).

Sim, SEM AUXÍLIO de um(a) Professor(a).

Não tenho ou nunca tive acesso

Outro:

3.11 Com quais finalidades você utiliza ou utilizava a INTERNET disponível no IFPE
Campus Recife durante o seu curso técnico PROEJA mais recente?
Você deve responder APENAS se a resposta da PERGUNTA ANTERIOR (3.10) foi "SIM".

3.12 Você possui equipamentos ou dispositivos tecnológicos digitais (TV Smart,


computador, notebook, smartphone, entre outros) na sua residência? *

Tenho equipamentos/dispositivos tecnológicos digitais e SEI UTILIZAR.

Tenho equipamentos/dispositivos tecnológicos digitais, mas PREFIRO NÃO


UTILIZAR.

Tenho equipamentos/dispositivos tecnológicos digitais, mas NÃO SEI UTILIZAR.


129

Não tenho equipamentos/dispositivos tecnológicos digitais.

3.13 Quais equipamentos ou dispositivos tecnológicos digitais você possui na sua


residência? *
Esta pergunta PERMITE MAIS DE UMA RESPOSTA.

Smartphone

Computador de mesa (com CPU)

Notebook

Tablet

TV Smart (com internet e aplicativos)

Não possuo equipamentos/dispositivos tecnológicos digitais.

Outro:

3.14 Você costuma utilizar INTERNET na sua residência? *


Esta pergunta PERMITE MAIS DE UMA RESPOSTA.

Sim, utilizo Wi-fi e/ou internet móvel (3G, 4G ou outros)

Tenho internet na minha residência, mas PREFIRO NÃO UTILIZAR.

Tenho internet na minha residência, mas NÃO SEI UTILIZAR.

Não tenho internet na minha residência.

Outro:

3.15 Há outras observações importantes que gostaria de registrar?

TÓPICO IV – INFORMAÇÕES PROFISSIONAIS E EXPECTATIVAS


FORMATIVAS E PROFISSIONAIS DO ESTUDANTE

4.1 Você já teve sua 1ª experiência de emprego? *

Sim

Não

4.2 Você se encontra empregado atualmente?

Sim

Não

4.3 Qual a sua modalidade de emprego atual?


Você deve responder apenas se marcou "SIM" na PERGUNTA ANTERIOR (4.2). Esta pergunta PERMITE
130

MAIS DE UMA RESPOSTA.

Carteira assinada (CLT)

Informal

Autônomo(a)

Contrato por tempo determinado

Contrato por tempo indeterminado

Voluntário

Contrato como Pessoa Jurídica (freelancer)

Servidor público

Outro:

4.4 Quais eram as suas expectativas formativas ANTES DE SE MATRICULAR no seu


atual curso técnico PROEJA do IFPE Campus Recife? *
Esta pergunta PERMITE MAIS DE UMA RESPOSTA.

Me inserir no mercado de trabalho

Mudar de área profissional

Adquirir novos conhecimentos

Possuir a formação de nível técnico

Retornar ao mercado de trabalho

Concluir meus estudos

Outro:

4.5 Quais são as suas expectativas profissionais APÓS TER CONCLUÍDO o seu curso
PROEJA no IFPE Campus Recife?
Responder apenas se for estudante EGRESSO do curso técnico em Refrigeração e Climatização (PROEJA) do
IFPE Campus Recife. Se ainda não concluiu o curso, deixar a resposta em branco.

4.6 Há outras observações importantes que gostaria de registrar?

Este conteúdo não foi criado nem aprovado pelo Google.


Formulários
131

APÊNDICE B – CONVITE AO ESTUDANTE

Campus Olinda

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA –


PROFEPT
MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA EM
REDE NACIONAL

CONVITE AO ESTUDANTE

Caro(a) estudante,

Você é nosso convidado(a) a participar como VOLUNTÁRIO(A) da Pesquisa de Mestrado


Profissional em Educação, do IFPE – Campus Olinda intitulada "AS PERCEPÇÕES DE
ESTUDANTES ADULTOS DA EJA INTEGRADA À EPT (PROEJA) SOBRE A INCLUSÃO
DIGITAL AO LONGO DA FORMAÇÃO".

A pesquisa tem como objetivo principal “compreender as percepções de estudantes da educação de


jovens e adultos integrada à educação profissional e tecnológica sobre a inclusão digital ao longo da
formação técnica de nível médio”, sob a responsabilidade da mestranda e pesquisadora Tatiana Lira
de Freitas e orientação da Prof.ª Dra.ª Valquíria Farias Bezerra Barbosa. A pesquisadora poderá ser
encontrada por meio dos telefones e endereços fornecidos no Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) assinado, disponível para download na seção seguinte.

Sua participação consistirá, primeiramente, em responder ao QUESTIONÁRIO ON-LINE, que


sucederá ao TCLE presente na seção seguinte. O questionário será composto por 37 perguntas,
distribuídas em 4 tópicos, e aceitará respostas até o dia 20/02/2022.

As perguntas presentes no questionário on-line são relacionadas às suas trajetórias formativas e


profissionais, durante os ensinos fundamental e/ou médio, na modalidade de EJA e/ou PROEJA. As
perguntas referem-se também às suas expectativas em relação ao curso escolhido e à (re)inserção
profissional, com a finalidade de levantar o perfil dos estudantes do curso técnico PROEJA ao qual
você está vinculado atualmente.

Contudo, antes de responder às perguntas do questionário on-line, é importante que você leia e
concorde com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido disponível na página seguinte.

Você poderá ser também convidado para uma segunda etapa de coleta de dados, que será realizada
por meio de entrevista presencial. Nesse caso, a pesquisadora fará um segundo contato confirmando
este convite. A entrevista será uma conversa particular e sigilosa entre você e a pesquisadora.
Sua participação é muito importante! Contamos com você!

Tatiana Lira de Freitas


Mestranda e pesquisadora em Educação Profissional e Tecnológica em Rede Nacional – ProfEPT
IFPE – Campus Olinda
E-mail: [email protected]
Telefone: (81) 9-9934-7096
132

APÊNDICE C – ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA COM OS


ESTUDANTES

Campus Olinda

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA –


PROFEPT
MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA EM
REDE NACIONAL

AS PERCEPÇÕES DE ESTUDANTES DA EJA INTEGRADA À EPT (PROEJA)


SOBRE A INCLUSÃO DIGITAL AO LONGO DA FORMAÇÃO

ROTEIRO DE ENTREVISTA

ENTREVISTA E

ETAPA I – SOBRE O COTIDIANO DO PARTICIPANTE

[1] Para você o que são as tecnologias digitais? O que elas representam para você?

[2] Você costuma utilizar as tecnologias digitais (como notebook, caixa eletrônico,
aplicativos de banco no celular), entre outros, no seu dia a dia? Com qual finalidade?

[3] Saber utilizar as tecnologias digitais (como caixa eletrônico, smartphone, notebook, entre
outros), é importante para você? Por quê?

[4] Você sente dificuldade para utilizar as tecnologias digitais no seu dia a dia? Quais são as
maiores dificuldades que você tem ou que você sente?

[5] Você já precisou pedir ajuda para utilizar as tecnologias digitais às pessoas mais próximas?
Como se sentiu na ocasião?

[6] Em quais ocasiões você precisou de ajuda utilizar as tecnologias digitais?

[7] Para você o que é a inclusão digital?

[8] Você se vê como uma pessoa incluída ou excluída do mundo digital? Por quê?

ETAPA II – SOBRE A EXPERIÊNCIA FORMATIVA NO PROEJA

[9] Saber utilizar as tecnologias digitais com acesso à internet (como notebook, computador,
tablet, smartphone, entre outros), é importante para a sua formação técnica? Por quê?

[10] O que você esperava aprender sobre as tecnologias digitais ao início do seu curso
PROEJA? Suas expectativas estão sendo/foram atendidas?
133

[11] Os professores do seu curso PROEJA costumavam utilizar as tecnologias digitais como
apoio durante as aulas (Exemplo: tablets, quadro digital, Datashow, notebook, entre outros)?
Quais eram as principais tecnologias utilizadas?

[12] Os professores demonstravam ter conhecimento suficiente para utilização das


tecnologias em sala de aula ou laboratórios? De que forma os professores demonstravam ter
ou não esse conhecimento suficiente?

[13] Quais aulas ou atividades realizadas durante seu curso te ajudaram a aprender sobre
como utilizar melhor as tecnologias digitais?

[14] Que sugestões você daria para melhorar o ensino sobre o uso das tecnologias no seu
curso técnico PROEJA?

[15] Nos últimos 2 anos, com a pandemia de COVID-19, você teve dificuldades para utilizar
as tecnologias digitais durante o seu curso PROEJA? Quais as principais dificuldades?

ETAPA III – SOBRE AS EXPERIÊNCIAS PROFISSIONAIS

[16] Durante as entrevistas de emprego, você já precisou falar sobre o seu conhecimento ou
habilidades para uso das tecnologias digitais?

[17] Após ser contratado para trabalhar, você já precisou demonstrar conhecimentos ou
habilidades para uso das tecnologias digitais? Como se sentiu na ocasião?

Pesquisadora: [18] No seu ambiente de trabalho, você precisa ou já precisou utilizar as


tecnologias digitais para realizar suas atividades? Com qual finalidade?

Pesquisadora: [19] Você já precisou pedir ajuda aos colegas de trabalho para utilizar as
tecnologias digitais? Como se sentiu na ocasião?

[20] Você entende que as tecnologias digitais são úteis no seu ambiente de trabalho? Por quê?

[21] O que você considera importante aprender sobre as tecnologias digitais durante o seu
curso técnico PROEJA, para utilização no seu ambiente de trabalho?

[22] Para você, saber utilizar as tecnologias digitais é importante para o seu crescimento
profissional? Por quê?

Local e data:
134

APÊNDICE D – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Campus Olinda

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

AS PERCEPÇÕES DE ESTUDANTES DA EJA INTEGRADA À EPT (PROEJA)


SOBRE A INCLUSÃO DIGITAL AO LONGO DA FORMAÇÃO

Pesquisadora responsável: Tatiana Lira de Freitas


Fones para contato: (81) 99934-7096 / 2125-1798 / (81) 99311-9050 (inclusive a cobrar)
Endereço: Instituto Federal de Pernambuco – Campus Recife
Av. Prof. Luiz Freire, 500, Cidade Universitária, Recife/PE, CEP 50740-545
E-mail: [email protected]
Horário de Trabalho: Segunda a Sexta-feira, das 8 às 17h

Você é nosso (a) convidado (a) a participar como voluntário (a) da pesquisa, que tem como
finalidade “compreender as percepções de estudantes da educação de jovens e adultos
integrada à educação profissional e tecnológica sobre a inclusão digital ao longo da formação
técnica de nível médio”.

Essa pesquisa estará sob a responsabilidade da mestranda e pesquisadora Tatiana Lira de


Freitas e orientação da Prof.ª Dra.ª Valquíria Farias Bezerra Barbosa. A pesquisadora poderá
ser encontrada por meio dos telefones e endereços fornecidos acima.

Após ler atentamente as informações sobre a pesquisa, presentes neste Termo de


Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) assinado pela pesquisadora, é de fundamental
importância que, no caso de sua aceitação em participar de forma espontânea e voluntária,
você o guarde como documento comprobatório.

Ao marcar a opção "Sim. Li o TCLE e concordo em participar da pesquisa.", na seção “Termo


de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE”, do link de redirecionamento enviado ao seu
e-mail, você estará de acordo com este TCLE. Tal resposta corresponderá ao seu
consentimento em participar espontânea e voluntariamente da pesquisa e de sua etapa de
aplicação do QUESTIONÁRIO ON-LINE, bem como da etapa de respostas à ENTREVISTA,
que será realizada na forma presencial e sucederá o questionário on-line. Contudo, ao marcar
"Não concordo em participar da pesquisa.", o questionário será imediatamente finalizado.

Ressaltamos que, mesmo após consentir em participar da pesquisa, você poderá desistir e
retirar o seu consentimento a qualquer tempo, sem a necessidade de justificativas ou
explicações sobre sua decisão. Decidir por não participar é um direito seu! Dessa forma, caso
você desista de participar, não será prejudicado (a) de nenhuma maneira.

Para retirada do consentimento, você poderá acessar o link


https://forms.gle/voknwJK8madMWrAr5 e marcar a opção “Confirmo a retirada do meu
consentimento em participar da pesquisa”. Após a confirmação da retirada do consentimento
pelo link disponibilizado, a pesquisadora o responderá por e-mail, confirmando ciência sobre
135

a sua decisão.

I- INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA:

A pesquisadora buscará dados e informações para a pesquisa por intermédio da aplicação do


questionário on-line e da entrevista semiestruturada, que será realizada no formato presencial,
com os (as) estudantes do curso de Refrigeração e Climatização (PROEJA), do IFPE Campus
Recife.

O questionário on-line será composto por 31 perguntas, distribuídas em 4 tópicos, e será


aplicado através do compartilhamento do link de redirecionamento para o Formulários
Google®, que foi enviado para o seu e-mail pessoal ou institucional. As perguntas são
relacionadas às suas trajetórias formativas e profissionais, durante os ensinos fundamental
e/ou médio, na modalidade de EJA e/ou PROEJA. As perguntas referem-se também às suas
expectativas em relação ao curso escolhido e à (re)inserção profissional, com a finalidade de
levantar o perfil dos estudantes do curso PROEJA.

O questionário on-line é composto pelos seguintes tópicos: Tópico I – Identificação do


estudante; Tópico II - Informações acadêmicas relacionadas ao nível de escolaridade; Tópico
III - Informações acadêmicas relacionadas ao curso atual; e Tópico IV - Informações
profissionais e expectativas formativas e profissionais do estudante.

Você poderá se reservar no direito de não responder às perguntas com as quais não se sinta
confortável, sem a necessidade de explicação ou justificativa. Contudo, ao optar por não
responder às PERGUNTAS OBRIGATÓRIAS, sua possível participação na etapa de
entrevistas será inviabilizada.

O e-mail com o link de redirecionamento para o convite e para o questionário on-line foi
enviado no formato de lista em cópia oculta (Cco), a fim de garantir o sigilo do contato dos
candidatos a participantes. De modo que as suas informações de contato não sejam
visualizadas pelos demais candidatos, mas apenas pelas pesquisadoras, tanto no e-mail de
envio do link quanto após a resposta ao questionário on-line.

Você poderá ser também convidado para uma segunda etapa de coleta de dados, que será
realizada por meio de entrevista. Nesse caso, a pesquisadora fará um segundo contato
confirmando o convite. A entrevista será uma conversa particular entre a pesquisadora e o (a)
estudante, para resposta a 14 perguntas sobre suas percepções com relação à inclusão digital
ao longo da sua formação técnica de nível médio e as contribuições de tal inclusão para a sua
(re)inserção no mundo do trabalho.

Durante a entrevista, haverá a necessidade de gravação das suas falas, que serão
posteriormente transcritas, duas vezes corrigidas e os áudios descartados. Contudo, você
poderá se reservar no direito de não responder às perguntas com as quais não se sinta
confortável, sem a necessidade de explicação ou justificativa, sem prejuízo de qualquer
natureza.

A entrevista poderá ser realizada em um local escolhido por você, onde se sinta mais
protegido e confortável, com a privacidade necessária para responder às perguntas que serão
realizadas. A data e o horário de realização da entrevista serão combinados com você, para
não atrapalhar sua rotina profissional, pessoal e estudantil. A duração da entrevista será de
cerca de 45-60 minutos.
136

Em virtude do contexto pandêmico de SARS-COV-2 (Covid-19), existe o risco de infecção


pelo vírus durante a entrevista presencial. Contudo, na intenção de reduzir os riscos de
infecção, serão disponibilizados pela pesquisadora, durante a realização da entrevista, álcool
líquido 70º INPM e máscara de proteção descartável com tripla camada e clipe nasal, que
deverá ser utilizada pela pesquisadora e pelo (a) participante.

Ademais, será disponibilizada uma sala do IFPE – Campus Recife, com ventilação natural e
com possibilidade de distância mínima de 2 metros entre pesquisadora e participante, de
acordo com os protocolos de prevenção e enfrentamento à COVID-19, definidos pelo
Ministério da Saúde e pelo IFPE.

Os riscos de sua participação na pesquisa são relacionados também ao constrangimento de


revelar informações sobre suas experiências pessoais e à exposição de aspectos difíceis da
sua trajetória formativa e/ou profissional. Contudo, como forma de minimizar esses riscos,
você sempre terá a opção de não responder às questões com as quais não se sinta confortável
ou de interromper a entrevista e retomá-la em momento oportuno, se assim desejar.

Ainda como forma de minimizar os riscos da sua participação, as suas informações serão
mantidas em sigilo, de modo que será usada uma sigla correspondente ao número da sua
entrevista (exemplo: E1, E2, E3...), durante todas as etapas da pesquisa. Lembramos que a
sua participação é de livre e espontânea vontade e que você poderá se retirar da pesquisa
quando achar oportuno, não havendo nenhum tipo de prejuízo, de qualquer natureza.

Em virtude da utilização do ambiente virtual e dos meios eletrônicos, para suprir a demanda
por coleta de dados de forma não presencial, e das limitações das tecnologias utilizadas, há
o risco de violação e vazamentos dos dados coletados dos participantes, por ocasião da
possibilidade de ações de hackers contra a privacidade da conta de e-mail e de
armazenamento em nuvem, vinculadas ao endereço de e-mail
<[email protected]>, pertencente à pesquisadora responsável, durante a coleta de
dados. Há também o risco de perda ou roubo do notebook pessoal da pesquisadora e de acesso
ao teor das informações por terceiros, após a coleta de dados. Ademais, a garantia de total
confidencialidade dos dados coletados limitam-se à política de Privacidade do Gmail
Google®, que pode ser acessado por meio do link https://policies.google.com/privacy?hl=pt-
BR.

Como forma de reduzir esses riscos, os dados e informações bem como os relatos escritos e
os registros de consentimento livre e esclarecido, coletados por intermédio do questionário
on-line e da entrevista, serão arquivados pelo período de cinco anos, sob a guarda da
pesquisadora responsável, Tatiana Lira de Freitas.

O local de armazenamento dos dados, após a coleta, será o notebook pessoal da pesquisadora,
na unidade (D:) do disco rígido de uma das contas locais do dispositivo, denominada
“Pesquisa”, que será protegida com senha e será reservada, exclusivamente, para esta
pesquisa de Mestrado Profissional. Após a finalização da coleta de dados, todos os dados ou
registros coletados serão mantidos apenas na conta local do notebook pessoal, após download,
e deletados do armazenamento em nuvem e do Formulários Google®.

A conta local do dispositivo será acessada apenas pela pesquisadora e pela orientadora, ou
pelo Comitê de Ética em Pesquisa, em caso de solicitação formal. O download dos dados
coletados virtualmente e armazenados em nuvem, bem como a conectividade à internet na
conta local destinada à pesquisa, se darão por meio de rede de internet particular ou
137

institucional, a fim de evitar acesso ao tráfego de dados por terceiros não autorizados.

Salientamos, ainda, que será reservada uma pasta local e individual correspondente a cada
participante (Exemplo: P1, P2, P3, P4...), na unidade (D:) do disco rígido, como forma de
guardar o sigilo das informações pessoais dos demais participantes nas ocasiões de
solicitação de acesso ao teor do material coletado. Cada participante poderá acessar apenas a
pasta corresponde aos seus próprios relatos e informações.

Os benefícios da pesquisa são a troca de conhecimentos e informações, o diálogo


compartilhado como forma de fortalecimento da autonomia dos estudantes da EJA integrada
à EPT (PROEJA) e a promoção de melhorias na qualidade do ensino e da formação
profissional e tecnológica ao longo do curso, na perspectiva da omnilateralidade. A pesquisa
ainda ajudará a compreender as necessidades de formação profissional e tecnológica dos
estudantes do seu curso, que poderão usufruir de um processo educativo fortemente
comprometido com a formação integral, no âmbito da Rede Federal de Educação Profissional,
Científica e Tecnológica (RFEPCT).

Os dados coletados serão utilizados para estudos no Curso de Mestrado Profissional em


Educação Profissional e Tecnológica em Rede Nacional (ProfEPT), ofertado pelo Instituto
Federal de Pernambuco (IFPE) – Campus Olinda, para publicação em revistas e periódicos
acadêmicos e científicos e, ainda, para apresentações em congressos que se preocupem com
melhorias na qualidade do ensino para a EJA integrada à EPT, no âmbito do Programa
Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de
Educação de Jovens e Adultos (PROEJA).

A divulgação dos resultados obtidos com a pesquisa será feita por meio da disponibilização
do material produzido aos participantes da pesquisa, por meio de arquivo em PDF, enviado
via e-mail, bem como ficarão à disposição da instituição pesquisada uma cópia por escrito
(conforme a Resolução CNS 510/16, Art. 10º).

Esclarecemos que o (a) estudante não receberá pagamento por sua participação na pesquisa,
assim como não terá despesas financeiras relacionadas às etapas da pesquisa. Caso o (a)
estudante julgue que sofreu qualquer tipo de dano decorrente da sua participação na pesquisa,
terá o direito de ser indenizado(a).

Em caso de dúvidas relacionadas aos aspectos éticos da pesquisa, você poderá consultar o
Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos do Centro Acadêmico de Vitória
(CAV) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), localizado na Rua Dr. João Moura,
92 – Bela Vista, Vitória de Santo Antão/PE (CAV- ANEXO) – CEP: 55.612-440. Você poderá
entrar em contato através do telefone (81) 3114 -4152 ou do e-mail <[email protected]>.

O Comitê de Ética em Pesquisa é o órgão responsável por aprovar e acompanhar a pesquisa,


certificando-se de que os pesquisadores estão agindo com a devida conduta ética e
assegurando o interesse e direito dos participantes na sua dignidade.

(assinatura da pesquisadora)
138

APÊNDICE E – ENCARTE DO PRODUTO EDUCACIONAL


Link de redirecionamento: https://view.genial.ly/62867a590af8140017ee3d2a/learning-
experience-didactic-unit-pe-introducao-a-tdic-na-ept-alternativas-orientadas-a-inclusao-dig
139
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163

APÊNDICE F – FORMULÁRIO AVALIATIVO DO PRODUTO EDUCACIONAL

Campus Olinda

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA


EM REDE NACIONAL – ProfEPT
MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

TÍTULO DA PESQUISA: AS PERCEPÇÕES DE ESTUDANTES DA EJA INTEGRADA À EPT


(PROEJA) SOBRE A INCLUSÃO DIGITAL AO LONGO DA FORMAÇÃO

QUESTIONÁRIO AVALIATIVO

E-mail: *

CONVITE AO AVALIADOR(A)
Caro(a) Professor(a),

Você é nosso convidado(a) a participar da fase de aplicação e avaliação do Produto


Educacional "Introdução às Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação na Educação
Profissional e Tecnológica: alternativas orientadas à inclusão digital", resultante da pesquisa
de mestrado intitulada "AS PERCEPÇÕES DE ESTUDANTES DA EJA INTEGRADA À
EPT (PROEJA) SOBRE A INCLUSÃO DIGITAL AO LONGO DA FORMAÇÃO",
vinculada ao Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica em Rede
Nacional (ProfEPT), ofertado pelo IFPE – Campus Olinda.

A pesquisa tem como objetivo principal “compreender as percepções de estudantes da


educação de jovens e adultos integrada à educação profissional e tecnológica sobre a inclusão
digital ao longo da formação técnica de nível médio”, sob a responsabilidade da mestranda e
pesquisadora Tatiana Lira de Freitas e orientação da Prof.ª Dra.ª Valquíria Farias Bezerra
Barbosa.

Sua participação consistirá na avaliação do minicurso autoinstrucional e interativo, destinado


aos docentes vinculados ao Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com
a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA), até
15/06/2022, que poderá ser acessado por meio do link abaixo:
https://view.genial.ly/62867a590af8140017ee3d2a/learning-experience-didactic-unit-pe-
introducao-a-tdic-na-ept-alternativas-orientadas-a-inclusao-dig.

As perguntas presentes no questionário de avaliação são relacionadas à apresentação gráfica


e interatividade, ao conteúdo abordado, à clareza da linguagem, à bibliografia e aos recursos
multimídia utilizados (animação, entrevistas e palestras em vídeo, podcast, entre outros), bem
como a sequência lógica dos módulos e dos tópicos apresentados.

Sua contribuição será de grande importância para o aprimoramento da versão final do


Produto Educacional, que será apresentado à Banca de Defesa da Dissertação.
164

Tatiana Lira de Freitas


Mestranda do Programa de Mestrado em Educação Profissional e Tecnológica em Rede
Nacional – ProfEPT
IFPE – Campus Olinda
E-mail: [email protected]
Telefone: (81) 9 9934-7096

Você concorda em participar da pesquisa, voluntariamente, como avaliador(a) do protótipo


do produto educacional "Introdução às Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação
na Educação Profissional e Tecnológica: alternativas orientadas à inclusão digital"? *

Sim. Concordo em participar da aplicação e avaliação.

Não concordo em participar da pesquisa.

PERFIL DO(A) AVALIADOR(A)

E-mail institucional: *

Nome completo: *

Vínculo com o IFPE: *


Marque as opções de melhor se aplicam.

Docente

Pedagoga(o)

Coordenador(a) de curso

Estudante

Não se aplica

Outro:

Caso não tenha vínculo com o IFPE, a qual instituição está vinculado?

Nível de titulação: *
Marque as opções de melhor se aplicam.

Graduação

Especialização
165

Mestrado

Doutorado

Pós-doutorado

Outro:

AVALIAÇÃO DO MATERIAL

1. Os conteúdos abordados estão alinhados aos objetivos do minicurso? *

1 2 3 4 5

Discordo totalmente Concordo totalmente

2.Os conteúdos abordados estão fundamentados em bibliografia adequada e atualizada?


*

1 2 3 4 5

Discordo totalmente Concordo totalmente

3. Os conteúdos abordados estão adequados ao público-alvo? *

1 2 3 4 5

Discordo totalmente Concordo totalmente

4. O design gráfico está adequado ao público-alvo? *

1 2 3 4 5

Discordo totalmente Concordo totalmente

5. Os recursos interativos utilizados (botões, janelas e caixas, link e reprodutores)


facilitam a compreensão do conteúdo abordado? *

1 2 3 4 5

Discordo totalmente Concordo totalmente

6. Os recursos multimídia on-line utilizados (entrevistas e animações em vídeo, podcast


e links para exibição ou download) atendem, satisfatoriamente, à proposta do minicurso
autoinstrucional e interativo? *

1 2 3 4 5
166

Discordo totalmente Concordo totalmente

7. Os recursos interativos utilizados (botões "iniciar", "módulos", avançar/retroceder,


página inicial, conteúdo e respostas) facilitam o fluxo adequado do minicurso? *

1 2 3 4 5

Discordo totalmente Concordo totalmente

8. A sequência lógica dos módulos está adequada à compreensão do conteúdo abordado?


*

1 2 3 4 5

Discordo totalmente Concordo totalmente

9. A linguagem utilizada está adequada à compreensão do conteúdo abordado e ao


público-alvo? *

1 2 3 4 5

Discordo totalmente Concordo totalmente

10. O minicurso possui clareza, coerência e objetividade? *

1 2 3 4 5

Discordo totalmente Concordo totalmente

Há sugestões, críticas ou observações que gostaria de registrar? *

Este conteúdo não foi criado nem aprovado pelo Google.

Formulários
167

ANEXOS

ANEXO A – PARECER CONSUBSTANCIADO DO CAV/UFPE


168
169
170
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172
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ANEXO B – PROTOCOLO DE SEGURANÇA – INSTITUTO FEDERAL DE


PERNAMBUCO
180
181

ANEXO C – ARTIGO ACADÊMICO PUBLICADO NO E-BOOK DO 8º


ENCONTRO DE PESQUISA EDUCACIONAL EM PERNAMBUCO (EPEPE)
Link de redirecionamento: https://editorarealize.com.br/edicao/detalhes/e-book-viii-epepe

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