DISSERTAÇÃO - Rúbia Quaresma de Freitas
DISSERTAÇÃO - Rúbia Quaresma de Freitas
DISSERTAÇÃO - Rúbia Quaresma de Freitas
João Pessoa – PB
2020
RÚBIA QUARESMA DE FREITAS
JOÃO PESSOA – PB
2020
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação – (CIP)
Biblioteca Nilo Peçanha do IFPB, campus João Pessoa
Aprovado em 09/06/2020.
COMISSÃO EXAMINADORA
________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Andréa de Lucena Lira
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba – IFPB
(Orientadora)
________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Carolina Silva de Medeiros
Universidade Federal de Campina Grande – UFCG
(Membro Externo)
________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Andréa Poletto Sonza
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – IFRS
(Membro Interno)
RÚBIA QUARESMA DE FREITAS
Aprovado em 09/06/2020.
COMISSÃO EXAMINADORA
________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Andréa de Lucena Lira
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba – IFPB
(Orientadora)
________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Carolina Silva de Medeiros
Universidade Federal de Campina Grande – UFCG
(Membro Externo)
________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Andréa Poletto Sonza
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – IFRS
(Membro Interno)
AGRADECIMENTOS
Não foi fácil chegar até aqui. O caminho para alcançar a linha de chegada foi
árduo e, ao mesmo tempo, prazeroso. Não trilhei esse caminho sozinha. Nesse momento, cabe
agradecer a todos que estiveram comigo nessa jornada.
Primeiramente a Deus por tudo e, especialmente, por ter me proporcionado no
momento certo a graça de ser aprovada no ProfEPT. Ao Frei Damião pela sensação de
espiritualidade e paz nos momentos preparatórios de estudos.
Aos meus pais, Maria de Lourdes e Rodrigues, por sempre acreditarem nas
minhas escolhas e vibrarem com as minhas conquistas.
Ao meu marido e companheiro Cláudio pela compreensão nas minhas ausências e
por entender que o mestrado era algo importante para mim, contribuindo diretamente para que
hoje eu pudesse estar aqui.
Aos meus amados filhos Renato, Rodrigo e Raíssa que sempre me incentivaram a
correr atrás dos meus sonhos (mestrado era um sonho) e pela postura madura que adotaram
quando estive em falta para com as minhas obrigações de mãe durante o período do mestrado.
A minha querida orientadora, Professora Andréa, pela sensibilidade com que
acolheu a minha ideia de pesquisa e pela dedicação durante todo o processo de construção
deste trabalho, dando valiosas contribuições e fazendo os ajustes necessários para que esta
dissertação fosse desenvolvida e concluída com rigor científico.
Aos meus irmãos que sempre torceram por mim e mesmo distantes me motivaram
e incentivaram a seguir minha vida acadêmica.
A todos os discentes do Programa, considerados hoje como amigos, pelo apoio
mútuo, por compartilharem alegrias e aflições no período do mestrado e, por fim, por
trilharem junto comigo e em linha tênue, o percurso para ser mestra.
Aos professores do ProfEPT que se dedicaram com amor à nossa turma e
tornaram as aulas prazerosas, apesar das atividades tensas.
Enfim, a todos àqueles que direta ou indiretamente contribuíram para a conclusão
deste trabalho, minha eterna gratidão!
Para as pessoas sem deficiência, a tecnologia
torna as coisas mais fáceis. Para as pessoas
com deficiência, a tecnologia torna as coisas
possíveis!
(RADABAUGH, 1993)
RESUMO
A presente pesquisa aborda o uso pedagógico dos recursos de Tecnologia Assistiva (TA)
como estratégia à promoção de acessibilidade das pessoas com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação à educação inclusiva. Esse
estudo também destaca a normatização voltada às pessoas com deficiência como garantia de
direitos, respeito aos princípios de igualdade e efetivação do acesso à classe comum,
apresentando leis, decretos e normas disponíveis. Por conseguinte, a legislação vigente,
muitas vezes desconhecida pelos professores, e a tecnologia assistiva são relevantes para
garantir a participação das pessoas com limitações ao convívio em salas comuns. Nesse
ínterim, o professor assume um papel importante no processo de inclusão escolar de alunos
com necessidades educacionais especiais. Por outro lado, não se pode conceber uma educação
inclusiva sem pensar na formação do professor em práticas voltadas ao uso de novas
tecnologias. E, considerando que as instituições da Rede Federal de Educação Profissional e
Tecnológica não foram contempladas com as Salas de Recursos Multifuncionais (SRM) e, por
conseguinte, o uso pedagógico dos recursos de TA em sala de aula ainda são restritos e pouco
conhecidos pelos professores, surge a seguinte questão de investigação: Como disseminar o
uso da tecnologia assistiva aos docentes da rede de ensino básico e técnico como recurso
pedagógico no processo de ensino e aprendizagem de alunos com necessidades educacionais
especiais? O objetivo principal consiste em divulgar aos profissionais da educação que a TA é
uma ferramenta de inclusão importante no processo de ensino dos alunos especiais da
Educação Profissional e Tecnológica. Para atingir aos objetivos propostos, este estudo optou
por utilizar um procedimento metodológico de natureza empírica classificada pela pesquisa
aplicada, com abordagem qualitativa, tipificada pelo estudo de caso com a aplicação de
questionário enquanto instrumento de coleta de dados. A pesquisa foi realizada com todos os
docentes do Campus do Instituto Federal da Paraíba (IFPB) em Monteiro e os resultados
apontaram para a necessidade de um curso de formação que proponha apresentar os recursos
de TA como ferramenta facilitadora no processo de ensino e aprendizagem dos alunos em sua
diversidade. E, por meio do Programa de Pós-graduação em Educação Profissional e
Tecnológica (ProfEPT), foi possível desenvolver, enquanto produto educacional, um curso de
formação continuada na modalidade EaD cuja temática principal foi a tecnologia assistiva e
suas possibilidades. A partir de sugestões apresentadas pelos participantes no primeiro
questionário, foi elaborada uma cartilha considerada como um segundo produto educacional
opcional e, ao mesmo tempo, complementar à pesquisa, no intuito de atingir um público mais
diversificado. De modo geral, os resultados advindos da avaliação dos produtos, apontaram a
importância da TA como ferramenta facilitadora no processo de aprendizagem de alunos
especiais, assim como a oferta de cursos preparatórios regulares ou eventos que possibilitem
aos professores, o acesso a essas metodologias educacionais.
This research addresses the pedagogical use of Assistive Technology (ED) resources as a
strategy to promote accessibility of people with disabilities, global developmental disorders
and high skills/gifting to inclusive education. This study also highlights the standardization
aimed at people with disabilities as a guarantee of rights, respect for the principles of equality
and effective access to the common class, presenting laws, decrees and available norms.
Therefore, the current legislation, often unknown by teachers, and assistive technology are
relevant to ensure the participation of people with limitations to living in common rooms. In
the meantime, the teacher assumes an important role in the process of school inclusion of
students with special educational needs. On the other hand, one cannot conceive an inclusive
education without thinking about teacher education in practices aimed at the use of new
technologies. And, considering that the institutions of the Federal Network of Professional
and Technological Education were not contemplated with the Multifunctional Resource
Rooms (RMS) and, therefore, the pedagogical use of ED resources in the classroom are still
restricted and little known by teachers, the following research question arises: How to
disseminate the use of technology assisted teachers of the basic and technical education
network as a pedagogical resource in the teaching and learning process of students with needs
special educational institutions? The main objective is to disclose to education professionals
that ED is an important inclusion tool in the teaching process of special students of
Professional and Technological Education. To achieve the proposed objectives, this study
chose to use a methodological procedure of empirical nature classified by the applied
research, with a qualitative approach, typified by the case study with the application of a
questionnaire as a data collection instrument. The research was conducted with all the
professors of the Campus of the Federal Institute of Paraíba (IFPB) in Monteiro and the
results pointed to the need for a training course that proposes to present the resources of ED as
a facilitating tool in the teaching and learning process of students in their diversity. And,
through the Graduate Program in Professional and Technological Education (ProfEPT), it was
possible to develop, as an educational product, a continuing education course in the EaD
modality whose main theme was assistive technology and its possibilities. Based on
suggestions presented by the participants in the first questionnaire, a booklet considered as a
second optional educational product was elaborated and, at the same time, complementary to
the research, in order to reach a more diverse audience. In general, the results resulting from
the evaluation of the products pointed out the importance of ED as a facilitating tool in the
learning process of special students, as well as the offer of regular preparatory courses or
events that enable teachers, access to these educational methodologies.
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 17
3 METODOLOGIA............................................................................................... 38
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA............................................................... 38
3.1.1 Quanto à classificação......................................................................................... 38
3.1.2 Quanto à abordagem........................................................................................... 39
3.1.3 Quanto à tipologia da pesquisa.......................................................................... 39
3.2 PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS .................................................. 40
3.3 PARTICIPANTES DA PESQUISA .................................................................... 40
3.4 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS E TRATAMENTO DAS
INFORMAÇÕES ................................................................................................. 44
REFERÊNCIAS.................................................................................................. 98
1 INTRODUÇÃO
1
A partir da década de 50, a ideia de integração surgiu com o intuito de acabar com a prática da exclusão social
de pessoas com deficiência (PcD). Este movimento tentou inserir as PcD nos sistemas sociais, como a educação,
o trabalho e o lazer. No entanto, a integração não exige nenhuma modificação da sociedade, sendo que esta passa
a aceitar as PcD desde que estas se adaptem aos modelos existentes. (SELAU, 2010).
2
O conceito de inclusão destaca a importância da convivência em sociedade para o desenvolvimento do ser
humano, o que atribui relevância às relações sociais humanas para a vida de qualquer pessoa, independentemente
de suas dificuldades ou facilidade. Nesse sentido, a sociedade deve estar preparada para incluir todas as PcD.
(SELAU, 2010).
18
3
Em algumas instituições o NAPNE significa: Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades
Educacionais Específicas.
19
para quem tem ou está com a mobilidade reduzida, muleta e bengala. Num dado momento,
quando cursava Licenciatura em Matemática numa universidade pública, a Direção
determinou que a turma mudasse para uma sala localizada no terceiro andar da instituição.
Vale ressaltar que não havia elevador nem rampa. Era claro e evidente que haveria
dificuldades de acessibilidade e locomoção. A Direção não se atentou para isso. A falta de
preparação, conhecimento sobre acessibilidade e a necessidade de adequação a uma pessoa
com deficiência era nítida. A partir desse momento senti a necessidade não só de ter uma sala
“acessível” como também de lutar e divulgar os direitos das pessoas com deficiência em todas
as suas limitações, sendo elas físicas, auditivas, mentais, entre tantas outras.
Com a missão de fazer valer a educação para todos, indistintamente, o Programa de
Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica (ProfEPT) surgiu no intuito
de permitir ou promover, no sentido de dar oportunidade e direcionamento ao objeto dessa
pesquisa em função da necessidade de aperfeiçoar as práticas educativas e a gestão escolar
vinculadas à EPT. E, para isso, a geração de um produto educacional que consistiu num curso
com metodologia de ensino a distância (EaD) como recurso de formação docente sobre o uso
de tecnologia assistiva. O objetivo foi de informar aos docentes sobre a existência da
tecnologia assistiva, divulgar os produtos educacionais existentes e o possível
desenvolvimento desses recursos. O educador assume papel de grande importância nesse
processo, sendo ele o mediador do aluno com NEE e o mundo externo que, numa perspectiva
inclusiva, pode proporcionar uma vida mais independente e autônoma para pessoas com
deficiência ou com alguma limitação.
Nesse contexto, profissionais da educação e principalmente da educação especial em
uma perspectiva inclusiva, necessitam conhecer a existência da TA e sua aplicabilidade
pedagógica, logo estas vêm se tornando, cada vez mais, um caminho para abertura de novos
horizontes nos processos de ensino, aprendizagem e desenvolvimento de alunos com
limitações físicas, sensoriais ou cognitivas. E, conforme Bersch (2017), a aplicação da
Tecnologia Assistiva na educação vai além do simples auxílio ao aluno na realização das
tarefas pretendidas. Através da TA é possível encontrar meios de o aluno ser e atuar de forma
construtiva e ativa no seu processo de desenvolvimento escolar.
Considerando a discussão acima e compreendendo que o uso de TA é um tema recente
e que “ainda” não atingiu a todos os profissionais de forma igualitária, a nossa inquietação fez
surgir o problema de pesquisa desse estudo: Como disseminar o uso de tecnologia assistiva
aos docentes da rede de ensino básico e técnico como recurso pedagógico no processo de
ensino e aprendizagem de alunos com necessidades educacionais especiais?
20
Para responder a essa pergunta, definimos como objetivo geral: Desenvolver um curso
para disseminar a tecnologia assistiva aos docentes da rede de ensino básico e técnico como
recurso pedagógico no processo de ensino e aprendizagem de alunos com necessidades
educacionais especiais. Como desdobramento do objetivo geral, definimos os seguintes
objetivos específicos:
Avaliar o conhecimento prévio dos professores sobre tecnologia assistiva (TA);
Identificar a concepção do professor em relação a TA e a inclusão da pessoa com
deficiência;
Identificar dados sobre as necessidades de formação dos professores em relação às
TA;
Efetuar uma revisão bibliográfica para conceituar, analisar e discutir os aspectos
teóricos referentes a Tecnologia Assistiva;
Desenvolver um curso de formação continuada em tecnologia assistiva na modalidade
EaD;
Despertar a consciência dos profissionais da educação sobre a importância da
utilização de recursos e adaptações para o processo de educação e inclusão da pessoa
com NEE;
Evidenciar a importância da ação multidisciplinar no processo de utilização da TA;
A estrutura da presente dissertação é composta por 6 capítulos. O primeiro é a parte
introdutória que, além de fazer uma explanação teórica sobre inclusão e educação da pessoa
com deficiência, traz em seu teor: o problema, a motivação, os objetivos e encerra com a
apresentação da estrutura do estudo.
O segundo capítulo contém o referencial teórico, que objetiva discutir a TA como
protagonista no processo educacional dos alunos com NEE, e está dividido em seções nas
quais buscamos traçar um pouco dos conceitos relacionados a legislação inclusiva na
educação e no trabalho, sobre o professor frente ao processo de inclusão e no que tange a
tecnologia assistiva enquanto recurso pedagógico. Para finalizar o referencial teórico, são
apresentadas dissertações e teses que dialogam com a presente pesquisa.
O terceiro capítulo traz a metodologia escolhida para a realização do trabalho, seguida
dos tópicos referentes à caracterização da pesquisa, a coleta de dados, aos participantes e aos
procedimentos de análise e tratamento dos dados. O quarto capítulo apresenta em detalhes a
composição e aplicação do produto educacional principal, o curso de formação continuada e
idealização da cartilha informativa, enquanto produto educacional secundário e complementar
21
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Este capítulo discorre sobre o marco teórico que embasa o trabalho como um todo.
Inicialmente, aborda a legislação existente acerca da promoção e garantia dos direitos à
educação inclusiva. Em seguida, discute sobre os conceitos de inclusão, integração e
segregação das pessoas com deficiência na escola e no mundo do trabalho. Logo após, são
enfatizados os percalços da formação docente e a educação especial, relacionando-os com as
práticas de ensino. A próxima seção descreve sobre a área da tecnologia assistiva, os serviços
e recursos existentes, enquanto ferramentas, na inclusão educacional de pessoas com
deficiência. Por fim, são apresentados os trabalhos encontrados na literatura que discutem
sobre a mesma temática ou de forma semelhante, corroborando com este estudo.
A inclusão escolar faz parte de uma perspectiva que sinaliza para um novo conceito de
educação especial. O termo “Educação Inclusiva” supõe a disposição da escola de atender a
diversidade total das necessidades dos alunos nas escolas comuns. No que concerne a
legislação a respeito da educação inclusiva, as autoras enfatizam:
[...] ao longo dos anos 90 e até os dias de hoje, a educação inclusiva vem firmando-
se no plano internacional e na legislação brasileira como uma conquista dos direitos
humanos. Trata-se de uma concepção político-pedagógica que desloca a centralidade
do processo para a escolarização de todos os alunos nos mesmos espaços educativos,
produzindo uma inversão de perspectivas no sentido de transformar a escola para
receber todos os educandos com suas diferenças e características individuais.
(SAMPAIO. C.T.; SAMPAIO. S.R., 2009, p. 23).
sistema regular de ensino. A partir desse momento, a escola inclusiva foi oficialmente
assumida por diversos países.
No Brasil, após a promulgação da Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988), a
discussão em torno da educação especial ganhou espaço e se aprofundou. A legislação
brasileira determina que a Educação Especial seja ofertada preferencialmente na rede regular
de ensino, indicando a concretização de uma política de inclusão. Esse direito é garantido pelo
artigo 208, inciso III, da Carta Magna:
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
[...]
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino;
Neles não se elege uma identidade como norma privilegiada em relação às demais.
(ROPOLI et al., 2010. p.7, grifo nosso).
Em ambientes escolares excludentes, a identidade “normal” é tida sempre como
natural, generalizada e positiva em relação às demais, e sua definição provém do
processo pelo qual o poder se manifesta na escola, elegendo uma identidade
específica através da qual as outras identidades são avaliadas e hierarquizadas.
(ROPOLI et al., 2010, p.7, grifo nosso).
aprendizagem dessas duas dimensões sem existir uma segregação escolar pré-concebida
daqueles que são aptos a aprenderem o trabalho intelectual e os que não são (DUARTE;
OLIVEIRA; KOGA, 2016). Segregar espaços e conhecimentos é contraditório frente à
política educacional inclusiva.
Em 2008, o Ministério da Educação publicou o documento denominado “Política
Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva” (BRASIL, 2008). Este
documento passou a orientar a organização e o funcionamento da Educação Especial nos
sistemas educacionais brasileiros tendo como base a Educação para a diversidade e a
compreensão de que:
A Educação Especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis,
etapas e modalidades, realiza o atendimento educacional especializado, disponibiliza
os recursos e serviços e orienta quanto a sua utilização no processo de ensino e de
aprendizagem nas turmas comuns do ensino regular. (BRASIL, 2008).
A partir de meados de 1990 inicia-se a busca pela inclusão de todos os educandos nas
classes regulares, desde a educação infantil. Reconhece-se que os alunos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação devem aprender
juntamente com os demais alunos, independentemente de suas diferenças.
Especificamente voltada para a Educação Especial, a Resolução nº 02/2001 do
Conselho Nacional de Educação (CNE), que institui as Diretrizes Nacionais Curriculares
Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, faz referência à inclusão e à
formação de professores:
A Educação Básica deve ser inclusiva, no sentido de atender a [...] alunos com
necessidades educacionais especiais nas classes comuns dos sistemas de ensino. Isso
exige que a formação dos professores das diferentes etapas da Educação Básica
inclua conhecimentos relativos à educação desses alunos. (BRASIL, 2001a, p. 25-
26).
Correia (2008), com vistas a essa perspectiva formativa, também destaca que:
29
Contrapondo-se aos ideais previstos, Martins (2012) constata que apesar das
Resoluções do CNE e da legislação pertinentes, muitas instituições de ensino superior não se
estruturaram no sentido de oferecer disciplinas e ou conteúdos relativos à inclusão nos seus
cursos de licenciatura, enquanto que outros o fizeram/fazem de maneira precária, o que não
favorece a aquisição de conhecimentos, habilidades e atitudes relativas ao atendimento à
diversidade dos educandos com deficiências. Além disso, a autora evidencia que muitos
cursos vêm sendo realizados sem se desvincular da lógica tecnicista de transmissão,
assimilação e reprodução do saber, não resultando em mudanças de percepções, posturas e
práticas (MARTINS, 2012). Uma formação deficitária traz sérias consequências à efetivação
do princípio inclusivo, pois este pressupõe custos e rearranjos posteriores que poderiam ser
evitados.
Nessa perspectiva, as concepções expostas pelos autores Martins (2012) e Correia
(2008) contribuíram para o desenvolvimento do produto educacional deste estudo, tendo em
vista “também” que a legislação vigente não foi suficiente para suprir a lacuna na formação de
profissionais para a educação especial. Com base nisso, o produto foi idealizado como curso
de formação em que apresentou recursos e práticas pedagógicas com conceitos importantes
sobre a área da TA, dentro de um contexto educacional.
É necessário investir na formação em serviço. Acredita-se que a formação quando
feita por professores que estão na prática permite discutir e encontrar soluções que tenham a
ver com as situações concretas que os professores vivem, tendo como ponto de partida as
dificuldades e limitações que os alunos especiais têm e não as teorias que são apresentadas,
tendo em vista que se defrontam com problemas reais.
E, diante desta realidade, o curso de formação corroborou com a necessidade de
viabilizar a formação do professor que está atuando na sala de aula comum ou no AEE, com o
objetivo de conhecer a área da TA e utilizá-la enquanto recurso pedagógico na sua prática
docente.
O professor precisa ser ajudado a refletir sobre a sua prática, para que compreenda
suas crenças em relação ao processo e se torne um pesquisador de sua ação, buscando
aprimorar o ensino oferecido em sala de aula. E, diante dessa constatação, contribuir também
com o processo de ensino-aprendizagem dos educandos com NEE.
30
Enquanto Bersch (2017) afirma que Tecnologia Assistiva ainda é um termo novo,
mesmo uma década após o CAT (2007) ter estabelecido um conceito para TA, Manzini
(2005) aponta para o uso destes recursos desde a antiguidade. De fato, a TA existe há muito
tempo, mas a nomenclatura não era conhecida, tampouco utilizada. Contudo, os conceitos de
Tecnologia Assistiva expostos pelos autores supracitados e pelo Comitê, corroboram com as
orientações oficiais de que a TA caracteriza-se como uma área do conhecimento
interdisciplinar que abrange recursos, serviços, produtos, práticas, metodologias, entre outros,
de modo a promover a participação, autonomia e inclusão social da pessoa com deficiência.
4
O CAT não foi destituído oficialmente, mas a Secretaria responsável pela sua criação foi extinta.
31
5
Órteses são peças artificiais que substituem partes ausentes do corpo, garantindo-lhe um melhor
posicionamento, estabilização e/ou função. São normalmente confeccionadas sob medida e servem no auxílio de
mobilidade, de funções manuais (escrita, digitação, utilização de talheres, manejo de objetos para higiene
pessoal), correção postural, entre outros. (BERSCH, 2017).
32
Fazendo uma comparação entre os professores das classes comuns com os que
atuam em salas exclusivas podemos destacar dois pontos. Primeiro, supondo que os
professores que estão em escolas exclusivas têm alguma formação para lidarem com
alunos especiais, então podemos subentender que apenas 1,96% dos professores têm
conhecimento de TA, enquanto que 98,04% lidam com alunos com NEE em classes
comuns sem sequer conhecer os recursos que possam auxiliá-los no processo de
aprendizagens desses alunos singulares. Esses valores comparados referem-se ao ano de
2019.
No segundo ponto, observamos nos gráficos 1 e 2 que o número de professores em
classes comuns aumenta enquanto que os docentes que atuam nas classes exclusivas
diminuem. Podemos deduzir que há uma migração e/ou matrículas de alunos especiais
das escolas especiais para as escolas públicas, isto é, para classes comuns do ensino
regular.
E, seguindo nesse entendimento, o número de alunos com NEE em salas comuns
como também o número de professores que atuam em classes comuns aumentou de forma
simultânea nos últimos sete anos. Essa constatação nos gera uma inquietação e corrobora
com o objetivo geral desse estudo. Logo entendemos que os professores das classes
comuns não foram preparados para lidar com o público da educação especial e um curso
de formação continuada sobre TA poderá contribuir com a prática docente em sala de
aula.
No Nordeste são 350.052 docentes atuando na educação de alunos com
necessidades especiais matriculados em salas de ensino regular, um total de 25.721 só na
35
Paraíba, onde 285 atuam no município de Monteiro (INEP, 2019). Desse total, 60 atuam
no IFPB – Campus Monteiro. A princípio, esta pesquisa pretende atingir todos os
docentes do Campus, o que pode considerada uma amostra pequena diante do número de
professores do Estado ou mesmo da região. Entretanto, por ter como lócus o IFPB de
Monteiro, consideramos o universo por abranger todos os professores do quadro.
Logo, o propósito desta pesquisa tem como perspectiva aprofundar o processo de
conhecimento e formação do professor sobre o uso da tecnologia assistiva para a ação
pedagógica que promova a inclusão, autonomia e emancipação escolar do aluno com
NEE. E, por isso, conforme foco principal deste estudo, torna-se imprescindível uma
formação sobre o uso da TA aos profissionais da educação, principalmente para os que
estão nas instituições da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica.
A Tecnologia Assistiva (TA) é uma área recente e em plena ascensão que surge como
um novo olhar para o paradigma da inclusão social. Os trabalhos encontrados geralmente são
discutidos por especialistas que atuam diretamente com pessoas com deficiência, não
abrangendo de forma ampla as demais áreas do conhecimento.
Então, procedeu-se à pesquisa bibliográfica e, a princípio, notou-se que muitas
pesquisas sobre TA são da área de saúde e poucas no contexto da inclusão educacional.
No entanto, nota-se que nos últimos anos há um maior interesse em estudos que focam na
formação de professores sobre inclusão escolar e o uso de TA. E, dentre as pesquisas
realizadas, considera-se relevante analisar três destas dissertações, tendo em vista que os
temas abordados incluem inclusão escolar, formação de professores e tecnologia
assistiva, conforme quadro abaixo:
Quadro 1 –Dissertações e artigos sobre Inclusão, Formação de Professores e Tecnologia Assistiva
Título/Dissertação/Artigo Autor/Ano de Palavras-chave
publicação
1. Educação Inclusiva: práticas de SANTOS, Teresa Práticas Pedagógicas. Deficiência
professores frente à deficiência Cristina Coelho dos. Intelectual. Inclusão Escolar.
intelectual 2012
2. Processo de formação para REIS, Juliana Formação de Professores.
professores de Sala de Recursos Villanueva dos. 2016 Educação Especial. Sala de
Multifuncionais sobre as tecnologias Recursos Multifuncionais.
assistivas para alunos com necessidades Tecnologia Assistiva. Necessidade
educacionais especiais Educacional Especial.
3. Tecnologia assistiva no processo de RODRIGUES, Leda Tecnologia Assistiva. Inclusão.
inclusão da pessoa com deficiência na Maria Borges da Formação de Professores.
rede pública de ensino Cunha. 2013
4. Considerações acerca da tecnologia CALHEIROS, David Educação Especial. Tecnologia
assistiva no cenário educacional dos Santos; Assistiva. Formação.
brasileiro MENDES, Enicéia
Gonçalves;
LOURENÇO, Gerusa
36
Ferreira. 2018
5. Tecnologia assistiva como ferramenta BATISTA, Mikael Educação. Inclusão. Tecnologia
de inclusão escolar da pessoa com Henrique Jesus et al. Assistiva. Deficiência.
deficiência 2018
Fonte: Autoria própria (2019).
Por meio da leitura das dissertações e artigos pesquisados, notou-se que o uso das
TA junto ao educando com NEE é comum em todas as pesquisas realizadas.
A pesquisa de Santos (2012) procurou analisar sobre as práticas pedagógicas de
professores que vivenciam o cotidiano escolar de alunos com deficiência intelec tual (DI)
nas suas turmas. Os resultados apontaram para uma prática de uma pedagogia tradicional
e com poucas adequações. A autora chama a atenção para o quesito formação, pois
durante o ano da pesquisa, os professores não tiveram acesso a nenhuma modalida de de
capacitação ou treinamento e pouco acompanhamento especializado junto aos alunos com
DI. E Santos (2012, p. 9) chega à conclusão que “os aspectos que interferiram na
formação prejudicam o desenvolvimento de uma prática pedagógica que atenda a
singularidade da clientela e que promova uma inclusão escolar verdadeiramente efetiva”.
Com base na leitura aprofundada, destacamos que a dissertação de Reis (2016)
tem como foco principal desenvolver um programa de formação para professores
especialistas sobre as TA que são disponibilizadas nas SRM. A finalidade é conhecer
estes recursos e as suas possibilidades de uso de modo que possam contribuir diretamente
no processo de ensino e aprendizagem dos alunos público-alvo do AEE. Os resultados da
pesquisa mostraram que o professor especialista que atua nas SRM ainda tem dificuldade
de efetivar a inclusão do aluno com NEE. Dentre as dificuldades, citam-se: o pouco
conhecimento dos recursos de TA; a associação de TA com Tecnologias da Informação; a
resistência do professor da sala comum em deixar o professor especialista atuar dentro de
seu contexto. E a autora conclui: “O que ficou evidenciado nesta investigação é que os
professores reconhecem a importância do uso das TA, porém sinaliza que é necessário a
capacitação para que consiga dominar os recursos de modo a contribuir com o aluno.”
(REIS, 2016, p. 66).
A partir da leitura da dissertação de Rodrigues (2013), que tem como objetivo
investigar o conhecimento de professores da rede municipal e estadual quanto à TA,
considerando: a concepção e atitudes do professor em relação a TA e à inclusão da
pessoa com deficiência; quais recursos estão disponíveis ou faltam nas escolas onde estes
atuam; se os professores conhecem e/ou sabem manusear tais recursos; e, se co nhecem
e/ou sabem manusear os softwares especiais apresentados na pesquisa. A pesquisa foi
37
realizada nas cinco regiões do Brasil com 1115 professores. Os resultados apontaram
para a carência da TA nas escolas e para a falta de conhecimento do educador em r elação
aos recursos. Dentre os índices obtidos, destaca-se que 99% dos professores pesquisados
apontaram a necessidade de formação continuada sobre o uso de TA para que possam
atuar nesta nova perspectiva. E diante do resultado de sua investigação, a autor a conclui:
É importante que se efetivem políticas públicas e atitudes que propiciem a
disponibilização dos recursos de TA nas escolas, a oferta de cursos de formação
continuada aos professores e, o apoio de equipe multidisciplinar, visando
favorecer e dar condições ao professor para atuar no processo de inclusão, com
vistas à equiparação de oportunidades educacionais acessíveis a todos.
(RODRIGUES, 2013, p. 6)
Diante da análise das três dissertações, destacamos que Santos (2012), Reis (2016)
e Rodrigues (2013) concordam que a falta de conhecimento sobre o uso de TA impede
que o processo de educação numa perspectiva inclusiva seja efetivo. Tendo em vista que
é necessário viabilizar formação para que o professor possa conhecer os recursos de TA
existentes e atuar no processo de ensino e aprendizagem do aluno com NEE, as pesquisas
analisadas corroboram com o objetivo principal desse estudo que propõe a divulgação da
tecnologia assistiva aos docentes da rede de ensino básico e técnico como recurso pedagógico
no processo de ensino e aprendizagem de alunos com necessidades educacionais especiais.
O próximo capítulo traz o desenvolvimento do percurso metodológico escolhido para
a realização do trabalho, onde são apresentados a caracterização da pesquisa, os
procedimentos de coleta de dados e os participantes da pesquisa, finalizando com os
procedimentos de análise dos dados e tratamento das informações.
38
3 METODOLOGIA
Optou-se pelo estudo de caso, tendo em vista que este possui uma metodologia de
pesquisa aplicada, na qual se busca a aplicação prática de conhecimentos para a solução de
problemas sociais (BOAVENTURA, 2004). Gil (2010) complementa afirmando que as
pesquisas com esse tipo de natureza estão voltadas mais para a aplicação imediata de
conhecimentos em uma realidade circunstancial, relevando o desenvolvimento de teorias. O
estudo de caso consiste em coletar e analisar informações sobre determinado indivíduo, uma
família, um grupo ou uma comunidade, a fim de estudar aspectos variados de sua vida, de
acordo com o assunto da pesquisa. É um tipo de pesquisa qualitativa e/ou quantitativa,
entendido como uma categoria de investigação que tem como objeto o estudo de uma unidade
de forma aprofundada. São necessários alguns requisitos básicos para sua realização, entre os
quais, severidade, objetivação, originalidade e coerência.
Gil (2010, p. 37) afirma que o estudo de caso “consiste no estudo profundo e exaustivo
de um ou mais objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento”.
Define-se, também, um estudo de caso da seguinte maneira: “[...] é uma estratégia de pesquisa
que busca examinar um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto. [...] Igualmente,
40
estudos de caso diferem do método histórico, por se referirem ao presente e não ao passado.”
(GIL, 2010, p. 37).
pode ser o conjunto de indivíduos que trabalham num mesmo lugar [...].” (RICHARDSON,
2009, p. 157).
O Campus Monteiro possui 60 (sessenta) professores que atuam em todas as turmas do
ensino médio integrado e a aplicação do questionário atingiu ao universo pretendido. De
acordo com os relatórios das Sinopses Estatísticas da Educação Básica do INEP de 2019, os
docentes desse Campus correspondem a 21,05% dos professores que atuam na educação
especial em salas de aula regulares no município de Monteiro. Cabe ressaltar que na região
nordeste são 350.052 docentes que atuam na educação de alunos com NEE em salas comuns
do ensino regular, onde 25.721 desse total estão na Paraíba e 285 na cidade de Monteiro
(INEP, 2019).
O questionário foi enviado para o e-mail de todos os docentes, ou seja, para os 60
participantes da pesquisa. Porém, 70% (setenta por cento) responderam ao instrumento, isto é,
42 (quarenta e dois) docentes. As características e os perfis dos participantes respondentes são
apresentados a seguir com a ilustração de gráficos e tabelas.
A primeira questão está relacionada ao gênero e caracteriza o grupo com a maioria dos
professores sendo do sexo masculino. Dentre os 42 docentes, 69% (29) são homens e 31%
(13) são mulheres (gráfico 3). Em se tratando da educação no país, dados do IBGE (2018)
apontam um número maior de mulheres docentes atuando na Educação Básica, sendo cerca de
80% e apenas 20% são homens. Porém, os dados de 2017 para a educação superior apontam
um inverso, onde 54% são homens. Verificamos assim, que a Rede Federal de Educação
Profissional, Científica e Tecnológica acompanham o panorama das instituições de ensino
superior devido à sua atuação profissional, pluricurricular e multicampi, especializada na
oferta de educação profissional e tecnológica nas diferentes modalidades de ensino.
Gráfico 3 – Gênero
7,1%
40,5%
52,4%
Segundo Galvão Filho (2013, p. 1), “Tecnologia Assistiva (TA) é uma expressão nova,
que se refere a um conceito ainda em pleno processo de construção e sistematização”. No
entanto qualquer ajuda técnica pode ser considerada como TA.
46
entendemos que eles não têm certeza que um curso sobre TA ajudará na sua atuação
profissional (gráfico 13).
PRIORIDADE
(1 – mais importante; 5 – menos importante)
1 2 3 4 5
Curso sobre Tecnologia Assistiva 61,9% 2,4% 9,5% 9,5% 16,7%
Cursos durante a semana pedagógica
31,0% 16,7% 19,0% 19,0% 14,3%
FATORES
da instituição
Material didático (cartilha) com
orientações sobre a TA
38,1% 7,1% 19,0% 11,9% 23,8%
Curso EaD de capacitação sobre a
inclusão
33,3% 21,4% 21,4% 9,5% 14,3%
Diante do resultado, a maioria dos professores, isto é 61,9%, considera que um curso
sobre TA é imprescindível para que a educação inclusiva seja efetivada. Cabe ressaltar que
40,5% afirmaram que uma oficina sobre Tecnologia Assistiva seria interessante para o
conhecimento prático e, não menos importante, seria a produção de um material didático com
orientações sobre TA. De modo geral, percebemos que há um interesse relevante em conhecer
mais sobre TA e aplicá-la no cotidiano escolar. A partir destes questionamentos, acreditamos
que para a construção do curso de formação continuada se torna necessário um roteiro onde a
atividade de instrução e orientação precisam estar vinculadas à prática de forma produtiva. Se
49
Diante dos relatos obtidos nesta questão, podemos evidenciar as dificuldades que os
docentes do Campus Monteiro têm e sentem em lidar com os alunos da educação especial.
Em muitas falas, justifica-se a necessidade de promover um curso sobre o uso de TA como
facilitador no processo de ensino e aprendizagem de alunos com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento, altas habilidades/superdotação e mobilidade reduzida. A
pesquisa realizada por Rodrigues (2013), nas cinco regiões do Brasil, já apontou para essa
necessidade. Segundo a autora, a carência da TA nas escolas e a falta de conhecimento dos
docentes sobre esses recursos, ressaltam a necessidade de formação continuada para que os
professores possam atuar nessa nova perspectiva (RODRIGUES, 2013, p. 6).
Portanto, a partir da coleta e dos resultados auferidos por meio da análise dos dados, a
princípio, procedemos à proposta de um curso de formação continuada para todos os
professores do IFPB – Campus Monteiro, sobre Tecnologia Assistiva.
Porém, de acordo com as demandas dos questionários, também foi proposto a
confecção de uma cartilha explicativa e informativa sobre TA. Notamos que poderíamos
expandir e disseminar a área da TA para outros públicos, mesmo que de forma resumida.
Cabe ressaltar que a pesquisa foi pensada para professores das instituições da Rede Federal de
Educação Profissional, Cientifica e Tecnológica o que culminou na elaboração de um curso
de formação continuada. Entretanto, sabendo que todos poderão em algum momento lidar
com pessoas com deficiência, principalmente os profissionais que fazem parte de uma
instituição de ensino, elaboramos uma cartilha sobre o que é Tecnologia Assistiva,
considerada como um segundo produto educacional, opcional e complementar a este estudo,
proveniente das concepções intermediárias e finais desta pesquisa.
52
4 PRODUTO EDUCACIONAL
6
O público-alvo desse curso são professores do IFPB que não apresentam deficiência. É importante frisar que
quando há alunos com deficiência, deve-se alertar para a escolha de materiais acessíveis, como legendas,
audiodescrição, janela em Libras, bom contraste, fontes sem serifa, entre outros.
53
rede de ensino básico, técnico e tecnológico do IFPB – Campus Monteiro, sobre o uso da
TA como recurso pedagógico no processo de ensino e aprendizagem de alunos com NEE.
A escolha do público-alvo surgiu por meio de conversas informais com professores e
profissionais do NAPNE do IFPB - Campus Monteiro sobre o conhecimento e uso da TA na
efetivação da educação inclusiva. Nas falas, observamos que o tema é pouco discutido e há
uma carência de informações sobre TA enquanto apoio no ensino e aprendizagem de alunos
com alguma limitação.
Entretanto, ressaltamos que o MEC implantou as SRM apenas para escolas públicas
municipais e estaduais e publicou resoluções regularizando o uso pedagógico dos
equipamentos e recursos de TA disponibilizados nas Salas. Porém, a Rede Federal de
Educação Profissional, Cientifica e Tecnológica não têm SRM, mas têm os NAPNE’s com
alguns recursos de TA. E, pesquisando a respeito dessas concessões que surgiu a necessidade
de realizar esta pesquisa e elaborar um produto educacional voltado aos professores que não
obtiveram conhecimento formal sobre TA. Diante desta perspectiva, um curso de formação
continuada denominado “A importância da tecnologia assistiva na autonomia escolar de
pessoas com deficiência”, cuja elaboração será apresentada na sequência e o curso na íntegra
encontra-se no Apêndice A deste trabalho.
O conteúdo do curso está dividido em quatro módulos com duração total de 30 horas,
concluindo com uma atividade de aprendizagem, conforme demonstra a figura 2.
a) MÓDULO I
MÓDULO I
Ambientação na Plataforma (Guia do curso) – Diretrizes para acesso ao
1h
AVA e ao curso. 14 a 18 de outubro
Introdução à Inclusão – Texto sobre inclusão; vídeo. Fórum de
3h
apresentação.
MÓDULO II
Legislação sobre Inclusão – Texto introdutório; quadro resumo com a
4h
legislação e links; vídeo sobre a Política Nacional de Educação Inclusiva. 19 a 25 de outubro
Necessidades Educativas Específicas (Temas de Inclusão) – Conceitos
e exemplos dos tipos e temas de deficiências. Atividade de fixação.
4h
MÓDULO III
Tecnologia Assistiva – A área da TA e sua abrangência; vídeo; conceito
4h 26 de outubro a 03
sobre TA; os objetivos da TA; classificação ISO 9999:2002.
de novembro
Categorias de Tecnologia Assistiva – Categorias, conceitos e exemplos;
4h
vídeos instrutivos. Atividade de fixação.
MÓDULO IV
Oficina sobre TA – Materiais didático-pedagógicos adaptados e
04 a 13 de
5h
elaborados; criação e elaboração de recursos de TA: vídeos instrutivos. novembro
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 14 a 18 de
2h
novembro
Fonte: Autoria própria (2019).
56
b) MÓDULO II
Legislação sobre Inclusão – Este módulo tem início com um texto introdutório e a
apresentação de um quadro que destaca as principais normas existentes sobre a inclusão de
pessoas com deficiência e mobilidade reduzida (leis, decretos, portarias, resoluções, planos,
declarações, etc.). Cabe salientar que o participante não tem a obrigatoriedade de leitura de
toda a legislação exposta e, sim, obter o conhecimento da existência dessa legislação com
uma discussão breve sobre os principais pontos referentes à educação.
REFERÊNCIAS NACIONAIS
Constituição Federal de 05 de outubro de 1988 Art. 208, inciso III: “atendimento educacional
especializado aos portadores de deficiência,
1988
preferencialmente na rede regular de ensino”. Os art. 205
e 206 expressam que a educação é um direito de todos e
deve ser ofertada com igualdade de condições de
acesso e permanência na escola
Lei nº 7.853 24 de outubro de 1989 Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de
deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria
Nacional para Integração da Pessoa Portadora de
Deficiência - Corde, institui a tutela jurisdicional de
interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina
a atuação do Ministério Público, define crimes, e dá
outras providências.
Lei nº 8.069 - Estatuto 13 de julho de 1990 Art. 54, inciso III: “atendimento educacional
da Criança e do especializado aos portadores de deficiência,
Adolescente preferencialmente na rede regular de ensino”.
dezembro de 1990.
Lei nº 13.005 25 de junho de 2014 Aprova o Plano Nacional de Educação - PNE e dá
outras providências. A Meta 4 do Plano “Meta 4:
universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17
(dezessete) anos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o
acesso à educação básica e ao atendimento educacional
especializado, preferencialmente na rede regular de
ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo,
de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou
serviços especializados, públicos ou conveniados”.
Lei nº 13.146 - Estatuto 06 de julho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). O
Deficiência Art. 27 do Cap. IV descreve “A educação constitui
direito da pessoa com deficiência, assegurados
sistema educacional inclusivo em todos os níveis e
aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a
alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus
talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais
e sociais, segundo suas características, interesses e
necessidades de aprendizagem”.
Lei nº 13.409 28 de dezembro de Altera a Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012, para
2016 dispor sobre a reserva de vagas para pessoas com
deficiência nos cursos técnico de nível médio e
superior das instituições federais de ensino.
REFERÊNCIAS INTERNACIONAIS
Declaração Mundial de Março de 1990 Ocorrido em Jontien, Tailândia, a redação do
Educação para Todos documento da UNESCO propôs garantir, conforme
Art. 3, item 5 “As necessidades básicas de
aprendizagem das pessoas portadoras de deficiências
requerem atenção especial. É preciso tomar medidas
que garantam a igualdade de acesso à educação aos
portadores de todo e qualquer tipo de deficiência,
como parte integrante do sistema educativo”.
Declaração de 10 de junho de 1994 Na Conferência Mundial de Educação Especial,
Salamanca realizada em Salamanca na Espanha, a ONU
encaminhou e foi aprovada a Resolução que trata
“Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das
Necessidades Educativas Especiais”.
Declaração 24 de setembro de A Declaração de Montreal propõe a inclusão através
Internacional de 2001 de um desenho inclusivo em todos os ambiente,
Montreal sobre produtos e serviços. Na educação, o Art. 6º ressalta
Inclusão que “o Congresso urge para que os princípios do
desenho inclusivo sejam incorporados currículos de
todos os programas de educação e treinamento”.
Declaração de Incheon 21 de maio de 2015 O Fórum Mundial de Educação aprovou a Declaração
de Incheon que com o tema: “Educação 2030:
Declaração de Incheon e Marco de Ação, rumo a uma
educação de qualidade inclusiva e equitativa e à
educação ao longo da vida para todos” para os
próximos 15 anos.
Fonte: Autoria própria (2019).
aborda as principais ações educacionais que o referido documento recomenda para implantar
a educação inclusiva nas escolas brasileiras. Há um fórum de debate com status avaliativo a
respeito dos assuntos abordados.
Figura 4 – Tela do vídeo: Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva
Para finalizar o segundo tópico do módulo II, é aplicada uma atividade de fixação com
questões de múltipla escolha relacionadas aos temas abordados.
c) MÓDULO III
Neste trabalho, fizemos apenas a citação das categorias de TA de acordo com Rita
Bersch (2017). O conteúdo teórico completo com ilustrações é apresentado no ambiente
virtual de aprendizagem do curso, conforme Apêndice A:
Com uma nova atualização, a classificação proposta pela ISO 9999:2016 traz na
categoria “Produtos de apoio para a comunicação e informação” recursos para a visão,
audição, escrita, desenho, cálculo, CAA (comunicação aumentativa e alternativa), uso do
computador, dentre outros (ISO, 2016). Essa categoria contempla grande parte dos recursos
mais comuns utilizados no contexto educacional. Assim, a partir de subcategorias dos
"Produtos de apoio para a comunicação e informação", Sonza et al. (2020) propõem o
seguinte quadro informativo que apresenta um apanhado de recursos com aplicação na
educação:
Produtos de apoio para a Lupas manuais Alunos com baixa visão ou alunos cegos
visão Lupa eletrônica
Materiais ampliados
Materiais em braille
Materiais em relevo
Máquina braille
Impressoras braille
Produtos de apoio para a Aparelhos auditivos Alunos com baixa audição ou alunos surdos
audição Transmissor FM
Legendas
Libras
Produtos de apoio para Auxílios para segurar Alunos com dificuldade na escrita
escrita lápis/caneta
Software/ferramenta de ditado
(converte fala para texto)
Ferramenta de predição de
palavras
Plano inclinado
Produtos para fixar ou segurar
a folha
Extensores
Engrossadores
Produtos de apoio para Auxílio para leitura de livros Alunos com dificuldade de leitura e
leitura físicos compreensão do texto lido
Audiolivros
Software que converte texto
para fala
65
Produtos de apoio que Gravador portátil Alunos com dificuldade em fazer anotações
permitem gravar, Câmera filmadora em sala de aula;
reproduzir e visualizar Alunos com dificuldades de atenção,
informações em áudio e memória ou organização
visual
Produtos apoio para emitir Sinal sonoro e luminoso Alunos com deficiência visual;
alarme, indicar, recordar e Sinalização acessível Alunos com deficiência auditiva;
sinalizar Recursos para planejamento e Alunos com dificuldade de atenção,
organização memória ou organização
Dispositivos para uso do Mouses alternativos Alunos com qualquer tipo de limitação que
computador Teclados alternativos cause dificuldade para utilizar o computador
Acionadores da forma convencional
Ampliadores de tela
Leitores de tela
Softwares de controle por voz
Aplicativos diversos para
acessibilidade
Fonte: SONZA et al (2020).
Para finalizar esse módulo, é aplicada uma atividade com questões de múltipla escolha
sobre os temas abordados.
d) MÓDULO IV
Especial (FCEE), com sede no município de São José, Santa Catarina. O objeto adaptado é
direcionado ao educando com deficiência visual que está cursando o ensino fundamental e/ou
médio. O transferidor com arco de 180º têm marcações com pontos de tinta em alto relevo a
cada 5º, 10º e 90º e pode proporcionar ao aluno cego, um instrumento para medir ou traçar
ângulos (FCEE, 2012).
Nesse contexto, são exibidos dois vídeos instrutivos com a elaboração de recursos de
TA que têm como objetivo incentivar a criatividade do professor. O primeiro vídeo faz parte
do Centro Tecnológico de Acessibilidade (CTA) do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) em que a Professora Doutora Andréa Poletto Sonza
e também Assessora de Ações Inclusivas, explica sobre o projeto de “Oficinas de Cocriação e
Experimentação de TA em parceria com a Mercur®” (Figura 8). O vídeo destaca a criação e
experimentação da TA com equipes interdisciplinares, que procuram desenvolver protótipos
de ajudas técnicas para promover a autonomia das pessoas com deficiência.
O segundo vídeo mostra dois produtos de TA produzidos pela Mercur® para facilitar
ou permitir a preensão de objetos (Figura 9).
Existem inúmeros recursos de TA de baixo custo e possíveis de serem feitos. Como
atividade desse módulo, os participantes devem criar ou adaptar algo que promova ou auxilie
o aluno com deficiência ou mobilidade reduzida no processo de ensino aprendizagem. Os
professores devem gravar e postar no ambiente virtual conforme cronograma.
Figura 9 – Tela do vídeo: Facilitando a preensão de objetos do cotidiano: produtos de tecnologia assistiva
e) AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
Nas páginas seguintes, Bersch (2017) classifica a TA em doze categorias que são
apresentadas individualmente com definição, exemplo e ilustração.
Com a finalidade de direcionar a TA à educação, na sequência, a cartilha faz uma
abordagem e exposição da TA de baixo custo com alguns exemplos. Ainda nesse tema, há a
citação de alguns recursos de TA produzidas por professores com os respectivos vídeos que
podem ser visualizados na íntegra por meio do Código QR (Quick Response) exposto na
cartilha. Para finalizar, a seção “Saiba mais...” propõe ao leitor o conhecimento de outras
categorias de TA ao assistir o vídeo “Tecnologia Assistiva e Educação” e, para descontrair, o
desafia a descobrir qual a TA utilizada no vídeo “Anúncio de Natal, ouriço cacheiro –
Igualdade e Amor”, ambos podem ser acessados pelo link ou Código QR disponíveis na
página.
Para mensurar o conhecimento que os leitores adquiriram por intermédio da cartilha
elaborada, há na seção “Colabore!”, uma pesquisa de avaliação construída no Google Forms
® (Apêndice D) com perguntas fechadas, que pode ser realizada ao acessar o Código QR
respectivo. Este instrumento de avaliação tem o intuito, através da opinião dos usuários, de
agregar melhorias à cartilha, de modo que possa ser aprimorada em pesquisas futuras. A
apresentação e discussão desse instrumento estão no Capítulo 5 deste trabalho.
docentes, mais diversificado. Por isso, a cartilha foi divulgada durante o evento do 3º
Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação do IFPB (SIMPIF), realizado no período de
27 a 29 em novembro de 2019 no Campus João Pessoa (Figuras 10 e 11).
Neste evento, a equipe de pesquisa do Programa Interconecta apresentou o trabalho
intitulado “A educação inclusiva e o uso da tecnologia em sala de aula: Uma proposta de
divulgação” como resultados parciais deste estudo. Nesse ínterim, a proposta é a cartilha.
Figura 10 – Apresentação oral no 3º SIMPIF Figura 11 – Alunos/bolsistas do Programa Interconecta
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
(D1) Olá!
(D3) Antes tarde do que nunca!! Caiu bem o ditado prá mim. Me chamo [...]
e sou professor do Campus Monteiro. Formado em Arquitetura e
Urbanismo, leciono nos cursos de construção civil (TED e TCE). Aos 45 do
segundo tempo estou eu aqui correndo atrás de todo esse conhecimento
compartilhado, mas acredito que vai dar tempo. Simbora!!
Para estes professores poderem participar efetivamente do curso tivemos que alterar as
datas de conclusão das atividades dos módulos, tornando o curso com um período de
aplicação mais prolongado em relação ao planejado inicialmente. Sendo assim, flexibilizamos
as formas de acesso por ser na modalidade EaD e o período de início e término de cada
módulo. Alguns apresentaram a vivência com a inclusão em sala de aula em momentos da
vida profissional docente, outros ainda não haviam tido a experiência, mas gostariam de se
preparar para um momento futuro.
No próximo tópico “Introdução à Inclusão”, o texto inicial trouxe uma definição para
o termo inclusão e fez uma abordagem sobre a educação inclusiva como um novo paradigma
da educação especial. Como complementação, os participantes assistiram ao vídeo de
Fernando Botelho intitulado “A educação inclusiva e você” que fez parte do Fórum de Debate
com o seguinte questionamento: “No vídeo A Educação Inclusiva e Você, Fernando Botelho,
enquanto pessoa com deficiência, traz o seu ponto de vista em relação à educação inclusiva.
O que o vídeo desperta em você sobre a efetivação de uma educação com equidade? Que
reflexões o vídeo traz na sua condição de profissional da educação e ser humano? Comente
sobre isso e dê a sua sugestão, caso sinta necessidade” (grifo nosso). Nesse fórum, apenas
três professores colocaram suas opiniões:
A propósito, foi isso que me fez pensar em algo para a oficina proposta
neste módulo. Embora eu não tenha tido tempo para criar algo de fato, tive
a ideia de pesquisar sobre a Língua Americana de Sinais (ASL) para,
futuramente, poder desenvolver algum material que possa contribuir para o
aprendizado de meus alunos surdos. Creio que inserir em minhas aulas de
língua inglesa conteúdos da ASL poderia tornar minha disciplina mais
significativa para esse público. Deixando claro aqui que sei que aprender
uma língua de sinais exige o mesmo esforço que aprender qualquer outro
idioma e que, portanto, a proposta não seria a de me tornar professora de
uma nova língua, mas, sim, utilizar alguns conhecimentos da ASL como
forma de estimular o aprendizado da língua inglesa a partir da promoção
da interação comunicativa entre alunos, bem como entre pessoas falantes de
línguas diferentes.
autonomia escolar de alunos com deficiência”, os docentes tinham que obter uma média
acima de 70% de acertos, ou seja, nota acima de 7,00 pontos. Os certificados foram emitidos
de forma digital pela Coordenação do ProfEPT e os participantes receberam um e-mail com
link para o download, isto dentro do prazo de 60 (sessenta) dias após o término do curso.
Com vistas a promover melhorias e aprimorar este produto educacional, ao término da
avaliação de aprendizagem, os docentes foram convidados a participar de uma pesquisa de
avaliação do curso por meio de um questionário construído no Google Forms ® (Apêndice B)
com perguntas abertas e fechadas. A pesquisa foi enviada para o e-mail dos 13 docentes que,
em algum momento, acessaram a plataforma do curso. A opinião dos participantes foi
fundamental para mapear os pontos em que os objetivos foram alcançados e àqueles que
necessitam de melhorias para futuros projetos. Para mensurar melhor os resultados, nas duas
primeiras perguntas utilizamos a escala Likert na obtenção das respostas. A escala Likert é um
método para medir de forma mais fiel as atitudes das pessoas. Este método foi inventado em
1932 por Renis Likert (1903-1981), psicólogo americano (LLAURADÓ, 2015). Os resultados
serão apresentados na tabela 3 para uma compreensão mais didática.
Tabela 3 – Em relação ao nível de aprendizado
Fraco Moderado Satisfatório Muito bom Excelente
(%) (%) (%) (%) (%)
Nível de habilidade/conhecimento no início
76,9 15,4 7,7 0 0
do curso
Nível de habilidade/conhecimento no fim do
0 7,7 30,8 61,5 0
curso
A proposta do curso estimulou e
0 0 23,1 46,1 30,8
desencadeou novas ideias
Contribuição do curso para aplicação na
0 0 7,7 53,8 38,5
vida pessoal e profissional.
De modo geral, o aproveitamento do curso
0 0 15,4 61,5 23,1
foi...
destaque para os conceitos de “muito bom” pontuado por 46,1% (6) docentes e “excelente” na
opinião de 30,8% (4) professores. De forma semelhante, procuramos saber se o curso
contribuiu para a aplicação na vida pessoal e profissional dos participantes. A maioria, cerca
de 92,3%, dos participantes afirmou que os temas abordados no curso mudaram, de certo
modo, a forma de agir e pensar em sala de aula e na vida cotidiana, conforme o conceito de
“muito bom” a “excelente”.
Na última pergunta deste grupo, procuramos saber como foi o aproveitamento do
curso de forma geral para os participantes. Então, foi “satisfatório” para 2 (15,4%) docentes,
“muito bom” para 8 (61,5%) e “excelente” para 3 (23,1%). Estes conceitos coadunam com o
objetivo do curso em disseminar o uso da TA na educação enquanto recurso pedagógico que
possa auxiliar na prática dos professores para com os alunos com deficiência.
Tabela 4 - Quanto ao conteúdo do curso
Discordo Concordo
Discordo Não sei Concordo
totalmente plenamente
(%) (%) (%)
(%) (%)
As ilustrações e os vídeos foram relevantes
0 0 7,7 15,4 76,9
para os conceitos apresentados
O vocabulário utilizado foi preciso e de fácil
0 0 7,7 15,4 76,9
compreensão
Houve sequência no desenvolvimento do
0 0 7,7 30,8 61,5
assunto de modo a facilitar o entendimento
Com base nesses últimos resultados, podemos compreender que a adaptação aos
eventos de final de período acadêmico nem sempre depende de cada professor. Além disso, a
docência engloba inúmeras atividades que não se limitam a sala de aula. O professor adquire
atividades obrigatórias dentro do seu regime de trabalho que perpassam muito além do
desempenho das horas em sala de aula, como planejar atividades, preparar material didático,
manter registro das atividades, prestar conta desses registros nos sistemas de controle
(atividades essas que ficam muito mais intensas no final do ano letivo), avaliar
sistematicamente seu trabalho e aproveitamento dos alunos, elaborar as atividades bimestrais
e que no final de ano intensificam com o cumprimento das reposições, recuperações e finais.
Além, da participação nos conselhos de classe, reuniões de colegiados, elaboração de
relatórios de prestação de contas de projetos de pesquisa e extensão, orientações de estudantes
de iniciação científica, mestrandos, trabalhos de conclusão de curso.
Porém, insistimos na aplicação do curso neste período do ano em decorrência da
existência de outra batelada de atividades inerentes ao trabalho do professor no início do ano
letivo, quando este é incumbido de participar da elaboração da proposta pedagógica da
instituição, elaborar o plano de trabalho conforme a proposta pedagógica, estabelecer
estratégias de ensino/aprendizagem e recuperação para os alunos de baixo desempenho,
colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e comunidade e
participar dos encontros pedagógicos. Uma das propostas pensadas seria a execução do curso
de formação dentro do evento do encontro pedagógico, acreditando ser o momento mais
propício para adquirir conhecimentos que poderão auxiliar no planejamento das atividades do
ano letivo que irá iniciar.
No entanto, entendemos que a formação acadêmica deve ser contínua sendo esta a
proposta deste curso, que pode ser facilmente aplicado em qualquer período do ano letivo,
conforme conveniência para os participantes e a instituição. Ainda um docente (7,7%)
atribuiu a nota 1, compreensível se avaliarmos a sobrecarga de atividades, citadas
anteriormente, que o professor abarca e observando que o mesmo não participou efetivamente
das atividades propostas no curso.
As duas últimas perguntas foram abertas para que os participantes expusessem suas
opiniões. Na primeira, perguntamos: “Quais aspectos deste curso foram mais úteis e
valiosos? Como você melhoraria este curso? ”. Entre os 13 professores participantes, apenas
2 não responderam as questões abertas, o que é considerado normal, já que lhes cabia,
opcionalmente, a decisão de responderem ou não. As contribuições dos 11 docentes foram
as mais variadas possíveis:
85
(D1) Todo o curso foi muito relevante e útil. Apenas sugiro as classificações
dos níveis de deficiência (por exemplo GMFCS) relacionado com uma
ênfase de como podemos lidar com cada uma delas, principalmente nas
sugestões para preparação de aulas.
Percebe-se que, mesmo após a participação no curso, este docente ainda não tem a
experiência do convívio com estudantes com NEE, uma vez que não há protocolo ou
receituário para lidar com cada deficiência, pois mesmo um grupo de alunos apresentando a
mesma necessidade educacional especial, cada componente do grupo poderá apresentar
dificuldades individualizadas e diferentes uns dos outros no sentido da aprendizagem.
(D3) As datas do curso poderiam ser no início de cada semestre, pois temos
uma menor carga de trabalho.
Sim, é uma das sugestões que pode ser tranquilamente acatada. Percebemos que o
período não foi o mais adequado para a maioria, mas justificamos que a coincidência de datas
com a carga excessiva de trabalho se deu pela sequência da pesquisa em si.
Compreendemos que o período de oferta do curso não foi o mais adequado para todos
e respeitamos a liberdade do docente em participar da forma que melhor lhe convir. No
entanto, terem lido os textos e assistido aos vídeos, enfim, acessado o conteúdo do curso, nos
leva a acreditar que a área da TA, a partir desse momento, não será tão estranha para estes
docentes quando se depararem com uma necessidade específica de um aluno com deficiência.
Lidar com a inclusão educacional de alunos especiais ainda é tabu para muitos
professores. A intenção deste trabalho é mostrar que eles, os alunos, são capazes de aprender
e o professor é o mediador nesse processo. E, ainda, existem ferramentas que facilitam essa
interação, como a TA. Diante dos relatos, constatamos que o sentimento de gratidão
externado reflete solidariedade e responsabilidade do professor para com o aluno com
deficiência. Conforme relatos anteriores, compreendemos que o período não foi o mais
adequado para todos, o que poderá ser repensado para trabalhos posteriores. Mas pelos
agradecimentos, acreditamos que a TA foi disseminada!
(D5) Poderia ter uma aula inaugural prática para dar algumas diretrizes de
como funciona o sistema.
88
A proposta do curso foi apresentada numa reunião geral em que todos os docentes do
Campus estavam presentes. No entanto, o percentual de participação no curso foi muito
abaixo do esperado. Não seria fácil reunir todos novamente para explicar a plataforma e os
pormenores de acesso ao curso, mas a sugestão poderá ser considerada para produtos
vindouros desta ou de outras pesquisas.
(D7) Esse curso deveria ficar disponível para toda a equipe multidisciplinar
do Campus Monteiro, e dada a oportunidade para novos colaboradores e
aos que não fizeram realizar semestralmente essa capacitação.
(D8) O curso foi perfeito! Como sugestão acredito que este curso poderia se
estender aos profissionais dos NAPNE's, Coordenações de Turno,
Coordenações de Controle Acadêmico, Protocolo, enfim, para todas os
servidores públicos do IFPB e de outras instituições de ensino. Afinal, em
algum momento eles vão atender um aluno com deficiência
O produto educacional, neste caso, o curso de formação continuada “A importância da
tecnologia assistiva na autonomia escolar de pessoas com deficiência” ficará disponível nas
plataformas digitais do ProfEPT e da CAPES para consulta. Então, poderá ser acessado a
qualquer tempo e por quem tiver interesse. Mas a sugestão de ofertar novamente e para toda a
comunidade acadêmica é muito válida. No entanto, é necessária uma nova estruturação, tendo
em vista que foi pensado para docentes.
para próximas pesquisas, pois há muito o que aprender e inúmeras formas de transmitir sobre
o uso da TA na educação destes alunos.
(D11) O curso foi pensado nos professores em lidar com alunos com
deficiência fazendo o uso de TA. Despertou minha curiosidade e, apesar de
não ter concluído, vou pesquisar melhor nas férias ou quando tiver
oportunidade.
Nesse depoimento, percebemos que, apesar de não ter concluído o curso, o professor
tomou conhecimento do objeto principal deste produto educacional. Nota-se que o simples
acesso gerou uma curiosidade e, de algum modo, a TA foi divulgada, mesmo que em planos
iniciais. A TA despertou algo que será retomado quando a necessidade assim o pedir. Isso é
positivo.
Por fim e, de acordo com as respostas dos professores, percebemos que a maioria
deles apresentou interesse em conhecer a TA dentro da perspectiva de contribuir para a
inclusão e a formação omnilateral do estudante com deficiência. Ficou evidenciado que esta
proposta de formação continuada foi fundamental para essa concepção. Nessa perspectiva e,
diante da opinião dos participantes, compreendemos que o curso teve o aproveitamento
desejado, atingindo seu objetivo. As valiosas sugestões serão pensadas de modo a contribuir
para projetos e pesquisas futuras que venham considerar toda a dimensão que perpassa o
desenvolvimento da aprendizagem do aluno com deficiência.
A Cartilha “O Que é Tecnologia Assistiva?” foi divulgada durante o evento do 3º
Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação do IFPB (SIMPIF), realizado no período de
27 a 29 em novembro de 2019 no Campus João Pessoa. Na abordagem, enfatizou-se a
importância em responder a pesquisa de avaliação para melhoria da cartilha e futuras
pesquisas.
Dentre os 100 (cem) exemplares distribuídos, 39 (trinta e nove) leitores responderam
à pesquisa de avaliação da cartilha (Apêndice D). A primeira pergunta indagou: “Antes desta
Cartilha, você sabia o que era Tecnologia Assistiva (TA)? ”. Os resultados apontaram que 26
(66,7%) leitores não sabiam do que se trata a TA, enquanto que 9 (23,1%) sabiam mais ou
menos e apenas 4 (10,3%) sabiam o que é TA antes de conhecer a cartilha (gráfico 15).
Tendo em vista que a maioria do público participante do SIMPIF é composta pela
comunidade acadêmica, ficou evidenciado que a área da TA ainda é pouco explorada,
principalmente como suporte para uma educação inclusiva. A cartilha tem a finalidade de
diminuir os extremos do desconhecido no que tange a tecnologia assistiva.
90
A terceira pergunta foi direta “Na sua opinião, os recursos e serviços da Tecnologia
Assistiva podem proporcionar a inclusão e a autonomia de pessoas com deficiência ou com
alguma limitação?” e a resposta foi unânime. Todas as pessoas que responderam esta
questão, ou seja, 39 (100%) leitores acreditam que a área da TA pode auxiliar pessoas com
deficiência e mobilidade reduzida a traçar seus caminhos pessoais, profissionais e
acadêmicos de forma emancipada.
91
A questão número quatro procurou saber se o uso da TA em sala de aula pode facilitar
o ensino-aprendizagem das pessoas com deficiência na sala. A maioria dos leitores, isto é, 36
(92,3%) afirmaram que a TA pode sim ser um fator preponderante na aprendizagem dos
alunos especiais. Por outro lado, 1 (2,6%) leitor disse que talvez a TA facilitasse a
aprendizagem e um outro leitor foi enfático em dizer que não facilita. Nessa questão havia a
possibilidade de escrever abertamente a própria opinião caso as opções não o satisfizesse
como resposta (gráfico 17). E, usando desse artifício, 1 (2,6%) leitor respondeu:
(L) Acredito que sim, mas, obviamente exigirá uma boa capacitação dos
profissionais.
Corroborando com a opinião do leitor, pensar na efetivação do ensino e da
aprendizagem por meio da TA merece atenção quando na organização da metodologia bem
como na preparação dos professores. É preciso que os profissionais da educação conheçam a
TA e saibam adequar o uso de recursos para atender cada especificidade e necessidade do
aluno especial durante a prática pedagógica.
Gráfico 17 – Avaliação da cartilha pelo usuário – Pergunta nº 4
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
também, afirmaram não ter conhecimento suficiente sobre um dos recursos utilizados para
auxiliar na educação de alunos com deficiência, a tecnologia assistiva, ferramenta principal
desse estudo, mas tem interesse em conhecer.
Observamos que a diversidade do alunado na sala de aula, especificamente os alunos
com deficiência e/ou mobilidade reduzida, geraram incertezas e inseguranças dos professores
durante o processo de ensino. Não existe uma regra, nem uma cartilha ensinando como agir
com a especificidade de cada um. O novo paradigma da inclusão requer um olhar
comprometido para com as diferenças encontradas na sala de aula, de tal modo que, todos
sejam tratados com equidade, respeitando suas individualidades e limitações. E, nesse ínterim,
“cabe” ao professor identificar os recursos adequados para o atendimento de cada tipo de
necessidade, além de uma base conceitual para a solução de problemas que eventualmente
ocorram.
Diante desse cenário, surgiu a pergunta norteadora dessa pesquisa: “Como disseminar
o uso de tecnologia assistiva aos docentes da rede de ensino básico e técnico como recurso
pedagógico no processo de ensino e aprendizagem de alunos com necessidades educacionais
especiais?” Para responder esta pergunta, o objetivo geral deste trabalho ofertou como
produto educacional, um curso de formação continuada para os professores do IFPB –
Campus Monteiro, intitulado “A importância da tecnologia assistiva na autonomia escolar de
pessoas com deficiência”, no intuito de disseminar a TA como ferramenta facilitadora no
processo de ensino e aprendizagem de alunos com NEE. De acordo com a opinião dos
participantes, o curso foi ofertado na modalidade EaD, seguido de uma oficina e um material
didático informativo, ambos sobre TA. A oficina faz parte do curso de formação e o material
didático trata-se da cartilha informativa intitulada “O que é tecnologia assistiva?”.
A participação no curso não logrou êxito quantitativo, mas sim qualitativo. A
avaliação final do produto apontou que o período de oferta foi crucial para a baixa
assiduidade, ressaltando as inúmeras atribuições que assolam o ofício da docência. Usando
um entendimento matemático, acredita-se que os professores que concluíram o curso, sejam
multiplicadores dos recursos e serviços concernentes à área da TA, mesmo que em níveis
diferentes. Acreditamos que, em algum momento, os participantes vão se deparar com um
recurso de TA e este não será tão estranho. Ainda, vão necessitar usar o recurso para auxiliar
um aluno especial e já existe um pensamento norteador possibilitado pelo curso. Então, o
objetivo de disseminar a TA como recurso pedagógico, através do curso de formação
continuada, foi atingido.
97
REFERÊNCIAS
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107
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de Salamanca: sobre princípios, políticas e práticas na área das necessidades educativas
especiais. Salamanca: UNESCO, 1994. Disponível em
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de Incheon e Marco de Ação da Educação. Incheon, Korea: UNESCO, 2016. Disponível
em https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000243278_por. Acesso em: 2 ago. 2019.
108
APÊNDICE E – QUESTIONÁRIO
Pesquisa de Mestrado
*obrigatório
Diante do exposto, você declara que foi devidamente esclarecido e dá seu consentimento para
participar da pesquisa?*
( ) SIM ( ) NÃO
115
1. Nome:
_____________________________________________________________________
2. Gênero:
( ) Feminino
( ) Masculino
4. Formação Inicial:
( ) Bacharelado
( ) Licenciatura
( ) Tecnólogo
( ) Menos de 3 anos
116
( ) Entre 3 e 6 anos
( ) Entre 6 e 15 anos
( ) Entre 15 e 20 anos
( ) Acima de 20 anos
11. Marque as opções que você acredita ser(em) recursos de tecnologia assistiva:
( ) Acionador de pressão
( ) Bengala
( ) Dominó de frases
( ) Teclado colmeia
( ) Régua em Braille
( ) Lousa digital interativa
( ) Lupa
( ) Nenhuma das opções
12. Na sua prática docente, você utiliza algum recurso de tecnologia assistiva?
( ) Sempre
( ) Nunca utilizei
( ) Raras vezes
( ) Não sei responder
117
15. Na sua opinião, o uso dos recursos da TA para os alunos com necessidades educacionais
especiais poderá ser:
( ) Determinante
( ) Importante
( ) Pouco importante
( ) Indiferente
16 – Enumere abaixo os fatores que você considera importantes para que a educação Inclusiva
seja bem aproveitada, por ordem de prioridade numa escala de 1 a 5: (1 – mais importante; 5 –
menos importante)
( ) Curso sobre Tecnologia assistiva;
( ) Cursos durante a semana pedagógica da Instituição;
( ) Material didático (cartilha) orientando sobre a educação Inclusiva
( ) Curso EaD de capacitação sobre a inclusão
( ) Oficina sobre tecnologia assistiva
Caso sinta necessidade, complete com o que acredita importante e que não foi mencionado
acima.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
118
13 – Escreva aqui qualquer informação que você considerar importante para esta pesquisa.
Como sugestão: Quais as maiores dificuldades no dia a dia? O que pode ser aprimorado?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Agradecemos pela sua ajuda na pesquisa. Qualquer dúvida ou qualquer informação adicional
que desejar, por favor, envie e-mail para [email protected] ou envie mensagem para
o celular:
83 99977-6635.
Muito obrigada!
Rúbia Quaresma de Freitas
Mestranda do ProfEPT-IFPB-JP
119
Esclarecimentos
O motivo de sua participação se deve ao fato de você fazer parte do público alvo
desta pesquisa, constituído pelos docentes do IFPB – Campus Monteiro. Sua participação é
voluntária e você tem plena autonomia para decidir se quer ou não participar, bem como
retirar sua participação a qualquer momento, caso venha a se sentir constrangido ou
desconfortável. Todos os procedimentos de coleta de dados durante a sua participação na
pesquisa oferecerão riscos mínimos. Para tanto, o desconforto ou o constrangimento será
minimizado por meio da realização em local que preserve a confiabilidade da Informação.
Entretanto, você não será penalizado (a) de nenhuma maneira caso decida não participar ou
desistir do seu consentimento. Contudo, sua colaboração é muito importante para o alcance
dos objetivos da pesquisa.
Para qualquer outra Informação sobre essa pesquisa, você poderá entrar em
contato com a pesquisadora Rúbia Quaresma de Freitas pelo telefone (83) 99977-6635, e-mail
[email protected].
Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados
serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela
trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo em participar da
pesquisa “FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES: A importância da
tecnologia assistiva na autonomia escolar de pessoas com deficiência”, e autorizo a
divulgação das Informações por mim fornecidas em eventos acadêmicos e científicos desde
que nenhum dado possa me identificar.
121
_____________________________________________________
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