O Comportamento de Mentir
O Comportamento de Mentir
O Comportamento de Mentir
AO01
Resumo
O presente estudo está inserido nas linhas de pesquisa que investigam a identificação do
comportamento de mentir por meio da observação do comportamento verbal e não verbal.
O objetivo principal foi a caracterização das pesquisas sobre a detecção de mentira por
intermédio da observação, publicadas em âmbito nacional e internacional. A detecção da
mentira por meio da observação das alterações do comportamento não verbal vem
ganhando destaque atualmente e a bibliografia aponta que o número de informações
obtidas com os métodos é maior, principalmente, quando se trata de interações em que
podem ocorrer dissimulação de ideias, sentimentos e emoções. No sentido de elucidar
questões pertinentes correspondentes às bibliografias no campo de pesquisa, o presente
trabalho identificou, por meio de levantamento bibliográfico sistemático, estudos que
abordaram a identificação da mentira por intermédio da observação do comportamento
não verbal. As buscas bibliográficas sobre o tema foram realizadas nas seguintes bases
de dados: Scielo, Web of Science e PsicARTICLE (APA). Devido à especificidade da
temática, julgou-se necessário a expansão da busca para os periódicos Journal of the
Experimental Analysis of Behavior (JEAB) e Journal of Applied Behavior
Analysis (JABA), bem como referências encontradas nos trabalhos obtidos e buscas na
ferramenta de pesquisa Google Acadêmico. Foram incluídos na análise 46 artigos
científicos empíricos. Observou-se um aumento no número de publicações entre os anos
de 1999 e 2010, e, de acordo com a análise, resultados são variados e inconclusivos e a
observação de comportamentos verbais e não verbais não podem servir como indicativos
do comportamento de mentir.
Palavras-chave: Análise do Comportamento, Detecção de mentira, Comportamento
verbal e não verbal.
Abstract
This study is part of a research field that investigate the identification of lying behavior
by verbal and nonverbal behavior observation. The study aimed at characterizing
researches about lying detection by observation, nationally and internationally published.
Lying detection by observation of modifications on nonverbal behavior is gaining
attention and published studies point at the higher number of information accessed using
this method, especially interactions when behaviors, feelings, and emotions can be
disguised. In order to elucidate pertinent questions about researches, the present study
identified, by systematic reviewing, studies that investigated the lying detection by
observation of nonverbal behavior. Bibliographic search took place on Scielo, Web of
Science and PsicARTICLE (APA). Due limitations of research field, we expanded the
search on Journal of the Experimental Analysis of Behavior (JEAB) and Journal of
Applied Behavior Analysis (JABA), as well studies cited on recovered publications and
Google Scholar. We analyzed 46 empirical researches. We found many publications
between yeard 1999 and 2010, and results are varied and inconclusive, and observation
of verbal and nonverbal behavior can not be used as significant instrument for lying
detection.
Key-words: Behavior Analysis, Lying Detection, Verbal and nonverbal behavior.
Resumen
El presente estudio se inserta en las líneas de investigación que investigan la
identificación del comportamiento mentiroso a través de la observación del
comportamiento verbal y no verbal. El objetivo principal era caracterizar la investigación
sobre detección de mentiras a través de la observación, publicada a nivel nacional e
internacional. La detección de mentiras a través de la observación de cambios en el
comportamiento no verbal está ganando importancia actualmente y la bibliografía señala
que la cantidad de información obtenida con los métodos es mayor, especialmente cuando
se trata de interacciones en las que puede ocurrir el ocultamiento de ideas y sentimientos.
y emociones Con el fin de dilucidar las preguntas pertinentes correspondientes a las
bibliografías en el campo de investigación, el presente trabajo identificó, a través de una
encuesta bibliográfica sistemática, estudios que abordaron la identificación de mentiras a
través de la observación del comportamiento no verbal. Se realizaron búsquedas
bibliográficas sobre el tema en las siguientes bases de datos: Scielo, Web of Science y
PsicARTICLE (APA). Debido a la especificidad del tema, se consideró necesario ampliar
la búsqueda de las publicaciones periódicas Journal of the Experimental Analysis of
Behavior (JEAB) y Journal of Applied Behavior Analysis (JABA), así como referencias
Introdução
1
Neste trabalho, o termo não verbal corresponde aos termos em inglês “non-verbal” e
“nonverbal”.
verbal e são mantidos ou não por suas consequências. Neste estudo, o comportamento em
destaque é o de mentir. A mentira é considerada um comportamento operante e sua
emissão tem por principal objetivo ter acesso a algum tipo de recompensa ou evitar
punições (Ekman, 2009; Hübner, DaRocha & Zotto, 2010). A mentira é um aspecto
importante do comportamento humano, sendo classificada como uma habilidade social
que colabora, de modo conveniente, com a convivência em sociedade. Tão importante
quanto o desenvolvimento de um repertório comportamental adequado de mentir é a sua
detecção. Dentre as técnicas de detecção de mentiras, destaca-se, aqui, a observação da
emissão de comportamentos verbais e não verbais que podem contradizer o que está
sendo vocalizado. Assim, sua identificação é importante para todo indivíduo que precisa
de cooperação para assegurar sua sobrevivência (Honório, 2012).
De modo geral, as técnicas se baseiam em identificar, por meio da observação,
frequências em que determinados comportamentos ocorrem, no intuito de verificar
possíveis sinais que possam indicar estados emocionais e/ou intenção de mentir (De Paulo
& Rosenhal, 1979; Quinta & Coelho, 2009; Zuckerman, De Paulo & Rosenthal, 1981).
Por meio de um estudo de revisão bibliográfica, De Paulo, Lindsay, Malone,
Muhlenbruck, Charlton, & Cooper (2003), destacaram que, ao mentir, o suspeito
frequentemente: tem dificuldade para desenvolver o assuntou ou a história; desvia
significativamente o olhar; movimenta com menos frequência braços, mãos e cabeça; e,
por mais inusitado que pareça, tende a balançar/afirmar o oposto do que está sendo dito
(ao responder sim, realiza movimentos de ‘’não’’ ao movê-la horizontalmente). Assim,
estabelecendo o fato de que os estados emocionais e o comportamento de mentir podem
ser identificados por meio da observação de comportamentos não verbais.
O pioneiro a estudar a correlação entre expressões faciais e como estariam
relacionadas ao mentir foi Charles Darwin (1872/2000). Em sua obra, Darwin apresenta
que alguns movimentos (que podem ser emitidos involuntariamente) repetidos das
expressões faciais podem estar relacionados ao alívio de algumas sensações, tornando-se
hábitos e passíveis de identificação, já que têm estimulação direta do sistema nervoso, o
que demonstra que, por mais habilidoso ou treinado que o suspeito (de mentir) seja,
alguns sinais são passíveis de observação. Estudos que investigam a eficácia da detecção
da mentira por meio da observação do comportamento verbal e não verbal originaram-se
de uma pesquisa pioneira, realizada por Ekman e Friesen (1969), na qual os pesquisadores
buscaram analisar diferenças do comportamento individualmente e como as alterações
Objetivos
Método
Resultados e discussão
A seleção dos termos de busca e suas combinações foram essenciais, bem como
permitiram a conclusão de que os termos “detecção de mentira” foram fundamentais para
a localização dos artigos sobre o tema do presente estudo. A maioria dos artigos
selecionados apresenta-os em suas palavras-chave e em seus resumos, colaborando, por
muitas vezes, com a localização dos materiais sobre o tema e selecionados para o presente
estudo.
Diversas considerações podem ser feitas a respeito de publicações sobre a
detecção da mentira por meio da observação do comportamento verbal e não verbal. Em
primeiro lugar, é importante notar que grande parte dos resultados encontrados foi em
outras fontes (ferramenta de pesquisa do Google Acadêmico e inspeção das referências
do material recuperado). A estratégia utilizada pelo pesquisador tinha por objetivo reunir
o maior número de trabalhos possíveis que correspondessem aos critérios pré-
estabelecidos de inclusão dos materiais. O número de materiais obtidos de outras
referências pode estar relacionado ao maior raio de busca que a ferramenta de pesquisa
Google Acadêmico possibilita, permitindo encontrar trabalhos que mesmo sem constar
os termos de busca em seus títulos e em suas palavras-chave, abordavam o tema.
determinados sinais podem não ser o suficiente ou não colaborar com a detecção do
engano (Bond & Uysal, 2007).
comportamentos que podem servir como pistas para o relato enganoso ou verdadeiro, o
CBCA se apoia em 19 critérios, classificados em diferentes agrupamentos, sendo eles:
“Características gerais”, “Conteúdos Específicos”, “Conteúdos Referentes à Motivação”
e “Elementos Específicos do Evento” (Machado et al., 2015).
Nos estudos identificados que fizeram o uso do CBCA, apresentam através dos
resultados que a ferramenta pode facilitar a detecção da mentira. No estudo de Vrij, et al.
(2006), foi destacado que a detecção do engano, utilizando o protocolo como instrumento,
pode chegar a 60% de precisão. Os resultados de Vrij (2006) colabora com estudos
anteriores conduzidos por Vrij, et al (2000) e Landry e Brigham (1992), no qual os
participantes que tiveram acesso a esse protocolo, tiveram um desempenho superior aos
demais, e estatisticamente maiores que o acerto ao acaso. No entanto, deve-se estar atento
às limitações do instrumento, como por exemplo, a falta de um ponto de corte que precise,
se a análise do conteúdo com base na versão, é verdadeiro ou falso (Machado et al., 2015).
Assim, nota-se que o uso de protocolos, apesar de possuir limitações, podem auxiliar no
julgamento da veracidade do testemunho por meio da observação de aspectos verbais e
não verbais.
No Statement Validity Assessment/Analysis (SVA), pode ser compreendido como
um método, que identifica aspectos relacionados a credibilidade de um relato. De acordo
com Machado, et al. (2015), ”A premissa principal do SVA é de que um testemunho
derivado da memória de uma” experiência real difere em conteúdo e em qualidade de um
testemunho baseado em fantasia ou invenção” (p. 36). O procedimento do SVA possui
três partes: Entrevista Cognitiva, verificação de 19 critérios do CBCA e Lista de Controle
da Validade do Testemunho (Griesel, et al., 2013; Machado, et al., 2015). Com base no
estudo identificado, os autores Porter e Yuille (1996), concluíram por meio de seu
experimento, que os resultados não tiveram muita expressividade, indicando que apenas
3 das 18 (16,7%) pistas de engano testadas, diferenciaram as descrições verdadeiras e
enganosas. Assim, com base nas considerações apresentadas, o uso de métodos e/ou
protocolos específicos como uma ferramenta auxiliadora na detecção do engano, pode
facilitar e aumentar a precisão na detecção da mentira, no entanto, deve-se estar atento,
analisar e considerar diversos outros aspectos que podem estar interferindo nos dados
coletados.
Considerações finais
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