Implusividade e o Uso de Substanvcia Psicoativas

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19º Seminário de Pesquisa/Seminário de iniciação científica-UNIANDRADE 2021

IMPULSIVIDADE E O USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS

Evelin Beatriz Alves de Andrade*, Sunie Moreira Menon*, Daniela Cristina Imig** e
Aislan José de Oliveira**

*Discentes do curso de Psicologia no Centro Universitário Campos de Andrade -


UNIANDRADE - Curitiba, BR.
**Docentes do curso de Psicologia no Centro Universitário Campos de Andrade -
UNIANDRADE - Curitiba, BR.
e-mail: [email protected]

Resumo: A escala de Impulsividade de psychoactive substances. The objective of


Barratt é utilizada para mensurar os níveis this work is to verify whether individuals
de impulsividade e quais deles podem with more impulsive characteristics tend to
influenciar na utilização de substâncias use psychoactive substances more
psicoativas. O objetivo desse trabalho é frequently. The study used two groups,
verificar se indivíduos com características totaling 80 participants, 40 of which are
mais impulsivas tendem a fazer o uso de hospitalized in a rehabilitation center for
substâncias psicoativas com mais dependents and 40 who do not present
frequência. O estudo usou dois grupos, symptoms for the treatment of SUT. The
totalizando 80 participantes, sendo 40 que results showed that the group of
encontram-se em internamento em centro dependents presented greater impulsivity,
de reabilitação para dependentes e 40 que attention impairment and in tasks with
não apresentam sintomatologia para o longer elaboration time.
tratamento de TUS. Os resultados obtidos
demonstraram que o grupo de Keywords: Impulsiveness; Substance-
dependentes apresentaram maior Related Disorder; Barratt Impulsiveness
impulsividade, comprometimento de Scale.
atenção e em tarefas com maior tempo de
elaboração. Além disso, apresentaram INTRODUÇÃO
maior dificuldade na impulsividade motora
e no não planejamento. Por fim, a pesquisa As substâncias psicoativas
se mostrou relevante no que se trata do possuem propriedades bioquímicas que
comportamento impulsivo em referência ao alteram as sensações, o humor, a
uso de substâncias psicoativas. In addition, consciência e o comportamento (Seibel,
they presented greater difficulty in motor 2001). Elas alteram o funcionamento do
impulsivity and non-planning. Finally, the cérebro gerando uma modificação do
research proved relevant in the field of estado mental. O uso e a dependência de
impulsive behavior in reference to the use substancias psicoativas acarretam em
of psychoactive substances. problemas relacionados ao psicológico, ao
financeiro e a vida social do indivíduo.
Palavras-chave: Impulsividade, O ciclo da dependência química
Transtorno Relacionado ao Uso de explica-se de duas formas, quando existe
Substâncias, Escala de Impulsividade de um estímulo, sendo ele a própria droga,
Barratt. aumenta-se a probabilidade e a sensação
de prazer, esse caso associa-se ao que é
Abstract: Barratt's Impulsivity scale is chamado de impulsividade. E também o
used to measure impulsivity levels and conceito de compulsão, quando existe um
which ones can influence the use of estresse grande antes do uso, sendo
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momentaneamente satisfeito após ingerir Barratt, BIS-11. Foram selecionados,


algum tipo de substância que promova portanto, somente artigos completos e em
essa sensação. Casos onde existe a português, produzidos entre 2001 a 2021,
junção de impulsividade e compulsão excluindo artigos em duplicidade e que
exigem alerta em casos mais avançados não se enquadrem no tema. Além dos
(CHAIM et al., 2015). artigos foram consultados o DSM-5. Para
A impulsividade é uma coleta de dados foi utilizado o Escala de
característica encontrada no impulsividade de Barratt entre as datas
comportamento humano podendo inibir o março 2020 e março 2021.
mesmo de realizar atitudes planejadas, Instrumento que avalia a presença de
sem mensurar as consequências, manifestações da impulsividade tendo
priorizando resultados de curto prazo. como base o modelo teórico proposto por
Também podemos compreendê-la como Ernst Barratt sendo adaptado e traduzida
um fenômeno dinâmico do indivíduo, para uso em adultos brasileiros por
apontando um desiquilíbrio na capacidade Malloy-Diniz, Mattos, Leite, Abreu,
inibitória cognitiva e comportamental Coutinho, Paula, Tavares, Vasconcelos e
(Tavares, Alarcão, 2008). Fuentes (2010).
O objetivo principal dessa pesquisa A escala é composta por 30 itens, sendo
é verificar se indivíduos com ela de autopreenchimento, que analisa os
características mais impulsivas tendem a comportamentos do indivíduo através de
aumentar o uso de substâncias psicoativas. uma escala tipo Likert de quatro pontos,
Uma maneira de mensurar esse as classificando: 1 = raramente ou nunca;
comportamento impulsivo se faz com a 2 = de vez em quando; 3 = com
aplicação da escala de Barratt frequência; 4 = quase sempre/sempre
Impulsiveness Scale (BIS-11). Ernst (Malloy-Diniz et al., 2010).
Barratt, propôs um dos modelos mais Durante toda a pesquisa serão adotados
influentes na explicação do todos os procedimentos éticos de acordo
comportamento impulsivo. Atualmente o com as normas da Resolução 466/12 do
modelo propõe três componentes distintos Conselho Nacional de Saúde. Os dados
para sua avaliação: motor, atencional e serão analisados e armazenados em uma
falta de planejamento (Malloy, Mattos, pasta criptografada e os sujeitos serão
Leite, Abreu, Coutinho, Paula e Fuentes, identificados por códigos, garantindo
2010). assim o anonimato das informações.

MATERIAL E MÉTODOS RESULTADOS

Trata-se de uma pesquisa Notou-se que os dependentes têm


experimental descritiva exploratória de medianas maiores para os três escores
natureza quantitativa e qualitativa. Para a medidos, Impulsividade atencional,
pesquisa de referencial teórico foram Impulsividade motora e Não planejamento.
consultadas as seguintes bases de dados O modelo de Regressão Ordinal
por meio da Biblioteca Virtual em Saúde Multivariada nos dará informações se
(BVS): Google Acadêmico, Scielo, Pepsic, essas diferenças notadas são significativas
Lilacs, Index Psicologia, Medline, com os ou não.
seguintes descritores e suas
combinações: dependência and CONCLUSÃO
substâncias psicoativas, transtornos
relacionados ao uso de substâncias and Ao analisar os resultados da pesquisa,
impulsividade; transtornos de pode-se observar que alguns índices
impulsividade, escala de impulsividade de coletados nessa experiência coincidem

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com a literatura. Segundo Nassif (2004), Andrade, A. G. de. (2015).


dependentes de substâncias psicoativas
apresentam maior impulsividade, Fisiopatologia da dependência
comprometimento da atenção sustentada
e retenção verbal em tarefas que exigem química. Revista De Medicina, 94(4),
maior tempo e elaboração, dificuldade de
aprendizagem e abstração, quando 256-262.
comparados com não dependentes.
A presente pesquisa, mesmo com uma https://doi.org/10.11606/issn.1679-
pequena amostra, referente a numerosa
população de dependentes de substâncias 9836.v94i4p256-262
psicoativas, demonstrou relevância ao
estudo da impulsividade em dependentes Malloy-Diniz, L. F., Mattos, P., Leite, W. B.,
de substâncias psicoativas, pois diante dos
dados coletados foi possível confirmar Abreu, N., Coutinho, G., Paula, J. J.
resultados obtidos em estudos e pesquisas
anteriores, contribuindo para o D., ... & Fuentes, D. (2010). Tradução
crescimento científico do entendimento do
fenômeno do uso de substâncias e adaptação cultural da Barratt
psicoativas, sendo esse o tema principal
do estudo. Impulsiveness Scale (BIS-11) para
Os resultados da amostra de dependentes
de substâncias psicoativas demonstram aplicação em adultos
que os dependentes tem medianas
maiores para os três escores medidos, brasileiros. Jornal Brasileiro de
porém, ainda pouco se sabe sobre os
efeitos no funcionamento neuropsicológico Psiquiatria, 59, 99-105.
da cognição relacionado a atenção e ao
comportamento da emoção (Abi-Saab et
al., 2005).
Seibel, S. D., & Toscano Jr, A. (2001).

REFERÊNCIAS Conceitos básicos e classificação

Abi-Saab, D., Beauvais, J., Mehm, J., geral das substâncias

Brody, M., Gottschalk, C., & Kosten, psicoativas. Dependência de drogas,

T. R. (2005). The effect of alcohol on 1-6.

the neuropsycho- logical functioning Tavares, H., & Alarcão, G. (2008).

of recently abstinent cocaine- Psicopatologia da

dependent subjects. American impulsividade. Manual clínico dos

Journal of Addiction, 14 , 166-178. transtornos do controle dos

impulsos, 19-36.
Chaim, C. H., Bandeira, K. B. P., &

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