Retrato e Paisagem 2

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Retrato

 e  Paisagem  

Século  XIX  
• A  fotografia  herda  da  pintura  os  gêneros  
retrato  e  paisagem  
• A  auto-­‐representação  torna-­‐se  possível  com  a  
fotografia  e  algumas  técnicas  mais  baratas  se  
popularizam  
• Os  estúdios  se  espalham  pelas  diversas  
cidades  do  país  
• Fotógrafos  iGnerantes  retratam  a  população  e  
a  paisagem  do  interior  
• Décadas  1840  –  1850  –  produção  carioca  
concentrada  no  retrato  

• A  parGr  da  metada  da  década  de  1850  dois  


fotógrafos  começam  a  documentar  a  cidade  
de  forma  sistemáGca:  
 Alemão  Revert  Henrique  Klumb  e  o  francês  
Victor  Frond  
Klumb  
• Pioneiro  da  fotografia  estereoscópica  no  Brasil  

• Faz  mais  de  300  vistas  dos  principais  


monumentos  e  logradouros  públicos  entre  
1855  e  1862  
Convento dos Barbadinhos e Igreja de São Sebastião, a primeira igreja
construída pelos portugueses no morro do Castelo em 1583 , Rio de Janeiro c
1855 - Albuminado sobre cartão.
A cidade. Largo do Paço, cais Pharoux, fonte e ilha das Cobras, Vista tomada do
Observatório do Morro do Castelo. Rio de Janeiro c. 1860 - Papel Albuminado
sobre cartão
• Foi  o  primeiro  a  se  aventurar  no  Alto  da  Boa  
Vista  e  na  Floresta  da  Tijuca  

• Realizou  um  conjunto  de  50  vistas  do  Passeio  


Público,  mostrando  o  primeiro  jardim  público  
brasileiro  com  desenho  original  de  1783,  do  
Mestre  ValenGm,  antes  de  ser  alterado  pelo  
paisagista  francês  Auguste  Marie  Glaziou  em  
1862.    
Passeio Público e o café ali existente, no ano de 1860.  
PASSEIO PÚBLICO, Portão de entrada, em frente à Rua
das Marrecas, 1862,  
Klumb obteve o título de Photographo da Casa Imperial em 1861. Foi autor
do livro de fotografias Doze Horas em Diligência. Guia do Viajante de
Petrópolis a Juiz de Fora, o que tornou-o um dos pioneiros da edição de livros
de fotografia no Brasil.  
Dom Pedro II e dona Tereza Cristina na inauguração da
Estrada União Indústria: flagrante de Revert Klumb  
Ponte de Entre-Rios na Estrada União e Indústria na
província do Rio de Janeiro, c.1865.
Quinta do Comendador Lage, atual Museu Mariano Procópio,
por ocasião da inauguração da estrada carroçável União e
Indústria - 1861
Uma família e suas escravas domésticas no
Brasil, c.1860.  
Casas em Petrópolis na província do Rio de Janeiro, 1870.  
Palacio Isabel, residência oficial da Princesa Isabel e do Conde
d'Eu no Río de Janeiro, Brasil.  
D. Pedro II em Juiz de Fora. Fotografia tirada às margens do Rio Paraibuna. 1869
A  família  imperial  em  visita  a  uma  fazenda  em  Juiz  de  fora,  Minas  Gerais,  1961  
• Klumb  foi  fotógrafo  predileto  da  Imperatriz  
Thereza  ChrisGna  e  professor  de  fotografia  da  
princesa  Isabel.    
Princesa  Leopoldina  (dir.),  Isabel  (centro)  e  uma  amiga  não  idenGficada  c.  1860  
Princesa  Isabel  
(centro),  com  
cerca  de  14  anos  
e  amigas  não  
idenGficadas.  O  
menino  é  
Dominique  ,  
filho  da  
Condessa  de  
Barral.  
Dom Pedro II do
Brasil, 1855.  
Victor  Frond  –  1821-­‐1881  
Jean-­‐Victor  Frond  (Moneaucon,  França  1821  -­‐  Varredes,  França  
1881).  Fotógrafo.    
Possuiu  estúdio  no  Rio  de  Janeiro  (RJ)  entre  1858  e  1862.    
Foi  o  primeiro  fotógrafo  do  Brasil  a  planejar  documentar  até  a  mais  
remota  província.  
Não  conseguiu  realizá-­‐lo  completamente  
Em  1859  torna-­‐se  o  autor  do  primeiro  livro  de  fotografia  realizado  na  
América  LaGna,  Brésil  Pi9oresque  [Brazil  piioresco],  com  texto  de  
Charles  Ribeyrolles.    
Na  obra    apresenta  pela  primeira  vez  registro  fotográfico  do  trabalho  
escravo  e  da  vida  rural  no  país  e  define  os  paradigmas  da  fotografia  
de  paisagem  no  Rio  de  Janeiro,  popularizando  temas  como  o  Pão  de  
Açúcar,  os  Arcos  da  Carioca  e  o  outeiro  da  Glória.  
• Em  1859  torna-­‐se  o  autor  do  primeiro  livro  de  
fotografia  realizado  na  América  LaGna,  Brésil  
Pi9oresque  [Brazil  piioresco],  com  texto  de  
Charles  Ribeyrolles.    
• Na  obra    apresenta  pela  primeira  vez  registro  
fotográfico  do  trabalho  escravo  e  da  vida  rural  
no  país  e  define  os  paradigmas  da  fotografia  
de  paisagem  no  Rio  de  Janeiro,  popularizando  
temas  como  o  Pão  de  Açúcar,  os  Arcos  da  
Carioca  e  o  outeiro  da  Glória.  
"LA  DÉPART  POUR  LA  ROÇA"  -­‐  Litografia  de  F.  
Sorrieu  sobre  fotografia  de  Victor  Frond  de  
1859.  
Lês  Aqueducs  a  Rio  de  Janeiro  -­‐  Litografia  de  
Bachelier  a  parGr  de  fotografia  de  Victor  Frond.  
Impressão  de  Lemercier,  Paris.  41  x  49  cm.    
Panorama  de  Rio  de  Janeiro  -­‐  Litografia  de  
Jacollet  a  parGr  de  fotografia  de  Victor  Frond.  
Impressão  de  Lemercier,  Paris.  36  x  48,  cm.    
Foto  de  Vitor  Frond,  1858.  Onde  se  vê  a  praia  da  Misericórdia,  a  Santa  Casa  e  o  
Morro  do  Castelo  ao  fundo.  
Fazenda  com  escravos  no  Vale  do  Paraíba  do  Sul  
Senzalas,  Rio  de  Janeiro,  1859  
Pilagem  de  Café    
• Frond  era  republicano  convicto  e  acabou  perseguido  após  o  
golpe  de  Napoleão  III  em  1851,  sendo  preso  e  exilado  na  
Argélia.  Após  fuga  auto  exilou-­‐se  na  Inglaterra  onde  
manteve  militância  políGca  intensa  juntamente  com  outros  
franceses  exilados,  como  Victor  Hugo.  

• Em  1860  foi  contratado  para  reportar  a  presença  de  


colonos  europeus  (suíços)  em  solo  brasileiro,  mais  
precisamente  no  Espírito  Santo.    

• De  sua  viagem  resultaram  16  imagens  para  a  publicação  no  


Brasil  do  livro  Viagem  à  província  do  Espírito  Santo,  do  
barão  Johann  Jakob  Von  Tschudi,  nomeado  ministro  
plenipotenciário  pelo  governo  suíço  em  1860.  
 
COLÔNIA SANTA LEOPOLDINA – Sertões - 1860  
'Palais  Imperial  de  Petrópolis'  -­‐  Litografia  de  
Eug.  Ciceri  Lith  -­‐  Impressão  de  Lemercier,  Paris  
Panorama  da  Lagoa  
Dona Tereza
Cristina, por Victor
Frond, 1861.  
Dom Pedro II, por
Victor Frond, 1861.
Por volta de seus
trinta e cinco anos,
o imperador já
exercia plenamente
o Poder Moderado  
Família  Imperial  do  Brasi  -­‐  1860  
Albert  Frish  –  paisagens  amazônicas  
São   conhecidos   poucos   trabalhos   de   alguns  
fotógrafos   que   se   dedicaram   à   fotografia   de  
comunidades  indígenas  no  século  XIX.    
 
O   alemão   Albert   Frisch,   que   documentou   o   Alto  
Amazonas  em  torno  de  1865.    
 
Pouco   se   sabe   de   sua   história.   Seu   primeiro   nome  
só  foi  conhecido  recentemente.  
 
• Fotografou  na  região  do  Alto  Amazonas  em  
torno  de  1865,  acompanhado  do  
engenheiro,  fotógrafo  e  desenhista  Franz  
Keller-­‐Leuzinger.  

• Foi  o  primeiro  a  registrar  aspectos  da  


paisagem,  da  fauna  e  da  flora  locais,  
fotografando  ainda  pela  primeira  vez  os  
índios  brasileiros  e  os  barqueiros  de  origem  
boliviana  que  atuavam  como  comerciantes  
iGnerantes  nos  rios  da  região.  
Barco  do  Fotógrafo  no  Rio  Tarumá,  Afluente  do  Rio  Negro  
• Retratou  os  Umauás  com  suas  armas  e  paramentos  
xpicos;  registrou  aspectos  das  malocas  originais,  
dos  ranchos  de  pesca  ao  pirarucu  e  das  habitações  
híbridas  dos  Tapuias  (índios  destribalizados  
sediados  nas  cercanias  de  Manaus).  

• Essa  documentação  obteve  menção  honrosa  na  


Exposição  Universal  de  Paris  (França)  em  1867,  e  
foi  veiculada  através  da  Casa  Leuzinger,  do  Rio  de  
Janeiro  (RJ),  propriedade  do  sogro  de  Franz  Keller-­‐
Leuzinger,  George  Leuzinger,  quem  possivelmente  
deve  tê-­‐la  encomendado  a  Frisch.    
 
 
Maloca  na  Aldeia  dos  Índios  Tecunas  nas  
Cercanias  de  TabaGnga  -­‐  1865  
Índios  Amaúas  (Qualificados  de  Antropófagos  pelo  Fotógrafo  -­‐  1865)  
Família  de  Barqueiros  Bolivianos,  Rio  Negro  
Aldeia  de  Índios  Aculturados  Pacé  
Cozinha  de  Maloca  
Índio  Amaúa  
Jacaré    
Sumaúma  em  meio  à  Floresta  Virgem  
Índios  Miranha,  nas  Cercanias  do  Lago  Arimi  
Feitoria  Pirarucu  às  Margens  do  Rio  Amazonas  
Rio  de  Janeiro,  7  de  dezembro  de  1843  —  Rio  de  Janeiro,  12  de  janeiro  de  1923  
• Retratou cenas dos períodos do Império e início da
República entre 1865 e 1918

• Seu trabalho é um dos mais importantes legados


visuais daquelas épocas.

• Retratou o cotidiano brasileiro na segunda metade do


século XIX, principalmente no Rio de Janeiro.

• Fez fotos da Floresta da Tijuca, da praia do Botafogo,


do Jardim Botânico, da ilha das Cobras, imagens
urbanas de uma cidade que começava a se expandir,
num período anterior à reurbanização empreendida
pelo prefeito Francisco Pereira Passos, no início do
século XX.  
Aqueoduto  da  Carioca,  transformado  em  viaduto  para  bondes.    
Ferrez  aparece  sentado  à  beira  do  rio.  Petrópolis,  1874  
“Bambús”, Jardim Botânico – Rio de Janeiro (1890)  
Pão de Açúcar e Urca, vistos da Prainha de Dentro, 1895  
Largo do Humaitá, 1895  
Bilhete-postal (não
circulado): “Rio de
Janeiro – Enseada de
Botafogo”, com
legenda no verso:
“Marc Ferrez & Filhos
– rua de S. José 112 –
Rio de Janeiro”.  
Bilhete-postal (não
circulado): “Rio de
Janeiro – Enseada de
Botafogo” (outro
ângulo), com a mesma
legenda no verso:
“Marc Ferrez & Filhos
– rua de S. José 112 –
Rio de Janeiro”.  
Bilhete-postal (não
circulado): “Rio de
Janeiro – 1º
Dreagnouth, Minas
Geraes”, com legenda
no verso: “Marc
Ferrez & Filhos – rua
de S. José 112 – Rio
de Janeiro”.  
Em 1875, Marc Ferrez integrou como fotógrafo à Comissão Geográfica e Geológica do
Império do Brasil, comandada pelo geógrafo canadense Charles Frederick Hartt.
Percorreu os estados da Bahia, Pernambuco e Alagoas, e partes da Amazônia.  
Menino Índio de Mato Grosso, 1896.  
Marc Ferrez, Índio do Mato Grosso  
Dípticos com fotos de índios Botocudos, 1876  
A consagração da princesa Isabel, por Marc Ferrez, pioneiro no
uso do flash, e fotografia de dom Obá (à dir.), inédita: coleção
guardada por mais de um século  
 
George Huebner
Índia paraense  
Construção  matriz  em  Manaus  
GILBERTO  FERREZ  
• Carioca,  Gilberto  Ferrez  conserva  há  mais  de  meio  século  o  valioso  acervo  de  matrizes  
deixado  por  seu  avô,  o  fotógrafo  Marc  Ferrez.  
• Colecionador  e  pesquisador,  Gilberto  é  também  autor  de  30  livros,  além  de  ter  lançado,  em  
1946,  a  publicação  do  primeiro  e  clássico  texto  “A  Fotografia  no  Brasil”,  na  revista  do  
Patrimônio  Histórico  e  ArxsGco  Nacional  -­‐  considerada  a  primeira  publicação  dedicada  à  
história  da  fotografia  no  Brasil.  
• Ele  mapeou  pela  primeira  vez  e,  de  modo  quase  definiGvo,  a  história  da  fotografia  no  Brasil  
do  século  XIX.  Abaixo  (lado  esquerdo)  Gilberto  Ferrez  retratado  por  Juan  Esteves.  Do  lado  
direito,  Gilberto  Ferrez  retratado  por  Lula  Rodrigues,  em  1994.  
• “O  Brasil  de  Marc  Ferrez”(InsGtuto  Moreira  Salles,  formato:  28,5  x  23,5  cm,  320  páginas,  
2005).  
• O  livro  representa  a  primeira  leitura  ampla  e  sistemáGca  da  obra  completa  de  Marc  Ferrez,  
reconhecidamente  o  mais  importante  fotógrafo  brasileiro  do  século  XIX.  O  volume  invesGga  
diferentes  aspectos  do  seu  legado.  
• Afora  detalhada  cronologia,  biografia  e  ensaios  que  analisam  as  contribuições  estéGcas  e  as  
inovações  técnicas  propostas  por  Ferrez  e  importantes  etapas  do  desenvolvimento  
tecnológico  e  formal  da  linguagem  que  o  projetou  como  um  dos  maiores  de  seu  tempo,  a  
obra  contém  mais  de  160  imagens  que  mostram  todas  as  nuances  desse  amplo  retrato  do  
Brasil  produzido  pelo  fotógrafo.  
• O  volume  faz  parte  de  um  projeto  integrado:  exposição  e  livro,  e  foi  lançado  também  em  
versão  francesa  por  ocasião  da  mostra  em  Paris,  quando  se  comemorou  o  Ano  do  Brasil  na  
França.  
Benjamim  
Abraão  –  
Fotógrafo  de  
Lampião  
Encontro  de  Abrahão  com  o  bando  de  Virgulino,  em  foto  Grada  pelo  cangaceiro  JuriG.  
Da  esquerda  para  a  direita:  Vila  Nova,  não  idenGficado,  Luís  Pedro,  Benjamin  Abrahão  
(à  frente),  Amoroso,  Lampião,  Cacheado  (ao  fundo),  Maria  Bonita,  não  idenGficado,  
Quinta-­‐Feira.  C.  1936-­‐1937  

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