Casas Fotograficas Sec XIX
Casas Fotograficas Sec XIX
Casas Fotograficas Sec XIX
SÉCULO XIX
MARIA DO CARMO SERÉN*
INTRODUÇÃO
Quando a fotografia daguerreotípica começa a mundializar-se, entre finais de 1839 e
1840, vivem-se em Portugal os anos ingratos do Setembrismo que levarão à Revolta
da Maria da Fonte e ao Cabralismo. Revoltas e emigração respondem à introdução
do capitalismo financeiro, da construção de estradas em macadame e de eleições
falseadas. Não é uma boa época para os fotógrafos itinerantes que nos visitam e,
apesar do conhecimento quase imediato do processo de Daguerre, de imagem única
e dispendiosa, e do de Talbot, com imagem múltipla em papel, mas sem autorização
do autor para a sua divulgação, os amadores, muitos deles ingleses residentes, muito
cedo a praticam e a imprensa quase de imediato oferece a sua notícia e indicações
do processo.
No Porto sabe-se dos dois processos, o intercâmbio dos filhos de família inglesa
e portuguesa fazem parte da vida comercial do burgo, mas a situação política e militar
da guerra civil, antes e depois da Patuleia não favorecem o interesse pela fotografia,
que se vai contentando com estrangeiros de passagem na cidade e a circulação de
imagens de amadores.
Apenas na década de 50 aparecem as primeiras casas comerciais estabelecidas,
em parte em consequência da estadia de Corentin na cidade, com os seus cursos
de daguerreotipia de Janeiro a Agosto de 1853, o seu manual e, por fim, a venda
do seu material fotográfico aquando da sua partida. Regressa ainda em 1856, mas
a fotografia já fora promovida. De resto, havia já experiências que permitiam a
reprodução do daguerreótipo em papel, processo conhecido desde 1851. E, ques‑
tão importante, em Portugal iniciara-se, com a Regeneração, (1851), o Fontismo,
de Fontes Pereira de Melo, impregnado da ideia de progresso. E a fotografia é
progresso, mas também arte. O primeiro fotógrafo a abrir um atelier comercial,
Miguel Novaes, fora formado na Academia das Belas Artes, aluno do pintor João
Baptista Ribeiro, habituado a reproduções, com uma casa de impressão oferecida
por D. Pedro IV após o Cerco do Porto; praticava também a daguerreotipia e abrirá
também um atelier comercial.
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PRONTUÁRIO DE FOTÓGRAFOS E CASAS COMERCIAIS DE FOTOGRAFIA NO PORTO (~1840~1980)
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CONTEXTOS
Figs. 1-2.
Frente e verso de CDV do fotógrafo
Miguel Novaes, [s.d.].
Fonte: Colecção APIF-NR
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PRONTUÁRIO DE FOTÓGRAFOS E CASAS COMERCIAIS DE FOTOGRAFIA NO PORTO (~1840~1980)
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CONTEXTOS
Figs. 3-4.
Frente e verso de CDV do fotógrafo M.
Fritz, [s.d.].
Fonte: Colecção APIF-NR
Alfred Fillon: republicano francês que vem para Lisboa em 1851, desiludido
com o 2.º Império (Napoleão III), torna-se depressa o mais requisitado fotógrafo
da capital. Instala-se no Porto de 1852 a 1859, na Rua do Almada, 151, regressando
posteriormente a Lisboa. Regressa a Paris em 1868, passando a sua casa a Henrique
Nunes. Após a queda da Comuna de Paris regressa a Lisboa, em 1874.
Henrique Nunes: instala-se no Porto em 1863, tomando conta do estabeleci‑
mento da Rua das Flores, 152, intitulando-se já fotógrafo da Casa Real. Em 1865
transfere-se para o estúdio de Miguel Novaes, na Rua do Bonjardim, 233. Nos
dois anos anteriores ocupara-se, com Miguel Novaes, de fotografar a evolução da
construção do Palácio de Cristal. Receberá uma menção honrosa na Exposição de
1865 no Palácio. Desde 1866 trabalha em sociedade com Novaes, ano em que este
retoma a actividade normal.
Sabendo, desde 1866, que Fillon pretende regressar a Paris, Henrique Nunes
fica com o seu estúdio de Lisboa em 1868, a que chama «Antiga Casa Fillon», para
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PRONTUÁRIO DE FOTÓGRAFOS E CASAS COMERCIAIS DE FOTOGRAFIA NO PORTO (~1840~1980)
manter a sua notoriedade. Nesse ano funda com o escritor Mendes Leal a Empreza
Photográphica e Literária dos Monumentos de Portugal, editando a obra Monumentos
Nacionais com fototipias. Desde 1870 conta com o operador francês Casimir Lefeb‑
vre, mantém a Antiga Casa Fillon até ao início da década de 80 e em 1881 publicita
a introdução da iluminação eléctrica na sua casa fotográfica. Morre em 1895.
Sala & Irmão: desde 1862 na Rua do Bonjardim, 95, substituindo a sociedade
«Sala & Laroche» no número 208. Inicia o sistema Disderi, que permite apresentar
diversas posições/atitudes numa série fotográfica. A partir de 1863 chama-se Foto‑
grafia Central, situando-se na Rua de Sá da Bandeira, 181, sendo proprietário José
Carvalho. Em 1879 muda de proprietário (Sousa Reis) e, em 1883, é comprada pelo
capitalista Fulgêncio da Costa Guimarães, também proprietário da Universal.
João Pedro Ribeiro: Rua de Cedofeita, 591, e depois Rua da Restauração, 281 (casa
de Dona Leonor Allen). Até à década de 1870 instala-se na Rua do Bonjardim, 307.
Amorim & C.ª: Rua do Bonjardim, 76. Em 1864 muda-se para a Praça de
Almeida Garrett, 16. Em 1870 passa a Fotografia Social.
Fotografia Esperança: Rua do Almada, 267. Entre 1867 e 1869. Colocada à venda
entre 1867 e 1869, será finalmente adquirida em 1871 e passa a Fotografia Universal.
Fotografia Popular: desde 1865 na Rua do Bonjardim, 284, até 1883, passando
de proprietário em 1884 para Joaquim Pinto Ferreira Mello, Rua do Bonjardim, 362.
Provável ligação com a Fotografia Social de Silva Mello desde 1871, que substituíra
a Amorim & C.ª.
Fotografia Talbot: em 1866 está na Rua do Bonjardim, 145 a 149, mas antes já
estivera na Rua das Flores, 152, no atelier que fora de Henrique Nunes. Intitula-se
fotógrafo da Casa Real e participa na Exposição do Palácio em 1865. Teve operado‑
res de Paris, nomeadamente Alexandre Solas e Casimir Lefebvre, que chamou para
a sua casa. Publicava séries de fotos a que chamava «Fotografias mágicas». As suas
instalações davam sempre que falar, eram atapetadas, mostravam otomanas para
descanso e possuíam um gabinete de toilette luxuoso. Ainda se renova em 1875-1876.
Fotografia Inglesa: Rua do Almada, 233.
Fotografia Artística Inglesa: em 1862 na Rua de Cedofeita, 13, e em 1863 na Rua
do Almada, 266. Originalmente também denominada Fotografia Inglesa, a exemplo da
anterior entrada, acabará por mudar o seu nome comercial para Fotografia Artística
Inglesa. Acabará por restar apenas uma prolongando-se nos anos 70.
Gabinete Fotográfico de Chaves e Sartorio: em 1868, na Rua de Santo António, 265.
Fotografia Francesa: de Célestin Benard, na Rua de Santa Catarina, 128, desde
1869. Muda sucessivamente, depois de 1872, para o número 247 e número 427. É a
primeira casa a usar carvões na foto. Foi seu operador António Peixoto, que terá uma
casa sua, mais tarde. A Fotografia Francesa fecha em meados dos anos 80.
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CONTEXTOS
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PRONTUÁRIO DE FOTÓGRAFOS E CASAS COMERCIAIS DE FOTOGRAFIA NO PORTO (~1840~1980)
e passa, no início da década de 70, para a Praça de Santa Teresa, 42, já então dirigida
por António Correia da Fonseca, que contrata operadores espanhóis e, em 1874, um
retocador. Pelas visitas de D. Luís e Dona Maria Pia, torna-se fotógrafo da Casa Real.
A relação com Espanha, nomeadamente com a Galiza, traz-lhe inúmeros clientes
galegos. Em 1888, Correia da Fonseca dará sociedade ao antigo operador espanhol
D. Miguel Fernandes Ferrer, ficando a firma como Fonseca & C.ª. Participa em diver‑
sas exposições universais. Tornar-se-á famosa na história da fotografia portuguesa
pela sua acusação polémica contra o júri da Exposição de Fotografia no Palácio, de
1886. Terá como operador nos anos 90, Raul de Caldevilla, portuense, que foi côn‑
sul em Espanha e agente comercial em diversos países e fundou a Caldevilla Films,
no Porto. A União será trespassada em 1902 para um fotógrafo de Coimbra, Pinho
Henriques, que a muda para a Praça da Trindade.
Casa Emílio Biel e Antiga Casa Fritz – Emílio Biel: Karl Emil Biel (1838-1915),
alemão como o rei D. Fernando casado com D. Maria II, veio da Saxónia em 1857,
como muitos alemães, contando com a protecção do rei que, após a morte da rainha
(1853), foi regente do reino em nome do jovem e futuro D. Pedro V. D. Fernando,
muito rico e dedicado às artes, chamara diversos artistas alemães, incluindo um
fotógrafo, Cifka, que actuava no Palácio. Emílio Biel instala-se em Lisboa, como repre‑
sentante de botões em metal e outros objectos metálicos como colchetes. Vem para
o Porto no início da década de 60 e instala a sua fábrica de botões em metal na Rua
da Alegria, relativamente perto da sua primeira casa de habitação na actual Rua de
D. João IV, área em urbanização acelerada. Em 1874 compra a Casa Fritz, da qual
em 1873 se tornara sócio, mantendo o nome de Antiga Casa Fritz, Emílio Biel, na
Rua do Almada e, associado ao operador de Fritz, Brutt, fotografa e publica a 11.ª
Exposição (trienal) da Academia de Belas Artes. Possuía uma casa impressora para
publicar fotografia, álbuns e jornais comerciais da cidade, como o da Fábrica de
Chapéus «A Social», mostrando fotos de todas as espécies de chapéus em fotografia.
Já era então uma figura na cidade. Comercia dínamos para instalações eléctricas,
fundando uma fábrica de instalações eléctricas em Vila Real, que irá electrificar a
maioria das principais estações de caminho-de-ferro, como Santa Apolónia, fábri‑
cas na cidade do Porto e no resto do país. Acabará por criar uma filial em Gaia
da empresa britânica Coats & Clark para carrinhos de linha de coser e, com o
fotógrafo Cunha Moraes, fundará uma sociedade de carros urbanos da Batalha às
Devesas. No seu papel de homem do progresso, teve o primeiro telefone do Porto,
foi dos primeiros a ter automóvel, um Benz, e um fonógrafo Edison, fez o 1.º ensaio
de electrificação na cidade iluminando a fachada da Bolsa para um evento. Intro‑
duziu no país o raio-X. Era um coleccionador de borboletas com fama mundial,
tendo oferecido a sua colecção à Universidade do Porto e produziu uma edição dos
Lusíadas ilustrada pelos grandes desenhadores alemães, com uma edição de luxo
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CONTEXTOS
O que o tornou famoso no país foram os álbuns que produzia com fotogra‑
fias da sua casa: O Douro Ilustrado, Caminhos de Ferro do Norte Ilustrado (1876)
e diversos levantamentos e publicações com as linhas do Norte e Centro, para o
que possuía uma pequena carruagem com o laboratório fotográfico que atrelava
aos comboios. A partir de 1902 inicia a publicação da sua grandiosa colecção A
Arte e a Natureza em Portugal. No início de 80 muda o seu atelier para o Palá‑
cio do Bolhão, já com a denominação definitiva Casa Emil Biel. Morre em 1915,
ainda antes da declaração de guerra de Portugal à Alemanha, mas em 1916 os seus
bens serão arrestados por pertencerem a um cidadão alemão e Brutt, já então seu
sócio da Fotografia, não consegue que esta sobreviva por muito tempo. Um dos
seus discípulos, Domingos Alvão, que na sua casa se tornou operador, continuará
a perspectiva de Biel, nomeadamente nos levantamentos do Douro. Até aos anos
70 do século XX, as carruagens dos comboios eram ilustradas por fotos de Biel e
Domingos Alvão.
Fotografia Universal: desde 1871, sucessora da Fotografia Esperança, Rua do
Almada, 140. Destacou-se na reprodução de retratos e gravuras, fotografados ou
a óleo, e vistas de monumentos da cidade, quando em 1877 passa a ser seu pro‑
prietário Luís Pinto Soares e C.ª. No ano seguinte chama o operador de Nadar,
Casimir Lefebvre, que já estivera no Porto, e a firma passa a chamar-se Fotografia
Salvini, no número 140. Em 1884 é propriedade de Fulgêncio da Costa Guimarães
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PRONTUÁRIO DE FOTÓGRAFOS E CASAS COMERCIAIS DE FOTOGRAFIA NO PORTO (~1840~1980)
e, em 1889, tem nova morada: Rua de Cedofeita, 67. A partir de 1886, depois de
ter comprado a Fotografia Sala & Irmão, pertence à nova sociedade Guimarães &
Guedes. É então dirigida por José Perez, que passará mais tarde para a Fotogra‑
fia Moderna. Em 1896 é propriedade de Magalhães e C.ª, na mesma rua mas no
número 93, fazendo fototipias além dos retratos. Desde 1899 inclui um atelier de
zincogravura e tem como directores artísticos Germano Courrège e Magalhães,
produzindo gravuras na revista «Sombra e Luz» (1900-1902), com um novo ope‑
rador, Marques Abreu. Também realiza fotos para a revista de Lisboa-Rio, «Bra‑
sil-Portugal», em 1899.
Fotografia Salvini: Rua do Almada, 140, onde fora a Fotografia Universal até 1879.
Fotografia Portuguesa: Rua do Almada, 294. Era sócio o proprietário da Socie‑
dade Francesa de Fotografia, José de Sousa Fernandes, que fazia experiências em
microfotografia reunidas em álbum desde 1872 e levava a exposições internacionais
em Viena. Por encomenda, a Fotografia Portuguesa fazia fotografia de retratos, costu‑
mes, paisagens e objectos de arte. Também experimentava a fototipia, que conheceu
nas suas viagens à Europa, mas não a praticava regularmente. Em 1878 surge como
proprietário Paulo de Sousa Pereira e, em 1880, é dirigida por Peixoto & Irmão.
A casa incendeia-se em 1884 (há um relato minucioso n'«A Arte Photographica» de
1884, da Fotografia Moderna) e é reconstruída em 1885.
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CONTEXTOS
do Bonfim, que, após vender grande parte das suas propriedades na parte oriental
da cidade, investe em diversas actividades do momento, caso da fotografia, e um
outro Cirne abrirá na Rua de Santa Catarina um Velo-Club que se dedica à venda
de bicicletas, artigos de montanhismo e máquinas fotográficas). A Moderna terá,
antes de tudo, a função de pôr de pé a 1.ª Exposição de Fotografia em Portugal,
que será também a primeira na Península e, para esse efeito, cria a mais sofisticada
revista de fotografia no país, «A Arte Photographica».
O século XIX, na fotografia, como em outras actividades, estende-se, histo‑
riograficamente, até aos anos já republicanos da 1.ª Guerra Mundial. É então que
duas casas fotográficas de origem alemã, a Casa Biel e a Fotografia Alemã de Gui‑
lherme Boldt, são apreendidas, a partir de 1915, quando o país declara guerra à
Alemanha. Já no período do Ultimatum, no início de 90, a Fotografia Inglesa fora
sacrificada. Os tempos de luta republicana explicam ainda porque um republicano,
que se tornará famoso pelo seu empenho na República (preso na Revolução de
31 de Janeiro e em 1905) e pela introdução do cinema em Portugal, Aurélio da
Paz dos Reis, sem casa fotográfica mas com diversas encomendas de actividades
republicanas, passeios em grupo e touradas, é considerado um dos grandes fotó‑
grafos do Porto. Maçónico como outro fotógrafo do seu tempo, Guedes de Oli‑
veira, ambos vêem na fotografia um meio de cultura popular, cumprindo assim,
também, o ideário republicano.
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PRONTUÁRIO DE FOTÓGRAFOS E CASAS COMERCIAIS DE FOTOGRAFIA NO PORTO (~1840~1980)
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PRONTUÁRIO DE FOTÓGRAFOS E CASAS COMERCIAIS DE FOTOGRAFIA NO PORTO (~1840~1980)
venda pública do espólio de Emílio Biel. Muda-se para a Rua de Santa Teresa,
22, já como Fotografia Beleza, tornando-se uma das mais conhecidas casas foto‑
gráficas de retrato do Porto elegante e do Norte, com excelentes instalações para
recebimento dos clientes.
Fotografia Africana: de Alberto Peixoto A. Costa., Rua de Sá da Bandeira, 181,
até 1896. Nos anos 60 aí estivera a Fotografia Central de José de Carvalho.
Fotografia Portuguesa: Rua do Almada, 296. Dirigida por Peixoto & Irmão.
Reconstruída após um incêndio, em 1885.
Fotografia Oriental: substitui em 1896 a Africana, mantendo-se na mesma
morada, Sá da Bandeira, 181, de A. Bastos, que a recupera, dedicando-se fundamen‑
talmente a fotografias coloridas.
Fotografia Perez: muda-se em 1904 para as instalações da Fotografia União, na
Praça de Santa Teresa.
Fotografia Lusitana: desde 1902, de António dos Santos, Rua do Bonfim.
Fotografia Luso-Brasileira: de Alberto Monteiro & C.ª, na morada da anterior
Fotografia Oriental, Rua de Sá da Bandeira, 181.
Fotografia Medina: desde 1901 na Rua Formosa, de Paschoal Medina, que fora
aprendiz da Casa Debas de Madrid.
Fotografia Beleza: Rua de Santa Teresa, 22. A partir de 1918 é dirigida por
Moreira de Campos, mantendo a designação anterior, Foto Beleza. É então que
desenvolve uma grande acção documental fotografando não apenas o Porto e
arredores, mas praticamente todas as cidades e vilas do país, fábricas, vindimas
do Douro, empresas e instituições diversas, obras de arquitectura e engenharia,
património, costumes. Mantém o seu estatuto de fotografia elegante, que é acen‑
tuado no Estado Novo.
Fotografia Alvão: de Domingos Alvão, fora aprendiz de Biel e operador da
Velo-Club, que tinha escola de fotografia e atelier em Santa Catarina, 100. Em
1902 o atelier passa a ser autónomo e passa a denominar-se Fotografia Alvão.
Entre 1903 e 1907 e até 1913, Domingos Alvão levanta cerca de 400 fotografias
pictorialistas naturalistas que, exibidas em massa em salões fotográficos (como o
da revista «Illustração Portugueza»), irão ser o modelo lírico a seguir pelos fotó‑
grafos amadores e profissionais. Paralelamente efectua levantamentos fotográficos
temáticos (fábricas, dínamos eléctricos, caminhos-de-ferro, as vinhas do Douro,
bairros económicos, panorâmicas e imagens da cidade para os postais…) e retratos
de estúdio, que o tornam uma referência nacional na primeira metade do século
XX, medalhado e chamado para trabalhar e fixar as exposições nacionais dentro
e fora do país.
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CONTEXTOS
Fig. 7.
Frente de BPI do Palácio das Colónias
[1934]. Fotografia e edição de
Domingos Alvão
Fonte: Colecção APIF-NR
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